parágrafo único

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Minuta do Novo

Cdigo Brasileiro de Aeronuticacom as modificaes sugeridas pela ABRAFAL e ABUL

Minuta

PROJETO DE LEI DO SENADO N, DE 2016

Institui o Cdigo Brasileiro de Aeronutica

O CONGRESSO NACIONAL decreta: TTULO IIntroduo

CAPTULO I Disposies Gerais

Art. 1 O Direito Aeronutico regulado pelos Tratados, Convenes e Atos Internacionais firmados pela Repblica Federativa do Brasil, por este Cdigo e pela legislao complementar.

1 Os Tratados, Convenes e Atos Internacionais, celebrados por delegao do Poder Executivo e aprovados pelo Congresso Nacional, vigoram a partir da data neles prevista para esse efeito, aps o depsito ou troca das respectivas ratificaes e publicao do decreto de promulgao no Dirio Oficial da Unio.

2 Este Cdigo se aplica a nacionais e estrangeiros, em todo o territrio nacional, assim como no exterior, at onde for admitida a sua extraterritorialidade.

3 vedado invocar disposies do direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte, exceto se o tratado violar manifestamente disposio constitucional sobre competncia para concluir tratados.

4 A legislao complementar formada pela regulamentao prevista neste Cdigo, pelas leis especiais, regulamentos de execuo e demais normas sobre matria aeronutica.

5 As normas previstas neste Cdigo e nos tratados firmados pela Repblica Federativa do Brasil constituem legislao especial aplicvel aos servios de transporte areo, prevalecendo sobre qualquer disposio contratual ou legal interna que as contrariem.

Art. 2 Ressalvadas as atribuies previstas neste Cdigo e na legislao complementar, compete:

I autoridade de aviao civil: regular e fiscalizar a aviao civil, a infraestrutura aeronutica e a infraestrutura aeroporturia, incluindo as emisses de poluentes e os planos de zoneamento de rudos;

II autoridade aeronutica: regular e fiscalizar a navegao area, as atividades de controle do trfego areo e as respectivas infraestruturas, incluindo os planos de zona de proteo de aerdromos e as atividades de auxlios navegao area;

III autoridade de investigao SIPAER: investigar e expedir recomendaes de segurana para a preveno de ocorrncias aeronuticas.

aeroporto.

IV autoridade aeroporturia: exercer a administrao do

CAPTULO II

Disposies de Direito Internacional Privado

Art. 3 Consideram-se situadas no territrio do Estado de sua nacionalidade:

I as aeronaves militares, bem como as civis de propriedade ou a servio do Estado, por este diretamente utilizadas;

II as aeronaves de outra espcie, quando em alto mar ou regio que no pertena a qualquer Estado.

Pargrafo nico. Salvo na hiptese de estar a servio do Estado, na forma indicada no inciso I do caput deste artigo, no prevalece a extraterritorialidade em relao aeronave privada, que se considera sujeita lei do Estado onde se encontre.

Art. 4 Os atos que, originados de aeronave, produzirem efeito noBrasil, regem-se por suas leis, ainda que iniciados no territrio estrangeiro.

Art. 5 Os atos que, provenientes da aeronave, tiverem incio no territrio nacional, regem-se pelas leis brasileiras, respeitadas as leis do Estado em que produzirem efeito.

Art. 6 Os direitos reais e os privilgios de ordem privada sobre aeronaves regem-se pela lei de sua nacionalidade, respeitados as normas dos Tratados, Convenes e Atos Internacionais firmados pela Repblica Federativa do Brasil.

Art. 7 A lei aplicvel aos contratos de compra e venda internacional, aos contratos com garantia internacional e aos contratos de subordinao internacional pode ser acordada entre as partes contratantes, desde que no contrarie norma da Constituio Federal ou de Tratados, Conveno ou Ato Internacional firmados pela Repblica Federativa do Brasil.

Art. 8 As medidas assecuratrias de direito regulam-se pela lei do pas onde se encontrar a aeronave.

Art. 9 As avarias regulam-se pelas normas dos Tratados, Convenes e Atos Internacionais firmados pela Repblica Federativa do Brasil ou, na inexistncia destas ou na omisso, pelas partes contratantes quanto lei aplicvel, regem-se as mesmas pela lei brasileira quando a carga se destina ao Brasil ou for transportada sob regime aduaneiro.

Art. 10. A assistncia, o salvamento e o abalroamento regem-se pela lei do lugar em que ocorrerem.

Pargrafo nico. Quando pelo menos uma das aeronaves envolvidas for brasileira, aplica-se a lei do Brasil assistncia, salvamento e abalroamento ocorridos em regio no submetida a qualquer Estado.

Art. 11. No tero eficcia no Brasil, em matria de transporte areo, quaisquer disposies de direito estrangeiro, clusulas constantes de contrato, bilhete de passagem, conhecimento e outros documentos que

I excluam a competncia de foro do lugar de destino;

II visem exonerao de responsabilidade do transportador, quando este Cdigo no a admite;

III estabeleam limites de responsabilidade inferiores aos estabelecidos neste Cdigo

TTULO II

Do Espao Areo e seu Uso para Fins Aeronuticos

CAPTULO I

Do Espao Areo Brasileiro

Art. 12. A Repblica Federativa do Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espao areo acima de seu territrio e mar territorial, bem como jurisdio sobre o espao areo acima da zona econmica exclusiva.

Art. 13. Poder a autoridade aeronutica deter a aeronave em voo ou no solo, neste caso em operao conjunta com a autoridade pblica competente, quando, em caso de flagrante desrespeito s normas de direito aeronutico, de trfego areo ou s condies estabelecidas nas respectivas autorizaes, coloque em risco a segurana da navegao area ou do espao areo, a ordem pblica ou a paz interna ou externa.

CAPTULO II Do Trfego Areo SEO I Disposies Gerais

Art. 14. No trfego de aeronaves no espao areo brasileiro, observar-se-o as disposies estabelecidas nos Tratados, Convenes e Atos Internacionais firmados pela Repblica Federativa do Brasil, neste Cdigo e na legislao complementar.

1 Nenhuma aeronave militar ou civil a servio de Estado estrangeiro e por este diretamente utilizada poder, sem autorizao, voar no espao areo brasileiro ou aterrissar no territrio subjacente.

2 livre o trfego no espao areo brasileiro de aeronave no dedicada a servio areo pblico, mediante informaes prvias sobre o voo planejado, quando o voo pretender ser realizado sob as regras VFR abaixo do FL 045 ou 2.500de altura, o que for maior, ou quando realizado sob as regras IFR.

3 O trfego, no espao areo brasileiro, da aeronave dedicada a servios areos pblicos, depende de autorizao, ainda que previsto em acordo bilateral.

4 O trfego de aeronave militar ou de policiamento ficar sujeitas disposies sobre o controle do espao areo relativas s aeronaves civis, salvo quando se encontrar em operao real, desde o tempo de normalidade, misso de guerra ou treinamento em rea especfica.

Art. 15. facultado autoridade aeronutica, seja por motivo de segurana da navegao area ou por interesse pblico, fixar zonas em que se probe ou restringe o trfego areo, estabelecer rotas de entrada ou sada, suspender total ou parcialmente o trfego, assim como o uso de determinada aeronave ou a realizao de certas atividades ou servios areos. 1 Para os voos desportivos e voos de instruo realizados em voo local sero delimitadas, pela autoridade aeronutica, reas restritas que protejam seus praticantes. 2 Para os voos desportivos e voos de instruo realizados em rota, poder a autoridade aeronutica estabelecer, em coordenao com as ENADs, as atividades, procedimentos e regras que protejam estas aeronaves e garantam a segurana do Espao Areo. 3 Excetuando-se as operaes de pouso e decolagem, somente permitida a operao de aeronaves das Categorias Experimental e Especial sobre reas densamente povoadas a uma altitude mnima que lhes permita, em caso de falha de propulso, realizar pouso de emergncia fora dessa rea.

Art. 16. A prtica do Balonismo uma atividade regulamentada pela AACivil em coordenao com a ENAD que responde pela modalidade balonismo, e com a AAeronutica, praticada por Pilotos de Bales habilitados segundo os requisitos da AAC. vedado soltar bales a ar quente ou a gas no tripulados.

1 Entende-se por balo qualquer artefato inflado com ar quente ou gs, com ou sem chama.

2 Excetuam-se do disposto neste artigo a liberao de bales a gas destinados a pesquisa cientfica, previso meteorolgica, proteo do meio- ambiente ou a outras finalidades de interesse pblico, que obedeam s normas especficas da autoridade de aviao civil e da autoridade aeronutica

3 A inobservncia do disposto neste artigo sujeitar o infrator sano penal prevista no art. 357, sem prejuzo da responsabilidade civil por danos causados a terceiros.

Art. 17. Ningum poder opor-se, em razo de direito de propriedade na superfcie, ao sobrevoo de aeronave, sempre que este se realize de acordo com as normas vigentes.

1 No caso de pouso de emergncia ou forado, o proprietrio ou possuidor do solo no poder opor-se retirada ou partida da aeronave, desde que, quando for o caso, lhe seja dada garantia de reparao do dano.

2 A falta de garantia autoriza o sequestro da aeronave e a sua reteno at que aquela se efetive.

3 O lanamento de coisas, de bordo de aeronave, depender de permisso prvia da autoridade aeronutica, salvo em caso de emergncia, situao na qual o Comandante deve informar ao rgo de controle do espao areo, assim que possvel, e registrar a ocorrncia no dirio de bordo, na forma e para os fins previstos em regulamento.

4 O prejuzo decorrente do sobrevoo, do pouso de emergncia, do lanamento ou alijamento de objetos poder ensejar responsabilidade.

Art. 18. O Comandante de aeronave que receber de rgo do controle de trfego areo ordem para pousar, dever dirigir-se, imediatamente, para o aerdromo que lhe for indicado e nele efetuar o pouso.

1 Se razes tcnicas, a critrio do Comandante, o impedirem de pousar no aerdromo indicado, dever ser solicitada ao rgo de controle de trfego areo autorizao para pouso em aerdromo alternativo que oferea melhores condies de segurana.

2 No caso de manifesta inobservncia da ordem recebida, a autoridade aeronutica poder requisitar os meios necessrios para interceptar ou deter a aeronave.

3 Na hiptese do 2, efetuado o pouso, ser autuada a tripulao e apreendida a aeronave.

Art. 19. Salvo motivo de fora maior, as aeronaves de transporte areo pblico s podero decolar ou pousar em aerdromo cujas caractersticas comportarem suas operaes.

Pargrafo nico. Os pousos e decolagens devero ser executados, de acordo com procedimentos estabelecidos, visando segurana do trfego areo, das instalaes aeroporturias e vizinhas, bem como a segurana e bem- estar da populao que, de alguma forma, possa ser atingida pelas operaes.

Art. 20. Salvo autorizao especial, para voar no espao areo brasileiro, aterrissar no territrio subjacente ou dele decolar, todas as aeronaves devem possuir marcas de nacionalidade e matrcula vlida, situao regular de aeronavegabilidade, tripulao e equipamentos, conforme estabelecido em regulamento expedido pela autoridade de aviao civil.

Art. 21 A autoridade de aviao civil estabelecer condies para o uso de aeronaves experimentais pelo fabricante da aeronave nos casos de pesquisa e desenvolvimento, voos de produo, demonstrao de cumprimento com requisitos, pesquisa de mercado e exibio comercial, assim como para voos de translado e demais propsitos previstos nos certificados aplicveis, emitidos pela autoridade de aviao civil

Art. 22. O transporte de explosivos, munies, arma de fogo, material blico ou de quaisquer outros objetos ou substncias consideradas perigosas para a segurana pblica, a prpria aeronave ou seus ocupantes dever ser realizado de acordo com os regulamentos da autoridade de aviao civil e das demais autoridades competentes.

CAPTULO III

Entrada e Sada do Espao Areo Brasileiro

SEO I Disposies GeraisArt. 23. Toda aeronave proveniente de territrio estrangeiro ou a ele destinada far, respectivamente, o primeiro pouso ou a ltima decolagem em aeroporto internacional.

Pargrafo nico. A lista de aeroportos internacionais ser publicada pela autoridade de aviao civil.

Art. 24. A entrada no espao areo brasileiro ou o pouso, no territrio subjacente, de aeronave militar ou civil a servio de Estado estrangeiro sujeitar-se- s condies estabelecidas.

Pargrafo nico. A aeronave estrangeira, autorizada a transitar no espao areo brasileiro, sem pousar no territrio subjacente, dever seguir a rota determinada.

Art. 25. A autoridade aeronutica poder estabelecer excees ao regime de entrada de aeronave estrangeira, quando se tratar de operao de busca, assistncia e salvamento ou de voos por motivos sanitrios ou humanitrios.

SEO II

Da Utilizao do Espao Areo

Art. 26. A utilizao do espao areo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita s normas e condies estabelecidas pela autoridade competente, assim como aos nus decorrentes dos servios prestados para monitorar e tornar segura a navegao area, ficando sujeita ao pagamento das seguintes tarifas de navegao area:I tarifa de uso das comunicaes e dos auxlios navegao area em rota: devida pela utilizao do conjunto de instalaes e servios relacionados ao controle dos voos em rota, para as anv que preencherem FPL IFR;II tarifa de uso das comunicaes e dos auxlios-rdio navegao area em rea de controle de aproximao: devida pela utilizao do conjunto de instalaes e servios relacionados ao controle de aproximao, para as anv que realizarem um procedimento IFR;III tarifa de uso das comunicaes e dos auxlios-rdio navegao area em rea de controle de aerdromo: devida pela utilizao do conjunto de instalaes e servios relacionados ao monitoramento e controle de aerdromo e informaes de voo em aerdromo. 1 As tarifas previstas neste artigo incidiro sobre o proprietrio ou o explorador da aeronave e sero fixadas pela autoridade aeronutica, aps aprovao do Ministro de Estado da Defesa e manifestao da autoridade de aviao civil, para aplicao geral em todo o territrio nacional.

2 Ficam isentas do pagamento das tarifas de navegao area:

I aeronaves militares e aeronaves civis pblicas brasileiras;II aeronaves em voo de retorno por motivo de ordem tcnica ou meteorolgica ou outros decorrentes de caso fortuito ou fora-maior;III aeronaves militares e pblicas estrangeiras, quando em atendimento reciprocidade de tratamento.IV- aeronaves registradas na categoria instruo, quando realizando voos de instruo. 3 As tarifas de que trata este artigo sero pagas ao Comando da Aeronutica ou entidade pblica ou privada, responsvel pela prestao dos servios. 4 O atraso no pagamento das tarifas de navegao area, depois de efetuada a cobrana, acarretar aplicao cumulativa, de:

I aps trinta dias, juros de mora de um por cento ao ms e atualizao monetria sobre o valor devido;

II aps cento e vinte dias, suspenso ex officio das autorizaes de voo (planos de voos);

III aps cento e oitenta dias, cancelamento das autorizaes de voo (planos de voos).

5 As tarifas previstas neste artigo sero cobradas com base nos princpios da no discriminao, transparncia e baseados nos custos e por meio de um prvio processo de consulta aos usurios.

Caput: Somente sero obrigadas ao preenchimento do FPL as aeronaves que forem realizar voos segundo as Regras Instrumento e voos segundo as Regras Visuais acima do FL 045 ou de 2. 500 acima do terreno, o que for maior. Para efeitos de Defesa Nacional, na faixa de 200 NM das fronteiras terrestres do Brasil, qualquer voo dever ser autorizado atravs da apresentao de um FPL

Art. 27. Na regulao da prestao dos servios de controle do trfego areo a autoridade aeronutica, em coordenao com a autoridade de aviao civil, operadores aeroporturios e demais usurios do espao areo, deve:

I promover a modernizao e a expanso de capacidade das infraestruturas fsica e operacional existentes, asseverando quais so, em determinado momento, a quantidade e qualidade timas de bens e servios a serem disponibilizados;

II estabelecer regime tarifrio que assegure eficincia na alocao e uso dos recursos arrecadados, assegurada a modicidade tarifria;

III investir em inovao e adaptao de produtos e servios, ao menor preo (tarifa) possvel, isto , com o preo igual ao custo marginal de longo prazo;

IV induzir o repasse dos ganhos de produtividade para os usurios do sistema de controle do trfego areo;

Pargrafo nico. Para os efeitos previstos neste artigo, a autoridade aeronutica dever disponibilizar, no seu endereo na rede mundial de computadores, para amplo acesso pblico, relatrio anual sobre suas atividades.

TTULO III

Da Regulao da Infraestrutura Aeronutica e dos Servios Areos

CAPTULO I

Dos Princpios Fundamentais

Art. 28. A competncia normativa da autoridade de aviao civil e da autoridade aeronutica para expedir regulamentos de execuo observar os princpios, direitos e garantias constitucionais fundamentais, os princpios gerais constitucionais que informam a ordem econmica, os Tratados, Convenes e Atos Internacionais firmados pela Repblica Federal do Brasil, as disposies deste Cdigo e das demais leis e decretos que dispem sobre matria aeronutica.

Art. 29. No exerccio do seu poder de regulao e de fiscalizao, cabe ao agente regulador atuar para maximizar a eficincia do mercado, assegurando que a interao entre prestadores de servios e usurios seja eficiente, tendo como resultado nveis adequados de quantidade e qualidade, garantindo, especialmente:

I a diversidade de servios;

II o atendimento da demanda de forma eficiente;

III a livre concorrncia;

IV o respeito aos direitos dos usurios; V a preservao do meio-ambiente;VI o estmulo para investimentos em inovao e adaptao de produtos e processos aeronuticos;

VII a prestao de servio adequado;

regulares.

VIII a liberdade tarifria na prestao de servios areos

Pargrafo nico. Em caso de exerccio de atividade econmica aeronutica no prevista neste Cdigo, a autoridade de aviao civil poder exigir, a seu critrio, autorizao conforme os termos dispostos neste Cdigo.

Art. 30. Pessoas, fsicas ou jurdicas, podero ser credenciadas para a execuo de atividades de natureza instrumental relacionadas s atividades finalsticas de competncia da autoridade de aviao civil.

1 A atividade executada pela pessoa credenciada ter o mesmo efeito que teria caso fosse diretamente executada pelos agentes da autoridade de aviao civil.

2 Os requisitos para o credenciamento sero definidos em regulamento que estabelecer, exclusivamente, critrios tcnicos, vinculando o credenciado ao cumprimento de tais requisitos.

CAPTULO II

Da Elaborao e Expedio de Atos Normativos

Art. 31. As iniciativas ou alteraes de atos normativos que impliquem em afetao de direitos, interesses ou obrigaes de agentes econmicos, trabalhadores do setor ou usurios da infraestrutura aeronutica ou de servios areos devem ser precedidas de analise pelo conselho consultivo do agente regulador e posteriormente de audincia pblica, convocada pelo agente regulador mediante aviso publicado no Dirio Oficial da Unio, com prazo mnimo de trinta dias de antecedncia.

1 O aviso publicado indicar a data, o horrio e o local em que se realizar a audincia, bem como o local onde estar disponvel o edital da proposta regulamentar. 2 Todas as informaes sobre a audincia devem ser disponibilizadas no stio da rede mundial de computadores do agente regulador, abrangendo:

I o texto da norma em discusso;II uma nota tcnica contendo a indicao da disposio legal que autoriza a expedio do regulamento de execuo;III as condies de fato e os motivos determinantes da proposta; IV o estudo do impacto regulatrio;V as finalidades a serem atingidas;VI descrio dos problemas e temas envolvidos e relato das informaes disponveis. 3 assegurado aos interessados o direito de participao e manifestao oral na audincia, debatendo a matria e apresentando, por escrito, informaes, opinies ou argumentos e sugestes. 4 Os argumentos apresentados devem ser apreciados por uma autoridade que fundamente sua deciso ao acat-los ou rejeit-los, por meio de uma exposio de motivos. Todas as manifestaes de apoio ou rejeio da proposta devero ser publicados no site do agente regulador que fez a proposta.

5 facultado ao agente regulador instituir um processo de consulta anterior fase de audincia pblica, no qual os interessados so convidados a buscar uma proposta de consenso, a ser posteriormente submetida audincia pblica convocada e realizada nos termos e para os fins previstos neste artigo. Todas as manifestaes de apoio ou rejeio da proposta encaminhadas nesta fase, devero ser publicadas no site do agente regulador que fez a proposta, antes da realizao da Audincia Pblica.

6 O processo de deciso do agente regulador deve demonstrar, de maneira fundamentada, de que modo a norma a ser editada se relaciona, de um lado, com os dados obtidos na fase de audincia pblica e, por outro, com a observncia dos requisitos da legalidade, razoabilidade, proporcionalidade, segurana jurdica, motivao, eficincia e demais princpios e objetivos estabelecidos em lei para o exerccio da competncia normativa. 7 Os atos normativos do agente regulador no podem diminuir o nvel de segurana operacional, contrariar ou produzir efeitos que restrinjam direitos, deveres ou obrigaes decorrentes de normas de nvel constitucional ou legal, nem prevalecer contra a supervenincia destas, hiptese na qual devem ser imediatamente revogados pelo agente regulador. 8 A expedio de ato normativo privativa do rgo mximo da estrutura do agente regulador, vedada a delegao de competncia, sob pena de nulidade do ato. 9 A elaborao, a redao, a alterao e a consolidao de atos normativos de iniciativa da autoridade de aviao civil sujeitam-se s normas da Lei Complementar n 95, de 26 de fevereiro de 1998.

TTULO IV

Da Infraestrutura da Aviao Civil

CAPTULO I Disposies GeraisArt. 32. Constitui infraestrutura da aviao civil o conjunto dergos, instalaes ou estruturas de apoio navegao area, para promover-lhe a segurana, regularidade e eficincia, compreendendo:

I o Sistema Aeroporturio;

II o Sistema de Gerenciamento do Espao Areo; III o Sistema de Segurana de Voo;IV o sistema de Registro de Aviao Civil Brasileiro (RAB);

VoSistemadeInvestigaoePrevenodeAcidentesAeronuticos (SIPAER);

VI o Sistema de Segurana da Aviao Civil;

VII o Sistema de Indstria Aeronutica;

IX o Sistema de Servios Auxiliares de Transporte Areo; X o Sistema de Formao e Treinamento de Pessoal.Pargrafo nico. Sistema o conjunto de rgos e elementos relacionados entre si por finalidade especfica, ou por interesse de superviso, coordenao, controle, fiscalizao e orientao tcnica e normativa, no implicando em subordinao hierrquica.

CAPTULO II

Do Sistema Aeroporturio

SEO I Disposies geraisArt. 33. O sistema aeroporturio constitudo pelo conjunto deaeroportos brasileiros.

Art. 34. Para os fins deste Cdigo, considera-se:I aerdromo: rea definida no solo ou na gua, incluindo quaisquer edificaes, instalaes e equipamentos, destinados, no todo ou em parte, ao pouso, decolagem e movimentao de aeronaves;II aerdromo civil: o aerdromo destinado ao uso de aeronaves civis;III- aerdromo militar: o aerdromo destinado ao uso de aeronaves militares;IV aerdromo de uso compartilhado: o aerdromo destinado ao uso compartilhado de aeronaves civis e aeronaves militares, com rea civil sob administrao da respectiva autoridade aeroporturia e rea militar sob responsabilidade da organizao militar nele instalada;V aerdromo civil publico: o aerdromo civil construdo, administrado e explorado em regime pblico, diretamente pela Unio ou mediante concesso, inclusive na forma de parceria pblico-privada, para pessoa jurdica de direito privado ou, ainda, mediante convnio de delegao para pessoa jurdica de direito publico interno, para consrcio pblico ou para entidade sob controle estatal federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal;VI aerdromo civil privado aberto ao trfego pblico: o aerdromo civil construdo, administrado e explorado em regime privado pelo seu proprietrio, mediante autorizao vinculada;VII aerdromo civil privado: o aerdromo civil construdo e utilizado exclusivamente pelo seu proprietrio ou quem ele permitir, vedada explorao comercial;VIII aeroporto: o aerdromo civil enquadrado nos incisos V e VI deste artigo e dotado de edificaes, instalaes e equipamentos para embarque e desembarque de pessoas e cargas, onde sejam prestados os respectivos servios aeroporturios;IX aeroporto internacional: o aerdromo civil destinado s aeronaves nacionais e estrangeiras, na realizao de operaes areas domsticas e internacionais;X heliponto: o aerdromo destinado exclusivamente para apoio a operaes de helicpteros;XI heliporto: heliponto de uso pblico dotado de edificaes, instalaes e equipamentos para embarque e desembarque de pessoas e cargas;XII rea do aerdromo: rea delimitada pela autoridade competente, que compreende toda a sua infraestrutura de apoio navegao area e de proteo ao voo;XIII zona de proteo do aerdromo: reas vizinhas ao aerdromo pblico e ao aerdromo privado aberto ao trfego pblico que atender o inciso VIII, delimitadas e especificadas pela autoridade competente e sujeitas a restries administrativas quanto a edificaes e ao exerccio de determinadas atividades que possam prejudicar a operao de aeronave ou causar risco para a segurana da aviao;XIV administrao aeroporturia: rgo, entidade, empresa ou consrcio responsvel pela explorao de um ou mais aerdromos pblicos que no atendam o inciso VIII, com estrutura organizacional definida e dedicada gesto do aerdromo, correspondente autoridade aeroporturia;

XV concesso: procedimento, nos termos da Lei n 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, e da Lei n 11.079 de 30 de dezembro de 2004, para a outorga da construo, administrao e explorao de aerdromo civil pblico, por tempo determinado;XVI delegao: transferncia, mediante lei ou convnio, da construo, administrao e explorao de aeroporto para pessoa jurdica de direito pblico interno ou entidade sob controle estatal federal, estadual, do Distrito Federal, municipal ou de consrcios pblicos;XVII autorizao vinculada: outorga de direitos para a construo, administrao e explorao de aerdromo civil privado aberto ao trfego pblico, por tempo indeterminado, por meio de autorizao vinculada, formalizada mediante contrato de adeso;XVIII registro: ato por meio do qual a autoridade de aviao civil inclui em cadastro especfico e abre ao trfego areo os aerdromos civis privados;XIX instalao aeroporturia: instalao destinada prestao de servios de apoio a operaes de aeronaves, de embarque e desembarque de pessoas e movimentao e armazenagem de mercadorias;XX concesso de uso: contrato pelo qual a administrao do aerdromo civil pblico atribui a utilizao de uma rea ou instalao aeroporturia para um terceiro, para que a explore segundo destinao especfica e com observncia s regras regulamentares expedidas pela autoridade de aviao civil;XXI concessionria de uso: pessoa fsica ou jurdica que, mediante contrato de concesso de uso celebrado com a administrao do aerdromo civil pblico, explora instalaes ou reas aeroporturias;XXII cesso de uso: termo pelo qual a administrao do aerdromo civil pblico transfere a posse de rea ou instalao aeroporturia para o uso de rgo ou entidade da administrao pblica;XXIII cessionrio de uso: entidade ou rgo pblico que, mediante termo de cesso de uso formalizado com a administrao aeroporturia, utiliza instalaes ou reas aeroporturias para o exerccio de suas competncias;XXIV infraestrutura aeroporturia: o conjunto de reas, instalaes e equipamentos aeroporturios localizados dentro da rea do aerdromo;XXV rea de segurana aeroporturia (ASA): rea circular do territrio de um ou mais municpios, definida a partir do centro geomtrico da maior pista do aerdromo civil pblico ou do aerdromo militar, com 20 km (vinte quilmetros) de raio, cujos uso e ocupao esto sujeitos a restries especiais em funo da natureza atrativa de fauna;XXVI explorao: engloba a construo, ampliao, reforma, administrao, operao, manuteno e explorao econmica do aerdromo pblico ou privado aberto ao trfego pblico;XXVII atribuio: modalidade de outorga da Unio empresa pblica especializada da Administrao Pblica Federal, ou suas subsidirias;XXVII- Cadastro: a coleta de dados do proprietrio e da posio geogrfica de um aerdromo civil que no ser registrado

Art. 35. Os aerdromos civis pblicos podero ser utilizados por aeronaves militares, e os aerdromos militares, por aeronaves civis, obedecidas as normas estabelecidas pela autoridade de aviao civil e pela autoridade aeronutica, em ato conjunto.

Art. 36. Nos aerdromos compartilhados, as esferas de competncia das autoridades civis e militares sero definidas em regulamento.

Art. 37. Nenhum aerdromo civil privado poder ser utilizado sem estar devidamente cadastrado.

1 Os aerdromos civis pblicos e privados sero abertos ao trfego por meio de processo, respectivamente, de homologao e registro.

2 Os operadores de aerdromos civis pblicos devero realizar e manter atualizado o cadastro da infraestrutura aeroporturia junto autoridade de aviao civil.

3 Os aeroportos e heliportos sero classificados pela autoridade de aviao civil, que fixar as caractersticas de cada classe.

SEO II

Dos Regimes de Explorao dos Aerdromos Civis Pblicos

Art. 38. Os aerdromos civis pblicos sero explorados em regime pblico ou em regime privado.

Art. 39. Nenhum aerdromo civil pblico poder ser construdo, administrado ou explorado sem prvia concesso ou autorizao, conforme o caso.

Art. 40. A fim de assegurar uniformidade de tratamento em todo o territrio nacional, a construo, a administrao e a explorao de aerdromo civil sujeitam-se s normas, instrues, coordenao e controle da autoridade de aviao civil.

Art. 41. Os aerdromos civis pblicos podero ser utilizados por quaisquer aeronaves, sem distino de propriedade ou nacionalidade, mediante o nus da utilizao, salvo se, em razo da outorga ou por motivo operacional ou de segurana, houver restrio de uso para determinados tipos de aeronaves ou de servios areos.

SEO III

Do Aerdromo Civil Pblico Explorado em Regime Pblico

SUBSEO I

Dos Princpios Gerais da Regulao

Art. 42. Na regulao dos aerdromos civis pblicos explorados em regime pblico a autoridade de aviao civil objetivar, em especial:

I promover a modernizao e a expanso de capacidade das infraestruturas fsica e operacional existentes, bem como a intensificao da utilizao dessas infraestruturas;

II assegurar a todos os segmentos da aviao civil acesso adequado infraestrutura aeroporturia, estabelecendo critrios objetivos para alocao das reas aeroporturias em caso de escassez da infraestrutura;

III estabelecer regime tarifrio e de preos especficos que promova maior circulao de pessoas e intercmbio de bens e servios entre as regies do Pas e deste com o exterior, assegurando a eficincia na alocao e uso dos recursos dos aeroportos;

IV criar os incentivos corretos para que os administradores de aeroportos atendam a demanda de servios de infraestrutura aeroporturia de forma eficiente;

V estimular a administrao aeroporturia a investir em inovao e adaptao de produtos e servios;

VI induzir o repasse dos ganhos de produtividade para os usurios dos servios regulados, evitando que a administrao aeroporturia exija participao nos resultados financeiros dos concessionrios;

VII evitar que o ambiente de monoplio natural na prestao de servios de infraestrutura aeroporturia crie ineficincias estticas ou dinmicas, de modo a assegurar que no sejam cobrados preos acima dos custos marginais de longo prazo;

VIII assegurar igualdade de tratamento regulatrio, no que diz respeito qualidade e eficincia na prestao de servios entre aerdromos civis pblicos explorados sob regime pbico;

IX assegurar o cumprimento das normas pertinentes ao meio ambiente, de forma a garantir o desenvolvimento sustentvel da aviao civil;

X assegurar a implementao dos padres de segurana operacional e de segurana da aviao civil contra atos de interferncia ilcita.

SUBSEO II Da ConcessoArt. 43. A construo, administrao e explorao de aerdromoscivis pblicos em regime pblico ser realizada diretamente pela Unio ou mediante concesso, para pessoa jurdica de direito privado ou, ainda, mediante convnio de delegao para pessoa jurdica de direito pblico interno, para consrcio

pblico ou para entidade sob controle estatal federal, estadual, do DistritoFederal ou municipal.

Pargrafo nico. A concesso reger-se- por esta Lei e, no que for aplicvel, pela Lei que dispe sobre o regime de concesso e permisso da prestao de servios pblicos, e legislao complementar.

relativas:

Art. 44. So clusulas essenciais ao contrato de concesso as

I ao objeto e rea de explorao; II ao prazo do contrato;III ao modo, forma e condies da explorao;

IV aos critrios, indicadores, frmulas e parmetros definidores da qualidade dos servios aeroporturios, assim como s metas e prazos para o alcance de nveis adequados de prestao de servios;

V ao valor do contrato;

VI aos valores das tarifas e aos critrios e procedimentos de reviso e reajuste;

VII aos investimentos de responsabilidade do contratado;

VIII aos direitos e deveres dos usurios para a obteno dos servios, com as obrigaes correlatas do contratado e as sanes respectivas;

IX s responsabilidades das partes; X reverso de bens;XI aos direitos, garantias e obrigaes do poder concedente e da concessionria, inclusive os relacionados a necessidades futuras de suplementao, alterao e expanso do servio e consequente modernizao, aperfeioamento e ampliao das instalaes;

XII cesso de uso de reas e instalaes aeroporturias;

XIII forma de fiscalizao das instalaes, dos equipamentos e dos mtodos e prticas de execuo dos servios, bem como indicao dosrgos ou entidades competentes para exerc-las;

XIV s garantias para adequada execuo do contrato;

XV responsabilidade da concessionria pela inexecuo ou deficiente execuo dos servios;

XVI s hipteses de extino do contrato;

XVII- obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestao de informaes de interesse do poder concedente, da autoridade de aviao civil, da autoridade aeronutica e das demais autoridades com competncia para fiscalizar as atividades aeroporturias;

XVIII aos critrios para o clculo e a forma de pagamento das indenizaes eventualmente devidas concessionria;

XIX exigncia da publicao de demonstraes financeiras peridicas da concessionria em rgo da imprensa oficial;

XX adoo e ao cumprimento das medidas de controle e gerenciamento ambientais determinadas pelos Tratados, Convenes e Atos Internacionais celebrados por delegao do Poder Executivo, e aprovados pelo Congresso Nacional;

XXI s penalidades e sua forma de aplicao; e

contratuais.

XXII ao foro e ao modo amigvel de soluo de divergncias

SUBSEO III

Do Patrimnio do Aerdromo

Art. 45. Os aerdromos civis pblicos constituem universalidades, equiparadas a bens pblicos federais, enquanto mantida a sua destinao especfica, embora no tenha a Unio a propriedade de todos os imveis em que se situam.

1 Os Estados, o Distrito Federal, os Municpios, as entidades da Administrao Pblica ou particulares podero contribuir com imveis ou bens para a construo de aeroportos, mediante a constituio de patrimnio autnomo que ser considerado como universalidade.

2 Quando a Unio vier a desativar o aeroporto por se tornar desnecessrio, o uso dos bens referidos no 1 ser restitudo ao proprietrio, com as respectivas acesses.

SUBSEO IV

Da Administrao do Aeroporto

Art. 46. A administrao do aeroporto explorado em regime pblico exercida diretamente pela Unio ou, nos casos de concesso ou delegao, pela entidade concessionria ou delegatria da prestao de servios de infraestrutura aeroporturia.

Art. 47. Cabe administrao do aeroporto, denominada autoridade aeroporturia:

I cumprir e fazer cumprir a legislao aplicvel e as disposies dos instrumentos de outorga;

II fixar o horrio de funcionamento do aeroporto;

III estabelecer e divulgar, de acordo com as normas expedidas pela autoridade de aviao civil, a capacidade operacional do aeroporto;

IV elaborar e submeter aprovao das autoridades de aviao civil e de aeronutica, no mbito das respectivas competncias, ouvido previamente o Conselho de Administrao Aeroporturia, o Regulamento de Explorao do Aeroporto e os Planos Bsicos e Especficos de Zoneamento de Rudo e de Zonas de Proteo do Aeroporto;

V assegurar aos usurios a adequada prestao de servios de infraestrutura aeroporturia;

VI arrecadar os valores das tarifas relativas s suas atividades;

VII fiscalizar ou executar as obras de construo, reforma, ampliao, melhoramento e conservao das instalaes aeroporturias;

VIII fiscalizar as operaes aeroporturias, zelando pela realizao das atividades com regularidade, eficincia e segurana;

IX remover aeronaves ou cascos de aeronaves e demais veculos, equipamentos ou outros bens inoperantes que possam prejudicar a adequada realizao da prestao de servios de infraestrutura aeroporturia ou de qualquer forma limitar as operaes aeroporturias ou pr em risco a seguranada aviao, observado o disposto nos artigos. 136, 138 e 139 deste Cdigo;

aeronaves;

X autorizar os horrios planejados de pouso e decolagem de

XI reportar autoridade de aviao civil as infraes cometidas pelos usurios do aerdromo s normas legais e regulamentares de direito aeronutico, visando a instaurao de processo administrativo;

XII prestar apoio tcnico e administrativo ao Conselho deAdministrao Aeroporturia;

XIII prover a segurana da rea do aeroporto e das instalaes e equipamentos aeroporturios;

XIV coordenar e implementar aes e compartilhar informaes com os demais agentes que integram os sistemas de infraestrutura aeronutica, com vistas a otimizar e aumentar a eficincia do fluxo de pessoas e bens e a segurana da aviao;

XV assegurar a continuidade das operaes aeroporturias, garantindo, dentro das condies fsicas e operacionais exigidas, disponibilidade de infraestrutura aeroporturia, equipamentos e instalaes contidos na rea operacional do aerdromo e dos correspondentes servios;

Pargrafo nico. Compete, ainda, administrao do aeroporto: I sob coordenao da autoridade aeronutica:a) estabelecer os servios de comunicao e auxlios-rdio navegao area em rea de controle do aerdromo e os servios de informaes de voo do aeroporto, quando necessrios;

b) delimitar as reas destinadas a aeronaves militares e a aeronaves transportando cargas inflamveis ou explosivas;

II com apoio da autoridade aduaneira: delimitar as reas para carga e descarga de mercadorias importadas ou destinadas exportao, com vistas ao alfandegamento de instalaes aeroporturias e a organizao e a sinalizao do fluxo de mercadorias, veculos, unidades de cargas e pessoas;

III com apoio da autoridade de polcia federal: delimitar reas para o embarque e desembarque de passageiros com destino ou originados do exterior;

IV com apoio das autoridades de sade, de sanidade animal e vegetal e de polcia ambiental: delimitar as reas para carga e descarga de produtos que requeiram prvia inspeo ou sujeitas a restrio ambiental;

V sob coordenao da autoridade de investigao SIPAER: apoiar as investigaes de ocorrncias aeronuticas havidas na zona de proteo do aerdromo.

Art. 48. Decreto do Poder Executivo dispor sobre a autoridade federal que coordenar a atuao integrada dos rgos e entidades pblicos que devam atuar nos aeroportos, com a finalidade de garantir a eficincia e a qualidade de suas atividades.

SUBSEO V

Do Conselho de Administrao Aeroporturia

Art. 49. Ser institudo, em cada aeroporto explorado em regime pblico, um Conselho de Administrao Aeroporturia.

Pargrafo nico. Decreto do Poder Executivo dispor sobre as atribuies, o funcionamento e a composio do conselho, assegurando representao s autoridades que atuam no aeroporto, s empresas de transporte areo pblico, domsticas e internacionais, regulares, ou de Transporte Comercial Txi Areo, s empresas de servios auxiliares de transporte areo, aviao geral e s empresas com estabelecimentos comerciais no aeroporto.

Art. 50. O Conselho de Administrao Aeroporturia instituir uma Cmara de Conciliao e Arbitragem, assegurando representao empresa concessionria do aeroporto e s empresas concessionrias do uso de reas e instalaes aeroporturias, para a soluo de conflitos decorrentes da utilizao da infraestrutura aeroporturia.

SUBSEO VI

Da Utilizao de reas e Instalaes Aeroporturias

Art. 51. Os aeroportos explorados em regime pblico compreendem reas destinadas, especialmente:

I sua prpria administrao;

II ao pouso, decolagem, manobra e estacionamento de aeronaves;

cargas;

III ao atendimento e movimentao de passageiros, bagagens e

IV s empresas de transporte areo pblico regular ou por demanda;V aos terminais de carga area;VI aos rgos pblicos que, por disposio legal, devam funcionar nos aeroportos internacionais;

VII ao pblico usurio e estacionamento de seus veculos; VIII aos servios auxiliares de transporte areo;IX ao comrcio apropriado para o aeroporto;

X armazenagem de combustveis.

XI- s Oficinas de Manuteno Aeronutica

Art. 52. A utilizao de reas e instalaes aeroporturias far-se- mediante a formalizao de termo de cesso de uso, quando destinadas a autoridades com competncia para atuar no aeroporto, e de contrato de concesso de uso, nos demais casos.

1 O prazo de vigncia do contrato de concesso de uso no poder ultrapassar o prazo da outorga para a explorao do aerdromo, salvo nos casos em que o prazo remanescente da outorga no for suficiente para garantir viabilidade econmica ao empreendimento, mediante prvia e expressa anuncia da respectiva autoridade de aviao civil outorgante e ser renovado automaticamente, de acordo com as clusulas do contrato, enquanto a empresa mantiver sua autorizao de funcionamento vlida.

2 A anuncia prevista no 1 desde artigo fica condicionada anlise de convenincia e oportunidade da respectiva autoridade de aviao civil outorgante, sendo que os contratos cujos prazos ultrapassem o prazo da outorga devero prever remunerao peridica em parcelas iguais durante toda sua vigncia, sendo vedada a antecipao das parcelas que extrapolem o prazo da outorga.

3 Em qualquer hiptese, as benfeitorias ficaro incorporadas ao imvel e, findo o prazo, sero restitudas, juntamente com as reas, sem qualquer indenizao.

Art. 53. assegurada prioridade s empresas de transporte areo pblico regular na concesso de reas e instalaes aeroporturias destinadas s suas atividades de despacho de aeronaves, passageiros e respectivas bagagens, recebimento, armazenamento e despacho de carga e de bens transportados, carga e descarga de aeronaves, manuteno de aeronaves e servios correlatos, abrigo de aeronaves, armazenagem de combustveis para uso prprio, equipamentos de rampa e instalao de escritrio administrativo.Pargrafo nico. assegurada a prioridade s empresas de transporte areo publico de Transporte Comercial Txi Areo, para concesso das reas remanescentes.

Art. 54. No caso de aerdromos civis pblicos explorados porrgo pblico ou entidade sob controle estatal ser dispensada a realizao de licitao para a concesso da rea ou instalao para empresa de transporte areo pblico, exceto no caso em que mais de uma empresa manifestar interesse pela mesma rea ou instalao, hiptese na qual dever ser realizado processo de seleo simplificado, observado os princpios constitucionais da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficincia das operaes aeroporturias.

Pargrafo nico. Nos demais casos, a concesso de reas e instalaes aeroporturias ser precedida de licitao.

Art. 55. utilizao de reas e instalaes aeroporturias no se aplica a legislao sobre locaes.

SUBSEO VII Do Regime TarifrioArt. 56. A utilizao de reas, edifcios, instalaes, equipamentose servios do aerdromo estar sujeita ao pagamento referente aos preos que incidirem sobre a parte utilizada.

1 Os preos de que trata este artigo so pagos administrao do aeroporto e representados:

civil;

I por tarifas aeroporturias aprovadas pela autoridade de aviao

II por preos especficos estabelecidos pela autoridade aeroporturia para as reas civis do aerdromo.

2 Cabe autoridade de aviao civil, sempre que constatar abusos, regular os preos de que trata o inciso II do pargrafo anterior.

Art. 57. As tarifas aeroporturias a que se refere o art. 56 so assim denominadas e caracterizadas:

I tarifa de embarque: devida pela utilizao das instalaes e servios de despacho e embarque da Estao de Passageiros, incidindo sobre o passageiro do transporte areo;

II tarifa de conexo: devida pela utilizao das instalaes e servios de desembarque e reembarque na Estao de Passageiros, incidindo sobre o passageiro em conexo;

III tarifa de pouso: devida pela utilizao das reas e servios relacionados com as operaes de pouso, rolagem e estacionamento da aeronave, at trs horas aps o pouso, incidindo sobre o proprietrio ou explorador da aeronave;

IV tarifa de permanncia: devida pelo estacionamento da aeronave, alm das trs primeiras horas aps o pouso, incidindo sobre o proprietrio ou operador da aeronave;

V tarifa de armazenagem: devida ao titular do terminal de carga area pelo armazenamento das mercadorias e fixada de acordo com a relao entre o peso e o volume da mercadoria, incidindo sobre o consignatrio, ou o transportador no caso de carga area em trnsito;

VI tarifa de capatazia: devida ao prestador de servios de capatazia pela movimentao e manuseio das mercadorias a que se refere o inciso anterior e fixada de acordo com a relao entre o peso e o volume da mercadoria, incidindo sobre o consignatrio, ou o transportador no caso de carga area em trnsito.

Art. 58. Os preos especficos so devidos exclusivamente pela utilizao de reas, edifcios, instalaes, equipamentos, facilidades e servios no remunerados pelas tarifas aeroporturias e incidem sobre o usurio ou concessionrio destes servios, vedada a participao da administrao no resultado financeiro do usurio ou concessionrio.

Pargrafo nico. Os preos especficos devero ser mdicos e se pautar pelos critrios da razoabilidade, da transparncia e da no discriminao, devendo basear-se nos custos e levar em conta o aeroporto onde as reas se localizam, a localizao das reas no respectivo stio aeroporturio, as suas caractersticas e se so edificadas ou no.

Art. 59. Ficam isentos de pagamento: I da tarifa de embarque:a) os passageiros de aeronaves em voo de retorno, por motivos de ordem tcnica ou meteorolgica ou, ainda, em caso de acidente, por ocasio do reembarque;

b) os passageiros em trnsito;

c) os passageiros de menos de dois anos de idade;

d) os passageiros de aeronaves militares ou pblicas, nacionais;

e) os passageiros de aeronaves militares ou pblicas estrangeiras, quando em atendimento reciprocidade de tratamento;

f) os tripulantes de aeronaves, quando em servio, inclusive os tripulantes extras ou passe de tripulante em voos domsticos;

g) os investigadores da autoridade de investigao SIPAER, quando a servio de investigao SIPAER;

II da tarifa de conexo:

a) passageiros de aeronaves em voo de retorno, por motivo de ordem tcnica ou meteorolgica ou, ainda, em caso de acidente, por ocasio do reembarque;

b) passageiros com menos de dois anos de idade;

c) os tripulantes de aeronaves, quando em servio, inclusive os tripulantes extras ou passes de tripulantes em voos domsticos;

d) os investigadores da autoridade da autoridade de investigaoSIPAER, quando a servio de investigao SIPAER; III da tarifa de pouso:a) as aeronaves em voo de retorno, por motivo de ordem tcnica ou meteorolgica;

b) as aeronaves militares ou pblicas, nacionais;

c) as aeronaves militares ou pblicas estrangeiras, quando em atendimento reciprocidade de tratamento. d) as aeronaves em voos de instruo;

IV da tarifa de permanncia:

a) as aeronaves militares ou pblicas, nacionais;

b) as aeronaves militares ou pblicas, estrangeiras, quando em atendimento reciprocidade de tratamento;

c) as aeronaves em voos de instruo;

d) as demais aeronaves:

1pormotivodeordemmeteorolgica,peloprazodo impedimento;

2 em caso de acidente aeronutico, at a liberao da aeronave pela investigao SIPAER ou deciso judicial;

3 em caso de estacionamento em rea sob concesso de uso.

SEO IV

Da Explorao do Aerdromo Civil Privado Aberto ao Trfego Pblico

SUBSEO I

Dos Princpios Gerais da Regulao

Art. 60. Na regulao da explorao de aerdromo civil privado aberto ao trfego pblico em regime privado a autoridade de aviao civil objetivar:

I assegurar administrao do aerdromo liberdade na gesto da prestao dos servios de infraestrutura aeroporturia;

II assegurar administrao do aerdromo liberdade na fixao de tarifas e preos especficos pela utilizao de reas, instalaes, equipamentos e servios aeroporturios;

III buscar assegurar a todos os segmentos da aviao civil acesso adequado infraestrutura aeroporturia, promovendo a maior circulao de pessoas e intercmbio de bens e servios entre as regies do Pas;

IV criar os incentivos para que a administrao do aerdromo atenda demanda de servios de infraestrutura aeroporturia de forma eficiente;

V assegurar o cumprimento das normas pertinentes ao meio ambiente, de forma a garantir o desenvolvimento sustentvel da aviao civil;

VI assegurar a implementao dos requisitos de segurana operacional e de segurana da aviao civil contra atos de interferncia ilcita;

VII assegurar o cumprimento das normas do regulamento de explorao do aerdromo e dos respectivos planos de zoneamento de rudo, de zona de proteo de aerdromo e de zona de proteo de auxlios navegao area.

SUBSEO II Da AutorizaoArt. 61. A construo, administrao e explorao de aerdromo civil privado aberto ao trfego pblico em regime privado ser objeto de autorizao vinculada, formalizada mediante contrato de adeso, que conter as clusulas essenciais previstas no art.44 desta Lei, com exceo daquelas previstas em seus incisos II, V, VI, X, XI, XII, XVIII e XIX.

Pargrafo nico. A autorizao reger-se- por esta Lei, pelas demais normas legais e regulamentares aplicveis, pelas clusulas do correspondente contrato e, subsidiariamente, no que for aplicvel, pelas normas da Lei de Concesso da Prestao de Servios Pblicos.

Art. 62. A outorga da autorizao, observada a prevalncia do interesse pblico, poder restringir, fundamentadamente, a utilizao do aerdromo para a prestao de servios de transporte areo pblico regular ou por motivo de manifesta limitao operacional ou segurana da aviao civil.

Art. 63. A autorizao no ter sua vigncia sujeita a termo final, extinguindo-se somente por:

I renncia: ato formal unilateral, irrevogvel e irretratvel, em que o autorizatrio manifesta seu desinteresse pela autorizao;

autorizao;

II cassao, em caso de perda das condies indispensveis

III caducidade, em caso de descumprimento reiterado de compromissos assumidos ou de descumprimento de obrigaes legais ou regulamentares por parte do autorizatrio;

IV anulao da autorizao, judicial ou administrativamente, em caso de irregularidade insanvel da autorizao.

1 A extino da autorizao no ensejar pagamento de indenizao ao autorizatrio ou assuno pela Unio de responsabilidade em relao aos encargos, nus, obrigaes ou compromissos com terceiros ou com empregados do autorizatrio.

2 A renncia autorizao dever ser comunicada autoridade de aviao civil com antecedncia de, no mnimo, noventa dias.

3 A renncia no ensejar punio do autorizatrio e no o eximir do cumprimento de suas obrigaes com terceiros.

4 A extino da autorizao por cassao, caducidade ou anulao depender de procedimento prvio, assegurados o contraditrio e a ampla defesa.

5 Nos casos de cassao e caducidade, a autoridade de aviao civil dever, previamente instaurao do procedimento administrativo prprio, comunicar o autorizatrio sobre os inadimplementos ou descumprimentos constatados, fixando prazo para que os mesmos sejam sanados.

6 No sanados os inadimplementos ou descumprimentos, ser instaurado o procedimento administrativo para a declarao da caducidade ou cassao da autorizao, assegurado ao autorizatrio a ampla defesa e o contraditrio.

Art. 64. Os interessados em obter a autorizao podero requer-la autoridade de aviao civil em qualquer tempo.

1 O requerimento conter, obrigatoriamente:

I o ttulo de propriedade, de direito de superfcie, enfiteuse, usufruto, direito real de uso, ou de outro direito real compatvel com o objeto da autorizao e que lhe assegure a faculdade de usar ou gozar dos imveis que constituiro o stio aeroporturio, includos faixas de domnio, edificaes e terrenos relacionados explorao do aerdromo;

II os documentos necessrios para aferir a capacidade tcnica, a idoneidade financeira e a regularidade jurdica e fiscal do proponente, os estudos preliminares de viabilidade tcnica e econmico-financeira do empreendimento e os elementos do projeto bsico que permitam sua plena caracterizao;

III outros documentos previstos em regulamento.

2 Recebido o requerimento, a autoridade de aviao civil dever, no prazo de noventa dias, promover a abertura de processo de chamamento pblico, com prazo de trinta dias, para que outros eventuais interessados manifestem interesse na obteno de autorizao na mesma regio e com caractersticas semelhantes.

Art. 65. Encerrado o processo de chamamento pblico, a autoridade de aviao civil, no prazo de cento e oitenta dias, dever analisar a viabilidade do requerimento e sua adequao s diretrizes da Poltica Nacional de Aviao Civil.

1 Observado o disposto em regulamento, a autorizao poderser diretamente outorgada quando:

I o processo de chamamento pblico seja concludo com a participao de um nico interessado;

II havendo mais de uma proposta e caso no haja impedimento locacional implantao de todas elas de maneira concomitante.

2 Havendo mais de uma proposta e impedimento locacional que inviabilize sua implantao de maneira conjunta, a autoridade de aviao civil dever, no prazo de noventa dias, promover processo seletivo pblico, observados os princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

3 O processo seletivo pblico de que trata o 2 atender ao disposto no regulamento e considerar como critrio de julgamento a maior capacidade de movimentao de passageiros e carga, sem prejuzo da escolha fundamentada de outros critrios que melhor atendam o interesse pblico.

4 Atendidas as normas legais e regulamentares pertinentes, a autorizao vinculada ser formalizada mediante contrato de adeso.

Art. 66. Sem prejuzo do disposto no art. 62 deste Cdigo, os aerdromos civis privados abertos ao trfego pblico explorados em regime privado podero ser utilizados por quaisquer aeronaves, sem distino de propriedade ou nacionalidade, desde que assumam o nus da utilizao.

Art. 67. A autorizao no confere quaisquer garantias ao autorizatrio, que a executar por sua conta e risco, alm de no assegurar quaisquer obrigaes por parte do Poder Pblico de disponibilidade de capacidade de trfego areo e de investimentos na infraestrutura de acesso ao aerdromo.

SEO V

Da Construo e Utilizao de Aerdromo Civil Privado

Art. 68. A construo e a operao de aerdromo civil privado destinado ao uso particular do proprietrio, isoladamente ou em condomnio com outros proprietrios, ou de terceiros com permisso do proprietrio, ser precedida de registro junto autoridade de aviao civil, formalizado por meio de ato administrativo prprio, se o objetivo for coloca-lo nas publicaes aeronuticas.Pargrafo nico. O aerdromo civil privado que diste mais de 9 km de um aeroporto cujo proprietrio no pretenda que o aerdromo conste das publicaes aeronuticas, no necessita de projeto aprovado nem de autorizao prvia e ser objeto de um cadastro simples.

SEO VI

Das Zonas de Proteo dos Aerdromos

Art. 69. As propriedades vizinhas dos aerdromos civis pblicos, das instalaes de auxlio navegao area e de rotas de voo visual ou por instrumentos esto sujeitas a restries especiais.

Pargrafo nico. As restries a que se refere este artigo so relativas ao uso das propriedades, tais como:

I edificaes;II instalaes, inclusive que possam atrair a fauna; III culturas agrcolas, temporrias ou permanentes;

mveis;

IV objetos de natureza permanente ou temporria, fixos ou

V instalaes de fabricao ou armazenamento de material explosivo ou inflamvel, que possam causar exploses, irradiaes, fumaa ou emanaes;

VI quaisquer outras edificaes, instalaes ou atividades que possam embaraar as operaes de aeronaves ou causar interferncia nos sinais dos auxlios navegao area ou dificultar a visibilidade de auxlios visuais.

Art. 70. As restries de que trata o art. 69 deste Cdigo so as especificadas pelos planos de zona de proteo e de zoneamento de rudo, pelasreas de segurana aeroporturia e pelo programa nacional de gerenciamento derisco da fauna.

1 Os planos de zonas de proteo sero elaborados pela autoridade aeroporturia do respectivo aeroporto e aprovados por ato da autoridade aeronutica.

2 Os planos de zoneamento de rudo sero elaborados pela autoridade aeroporturia do respectivo aeroporto com base nas curvas de rudo aprovadas por ato da autoridade de aviao civil.

3 Cabe ao agente pblico municipal compatibilizar o uso do solo das reas delimitadas pelas curvas de rudo s restries de uso aplicveis, a fim de garantir o desenvolvimento harmnico do aeroporto e do seu entorno.

4 As administraes pblicas municipais devero compatibilizar o zoneamento do uso do solo nas reas vizinhas aos aeroportos s restries especiais constantes dos planos de zona de proteo, de zoneamento de rudo e de rea de segurana dos aeroportos e dos aerdromos militares, s restries e recomendaes constantes do Programa Nacional de Gerenciamento de Risco de Fauna.

5 As restries especiais que forem estabelecidas aplicarseo a quaisquer bens, quer privados ou pblicos, em rea urbana ou rural, at o limite da rea de segurana dos aeroportos e dos aerdromos militares, no que concerne ao controle de focos atrativos que contribuam para a presena de fauna.

6 A responsabilidade pela instalao, operao e manuteno dos equipamentos de sinalizao de obstculos ser do proprietrio, titular do domnio til ou possuidor das propriedades a que se refere o art. 69 deste Cdigo.

7 A omisso do agente pblico municipal em aplicar as restries dos planos de zonas de proteo, do plano de zoneamento de rudo e do Programa Nacional de Gerenciamento do Risco de Fauna, na forma deste artigo, sujeita o infrator s sanes da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992, bem comodo inciso XIV, do art. 1, do DecretoLei n 201, de 27 de fevereiro de 1967.

Art. 71. A autoridade aeronutica poder embargar a obra ou construo de qualquer natureza que contrarie os planos de zona de proteo de cada aeroporto, ou exigir a eliminao dos obstculos levantados em desacordo com os referidos planos, posteriormente sua publicao, por conta e risco do infrator, que no poder reclamar qualquer indenizao.

Pargrafo nico. Quando as restries estabelecidas impuserem demolies de obstculos levantados antes da publicao dos planos de zonas de proteo, o proprietrio ter direito indenizao.

Art. 72. A autoridade aeronutica poder impor multa diria para obteno do cumprimento das restries especiais ou medidas a que se refere esta Seo, em valor suficiente ou compatvel com a obrigao, fixando-lhe prazo razovel para o cumprimento do preceito.

CAPTULO III

Do Sistema de Gerenciamento do Espao Areo

SEO I

Das Atividades de Gerenciamento do Espao Areo

Art. 73. O Sistema de Gerenciamento do Espao Areo visa regularidade, segurana e eficincia do fluxo de trfego no espao areo, abrangendo as seguintes atividades:

I vigilncia do espao areo;

area;

II telecomunicaes aeronuticas e dos auxlios navegao

III gerenciamento do trfego areo; IV meteorologia aeronutica;V cartografia aeronutica;

VI informaes aeronuticas;

aerdromos;

VIIregulaoefiscalizaodosplanosdeproteoaos

VIII busca e salvamento; IX inspeo em voo;X coordenao e fiscalizao do ensino tcnico especfico.

1 O servio de telecomunicaes aeronuticas classifica-se em: I fixo aeronutico;II mvel aeronutico;

III de radionavegao aeronutica; IV de radiodifuso aeronutica;V mvel aeronutico por satlite;

VI de radionavegao aeronutica por satlite.

operado:

2 O servio de telecomunicaes aeronuticas poder ser

I diretamente pelo Comando da Aeronutica;

II mediante autorizao para pessoas jurdicas ou fsicas dedicadas s atividades areas, em relao s estaes prestadoras de servios de telecomunicaes e de trfego areo.

SEO II

Da Coordenao de Busca, Assistncia e Salvamento

Art. 74. As atividades de gerenciamento do espao areo abrangem a coordenao de busca, assistncia e salvamento.

Art. 75. O Comandante da aeronave obrigado a prestar assistncia a quem se encontrar em perigo de vida no mar, no ar ou em terra, desde que o possa fazer sem perigo para a aeronave, sua tripulao, seus passageiros ou outras pessoas.

Art. 76. Todo Comandante de navio, no mar, e qualquer pessoa, em terra, so obrigados, desde que o possam fazer sem risco para si ou outras pessoas, a prestar assistncia a quem estiver em perigo de vida, em consequncia de queda ou avaria de aeronave.

Art. 77. A assistncia poder consistir em simples informao.

Art. 78. A obrigao de prestar socorro, sempre que possvel, recai sobre aeronave em voo ou pronta para decolar.

Art. 79. Na hiptese de o rgo encarregado de coordenar as operaes de busca e salvamento no dispor dos recursos necessrios para a prestao do socorro, poder, a seu critrio, requisitar a prestao do servio a qualquer aeronave, pblica ou privada.

1 Caso a requisio recaia sobre aeronave privada, o proprietrio ou explorador da aeronave ter direito remunerao, pela Unio, dos servios prestados, em valor calculado nos termos do art. 83 deste Cdigo.

2 Cessam os efeitos da requisio desde a cincia, pelo requisitado, de que o socorro foi prestado por outrem ou quando dispensado pelorgo requisitante.

Art. 80. A no prestao de assistncia por deciso exclusiva do Comandante exonera de responsabilidade o proprietrio ou explorador da aeronave.

Art. 81. Toda assistncia que resultar em salvamento de pessoas ou de bens transportados dar direito remunerao correspondente ao tempo empregado, s despesas e aos prejuzos suportados tendo em conta a situao especial do assistente, assim como ao valor das coisas recuperadas.

Pargrafo nico. No haver remunerao quando o socorro for prestado por aeronave pblica.

Art. 82. O proprietrio ou armador do navio conserva o direito de se prevalecer do abandono, ou da limitao de responsabilidade fixada nas leis e atos internacionais em vigor.

Art. 83. Todo aquele que, por imprudncia, negligncia ou transgresso, provocar a movimentao desnecessria de recursos de busca e salvamento ficar obrigado a indenizar a Unio pelas despesas decorrentes dessa movimentao, mesmo que no tenha havido perigo de vida ou solicitao de socorro.

Art. 84. Prestada assistncia voluntria, aquele que a prestou somente ter direito remunerao se obtiver resultado til, salvando pessoas ou concorrendo para salv-las.

Art. 85. Cabe ao proprietrio ou explorador indenizar a quem prestar assistncia a passageiro ou tripulante de sua aeronave.

Art. 86. Se o socorro for prestado por diversas aeronaves, embarcaes, veculos ou pessoas envolvendo vrios interessados, a remunerao ser fixada em conjunto pelo Juiz, e distribuda segundo os critrios estabelecidos neste artigo.

1 Os interessados devem fazer valer seus direitos remunerao no prazo de seis meses, contado do dia do socorro.

2 Decorrido o prazo, proceder-se- ao rateio.

3 Os interessados que deixarem fluir o prazo estabelecido no 1 deste artigo sem fazer valer seus direitos ou notificar os obrigados, s podero exercit-los sobre as importncias que no tiverem sido distribudas.

Art. 87. No caso de salvamento de carga, a remunerao no exceder o valor que os bens recuperados tiverem no final das operaes de salvamento.

Art. 88. O pagamento da remunerao ser obrigatrio para quem usar aeronave sem o consentimento do seu proprietrio ou explorador.

Pargrafo nico. Provada a negligncia do proprietrio ou explorador, estes respondero, solidariamente, pela remunerao.

Art. 89. A remunerao poder ser reduzida ou suprimida se provado que:

I os reclamantes concorreram voluntariamente ou por negligncia para agravar a situao de pessoas ou bens a serem socorridos;

II se, comprovadamente, furtaram ou tornaram-se cmplices de furto, extravio ou atos fraudulentos.

Art. 90. O proprietrio ou explorador da aeronave que prestou socorro pode reter a carga at ser paga a cota que lhe corresponde da remunerao da assistncia ou salvamento, mediante entendimento com o proprietrio da mesma ou com a seguradora.

CAPTULO IV

Do Sistema de Segurana de Voo

SEO I

Dos Regulamentos e Requisitos de Segurana de Voo

Art. 91. Compete autoridade de aviao civil promover a segurana de voo, devendo estabelecer requisitos e padres mnimos de segurana relativos a:

I aeronaves, motores, hlices e demais componentes aeronuticos, inclusive com respeito ao projeto, construo, inspeo, manuteno, ao reparo e sua operao;

II aeroportos, facilitao do transporte e segurana contra atos de interferncia ilcita, produtos perigosos, rudo aeronutico e emisso de poluentes atmosfricos da aviao civil;

III equipamentos empregados no controle do espao areo;

IV pessoas fsicas ou jurdicas envolvidas nas atividades previstas nos incisos anteriores.

Art. 92. Os requisitos e padres mnimos de segurana sero estabelecidos em regulamentos publicados pela autoridade de aviao civil, podendo variar em razo do tipo ou destinao do produto aeronutico e do risco aceitvel para o tipo de operao pretendida. 1 Para os fins previstos neste artigo considera-se:I - aeronave certificada: aquela que comprovou atender aos requisitos de aeronavegabilidade e obteve o Certificado de Homologao de Tipo;II - aeronave no certificada: toda a aeronave que no foi submetida ao processo de certificao. 2 As aeronaves no certificadas, definidas no inciso II do pargrafo anterior subdividem-se em:I - aeronave de categoria experimental: a aeronave destinada a propsitos especficos, tais como pesquisa e desenvolvimento, demonstrao de cumprimento com requisitos, exibio, construo amadora, de projeto prprio ou adquirido, e demais propsitos definidos pela autoridade de aviao civil;II - aeronave de categoria especial que inclui:a) militares retiradas de servio;b) homologadas modificadas;c) homologadas por autoridade de aviao civil, fora do Brasil, mas sem interesse de uso comercial no Brasil;d) montadas a partir de kits, importados ou fabricados no Brasil exclusivamente por pessoa jurdica que tenha seu Corpo Tcnico e Sistema de Controle de Qualidade aceito pela Autoridade de Aviaao Civil. O uso destas aeronaves ser exclusivamente privado, a menos que autorizado de forma diferente pela Autoridade de Aviao Civil.e) Aeronaves Leves Esportivas que foram aprovadas pela AAC

Art 93. Para a realizar o Servio de Transporte Areo Pblico somente podero ser usadas aeronaves, motores, hlices e demais componentes aeronuticos que observem os padres e requisitos previstos nos Regulamentos de que trata o artigo anterior.1 Para o uso no transporte privado, esporte e laser, poder a autoridade de aviao civil autorizar o uso de aeronaves, motores, hlices e demais componentes no certificadas (homologadas). 2 Compete autoridade de aviao civil regulamentar a construo, operao e emisso de Certificado de Marca Experimental e de Autorizao de Voo Experimental para as aeronaves experimentais e os Certificados de Marca Especial e de Voo Especial para as aeronaves de Categoria Especial. 3 As demais aeronaves no certificadas sero registradas na categoria de operao especial e no podero ser usadas no transporte areo de pessoas e cargas, no Servio Areo Especializado ou outra atividade com fins lucrativos.

Art. 94. Considerase aeronave experimental aquelas destinadas a propsitos especficos, tais como pesquisa e desenvolvimento, demonstrao de cumprimento com requisitos, construo amadora e demais propsitos definidos pela autoridade de aviao civil.

Pargrafo nico. Cabe autoridade de aviao civil estabelecer as condies para a emisso de certificados de marca e aeronavegabilidade para aeronaves experimentais.

Art. 95. Fica autorizada a montagem/fabricao e venda com finalidade econmica, por pessoas jurdicas que tenham seu Corpo Tcnico e Sistema de Controle de Qualidade aceitos pela AAC: 1 de kits de fabricao prpria ou importados de modelos que tenham, pelo menos um exemplar, demonstrado em voo no apresentar caractersticas de voo indesejveis 2 aeronaves leves esportivas com certificado de autorizao de voo experimental, cujo fabricante tenha tido, no Brasil, um certificado de aeronavegabilidade especial na categoria leve esportiva para uma aeronave da mesma marca e modelo. 3 Aeronaves que no se enquadrem na categoria leve esportiva e cujas empresas estejam participando de programas de certificao devidamente autorizadas pela Autoridade de Aviao Civil.

SEO II

Dos Certificados de Tipo

Art. 96. A autoridade de aviao civil emitir os seguintes certificados, desde que satisfeitas as exigncias e requisitos previstos em regulamentos especficos:

I certificado de tipo de aeronave; II certificado de tipo de motores; III certificado de tipo de hlices;IV certificado de tipo de outros produtos aeronuticos; V certificado de organizao de projeto;VI certificado de organizao de fabricao; e

VII certificado de homologao de empresa destinada execuo de servios de reparo e manuteno de aeronave, motores, hlices e outros produtos aeronuticos.

1 Qualquer pessoa interessada pode requerer o certificado de que trata este artigo, observados os procedimentos regulamentares.

2 A emisso de certificado de tipo de aeronave indispensvel obteno do certificado de aeronavegabilidade, exceto nas hipteses sujeitas emisso de certificado de aeronavegabilidade especial.

3 O disposto nos 1 e 2 deste artigo aplicase tambm aos produtos aeronuticos importados, os quais devero receber o certificado correspondente no Brasil.

4 O rito, as responsabilidades e os prazos para emisso, renovao, emenda, alterao, cancelamento, cassao, ou aprovao dos certificados previstos neste Cdigo, ou de emendas a estes, devero ser regulamentados por ato normativo expedido pela autoridade de aviao civil.

5 facultado autoridade de aviao civil realizar auditoria nos sistemas certificados na forma prevista em regulamento especfico, para avaliar se os mesmos cumprem os requisitos, processos e padres mnimos de segurana exigidos nos regulamentos aplicveis.

Art. 97. assegurada s pessoas jurdicas que demonstrem qualificao tcnica, nos termos estabelecidos em regulamento expedido pela autoridade de aviao civil, a obteno de certificado de organizao de projeto ou de certificado de organizao de fabricao.

1 O certificado de organizao de projeto tem por finalidade atestar que seu detentor possui um sistema capaz de desenvolver projetos de aeronaves, motores, hlices ou demais partes, peas e componentes aeronuticos que cumprem com os requisitos e padres de segurana estabelecidos pela autoridade de aviao civil.

2 O certificado de organizao de fabricao tem por finalidade atestar que seu detentor possui um sistema de fabricao e controle que assegure que toda unidade fabricada estar conforme o projeto de tipo aprovado.

3 A autoridade de aviao civil emitir as aprovaes e os certificados previstos neste Cdigo, ou emendas a estes e, para tanto, aceitar, sem exigncias ou comprovaes adicionais, a documentao comprobatria fornecida pela pessoa jurdica certificada nos termos desse artigo.

4 Caso a pessoa jurdica desenvolvedora de projetos ou a pessoa jurdica fabricante no seja a pessoa jurdica detentora dos certificados de organizao de projetos ou de organizao de fabricao, respectivamente,

ambas as pessoas jurdicas sero civil e solidariamente responsveis pela documentao referida no 3 deste artigo.

5 facultado autoridade de aviao civil realizar auditoria nos sistemas certificados na forma deste artigo, para avaliar se os mesmos cumprem os requisitos e padres mnimos de segurana exigidos nos regulamentos aplicveis.

Art. 98. Qualquer interessado em fabricar produto aeronutico com projeto j certificado deve requerer o correspondente certificado de fabricao autoridade de aviao civil ou entidade certificadora de que trata o artigo anterior.

Art. 99. A autoridade de aviao civil emitir certificados de empresa destinada execuo de servios de reparo e manuteno de aeronave, motores, hlices e outros produtos aeronuticos.

Art 100. Todo proprietrio, explorador ou operador de aeronave certificada deve executar ou fazer executar os servios de reviso , reparo e manuteno de aeronaves, motores, hlices e demais produtos aeronuticos em pessoas jurdicas certificadas ou em conformidade com as regras estabelecidas em regulamento emitido pela autoridade de aviao civil, a fim de manter a Aeronavegabilidade do produto aeronutico.1 - Todo proprietrio de aeronave de Categoria Especial deve executar ou fazer executar os servios de reviso , reparo e manuteno de motores e hlices em pessoas jurdicas certificadas, nos fabricantes, com mecnicos habilitados ou em conformidade com as regras estabelecidas em regulamento emitido pela autoridade de aviao civil, a fim de manter a Aeronavegabilidade do produto aeronutico.

2 A autoridade de aviao civil poder suspender ou cancelar o certificado de aeronavegabilidade se constatar a falta de adequada manuteno.

SEO III

Das Aeronaves No-Tripuladas

Art. 101. Compete autoridade de aviao civil regulamentar a operao e a emisso de certificados para a autorizao de voo de aeronaves no tripuladas, incluindo os sistemas envolvidos na operao, estabelecendo, especialmente:

I os requisitos e padres mnimos de segurana utilizados para a emisso de certificados, de acordo com as categorias das aeronaves no tripuladas e sistemas envolvidos na operao das mesmas;

II as exigncias para o operador, podendo, para esta finalidade, convalidar licenas e habilitaes de pilotos de avio ou de helicptero.

Pargrafo nico. Compete autoridade aeronutica regulamentar as condies para autorizao de voo.

CAPTULO V

Sistema de Registro de Aviao Civil Brasileiro

SEO I

Do Registro de Aviao Civil Brasileiro

Art. 102. O Registro de Aviao Civil Brasileiro pblico, nico e centralizado, destinando-se averbao de documentos relacionados a aeronave, motores e demais bens aeronuticos.

Art. 103. Cabe ao Registro de Aviao Civil Brasileiro:

I emitir certificados de matrcula e de nacionalidade de aeronaves sujeitas legislao brasileira;

II reconhecer a aquisio do domnio na transferncia por ato entre vivos, ressalvado o disposto no inciso VI do art. 159 deste Cdigo, de direitos de uso e direitos reais de gozo e garantia, quando se tratar de matria regulada por este Cdigo;

III assegurar a autenticidade, inalterabilidade e conservao de documentos inscritos e arquivados;

IV garantir publicidade em relao aos documentos averbados, nos termos da lei que dispe sobre registros pblicos;

V prestar informaes e emitir certificados, sempre que solicitado por qualquer interessado, na qualidade de registro competente para a constituio de direitos sobre bens aeronuticos;

VI promover o cadastramento geral de aeronaves;

VII atuar como ponto de entrada autorizador para transmisso de informaes ao Registro Internacional, nos termos da Conveno da Cidade do Cabo e respectivo Protocolo.

1 O Registro de Aviao Civil Brasileiro ser regulamentado pela autoridade de aviao civil, observadas as regras e recomendaes previstas em Tratados, Convenes ou Atos Internacionais firmados pela Repblica Federativa do Brasil.

2 -Para o registro de aeronaves no-certificadas o Registro de Aviao Civil Brasileiro poder estabelecer um procedimento simplificado para a emisso dos Certificados de Marca Especial e Certificados de Autorizao de voo Especial.

3 - A emisso dos certificados de aeronavegabilidade decorrentes dos atos do Registro de Aviao Civil Brasileiro ocorrer de acordo com as normas estabelecidas neste Cdigo e em regulamentos expedidos pela autoridade de aviao civil.

Art. 104. Somente so admitidos a registro:

brasileiros;

I escrituras pblicas, inclusive as lavradas em consulados

II documentos particulares, com f pblica, assinados pelas partes e testemunhas;

III atos autnticos de pases estrangeiros, feitos de acordo com as leis locais, legalizados e traduzidos, na forma da lei, assim como sentenas proferidas por tribunais estrangeiros, aps sua homologao pela autoridade judiciria brasileira competente;

IV cartas de sentena, formais de partilha, certides e mandados extrados de autos de processo judicial.

Art. 105. No Registro de Aviao Civil Brasileiro sero realizadas:

I a matrcula de aeronave, em livro prprio, por ocasio de primeiro registro no Pas, mediante os elementos constantes do ttulo apresentado e da matrcula anterior, se houver;

II o registro de motores, em livro prprio, por ocasio do primeiro registro no Pas, mediante os elementos constantes do ttulo apresentado e do registro anterior, se houver, sendo facultado o registro;

III a inscrio:

a) de ttulos, instrumentos ou documentos em que se institua, reconhea, transfira, modifique ou extinga a propriedade, posse ou demais direitos reais sobre aeronave;

b) de documentos relativos a abandono, perda, extino ou alterao essencial de aeronaves e motores;

c) de atos ou contratos de explorao ou utilizao, assim como de arresto, sequestro, penhora e apreenso de aeronaves e motores;

d) da autorizao irrevogvel de cancelamento de matrcula e solicitao de exportao em favor do credor detentor de garantia real ou de pessoa por ele habilitada para esse fim, nos termos estabelecidos no Decreto n8.008, de 15 de maio de 2013.

IV a averbao na matrcula da aeronave ou no registro de motores e respectivo certificado de aeronavegabilidade e de matrcula, das alteraes que vierem a ser inscritas, assim como dos contratos de explorao, utilizao ou garantia;

V a anotao de usos e prticas aeronuticas que no contrariem a lei, a ordem pblica e os bons costumes.

Pargrafo nico. O registro de motores de que trata o inciso II docaput facultativo.

Art. 106. Poder ser cancelada matrcula de aeronave e o registro de motores, mediante pedido escrito do proprietrio, sempre que no estejam gravados a aeronave ou os motores, e com o consentimento por escrito do respectivo credor fiducirio, hipotecrio ou daquele em favor de quem constarnus real.

1 O credor detentor de uma autorizao irrevogvel de cancelamento de matrcula e solicitao de exportao, devidamente inscrita no Registro de Aviao Civil Brasileiro, poder requerer o cancelamento da matrcula da aeronave, nos termos previstos neste Cdigo e no Decreto n 8.008, de 15 de maio de 2013.

2 Nenhuma aeronave brasileira poder ser transferida para o exterior se for objeto de garantia, salvo com a expressa concordncia do credor.

Art. 107. Os emolumentos, relativos ao registro, sero pagos pelo interessado, em conformidade com as normas expedidas pela autoridade de aviao civil.

SEO II

Do Procedimento de Registro de Aeronaves

Art. 108. Todos os ttulos levados a registro recebero no Protocolo do Registro de Aviao Civil Brasileiro o nmero de ordem de apresentao e a data da sua prenotao.

Art. 109. O nmero de ordem determinar a prioridade do ttulo, a ordem e preferncia dos direitos dependentes do registro.

Art. 110. O ttulo de natureza particular, apresentado em uma svia, ser arquivado no Registro de Aviao Civil Brasileiro, que, mediante requisio, fornecer certido do mesmo ao interessado.

autenticada.

1 A certido ser lavrada em inteiro teor e devidamente

2 Qualquer pessoa pode requerer a certido sem informar o motivo ou o fim a que se destina, desde que utilize os meios adequados e mediante pagamento dos emolumentos estabelecidos.

Art. 111. Protocolizado o ttulo, proceder-se- aos registros, prevalecendo, para efeito de prioridade, os ttulos prenotados no Protocolo sob nmero de ordem mais baixo, ressalvadas as regras de prioridade previstas no Decreto n 8.008, de 15 de maio de 2013.

Art. 112. Cessaro automaticamente os efeitos da prenotao se, decorridos noventa dias do seu lanamento no Protocolo, o ttulo no tiver sido registrado por omisso ou oposio do interessado em atender s exigncias legais.

Art. 113. O Poder Executivo regulamentar a utilizao da autorizao irrevogvel de cancelamento de matrcula e solicitao de exportao junto s autoridades aduaneiras brasileiras, com observncia s obrigaes contradas no mbito do Decreto n 8.008, de 15 de maio de 2013, para que se assegure ao proprietrio ou credor no estabelecido no Brasil a

realizao de todos os atos necessrios ao despacho aduaneiro de exportao em nome prprio, ou de terceiro por ele indicado.

1 O Registro de Aviao Civil Brasileiro efetuar o cancelamento de matrcula, em at cinco dias teis contados da data em que for notificado pelo solicitante, quando a solicitao de cancelamento for submetida nos termos do Decreto n 8.008, de 15 de maio de 2013, e mediante uma autorizao registrada e irrevogvel de cancelamento da matrcula e de exportao.

2 As autoridades aduaneiras e fiscais emitiro todos os documentos necessrios para exportao, em at cinco dias teis contados da data em que forem notificadas pelo solicitante, quando a solicitao de exportao for submetida nos termos do Decreto n 8.008, de 15 de maio de2013, e mediante uma autorizao registrada e irrevogvel de cancelamento damatrcula e de exportao.

CAPTULO VI

Do Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos

SEO I Disposies GeraisArt. 114. Cabe ao Sistema de Investigao e Preveno deAcidentes Aeronuticos (SIPAER) planejar, orientar, coordenar, controlar e executar as atividades de investigao e preveno de ocorrncias aeronuticas envolvendo aeronaves civis e militares. 1- Para efeitos deste Cdigo, ocorrncia aeronutica qualquer ocorrncia que envolva aparelhos definidos como : aeronave: , por este cdigo, quando a operao da mesma envolver inteno de voo. 2- No mbito da aviao civil, as atividades de preveno de competncia da autoridade de investigao SIPAER limitam-se s investigaes de ocorrncias aeronuticas e as relativas gesto de sistemas de reporte voluntrio estabelecidos em norma do SIPAER, sendo as demais atividades de competncia da autoridade de aviao civil.

Art. 115. A preveno de acidentes aeronuticos obrigao exigvel de todas as pessoas, naturais ou jurdicas, envolvidas com o projeto, a fabricao, a manuteno, a operao ou a circulao de aeronaves no territrio nacional e no espao areo brasileiro.

Pargrafo nico. As recomendaes de segurana, oriundas de investigao SIPAER ou de uma ao de preveno, so baseadas no princpio da mxima eficcia preventiva, tendo, exclusivamente, carter preventivo ou corretivo, alm de no constiturem presuno de culpa ou fundamento para responsabilizao no mbito administrativo, civil ou penal.

Art. 116. Toda pessoa que tiver conhecimento de qualquer acidente aeronutico ou da existncia de restos ou despojos de aeronave tem o dever de comunic-lo autoridade pblica mais prxima e pelo meio mais rpido.

Pargrafo nico. A autoridade pblica que tiver conhecimento do fato ou nele intervier, comunic-lo- imediatamente, sob pena de responsabilidade por negligncia, autoridade de investigao SIPAER, diretamente ou por intermdio da autoridade aeronutica, da autoridade de aviao civil ou do administrador do aeroporto.

Art. 117. No caso de acidente ou incidente aeronutico relacionado ao propsito de um ensaio realizado por uma entidade de projeto ou pelo fabricante de produto aeronutico a notificao da ocorrncia poder ser suprimida.

Pargrafo nico. A classificao do evento ser realizada pelo fabricante, conforme critrio estabelecido pela autoridade de investigao SIPAER.

SEO II

Da Investigao SIPAER

Art. 118. A investigao de acidentes e incidentes aeronuticos, denominada investigao SIPAER, tem por objetivo a preveno de outros acidentes ou incidentes aeronuticos, mediante a identificao dos fatores que tenham contribudo, direta ou indiretamente, ou que possam ter contribudo, para a ocorrncia, e, quando pertinente, a emisso de recomendaes de segurana.

Pargrafo nico. Em qualquer fase da investigao, podero ser emitidas recomendaes de segurana.

Art. 119. A investigao SIPAER englobar prticas, tcnicas, processos, procedimentos e mtodos empregados para a identificao de atos, condies ou circunstncias que, isolada ou conjuntamente, representem risco

integridade de pessoas, aeronaves e outros bens, unicamente em proveito da preveno de ocorrncias aeronuticas.

Pargrafo nico. A investigao SIPAER poder considerar fatos, hipteses e precedentes conhecidos na identificao dos possveis fatores que contriburem para a ocorrncia ou o agravamento das suas consequncias.

Art. 120. A autoridade encarregada da investigao SIPAER poder decidir por no realiz-la ou interromp-la, quando:I as circunstncias relacionadas ocorrncia indicarem que a investigao no trar proveito preveno de novas ocorrncias; ouII as caractersticas do local em que se consumou a ocorrncia ou as circunstncias a ela relacionadas expuserem os investigadores a risco no aceitvel.III- Na investigao de ocorrncias aeronuticas envolvendo aeronaves no certificadas, a autoridade encarregada da investigao SIPAER dever faz-la em coordenao com a Entidade Nacional que se ocupa do tipo de anv envolvida.

Art. 121. A investigao SIPAER de uma determinada ocorrncia dever desenvolver-se de forma independente de quaisquer outras investigaes sobre o mesmo evento, sendo vedada a participao nestas de pessoa que esteja participando ou tenha participado da primeira.

Art. 122. A investigao SIPAER no impedir a instaurao nem suprir a necessidade de outras investigaes, inclusive para fins de preveno, e ter precedncia sobre os procedimentos concomitantes ou no das demais investigaes no tocante ao acesso e guarda de itens de interesse da investigao.

Art. 123. Na hiptese de ser constatado, no curso de investigao SIPAER, indcio de crime relacionado ou no cadeia de eventos do acidente, comunicar-se- o fato autoridade policial competente.

Art. 124. Mediante pedido da autoridade policial ou judicial, a autoridade de investigao SIPAER colocar especialistas disposio para os exames necessrios s diligncias sobre acidente aeronutico com aeronave civil, desde que:

I no exista, no quadro de pessoal do rgo solicitante, tcnico capacitado ou equipamento apropriado para os exames requeridos;

II a autoridade solicitante especifique os exames a serem feitos;

III exista, no quadro de pessoal da autoridade aeronutica a servio do SIPAER, tcnico capacitado e equipamento apropriado para osexames requeridos;

solicitao.

IV a entidade solicitante custeie todas as despesas decorrentes da

Pargrafo nico. O pessoal colocado disposio pela autoridade de i

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