palestra: macroeconomia e cenários - sistema ocepar · no médio prazo regras vão mudar ....

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Palestra: Macroeconomia e Cenários Prof. Antônio Lanzana

2012

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA SITUAÇÃO ATUAL E CENÁRIOS

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

SUMÁRIO

I. Cenário Econômico Mundial

II. Cenário Econômico Brasileiro

III. Potencial de Crescimento Econômico do Brasil

IV. Questões Para Reflexão

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

ECONOMIA MUNDIAL

1. Situação da Europa

1.1. Origens da Crise

– Crise financeira provocou recessão em 2009

– Estratégia de recuperação

◦ Expansão de gastos públicos (exagerada)

– Ampliação do Déficit Público e da Dívida Pública

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Tabela 1 – Indicadores Fiscais – 2011(*) (% do PIB)

País Déficit Público Dívida Líquida

Alemanha 4,3 75,3

Espanha 9,3 63,5

França 7,1 84,2

Grécia 10,6 160,2

Irlanda 31,3 93,6

Itália 4,6 118,4

Portugal 9,8 83,1

Reino Unido 11,5 68,1

Tratado de Maastrich 3,0 60,0

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

1.2. Agravamento da Crise

▫ Primeiros sinais de crise atingiram Grécia, Portugal e Irlanda

▫ Fundo Europeu e FMI socorreram

▫ Crise ameaçou Espanha e Itália (dúvidas sobre capacidade de honrar dívidas)

▫ Itália (3ª) e Espanha (4ª) maiores economias do euro

▫ Uma situação é socorrer os três menores (cerca de € 100 bilhões cada)

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ Outra situação é socorrer Itália (€ 750 bilhões) e Espanha (€ 550 bilhões)

▫ Investidores exigiram taxas mais altas para títulos da Itália e Espanha

▫ Juros chegaram a 7% para a Itália contra 1,8% para Alemanha

▫ Com esses juros, situação seria insustentável

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

1.3. Situação Atual : Ação do BCE

▫ BCE partiu para atuação agressiva

– Mesma estratégia adotada pelo FED

▫ Injetou € 1 trilhão entre dezembro/2011 e fevereiro/2012

▫ Empréstimos a bancos europeus com juros de 1%a.a.

▫ Aplicações desses recursos:

– Compra de títulos soberanos

– Desvio para emergentes (inclusive Brasil)

– Crédito não foi para setor privado ( risco)

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Conseqüências

• Situação se acalmou (“Europa respira” )

• Adquire tempo para realizar ajuste fiscal

• É um momento de transição

• Solução é temporária

• Apreciação cambial nos emergentes (“tsunami monetário”)

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

• Ocorrerão dificuldades para ajuste fiscal futuro

▫ Sem expansão do PIB receita tributária não aumenta

▫ Gastos públicos rígidos → papel social do estado

▫ Mesmo com “pacote” ( empréstimo FMI/EU e “calote” de 53,5% da dívida com o setor privado), situação da Grécia é insustentável a médio prazo

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

2. Situação dos Estados Unidos

▫ Não há acordo entre democratas e republicanos

▫ Desemprego elevado: 8,3%

▫ Solução é política

▫ Perspectivas mais favoráveis que Europa

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

3. Situação dos Emergentes

▫ Emergentes lideraram economia mundial em 2010/2011

– Déficit público e dívida pública muito menores

– Sistemas financeiros mais sólidos

– Emergentes mais “arrumados” que desenvolvidos

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Tabela 2 – PIB dos Países Emergentes – 2010/2011 (Var. %)

País 2010 2011

China 10,3 9,2

Índia 8,5 7,6

Rússia 4,0 3,2

Coréia do Sul 7,5 4,0

México 5,2 4,5

Média dos Emergentes 7,1 6,0

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4. Perspectivas

▫ A curto prazo BCE acalmou o mercado

▫ Europa vive um momento de transição

▫ Solução é temporária (ganhar tempo para ajuste fiscal)

▫ Medidas de ajuste fiscal vão levar Europa à estagnação/recessão.

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

• Crescimento maior mas ainda contido nos Estados Unidos

▫ Política fiscal (“amarrada” pelo Congresso)

▫ Política monetária (juros próximos a zero)

▫ Economia mais dinâmica que européia

• Emergentes desaceleram, mas ainda crescem forte

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Tabela 3– Projeções PIB

2010 2011 2012* 2013*

Mundo 5,0 3,8 3,5 3,8

Desenvolvidos 3,0 1,3 1,5 1,8

• Estados Unidos 3,0 1,7 2,1 2,4

• Zona do Euro 1,7 1,5 -0,5 0,5

• Reino Unido 1,6 0,7 0,7 0,8

• Japão 4,0 -0,7 2,4 1,9

Emergentes 7,1 6,4 5,7 6,3

• China 10,3 9,2 8,1 8,4

• Índia 8,5 7,1 7,0 7,8

• Rússia 4,0 4,3 4,3 4,5

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

II. ECONOMIA BRASILEIRA

1. Antecedentes

▫ Governo Lula tirou a política econômica dos “trilhos”

▫ Brasil cresceu acima do seu potencial (7,5% em 2010)

▫ Conseqüência: aceleração da inflação

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ Governo Dilma está recolocando a política econômica nos “trilhos”

▫ Foi preciso reduzir ritmo de crescimento da economia

– Nível de atividade cai primeiro; inflação cai depois

– Para combater a inflação, PIB tem que crescer abaixo do potencial

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

2. Situação Atual

▫ Medidas Econômicas tem impacto defasado

▫ Economia brasileira desacelerou no segundo semestre de 2011, conseqüência das medidas no início do ano.

▫ Indústria registra queda de -2,5% no último trimestre

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

20

Gráfico 1 – PIB Brasil (Trimestre/Mesmo Trimestre do Ano Anterior – Em %)

5,0

4,2

3,3

2,1

1,4

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

4° Trim/10 1° Trim/11 2° Trim/11 3° Trim/11 4°Trim/11

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

• Final de 2011 e início de 2012 é o “fundo do poço”

• PIB cresceu 2,7% em 2011

• Medidas de estímulo foram adotadas

▫ Redução de juros a partir de agosto

▫ Expansão do crédito via bancos públicos

▫ Aumento do salário mínimo

• Economia está vivendo um processo de reversão da tendência de desaceleração

• Indústria recupera produção um pouco mais tarde: estoques elevados

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

3. Perspectivas

▫ Situação mundial

– PIB do mundo cresce moderadamente

– Europa em recessão/estagnação

– EUA melhoram um pouco

– Emergentes lideram

▫ Brasil tem estrutura para crescer mesmo nesse quadro

– Mercado interno

– Bancos públicos

– Juros elevados são trunfo

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ O PIB de 2012 terá comportamento oposto ao verificado em 2011 (vai acelerando ao longo do ano)

▫ Medidas de estímulo têm efeito defasado

▫ PIB deve crescer 3,5% em 2012 e 4,2% em 2013

▫ Crescimento comandado pelo mercado interno

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Inflação

• Inflação cai gradualmente, mas permanecerá acima da meta de 4,5% a curto prazo

• 2011 - 6,5%; 2012 - 5,1%; 2013 - 5,5%

• Governo administra meta de inflação e crescimento

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Taxa de Câmbio

• Curto prazo

▫ Volatilidade

▫ Depois deve se estabilizar perto de R$ 1,85

▫ Há muitos recursos para entrar

– IDE

– Juros ainda são atraentes

– Sistema financeiro sólido

▫ Governo vai “vigiar”

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ Valorização lenta do Yuan

– Pressão mundial

– Crescimento se voltando para o mercado interno

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Gráfico 2 - Taxa de Câmbio – China (Yuan/US$ )

6,10

6,20

6,30

6,40

6,50

6,60

6,70

jan

/11

fev

/11

ma

r/11

ab

r/11

ma

i/11

jun

/11

jul/

11

ag

o/1

1

se

t/11

ou

t/11

no

v/1

1

de

z/1

1

jan

/12

fev

/12

ma

r/12

ab

r/12

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Tabela 4 – Brasil – Projeções

INDICADORES 2008 2009 2010 2011 2012 2013

PIB (%) 5,10 -0,60 7,50 2,70 3,50 4,20

Inflação (%) 5,90 4,30 5,90 6,50 5,10 5,50

Taxa de Juros (% a.a.)

13,75 8,75 10,75 11,00 9,00 9,00

Taxa de Câmbio (final de período)

2,36 1,74 1,67 1,85 1,85 1,85

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

• Há limites ao crescimento brasileiro

• Crescimento potencial é de 4,0%

• Taxa de investimento de 18%/19% do PIB

• Outros emergentes crescem mais porque investem mais.

▫ China ⇨ 44,8%

▫ Coréia do Sul ⇨ 33,1%

▫ Chile ⇨ 25,2%

III. POTENCIAL DE CRESCIMENTO ECONÔMICO DO BRASIL

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

30

44,8

34,5 33,1

27,825,2 24,5

22,719,8 18,4

15 13,7

-5

5

15

25

35

45

55

Chin

a

Índi

a

Coré

ia d

o Su

l

Indo

nési

a

Chile

Méx

ico

Rús

sia

Áfr

ica

do S

ul

BRA

SIL

Turq

uia

Filip

inas

Gráfico 3 - Taxa de Investimento - Países Emergentes (% PIB) 2009/2010

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

• Brasil já investiu 25% do PIB na década de setenta

• Causas do menor investimento

▫ Reduzido investimento público

▫ Atualmente investe 1,7% do PIB

▫ Na década de setenta investia 7% do PIB

• Investimento público em outros países:

▫ China = 20%

▫ Índia = 7%

▫ Coréia do Sul = 7%

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Gráfico 4

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4.1. Ampliação do Crédito

▫ Expansão de 20,5% em 2010 e 19% em 2011

▫ Há espaço para crescimento (crédito/PIB de 49%)

▫ Continuará crescendo, mas em ritmo menor

– 2012 = 17%

– 2013 = 18%

IV. QUESTÕES PARA REFLEXÃO

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

53,051,0

49,047,045,0

41,3

34,7

30,728,1

24,524,0

10,015,020,025,030,035,040,045,050,055,060,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* 2013*

Gráfico 5 – Volume Total de Crédito em Relação ao PIB

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

Gráfico 6 - Relação Crédito/PIB no Mundo

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

19,5

9,6

5,9

4,1

0

5

10

15

20

1995/1998 1999/2006 2007/2010 2011/2012

Gráfico 7 - Taxas Reais de Juros (Var. % ao ano)

SELIC/IPCA

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4.2. Tendência de Queda das Taxas de Juros

▫ Taxas de juros reais vem declinando sistematicamente

– Consolidação da estabilização

– Política fiscal mais consistente

▫ Resistência a uma queda mais rápida: remuneração das cadernetas de poupança.

▫ Dificuldade política de alterar remuneração

▫ No médio prazo regras vão mudar

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4.3. Crescimento do Consumo das Classes C e D

▫ Consumo das classes C e D cresce mais rapidamente

– Transferências governamentais

– Salário mínimo

– Maior disposição de tomar crédito

▫ Empresas focando mais esse segmento

– Seguros para renda de 1 a 2 SM (entre R$ 5 e R$ 10 mensais)

– Sistema de venda pré-pago de passagens (para classe C e D)

– Redes de supermercado abrindo mais lojas na periferia

– Internet popular (pacote de R$ 55,0 mensais)

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4.4. Crescimento diferenciado por Regiões

Tabela 5 – Vendas do Comércio Varejista (Var. %)

Região 2011 2010

2010 2009

2011 2009

Brasil 6,7 10,9 18,3

Norte 9,3 20,3 31,5

Nordeste 7,3 12,7 20,9

Sudeste 6,6 10,3 17,6

Sul 5,5 9,3 15,3

Centro-Oeste 5,0 12,1 17,7

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

4.5. Situação da Indústria de Transformação

▫ Em 2011, importações responderam por 82% da alta do consumo de produtos industriais

▫ Taxa de câmbio apreciada ( várias causas)

▫ Câmbio continuará favorecendo importações

▫ Pressões de custo no setor industrial ( em três anos)

– Energia elétrica subiu 26,9%

– Salários nominais médios cresceram 28,6%

– preços industriais subiram 6,9%

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ Estratégias de defesa das indústrias

– Maior importação de insumos e equipamentos

– Instalação de empresas em outros países

– Desvio da produção para o mercado interno

▫ Taxa de cambio apreciada expõe “ineficiências sistêmicas”

– Infra-estrutura precária

– Falta de mão de obra qualificada

– Excesso de encargos trabalhistas

– Sistema tributário inadequado

– Rigidez do mercado de trabalho

Material de responsabilidade do professor Antonio Lanzana

▫ Cambio é apenas uma parte do problema

▫ Medidas pontuais não resolvem o problema

– Desoneração da folha e transferência para faturamento

– Redução de IPI também favorece importados

▫ Solução exige reformas estruturais

▫ Grande desafio é o tempo

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