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editorial

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É incrível como se mente aqui no Bra-sil. Um político é acusado de desvio de dinheiro ou recebeu alguma propina, todas as evidências comprovam o fato, e mesmo assim, com a maior tranquilidade do mun-do, diz que não é verdade, que alguém está querendo o prejudicar. O outro acertou a vida de muitos e diz com a maior cara de pau, que não, que isso não existiu. E isso ao vivo, em cores, para todos nós brasileiros. Olham para a ‘lente da verdade’ (como dizia Clodovil Hernandes) e mentem.

Será que deve existir algum curso pro-fissionalizante para aprender mentir? Acho que não, afinal o brasileiro sempre gostou de mentir. Mas antes a mentira era contada como mentira mesmo. Tanto que contava como quem ouvia, sabia que aquilo era mentira. Hoje não! Quem conta a mentira jura, até pela morte da mãe, que aquilo que diz é verdade. Antes, mentia-se de mentirinha.

Nas cidades do interior sempre houve um mentiroso, aqueles que eram profissio-nais da mentira. Barra Bonita não fugiu a regra e também teve seu mentiroso. Àquele que contava os causos como se tivessem acontecidos com ele.

Agora, prestes a ter início a campanha eleitoral, vamos ouvir um caminhão de mentiras. Aquelas que a gente sabe que não são verdades. Vão prometer fazer obras e realizações que a gente sabe que não são possíveis de serem cumpridas. E isso tudo na maior cara de pau. Aliás, por falar em mentiras, agora mesmo no período pré--eleitoral, já estamos acompanhando e ouvindo inúmeras mentiras. Gente que garante que está de um lado, mas na ver-dade trabalha para outro. Mentem com uma naturalidade incrível, que se a gente for meio mal informado até acaba acredi-tando. Diferente de tempos atrás, quando se ouvia o mentiroso e sabia que aquilo não era verdade.

Quando a gente ouve tantas mentiras via televisão, rádio e jornais, dá até von-tade de dar risadas, em algumas situações. Mas é muito melhor os nossos mentirosos de antigamente que não comprometiam o orçamento de ninguém, nem o da sua família.

Antes, mentia-se de mentirinha

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