os relacionamentos interpessoais e a guerra espiritual
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Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
Página 1
OS RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS
E A GUERRA ESPIRITUAL
Uma Reflexão para a prática da Armadura de Deus conforme descrita em Efésios 6:10-18
Marcos Souza
SETEMBRO DE 2015 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
Página 2
CONTEÚDO DESTE E-BOOK
Introdução ---------------------------------------------------------- 5
Capítulo 1 O Cinto da Verdade ------------------------------ 28
Capítulo 2 A Couraça da Justiça --------------------------- 42
Capítulo 3 O Evangelho da Paz ------------------------------50
Capítulo 4 O Escudo da Fé ------------------------------------54
Capítulo 5 O Capacete da Salvação ------------------------64
Capítulo 6 A Espada do Espírito ----------------------------67
Capítulo 7 Conclusão ------------------------------------------70 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
Página 3
OBRIGADO E PARABÉNS A VOCÊ!
Este e-book tem a singela pretensão de agregar não apenas
conhecimento, mas valor e capacitação a sua caminhada
nesta vida. Se você já é um cristão, independente de qual
corrente teológica ou denominacional, certamente estará
familiarizado com os termos que serão empregados nesse
texto. Se você pertence a alguma outra tradição religiosa ou
filosófica, não se preocupe, essa leitura poderá lhe ajudar
bastante também, pois basicamente vou tratar aqui sobre a
importância da verdade, da paz, da fé e da segurança em
nossos corações e mentes, se quisermos superar com
eficácia as ciladas que a vida neste mundo nos apresenta,
com seus mal entendidos, desencontros e conflitos. Na
maioria dos círculos cristãos, tanto católicos como
evangélicos, o mal é retratado de forma pessoal, designado
pelo termo bíblico diabo que significa acusador. Outras
tradições tratam o mal como sendo a ignorância ou a falta
de consciência, e ainda outros designam o mal como
crenças limitantes, desarmonia ou energias negativas.
Assim, não fique limitado em sua leitura ao se deparar com
termos mais comuns à cultura cristã, adapte ao seu próprio
vocabulário e universo semântico para ter uma
compreensão de acordo com seu contexto.
O primeiro capítulo será distribuído gratuitamente na
internet, e saiba de uma coisa, se você ler o primeiro
capítulo com atenção e colocar em prática o que está ali
escrito, já fará uma imensa diferença na sua vida e na
daqueles que estão no seu convívio.
E se você quiser se fortalecer interiormente em Deus para ficar firme através das lutas, a leitura deste e-book completo, com todos os capítulos certamente irá te ajudar
nisso, pela graça de Deus.
Ao adquirir o livro completo, você ganhará acesso ao nosso
Grupo Exclusivo de Leitores, onde eu irei interagir com os leitores, de forma a aprofundar e fixar os assuntos aqui desenvolvidos. Clique aqui e compre agora!
Boa leitura e que Deus te abençoe!
Em Cristo, Marcos Souza
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 4
INTRODUÇÃO
No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do
seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas,
sim, contra os principados, contra as potestades, contra os
príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais
da maldade, nos lugares celestiais.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a
verdade, e vestida a couraça da justiça;
E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus;
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica
por todos os santos,
Efésios 6:10-18
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 5
Há cerca de 15 anos, ao ser convidado para pregar em uma
congregação da igreja que eu frequentava, discerni que o
Espírito Santo chamava minha atenção para o texto de Efésios
que fala sobre a armadura de Deus e a guerra espiritual (Ef 6.10-
18). É um texto muito conhecido no meio evangélico brasileiro, e
também alvo de acaloradas discussões entre teólogos e
pensadores das mais diferentes correntes de pensamento
teológico. Geralmente, esse texto é apresentado sem se levar
em consideração o contexto em que está no livro de Efésios e
sem levar-se em conta todo o pensamento de Paulo, o apóstolo,
a quem se atribui o texto inspirado. Porém, o que mais me
chamava a atenção naquele momento de meditação antes da
pregação era o contexto no qual esse texto estava inserido. Ao
ler os versículos anteriores (Ef 5.21-6.9), notei que o apóstolo
Paulo vinha falando sobre relacionamentos interpessoais, e,
subitamente, como que do nada, o versículo dez do capítulo seis
nos introduz na questão da guerra espiritual. Comecei a pensar,
então, em qual seria a relação entre esses dois assuntos
aparentemente tão distintos: a guerra espiritual e os
relacionamentos interpessoais.
Preguei naquela noite o pouco que havia discernido sobre o
assunto; porém os resultados empolgantes da pregação me
levaram a começar, a partir e então, a orar sobre o tema. O que
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
Página 6
eu não imaginava, porém, era que o Espírito Santo iria me
conduzir nos próximos anos às mais difíceis provas e lutas no
campo dos relacionamentos interpessoais, inclusive dentro da
igreja. Tal tratamento de Deus me levou também a buscar com
afinco compreender quais eram os princípios bíblicos para o
desenvolvimento de relacionamentos que glorificam a Deus e
também para não permitir que problemas relacionais afetassem
minha espiritualidade, minha comunhão com Deus. Os últimos
anos foram de muito estudo, tanto da Bíblia e de outros livros,
como também de observação prática dos acontecimentos, os
quais me levaram a entender melhor os caminhos que o Senhor
me fez passar até identificar os princípios apresentados neste
livro.
Se você tem enfrentado conflitos em seus relacionamentos, tem
perdido a paz ou ficado perdido sem saber o que fazer, creio que
esse e-book será um instrumento de Deus para ajudá-lo a
discernir e praticar a vontade d’Ele em cada situação e a torna-lo
cada vez mais semelhante a Cristo. Sermos semelhantes a
Cristo é o principal objetivo dos tratamentos de Deus em nossas
vidas, conforme está escrito no livro de Romanos, capítulo 8,
versículos 28 e 29. Portanto, venha comigo nessa leitura breve
porém profunda e que pode ser instrumento para transformar
sua vida, pela graça de Deus.
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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O CONHECIMENTO DE DEUS
Qualquer cristão concordaria prontamente com a afirmação de
que nada é mais importante na vida de uma pessoa do que seu
relacionamento com Deus. Orações, jejuns, estudos das
escrituras sagradas, serviço ao próximo e diversas outras
disciplinas espirituais têm sido os meios pelos quais os que
creem em Deus têm buscado conhecer mais a Deus e Sua
vontade.
Desde os dias do Antigo Testamento, Deus exorta o Seu povo a
buscar o conhecimento d’Ele como sendo mais importante e
agradável do que muitas das chamadas formas de culto que os
religiosos lhe ofereciam. É famosa a exortação do sacerdote
Samuel ao religioso, porém desobediente, rei Saul:
Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender,
melhor do que gordura de carneiros. I Samuel 15:22b
Nos dias do profeta Isaías, Deus expõe Sua perplexidade com
relação à falta de conhecimento d’Ele por parte do povo de
Israel: Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua
manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo
não entende. Isaías 1:3
Nos cinco primeiros capítulos de seu livro, inclusive, Isaías
descreve as consequências desastrosas dessa falta
conhecimento. A vida de pecado e a injustiça contra o próximo
eram provas de que o povo não conhecia a Deus. Porém Deus
queria que o povo O conhecesse e, por isso, o convidou para o
diálogo, para a comunhão e a tomada de consciência:
Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor [...]. Se quiserdes, e me
ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Isaías 1:18-19
O profeta já tivera tal experiência de se encontrar com Deus e
conhecê-lO, e relata essa experiência no capítulo 6, mostrando,
assim, que o conhecimento da Pessoa de Deus e de Sua
presença estão ao alcance de todos os que se reconhecem
necessitados de purificação e da graça de Deus. Veja o texto:
Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um
homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 9
lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
Isaías 6:5
Interessante notar que o encontro com Deus produziu no profeta
uma profunda autoconsciência de si mesmo, de seus pecados e
falhas. Mais adiante neste livro, veremos como o
autoconhecimento está intimamente ligado ao conhecimento de
Deus. Continue a leitura e daqui a pouco você receberá esse
conhecimento que fará toda diferença em sua caminhada como
filho de Deus.
Ainda Isaías, após esse encontro com Deus, em toda a sua
profecia, condena a falsa sabedoria dos escribas e sábios de
Judá e exorta o povo a conhecer a Deus e, em consequência, a
adquirir a verdadeira sabedoria.
Jeremias é outro que insiste em chamar Israel ao verdadeiro
conhecimento de Deus. Lemos em seu livro:
Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem
o forte, na sua força, nem o rico na sua riqueza; mas o que se
gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o
Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra, porque
destas coisas me agrado, diz o Senhor. Jeremias 9:23-24
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 10
Ainda no Antigo Testamento, o profeta Oséias é também
instrumento de Deus para chamar o povo a conhecê-lO:
Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de
Deus, mais do que holocaustos. Oséias 6:6
Essa afirmação de Deus através do profeta teve tal relevância,
que foi repetida pelo próprio Senhor Jesus Cristo em pelo menos
duas de suas discussões com os fariseus (ver Mateus 9:13;
12:7).
Já no Novo Testamento, vemos o Senhor Jesus colocando o
conhecimento de Deus como sendo a própria essência da vida
eterna:
E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3
O apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Efésios, relata que ora a
Deus, pedindo que Ele conceda aos crentes de Éfeso espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de Deus
(Efésios 1:17). Inclusive, o próprio Paulo, anos antes, ao
escrever aos coríntios, já havia demonstrado a supremacia do
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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conhecimento de Deus diante de qualquer outro tipo de
conhecimento filosófico ou mesmo teológico. Ele lamentou-se
porque na igreja de Corinto, muitos não tinham conhecimento de
Deus (ver I Coríntios 15:34), embora aquela fosse uma igreja
muito carismática, possuidora de muitos dons espirituais e de um
pretenso conhecimento teológico.
Ainda no Novo Testamento, o apóstolo Pedro, considerado pela
tradição cristã como o primeiro grande líder da igreja, exorta os
crentes na sua segunda epístola a priorizarem o conhecimento
de Deus em vez de se envolverem em doutrinas estranhas e
distorcidas, que chamaríamos hoje de modismos e “moveres” do
momento. Ouçamos a admoestação de Pedro:
Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor
Jesus Cristo. A ele seja a glória, tant agora como no dia
eterno. II Pedro 3:18
Assim, pois, conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor! Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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RECONHECENDO O INIMIGO
Nas últimas décadas, assim como em diversos momentos da
história da igreja cristã, aqueles que conhecem a Deus têm
buscado d’Ele estratégias para discernir as artimanhas do
inimigo para que possam ser vitoriosos na batalha espiritual do
dia-a-dia. Embora seja um tema polêmico e sobre o qual há
várias controvérsias no meio cristão sobre as formas e
abordagens mais adequadas, o fato é que a luta contra forças
espirituais do mal sempre foi um tema presente e recorrente na
vida dos que creem em Deus.
Na igreja do primeiro século, os crentes já tinham consciência
dos ardis e ciladas do diabo. Inclusive, Paulo, o apóstolo, afirma
isso claramente em sua carta aos coríntios (ver II Coríntios 2:11).
O escritor aos Hebreus diz que discernir o mal é uma capacidade
desenvolvida durante o amadurecimento espiritual, veja o texto:
Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles eu,
pela prática, têm suas faculdades exercitadas para discernir
não somente o bem, mas também o mal. Hebreus 5:14
Assim, a questão do conhecimento sobre o diabo ou sobre as
forças do mal não é o último modismo da igreja, embora muitas
vezes o tema seja tratado como tal, tanto pelos que defendem a Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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batalha espiritual mas fazem uma abordagem superficial e
carregada de superstições e sincretismos, como também pelos
que são contra abordar o assunto batalha espiritual pois são
levados para outro extremo, numa tentativa, sincera porém
equivocada, de evitar as heresias produzidas quando o assunto
é enfrentar os poderes das trevas, e pensam que suprimir o tema
vai fazer com que ele não exista como fenômeno em nosso
cotidiano, é a teologia estilo avestruz. Quer queiram quer não, o
conhecimento sobre o diabo é assunto bíblico recorrente no
Novo Testamento, tanto nas falas de Jesus como nos textos
apostólicos.
Note, porém, que eu me referi a conhecer sobre o diabo, e não
sobre conhecer o diabo, pois não precisamos conhecer o diabo
no sentido relacional, mas sim termos discernimento de seus
ardis e esquemas enganosos. Quanto a Deus sim, devemos
conhecê-lO e não apenas conhecer sobre Deus. Infelizmente
muitos crentes hoje invertem isso, pois conhecem o diabo mas
conhecem só algumas coisas sobre Deus, não têm
conhecimento relacional com o Pai que está nos céus, e este é
um dos principais motivos da fraqueza espiritual dos cristãos em
nossos dias, principalmente entre muitos dos que se dizem
“guerreiros de Deus” e “especialistas em batalha espiritual”. Nos
próximos capítulos, você vai aprender como evitar esses
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
Página 14
erros e ciladas e como andar realmente em vitória contra as
ciladas do diabo.
CONHECENDO-NOS UNS AOS OUTROS
Há ainda um terceiro tipo de conhecimento proposto na Bíblia e
do qual quero falar com você. Ao conhecermos a Deus, vemo-lo
empenhado em Sua obra de salvação do ser humano, buscando
restaurá-lo de sua condição caída. Ao tomarmos consciência
também dos ardis do diabo, percebemos que o inimigo também
tem um plano para o ser humano, que inclui matar, roubar e
destruir (João 10:10).
Logo, devemos perceber que o nosso relacionamento com o
nosso próximo irá necessariamente cooperar com um dos dois
planos. Ou aproximamos a nós mesmos e aos outros do plano
Divino de vida, e vida em abundância como disse Jesus, ou nos
aproximamos a nós mesmos e aos outros do plano diabólico de
roubo, morte e destruição. Cada interação humana carrega o
potencial para desenvolver a ambos os planos e a cada escolha
que fazemos em nossos relacionamentos estamos fortalecendo
um dos caminhos.
Em nossa época de individualismo e de afetividades distorcidas
pelo egoísmo e egocentrismo, muitas pessoas têm dificuldade Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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em ver que o plano de Deus para suas vidas toca,
inevitavelmente em seus relacionamentos interpessoais. Mas a
Bíblia diz que Deus deseja uma família de muitos filhos, cada um
deles semelhantes a seu Filho Jesus, e por isso decidiu fazer
convergir nEle, em Cristo, todas as coisas (ver Romanos 8:29 e
Efésios 1:9,10).
Infelizmente, muitas pessoas ao buscarem a espiritualidade, a
cura, a libertação e outros benefícios que a aproximação com
Deus pode trazer, apenas pensam em si mesmas, em como
podem se mostrar com mais espirituais e perfeitas que as outras.
E poucas vezes param para pensar em como podem ser úteis na
vida de outras pessoas. Isto é um engano. A cura que Jesus, o
ungido de Deus, veio trazer aos quebrantados e feridos (ver
Isaías 61:1) tem como propósito leva-los à obediência a Deus e
ao compromisso com a restauração de outros, inclusive em uma
dimensão social bem ampla (ver Isaías 61:4), e não a uma
atitude narcisista de autocontemplação ou de exibicionismo
religioso triunfalista.
(No Grupo Exclusivo de Leitores, vamos trabalhar em detalhes
estes aspectos. Adquira este e-book completo e tenha acesso
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Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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Por isso, somos convidados a aprender com o Senhor qual é a
melhor forma de nos relacionarmos com os outros, sabendo que,
em cada relacionamento, Deus tem um propósito e uma
proposta para nós; e o diabo também tem seu próprio plano e
proposta a nos apresentar.
Então, devemos conhecer, como crentes em Cristo, nossa
posição, nossa identidade, nossas necessidades e capacidades,
bem como precisamos saber qual é a posição do outro em
relação a mim do ponto de vista de Deus e não dos meus
próprios interesses, medos e preconceitos.
Agora, para que você assimile melhor que tentei expor até aqui,
vamos examinar, por alguns instantes, Aquele que foi o exemplo
único de perfeição humana e que, portanto, pode ser para nós a
principal referência para entendermos como deveria ser um
relacionamento ideal com Deus, o Pai, com o diabo, o
adversário, e com os outros seres humanos.
Jesus de Nazaré, o Deus que se fez homem e habitou entre nós,
cheio de graça e de verdade, pode nos guiar, sendo Ele mesmo
o Caminho, a uma vida plena de significado e vitória. Veja a
seguir.
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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JESUS, O EXEMPLO PERFEITO
Quando andou em carne entre os homens, Jesus Cristo
experimentou de forma perfeita esses três tipos de
conhecimento: de Deus, do diabo e do ser humano. Vejamos,
então, como Ele lidava com esses três tipos de relacionamento.
Em relação a Deus, o Pai: Comunhão e submissão
Então lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que
o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo
que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz. João 5:19
Pai justo, o mundo não te conheceu, eu porém, te conheci e
também estes compreenderam que tu me enviaste. João 17:25
Lemos também, na epístola de Paulo aos filipenses, referindo-se
a Jesus:
(Jesus) a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até
à morte e morte de cruz. Filipenses: 2:8 Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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O escritor da Epístola aos Hebreus também atesta da obediência
de Jesus ao Pai:
Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas
que sofreu. Hebreus 5:8
Assim, vemos que o relacionamento do Senhor Jesus Cristo com
Deus, o Pai, sempre foi de submissão em amor. Da mesma
forma nós, que já conhecemos a Deus, também devemos nos
submeter a Ele, pois assim o conheceremos cada dia mais.
Quanto mais O conhecermos, mais desejaremos nos submeter a
Ele, pois Seu amor nos atrai e nos constrange a nos entregar
cada vez mais em plena fé e confiança. Veja um salmo que
reflete bem esta realidade:
Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu,
Senhor, não desamparas os que te buscam. Salmos 9:10
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 19
Em relação ao diabo: Oposição e resistência
Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir
as obras do diabo. I João 3:8b
Qualquer leitura, ainda que superficial, dos evangelhos nos
mostra que Jesus em Seu ministério terreno não ignorou a
atividade demoníaca na vida das pessoas. O evangelho de
Marcos, principalmente, está repleto de relatos de confrontos
diretos entre Jesus e os demônios que traziam cativas as
pessoas. A expulsão de demônios era parte integrante da
pregação do evangelho e um sinal da chegada do Reino de
Deus (Lc 9:1; Mc 1:12,13, 21-27, 32-34; Mt 12:28 e At 10:38.
Não apenas em seu ministério terreno, mas também em Sua
morte e ressurreição, Jesus despojou, definitivamente, toda a
autoridade do diabo e das forças das trevas.
[...] e, despojando os principados e potestades, publicamente os
expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Colossenses 2:15
E não somente oposição e confronto aos poderes das trevas
podem ser observados na vida de Jesus, mas também
resistência às sugestões, propostas e ofertas apresentadas pelo
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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adversário, como verificado nos textos sobre a tentação que
Jesus sofreu no deserto, logo após seu batismo nas águas.
(Leia atentamente Lucas 4-1-13)
Vemos, então, que a atitude de Jesus com relação ao inimigo foi
de resistência e oposição. Resistência às sugestões do diabo e
oposição às suas obras. Esses dois aspectos são fundamentais
para a vitória na batalha espiritual. Inclusive, no meu
Treinamento Online de Batalha Espiritual nos
Relacionamentos Interpessoais, que é ministrado gratuita e
permanentemente no nosso Grupo Exclusivo de Leitores, no
Facebook, isso é trabalhado em detalhes e você recebe a
capacitação necessária para lidar com esses desafios na sua
vida e ainda ensinar outras pessoas a também caminhar em
vitória. Se você é pastor/pastora ou líder na sua
igreja/comunidade, esse Treinamento irá fazer toda a diferença
para tornar seu ministério mais efetivo. E mesmo que você não
seja um líder na igreja nem esteja exercendo qualquer ministério
ou serviço a outras pessoas, ainda assim, certamente poderá
usufruir de todo o benefício de um treinamento desse nível e
verá seu testemunho cristão e sua vida pessoal alcançarem um
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Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 21
Em relação ao ser humano: Autonomia e Identificação em
amor
A autonomia de Jesus em relação a outras pessoas foi muito
bem expressada quando Ele disse: “Eu não recebo glória dos
homens” (João 5:41). E no mesmo contexto, logo a seguir, Ele
pergunta aos religiosos que o perseguiam: “Como podeis crer,
vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória
que vem somente de Deus?” (vs. 44) Pelo contexto, entendemos
que Ele disse que se você ficar preocupado em buscar
aprovação humana (esse é o significado de glória dos
homens aqui) essa atitude irá bloquear a sua fé. Jesus dirigiu
essas duras palavras às pessoas mais religiosas e zelosas da lei
de Deus naquela época, e Ele lhes disse que elas não tinham
FÉ! Essa atitude de buscar aplausos humanos é chamada por
Jesus, em outras passagens bíblicas, de Fermento dos Fariseus.
Sem dúvida, o apóstolo Paulo foi o discípulo que melhor
compreendeu este princípio e o transmitiu aos cristãos de sua
época e a nós, senão vejamos o que ele diz aos crentes da
Galácia, que haviam caído na tentação do fermento dos fariseus,
que é a hipocrisia, a ênfase no desempenho religioso e moral em
busca de aprovação humana:
Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus?
Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo.
Gálatas 1:10
Este é um assunto muito complexo e importante. E muitos têm
naufragado na fé por tentar agradar a todo mundo.
No Grupo Exclusivo de Leitores eu pretendo trabalhar bastante em cima deste tema, nos
seminários online (webinários), vídeos e conferências, se Deus assim nos permitir. Se você
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Exclusivo de Leitores, onde o livro continua continuamente sendo escrito, pois este é um
assunto interminável enquanto estivermos neste mundo.
O Senhor Jesus sempre teve uma atitude de identificação com o
ser humano, o que modernamente chamamos de empatia, que é
sentir o que outro está sentindo, identificar-se com suas dores e
limitações. Tal identificação teve início quando Ele assumiu a
forma humana, manifestou-se também ao longo de toda sua vida
e de seu ministério terreno, e, finalmente, culminou com Sua
identificação máxima com o ser humano, a mais alto nível de
empatia possível: a morte na cruz em nosso lugar!
Leia o capítulo 53 de Isaías e você verá um quadro nítido do
nível de identificação de Jesus com o ser humano. Claro que eu
e você não conseguiremos alcançar tamanha abnegação, mas
devemos tomar a cruz e seguir ao Senhor, pela fé, ainda que de
modo imperfeito, mas prosseguindo para o alvo, para conquistar
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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aquilo para o que também fomos conquistados por Ele, ou seja,
a semelhança com Cristo.
A CARTA AOS EFÉSIOS
Escrita por Paulo, o apóstolo, em 59 d.C., a carta aos cristãos da
cidade de Éfeso traz, de forma sistemática, orientações claras e
essenciais quanto ao nosso relacionamento com Deus, o Pai,
mediante a obra salvadora de Cristo. Relacionamento este que
nos é garantido pelo Espírito Santo que habita em nós (Ef 1:1-
14). Percebemos ali também as consequências desse
relacionamento filial com Deus em nossa forma de vermos o
nosso próximo e nos relacionarmos com ele (Ef 2:11 – 6:9). É,
porém, nesta epístola, que Paulo gasta mais espaço para falar
sobre a luta contra as forças das trevas. Mas por quê? Será que
o diabo age nos e através dos relacionamentos interpessoais
para impedir que os crentes vivam a vida vitoriosa que Deus quer
que vivam?! Será que o inimigo tem investido na destruição dos
relacionamentos a fim de impedir a edificação mútua dos crentes
e ainda minar a influência da igreja sobre a sociedade? Minha
tese é de que a resposta a essas perguntas é sim.
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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A cidade de Éfeso
Éfeso não era uma cidadezinha qualquer. Ela era considerada a
maior e a mais estratégica cidade da Ásia. Nela estava
localizado o maior porto da Ásia. Era o centro da rede rodoviária
romana e, além disso, servia como porta de entrada política e
econômica para o continente asiático. Éfeso era uma grande
metrópole e uma cidade cosmopolita, ou seja, possuía pessoas
vindas de várias partes do mundo e de várias raças. No meio
dessa miscigenação toda estava a igreja, composta de pessoas
oriundas de diversas culturas, possuidoras de diferentes
características e costumes. Portanto, as dificuldades de
relacionamento encontravam um terreno fértil para se
multiplicarem em meio a pessoas de origens tão distintas. Por
isso, Paulo, em sua carta, gasta tanto espaço para falar da
identidade do crente em Cristo e dos relacionamentos
interpessoais..
Havia também o peso espiritual da cidade. Éfeso era o centro do
culto à deusa Artemis (Diana), cujos cultuadores formavam um
dos grupos mais importantes do Oriente. Logo, não é por acaso
que Paulo ensina sobre principados e potestades e sobre a
autoridade da igreja em Cristo justamente nesse texto. O próprio
apóstolo já houvera confrontado diretamente os poderes
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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demoníacos de Éfeso quando de sua primeira visita à cidade,
no início do seu ministério (ver Atos 19).
Assim, podemos identificar inicialmente três principais temas
de Efésios:
A nossa nova identidade em Cristo.
O padrão para os relacionamentos interpessoais com base
nessa identidade.
A luta contra as forças das trevas a partir de nossa posição
em Cristo.
No presente e-book, veremos como tais temas se interpõem
para orientarem nossa caminhada cristã, dando ênfase à
questão dos relacionamentos interpessoais, que são nosso foco
neste breve estudo. Para isso, vamos analisar a armadura de
Deus, descrita por Paulo no capítulo 6, e acerca da qual ele
exorta aos que creem a se revestirem plenamente para que a
vitória contra o mal seja uma realidade prática na vida cristã.
A Armadura de Deus
Como veremos a partir de agora, a armadura de Deus é um
conjunto de características ou atributos do próprio Cristo ou que
nos são dados por meio de Cristo, os quais nos capacitam a
permanecermos firmes contra as ciladas do diabo. Cada peça da
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 26
armadura nos revela algo que Cristo é para nós ou nos concede
nEle. Afinal, Cristo é a verdade (João 14:6), a justiça (I Coríntios
1:30), a paz (Efésios 2:14). Nele está a nossa fé e Ele mesmo é
o nosso escudo. (Gn 15:1), a salvação (Isaías 12:2; Mateus 1:21)
e é também a própria Palavra, o Verbo de Deus (João 1:1).
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CAPÍTULO 1
O CINTO DA VERDADE
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a
verdade...
A primeira peça da armadura é o cinto da verdade. Isso sugere
que a primeira ou principal arma que o diabo usa na destruição
dos relacionamentos e através dos relacionamentos é a mentira.
Cada peça da armadura de Deus, descrita em Efésios 6, parece
estar relacionada a uma arma que o diabo usa contra nós. E
Jesus deixou bem claro que a mentira é a parte central do
caráter do diabo:
[...] ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na
verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da
mentira. João 8:44
Muitas são as mentiras do diabo. Porém, quanto aos
relacionamentos interpessoais, iremos nos deter por enquanto
na análise de três tipos básicos de mentira:
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Mentira quanto ao caráter de Deus (Quem é Deus, como Deus age etc.)
Mentira quanto à minha identidade e meu valor.
Mentira quanto às outras pessoas, seu valor e seu poder
sobre mim.
Quando você cai na tentação de mentir, geralmente é porque já
foi enganado, você próprio por uma dessas três mentiras básicas
que o diabo conta aos seres humanos. Veremos isso a partir de
agora em detalhes nas próximas linhas.
Mentira quanto ao caráter de Deus
No Éden, segundo o relato bíblico, a serpente enganou Eva,
convencendo-a de que Deus não estaria sendo verdadeiro e
sincero para com ela e Adão. E sugeriu ainda que Deus não
tinha em mente o que era melhor para eles, pelo contrário,
estaria privando-os de algo bom.
Esta é a mentira básica do maligno e que dá base a todas as
outras mentiras. Quando o ser humano tem uma visão distorcida
do caráter de Deus, não consegue crer em Seu amor, bondade e
generosidade, e daí se estabelece o alicerce para que se construa
toda sorte de crenças falsas, crenças limitantes, o que a
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Bíblia chama de fortalezas, sofismas e tudo que se levanta para
impedir que as pessoas conheçam a Deus (2 Coríntios 10:4-5).
A falsa imagem do caráter de Deus começa a ser implantada
desde bem cedo na vida do ser humano. Algumas pessoas
sofrem traumas tão dolorosos na infância que passam a vida
toda se perguntando como um Deus de amor e todo-poderoso
pode permitir que tais coisas acontecessem. Elas desenvolvem
uma atitude de desconfiança em relação a Deus e ao mundo em
geral. Talvez até consigam ter alguma religião, e algumas até
conseguem avançar um pouco mais e ter de fato algum
relacionamento com Deus, porém não conseguem confiar nEle
para protege-las ou suprir suas necessidades, e a vida cristã
para elas é um fardo pesado, quase insuportável, pois se sentem
sozinhas, por conta própria em um mundo hostil.
Outro fenômeno que geralmente ocorre e que implanta essa
visão distorcida de Deus e da vida é a decepção ou revolta com
figuras de autoridade ao longo da infância e adolescência. Pais
injustos, ausentes, autoritários, omissos, abusivos, dentre outros
são, muitas vezes, usados pelo diabo, desde a mais tenra
infância do indivíduo, para produzirem uma imagem falsa que é
então projetada na pessoa de Deus, projetando nEle as
imperfeições encontradas em pais, mães, professores e parentes
de sua história de vida.
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Claro que nem tudo que acontece de ruim é causado pelo diabo,
pelo contrário, a imperfeição humana por si só produz muita
maldade. Mas, sem dúvida, o maligno usa cada situação para
implantar em nós as mentiras básicas sobre as quais iremos
construir todo o restante do edifício da nossa vida e
personalidade.
Mentira quanto à minha identidade
Uma vez que o diabo obtenha sucesso em denegrir a imagem de
Deus em sua mente, ele não vai ter dificuldades para distorcer
sua autoimagem. Se você pensa que Deus não é digno de
confiança e não está interessado no seu bem, certamente irá ver
a si mesmo como alguém só, desamparado, vivendo em um
mundo hostil sem nenhuma garantia de ajuda ou livramento.
Essa é a base da insegurança. Sem o referencial divino em seu
interior, sua única alternativa será crer naquilo que as pessoas e
circunstâncias disserem a seu respeito, e aí é que mora o perigo.
Assim, quando as coisas vão bem, você pensa que é capaz,
importante, se sente seguro e aceito. Quando as coisas vão mal,
você pensa que é incapaz, sem valor, se sente inseguro e
rejeitado.
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Neste aspecto, os primeiros anos de vida de uma pessoa podem
influenciar intensamente na formação da autoimagem, assim
como vimos que influenciam na visão que temos de Deus. O
diabo investe pesado para que o indivíduo tenha uma imagem
distorcida não apenas de Deus, mas também de si próprio. Este
é um ponto complexo e extenso, que será abordado com mais
detalhes em nosso Grupo Exclusivo no Facebook, ao qual todos
os leitores que adquirirem o e-book original terão acesso e
poderemos ali, juntos, refletir sobre o que a Palavra de Deus diz
sobre isso e ainda orarmos uns pelos outros para sermos
curados, como diz a Bíblia. Por enquanto, vamos ver a seguir
ainda outra mentira contra a qual devemos lutar nessa batalha
espiritual.
Mentira quanto ao meu semelhante
Ora, se eu me vejo como alguém inferior, inadequado, sozinho,
abandonado por Deus, certamente irei ver o meu semelhante
como uma ameaça, acima de qualquer coisa.
Mediante acontecimentos corriqueiros de sua vida, o inimigo
tenta te convencer de que a sua luta principal é contra pessoas,
contra o próximo. Isso ocorre porque se você não vê a si mesmo
como uma pessoa inteira, cujas necessidades essenciais são
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supridas por Deus, em Cristo, conforme diz a Bíblia em
Filipenses 4:9, certamente irá desenvolver uma excessiva
dependência de outras pessoas, colocando sobre elas o peso da
responsabilidade de suprir suas necessidades de aceitação,
segurança e amor incondicional. Essa é uma armadilha cognitiva
do diabo, pois uma vez que você coloque em algum ser humano
toda sua esperança, fatalmente você será frustrado,
decepcionado, pois ninguém é perfeito, e a partir dessa
decepção você passa a ver todas as pessoas como inimigos em
potencial. Assim surgem as estratégias destrutivas e
disfuncionais de relacionamento, que visam tão somente à
autoproteção, e por isso os relacionamentos se tornam
superficiais e egoístas, pois se tenta extrair o máximo
oferecendo-se o mínimo. Quando aceitamos esse nível de
engano, em vez de tomarmos toda a Armadura de Deus, usamos
uma falsa armadura, carnal, baseada no ego, pois pensamos
que nossa luta é contra pessoas de carne e sangue. Agora
imagine todas as pessoas utilizando essa mesma estratégia!
Esse é o nível de intensidade da batalha na qual estamos
envolvidos. Muito mais que uma batalha de poder, estamos em
uma batalha entre a verdade de Deus e as mentiras do diabo. É
uma batalha pela renovação das nossas mentes.
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Portanto, para realmente estarmos revestidos da armadura de
Deus, que dá proteção real e não imaginária, precisamos nos
despojar da falsa armadura; não dá para usar duas armaduras.
Precisamos reconhecer que devemos amar as pessoas e lutar
contra as forças espirituais do mal e suas mentiras e ciladas.
Graças a Deus pelo Cinto da Verdade! Para cada mentira do
diabo, a Bíblia nos dá a verdade para combatermos o engano
que foi semeado em nós. A Palavra de Deus nos mostra
claramente qual é a verdade sobre o caráter de Deus, nossa
identidade e nosso semelhante em relação a nós e a Deus.
Verdade sobre o caráter de Deus: Jesus
“Quem me vê a mim, vê o Pai” João 14:9
“Ele é a imagem do Deus invisível” Colossenses 1:15
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu
Ser” Hebreus 1:3
Quem tiver dúvidas (e vez por outra todos temos) quanto ao
caráter de Deus, basta olhar para Jesus Cristo. Suas palavras,
ações e reações e, principalmente Sua demonstração máxima
de amor ao dar Sua vida por cada um de nós, na cruz. Este é o
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caráter de Deus. Deus é amor, e na vida de Jesus este amor foi
demonstrado em todas as sua dimensões (ver Efésios 3:18-19).
Deus não é indiferente, injusto, omisso. Pelo contrário, garante
estar conosco todos os dias (Mateus 28:20). Aliás este é um de
Seus nomes: Deus Conosco (Mateus 1:23). A vontade de Deus é
boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2) e Seus mandamentos
não são penosos (I João 5:3). Ele pode e quer suprir cada uma
de suas reais necessidades (Filipenses 4:19). Leia com o
coração humilde e em oração o Evangelho de João, do início ao
fim. Você irá perceber como são grandes o cuidado e o amor de
Deus pela sua vida, revelados em Jesus. Uma vez que você
receba a graça de ver a verdade sobre Deus, o diabo não terá
mais como lhe enganar quanto a sua própria identidade. É o que
veremos a seguir.
Verdade sobre minha identidade: Cristo em mim
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo
de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz” I Pedro 2:9
Você não é qualquer um. Cristo veio ao mundo e deu Sua vida
por você para restaurar em você o propósito original de Deus, Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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que é o de nos ter em comunhão plena com Ele. Não estamos
abandonados, pois somos guardados pelo poder de Deus, como
disse o apóstolo Pedro (I Pedro 1:5). Você pertence a Deus, pois
Ele te criou à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26), te
escolheu (Efésios 1:4), te redimiu (Efésios 1:7) e te selou com o
Espírito Santo, registrando seu pertencimento a Ele. Aleluia! Por
tudo isso, Deus mesmo irá suprir cada uma das suas
necessidades (Filipenses 4:9). Você depende dEle em primeiro
lugar e não de si mesmo ou dos outros. Logo, as pessoas não
são uma ameaça a sua vida e a quem você é pois sua vida está
guardada por Deus e em Deus através de Jesus Cristo. Quando
você se vê a si mesmo dessa forma, fica mais fácil enxergar o
seu próximo da forma como Deus o vê.
Verdade sobre o meu semelhante: Pecador imperfeito e alvo
do amor de Deus
O diabo tem destruído muitos relacionamentos e muitas vidas
simplesmente porque muitas pessoas não conseguem ver as
outras como alvos do amor de Deus. A Bíblia diz que devemos
orar em favor de todos os seres humanos (I Timóteo 2:1). Ou
seja, nosso primeiro compromisso com relação às pessoas é
orar por elas. Deus amou o mundo (João 3:16). Ele quer que
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todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade (ITm 2:1; IIPd 3:9). Logo, nós também devemos amar as
pessoas e, por isso cooperar no sentido de que elas se
aproximem de Deus e de Seu plano para elas. Paulo, o apóstolo,
se dizia devedor de todos os homens quanto à responsabilidade
de lhes transmitir o evangelho, e tudo que ele fazia em seus
relacionamentos com outras pessoas tinha a marca desse
propósito de, de alguma forma, alcançar alguns com a Palavra
de Deus. Isso não significa ficar pregando para as pessoas, mas
sim permitir que através de nossas vidas Cristo se manifeste e
as pessoas sintam o desejo de buscar a Deus (Efésios 4:29).
Vou citar aqui um trecho de um texto de Lloyd John Ogilvie em
seu excelente livro Quando Deus Pensou em Você:
As pessoas que nos perturbam e nos incomodam são
colocadas em nosso caminho pelo próprio Cristo para que as
amemos no poder de seu amor [...]. Quando pedimos ao Senhor
a estratégia específica para a prática do amor em cada
relacionamento perturbado, ele ilumina a pessoa de modo que
possamos ver não um inimigo, mas alguém em desesperada
necessidade de cura e de esperança.
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Assim, o cinto da verdade irá nos capacitar também a vencermos
as mentiras do diabo quanto a nossa forma de vermos as
pessoas e nos relacionarmos com elas. A Bíblia diz que a igreja
de Cristo é coluna e baluarte da verdade (ITm 3:15). Isso
significa que a verdade sobre cada aspecto da vida deve ser
defendida e demonstrada pela igreja, e isso não é feito através
de movimentos políticos que tentam impor a moral cristã sobre a
vida de indivíduos não-cristãos. Isto foi feito por muito tempo
desde que Constantino se converteu ao cristianismo no início da
história da igreja, e os resultados não foram bons. Defender e
sustentar a verdade está relacionado à vida de Cristo em nós,
manifestando-se em nossa conduta e em nossos
relacionamentos.
Vivemos dias em que os valores estão invertidos. Como nos dias
do profeta Isaías, a verdade sumiu (Isaías 59:15 e 5:20). Mais
importante do que definir modelos e papéis nos relacionamentos
é a vivência de valores que reafirmem os princípios de Deus
para os relacionamentos, como a lealdade, a verdade, o perdão
etc. E então, o que você acha?! Pare a leitura por uns momentos
e pense um pouco em como você tem sido enganado, vendo as
pessoas como inimigas e sem perceber que está cooperando
com os planos do seu verdadeiro inimigo e inimigo de Deus. Ore
a Deus e peça sabedoria e Ele certamente te dará!
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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Em nosso grupo fechado de leitores, vamos conversar
constantemente sobre tudo isso que vimos até aqui e sobre o
que veremos nos próximos capítulos. Naquele espaço virtual
poderemos interagir, com espaço para perguntas e respostas
personalizadas e ainda estudos e palestras exclusivas ofertados
por irmãos, pastores e especialistas de diversas igrejas e
ministérios. Se você adquirir o E-book completo, terá também o
acesso permanente ao Grupo Exclusivo. Optei por manter um
grupo fechado de leitores, pois ali vamos tratar especificamente
das questões abordadas no livro. Não sei se já aconteceu com
você, mas muitas vezes, ao ler um livro, sinto vontade de
perguntar ao escritor em que ele estava pensando quando
escreveu determinado capítulo ou parágrafo do livro, ou como o
que está escrito no livro pode se aplicar a minha situação
específica. Mas infelizmente, dificilmente temos acesso direto
aos autores de livros. Minha proposta nesse trabalho inédito que
estou empreendendo, é oferecer aos leitores uma experiência
mais próxima de mim e das minhas ideias, além de poder
fomentar a interação e o debate entre os próprios leitores, para
produzir a edificação mútua, conforme nos exortam as
Escrituras. Espero que minha iniciativa sirva de incentivo para
que outros escritores façam o mesmo.
Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual Página 39
Nos próximos capítulos, vou tratar das demais peças da
Armadura de Deus e de como as mesmas podem nos capacitar
a vencer as ciladas do diabo, especialmente em nossas relações
com outras pessoas, seja o cônjuge, filhos, parentes, amigos,
chefes, subordinados, líderes e liderados, pastores/pastoras e
membros da igreja, cooperadores e colegas de ministério, enfim,
como podemos cumprir os propósitos de Deus em nossa vida
diária, vencer tudo e permanecermos íntegros, inabaláveis. Os
problemas de relacionamento têm assolado a igreja evangélica
brasileira e trazido mais dano do que qualquer suposto
movimento externo, seja ele político ou cultural. Infelizmente,
muitos líderes evangélicos, para distrair o povo do atual estado
de deterioração em que se encontram muitas comunidades ditas
cristãs, ficam conclamando guerras políticas e ideológicas contra
os de fora, caindo no erro que Jesus condenou, de tentar tirar um
cisco do olho do outro, estando uma trave no seu próprio.
Vamos primeiramente investir na qualidade de vida espiritual de
nossas famílias e igrejas, nos tornarmos de fato sal e luz, e,
quem sabe assim, alguns dos de fora venham a nos ouvir? Esta
é a proposta deste e-book.
Assim como tratei do Cinto da Verdade, também o Escudo da
Fé será analisado detalhadamente tanto aqui no e-book como
também, posteriormente, em nosso Grupo Exclusivo de Leitores. Os Relacionamentos Interpessoais e a Guerra Espiritual
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O mesmo em relação a calçar os pés com a preparação do
evangelho da paz, vestir a Couraça da Justiça, usar o
Capacete da Salvação, a Espada do Espírito e, é claro, vou
dedicar um capítulo especial para tratar da questão da oração,
já que o revestimento da Armadura de Deus só é possível em
uma vida vivida com toda oração e súplica e com a ajuda do
Espírito Santo, pois não sabemos orar como convém, mas temos
a garantia de que o Espírito de Deus nos ajuda em nossa
fraqueza, para que a vontade de Deus seja realizada em nós e
através de nós, de forma que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8:28
Se você está lendo a versão completa, vamos em frente
conhecer as outras peças da Armadura de Deus. E que Deus te
abençoe no restante dessa leitura.
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DE LEITORES, ENTÃO APROVEITE, CLIQUE NO LINK
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BIBLIOGRAFIA RESUMIDA
ANDERSON, Neil T. Vitória Sobre a Escuridão
CRABB, Larry. Aconselhamento bíblico efetivo
CRABB, Larry. Como compreender as pessoas
FÁBIO, Caio. Síndrome de Lúcifer.
LINTHICUM, Robert. Cidade de Deus/Cidade de Satanás
MILHOMENS, Valnice. Personalidades restauradas
NEE, Whatchman. A liberação do Espírito
OGILVIE, Lloyd J. Quando Deus pensou em você
SEAMANDS, David. Se ao menos...
NEVES, Jonas. Difamação, um vírus mortal
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