os prisioneiros de ligrow ricardo luxo

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OSPRISIONEIROSDELIGROWUmaAventuraInterestelar

RicardoLuxo

Copyright2016byRicardoLuxo

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sistemadebancodedados,semaexpressaautorizaçãodoautor.

Ameuspais,irmãoefamíliaquesempreacreditaramemmeupotencialemeapoiaramemminhasconquistas.

Sumário

CapítuloICapítuloIICapítuloIIICapítuloIVCapítuloVCapítuloVICapítuloVIICapítuloVIIICapítuloIXCapítuloXCapítuloXICapítuloXIICapítuloXIIICapítuloXIVCapítuloXVCapítuloXVICapítuloXVIICapítuloXVIIICapítuloXIXCapítuloXXCapítuloXXICapítuloXXIICapítuloXXIIICapítuloXXIVCapítuloXXVCapítuloXXVICapítuloXXVIICapítuloXXVIIICapítuloXXIXCapítuloXXX

CapítuloIEraoúltimodiadeaula.Finalmentechegaramastãoesperadasfériasdetrêsmeses.Chegueiemcasaefuidiretoversehaviaalgonacaixadecorreio.Tinhaumacartaendereçadaamimsemremetente.Entreinasalaedisseàminhamãe:Olha,mãe!Umacartapramimsemremetente...–Dequeseráquesetrata?–perguntou.–Nãotenhoamínimaideia.Vamosabri-la!Abrietiveamaiorsurpresa.–Oqueé?–falouminhamãe.–ÉdotioCarlos,meconvidandoprapassarasfériasnafazenda!SóotioCarlosmesmopramandarumacarta...–Seutionãogostanadademodernidades.Vocêsabecomoeleé...–Poisé.Piorqueeuseimesmo.Nesseexatomomento,meucelulartocou.–Alô?–Ricardo?–Sim!Oi,Renata,tudobem?–Sim!Vocêrecebeuoconvitetambém?–Parairàfazenda?Sim!Recebi!–EueaRobertavamos.OAlexandretambémtelefonouedissequevai.ASílviaeaCarlatambémvão.Sófaltavocê.Eentão...Vaiounãovai?–Espera umpouquinho...Mãe!É aRenata.Ela disse que aRoberta e ela vão e a Sílvia, aCarla, oAlexandre,játelefonaramdizendoomesmo.Sófaltaeu.Possoir?–Pode!–Oba!Alô?Euvoutambém.–Legal!Quandoagentesaidaquientão?–Nãosei.Issoficaacombinar.Quetalsenósnosreuníssemoshojepraresolver?–Tudobem.Vaiseraquiàsquatrodatarde.Deixaqueavisoaosoutros.–Ok!–Tchau!–Tchau!

CapítuloIIÀsquatrodatardejáestavamtodospresentes.Todosalinaquelasalasãomeusprimos.Cadaumdoseujeito,mastodosmuitolegais.SílviaéirmãdeCarla.Gostadetudocerto.Éresponsávelcomodever.Tranquila.Tudoestábompraela.Possuicabeloscastanhosclaroseolhosverdes.Carlaéumadocemenina,amenordetodosnós.Écalmaemuitointeligente.Temcabeloscastanhoseolhoscastanhostambém.Renata, às vezes fica esquentada. É de temperamento um tanto nervoso.Mas adora uma boa leitura eescrever.Temcabeloscastanhosclaroseolhosverdes.ElaeRobertasãoirmãs.Robertatambémédotipoquenãoaguentadesaforo.VivebrigandocomAlexandre.Gostadetudobemclaro,semenrolação.Seuscabelossãopretoseolhoscastanhos.Alexandreéumgarotoumtantoencrenqueiro,quesóestáfelizquandonadaoafeta.Adoracomerdetudoeémuitoturbinado.Temcabeloseolhoscastanhos.Finalmente,eu.JuntocomSílvia,somososmaisvelhos.Soubemajuizadoe inventivo.Tenhocabeloscastanhosclaroseolhoscastanhos.Enfim,nós,comoemtodafamília,nosadoramosenosodiamosàsvezes.Massempreseguimosjuntosnosapoiando.Emalsabíamosquenumfuturonãomuitodistante,viveríamosumagrandeaventura...–Eentão,quandoagentevai?–Renata.–Quetalnasemanaquevem?–Alexandre.–Não.Euqueroirlogo!–Carla.–Praqueessapressatoda?–Sílvia.–Ah!Euqueroepronto!–Carla.–Olha,nãovamoscomeçarabrigardesdejá.Afinal,nósvamospassartrêsmesesjuntos.–Roberta-Éissoaí!–disseeu.Depoisdemuitocusto,resolveu-seirdaliaumasemana.Nãoseiporque,aquelafoiasemanaquemaisdemorouapassar.Umdiadepoisdanossareunião,todosjátinhamarrumadoasmalas.Issoqueeraentusiasmo.

CapítuloIIIFinalmente chegou o dia. Nossos pais haviam contratado um motorista particular para nos levar àfazenda.LáfomosnósnumaviagemdedezhoraspelointeriordoEstado.Quandoestávamosnomeiodocaminho,nãoresistimosepedimosaomotoristaqueparasse.Nuncahavíamosvistotamanhabeleza:umcampocheiodefloresdetodasascores.Maisamarelasqueosol,maisvermelhasqueascerejas,maisbrancasqueasnuvens.Enfim,umconjuntodeslumbrante.Carladeuumaideia:–Quetalbrincarmosdepega-pega?–Joia!Precisamosesticarumpoucoaspernasmesmo!–exclamamos.Ficamosbrincandoavaleratéquenãoaguentávamosmais.Atéomotoristaentrounabrincadeira.Foioquemaissedestacou.Atéquefalou:–Bem,pessoal,achoquetánahoradeirmos,senãosóvamoschegarládenoite.–Tudobem.Vamoslá,operaçãoembarque!–exclamei.–Não!Esperaumpouco!Vamoscolheralgumasflorespara levarparao tioepra tia lánafazenda.–disseSílvia.Tocatodomundopegarflores.Ocarroficouabarrotadodelas.Passaram-seumasduashorasecomeçouareclamação:–Queroiraobanheiro!–disseRoberta.–Eutambém!–Alexandre.–Também!–Também!–Também!Nofinal,todosqueriamiraobanheiro.Paramosnumposto.Asmeninassaíramcorrendonafrente.Opioréquehaviaumsóbanheiroparaseiscriançasapertadaseformou-seafilanaporta.Cadaumquesaíasedirigiaàlanchoneteparafazerumlanchinho.Afinal,estávamostodosàmesa:–Oquevocêsvãoquerer?–disseogarçom.–Euqueroumx-salada!–Eu,ummistoquente!–Euquerosorvete!–Eu,umaempadinha!–Eu,ummilkshake!–Euqueroumhambúrguersimples!Coitadodogarçom.Achoquenaquelediaelesearrependeudeterabertoabocaparaatender-nos.Todomundofalandojunto,namaiorconfusão.Opiordetudonãofoiisso.

Depoisdemuitocustoparaatenderatodos,aindapassouamaiorvergonhaporcausadoAlexandre.Nahora de distribuir os pedidos, em vez de ele dar o sorvete proAlexandre e omilk-shake pra Carla,inverteutudo.Praque!OAlexandrecomeçouafalarqueohomemeraumincompetente,distraído.Todaalanchoneteficouencarandoocoitado,atéqueogerenteapareceueacalmouomenino.Dissequeeleiaganharumsuperpacotedebolachasdechocolateporcausadoinconveniente.Sóalegria,né?Sóseiquenóssaímosdeláduashorasdepois.Continuamosviagem,massempararemlugaralgum.Jáestavaanoitecendo.Finalmentechegamosàfazenda.Jáeranoite,horadanovela.Quebagunçanósfizemos!Carregamosasbagagenspradentroeficamosesperandoajanta.Aessaaltura,Robertacomeçouagritar:–Quefome!Quefome!–Ficaquieta!Vocênãovêqueatiatáfazendoajanta?–disseRenata.–Quefome!–continuou.Nóspegamosumameiadúziadealmofadasejogamosemcimadacoitadaparaabafarachoradeira,masnãoadiantou.–Tánamesa!–gritouatia.Antesmesmodeterminarafrase,jáestávamostodosnamesa.Asfloresquetrouxemosjáestavamnumbelovaso,enfeitando-a.Quealegria!Foiaquelacomilança!Acabamoscomtudo.Comonãopodíamosdormirdebarrigacheia,ficamosnavarandaescutandomeutiotocarviolãoecantar.Antes de deitarmos, meu tio fez a coleta de quaisquer dispositivos que tivéssemos em nosso poder.Celulares,computadores,tabletsequaisqueroutrosequipamentosdotipoeramproibidos.Eledetestavaequeriaqueaproveitássemos tudoaomáximo, sem interferências, comoantigamente.Ficávamosmeioirritadosporunsdoisdias,masjáestávamosacostumadoscomoprocedimento.Quandofomosdormir,jápassavadameianoite.Formou-selogoafilanaportadobanheiroparaescovarosdentes.Cadaumtinhaumquartoprasi.Todosderamboanoiteeforamdormir.Acontecequeacertomomento,ouviumclicefuiespiaroqueera.ARenatatinhasaídodoseuquartoeseenfiounoquartodatia,poisestavacommedodedormirsozinha.

CapítuloIVNodiaseguinte,conteiatodososoutros,enahoradocafécomeçouacoisa:–Renata,estavabomoquartodatia?–perguntei.–Nãoenche!–Estavacommedo,hein?–Sílvia.–Nãoenche!–Muitobonito!–Carla.–Nãoenche!Renata começou a ficar vermelha, cada vezmais, até que pegou umpote de doce de leite e virou nacabeçadaSílvia.Nesseinstante,vendoqueacoisaiaengrossar,todoscomeçaramacorrerparaoladodeforadacasa.SeRenatapegassealguém,coitadadessapessoa.Porisso,ficamosfugindodela,atéquechegouumahoraqueelanoscercou.Aífoisocoepontapépratodoladoeelaficavacadavezmaisvermelha.Sortenossaqueotioapareceu,pôseladebaixodobraçoeacolocounaduchafriadoquintal.Achoqueaáguaatéevaporavaquandobatianacabeçadela.ASílviafoiquemsofreumais.Ficouumahoraemeianochuveiroparatirartodoaqueledocedeleitedocabelo.Senãofosseotioaparecer,adeusférias.Íamostodospassarasfériasnohospital.DepoisqueSílvia saiudobanho, fomosaopomar.Tudoquantoé frutaque sepode imaginar tinha lá.Comemosmaçã,mamão,laranja,mexerica,jabuticaba,tudoquehádebomdefrutas,aindamaiscolhidasdopé.Quedelíciaquefoi!Nahoradojantar,Renatajáestavavoltandoàcornormal.Depoisdaquilo,nuncamaistiramossarrodacaradela,poisseelapegaagentepravaler,tadinhosdenós.Paraojantarhaviaogenuínomacarrãoàitalianaeporpetas.Issoporqueminhatiaéfilhadeitalianos.Nemmalatiacolocouacomidanamesa,AlexandreeRoberta,osmaisesfomeados,atacaram.Comeramtanto,mastanto,quepareciamduasbarriquinhas.Depoisdojantar,fomosassistiràtelevisão.Massótinhapropagandanaquelecanal,jánãoaguentávamosmais.EntãoSílviadeuaideia:–QuetaljogarmosBuraco?–Legal!–exclamamos.–Tia,asenhoratemumbaralhoaí?–Carlaperguntou.–Tenhosim,maseunãoseiondeestá.Vocêsvãoterqueprocurar.–Tudobem!–Carla.Aí sim que começou a bagunça. Quando finalmente encontramos os baralhos e íamos jogar, a tiaperguntou:

–Vocêsnãoachamquetêmuma“outra”coisaprafazer?Olhamosemvoltaepercebemoslogooquetínhamosquefazer.Acasaestavatodadesarrumadadagenteprocurarosbaralhos.Tocatodomundoarrumaracasa.Quandoacabamos,estávamostãocansadosqueresolvemosdeixarojogoparaodiaseguinte.Fomosdormir.Nessedia,aRenata,commedoetudo,foidormirnoseuquarto,sozinha.

CapítuloVNodiaseguinte,acordamosàssetehorasparavermeutiotirarleitedavaca,masantesdissotomamosumcafébemgostosoefarto.Quandoestávamosterminando,nossotioapareceunaportacomumacaraassustadaeperguntamosporque.Elerespondeu:–Sabeoqueégente.Éque...Éque...–Falalogo,homem!–disseminhatia.–Nasceuumbezerrinhohoje!!!–Oba!–gritamostodosjásaindodamesaparairveroanimalzinho.Chegamosaopastoeláestavaelecom suamãe.Nós não ousamos atravessar a cerca, pois senão ela poderia ficar enciumada.Meu tioatraiu-aparaumcercadoenósfomosbrincarcomobezerrinho.Mascomoerabonito.Eramarromclarocomopeito branco e as patas tambémbrancas.Não sabíamoso que fazer para agradar o coitadinho.Corríamoscomele,rolávamosnochão,fazíamosdetudoparaatrairasuaatenção,epareciaatéqueelenoscompreendia.O tempo passou tão rápido que logo a tia nos chamou para o almoço. Emmenos de dez minutos jáhavíamosalmoçadoejáestávamosdevolta.Brincamoscomeleatéanoitecer.Desta vez, depois da janta, conseguimos jogarBuraco.Tudobem.Começou a distribuiçãodas cartas.Íamoscomeçarajogarquandocomeçouaconfusão.–Ei!Eletemmaiscartasdoqueeu!–disseAlexandre.–Tenhonada!–eudisse.–Temsim!Assimeunãojogo!–Tudobem!Vamoscontarquantasvocêtemequantaseletem.–disseRoberta.–Um,dois,três,quatro,cinco,seis,sete,oito,nove,dez,onze.ORicardotemonze,tácerto.Agoradeixaeuverassuas:um,dois,três,quatro,cinco,seis,sete,oito,nove,dez,onze,doze.Távendo?Vocêfalaqueooutrotemmaisequemtemmaisévocê.Agoratambémvaificarsemuma!–Nãovemnão!Podedevolver!–disseAlexandre.–Nãodevolvo!–exclamouRoberta.–Devolve!–Não!–Sevocênãodevolver,eunãojogomais...–Entãonãojoga!Alexandrefoiparaseuquartoresmungando.Nóscombinamosdequenãodavadezminutoseeleestavadevolta.Batata!Nooitavominutoláestavaelenasala.–Medeixaentrardenovo?–pediu.–Tábom,masnãoinventamanha,hein?–disseRoberta.

As duplas estavam formadas de novo.O jogo durou uma hora emeia.Quando acabou, começamos acontagemdospontos.–Pronto!–exclamamoseueSílvia–Nóstambém!–AlexandreeRoberta.–Esperaumpouquinhoquejátánofim.–CarlaeRenata.Finalmenteacabaram.–Quantodeuaí?–perguntamosàCarlaeRenata.–Não.Falemquantodeuodevocêsprimeiro.–responderam.–Jáqueéassim,nósfalamos!Onossodeudoismilpontos!–AlexandreeRoberta.–Tábom!Onossodeudoismilecinquentapontos!–falei.–Vocêsroubaram!–falouAlexandre.–Quenada,moleque!–disseSílvia.–Jáquevocêsquerembrigar,eufalonossospontoseacabocomessabriga.Onossodeudoismilecempontos–disseCarla.–Não!Vocêsroubaram!–eudisse.–Éissoaí!–apoiouRoberta.Depoisdemuitabrigaerecontagemdepontos,concluiu-sequeCarlaeRenatahaviamganhado.Fomosdormir.

CapítuloVINo dia seguinte, logo após o café, pedimos à tia se podíamos ir ver as plantações da fazenda, queficavamdooutrolado.Eladissesimeláfomosnós.Pelocaminhoaconteceumuitacoisa.Umpoucodepoisquetínhamossaídodecasaeestávamosindopelaestradinhadaplantação,vimosumvultograndecorrendoemnossadireção.Pareciaalgumanimal...Eera!Eraumboidesembestado!–Gente,correpracimadequalquerárvorequevocêsencontrarem,porqueesseboinãoestácomcaradebonsamigos...–disseeujácorrendoparaumaárvore.Felizmente todos sabiam subir em árvores.O boi chegou e, justo onde a gente estava, resolveu ficarparado.Otempopassandoenadadeleirembora.Gritamos,assobiamos,esperneamos,enadadealguémaparecer.Parecíamosunsmacacosnaquelaárvore.Afinal,oboiresolveuirembora.Descemosdasárvores,meioreceososdequeelevoltasse.Depoisdeandarmosunsmilmetros,notamosqueestavafaltandoalguém.EraaCarla.Eudisse:–Euvouporaqui,AlexandreeSílviaporali,RobertadaqueleladoeRenatapelooutro.Depoisdeunscincominutos,nósaachamos.Elatinhaseguidoumaborboleta,dasquaiselagostamuito,e quando se deu conta, viu que estava perdida. Levou uma bronquinha de sua irmã e tudo voltou aonormal.Continuamosopasseio.Quando estávamosperto achamosumaspegadas no chão.Eramesquisitas.Nunca tínhamosvisto nadaigual.Pareciaumaespéciedetênis,maseramuitograndeecomdesenhosestranhos.–Doqueseráquesãoessaspegadas?–perguntouAlexandre.–Eununcaviigual.–Carla.–Devemserdealgumlobodomato.–disseRenata.–Sóseeleestivessedetênis!Hahahaha!–eufalei.–Eunãoestavaolhandopraelasquandofalei.–disseRenatajámeiovermelha.–Vaiveralguémquedesenhou.–Roberta.–É.Podeser.–Sílvia.Deixamos as pegadas e continuamos a caminhada.A primeira plantação que tinha era a de café.Nósresolvemoscomerumasfrutinhasládocafeeiro.Estavaumadelícia.Derepente,notamosquealgunspésdecaféqueficavamnotopodeumacolinaestavamqueimados.Eufalei:–Nãoestougostandonadadisso.Primeiro,aspegadas,agora,essespésdecaféqueimados...Oqueestáacontecendoaqui?

–Nãoliganão,Ricardo!Devetersidoalgumraio,oualgumapessoa!–disseSílvia.–Olha!Eunãoseinão...–Vamosbrincardeesconde-esconde?–sugeriuCarla.–Vamos,vai!–eurespondi.Brincamosdurantemeiahoraatéqueveioaideia:–Vamosbrincardooutroladodacolina?–indagouRoberta.–Legal!Vamossim!Vamosaolago!–todosgritaram.Haviaumbelolagoquedavapraverdotopo.Fomossubindoacolina.Chegamosondeestavamospésde café queimados. Demos uma olhada e não chegamos a conclusão nenhuma sobre o que teria feitoaquilo...Algunsacharamqueteriasidoalgumapessoa,masparaquealguémosqueimaria?Outrosacharamqueteriasidoumraio,masseassimfosse,haveriamarcasmaisprofundas.Malsabíamosnós,queaamargadescobertaestariadooutroladodacolina.Continuamossubindo.Quandochegamosaotopo,tivemosasurpresamaismarcantedenossasvidas.Dooutrolado,haviaumanaveespacial.Eraprateadaemuitogrande.Emformatodegota,sóquecomoumagotadeitada.Estavaflutuandoaalgunsmetrosdochão.Virei-meparaSílviaefalei:–Sílvia,agoratudoseliga...–Émesmo!Aspegadas...–Ospésdecaféqueimados...–Fiquemabaixados!–elafalou.Aparentementeestavatudotranquilo,masoqueseriaaquilo?Deondeteriavindoeoquequeria?Nãovíamosninguém.–Oquenósfazemos?–perguntouAlexandre.–Nãosei!–respondi.–Euachobom,agentesumirdaqui.Vamosvoltareavisarapolícia.–falouRoberta.–Éissoaí.Todomundocorrendo...Por que tínhamos que sair de casa? Nem bem viramos, lá estava quem ninguém desejava naquelemomento.Eraumhomemdecapaceteeroupacolanteprateada.Os

grandessapatosquecomcertezaeramdonosdaspegadasquevimosantes.Portavaumaarmaestranhanamão.Ficamoscongelados,semfazerumúnicomovimento.Elefezsinalparaquefôssemosemdireçãoànave.Oqueseráqueaquelehomemiriaquererdeseiscrianças?EucochicheicomSílvia:–Euvousaircorrendopraverseachoalguémparanossalvardesta.Nahoraqueeucomeçaracorrer,vocêfazcomquetodososoutroscorramcadaumpraumlado.–Tudobem!–Lávai:um,dois,três,já!Saícorrendoemdireçãoàfazendaeosoutroscadaumfoiparaumladodiferente.Mesmo com toda essa preparação de golpe, não deu certo. O homem sacou da arma e como umprofissional,disparoucontratodosnós,paralisando-nosimediatamente.

CapítuloVIIElecarregouumporumparadentrodanave.Colocou-nosnumasalatodadevidro,pelomenoseraoqueparecia,numaáreanocentrodanave.Ládentro,eledisparououtracargacomamesmaarma,cujoefeitofez com que nós voltássemos ao normal. Os menores começaram a chorar. Eu, Sílvia e Renata,assustados,esmurramosaportadocompartimentoondefomostrancados,semobterqualquerresultado.O estranho ficou a nos observar. Continuou de capacete.Não sabíamos como ele era. Lançamos umasériedeperguntas:–Praondenosleva?–Oquequerdenós?–Quemévocê?–Deondevocêveio?Nenhumafoirespondida.Eleficavaparadoolhandoparaummundodebotõessemfalarnada.Oqueseráqueaconteceriaconosco?Seráqueseríamossoltos,oulevadospelanave?Dentrodanavehaviamuitacoisa.Tinhaumpainelcheiodebotõeseluzes.Nocentro,umamesaredondaqueacendiaeapagavaemtodasastonalidadesdecores.Haviasomenteumajanelabemgrandenafrente.Noscantoshaviaportasquenãosabíamosparaondelevavam.Eumasériededetalhespelasparedesquenuncatínhamosvistoantes.De repente, aquele ser estranho apertou alguns botões e sentimos que a nave começava a subir.Começamosagritarechorar.Olhamospelajanelaevimosafazendasedistanciando.Deu-nosumapertono coração. Ficamos pensando como os nossos tios ficariamquando não voltássemos para casa e se,algumdiavoltaríamosavê-los.Jápassavadomeiodia.Estávamoscomfome.Renatagritouparaohomem:–Estoucomfome!Estoucomfome!Ele não fez nada. Passou-se algum tempo e ele apertou um botão que fez ligar uma espécie de telaholográfica. Do outro lado, apareceu outro daqueles seres, só que estava sem capacete. Ficamoschocados. Tinha um rosto muito esquisito. A pele era esverdeada e grossa. Olhos como de gatos,amarelados.Umabocagrandetambémelábiosfinos.Eramuitoestranhoparanós.Estávamosmorrendodemedo.Oqueeraaquilo?Faloucomoserdanavenumalínguaestranha,durantealgumtempo.Depois,desligou.Quandoolhamosnadireçãodajanelanovamente,queimpactotivemos!ATerrajáestavalonge,eaLuatambém.Quasedesmaiamos.Vimosmuitasestrelaseplanetasdoladodefora.Começamosagritarcomopiloto,desesperados.Masnadaadiantava,eleparecianemouvir.

Renatacomeçouafalarqueestavacomfome.Destaveztodosnóscomeçamosaresmungar.Elemexeunumbotãoquehaviaemseucapaceteeficouolhandopranós.Robertafaloumaisaltoainda:–Estoucomfome!Eleparecequecompreendeudessavez.Foiatéumasespéciesdetubosqueestavamemcimadamesa,aquela comas cadeirasque acendiame apagavam.Pegoualguns eos jogoupradentrodenossa sala.Simplesmente eles passaram pela parede. Que coisa mais louca! Os tubos continham umas pílulascoloridas.Indaguei:–Seráqueissoécomida?–Nãoseinão,maseuachoquesefor,nãovaimataraminhafome!–disseRenata.–Vocêsachamquedevemosexperimentarounão?Euachoquesim,poissenãocomermosisso,nãoseioquevamoscomer.–Queméoprimeiro?–perguntouCarla.–ORicardoexperimentaprimeiro.Seelenãomorrer,nóscomemos.–disseAlexandre.–Engraçadinho!Vamosfazerumacordo?Todosnóscolocamosumanaboca.Seaconteceralgumacoisaaum,aconteceatodos,ok?Todosconcordaram.Abrimosostubos.Foifácil.Tinhaumatampaqueabriasódeencostar.Primeiro,pegamoscadaumumapílulavermelha.Eudeiosinal:–Um,dois,três,já!Colocamosaspílulasnabocaeasengolimos.Bom,ninguémmorreu,easpílulastinhamgostodepudimdemorango.Asoutrascorestinhamgostosdetodosostiposdecomida.Cadaumdenóscomeuseisenãoaguentoumais.Aspílulaseramsupernutritivas.Ohomemquedirigiaanavenãocomeunada.Pensamosemenfiaramãonaparededevidroparaversepassavacomoacomidapassou.Quenada!Nemchancedissoacontecer.Estávamossupercansados.Seráqueolugarpraondeiríamoseratãolongeassim?NaTerrajádeviasernoite e bem tarde. Como estariam preocupados nossos tios e pais, que há essa hora já deviam estaravisados.Mas nada poderíamos fazer. Fomos para um canto da sala, onde ficamos bem juntinhos para ver sedormíamos,eacabamosadormecendo.Achoquetodossonharamamesmacoisa.Sonheiqueestavaprisioneiro,masquechegouumapatrulhadaTerraparanossalvar.Depoisnos levaramparaaTerraondehaviaumgrande jardimflorido,noqualestavamnossospais,tioseirmãosmaisvelhosnosesperando,enóscorríamosaoseuencontro.Quandochegávamosperto,elesdesapareciamereapareciamemoutrolocalmaisdistante.Corríamosnovamenteetudoserepetia.Eraangustiante.Nãoseiseessesonhopodiaserinterpretadocomoavisodenãovoltaravê-los,oualgumaoutracoisaqualquer.Sóseiqueeradesesperador.

CapítuloVIIIDe repente, acordamos. Demoramos um pouco pra assimilar as coisas. Pensamos que o que tinhaacontecidotambémnãopassavadesonho.Percebemosqueanaveestavaparada.Eraengraçado...Nãohavianinguémjuntoconosco.Aportaestavafechada.Olhamosemdireçãoàjanela.Ficamos assustados. Do lado de fora, havia milhares de naves iguais aquela onde estávamos. Oengraçadoéquenãohavianinguémnaquelaespéciedeaeroporto.Achamosqueomelhorafazerseriaficaresperandoatéalguémaparecer,poispoderíamosestarsendovigiados.Passouotempoenóscontinuamosaesperar.Nadapodíamosfazer,senãoesperar.Nãodavaparafugir,poisnãosabíamosmexernasmáquinasetodosaquelesbotões.Esperamos,esperamos,atéquesurgiramdoisguardasláfora.Ficamosobservandooquefaziam.Dirigiram-se à nossanave ebaixaramaporta.Entrarame ficaramnosolhando.Pegaram suasarmas e apontaramparanós.Gelamos.Felizmente era somentepara segui-los.Fizeram sinal paraquesaíssemosdanave.Quesurpresativemosdoladodefora.Primeiroporquerespirávamosnormalmentenaquelelugar.Comopodia? Depois, porque era estranho aquele planeta. Não tinha sol. A luz que tinha, era geradaartificialmente.Acidadeerarevestidaporumameiabola,quepareciavidro.Tãocliché.Tinhamuitosprédios muito altos, de formato esquisito. Tudo era sombrio. Os transportes também eram estranhos.Muitanavevoandoparatodolado.Erammenoresdoqueasdoaeroporto.Deviamserdeusopessoal.Ficamosabismados.Saímosdaqueleaeroportoeentramosemumadessasnavesmenores.Sentamosnosbancoseumcintoautomático nos amarrou. Não conseguíamos sair do assento. Não tinhamotorista. Só os guardas. Elasubiu e começou a se mover. Nesse passeio, vimos somente prédios e mais prédios. Ao longeconseguíamos ver algumas montanhas, mas a natureza era sombria. Não tinha árvores, muito poucasplantas.Algumasfontesdeáguapelocaminho.Pessoaseramrarasdesever.Nãoeramcidadescomruasprasecaminhare tal.Tudodeviaser interno.Fomosnosaproximandodeumedifíciogigantesco,comumaimponênciaincrível.Davamedo.Deviaseraliondenosaguardavam.Oqueiríamosencontrarpelafrente?Entramosporumaaberturadaquelaestruturaimensaeestacionamos.

Tiraram-nosdeládedentroecomeçamosacaminhar.Entramosnumcorredor.Asparedeserambrancas,masnãopintadascomosãonaTerra.Pareciamfeitasdeplástico,poisbrilhavamintensamente.Andamosporcercadeunsdezminutos.Nocorredortinhamuitasportaslaterais,masnóscaminhamosdireto,atéalcançarumagrandeportaque se abriu automaticamente.Aportadavaparauma salabemgrande.Ládentro,haviamuitosdaquelesseresque,quandochegamos,ficaramnosolhando,depoiscomeçaramarirmuitoeaconversar.Nósficamosempéparados.Quevisãoestranha.Todoscomaquelascarasquenosassustavammuitoecomcapacetes,sóqueeramabertosnafrente,entãopodíamosversuasexpressões.Depois de certo tempo, abriu-se outra porta. Os guardas nos levaram em sua direção. Entramos. Pranossoespanto,láestavaaquelesercomquemopilotodanavetinhafalado.Eleestavasentadonumaespéciedetrono.Otronoeratododeformadoepossuíaaquelasluzescoloridas,constantementepiscando.Aquele elementousavaumcapacetediferentedosdemais.Quandoelehaviafaladocomopilotodanave,estavasemcapacete.Tinhanamãoumaespéciedecetroetambémusavaumaroupadiferentedosoutros.Osoutrosusavammacacãobemcolante,cinzachumbo.Jáele,usavaummacacãopretobrilhanteeumcolarcommedalhão,cheiodedesenhosengraçados.Alémdeumacapa.Comcertezaeraorei,presidente,chefe.Qualquerserimportante.Oquegovernavaosoutros.Aquelesseresdasalaanteriordeviamserseuparlamento,congresso...Seilá!Nós estávamos muito aflitos. Não havia uma janela sequer naquela sala. Tinha apenas duas portas.Permanecíamosali,nós,osguardaseo“rei”.

CapítuloIXEle nos olhou e depois chamou um dos guardas para junto de si. Conversaram. Falavam uma línguatotalmenteestranhaparanós.Pareciaumasériedegrunhidos.Aconversademorouumbomtempo.Emseguida,oreimexeuemumbotãonoseucapaceteesedirigiuanós:–Fizeramboaviagem?Hahahaha!Paralisamos. Como podia falar nossa língua tão perfeitamente? Acreditamos que o segredo estavanaquelebotãodocapacete,masmesmoassimperguntei:–Comopodefalarnossalíngua?Foieufazerumapergunta,queosoutroslançaramassuas.–Quelugaréeste? –perguntouSílvia.–Oquequerdenós?–Alexandre.–NãovainosdeixarvoltaràTerra?–Renata.–Atéquandovamosficaraqui?–Roberta.–EsteplanetaémuitolongedaTerra?–Carla.Eledisse:–Calem-se!Quemfazasperguntasaquisoueuenãovocês!Econtinuou:–EumandeimeussúditosmaisconfiáveisàTerraparaobservarosterráqueos.Eujávenhoestudando-oshámeses.Nós achamos que omelhor a fazer seria trazer alguns espécimes. Para isso devíamos agircautelosamente.Meussúditosobservavamseuscostumes,alimentação,comportamento,etc.Comessasinformações, preparamos aquelas pílulas nutritivas como sabor de comidas terráqueas.Não era paravocêsseremosespécimesparaestudo,mascomosãocuriosos,estãoaqui!Estavamnolugarerradonahora errada. Agora, já que vieram, eu irei estudá-los mais profundamente, para depois... Mais tardevocêssaberão!Eudisse:–Oquevocêfezfoidesleal.Observarclandestinamentepessoasinocentes!–Cale-se!Vocênãotemodireitodejulgarumsersuperior!–disseele.–Poisbem!Vocêéquesabe!Mesmoassustado,meuprimoAlexandreperguntou:–Quelugaréesse,porfavor?Onobrerei,destavez,respondeunormalmente,semnenhumaameaça,masobservou:–Emprimeirolugar,nãoé“quelugaréesse”quesefala,massimquelugaréeste,poisambosestamosnele.Oreierabomemlínguas.Dandoauladegramática.Issoeraengraçado.

Emseguidarespondeu:–ÉLigrow,oplanetamaisdesenvolvidodagaláxiaedetodoouniverso!–Conte-nossuahistória!–disseCarlacomumtomangelical.

CapítuloX–Estábem.Hámilharesdeanos,esteplanetaeradirigidoporseresmuitobonsqueviviamemperfeitaharmoniacomanaturezaeonde todosos recursoseramabundantes.EleseramchamadosdeElevatis.Meu povo vivia em outra galáxia. Acontece que no planeta em que meu povo vivia houve umescurecimento, em virtude do enfraquecimento da estrela que o iluminava, o que diminuía a vida noplaneta e consequentemente, doshabitantes.Os chefesdoplaneta enviaramumde seusnobres súditosparaprocuraroutragaláxiaparaondepudéssemosnosmudar evivernormalmente.Elenãoencontrounadafavorávelportodasasgaláxiasquepassou,atéquedescobriuoplanetaqueerahabitadopelosbonsseres.Chegandolá,elepediuaosgovernantessepoderíamosnosmudarparaaquele lugareprosperarjuntos.Eles resolveramnos ajudar, porématravésde suas tecnologias.Ofereceramajudaparamanteremmeupovo com condições de vida em seu próprio planeta.Nosso povo já estava passando fome e frio.Aprincípio,meusantepassadosaceitaramaoferta.Porém,ascoisasnãoestavamfluindocomarapidezqueprecisávamoseasdiscussõesaumentaram.AmudançademeupovoparaoplanetadosElevatisnuncaseriaaceita.Então, nossonobre rei resolveu entrar naqueleplanetaporbemoupormal.Dirigiram-separa lá semavisar, e, iniciaram um ataque. Destruíram amaioria do povo ali existente. Os poucos que restaram,foramcolocadosemsuasnavesebanidos.Àderiva,foramjogadosaoespaçoàsuaprópriasorte.Meusancestraisseapossaramdaquelemundoetransportaramtodosparalá,construindoumanovavida.Tudoestavabematéhápoucascentenasdeanosatrásquandoosolcomeçouaseapagarnovamenteparao nosso povo. Mas como evoluímos muito, fizemos essa cobertura nas cidades do planeta, com umsistemadeaquecimentoquepossibilitaavida.Começamosadesabafar:–Entãoéesseoseuplano:invadiraTerra,destruirosterráqueos,apossar-sedoplaneta,emandarseupovopralá?– Sim! Vocês são inteligentes. Mas não será só isso. Eu vou conquistar a Terra, transportar algunsmilhõesdesúditosparaláeoutrosficarãoaqui,eassimpossuireidoisplanetasparagovernar!Carlaarrebentouderaiva:–Masvocênãopensanasoutraspessoas?Oqueserádelas?Morrerão?–Aspessoasdeseuplanetanãoservemparaviver...–Mas,esevocêjuntasseseureinocomonossoeassimformássemosummundosuperpoderoso?–disseRoberta.–Nãoadianta!Oseupovonãoétãoevoluídoquantoomeu!–Mas...

–Nemmais,nemmenos.Nãosalvarei seupovo, serãodestruídos!Vocêsaindapromovemguerras, sedestroem,sãodeumaraçainferior.–falouoreifuriosamente.–MasporqueaTerra?–perguntei.–Porquetemcaracterísticasmuitopróximasdasnossas.Avidaláépossívelparanós.–Porissoquerespiramosaquientão?–continuei.–Sim.Nossasatmosferassãomuitoparecidas.Eaáguatambém.–Porqueoseuplanetanãoédetectadopelosnossosradares?–perguntouRenata.–Éporqueestáemoutragaláxia,eseusradaresnãotêmalcance.Emesmoquetivessem,nóspossuímosdispositivos antirradares, que faz comque as ondas emitidaspor eles passempelonossoplaneta semdetectá-lo.–Sóumaúltimapergunta:–objetouAlexandre–seaquiésemprenoite,quandoéquevocêsdormem?–Quandoaquihaviasol,osistemaera igualaodaTerra,masagoraqueénoite, tudofuncionaassim:quando seria o anoitecer normal, toca-se uma sirene anunciando que é o horário para dormirmos, equandotocanovamente,anunciaachegadadodia.Depoisderesponderaessapergunta,chamoudoisguardasemandouquenoslevassemcadaumparaumquartodiferente.

CapítuloXIOsguardasfizeramsinalparaandarmos.Saímospelaportaqueficavadooutroladodasala.Entramosem outro corredor. Os guardas que nos levavam não tinham em seus capacetes aqueles botões detradução,entãodisseparaonossopessoal:–Essesguardasnãonosentendem.NãopodemosdeixarqueoreidestruaaTerra.Jápensaram?Pensememplanosparafugirmosdaqui.Sílviafalou:–Masnãohácomofugirdaqui!–Nósacharemosumjeito!Pensem!–eudisse.–Masmesmoqueconsigamosfugir,comodirigiremosasnaves?–perguntouRoberta.–Aíéqueestáoproblema!–disseRenata.–Olha,conseguindosairdaquiagentesevira,falou?–eudisse.–Tudobem.Nesseinstantechegamosaolocaldos“quartos”.Eraestranho.Asportasnãoeramautomáticas, tinhamfechadura.Estranhas,maseramfechaduras.Paranósissoeraimportante,poisseriamaisfácilsairdali.Osguardastrancaramcadaumdenósemseu“quarto”,queameuver,eramverdadeirascelaseficaramdoladodefora.Nascelas,haviaumaespéciedecamacomumacaixaemcima,queseriaocolchão,maserafeitodeummaterialdesconhecido.Quandodeitávamos,otalcolchãosemoldavaemnossoscorpos.Asparedesnãoeramiguaisàquelasdoscorredores.Pareciammaiscomasnossas.Deviamsermuitovelhas;outrotipodeconstrução.Nãohaviajanelas.Passadoalgumtempo,ouviospassosdeumdosguardasseafastando.Voltoulogo.Abriuminhacelaemedeuumdaquelesmacacõesqueelesusavam,sóquedecorverde.Viquetinhamaisalgunsnamãoededuziqueseriamparaosoutros.Mas,porqueverde?Com certeza para nos localizarem mais facilmente em caso de fuga. Pois seríamos os únicos commacacõesverdesnaqueleplaneta.Vesti a tal roupa.Atéque ficoubem.Sóquenãoeramcolantes comoosdeles.Erammais folgadosetinhamdoisbolsos.Parecia com jardineirasde fazendeiros,mas fechados edeummaterial umpoucobrilhante. Só queria ver o pessoal e a Carla, que é a menor de todos, de macacão. Deviam estarengraçados!Otempofoipassando,passandoenadadosguardassaíremdali.Depoisdeumas trêshoras terrestres, soou a sireneque anunciava ahoradedormir,Mas seráqueosguardasiriamdormir?Fiqueinaexpectativa.Finalmenteouviosdoisseafastando.

CapítuloXIIComeceiabaternaportaeachamarpelosoutros.–Bam!Bam!Alguémmeescuta?Derepenteouviumavoz,bembaixinho:–Ricardo!Ricardo!Arrisquei:–Quemé?Respondeu:–Soueu,aSílvia!–GraçasaDeusvocêmeouviu.–dissealiviado.–Vocêtemalgumgrampooualgoparecido?–Tenhoumgrampo!–respondeu.–Poisentãotenteabriraporta,tenhapensamentopositivo!–Nãoachoqueissováfuncionar.Istonãoéumfilme,évidareal.Nãoquerabrir!–Tenta,Sílvia!Tenta!Fazumaforça!–Nãoabre!–dissequasechorando.–Tentasómaisumpouco!Depoisdecercadeunsquarentaminutosdemuitadificuldadeparaconversar ede insistirmuitoparaSílvianãodesistir...Clic!–Abriu,Ricardo!Abriu!–Ufa!Correpraabriraminha!Usaamesmatécnicaquevocêusounasuaporta!–Eeuláseiqualfoiatécnica?Deisorte,sóisso.–Quenada!Você já foi escoteira quando eramenor.Nomínimo sabe alguns truques para escapar delugaresfechados.Clic–Conseguiu,Sílvia!–faleiabraçando-adefelicidade.–Eosguardas?–perguntou.–Nãosei!Écapazdeteremidodormirouentãotrocardeturnocomoutrosguardas.Tomaraquetenhamidodormir.Fomos abrindo as outras celas commuito custo, até que todos estavam livres.Nesse instante, soou asireneparaacordar.Achamospoucotempo.Deviatersepassadoumasseishoras.Nãosabíamosoquefazer. Resolvemos fechar as outras portas e nos escondermos num quarto só. Entramos no quarto efechamosaporta.Passaram-sealgunsminutoseouvimosospassosdosguardaschegando.Ficamosquietos.

Robertafaloubaixinho:–Comoelespodemdormirtãopoucotempo?–Nãosei!Talvezelescontemo tempo totalmentediferentedagente,devidoaosol,quedeveriaestarmaispróximodoplaneta.–Hum...Estoucomfome–falouRoberta.–Eutambémestoucomeçandoaficar.–disseCarla.Estávamostodoscomfome.Maseisquesurgeasolução:–Issonãoéproblema!Eutenhopílulasaqui.–disseAlexandre.–Mascomo?–perguntouRenata.–Eutireidosvidrosdanavequandoninguémvia.–Masporquenãonosdissenada?–Foiporqueeupegueisópramim,mascomoagoraéumaemergência...–Vamoscontarquantastem.–Carladisse.–Puxa!Tem50!–comentouSílvia.–Dáoitopracadaumeaindasobramduas!–falei.–É,mas não é para comer seis de uma só vez como antes, porque senão vai acabar.Comamduas eponhamoquesobrarnosbolsospraoutraocasião.–falouSílviaEsperamosumtempoatéqueosguardasseafastaramnovamente.Ouvimosseuspassossumindo.–Vamostentaragoraqueosguardassaíram?–falei.–Vamos!–concordaram.

CapítuloXIIIAbrimosaportaeespiamos.Nãohavianinguém.Saímoscorrendopeloscorredores.Eramtodosiguaiseissonosconfundia.Nãosabíamosparaondeestávamosindo.Abrimosalgumasportasetivemosmuitasrevelações. Atrás de algumas delas, existiam alguns depósitos cheios de prateleiras e estantes. Eramsalas imensas com coisas que pareciam conhecidas, como ferramentas, cordas, objetos. Em outras,equipamentos que não tínhamos ideia do que seriam. Porém, não tínhamos tempo para investigar.Precisávamos sair daquele prédio. Tentar pegar uma nave. Ter alguma esperança de fugir dali.Entrávamosporportas,corríamosporcorredores,atéqueporazardemosnasalaondeochefãoficavasentadonotrono.Quandonosviu,gritouaosguardasemsualínguaalgoquesópodiaser:–Peguem-nos!Peguem-nos!Osguardas saíramemdisparada.Saímos correndoporoutros corredores, atéquenos cercaramenoslevaramàpresençadorei.Este,porsuavez,mandouqueosguardasnoslevassemdevoltaàscelasequenãoreceberíamoscomidaalguma.Istoelefezquestãodenosdizerdiretamente.Fizemosmuitaforçaparanãorirdacaradele.Saímosdasalaefomospassandopeloscorredorestentandomemorizá-losparasabermosocaminhonocasodeumanovafuga.Finalmentechegamosàscelas.Osguardasnoscolocaramládentroeficaramdoladodefora.Comcerteza,destaveznãosairiamdalitãocedo.Não sabíamos agora como iríamos fugir novamente. A única coisa a fazer seria esperar. Tocaram assirenesumasquatrooucincovezes,atéqueabriramasportasparanosdarpílulasdenutrição,masaindasobrarampílulaspramim.Mastodacomidaseriabemrecebidanaquelahora.Quanto à água, tínhamos em nossas celas o que se pode chamar de banheiro, com uma espécie dechuveiroetorneira.Nelessaíaáguanormalmente.Aúnicacoisaéqueelaeraumpoucomaisdensaqueanossa. O gosto não era muito diferente. Quantas coisas parecidas com o nossomundo. Isso era beminteressanteeestranhoaomesmotempo.Passaram-semaisalgumassireneseosguardasresolveramabrirascelas.

CapítuloXIVJuntaram-nostodosemandaram-nossegui-los.–Tátudobemcomvocês?–perguntei.Todosafirmaramquesimecontinuamosocaminho.Fomoslevadosàpresençadorei,quefalou:–Gostaramdotratamento?Setentaremfugirdenovoserápiorainda.Agoravamosàsaladetestes.Dirigimo-nosaumasalaestranhaeenorme.Naquelasalatinhatudoquesepodeimaginaremmatériadeaparelhoseletrônicos.Tinhamáquinasiguaisacomputadores,commuitastelasebotões.Alémdisso,tinhanomeiodelaumobjetogigantescofeitodeummaterialbemdiferente,sólidoetransparente.Eracomoumcubodecristal.Oreinosfalou:–Agoranósveremossevocêssãotãocorajososcomoaparentamser!–Somosmesmo!–disseRoberta.–Depoisdestestestes,veremos!–Vocêvaiver!Nãoémesmopessoal?Todosentenderamquenãoerapratermedo.–Seráqueoquevocêvainosmostrarédeverdademesmo?–perguntei.–Claro!–disseele.–Tudobem!–eudisse,dandoumapiscadinhaaopessoal.–Vamoslá!Comece!–disseSílvia.–Esperemummomento!Precisosairumpouco!–disseorei.Chamouosguardaseficamossendovigiados.Renatafalou:–Comoseráqueéissoaí,hein?–Issoaíoque?–perguntouAlexandre.–Essestestes,ora!–Euachoqueétudocoisadementira.–disseCarla.–Eutambém!–concordei.–É...Mas,esefordeverdade?–disseRoberta.–Se fossedeverdadeelenão testariaconosco,poisprecisaestudar-nos...Vocêachaqueele irianosmatar?–disse.–Eunãoacho,tenhocerteza.Hahahaha!–disseRoberta.–Agoranãoéhoraparabrincadeiras!–falouCarla.–Tudobem!Desculpe,priminha!–exclamouRobertanovamente.–Droga!Essereiquenãochega.–falouSílvia.

–Quantomaistardemelhor.–eudisse.–Bom.Mudandodeassunto,quantoànossafuga,oquefaremos?Aprimeiranãodeucerto.Asegundatentativaseráaúltima.Senãodercerto,adeusTerra.Mascomo?–falouSílvia.–Vaisermeiodifícil...–Alexandre.–Émesmo.Agoraosguardasnãosaemmaisdoscorredoresdascelas.–Paraqueconsigamosumafugaagora,sócommuitasorte!–Realmentevaisermuitodifícil...Ficamos conversando por um bom tempo até que tocou a sirene de dormir. Na certa o rei havia seatrasadocomseusafazeres.Oudeviaestarmetidoemalgumareuniãocomseu“parlamento”.Osguardasesperaramumpouco,masoreinãoapareceu.Entãofomoslevadosdevoltaàscelas.Comtodosessespasseios,jásabíamoscomochegaraalgunslugares,oquefacilitarianossafuga;istoé,sehouvessefuga.Colocaram-nosnascelaseficaramdeguarda.Desdenossafuga,nuncamaisosguardasforamembora.Eramrevezados,massempretinhaalgumláfora.Nósnãoconseguíamosdescobrirummeiodefugir.Nãodavajeito.Nãopodíamosdominarosguardas,poisestavamarmadosdepistolasderaioparalisante.Sósehouvesseummilagresairíamosdali.SópensávamoscomoestariamnossospaisetioslánaTerra.Deviamestarpreocupadíssimosconosco,poishavíamossumidojáháalgunsdias.Elesnuncairiamimaginarqueestávamostãolongedecasa.Jáestávamossemesperança,poisachávamosquenuncamaisosveríamos.Quesaudadesquedavadafazendaondecorríamos,brincávamos,fazíamosdetudo,ealinaquelacela,oquepodíamosfazersenãoesperar,otempotodoesperando.Enquanto permanecíamos perdidos em nossos pensamentos, do lado de fora, os guardas conversavamentusiasmadamente.Queríamosestartãofelizesquantoeles.Nósficávamosseparados,enemsequerpodíamosconversar,oqueaumentavaonossotédio.SóqueriasabercomoCarlasesentia.Elaqueeraamenor,deviaestarapavorada,presanaquelelugarapertado.Novamente tocou a sirene. Passaram-se uns vinte minutos até que os guardas abrissem as portas.Juntaram-nosefizeram-nospercorreromesmocaminhoparaasaladetestes.

CapítuloXVQuando chegamos, o rei ainda não estava lá. Observamos aquele cubo transparente. Tinha uns tubospresosnaslaterais.Emcima,tinhaumaespéciedecoifaenormeacoplada,enochãopossuíaalgunsfurostambém.–Euachoquedessavezvamosfazerostestes!–disseRenata.–É!Agoraagentenãoescapa!–disseAlexandre.–Paradeserpessimista,moleque!–falouSílvia.–Pessimistaéavó,tábom?–É...Nãotemdiálogo!–Vamosparardebrigarporqueagentetemcoisamuitomaissériapradiscutir!–observei.–Oque?–perguntouRoberta.–Temduas.–respondi.–Aprimeiraéaseguinte:nãodemonstremmedodenada,estábom?Easegundaépedirmosaoreizinhoquenosdeixeficartodosnumacelasó,maiorqueestasondeestamos.–Elenãovaideixar.–falouAlexandre.–Tambémacho!–confirmouRenata.–Nãocustatentar!–Tábem!Vamosfalarcomele,maseujáseiaresposta:Não!–falouRoberta.Nesseinstanteelechegouàsala.Dessavezveiocomoutroserquetinhacaradeimportantetambém.Nãonosdissequemera,mascomcertezaseriaalguémresponsávelpeloataqueàTerra.Aprimeiracoisaquefizemosfoifalarcomelesobreacelaúnica.AescolhidaparadirigiropedidofoiaCarla.–Majestade!Nóstemosumpedidoafazer.–dissepomposa.–Oqueé?–perguntou.–É...Bem,sabe,seráqueosenhornãopoderianoscolocarnumacelasó,maiorqueasoutras?Éporquenósnossentimosmuitosós...–Nããão!Enãomevenhamcomtruques!–faloufurioso.Agorasim,iríamosbemnostestes,poisestávamostodoscomumaraivadanadadele.Oprimeiroqueelemandouentrarnocubofuieu.Entrei.Eleapertouumbotãoefezsairumarodadefogodaquelapartedecima.Meusprimosficarampreocupados,maseunãoestavanemaí.Fiqueisentadobemnomeiodaquele fogo.Ochefão ficounervosoe fezo fogosubirpelasparedes.Estavaquente ládentro,maseutinhaqueserforte.Continueisentadonomeulugar,olhandopracaradebobodorei.Elemetiroudaquelecubo,todonervosoporqueeunãodemonstraramedoecolocouaRenata.Ela foi confiante.Para ela, ele fez apareceruma jiboia imensaque saiudapartede cimadamáquinatambém.Justopraela,quetemmedodecobra.Elaolhoupramimcomumacaraassustada.Eufizcoma

cabeçaquenão,eelasetranquilizouumpouco.Acobrapassoudeumlado,depoisdeoutroenadadelaficarcommedo,digo,demonstrarmedo.Pareciabemrealenãosabíamosseeradeverdadeounão.Ochefãojáestavaficandonervosodenovo.Paradeixá-loaindamaisnervoso,elafalou:–Osenhornãotemumacobraaínão?PorqueistoéumaminhocanaTerra,sabia?Elenãoaguentoumais.FezacobrasumiretirouRenatadelá.Destavez,aescolhidafoiaSílvia.Elaentrounacabineeficouesperandooqueiaacontecer.Começouaentrar água pelos tubos das laterais. Nós estávamos muito preocupados, pois aquilo ia enchendo eenchendoenãosabíamosquandoiaparar.Oreipensouqueelairiaficarcommedodemorrerafogada,maselanãoestavanemaí.Comosabianadarmuitobem,começouairpraláepracácantandooTico-ticonofubá.Oreidesistiueescoouaágua.DepoistirouSílviadeládedentroedestavezoescolhidofoioAlexandre.O rei de Ligrow já estava ficando frustrado, pois queria saber do que teríamosmedo para atacar osterráqueos. Para Alexandre, apareceu uma daquelas bombas redondas com um pavio compridoqueimando.Pareciacoisadehistóriaemquadrinhos.Alexandreobedeceuotimamenteàrecomendação.Começouajogarfutebolcomabomba.Fez,nãoseiquantasembaixadascomela.Eraumcraque.Opaviodiminuindoediminuindo,maselenãoseabalava.Oreijánãoaguentavamais,masaindatinhaalgumasesperanças.Coincidentemente,nadaqueeracriadochegavaaofinal.Comoabombaexplodir,porexemplo.Issonosdava mais certeza que ele não queria machucar-nos ou que as coisas não causariam os efeitos quepareciamter.TirouAlexandredamáquinaecolocouRobertaládentro.ParaRoberta,eleachoudecapricharnacoisa.Apertoutudoqueébotão,achoqueprafazerumacoisaquedessemedobemconcentrado.Começaramasurgircoisasestranhaspelosfurosnochão.Eramplantascarnívorasquetomaramtodoocubo.Sabeaquelasplantasqueparecemumasboquinhascomdentinhospontudos?Eramdessetipo.EraplantapratodoladoeRobertaestavalánomeio.MascomoaRobertaémuitointeligente,elaresolveulogooproblemacomsuahabilidade.Nocomeço,elaficouumpoucoassustada,masdepoisdeuumadecorajosa. Começou a fazer carinho nas plantas carnívoras, que começaram a ficar todas sorridentes.DepoiscantouumCha-Cha-Chaeasplantascomeçaramadançar!O rei não se aguentava de nervos. Não sabia mais o que fazer. Apertou alguns botões e as plantasdesapareceram.AbriuaportadocuboemandouRobertasair.FezsinalparaCarlaentrareficoupensativonoquefazerparaela.Foiatéaquelasmáquinaseapertouumsóbotão.Nocubo,apareceuumaborboletagigantescavindadaaberturasuperior.Carladeuumpulodealegria.Ela adora borboletas. Ela era enorme, preta e amarela com frisos azuis nas beiradas das asas. Elasimplesmentepulouemontoucavalinhonela.Estavafelicíssima.Depoisdisso,oreinãodissemaisnada.Eleeooutroseolharamcomumacaraestranha.Então,fezCarlasairdocubo,aborboletadesaparecere

mandouqueosguardasnoslevassemdevoltaàscelas.Nocaminhodevolta,Sílviafalou:–Achoquedeixamososchefespreocupados.Nãomostramosmedodenada.–Émesmo!Elesficaramcomumacara...–disseAlexandre.–Todosvocêsagiramdireitinho.Elenemdesconfiou.–falei.–Nahoraqueeuviaquelaborboletagigante,penseiqueaCarlafossechorar...–disseRoberta.–Aindabemqueelanãotemmedodeborboletas.–Eunãotenhomesmo.Euadoroborboletas!–Puxa!EaRenataentão,comaquelajiboiapassandopratodolado.–É,masnocomeçoeupasseiumtremendomedo,maspenseiassim:commedoousemmedoeumorromesmo,entãoémelhoreurelaxar,assimpelomenoscumprooplanotraçado!–Sevocêestavacomtantomedo,comoconseguiufalaraquiloaorei?–perguntouRoberta.–Foipraespantaronervoso...–OutraemocionantefoiadaRoberta.–É!ComaquelasplantasdançandooCha-Cha-Cha...Hahahahaha!–Poisé,gente.Eucomeceiacantarporquedisseramqueasmúsicasacalmamosanimaisepelo jeitoacalmammesmo.

–Maseramplantas...–Quecomemgente...–falou.– E eu? Ninguém gostou daminha participação? Só falam dos outros, demim ninguém fala! – disseAlexandrevaidoso.–Calma!!!Jáiachegarasuavez–falouSílvia.– É.Você demonstroumuita coragem jogando bola com uma bomba que poderia explodir a qualquermomento.–Quenada!Mandeibrasanagorduchinha!–ÔSílvia,aáguaestavamuitofria?–perguntouCarla.–Não.Estavaatégostosa.–Ecomovocênãoseapavorouaovertodaaquelaáguasubindo?–perguntouRenata.–Eusabiaqueelenãoqueriaqueeumorresseafogada.Afinaldecontas,aintençãodelenãoeramatarninguém.–EestavabomoTico-ticonofubá?–perguntouAlexandre.–Foiamúsicaquemaismeacalmounaquelahora.Canteimesmo.Oreideveterficadodanado.–Evocê,Ricardo,ficoumuitoquenteládentro?–perguntouRoberta.–Estavaumpoucosim,mastinhaqueaguentar,né?–Vocêficouassustadodevertantofogo?–perguntouCarla.–Eu?Maisoumenos...–Puxavida!Atéqueostestesforambemmaldosos,nãoémesmo?–falouSílvia.–É,euachoqueforamumpoucorudesdemais.–Eutambémacho!–falouRenata.–Eutambém!–Roberta–Também!–Alexandre.–Eeu!–Carla.–Mas,afinaldecontas,estamostodosbem.–disseRoberta.–Bom,jáestamoschegando!Aqualquerhoraagentesevê,falou?–observei.–Vocêfalacomoseagenteestivessecomtudonumaboa,né?–Poisé!Seagentebaixarmaisaindaoastral,aísimquenãovamosprafrente!–Éissoaí!–falouAlexandre.–Chegamos!–Tchaupessoal!–falouRoberta.–Tchau!Osguardastrancaram-nosumaumeficaramdeescolta.

CapítuloXVINessedia,euestavamorrendodesono.Afinal,nosdiasanterioresnãotinhadormidoquasenadadevidoà apreensão.Aposto comoos outros também estavam com sono.Estávamos exaustos depois daquelestestes.Sóseiquepegueinosonomuitorápido.Acordeimuitodepois,nãoseiquantotempo.Umahoradepoissoouumasirene,masnãoseiseerapraacordaroudormir.Mais tarde,umdosguardasabriuaporta.Eraasirenedeacordarmesmo.Elenos tiroudosquartosecomeçouaencaminhar-nosemdireçãodesconhecida.–Praondeseráqueestamosindo,hein?–perguntouRenata.–Seilá!Deveseralgumanovasala!–respondi.Continuei:–Poracasovocês,logoquechegamosdostestes,caíramnosono?–Eudormiatéagorahápouco.–disseRoberta.–Euacordeiháumasduashorasmaisoumenos–respondeuAlexandre.Afinal,todostinhamdormidobastanteemvistadoquedormíamosantes.–Éengraçado,não?–falei.Finalmente chegamos ao local onde éramos aguardados. O rei estava lá. Ele estava sentado em umacadeiraque ficavanapontadeumamesae fez-nos sentar à suavolta.Asparedesda sala ficavamdevárias cores e a mesa e as cadeiras eram transparentes. Pareciam diamantes. Havia umas pílulas denutriçãoemcimadamesa.Mandouquecomêssemos.PercebiqueAlexandrecomeçavaaguardarmaisalgumasparasi,discretamente.Oreicomeçouafalar:–Comovocêsterráqueosnãopodemtermedodenada?Aindamaisvocêsquesãocrianças?Comonãoficamcommedodostestesaquesesubmeteram?–AcontecequenósdaTerranãosomosmedrososenãotemosmedodebesteiras.–Poisbem,vocêsficarãoemseusquartosatéqueeuordeneetambémficarãosemcomidaatéquemedigamdoquetêmmedo–faloutenebrosamente.Fezcomqueosguardasnoslevassemdevoltaaosquartosomaisdepressapossível.Nocaminho,faleiproAlexandre:–Estánahoradevocêdividiraspílulasquepegounovamente,poisagoraéumaemergência.–Oque???Elepegoudenovo?–perguntouCarla.–Pegousim.–Vamoslá,Alexandre!Passeissodiscretamenteparanós.Umpoucopracada.–Tábem!Temmaisdoquedaoutravez!

–Saibamcontrolarsuaspílulas.Durmambastante,poisassimeconomizaremos.–falei.Passamosaspílulasdiscretamentesemqueosguardaspercebessem,antesdechegarmosàscelas,ondefomosatiradosnovamente.Conteiquantaspílulastinha.Haviadezparamim.Comcertezaosoutrostambémpossuíamamesmabase.Comiduas eguardeio resto.Fuiparao colchãoedormi.Passoualgum tempoe acordei.Espereiumpoucoetocouumasirene.Eunãodeviaterdormidomuitotempo.Comimaisumapílulanutritivaedorminovamente.Foiassimporvários toquesdesireneatéaspílulasacabarem.Depoisdeumasduassirenes,oguardaabriuaportatrazendoalgumaspílulas.Escuteieleabrirasoutrasportas.Deviaestarfazendoomesmo.Depoisdeumasquatrosirenes,asportasseabriramnovamente,masdessavez,nãoparadar-noscomida,masparasairmosdascelas.Quando encontrei com meus primos, todos estavam com umas caras boas, não estavam abatidos.Disseramqueeutambémaparentavaestarbem.Estávamossendolevadosnovamenteàquelasalaondeoreihavianosrecebidodaoutravez.Fomosconversandopelocaminho.–Aquelasprimeiraspílulasacabaramantesdechegarasoutrasounão?–Alexandreperguntou.Detodoshaviamacabado.–Eassuas?–perguntamos.–Asminhasnão.Eunemtoqueinasquevieramdepois.–Entãovocêtinhamaisenosdeixoupassandofome?É?–perguntei.–Bom,équenãodeutempodedarmaispravocês...–VocêvaiveroqueébomquandoagentechegarnaTerra!Vaiapanharaté!–disseRenata.Alexandre começou a tremer, pois sedesseumdaqueles ataquesdenervosismonaRenata, ele estavafrito.OpioréquenãoerasóaRenataquequeriabaternele.Eramtodos.AtéCarlaentrounojogo:–DeixaagentechegarnaTerra,Alexandre,deixa...–faloutodanervosinha.DepoisdissoéqueAlexandredeuomaiorforadesuavida.–É,mastámeiodifícildagentevoltarpraTerra!Renata não aguentou. Meteu um tabefe na cara do moleque. Os guardas agarraram Renata e nós oAlexandre,queenfurecidoameaçavamatar.Depoisqueosânimosesfriaram,continuamosocaminho.Afinalchegamosnaquelasala.

CapítuloXVIIOreiestavasentadocomodaoutravezemandou-nossentaràmesanovamente.Tambémtinhaumvidrodepílulasemcimadamesa.Começamosacomernahora.Elefalou:– Não sei como vocês terráqueos não sofrem quase nada. Estão com a mesma aparência de quandoentraramnascelasdesdeaúltimareunião.Malelesabiaquetínhamosumaboadosedealimentaçãoescondida.Sóparaimpressionarmais,Robertafalou:–Nósterráqueossomosdeaço!Elenãofalounada.Depoisdealgumtempo,disseoquequeria:–Comoé,járesolveramdizertudodoquetêmmedo?Gelamos.Nãopodíamosdizernada.Elerepetiu:–Doquevocêstêmmedo?Robertajogoumaisumanacaradele:–Denada!–Nãopodeser.Nãoteremmedodenada!–dissefurioso.Pensouumpoucoefalou:–Tudobem,atacareiaTerracomraioslaserembreve.Ficamosdesesperadosefalamos:–Não,porfavor,nãoataqueaTerra!–Eujádesconfiava!Vocêsnãodemonstrarammedodenadasóparamefazerpensarqueosterráqueosnãoeramtemerosos,eeunãosoubessecomoqueatacaraTerra.Erasóparaganharemtempoeplanejarumafuga,outentaravisarseupovo.Poisagoravocêsestãovencidos.Econtinuou:–Evocêsseachammuitoespertos.Vocêsestãosendoobservadosdesdequechegaram.Tenhoimagensde todos dentro das celas. Já sabia que iriam tentar fugir. Além de saber que roubaram pílulas dealimentação.Comosãotolos!Caramba!Elesabiatudo!Comcertezaascoisasnãopodiamsertãofáceiscomopensávamos.–Etambémjáseisobresuasfraquezas.Estudeivocêseseusorganismos.–Comoassim?–perguntei.–Vocêsnãodormiramdemais?–Sim!–respondemos.–Foiporquepulverizeisoníferoemsuascelas.Quandoadormeceram,oslevamosparaolaboratórioefizemosváriosexames.Agorasabemostodosseuspontosfracos.Jáestamosdesenvolvendosubstânciascapazesdeextinguircomavidadoshumanosemseuplaneta.Ostestesetudomaisnãoimportamnada.

Queriaentendermaissobreofuncionamentodesuasmentes,sóisso.Agora tudo ficou bem complicado.Não davamais para fingirmos. Estávamos com problemas sérios.Começamosarecorreràemoção,algotãohumano.–Não,porfavor!NãoataqueaTerra!–falouRenata.–Porfavor!–falouAlexandre.–Pensenoqueessesdoismundospoderiamconstruirjuntos!–disseRoberta.Elerespondeu:–Nãoadianta!ATerravaiserminha!–Equandopretendeatacá-la?–perguntouCarla.–Daquia72horas!–Edepoisdeatacá-la,qualseráonossodestino?–Aindanãosei,masprovavelmenteomesmodoshabitantesdaTerra.–Eseeuforsuaaliada?–perguntouCarla.–Oque,Carla,vocêaliada?Traidora!–disseRenata.Sílviaficouespantadacomaatitudedesuairmã,passandoacriticá-la.–Nãome interrompam!– disseCarla. –E então?Se eu for sua aliada?Poupariaminhavida?Eu soumuitojovemparamorrer.–Bom, se você fosse uma boa aliada queme desse todas as coordenadas de seu planeta, até que eupoupariasuavida.–Tudobem!Masháumacondição.–disseCarla.–Qual?–perguntouorei.–Vocêteriaquemedarumlugardedestaquenoseureinado.Estávamosespantadoscomasuadecisão.Comopoderiatomaressaatitude?–Sevocêrealmentecolaborar...Feito!–disseorei.–Qualolugar?–Conselheirarealdosmeusdoismundos!–Certo!Maseuqueromaisumagarantia.–Qual?–Quepoupemeusprimosevoutentarconvencê-losaajudartambém.Equenossospaiseirmãossejamsalvos.–Achoquesejajusto.–Quandocomeço?–Apartirdeagora.Seforoquedesejamesmo,podeseconsideraremliberdade,eaondeeufor,vocêiráparaaconselhar-me.–Comovocêpôde,Carla?Como?–perguntouRoberta.Carlasevirouparaoreieperguntou:

–Meusenhor,possoconversarcommeusprimos?Quemsabelhearranjomaisconselheiros?–Pode!–respondeuorei.–Voufalar-lhesnaminhacela!–disseCarlacomarimperial.

CapítuloXVIIIAcaminhodacela,falamossobreoacontecido.Doisguardasnosescoltavam.–Carla,oquevocêpretende?–perguntouRenata.– Como poderia pensar que a minha própria irmã faria uma coisa dessas conosco? – disse Sílviadesolada.Carla,porsuavez,permaneciaquietasemfalarnada.Faleiaosoutros:–Oqueseráqueaconteceucomela?Vocêsachamqueiriamudarassimdeumahoraparaoutra?–Eunãoacho!Afinalelaestátentandonossalvareanossafamília.–falouRenata.–Pramim,elaestátramandoalgo...–falouRoberta.–É,masoque?–disseSílvia.– Não sei. Pramim, ela fez aquilo pra nos ajudar. Vamos esperar. Ela deve nos dizer logo. – falouAlexandre.–É,podeser...–disseSílvia,umpoucomaisconformada.Carlacontinuavasemabrirabocaocaminhotodo.Estávamospensandooqueestariasedesenrolandonaquelacabecinha...Quandoestávamoschegandobemperto,Carla fezumsinalparaosguardas,que ficaramparadosnumcorredor e deixaram-nosprosseguir semninguém.Aquele caminhodarianas celas somente, entãonãohaviachancedefuga,masmesmoassim,ficamosespantadoscomopoderdameninaefalamos:–Comoéqueelesobedecem?–Muitobonitodasuaparteoquefez,némocinha?–falouSílvia.–Oquevocêpretende?–Roberta.–Traidora!–Alexandre.–Mentirosa!–Renata.–Esperapessoal!Vamosveroqueaprincesinhatemafalar. –eudisse.–Muitobem!Possofalar?–perguntou.–Desembuchalogo,bichoruim!–falouRoberta.–Nãoénadadoquevocêsestãopensando!Enãopodemosfalarnacela.Entãoescutemagoraenacelafalareioutrascoisas–falouCarla.–Entãooqueé?–perguntei.–Foitudoumplanoinventadopormim.Escutem...Finalmente chegamos à sua cela. Elamandou que entrássemos e fechou a porta. Sentamos no chão eficamosesperandoparaveroqueacontecia.Elasentou-setambémefezumbelodiscursotentandonosconvenceracolaborar,queeranossaúnicaalternativa,etc.

Discutimos, brigamos, fizemos um show.Era uma ótima encenação.Depois demeia hora já tínhamosacabado a reunião. Fomos em direção de onde estava o rei, novamente. Quando chegamos onde osguardasestavam,Carlafezsinaleelesvoltaramaescoltar-nos.Finalmentechegamosàpresençadorei.Carlafalou:–Meurei,elestêmalgoadizer.–Poisquedigam!–falou.–Tambémqueremosserseusaliados!–dissemoscomimensatristeza.OreiolhoupraCarlaedisse:–Vejoque seu trabalhodeconselheira jádeucerto comosprisioneiros.Estábem,vocêsocuparãoocargodeestrategistasespaciaisnoauxílioàguerra.Farãoummapadeondedevemosatacarprimeiro,onde os terráqueos serão pegos de surpresamais facilmente, e onde as armas utilizadas farãomaiorefeito.Confioemvocês!–Sim,VossaMajestade.–Etemmais.Deagoraemdiantepoderãotransitarpeloplanetacomosereslivres.Terãoumquartoparatodos,comohaviampedido.–Maisumacoisa,meubomrei.–Sim?–Nósqueremosveroataqueeresgatarnossasfamílias.–Ótimo!Vocês irãonaminhanave!Agoravamos fazer os preparativos.Oquevocêsme aconselhamestrategistas?–Qualseráaarmaqueseráutilizada?–perguntamos.–Seráumaarmaquímicaquefoicriadabaseadaemsuacomposiçãocorporal.Elaatacarásomenteaoshumanos.Animaiseplantasnãoserãocontaminados.Temosumantídoto.Vocês tomarão issoparanãohaverperigo.–Ecomoprotegeremosnossasfamílias?Ovenenoagerápido,não?–perguntamos.–Atacaremosaregiãodesuascasasnofinal,assimosresgataremosprimeiro.–Ok.–Bem.Achamosqueoidealsejausarumasduasmilnaves,afinal,seráumataqueinesperadoeglobal,demaneiraqueosterráqueosnãopoderãofazernada.Começaremospelasáreasdemaiorconcentraçãopopulacionaledepoisasmenospovoadas.Todooplanetadeverásercobertoemmenosdeumahora,paranãohavertempodedefesa.Precisamdenavesquenãosejamvistaspelosradares.–Agoravocê,minhaconselheira,oqueachadoplano?–Estátudobem,meurei.Osestrategistassãoconfiáveis.–acrescentouCarla.–Poisbem.Agorafaçamosmapasdeestratégiaedepoispoderãoirparaseusaposentos.Começamosnossotrabalhoeofizemosdeformaséria.Colaboramoscomoexercitodoplaneta.Demostodasasinformações.Precisávamosparecermuitosinceroseverdadeiros.Jásepassaraumdiaterrestre

quandoterminamosfinalmenteasestratégias.Apresentamosaorei,aochefedoexército(aquelequefoiásaladetestes)eàconselheira,sendoaprovados.Depois,nosdirigimosparaosaposentos.Aconselheiratambém.

CapítuloXIXO novo quarto era perfeito. Havia portas que abriam e fechavam automaticamente, seis camasconfortáveis,umcircuitoque ligavaumamúsicaestranha, tinhaumamesacomcadeirasnaqualhaviavidrosdepílulasnutritivas,janelaseummundodecoisas.Bom,estavanahoradeentraremaçãoasegundapartedoplano.Esperamosasirenederecolhida.Precisávamos de alguns utensílios para ajudar-nos no plano de fuga. Para não dar muito na vista,resolvemosquedeviairumdecadavez,comespaçodetempoeduranteoturnoderecolhimento.–Quemvaiprimeiro?–perguntei.–Você!!!–responderam.Não havia outra maneira senão eu ir. Meu objetivo era pegar uma arma. Mas como? Tinha que sernaquelas salas onde tinha ummonte de coisas que vimos na vez que fugimos.Mas será que ninguémestaria nos observando? No quarto deveria ter câmeras, ele nos veria saindo, mas até aí, estávamosliberados.Porém,nãopoderíamosmostrarascoisasnoquartoparanãocomprometer-nos.Teríamosquenosarriscar.Enfim,láfuieu.Rezandopraacharalgologo.Fuiandando,abrindoumaportaeoutra.Porsorte,umaeradeumdosdepósitos.Entrei.Muitasprateleirasemuitasgavetas.Algumascoisaseramvisíveis,outrasnão.MeuDeus,comoacharoqueprecisava?E teriaalgumacâmeraali?Precisavacorrerorisco.Nãotinha jeito.Comeceiolhandopracimaeprabaixo,praversetinhaalgoqueeuqueria.Quantomaisandavaporaquelelugar,maismefascinavamas coisas.Eramuitogrande.Fui andandoe andando.De repente, cheguei em frente aumanovaporta,pequenaeescondidanumcanto.Oqueteriaali?Afinal,estavanoprédioqueeraocoraçãodogovernodoplaneta.Todaainformaçãoestariaarquivadaali.Nãoresisti.Toqueiaportacomminhamãoeelaseabriu.Comcerteza,nossopasselivreestavafuncionado.Ouseriamaisalgumaarmadilha?Dentrodasalahavialivros!Acreditesequiser:livros!Comoassim?Numlugartãodesenvolvido,porquehaveriadeterumasalacomlivros?Eerammuitovelhos!Muitomesmo.Porémnãoeramdepapel.Eramdealgodiferentequeapesardaidadeseraparente,nãosedesmanchavamenãoestavamamarelos.Sótinhamaspectodevelhos.Tinhadetodosostamanhos.Pegueiumeabri.Estavaemumalínguaincompreensíveléclaro.Nãohaveriacomosaberoquediziam.Porém, algo me deixou boquiaberto. Tinha desenhos. Desenhos que lembravam e muito, mas muitomesmo, hieróglifos egípcios ou coisas do tipo. Tinha desenhos de pessoas como os que temos naspirâmides.Seráqueoqueeuestavavendofaziasentido?Folheandoomáximodelivrosqueconseguia,fuivendomaisemaisilustrações.Tinhaumacomgaláxiaseplanetas.Cenasqueeunãotinhaamenorideia do que seriam. Porém, cheguei a uma que parecia muito com nosso sistema solar. Em outro,finalmentemedepareicomaprovaqueeuprecisava:havianitidamenteumapirâmidedesenhadaemum

deles.Euprecisavalevarum.Pegueiodapirâmide,quenãoeramuitogrande,eenfieinobolso.Continuávamoscomnossosmacacões verdes, apesar de nossa nova posição.Até que foi uma boa ideia, pois tinhambolsos.Fecheiaportaesaíparaodepósitonovamente.Fuiabrindoefechandotudoqueconseguia.Acheialgumascoisasqueprecisava.Cordas.Masnãoeramcordasiguaisàsnossas,erambrancasedeummaterialesquisito.Seriambemúteis.Agoraprecisavadealgumaarma.Onde?Onde?Nãoachavanada.De repente,aporta seabriu!Eagora?Quemseria?Agachei-meatrásdeumadasestantese lá fiquei,quieto.Emminhacabeçasepassaramtodasaspossibilidades:alguémmeviu?Sabemqueestouaqui?Fuidescoberto?Fuitentandoverquemera.Masnãovianada.Escutavapassosealguémmexendonasgavetas.Masnãofalavanada.Resolvimemexer.Fuiquasemearrastandopelochão.Depoisdemearrastarporunscincominutos,conseguiverpésporbaixodasestantes.Epernas!Pernasvestidasdeverde!Levanteiefuicorrendoencontrarminhaprima.EraaCarla!–Carla!Elatomouumsustoenorme!Quasedesmaiou!–Porquevocêsaiu?Erapraesperareuvoltar.–Vocêestavademorando.Resolvemosqueeudeviasairtambém.Comosouaconselheira,seriamenossuspeitaepoderiateprocurar.Masacheiestelugareresolvipegaroqueprecisava.–Ok.Quemedo!Acheiqueeraumguarda.Eujáacheicordas.Eumlivro!Vocênemimaginaoquetemnele.Depoistefalo.Achoualgo?–Acheiisto.Mostrou-meumaarmaparalisante!–Como?Ondeachou?– No caminho vi várias caixas em uma das salas próximas à sala dos testes. Acho que estãotransportandoparaoataque.Pegueiduas.–Muitasorte!Vamosvoltar!–Não!Aindaprecisamosdemaisumacoisa!–Oque?–Umcapacetecomtradutor!Issoseráimportanteparaentendermosoquefalam.–Maséalgomuitogrande!Difícildeesconder.Nãodá.–Temosqueterumdequalquerjeito.–Masnãovinenhumenãosãotodosqueusamessecapacete.Podemospediraoreiparaajudarnanossacomunicaçãocomosoutrossoldados.–Ok.Vamostentaresseplano.Vamosvoltar.Saímos de lá e corremos para o quarto. Nossos bolsos estavam um pouco cheios, mas conseguimos

disfarçar.Nossosprimos estavampreocupados.Falamosque eu fui procurar alguémparaver se tinhaalgumremédiopradordecabeçaeCarladissequemeachou,masqueeunãotinhaachadoninguémpraajudar.Tremendamentira,masnãosabíamosseestávamossendovigiadosainda.Deitamosecolocamosascoisasembaixodas“cobertas”extraterrestres.Eramparecidascomasnossas,masmuitomaisfinasequentes.Porhojeestavabom.Afinal,tínhamostudoqueprecisávamos.Ninguémmaisiaprecisarsair.

CapítuloXXNapróximasirenedeacordar, lá fomosnósconversarcomorei.Ospreparativoscontinuavama todovapor.ChegamosàsalarealeRenataperguntou:–Seráquepoderemosusarcapacetescomooseu?Casoprecisemosnoscomunicarcomalguémdeseuplaneta?–Vocêsnãoprecisarão.Estarãocomigootempotodo.Carlafalou:–Majestade, acho que seria conveniente eu ter umdesses.Caso o senhor tenha alguma emergência etenhaqueseseparardenós,nãoconseguiremosnoscomunicarcomseussoldados.–Osdanaveterãooscapacetes.Nãoprecisarão.–Digodasoutrasnaves.Seformosatingidosoualgoacontecer.Sabemosquenadaacontecerá,masachoqueseriaprudente.Afinal,ousodocapacetesomenteseráútiljuntoaoseupovo,entãonãohaverianadadeerrado.–Ok.Vocêteráum.Venhavercomofunciona.Bingo!Carlatinhaumcapacete!Eoreiestavaensinandotudoparaela.Depoisdaexplicação,investimosemmaisumpreparativo.Carlaperguntouaele:– Senhor, tenho uma curiosidade, vejo que não se separa desse medalhão. O que significam essesdesenhos?–Estemedalhãoéumarelíquiadenossasorigens.Elevemsendorepassadodereiareipormilharesdeanosjá.OsdesenhosnaverdadesãopequenoscompartimentosondeficaumaínfimaamostradeDNAdecadagovernantequereinoucomele.Éumapreciosidadeparameupovoedeveserusadosemprepelorei.Nocasodeumaameaçaàraça,podemosregenerá-laatravésdasamostras.–Nossa!Que história bonita. Incrível essa capacidade de preservar a genética de vocês.Mas não éarriscadousá-lo?Nãotemmaisdessasamostrasemoutrolugar?–Temos,masemnúmerobemmenor,degovernantesmaisrecentes.Aquiestão todas,poissemprefoiesseocostume.Estainformaçãoeramuitoimportantepranós.Faltavaapenasumdiaparaaviagem.Acadasirenequepassava, aumentava a vontade de voltar. O que favorecia muito nosso plano é que o chefão nemdesconfiavadenós,apontodeirmosemsuanave.

CapítuloXXIFinalmentetocouaúltimasirene.Oreimandouchamar-nos.Fomosàsuapresençaeeledisse:–Éhojeograndedia!Vamospartiragoramesmo.Aqui,peguemoantídotodaarmaquímica.Quandoestivermospróximosaoataque,abrametomem.Estamoslevandoparaseusfamiliarestambém.Entregou-nosunspequenostubosdeensaiocomumlíquidodecorrosada.Guardamosnosbolsos.Dirigimo-nosàqueleaeroportoengraçadoetomamosanavemaiorquehavia.Estavaomaioralvoroçopor ládemodoqueasnossasarmaseoutrascoisaspassaramperfeitamentepelosguardas.Estávamoslevandopílulastambém.Dentrodanavehaviaumadivisão,oquenospreocupou.Nafrentedanaveiamosguardas,quedirigiam,eoreisentadoatrás.Depoishaviaumadivisãocomumaportatransparentequepareciadevidro,maserafeitadeoutracoisa.Eradomesmomaterialdocompartimentoemquefomospresosquandoviemosparaoplaneta.Essaparedeocupavatodaaextensãodanaveenósíamosatrás,sentadosemnossascadeiras.Oreificavatotalmenteseparadodenós.Haviaumaespéciedefechaduraqueficavaaoladodaporta,maseraalgodigital,nãosei.Osguardaseoreiquandopassaram,simplesmentefizerammovimentoscomasmãosemfrenteaelaeaportaseabriu.Eracomoumleitordecódigodebarrasoualgodotipo?Seráquenósconseguiríamosabrir?Foidadaapartidaparaoataque.Nóssóexecutaríamosapróximapartedoplano,depoisqueaviagempassasse da metade. Enquanto isso, eu e Sílvia (os maiores) estávamos encarregados de aprender adirigiranaveouomínimopossívelparafazê-lavoar.Peloquevimos,parecia simples.Aprimeiracoisaque fizeram foi inserirumpequenodispositivoemumafendanopaineldecontrole.Aquilodeveriaterarotapré-programadaoualgodotipo,poisapareceuummontedeinformaçãodagaláxianotalpainel.Depoisdospilotosteremajustadotudo,sóaceleravam.Comcertezahaviaumaprogramaçãoderota.Senossoplanodessecerto,oqueviessedepoisnãofaziadiferença.Estávamosvoltandopelanossarotadeidamuitoprovavelmente.Nossopontodeagirseriaporvoltademetadedo trajeto.Conseguíamosveralgunspontosdedestaquenas telasdopaineldecontrole.OquepareciaaTerraaindaestavalonge.Tínhamosqueestarpelomenosnametadedocaminhoouumpoucomais.Ainda faltava algum tempo para chegarmos lá.O que favoreciamuito a nossa fuga, era que asoutrasnavesnãoousavampassar ado rei, portantonãoveriamnenhummovimentoestranhodentrodanave,seéqueissoseriapossíveldeperceber.Finalmenteestavachegandoahora.FaleiparaaSílviairtentandoabriraporta.Discretamenteelaselevantouepassouamãoenada.Mãopracima,prabaixo,delado,decostas.Pareciaumbalé.Masnadaabriaaporta.Eagora?Osguardaseoreiabriamfacilmente.Oqueseráqueelestinhamqueelanãotinha?Seráqueprecisavacadastraralgumasenha,imagem,leituradeíris?Aíveioaideia:elestemcapacetes.Seráqueéisso?Fiz

sinalparaosoutroseaponteiparaCarla,quetinhaumcapacete.Seráqueeraisso?Dessavez,elafoifazer omovimento. Se não abrisse com ela, o único jeito seria tentar quebrar aquilo.Mas seria umatentativaquepoderianãofuncionar.Carla se levantou e foi até a tal fechadura. Passou a mão em frente e conseguiu abrir a porta semprovocarnenhumbarulho.Ótimo!Estavanahora.Seráquedariacerto?Tiramosaarmadobolso,pegamosacordaefaleibaixinho:–Comocombinamos,heinpessoal?

CapítuloXXIIEueSílviatínhamosarmas.Renata,RobertaeAlexandretinhamacorda.Deiosinal:–Já!Saímoscorrendoparaapartedafrente,ondeochefeficava.EueSílviadisparamoscontraospilotosasarmasparalisantes.Tiramo-losdoscontroles,quepassamosaassumir.Enquantoisso,osoutrostrêspegaramoreieoamarraram.Robertaficounervosacomoreiquenãoparavadesemexeredeuumachavedebraçonele.Maseletentou lutar, e muito. Ficou com uma cara de quem não acreditava no que estava acontecendo.Precisávamosdeleemboascondiçõesparaaúltimapartedonossoplano.–Muitobem,chefinho.Vaiterquefazerumdiscursinho!–disseeuaorei.–Nãovoufazernada,seustraidores!–Vaisim!–disseRoberta.Elefalou:–Vocês, emquemeuconfiava,me traindoagora.Você também,minhaconselheira?Emquemeumaisconfiavadetodos.Nuncaimagineiquefariamalgocontramim.– Olhe, vou lhe ensinar uma nova frase que acabamos de inventar: Não confie nos terráqueos! –respondeuCarla.–Comoé?Vaifalarounão?–disseAlexandre.–Falaroque?–perguntou.Nóslhedemosopapeledissemos:–Isso.Vocêvaifalarnasualínguaparaasoutrasnaves.–Nunca!Nuncafalareiisso!–Vocêescolhe,oufalaoumorre...Claroquenãoíamosmatarninguém,mastínhamosquefazê-locooperar.–Essasarmasquevocêstêmsãoderaiosparalisantes.Nãomatamninguém.–disseorei,confiante.–Aquelassão,estasnão!–disseAlexandremostrandoasarmasdosguardasqueestavamparalisados.–Como é?Vai falar ou não?Você não tem escolha. Se não falar, a Carla pode falar em seu nome...Esqueceu-sedequeelatemocapacetecomotradutor?–perguntei.Oreinessahoraentendeuqueaquilotinhasidomaisumgolpe.Estavamuitobravo.–Nãofalareinada.Elaquetentefalarpormim.Vamosversevãoacreditar.Oquefaríamos?Comcertezaseelafalasse, inspirariadúvidasnoexércitodorei.Tentamosmaisumasaída:– Bem, você quem sabe. Pense somente o seguinte: você está aqui conosco. Podemos fazer o que

quisermos comvocê e ainda iremos praTerra.Você vai coma gente e será interrogadopelos nossosgovernantes. Vai acabar preso se não mudar de ideia quanto ao ataque. Não seria mais inteligentecolaborarconosco?Seramigável?Afinalpodemos teajudarase livrardemaioresacusações.Sónãoqueremosquedestruatudoantesdedialogar.Colabore!–Nãofalareinada!Entãosórestavaoapelofinal.Retiramosomedalhãodorei.Eleestavaespumandoderaiva,poisnãohaviamaiorrelíquiaparaeledoqueaquilo:–Vejabem.Senãofizerodiscurso,simplesmentelançaremosessemedalhãopeloespaço.Nãosabemosondeéasaídaparaisso,mascomcertezavamosachar.Esenãoacharmos,vamosdestruí-lodealgumaforma.Suacaraerade indignaçãototal.Comoousávamosprofanaralgotãosagrado?Masnãohaviaescolha,eraaúltimacartada.Ele não podia por em risco sua história. Não era nenhum idiota e sabia que naquele momento seriamelhorcolaborar.Mesmoquefossecontrasuavontade.Eaindatinhaaesperançadetentaravisarseussúditosdepois.–Estábem!Eufalo!Elefariaalgumacoisa.Nãopodíamosconfiarnele.–Senósvirmossóumanavecontinuarnosseguindodepoisquevocê falar,nósnão teremospiedade.Vocêmorre!–Carla,ligueotradutoraíparavocêentenderoqueelevaifalar...– Vamos fazer o pronunciamento. Rei, nosmostre como ligar a comunicação entre as naves. – disseSílvia.Eleapontouumbotão.Ligamoseumatelatridimensionalapareceu.–Cuidadoparaqueelesnãonosvejam.Euficoatrásdoreicomaarma,paraqualquereventualidade.–falouRenata.Elecomeçouafalaroque,nanossalínguaseriaoseguinte:–Meussúditos.Ainvasãofoicanceladaporconselhodosterráqueos,queachammelhoraveriguarmosoplaneta antes.Há indícios deque estãomobilizando exércitos.Podem ter captado algumacoisa sobrenossoataque.VoltemparaLigroweaguardemnovasordens!Nesseinstante,vimospeloradardanave,asoutrasvoltandoparatrás.Finalmente, havíamos conseguido algo de concreto na nossa fuga. Quase choramos de alegria porestarmosvoltandoparaaTerra.Nesseinstante,oreifalou:–Nãopensemqueistovaificarassim...AoqueRenatarespondeu:–Vamosamarrarumpanonabocadessecara!

–Éissoaí!–apoiouRoberta.Pegamosumpedaçodacapadoreieamarramosnasuaboca.Eleficoutodoofendido.Nósfalamosqueelejáera.Eletentouresponderesaiuisto:–Hum!Hum!Praque!Caímosnarisada.Elemudouatédecor.

CapítuloXXIIIAshorasforampassandoenóscadavezmaispertodenossodestino.Nessainstante,avistamosaTerraaolhonu.Umaestrelaainda,maselaestavalá.Quealegria.Finalmentevíamosodesenhodaquelabolaazuldaqualtantogostávamos.Masaindafaltavamumasduashorasparachegarmos.Derepente,fomossurpreendidosporalgunssolavancosnanave.Olhamoseoquevimosnãonosagradounada.Eraumachuvademeteoritos.Tínhamos que tirar a nave do automático.MeuDeus! Agora ia ser muito complicado. Começamos adesviarpraláepracá.Tiramosopanodabocadoreiquefalou:–Vocêsvãonosmatar!Atiremnosmeteoritos.Apertemessesbotõesaolado.Elesdisparamlasers.Apertamos.Saíramuns raios laserquedestruíramalgunsmeteoritos,masmesmoassim,precisávamossairdarotaporqueerammuitos.Comnossafaltadeprática,acoisaestavafeia.Esbarramosemalgunsdeles,escapamosdevários,masasituaçãoerabemgrave.Nessemomento, vimos ummeteorito enormevindo emnossa direção.Disparar não ia adiantar.O reifalou:–Tudopracima!Vamos!Puxemadireção!A nave subiu quase em linha reta. O meteorito estava vindo e nós subindo. Parecia que estávamosescalando o Everest, pois nunca acabava aquela pedra. Mas, felizmente, escapamos. Depois dessa,estávamostodosemchoque.Masnãotinhatempoaperder.Retornamosàrotaeachuvafoiacabando.Oreiatéajudou,explicandooquefazer.Comcertezaelenãoqueriamorrerporcausadeumbandodecrianças.Alexandre,queestavamaisbrancodoqueumfantasma,disse:–Puxa!Penseiqueessafosseminhaúltimaviagem...Todosriram–Eutambémpensei!–falei.Osoutrosseolharamefalaram:–Você,quedirigeanave,tambémachouqueerasuaúltimaviagem?–Coitadosdenós,quepensamosquevocêsdoissoubessemmexercomessascoisas.EueSílvianosolhamosecomeçamosarir,paranãochorardosustoquehavíamospassado.

–Agorasótemumproblema:comofazerestanaveaterrissar...–falei.Sílviaentãoperguntouaorei:–Comoéquefazpraaterrissarestanave?–Primeirovocês têmqueapertarobotãovermelhoedepoisoamareloquandoestiveremamenosdequinhentosmetrosdeondequiserempousar.Eleestavacolaborandobastante.Ficamosatémeiodesconfiados.Enquantoisso,osguardascontinuavamparalisados,caídosnumcantodanave.Derepente,sentimosoutrosolavanco,masdestaveznãoerammeteoritosesimaórbitadaTerra.–Viva!ChegamosàTerra!-falouRenata.–GraçasaDeus!–disseAlexandre.–Aindaéumpoucocedoparafestejar.Precisamosverseaaterrissagemvaiserboa!–disseSílvia.–Elaestácerta!–falei.–É,maspeloquepassamosatéagora,istojáéumavitória!–disseRoberta.–Émesmo!–afirmouCarla.Faltavamaindaunsquinzeminutosparachegarmos,quandopergunteiaosoutros:–Oquevocêsachammelhor?Irparaafazendaouirdiretoavisarapatrulhaestelar?Porvotação.Vocêprimeiro,Renata...–Patrulha!–Alexandre?–Patrulha!–Sílvia?–Patrulha!–Carla?–Patrulha!–Roberta?–Patrulha!–Eutambémachomelhoravisarapatrulha!Eprosseguimosviagem.–Umavez,otionoslevouparaverasimediaçõesdaBase.Vocêslembramondeé?–Não.Masésóvocêandarnasredondezasdafazendaqueagenteencontra.Nãoeramuitolonge.–disseSílvia.–Nós não podemos parar naBase, senão eles podem disparar contra nós pensando que somos seresperigosos.–Éverdade,precisamospararumpoucolonge.–disseRoberta.–Chegamos!AgoraprecisamosencontraraBase.

–Nossa!VocêsprecisamacharessaBase logo.Olhemsóascarasdaspessoasdacidadeali,Daquiapoucoapatrulhaestarásabendo.–Olhemafazenda!–gritouRenata.AlexandreeCarla se abraçaramecomeçaramachorardeemoção.Afinaldecontas, só tínhamosquechorardealegria,depoisdoquehavíamospassado.–Bom,agorasótemosqueacharaBase.Praqueladovamos?–perguntouSílvia.–Pranenhum!–respondi.–Comopranenhum?–perguntarampreocupados.–Nósvamossubir,paraquetenhamosumcampomaiordevisão,enãoperderemostempo.SubimosedemosalgumasvoltasporcimaparaacharaBase.Nãovimosnada.–Vamossubirmais!-disseCarla.–Apostoqueagoranósachamos.–falouAlexandre.Subimosbastante.–Láestá!–gritei.–Émesmo!–disseCarla.– A essa hora, os radares deles já devem ter avistado a gente. Eu acho bom pararmos correndo emqualquerlugareirpralá!–Robertamedisse.–Tácerto!Vamospararumpoucomaispertoesaircorrendo!Começouacontagemregressiva:–Dez,nove,oito,sete,seis,cinco,quatro,três,dois,um,zero...Botãovermelho.Botãoamarelo.Shhhhhhh.–Aterrissamos!

CapítuloXXIV–Baixaaportalogo!–gritouAlexandre.–Jávai!–falouSílvia.Clanc.–Pronto!Vamosembora!–falei.–Esperaumpouco...–disseSílvia–vocêsestãotrazendoasarmaseaspílulas?–Estátudoaqui.–dissemos.–Vamoslevarodispositivoderota.Podeserimportante!–falei.Tiramosapequenapeçadaaberturanopainelecoloqueinobolso.–Vamossairrápido!–disseAlexandre.–Nãoseiporqueaindanãosaiu.–resmungouRenata.Alexandresaiucorrendoquenemumloucoparaoladodeforadanaveecomeçouadançarofrevo.–Issoláéhoradedançar,moleque?–falouRoberta.–Bom,nós conseguimosaterrissar.Agora só faltaver sedaremosopróximopassodireito.Vamos!–afirmei.ÀvoltadaBasehaviamuitomato,paraqueninguémaavistassetãofacilmente.Pergunteiaopessoal:–Oquevocêsachammelhor?Agentechegarcomtodomundovendoouirmosescondidos?–Emminhaopinião,nósdevemosaparecernoportãoeseelesnãoacreditarem,nósusamosasarmarparalisanteseasdosguardasparamostrar-lhesquenãoémentira.–falouRoberta.–É.Issoqueelafaloudeveseromaislógicoasefazer.–disseRenata.–Evocêsaí?Concordam?–pergunteiaosoutros.–Concordamos!Continuamoscorrendo.Derepentemelembreidoreiquehaviaficadonanave.–Pessoal!Oreieosguardasficaramnanave!–Ih,caramba!–falouAlexandre.–Eleestábemamarradoeosguardasestãoparalisados,eeuachomelhornóscontinuarmosocaminhoparaaBase.Faltamenosdeumquilômetroparachegarmos.–disseCarla.–É,achoqueémelhorassim.Chegandolá,pedimosparacorreremparaanave.Istosejánãoestiveremindoatéela.–falei.Continuamoscorrendopelomato.Corremosmaisdoquelebresatéquechegamoslá.Fomosdiretoaoportãoprincipal.Esteestavafechadoehaviadoisguardastomandoconta.Começamosagritar:–Abramasportas!Precisamosfalarcomochefedevocês!Abram!

Umdelesfalou:–Nãopodemosabrirparaestranhos.Aindamaisparacriançasvestidasdeastronauta!–Deixem-nosentrar...ATerrapodeserinvadidaaqualquermomentoporextraterrestres!–Hahahaha!Nãonosfaçamrir!–Ah, é assim,né?Pois vocêsvãover onde éque está a brincadeira!Carla,mepassaumaarmadosguardas,porfavor!–Oquevocêsvãofazer?Quebrinquedosestranhossãoesses?–Vocêsjávãover!Seafastemporqueistonãoébrincadeira!Voudisparar!Tzzzzzzzzz.Oportãosedesintegrou.Osguardasficaramapavoradosesaíramcorrendo,avisandotodaaBasepelorádio.Nósentramosecomeçamosaprocuraralguémque tivesseumcargo importante ládentro.De repente,vimosumhomemcheiodemedalhasemseuuniformeecorremosatéele.–Oqueosenhoré?–General.–respondeu.–Nósprecisamosdesuaajuda.–Oqueaconteceu?–perguntou.Nessemomento,váriossoldadosjáestavamposicionadosanossavoltacomarmasapontandopranós.Levantamososbraçosefalamos:–Calma!Podemosexplicar!Tudocomeçouquandofomoscapturadosporumanavenafazendadenossostios.Ficamosprisioneirosnoplanetaefinalmenteconseguimosfugir!–Ah,crianças,nãomevenhamcombrincadeiras,sim?–falouoGeneral.– O senhor não recebeu nenhuma queixa de desaparecimento de algumas crianças na fazenda do seuCarlos?–Éverdade!Houvegrandealvoroçoporaquiháalgumtempoatrás.NósfomoschamadosàfazendadoseuCarlos,poisseacreditouqueseussobrinhoshaviamsidosequestrados.Ninguémconseguiudescobrirnada,anãoseralgumaspegadaserastrosnocafezal,queestavaumpoucoqueimado.–Então!Essascriançassomosnós!Sóparaosenhornãoduvidarmais,vejaoqueeufaçocomaquelaárvore.Olha,vouapontarparaaárvore.Nãovouatiraremninguém...–faleimostrandobemaarmaefazendomovimentosbemsuaves.Dispareicontraaárvore,aqualsedesintegroutambém.–Eentão,oqueacha?Vejatambémnossasroupaseessaspílulas.Proveuma.–Sãoalimentos.Entãoétudoverdade!–Éclaro!Elesvinhamatacarnossoplanetaquandodemosumgolpeefizemosoreicancelaroataque.–dissemos.–Mas...Ondeestáesserei?

–Eleestánanaveemqueviemos.Vocêsnãocaptaramonossosinalnoradar?–Não!Fazumameiahoraqueosradaresestãoempane.–falouoGeneral.–Émaisoumenoso tempoquechegamos.Devehaveralgumdispositivonanavequefazcomqueosradaresnãofuncionem.–Ondeéqueestáanave?–Nóspararmosaunsdoisquilômetrosdaquinaqueladireção.–apontamos.–Voumandarumapatrulhadebuscaatélá!–disseoGeneral.–Oreiestáamarradoeosguardasestãoparalisados.–avisamos.–Vamosentrarparaconversarmosmais.–eledisse.

CapítuloXXVABaseporforaeramagnífica,masnemsecomparavacomomundodeequipamentosdapartededentro.Eraalgototalmentediferente.–Ondeficaesseplaneta?–nosperguntouoGeneral,nosmostrandoummapa.–Éemoutragaláxia e elenão édetectadopelosnossos radaresporque elespossuemumdispositivoantirradar.Masnósachamosquecomsuaajuda,nósconseguimosvoltar lá.Alémdomais, temos istoaqui.Retireioprogramadorderota,seéquepodemoschamarassim.–Oqueéisso?–perguntou.–Elescolocamissoemumaaberturanopaineldanaveeaprogramaçãosegue.Deveseralgumtipodepilotoautomático.Seráqueconseguemdecifrar?–Teremosquedecifrardequalquerjeito.Chamoualgunsoutrosoficiaisepediuparaquelevassemaolaboratórioparaanáliseetentarextrairasinformações.Voltouaténós:–Certo!Equaléoplanodeles?–Elesquerematacaroplaneta.Nãoparadestruí-lo.Elessomentedesejamacabarcomosterráqueos.–Porque?–Porquenoplanetadeleso sol se apagou,mas elesdesenvolveramummodoartificial de aquecê-lo.Agoradesejamseapoderardonossoplanetaporcausadosoletambémparaformarumimpériomaior.–Algumachancedediálogo?Essetalreipodemudardeideia?Porquesetivermosqueentraremguerraetentardestrui-los,estaremosagindocomoeles...Nãohácomoproporemapaz?–Elesestãoabsolutamentecertosdoquequerem.Asnavesquevinhampracá,carregavamessaarmaquímica.Tentamos de todo jeito convencê-los a sermos amigos,mas o rei não desiste.Veja, este é oantídotoquedeveríamostomarparanãosofrermososefeitos.– Bem, vamos esperar os guardas voltarem com eles e vemos se tem algummodo de conversarmos.Quanto a este antídoto, vai para o laboratório para verificação. Se conseguirmos desenvolvê-lo,pouparemosmaisvidas.Nesseinstante,algunsguardasdapatrulhadebuscaentraramnasalaedisseramqueanavepartiuantesquepudessemchegaraolocal.–Entãoelesesoltou...–falouCarlaespantada.–Temosqueiratrásdele.Aessahoraelejádeveteravisadoaspatrulhasdeseuplanetaeelasdevemestarvindopracá.–Nessecaso,devemosmontarumaestratégiaimediatamente.Venham!Vamosàsaladereuniões.Vocêsprecisamnosdizertudoquesabem.Eprecisamosavisaraomundotodo.Entramosemumareuniãorapidamenteondedissemostudooquesabíamos.

O General disse aos guardas que preparassem uma nave para ele e pediu aos oficiais da Base queavisassemaosoutrospaísesoqueacontecia.Estesdeveriampartiremdireçãoaoplanetajuntoconosco.ABaseficouumalvoroço.Nasaladecomunicaçõeseragentefalandoemtodasaslínguascomtodasaspartesdomundo.–Anaveestápronta?–perguntouoGeneralaosguardas.Arespostafoiafirmativa.Ficouacertadoquetambémiríamos,poisconhecíamosmuitacoisaeéramosimportantesnesseprocesso.Talvezasnavesterráqueasnãofossemtãopossantesoupoderosascomoasdos extraterrestres, mas tínhamos já um arsenal muito bom. As conquistas espaciais tinham semultiplicadonasúltimasdécadaseoSistemaSolarjáeraalgobemconhecido,porémalémdeleeraalgoinédito.Trocamosnossasroupasporroupasmilitares.Dirigimo-nosànave.Antesdechegarmos,lembrei-mequenãotínhamosavisadonossostiosqueestávamosbem.Também,osmeiosdecomunicaçãologoestariamdivulgandoanossahistória.SóimaginoasurpresadenossospaisquandovissemnaTV.Tomamosanaveecomeçamosasubir.OGeneralfalou:– Conseguimos as informações do dispositivo de rota que vocês trouxeram. Vamos seguir ascoordenadas!

CapítuloXXVILáestávamosnósdenovoemoutraaventuraespacial.Quecoisaincrívelparaseispré-adolescentes!Anaveerabastanteboae rápida.Talvezconseguíssemosavistaranavedo rei ainda,pois tudohaviaacontecidomuitorápido.Nãohaveriadedemorarmuito.Alémdomais,deviamestarnaprogramaçãoderotamanual, oquedeveriadeixá-losmais lentos.E talvez fosseo rei a dirigir, pois não sabíamos setinhamcomoacabarcomoefeitoparalisanteemquedeixamososguardas.Maisdeumahorasepassouenada.Achuvademeteoritosestarialogoàfrentepelosnossoscálculos.AvisamosoGeneral.Nessemomento,avistamosanavedoreiqueiamuitorápido.Começouaperseguição.Quemquerqueestivessedirigindo,eramuitobomdemanobras,demaneiraqueeradifícilosalcançarmos.Resolvemos então, conversar com o rei pelo rádio. Carla tinha o capacete e o rei também, então dequalquermaneiraaconversapoderiaacontecer.Falamos:–ReideLigrow,precisamoschegaraumacordo!Conversamoscomnossoslíderesepodemosverumaformadefazertudofuncionardentrodapaz.Elerespondeu:–Nunca!Façamoquefizeremcomigo,meussúditosnãodescansarãoenquantonãodestruíremtodososterráqueos!A afirmação do rei nos levou a concluir que seu povo jamais aceitaria a paz e seríamos obrigados adestruí-losdequalquermaneira,oqueeraterrível.NesteinstantecomeçamosaavistarmaisnavesnoradarquevinhamdaTerra.Eramosaliadosterrestres.Eramde todosospaíses,desdeomenoratéomaior.NaquelemomentoéramosumsópovochamadoTerráqueos,quedefendiaoquepossuía.Logoestariamconosco.OGeneralfalouparaorei:–Veja!Estamosbemequipados.Iremosaoseuplanetaeteremosumagrandeguerra.Adestruiçãoserádosdoislados.Vamosconversar!Nessemomento,anavedoreifoiatingidaporumpequenometeorito.Achuvacomeçoudenovoepelojeitoeleestavatãoconcentradotentandofugirdenósquenempercebeu.Eleperdeuumdosmotoresecomeçouarodar.Eleiriaficaràderiva.Eopior:maisumgrandemeteoritovinhaemsuadireção.Emcercadedezminutos,nãohaveriamaisreideLigrow.Carlafaloupelorádio:–Rei!Rei!Osenhorestábem?Elenãorespondeu.FalamosaoGeneral:–Conseguimossalvá-los?Épossível?

–Nãotemosmuitotempo.Oquepodemosfazerétentarlançarcabosatéanavedeleserebocá-los.Eprecisaseragora!Faloujáexecutandoamanobra.Porémeraumachuvademeteoritos.Corríamosomaiorriscotambém.Nossossoldadosatiravamemtodasaspedrasqueseaproximavam,enquantotentávamosresgatá-los.Falamoscomanavedenovo:–Rei!OSenhorestáaí?Estamostentandorebocá-los.Desligueosmotores.Dessavezelerespondeu:–Estamoscomproblemasaqui.Temfogoenãoestamosconseguindocontrolaranave.Émuitoarriscadotentaremnosrebocar.Elapodeexplodir.Vãoembora!Nãotentemnada.Nósdissemos:–Não!Vamostentarsalvá-lo.Eseumedalhãotambém.Suahistórianãopodeacabarassim.Osguardasestãoparalisados?–Não.Conseguilibertá-los.OGeneralfalou:–Vocêstêmumcompartimentodefuga?Entremneleenosdigamondeé.Vamospegá-los.Aoqueoreirespondeu:–Sim.Estávendoabaixodanaveumaformaredonda?Éocompartimento.Maselefoiatingidotambém.Provavelmenteestarásemenergia.OGeneralfalou:–Coloquemmáscarasdeareentremnocompartimentoagora!Vamos lançarumcaboatéele.Quandodisserjá,sesoltemdanave!–Ok!–respondeuorei–Jáestamosnele!–faloualgunssegundosdepois.–Sótemosumachance!Lávamosnós!Um,dois,três,agora!Lançamoso caboeo rei apertouo ejetor.Conseguimospegá-los e aceleramosprabem longe,poisometeoritojáestavaemrotadecolisão.Anavedoreiexplodiucercadeumminutodepois.Queimagemmagnífica!Oclarãoviajoupelouniverso.

CapítuloXXVIINospróximosminutos,omódulofoi trazidoparajuntodanave.Conseguimostirá-losdeláetrazê-losparadentro.Osguardaseorei.Quando vimos o rei, gritamos e corremos até ele.O abraçamos.Apesar de tudo, ele era alguém queconhecíamosequenofinal,nuncahavianosfeitorealmentemal.Eleficoutodosemgraçapelarecepção.OGeneralfalou:–Senhor,vejoqueestascrianças,apesardetudo,aindalhequerembem.Temcertezaquedesejaacabarcomosterráqueos?Vireiparaoreiedisse:–Pelasegundavez?Todosficarammeolhandocomcaradeespanto.Comoassim,pelasegundavez?Dequeessemeninoestáfalando?Atéoreificouespantado:–Segundavez?Doquevocêestáfalando?–ReideLigrow.Desculpeminhacuriosidade,masdescobriistoemseuplaneta.Tireiolivroquehaviapegadonaquelabibliotecaestranhaquandofuiprocurarcordas.–Oqueéisso?–eleperguntou.Todosnanaveficarammeolhandoetenteiexplicar:–Mediga somenteumacoisa:qual aorigemdeste livro?Euo encontrei emuma sala esquecidanumdepósito.–ÉdosElevatis,araçaquehabitavaoplanetaquandomeusantepassadosoinvadiram.Continuei:–Estelivropossuidesenhosmuitofamiliaresparanósterráqueos.Fui abrindo as páginas e mostrando desenhos muito parecidos com os encontrados no Egito e naspirâmides.OGeneralemeusprimosficaramboquiabertos.–Porquenãomostroupragente?–SóofarianaTerra.Eotrouxeparaquefosseestudadopelosnossosgovernos,masacheiqueagoraéahoradefalarsobreele.–Entãofale,porquenãoestouconseguindoentendernada.–disseoGeneral.Prossegui:–Oreinosfalouqueopovoquehabitavaoplanetafoidizimadoealgunsquerestaramforamexpulsosemalgumasnaves.Foramjogadosàprópriasortenoespaço.Seencontrassemcondiçõesparaviveremalgumplaneta, o fariam.Casonãoachassem,morreriam. Isso tudome levouapensar algumas coisas:elesprovavelmenteencontraramvidasimilarnaTerra.Vioutrolivroláquetinhaimagensdegaláxiasetinha uma muito parecida com a nossa. Talvez já soubessem de nossa existência. Por isso tantas

referênciasnosdesenhosdaspirâmidesaseresquechegaramdocéu.Deusesparaosterráqueosdaqueletempo.Alémdomais,nossascondiçõesdevidanaTerraeemLigroweopovoqueviveualiantessãomuitoparecidas.Porissooreiqueronossoplanetatambém.Então,ReideLigrow,sóconsigochegaraumaconclusão: somosdescendentes tambémdopovoquevocêsexpulsaram.Emais, somosparecidoscomvocês também, atuaismoradores do planeta. Portanto, oSenhor está tomandonosso planetamaisumavez!Oreimeolhoue,pelaprimeiravez,comumaposturaumpoucomaishumildenosfalou:–Você tem razão.Achoqueessa teoriapode serverdadeira.Epodemosdescobrirmelhor sobre issoconsultandoessabibliotecaquevocêachou.Aquiloéalgoesquecidoparanós.Nãoausamosetudoqueestáláécomolixo.Enfim,ficouabandonada.–Emqualdireçãodesejairagora?Desejacontinuaroataque?–perguntei.–Ouconseguepensaremumfuturonoqualpodemostentarconviver?Oreiparoupensativo.Nãosabemosqualseriasuareaçãoousefalariaaverdade.Enfim,eratudoumgrandepontodeinterrogação.Eledisse:–Trégua!Porenquantotemosumatrégua!Éomínimoquepodemosfazer.–Sim!–comemoramos.OGeneralpediuparaavisarematodasasnavesqueamissãoestavaabortada.

CapítuloXXVIIIAparentementehavíamosganhadoumabatalha.Poderianãoserdefinitiva,masjáeraumagrandevitória.Tomamosrumoparacasa.Dessavezcomoreiabordo.EleeoGeneralcomeçaramumaconversabemlongaemoutrasalaenóssóaguardávamosavoltapracasa.Paradescontrairumpoucoonervosismo,resolvemosconversar.–Comoseráqueestãonossospais?–perguntouSílvia.– Devem estar preocupadíssimos! Se eles sabem que estávamos na nave do General, então já estãodesmaiados.–disseRenata.–AchobomagentechegarlogonaTerraantesqueapareçamoutrasnavesinimigasporaqui.Vaisaberseoreinãoestámentindoedaquiapoucoaparecemunsligrowenses...–Ligrowenses?–CarlanãoaguentouadefiniçãodeAlexandreecaiunagargalhada.Mas,Alexandre,sériocontinuou:–Dádosligrowensesviremnosatacardenovo...SóoAlexandremesmo.Terra!Finalmenteestávamosdevolta.Finalmente.Jáavistávamosaquelelindoplaneta.–Vamosentraremórbita,pessoal!–falei.Anavedeuseucostumeirosolavanco,masaquelefoiosolavancomaisgostosodenossasvidas.Eraanossachegada,eraapaz.AgoraapróximaparadaeraaBase.ChegamosàsuperfíciedoplanetaefomosparaaBase.Quandoolhamospelajanela,nosassustamos.Elaestavalotadadegenteeasredondezastambém.Tinha fotógrafos, TV, tudo que era meio de comunicação. Havia repórteres de todo o mundo.Aterrissamos.Acionamos o botão que abria a porta da nave e a esperamos baixar. Fomos até a porta e olhamosespantados para a multidão.Mas, no momento em que vimos quem nos aguardava no fim da rampa,saímoscorrendoparafora.Eramnossospais,tios,irmãosetodososfamiliares.Abraçamos nossos tios e pais e choramos de emoção. Até quem não tinha nada a ver com a gente,choravatambém.Osrepórtereschoveramemcimadenós,masoGeneralcuidouparaquenãoseintrometessemnonossoencontro.DissequehaveriaumacoletivaparaaimprensanodiaseguintenoPavilhãodeConferênciasdacidade.Quando o rei e os guardas saíram da nave, fez-se um silêncio total. Ninguém esperava ver umextraterrestreàluzdodia.Paraamenizarascoisas,Carla,aembaixatrizdeLigrow,hahaha,correuatéo

reiepegounasuamão.Efalou:–Vem,Rei!Vaidartudocerto!Eledeuumpequenosorrisopraela.Amultidãoaplaudiu.Quantoaofimdaqueledia,fomostodosfestejarnossavitóriaenossavoltanafazenda.

CapítuloXXIXNodiaseguinte,às9horasdamanhã,jáestávamospresentesnopavilhão.Láhaviapersonalidadesdetodo o mundo. Quando chegamos, fomos recebidos com palmas vindas de milhares de pessoas. Opavilhãoestavalotadoedoladodeforatinhagentequenãoacabavamais.Quandochegamosaopalco,opresidentenosesperava.Queemoção!Nós,simplescrianças,recebíamostodasaquelashomenagens.Opresidentenosagradeceupeloquefizemosenoscondecoroucommuitasmedalhas.OGeneraltambémganhou.Depoisopresidentefezumdiscurso,noqualcitou:“Criançasquenossalvaram,asquaissãonossofuturo.PercebemosnestemomentoqueaTerraestaráemmãosresponsáveisequesempreseunirãopelaPaz....Vimoscomoenfrentaramproblemascomgarraeconfiançaenãoperderamasesperançasemnenhummomento.Oquepodemosfazernestemomentoésomenteagradecê-los,eparabenizá-los.”Quase choramos com esses trechos da declaração. A emoção foi grande ao vermos todas aquelaspersonalidadesdeváriospaísesnosaplaudindoenosrecebendocomoheróis.Oreiestavalátambémefezumdiscurso.Neletambémfaloudenós:“Achoqueaprendimuitocomessascriançaserealmenteesperoquepossamoschegaraumacordobomparaambos.Acimadetudo,aprendiquemesmonasadversidadesediferenças,épossívelconstruirlaçosdeamizade!”Eatédeuumapiscadinha,nessaparte.Depoisdashomenagens,prosseguiram-seasdeclaraçõesàimprensadanossahistória.Emcertoinstante,surgiutalperguntaaoGeneral:–Senhor,eagora?OqueseráfeitoemrelaçãoaoplanetadoRei?OGeneralrespondeu:–Bem,estamosconversandomuitosobreoquepodemosfazerparaajudar-nosreciprocamente.Agora,sóserápossíveltermosdefiniçõesemanos.Nadaseresolverádeumdiaparaooutro.Mas,confiamosqueapenasestamosnocomeçodeumagrandeenovaEradedescobertasparaahumanidade.Paraterminarnossadeclaração,falei:–Bom,esperoquenenhumacoisadessetipoaconteçanovamente,masseacontecer,Eu,Sílvia,Renata,Roberta,AlexandreeCarla,estaremosprontosaajudar!Muitoobrigado!

Recebemosmaisaplausosenosretiramos.

CapítuloXXXNós conversamos com nossos familiares e resolvemos terminar as férias na fazenda. Assim nosdistrairíamosedescansaríamosdetodaaagitação.Anossahistórianãosaíadosjornais,revistas,rádioeTV,nomundotodo.Nafazendaestaríamosafastadosdetudoisso.Voltamospralá.Nafazenda,tudocorrianormalmente.Asfrutascontinuavamdeliciosas,osanimaissadios,acomidadatiaestavaótima,osolmaravilhoso.Alémdisso,continuavamasbrigasdaRobertaedoAlexandre,osataqueshistéricosdaRenata,asbrincadeirasdaCarla.Os dias foram passando, até que tivemos a “feliz” ideia de irmos ver a plantação demilho.Quandochegamos,foioutrobaque:–Não!Denovonão!Olhaquantopédemilhoqueimado!Saímoscorrendofeitounsloucosdevoltaparaacasadafazenda.Depoisdemeiahora,nossasmalasestavamprontas.Fomosatéapresençadotioedatiaefalamos:–Vamosembora!–Porque?–perguntoutioCarlos.– Começou tudo de novo! Fomos ver a plantação de milho e tinha ummonte deles queimados. Nãoqueremosesperarparaveroquevirádepois!VaiquedessavezoReinãoétãobonzinho...–disseCarla.Nossostiosseolharamecaíramnarisada.Depoisdeváriasgargalhadas,atianosdisse:–Acontecequedeuumapraganaquelapartedaplantaçãoenósresolvemosqueimarparapoderplantarnovamente.Sóisso.Nósnosentreolhamoseentrealgumasrisadinhassemgraçados“heróis”,nósdissemos:–Seéassim...Nósficamos!!!

PERIGOSAS-SIMI-Apollymi

CapítuloICapítuloIICapítuloIIICapítuloIVCapítuloVCapítuloVICapítuloVIICapítuloVIIICapítuloIXCapítuloXCapítuloXICapítuloXIICapítuloXIIICapítuloXIVCapítuloXVCapítuloXVICapítuloXVIICapítuloXVIIICapítuloXIXCapítuloXXCapítuloXXICapítuloXXIICapítuloXXIIICapítuloXXIVCapítuloXXVCapítuloXXVICapítuloXXVIICapítuloXXVIIICapítuloXXIXCapítuloXXX

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