o ensino de linguas
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O ENSINO DE LNGUAS ESTRANGEIRAS POR MEIO DOS
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM:
O QUE MUDOU?
Shirley Doweslei Bernardes Borja shirley@netsol.com.br
Mrcia Gorett Ribeiro Grossi marciagrossi@terra.com.br
Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais
Mestrado em Educao Tecnolgica
Grupo temtico: Tecnologias e Constituio de Ambientes de Aprendizagem - G2
Modalidade: Artigo
RESUMO: Este artigo faz um resgate histrico do ensino de Lnguas Estrangeiras por
meio da modalidade Educao a Distncia (EaD), procurando verificar a tecnologia
utilizada desde seu incio at os dias atuais, onde o ambiente virtual de aprendizagem
(AVA) tem se mostrado fortemente presente. Para atingir esse objetivo foi feita uma
reviso bibliogrfica, na qual mostra como a presena dos ambientes virtuais de
aprendizagem, como mediador na abordagem do idioma est presente ao longo do tempo.
Verificou-se na pesquisa que atualmente a EaD tem utilizado as diversas tecnolgicas, que
fazem parte das Tecnologias Digitais da Informao e Comunicao (TDIC), como a
hipermdia, as redes de comunicao interativas e todas as tecnologias intelectuais
presentes no novo espao eletrnico virtual - o ciberespao, sendo que o essencial se
encontra em uma nova mudana pedaggica, que favorece ao mesmo tempo as
aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.
PALAVRAS CHAVE: Ambiente Virtual de Aprendizagem; Educao a Distncia: Ensino de
Lnguas Estrangeiras.
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1. Introduo
Neste artigo so apresentadas as contribuies da tecnologia para o ensino de lnguas
estrangeiras, fazendo um resgate histrico do ensino de Lnguas Estrangeiras por meio da
modalidade Educao a Distncia (EaD), procurando verificar a tecnologia utilizada desde
seu incio at os dias atuais, onde a ferramenta mais utilizada na EaD o Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA), que tem se mostrado fortemente presente, verificando o
que esta ferramenta trouxe de novo.
Para fazer um levantamento e verificar o que mudou ao longo dos anos no ensino de
lnguas estrangeiras por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem, foi feita uma
reviso bibliogrfica mostrando inicialmente uma explorao sobre o que se refere ao
AVA, ou seja, algumas definies de Ambiente Virtual de Aprendizagem para alguns
autores. Posteriormente, fez-se um levantamento das evolues da EaD ao longo das
geraes, as evolues das abordagens do ensino de lngua estrangeira e
consequentemente uma anlise das contribuies do AVA e da EaD no ensino-
aprendizagem da lngua estrangeira.
Tambm foi verificado os recursos tecnolgicos utilizados ao longo do tempo, com o
objetivo de esclarecer quais tipos de ferramentas foram utilizadas e como elas puderam
auxiliar tanto os alunos, quanto os professores, fazendo com que a cada dia fossem sendo
alteradas / melhoradas, de acordo com a demanda apresentada em cada poca.
V-se ento a relevncia desta pesquisa, devido crescente procura dos usurios por
recursos tecnolgicos como auxlio no ensino e na aprendizagem, a importncia desta
ferramenta tambm no ensino-aprendizagem de lnguas estrangeiras e como estas
ferramentas tem ajudado os alunos nos cursos on-line, como os alunos e professores em
aulas presenciais.
1.1. Objetivo:
O objetivo desta pesquisa foi descrever as mudanas ocorridas no ensino de lnguas
estrangeiras por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem, fazendo um levantamento
das contribuies das ferramentas do AVA no ensino de lngua estrangeira, auxiliando
tanto na elaborao do contedo pedaggico, material didtico e apresentao destes ao
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aluno, como no andamento do curso, fazendo com que o aluno possa ter maior facilidade
no processo do seu aprendizado.
1.2 Metodologia
Para a realizao desta pesquisa foi feito um levantamento bibliogrfico sobre o
ensino de lnguas estrangeiras por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem,
verificando quais recursos tecnolgicos foram utilizadas no processo de ensino-
aprendizagem de um idioma e o que mudou ao longo dos anos, buscando mostrar a
evoluo histrica das abordagens na aprendizagem de lnguas, bem como a evoluo das
partes que envolvem a aprendizagem aqui pesquisada, como a educao a distncia no
ensino de lnguas estrangeiras e as ferramentas tecnolgicas utilizadas para o ensino das
lnguas estrangeiras.
A partir do levantamento das ferramentas disponibilizadas nos ambientes virtuais de
aprendizagem, v-se a transformao do ensino-aprendizagem de forma cada vez mais
diversificada e envolvente.
2. Desenvolvimento
2.1 Evoluo da Educao a Distncia (EaD)
Como apresenta Moore e Kearsley (2007), a educao a distncia no iniciou agora
com o advento da internet, a EaD evoluiu ao longo de cinco geraes. Esta evoluo
identificvel pelas principais tecnologias de comunicao empregadas, de acordo com os
autores, como relacionados a seguir:
1. A primeira gerao de estudo por correspondncia/em casa/independente
proporcionou o fundamento para a educao individualizada a distncia. Seu incio
est na dcada de 1880 e foi permitido pela criao de servios postais mais baratos e
confiveis, resultantes da expanso das redes ferrovirias.
2. A segunda gerao, de transmisso por rdio, no incio do sculo XX e desenvolveu-se
com o surgimento da televiso, na dcada de 1940. Teve pouca ou nenhuma interao
de professores com alunos, exceto quando relacionada a um curso por
correspondncia; porm, agregou as dimenses orais e visuais apresentao de
informaes aos alunos a distncia.
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3. A terceira gerao as universidades abertas surgiu no final da dcada de 1960, de
experincias norte-americanas que integravam udio/vdeo e correspondncia com
orientao face a face, usando equipes de cursos e um mtodo prtico para a criao e
veiculao de instruo em uma abordagem sistmica.
4. A quarta gerao, surgida por volta da dcada de 1980, utilizou a teleconferncia por
udio, vdeo e computador, proporcionando a primeira interao em tempo real de
alunos com alunos e instrutores a distncia. O mtodo era apreciado especialmente
para treinamento corporativo.
5. A quinta gerao foi possvel com o desenvolvimento do computador de uso pessoal
(PC), em 1975 e da internet, em 1993. Uma gerao de classes virtuais on-line com
base na internet, tem resultado em enorme interesse e atividade em escala mundial
pela educao a distncia, com mtodos construtivistas de aprendizado em
colaborao, e na convergncia entre texto, udio e vdeo em uma nica plataforma de
comunicao.
Conforme mostra Moore e Kearsley (2007), nestas cinco geraes apresentadas, esta
evoluo est ligada utilizao de instrumentos, as quais proporcionam, cada vez mais,
maior possibilidade de transformao do meio e do sujeito e tem se configurado ao longo
da histria medida que o sujeito as utiliza.
2.2 Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)
Para melhor compreenso dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, foi feito um
levantamento de alguns conceitos, pois so poucos os artigos que descrevem este
ambiente de aprendizagem como uma ferramenta tecnolgica mais antiga. O que se
percebe que o AVA tem sido mostrado como uma ferramenta que apareceu a partir da
segunda metade do sculo XX, aps a chegada dos computadores e da internet.
Na literatura, encontra-se algumas definies para ambientes virtuais de
aprendizagem, uma delas trazida por Vavassori e Raabe (2003) que definem um
ambiente virtual de aprendizagem como (...) um sistema que rene uma srie de recursos
e ferramentas, permitindo e potencializando sua utilizao em atividades de
aprendizagem atravs da internet em um curso a distncia. (VAVASSORI e RAABE,
2003).
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Na definio de Santos 2006, o AVA um sistema informatizado, projetado para
promover interao entre professores, alunos e quaisquer outros participantes em
processos colaborativos que envolvam ensino e aprendizagem via Internet. (SANTOS,
2006, p. 18).
Para Pereira 2007 os AVAs consistem em mdias que utilizam o ciberespao para
veicular contedos e permitir interao entre os atores do processo educativo. [...]
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) consiste em uma opo de mdia que est
sendo utilizada para mediar o processo ensino-aprendizagem distncia. (PEREIRA,
2007, p. 4 e5).
No somente autores de artigos, como tambm a populao em geral banalizou alguns
conceitos, dentre eles o do AVA que entende Ambiente Virtual de Aprendizagem como
um tipo de ferramenta tecnolgica nova, visto que somente com a chegada dos
computadores e consequentemente da internet, ficou mais usual se falar em Ambiente
Virtual de Aprendizagem.
No entanto, h autores que entendem AVA como um recurso tecnolgico j existente
a muito tempo, como, por exemplo, Santos (2003) que entende ambientes como tudo
aquilo que envolve pessoas, natureza ou coisas, objetos tcnicos. J o virtual vem do
latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, fora, potncia. No senso-
comum as pessoas utilizam a expresso virtual para designar alguma coisa que no existe,
que est no imaginrio. Enfim, virtual vem sendo representando como algo fora da
realidade, o que se ope ao real.
Entretanto, Lvy (1996) em seu livro O que o virtual? esclarece-nos que o virtual
no se ope ao real e sim ao atual. Virtual o que existe em potncia e no em ato. Este
autor explica que toda semente potencialmente uma rvore, ou seja, no existe em ato,
mas existe em potncia. O virtual faz parte do real, no se opondo a ele. Por isso nem
tudo que virtual necessariamente se atualizar. Como no exemplo da semente, caso um
pssaro coma, a mesma jamais poder vir a ser uma rvore.
Neste sentido, Santos (2003) afirma que um ambiente virtual um espao fecundo de
significao onde seres humanos e objetos tcnicos interagem potencializando assim, a
construo de conhecimentos, logo a aprendizagem. Se ficar entendido aprendizagem
como um processo scio-tcnico, onde os sujeitos interagem na e pela cultura, sendo esta
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um campo de luta, poder, diferena e significao, espao para construo de saberes e
conhecimento, ento se pode afirmar que todo ambiente virtual um ambiente de
aprendizagem.
Com isso, a autora complementa ento que AVA pode no ser necessariamente um
ambiente que envolva as novas tecnologias digitais de informao e comunicao.
Entretanto essas tecnologias digitais podem potencializar e estruturar novas
sociabilidades e consequentemente novas aprendizagens.
As novas tecnologias digitais de informao e comunicao se caracterizam pela sua
nova forma de materializao. A informao que vinham sendo produzida e circulada ao
longo da histria da humanidade por suportes atmicos (madeira, pedra, papiro, papel,
corpo) na atualidade tambm vem sendo circulada pelos bits, cdigos digitais universais
(0 e 1). As tecnologias da informtica associadas s telecomunicaes veem provocando
mudanas radicais na sociedade por conta do processo de digitalizao. (SANTOS, 2003,
p.3)
Portanto, o que caracteriza e difere o ambiente virtual de aprendizagem que foi
construdo ao longo dos anos, do que definido atualmente que antes a interao no
ensino-aprendizagem, mediada pelas ferramentas dos Ambientes Virtuais de
Aprendizagem, era de um para um ou um para todos, atravs de vdeos, rdio, jornal
impresso, TV, entre outros e, as atuais ferramentas do AVA atualmente geram a
possibilidade de comunicao e ensino-aprendizagem de todos para todos, que pode ser
facilmente encontrada nas redes, nos ciberespaos.
Sendo assim, pode se dizer que um AVA no necessariamente um ambiente de rede,
mas sim um espao com possibilidades diversas na construo do conhecimento, na
interao dos sujeitos, no qual os sujeitos esto construindo, resignificando e
reconstruindo significados constantemente.
Deste modo, ensinantes podem ser tambm aprendentes e estes tambm podero
ensinar, ou seja, o sujeito alm de receber conhecimento, poder aperfeio-lo e
compartilhar seu conhecimento com outros sujeitos.
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2.3 Evoluo das abordagens do ensino de lngua estrangeira
Segundo Germain (1993) a apario dos primeiros manuais de aprendizagem de uma
lngua estrangeira data do 3 sculo da nossa era. Tratava-se de manuais bilngues,
enfatizando a prtica do vocabulrio e da conversao, e eram, sobretudo, utilizados pelos
falantes do latim que aprendiam o grego.
Quando se iniciou o ensino oficial de lnguas estrangeiras no Brasil, que segundo
Chagas (1967), foi em 1837, com a criao do Colgio Pedro II, via-se um ensino mais
vinculado ao estudo da gramtica e a memorizao de regras, de forma
descontextualizada, sem uma preocupao com a realidade do aluno.
Ao longo do tempo diversas metodologias foram utilizadas com a inteno de facilitar
o ensino-aprendizagem e com isso foram feitas mudanas para melhor atender os alunos e
professores. Diante das variadas metodologias existentes, faz-se necessrio apresentar
uma sntese das principais metodologias utilizadas, as quais marcaram o ensino-
aprendizagem da lngua estrangeira, mas inicialmente, importante esclarecer as
definies e diferenas entre mtodo, metodologia e abordagem.
Dentre diversas definies, encontra-se Puren (1988) que chama de mtodo o prprio
material de ensino; que metodologia estaria num nvel superior, englobando os objetivos
gerais, os contedos lingusticos, as teorias de referncia, as situaes de ensino e
subentendem a elaborao de um mtodo. J o termo abordagem (approach do ingls)
definido por Leffa (1988) como os pressupostos tericos acerca da lngua e da
aprendizagem. Portanto, optou-se neste artigo em utilizar o termo metodologia ou
abordagem para designar a forma como o ensino de lngua estrangeira vem se
processando ao longo dos anos.
Embora as concepes, mtodos e abordagens de lnguas estrangeiras no campo da
aprendizagem, contemplem a competncia comunicativa, faz-se importante abordar
outros tipos de abordagens e mtodos e as suas contribuies ao longo do tempo. Assim,
segundo Leffa (1988):
A abordagem da gramtica e da traduo surgiu com o interesse pelas culturas
grega e latina na poca do renascimento e continua sendo empregada at hoje, ainda que
de modo bastante espordico, com diversas adaptaes e finalidades mais especficas.
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A abordagem direta (tradicionalmente Mtodo Direto) quase to antigo quanto
o mtodo da gramtica e traduo, surgiu como uma reao a este e evidncias de seu uso
datam do incio do sculo XVI.
Abordagem para a leitura (tradicionalmente Mtodo da Leitura) expandiu
pelas escolas secundrias dos Estados Unidos na dcada de 1930, tendo permanecido at
o fim da II Guerra Mundial.
Abordagem audiolingual foi uma reao dos prprios americanos contra o mtodo da
leitura; surgiu durante a II Guerra Mundial quando o exrcito americano precisava de
falantes fluentes de vrias lnguas estrangeiras e no os encontrou, a soluo foi produzir
esses falantes de maneira mais rpida possvel.
Abordagem natural tenta explicar na sala de aula a teoria de Stephen Krashen,
conhecida como Modelo do Monitor ou Modelo de Input. Visa desenvolver a aquisio
da lngua (uso inconsciente das regras gramaticais) em vez da aprendizagem (uso
consciente).
Abordagem comunicativa surgiu nos anos da dcada de 70 e ganhando fora total
nos anos 80; procurou, com seu enfoque, no ser extremista. A maior preocupao com o
uso da lngua como comunicao surgiu a partir de pesquisas mais recentes nas reas de
psicolingstica, sociolingstica, filosofia da linguagem e teoria da informao. O
equilbrio visado apoia-se no conceito da competncia comunicativa, que encara a
realidade lingstica como algo formalmente possvel, vivel, adequado ao contexto e
realmente factvel (isto , que pode ser feito).
Assim, o que se pode verificar que no existe uma metodologia absoluta, as
metodologias somente oferecem uma direo do que pode ser feito, pois no h uma
abordagem que cubra totalmente as vrias possibilidades de aprendizagem.
O importante que o professor tenha conhecimento da existncia de diversas
metodologias, conscincia de que os alunos tm caractersticas diferentes e que a partir
das condies que se encontrarem, estes professores possam se adaptar e se adequar,
buscando uma metodologia que melhor lhe ajudar em cada situao, no esquecendo
que o mais importante a interao dos sujeitos para a construo do conhecimento.
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Assim, inspirada na concepo educacional do professor Dante Augusto Galeffi
(2001), a soluo buscar sempre por uma metodologia prpria e apropriada. Prpria
por ser a sntese da produo desses sujeitos da aprendizagem e da informao; e
apropriada porque adequada ao contexto e, principalmente, porque os seus autores j a
apreenderam conscientemente.
2.4 A tecnologia no ensino de lngua estrangeira
Antes mesmo de ser utilizado o rdio, a televiso e o computador outras tecnologias
foram implantadas na educao, no s para melhorar a qualidade, como tambm atingir
um maior nmero de pessoas e, conforme cita Almeida a primeira revoluo tecnolgica
no aprendizado foi provocada por Comenius (1952-1670), quando transformou o livro
impresso em ferramenta de ensino e de aprendizagem com a inveno da cartilha e do
livro-texto. (ALMEIDA, 2000,p. 13).
A partir dos anos 60 pode-se observar a incorporao de novas mdias ao meio
impresso, porm estas ainda apresentavam-se pautadas em um modelo Fordista1 de
educao industrial, ou seja, uma educao de massa, sendo a British Open University,
fundada no ano de 1969, um marco de transio do modelo Fordista a uma educao mais
flexvel.
J nos primeiros anos da dcada de 70 comearam a ser analisadas e redefinidas as
tcnicas e estratgias de EaD, apresentando um crescimento significativo na sua
utilizao, conjugando vrias mdias. Este avano ocorreu em parte pelas inovaes
tecnolgicas que foram se desenvolvendo e sendo socializadas massivamente a partir da
dcada de 90 (noventa), e tambm pelas pesquisas na rea educacional, que comearam a
traar suas orientaes pedaggicas na Educao de Adultos e nos aspectos referentes
cognio.
A presena dos ambientes virtuais de aprendizagem, como mediador na abordagem do
idioma est presente a longo tempo e com base no levantamento realizado por Paiva
(2008b) importante saber um pouco da histria e suas contribuies tecnolgicas mais
relevantes para o ensino de lngua estrangeira, apresentando suas transformaes,
mostrando os ambientes de aprendizagens e as funes que eles exerciam e exercem at
os dias atuais, como se pode perceber no quadro 1.
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Quadro 1 Contribuies da Tecnologia para o Ensino de LE
Ano Recurso Tecnolgico Descrio
1578 Impresso - Gramtica
Primeira gramtica para estudo
individualizado: gramtica do hebraico pelo
Cardeal Bellarmine.
1658 Impresso Livro ilustrado
Primeiro livro ilustrado, O Orbis Sensualim
Pictus, de Comenius. Livro de vocabulrio em
latim para a educao infantil.
1878
udio - Fongrafo -
Aparelho para registrar e
produzir som
Inveno do fongrafo, por Thomas Edson.
1902
-
1903
Impresso e udio
Primeiro material didtico gravado por The
International Correspondence Schools of
Scranton. O material era composto por livros
de conversao acompanhados de cilindros
(recurso de udio) de Thomas Edson.
1930 Vdeo e udio - Filmes
Walt Disney produziu os primeiros cartoons
para o ensino de ingls bsico. Em 1943, os
estdios de Walt Disney produziram uma srie
de filmes com atores, intitulada The March of
Times.
1940s Audio - Gravador Surgimento do gravador de fita magntica.
1943 udio Rdio
A BBC iniciou transmisses em rdio com
pequenas aulas de ingls. Somente na dcada
de 60, transmitiu cursos de ingls em 30
lnguas para quase todo o globo terrestre.
1950s Laboratrio de udio Criao de laboratrios de udio.
1926 Vdeo e udio Televisor
Inveno da televiso por John Baird. No
entanto, somente em 1950 a TV chegou ao
Brasil.
1960 udio e Vdeo -
Computador
Incio do ensino de lnguas mediado por
computador com o projeto PLATO
(Programmed Logic for Automatic Teaching
Operations), na Universidade de Illinois.
-
1980s udio e Vdeo -
Computador individual
Surgimento dos primeiros computadores
pessoais (PCs) no Brasil.
1991 Computador
Acesso rede mundial de computadores no
Brasil, interligando vrias universidades e
professores universitrios.
O acesso pblico rede s aconteceu em 1994.
1997 Computador e internet
Introduo WWW nos moldes que
conhecemos hoje. Acesso a novas formas de
comunicao como e-mail, listas de discusso e
fruns.
1998
Computador internet e
alguns recursos
tecnolgicos
Aparecimento da ferramenta de busca
como o
2001 Wiki
Com a plataforma wiki o conhecimento
colaborativo vira realidade.
2004
Redes de relacionamento como o Orkut, blogs,
podcasts, repositrio de vdeo como o Youtube,
enciclopdia mundial feita por usurios (a
Wikipdia), entre outros. Incio da WEB 2.0
2008
-
2012
Tablets, Android, IOS
A tecnologia a distncia passa para dispositivos
mveis e se populariza em dispositivos de
baixo custo.
Fonte: Adaptao de Franco (2010)
O quadro 1 apresenta as contribuies da tecnologia para o ensino, no qual percebe-se
que no novo o interesse pela divulgao de um idioma, nem to pouco novo a
utilizao dos ambientes virtuais de aprendizagem para a divulgao destes idiomas. E,
mostra que a forma de levar o ensino um maior nmero de pessoas e lugares cada vez
mais diversificado e que as tecnologias tem contribudo para estimular o desenvolvimento
da criatividade e de habilidades intelectuais.
Com o surgimento dos primeiros computadores pessoais (PCs) no Brasil, na dcada de
80 e logo depois com o advento da internet e a velocidade da troca de informaes, os
ambientes virtuais de aprendizagem foram ganhando novos espaos e trazendo novas
alternativas, especialmente para o meio educacional.
As novas tecnologias esto diversificando cada vez mais a forma de levar o ensino a
um maior nmero de pessoas e lugares. Com seu alto potencial de motivao e
concentrao tm o poder de estimular o desenvolvimento da criatividade e de
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habilidades intelectuais tais como o raciocnio, a capacidade de resolver problemas, e de
desenvolver a autonomia (PAIVA, 2008b).
O aparecimento de tecnologias novas nos AVA trouxe grandes vantagens no ensino-
aprendizagem de lngua estrangeira a distncia. Houve maior interao do professor com
o aluno e com o contedo, promovendo a autonomia do aluno e estabelecendo um ensino-
aprendizagem mais individualizado, visto que os estilos de aprendizagem de cada aluno
so diferenciados.
Os estilos de aprendizagem tambm puderam ser re-planejados por causa da
disponibilidade das diferentes ferramentas nos ambientes virtuais de aprendizagem, j
que com esta variedade, cada aluno poderia escolher, ou ser indicado um ensino-
aprendizagem que melhor lhe aprouvesse.
Esta transformao se deve a vrios fatores, dentre eles cita-se aqui trs: novidades
tecnolgicas, maior demanda dos alunos por um ensino mais diversificado e a descoberta
de que os alunos necessitam de um ensino individualizado, cada um com seu ritmo e
estilo de aprendizagem diferente. As mudanas na educao tornaram-se um princpio
bsico para a formao dos novos alunos.
As novidades tecnolgicas utilizadas no AVA tem se diversificado a todo o momento
para transformar este ensino, facilitando as abordagens e os mtodos de ensino-
aprendizagem, fazendo com que os alunos possam ter um aprendizado cada vez mais
interativo e dinmico, no s para aprender um idioma como tambm descobrir as
tradies, as atitudes e a cultura daquele lugar.
Nesse contexto a informao representa o principal ingrediente de nossa organizao
social, e os fluxos de mensagens e imagens entre as redes constituem o encadeamento
bsico de nossa estrutura social (CASTELLS, 1999). Novos processos criativos podem
ser potencializados pelos fluxos scio-tcnicos de ambientes virtuais de aprendizagens
que utilizam o digital como suporte a exemplo, o ciberespao.
A pesquisa mostra que atualmente a EaD tem utilizado as diversas tecnolgicas, que
fazem parte das Tecnologias Digitais da Informao e Comunicao (TDICs), com a
hipermdia, as redes de comunicao interativas e todas as tecnologias intelectuais
presentes no novo espao eletrnico virtual - o ciberespao, sendo que o essencial se
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encontra em uma nova mudana pedaggica, que favorece ao mesmo tempo as
aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.
3. Consideraes finais
Existem atualmente inmeros ambientes virtuais de aprendizagem que renem uma
srie de recursos tecnolgicos para utilizao, criao e estruturao de um curso lngua
estrangeira, na modalidade a distncia, gratuitos como, por exemplo, Clavoline, Dokeos,
AulaNet, TelEduc, Moodle e pagos como WebBoard, IntraLearn, WebAula, SABA,
LearnLoop, entre outros.
O que se tem visto cada vez mais alunos e professores procurando novas formas de
melhor ensinar e aprender, procurando adaptar o que ser ensinado e aprendido ao estilo
de aprendizagem do aluno e ao contexto deste, tornando este estudo mais envolvente e
prazeroso.
Como diversos tipos de curso a distncia, as novas tecnologias trazem grandes
vantagens no ensino-aprendizagem de lngua estrangeira a distncia. Neste estudo foi
verificado a existncia de ambientes virtuais de aprendizagem que ao longo do tempo
foram de essencial importncia e tem se modificado e se aperfeioado para atender a
demanda dos alunos.
A partir do levantamento bibliogrfico e uma reflexo acerca do que os recursos
tecnolgicos tm influenciado e contribudo no ensino-aprendizagem de um idioma,
incentiva-se que alm das tecnologias h a necessidade de uma mudana de postura do
professor e dos formadores de professores de lnguas estrangeiras, na abordagem de
aprender dos alunos e na abordagem de ensinar dos professores, visando a uma seleo
crtica e mapeada dos encaminhamentos metodolgicos que circundam a sua prtica.
Assim, o professor, consciente do valor de uma prtica pedaggica coerente e instigante,
poder melhor nortear seu trabalho.
H algo alm da tecnologia em si, como diz Almeida Filho (1993) que para produzir
impacto (perceptvel), mudanas (profundas) e inovaes (sustentadas) no so suficientes
alteraes apenas no material didtico, no mobilirio, nas verbalizaes do desejvel pelas
instituies, nas tcnicas renovadas, nos atraentes recursos audiovisuais. So cruciais
novas compreenses vivenciadas da abordagem de aprender dos alunos e na abordagem
-
de ensinar dos professores.. H a necessidade de uma mudana pedaggica, que favorea
ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.
Quanto aos alunos, tem-se visto que esto passando de um papel passivo para um
papel ativo, desenvolvendo uma autonomia e independncia no que diz respeito
aprendizagem e esta autonomia ampliar cada vez mais, devido ao surgimento de novos
ambientes virtuais de aprendizagem e suas ferramentas tecnolgicas, sobretudo a internet.
Vrios so os fatores que possibilitam a aprendizagem de uma lngua estrangeira, mas
o que precisa ser considerado como de maior relevncia o que leva o aluno a estar
motivado aprender. Por isso, a importncia de se ter um olhar mais reflexivo quanto aos
objetivos do ensino, as expectativas de aprendizagem e sua aplicabilidade.
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2003, p. 311 325.
1 Na Segunda Revoluo Industrial, de 1870 a 1970, o modelo fordista tinha como caracterstica a produo em
srie e em grande volume para haver excedente.
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