o brincar visões da psicanálise e da epistemologia genética

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O BRINCAR

Visões da Psicanálise e da Epistemologia Genética

O Brincar

O brincar como ferramenta básica na clínica (trabalho) com crianças – interdisciplina.

• Psicanálise – brincar como constituinte do sujeito.

• Epistemologia Genética – brincar como instrumento de

construção dos processos cognitivos.

Na Psicanálise: • Freud – atividade lúdica = atividade criadora.

Fort-da – brincar como possibilidade de atuar e elaborar.

• Hermione von Hug-Hellmuth – introduz a utilização do brinquedo no tratamento psicanalítico de crianças.

• Melanie Klein

• Donald Woods Winnicott

• Lacan

Melanie Klein

Melanie Klein

Nasceu em 30 de março de 1882, em Viena.

Casou-se aos 21 anos, teve uma filha, que se tornou psicanalista, e dois filhos.

Crises de depressão, entre os anos de 1907 e 1914.

Em 1914, descobriu a psicanálise por meio do livro A Interpretação dos Sonhos.

Em 1916, análise com Ferenczi.

Construiu um corpo teórico amplo e completo sobre o desenvolvimento emocional do ser humano.

Morreu aos 78 anos, em Londres, ainda trabalhando.

Técnica do BrincarTécnica do brincar, ou play-technique.

Ao brincar, a criança expressa suas fantasias, representa seus desejos e experiências. Permitiu o tratamento de crianças bem pequenas.

Meios de expressão diferentes - mesmas regras essenciais do tratamento.• redução progressiva da resistência; • o modo de estabelecimento da transferência; • e a resposta às interpretações.

Associação livre fica impedida pela angústia.

O brincar tem função de metáfora, de condensação. O brincar tem o mesmo estatuto do sonho – é uma formação do inconsciente.

Interpretação do brincar: o material (inclui o desenho nessa categoria), a maneira como brincam, a razão pela qual mudam de brincadeira e os meios que escolhem para a representação.

Diferentes olhares para o brincar:

Técnica do brincar

Ludoterapia Observação analítica

O brincar como equivalente à

associação livre do adulto.

As regras essenciais do tratamento são as

mesmas.

O objetivo é a constituição do eu.

O brinquedo e o brincar possibilitando a descarga emocional

de um afeto desagradável ligado a

uma situação traumática (ab-

reação).

Compreensão do comportamento da

criança pela observação de seu

brincar.

Certas brincadeiras possuem significados

pré-definidos.

Conflitos com Anna Freud:

Anna Freud Melanie Klein

Complexo de Édipo

Superego presente apenas após sua resolução. Assim, a análise teria um caráter apenas educacional.

Existência do superego primitivo. As crianças respondem às interpretações e fazem elaborações, tornando a análise possível.

Transferência Dá-se do passado par o presente, portanto, as crianças pequenas não teriam esse passado para transferir.

Transferência como mundo interno sendo transferido para o mundo externo.

Análise de criança

Se aproxima da educação, por seu caráter pedagógico.

Entendida com uma verdadeira situação analítica, totalmente distinta da educação.

Donald Woods Winnicott

Donald Woods Winnicott Psicanalista inglês.

Nasceu em Plymouth, em 1896. Morreu em 1971.

Objetos e fenômenos transicionais

Presença e ausência da mãe – ilusão-desilusão.

O espaço transicional se estabelece nessa fronteira entre mãe e bebê, e ajuda a criança a suportar e alargar essa separação.

Os objetos transicionais seguem fazendo parte de nossa vida, porém se difundem na cultura.

LacanInconsciente estruturado como uma linguagem.

Enlace entre corpo e linguagem é um acontecimento necessário para a estruturação do sujeito.

Linguagem como simbólico que vem recobrir o corpo real inscrevendo-o em uma história.

Realidade fantasmática – antecipação de um lugar social e sexual, desejos e expectativas dos pais (família) com relação a cada criança.

Por meio do brincar é que a criança coloca em cena esta realidade fantasmática.

Jogos Estruturantes:

- Fort-da – possibilidade de por em palavras a dimensão da falta, a representação.

Criança assume um papel ativo frente às marcas simbólicas, podendo construir sua própria subjetividade, seus próprios sintomas.

Jogos Estruturantes:

- este é o outro – substituição de objeto de desejo – cada brinquedo como substituto do objeto a causa do desejo – significante da falta. Fenômeno transicional.

- cai, não cai (jogos de borda) – dimensão da perda, registro da descontinuidade. Andar pelas beiradas, espiar em frestas, remexer buracos, derrubar coisas pelas bordas, brincar de cair, saltar...

Na Epistemologia Genética:Importância do jogo para o surgimento dos processos cognitivos:

construção da função simbólica ou semiótica.

Diferentes conceitos para Piaget e Lacan:Lacan: um dos registros constituintes da estrutura psíquica do sujeito. Piaget: capacidade de diferenciar significante e significado.

Função simbólica: • Jogo simbólico• Imitação diferida• Desenho ] Representação• Imagem mental• Linguagem

Evolução do Brincar:

Jogo de exercício – Período sensório-motor (inteligência prática)

0 – 18 meses, porém não deixa de existir nos estágios subseqüentes. Construção de um repertório motor e sensorial que vai servir de base para os estágios e aquisições posteriores.

Não existe uma quebra, mas uma continuidade entre os estágios.

Evolução do Brincar:

Jogo de regra – período pré-operatório (fase intuitiva - 4/5 a 7/8 anos) e operacional concreto (7/8 a 11/12 anos)

Supõe relações sociais, diferentemente do símbolo.

Regra – regularidade, socialmente definida.

Evolução do Brincar:

Jogo simbólico – Período pré-operatório (fase simbólica – 2/3 a 4/5 anos)

A partir dos 02 anosPossibilidade de se representar o que está ausente.

Símbolo – fica entre o elemento dado e um elemento imaginado.

Evolução do Brincar:

Evolução do Brincar:Supõe a existência de pelo menos dois indivíduos.

Superação do egocentrismo.

Evolução do Brincar:

Início dos jogos de regra 04 – 07 – fase intuitiva do período pré-operatório: fim do egocentrismo, fase dos porquês.

07 – 11 – apogeu dos jogos de regra.

Enfim...Leva a criança a se apropriar de sua inscrição no mundo simbólico.

Possibilidade de deslizamento de significante.

“Não podemos esquecer que quando uma criança desenha ou brinca, desenha-se ou brinca consigo mesma nessa realização ficcional. A criança se desdobra no papel mediante o desenho, ou na cena por meio de seu corpo em movimento. Ao mesmo tempo que realiza e cria essa produção, a criança é criada e realizada por ela, ou seja, pode ir produzindo representações e versões do que a preocupa enquanto está envolvida nisso” LEVIN, 2001 pg. 23

Conjugação de três tempos - resposta a uma demanda que ainda não pode responder de fato.

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