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Livia Costa de Oliveira Mestre em Nutrição Humana (UFRJ) Doutora em Ciências dos Alimentos (UFRJ) Nutricionista–Hospital Municipal Moacyr Rodrigues Carmo (HMMRC–SMS-DC) Nutricionista – Unidade de Cuidados Paliativos (INCA- HCIV) Coordenadora do Grupo de Pesquisa de Nutrição em Cuidados Paliativos (NutriPali) (INCA - HCIV) Membro do Núcleo de Estudos Integrados em Cuidados Paliativos (INCA - HCIV)

Nutrição em cuidados paliativos

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

Divulgação de fotografias autorizada

Nutrição em cuidados paliativos

Doenças e agravos não transmissíveis

Nutrição em Cuidados Paliativos

As doenças e agravos não transmissíveis são as principais responsáveis pelo adoecimento e óbito no mundo.

As transições demográficas e epidemiológicas sinalizam um impacto na incidência de câncer nas próximas décadas. FERLAY et al., 2013

Distribuição de pessoas que necessitam de cuidados paliativos segundo a OMS, 2014 (n=19.228.760).

Países em desenvolvimento, cuja maioria dos indivíduos apresenta câncer avançado no diagnóstico, possuem uma pior pontuação em ambientes para esses cuidados.

Dados do INCA mostram que mais de 50% dos pacientes na matrícula já possuem como proposta inicial algum tratamento sem intenção curativa, e 10 a 20% desses são encaminhados diretamente para o HCIV.

Câncer avançado: - Estagio III e IV; - Metastático; -Sem proposta curativa.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Doenças e agravos não transmissíveis

“O paciente não é só o paciente. Ele é o amor de alguém.” Independente da

unidade de saúde lidaremos, necessariamente, com pacientes com doença avançada.

A concepção atual do tratamento abrangente do câncer contempla os Cuidados Paliativos. Paliar = humanização e técnica

Nutrição em Cuidados Paliativos

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Doenças e agravos não transmissíveis

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Segundo a OMS, em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002,

"cuidados paliativos consistem na assistência por equipe multidisciplinar, para melhoria da qualidade de vida (QV) do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".

Não cuidamos da doença; Cuidamos das pessoas.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Princípios:

· Aliviar os sintomas.

· Reafirmar a vida e a morte como processos naturais.

· Integrar aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao cuidado.

· Não apressar ou adiar a morte.

· Apoiar a família para lidar com a doença em domicílio.

· Oferecer suporte para pacientes viverem mais ativamente.

· Abordagem interdisciplinar para necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e familiares.

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Pontos fundamentais:

· Unidade de tratamento - paciente e família.

· Avaliação e gerenciamento de sintomas.

· Decisões terapêuticas – elemento ético sempre presente.

· Interdisciplinaridade.

· Comunicação.

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos

HC IV

Nutrição em Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos

HC III

HC II

HC I

Deve ocorrer em qualquer

Unidade de Saúde

HC IV

Anualmente, 100 milhões de pessoas, necessitarão de cuidados paliativos.

Menos de 8% terão acesso. The 2015 Quality of Deat index

Nutrição em Cuidados Paliativos

Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Brasil 42º

Nutrição em Cuidados Paliativos

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

O papel do nutricionista na equipe

Auxiliar na evolução favorável em todos os estágios do câncer.

NUTRIÇÃO

Qualidade de Vida

Sobrevida digna

Nutrição em Cuidados Paliativos

“A alimentação é ainda um dos poucos meios de expressão do paciente.”

•Abordagem diferencial, individualizada, humanizada.

•Predizer como fatores nutricionais afetam o estado geral.

•Atuar preventivamente;

•Identificar estado nutricional e as necessidades nutricionais;

•Avaliar e auxiliar o controle de sintomas;

•Participar, com equipe interdisciplinar, no plano de cuidados;

•Reflexões relativas aos aspectos éticos;

•Garantir a autonomia do paciente quanto à sua alimentação;

•Minimizar ansiedades;

•Habilidade de comunicação (verbal e não-verbal), disponibilidade para

escutar;

•Ressignificar a alimentação.

CARO et al., 2007; BENARROZ et al., 2009; MOYNIHAN et al., 2005.

Nutrição em Cuidados Paliativos

O papel do nutricionista na equipe

“Fome física vs fome emocional.”

Nutrição em Cuidados Paliativos

“Comemos alimentos ou emoções?”

O papel do nutricionista na equipe

A alimentação possui diferentes significados, pois está atrelada a aspectos dos indivíduos. FERNÁNDEZ-ROLDÁN, 2005

O alimento pode estar relacionado às recordações agradáveis.

Numa condição de impossibilidades, o alimento pode ser mais notado pela sua ausência ou dificuldades na sua ingestão do que

pela sua presença e o prazer proporcionados. SILVA et al., 2009

Nutrição em Cuidados Paliativos

O papel do nutricionista na equipe

Se não comer, não pode viver, (100% pacientes e 78% cuidadores).

Os discursos dos brasileiros e portugueses se complementam, existindo mais semelhanças do que diferenças.

O sentido da alimentação está na sua relação condicional para a vida, demonstrando ser fundamental o seu valor cultural e social, cheio de significado simbólico e carga emocional.

Nutrição em Cuidados Paliativos

O papel do nutricionista na equipe

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação clínica:

-Diagnóstico;

-Progressão de doença;

-Comorbidades;

-Tratamento prévio;

-Medicações utilizadas;

-Etc.

Nutrição em Cuidados Paliativos

•Avaliação prognóstica:

Auxilia profissionais, pacientes e familiares a tomarem decisões esclarecidas a respeito de cuidados de saúde.

(Patino & Ferreira, 2017)

Papel norteador do tratamento.

Informações do presente

Prever desfechos futuros

PROGNÓSTICO

Paciente certo Hora certa

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

•Processo dinâmico. Eventos sentinelas (como PD e IHs) devem desencadear novas discussões prognósticas. (Hui, 2015)

•Fatores prognósticos na doença avançada:

Subjetivos

Previsão clínica de sobrevida: conveniente e fácil. Estimativas heterogêneas e otimistas.

Objetivos Funcionalidade, sintomas, estado nutricional, medidas fisiológicas objetivas (ângulo de fase e força de pressão manual), bioquímicas/inflamatórias.

Modelos prognósticos: PaPScore, Escore Prognóstico de Glasgow.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Nutrição em Cuidados Paliativos

•Expectativa de vida

> 90 dias;

<= 90 dias;

Cuidados ao fim da vida (CFV - óbito é iminente e geralmente ocorre em até 72 horas).

Avaliação clínica e prognóstica

“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.

Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.

Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.

Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.

Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.

Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.

Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação clínica e prognóstica

Pacientes com ASG-PPP ≥19, EPGm ≥1, albumina <3,5 g/dl e PCR ≥10 mg/L tiveram sobrevida menor.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Avaliação nutricional

Os objetivos do suporte variam à medida que a doença evolui. •Avaliação nutricional diária; •Aparecimento ou agravamento dos sintomas.

Sem obrigatoriedade de mensurações. HUHMANN; CURNNINGHAM, 2005

1º Triar no início dos cuidados,

independente

2º Ampliar a avaliação, incluindo medidas de anorexia, composição corporal, inflamação,

gasto energético e função física

3º Intervenções multimodais com foco

no aumento da ingestão, redução da

inflamação e aumento da atividade física.

Nutrição em Cuidados Paliativos

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015

Avaliação nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação nutricional

Avaliação nutricional

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015

Nutrição em Cuidados Paliativos

Um indicador único não caracteriza a condição nutricional do indivíduo

Avaliação nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

O melhor ponto de corte da ASG-PPP para o óbito em 90 dias foi ≥19 pontos (área a curva, 0,69; P = 0, 041).

A intervenção nutricional deveria estar focada nos pacientes com melhor prognóstico (ASG-PPP <19).

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Avaliação nutricional

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

•O papel do nutricionista na equipe

•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

•Condutas baseadas em:

-Preferências/expectativas;

-Avaliação clínica, nutricional e prognóstica;

-Cuidados gerados pelo suporte oferecido;

-Estado psicológico;

-Bioética.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Conduta nutricional

Paciente certo Hora certa

Bioética Principialista

Autonomia: O paciente deve ter a palavra final nos tratamentos. Caso incapaz de decidir, deve-se considerar ordens escritas previamente ou a decisão dos responsáveis.

Beneficência: Os tratamentos devem ter por objetivo o bem do paciente.

Não maleficência: Não promover o sofrimento.

Justiça: Recursos limitados devem privilegiar os potencialmente mais beneficiados.

Conduta nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Prescrição dietética: fornecer necessidades nutricionais, prazer e conforto. ANCP, 2012

Nutrientes e líquidos: conforme a sintomatologia. SHIBUYA, 2005

Nutrição em Cuidados Paliativos

Conduta nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

• A eficácia da conduta dependerá:

-Habilidade de comunicação e escuta;

-Expectativas do paciente;

-Interdisciplinaridade;

-Conhecimento técnico.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Conduta nutricional

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

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•Avaliação clínica e prognóstica

•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas

•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Controle de sintomas

Reduzir o impacto causado pelos sintomas.

•Prejudicam a QV; •Alteram as atividades cotidianas, a ingestão alimentar e o estado nutricional; •Lesam relações psicossociais e familiares. LIS et al., 2012

Nutrição em Cuidados Paliativos

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

•Doenças e agravos não transmissíveis

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•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Caquexia

Desnutrição Sarcopenia Caquexia

Perda de massa muscular;

Perda de massa muscular e força;

Perda de massa muscular e força, associadas a inflamação.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Caquexia - prevalência varia (6 a 82%) dependendo do critério de definição. Wallengren et al. 2013

Multifatorial com perda de MM, inflamação e alterações

metabólicas. Causada por balanço energético e proteico negativo

(ingestão alimentar e metabolismo alterados).

Nutrição em Cuidados Paliativos

Caquexia

Nutrição em Cuidados Paliativos

Vias biológicas envolvidas:

1. Resposta imune – hipermetabolismo, aumento da captação de

aminoácidos hepáticos para síntese de proteínas de fase aguda,

degradação de tecido muscular e adiposo.

2. Hormônios neuroendódrinos (leptina, grelina e serotonina) –

desequilíbrio dos sinais orexígenos e anorexígenos, levando a baixa

ingestão alimentar.

3. Fatores tumorais (fator indutor de proteólise) - degradação muscular.

Caquexia

Tratar caquexia com nutrientes de mecanismo único não é bom.

A evolução depende da inflamação sistêmica e contínua ingestão reduzida.

Dependendo do estágio, é possível reduzir a intensidade ou recuperar estado nutricional (EN). -Pré-caquexia: intervenção precoce. -Caquexia: tratamento multimodal. -Caquexia refratária: não ha resposta.

Nutrição em Cuidados Paliativos

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10

020

030

040

0

Fre

qu

en

cy

0 1 2 3Caquexia definida por Douglas e McMillan (2014)

77 dias

36 dias

32 dias

17 dias

Caquexia definida segundo Douglas e McMillan (2014):

PCR

(mg/L)

Albumina

(g/dL)

Sem caquexia <10 >3,5

Desnutrido <10 <3,5

Pré caquexia >10 >3,5

Caquexia refratária >10 <3,5

Nutrição em Cuidados Paliativos

Caquexia

Nutrição em Cuidados Paliativos

Devemos oferecer uma Terapia Nutricional especializada no paciente com câncer avançado em cuidados paliativos??

Caquexia

Nutrição em Cuidados Paliativos

Tratamento Multimodal TN (assegurar a ingestão dos nutrientes), Farmacológica (agentes que afetam o metabolismo) Exercício físico (neutralizar a atrofia da inatividade e catabolismo)

Oferta calórica, proteica e/ou nutrientes específicos [como ômega 3 (w-3), leucina, isoleucina, micronutrientes e o β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB)] atuação sinérgica.

Além de fornecer as necessidades nutricionais, oferecer prazer e conforto. (ANCP, 2012)

Caquexia

O paciente precisa não estar em caquexia refratária e precisa ter um bom prognóstico para que haja tempo de se beneficiar da TN.

Nem todo paciente em CP está no leito de morte. Muitos ainda tem uma vida ativa e isso precisa ser preservado ao máximo.

•Doenças e agravos não transmissíveis

•Cuidados Paliativos

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•Caquexia

•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Terapia Nutricional

A tomada de decisão deve ser precoce e considerar:

•Condição clínica, •Estado nutricional, •Funcionalidade, •Sintomas, •Prognóstico, •Ingestão alimentar, •Estado psicológico, •Funcionalidade do TGI, •Necessidade de cuidados especiais baseados no tipo de suporte e

•Bioética. BOZZETTI et al., 1996; MORSS, 2006

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

•Dilema: terapia nutricional oral (TNO), terapia nutricional enteral (TNE) e/ou nutrição parenteral (NP).

•Embora grande parte dos pacientes apresente comprometimento do estado nutricional, nem sempre a sua recuperação é possível. FUHRMAN; HERRMANN, 2006; CÔRREA; SHIBUYA, 2007

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

•A TNO será sempre preferencial e pode se dar em conjunto com a

TNE e NP. CORRÊA & SHIBUYA, 2007

•A TNE é preferencial em relação à NP - funcionalidade do TGI. EBERHARDIE, 2012

•A NP possui poucas aplicações na doença avançada. HUHMANN &

CUNNINGHAM, 2005

•As complicações da NP, o elevado custo e a necessidade de cuidados especiais - precisam ser ponderados.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015

Nutrição em Cuidados Paliativos

•O uso de NP no câncer avançado é controverso devido a sobrevida reduzida e a escassez de dados na literatura sobre o impacto na QV e relação risco/benefício;

Prevalência do uso de parenteral domiciliar:

•60% Espanha •39% França

•27% Bélgica

•23% Dinamarca

•8% Reino Unido

BOZZETTI et al., 2002

Terapia Nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

Nutrição em Cuidados Paliativos

PARENTERAL FOI ASSOCIADA A UM MELHOR ESTADO NUTRICIONAL, FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA, INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE TUMOR. O MAIOR BENEFÍCIO FOI OBSERVADO EM PACIENTES COM 3 MESES DE NP, EMBORA PACIENTES QUE RECEBERAM NP DE 1 OU 2 MESES TAMBÉM DEMONSTRARAM MELHORIAS SIGNIFICATIVAS.

Terapia Nutricional

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional

França. 2010 a 2014. 14454

pacientes com câncer avançado de esôfago e estômago.

Avaliar a frequência e os fatores associados ao uso de QT e TN com a proximidade do final da vida.

O cuidado agressivo no câncer avançado pode prejudicar a qualidade de vida, aumentar os custos e ter impacto limitado na sobrevida.

Avaliar a relação risco benefício do cuidado do câncer, no contexto da expectativa de vida limitada, é um desafio.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Terapia Nutricional Proporção de pacientes que receberam QT diminuiu de 35,9% no 3°mês antes da morte para 7,9% na última semana de vida.

O uso de TN aumentou de 9,6% para 16,0%.

Isso levanta questões importantes, uma vez que as diretrizes clínicas recomendam limitar o uso da TN em expectativa de vida limitada.

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•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida

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Nutrição em cuidados paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Quando o final da vida se aproxima, é normal a recusa da

alimentação - angústia dos familiares. BENARROZ et al., 2009

Avaliação nutricional-baseada nos sinais e sintomas, nível de

consciência e estado de hidratação. ANCP, 2012

Por não haver evidências científicas para a decisão de alimentar e por existir influência cultural sobre a alimentação, a decisão de nutrir até a morte deve ser multiprofissional e ter o consentimento do paciente e da família.

Caso o paciente opte por não receber nutrição, sua decisão deve ser

respeitada – autonomia. REIRIZ et al., 2008

Nutrição em Cuidados Paliativos

No fim da vida os pacientes não se beneficiam de indicação de terapia nutricional.

Nos que já estavam em uso, a descontinuidade depende do desejo do paciente e dos familiares e deve considerar os aspectos bioéticos e o controle de sintomas.

Viabilizar o respeito aos desejos, às crenças e aos valores do paciente e seus familiares - proporcionar conforto e QV, ou mesmo qualidade de morte . MORSS, 2006

Diante de um paciente no final de sua vida, devemos priorizar seu conforto e garantir a troca de afeto, que pode se dar através de pequenas porções de alimento.

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Uma vez que o alimento é vida, é cada vez menos necessário nessa fase. E a desidratação não causa sofrimento.

A maioria dos pacientes terminais recebendo o mínimo de nutrição não apresentam fome ou sede. Se ocorrerem, essas sensações podem ser aliviadas com pequenas quantias de sucos, alimentos ou até mesmo higiene oral.

O desconforto pode ocorrer quando comem para agradar seus familiares. O paciente não deve ser forçado a receber alimentação e hidratação. REIRIZ et al., 2008

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Objetivo Nutricional é a promoção de conforto

Não há necessidade de avaliar medidas objetivas do estado nutricional e ingestão alimentar

As refeições institucionais não são apropriadas e desejos alimentares devem ser atendidos

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Restrições alimentares não são importantes

A modificação da consistência dos alimentos pode facilitar a mastigação e a deglutição

Sintomas gastrintestinais devem ser identificados e tratados

Oferecer talheres e dispositivos para facilitar a alimentação, bem como posição confortável

Suspender o suporte nutricional uma vez que os riscos podem superar benefícios potenciais

Reduzir o volume e a taxa de infusão de dieta enteral e utilizar menor densidade

Se o suporte nutricional é solicitado pelo paciente e/ou familiares, é importante investigar os motivos do pedido e as expectativas

A ingestão reduzida de alimentos e a perda de peso involuntária: -Fonte de angústia para os paciente e seus familiares; -Desafio para os profissionais . van der Riet et al., 2008

A comunicação da equipe com os pacientes e familiares é importante para: -Aliviar essas possíveis angústias; -Eliminar falsas expectativas dos benefícios da ingestão de nutrientes. Hopkinson, 2010

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Estudo transversal com pacientes com câncer avançado e seus familiares.

Avaliou o os fatores associados à tomada de decisão sobre o TN e a hidratação. O avançar da idade correlacionou-se a decisão do paciente e dos familiares em renunciarem a TN e a hidratação (p <0,01). Os pacientes sentiram-se mais confiantes sobre as decisões a respeito do TN do que os cuidadores (teste T, p <0,05) e menos preocupados com os efeitos adversos do TN e hidratação na dor, agitação e sensação de fome e sede (teste χ (2), p < 0,05).

Nutrição em Cuidados Paliativos

Nutrição nos cuidados de fim de vida

Obrigada!

lillycostaoliveira@gmail.com Livia.oliveira@inca.gov.br

(21) 98644-8650

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