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Livia Costa de Oliveira Mestre em Nutrição Humana (UFRJ) Doutora em Ciências dos Alimentos (UFRJ) Nutricionista–Hospital Municipal Moacyr Rodrigues Carmo (HMMRC–SMS-DC) Nutricionista – Unidade de Cuidados Paliativos (INCA- HCIV) Coordenadora do Grupo de Pesquisa de Nutrição em Cuidados Paliativos (NutriPali) (INCA - HCIV) Membro do Núcleo de Estudos Integrados em Cuidados Paliativos (INCA - HCIV)
Nutrição em cuidados paliativos
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
Divulgação de fotografias autorizada
Nutrição em cuidados paliativos
Doenças e agravos não transmissíveis
Nutrição em Cuidados Paliativos
As doenças e agravos não transmissíveis são as principais responsáveis pelo adoecimento e óbito no mundo.
As transições demográficas e epidemiológicas sinalizam um impacto na incidência de câncer nas próximas décadas. FERLAY et al., 2013
Distribuição de pessoas que necessitam de cuidados paliativos segundo a OMS, 2014 (n=19.228.760).
Países em desenvolvimento, cuja maioria dos indivíduos apresenta câncer avançado no diagnóstico, possuem uma pior pontuação em ambientes para esses cuidados.
Dados do INCA mostram que mais de 50% dos pacientes na matrícula já possuem como proposta inicial algum tratamento sem intenção curativa, e 10 a 20% desses são encaminhados diretamente para o HCIV.
Câncer avançado: - Estagio III e IV; - Metastático; -Sem proposta curativa.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Doenças e agravos não transmissíveis
“O paciente não é só o paciente. Ele é o amor de alguém.” Independente da
unidade de saúde lidaremos, necessariamente, com pacientes com doença avançada.
A concepção atual do tratamento abrangente do câncer contempla os Cuidados Paliativos. Paliar = humanização e técnica
Nutrição em Cuidados Paliativos
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Doenças e agravos não transmissíveis
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Segundo a OMS, em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002,
"cuidados paliativos consistem na assistência por equipe multidisciplinar, para melhoria da qualidade de vida (QV) do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais".
Não cuidamos da doença; Cuidamos das pessoas.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Princípios:
· Aliviar os sintomas.
· Reafirmar a vida e a morte como processos naturais.
· Integrar aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao cuidado.
· Não apressar ou adiar a morte.
· Apoiar a família para lidar com a doença em domicílio.
· Oferecer suporte para pacientes viverem mais ativamente.
· Abordagem interdisciplinar para necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e familiares.
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Pontos fundamentais:
· Unidade de tratamento - paciente e família.
· Avaliação e gerenciamento de sintomas.
· Decisões terapêuticas – elemento ético sempre presente.
· Interdisciplinaridade.
· Comunicação.
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
HC IV
Nutrição em Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
HC III
HC II
HC I
Deve ocorrer em qualquer
Unidade de Saúde
HC IV
Anualmente, 100 milhões de pessoas, necessitarão de cuidados paliativos.
Menos de 8% terão acesso. The 2015 Quality of Deat index
Nutrição em Cuidados Paliativos
Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Brasil 42º
Nutrição em Cuidados Paliativos
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
O papel do nutricionista na equipe
Auxiliar na evolução favorável em todos os estágios do câncer.
NUTRIÇÃO
Qualidade de Vida
Sobrevida digna
Nutrição em Cuidados Paliativos
“A alimentação é ainda um dos poucos meios de expressão do paciente.”
•Abordagem diferencial, individualizada, humanizada.
•Predizer como fatores nutricionais afetam o estado geral.
•Atuar preventivamente;
•Identificar estado nutricional e as necessidades nutricionais;
•Avaliar e auxiliar o controle de sintomas;
•Participar, com equipe interdisciplinar, no plano de cuidados;
•Reflexões relativas aos aspectos éticos;
•Garantir a autonomia do paciente quanto à sua alimentação;
•Minimizar ansiedades;
•Habilidade de comunicação (verbal e não-verbal), disponibilidade para
escutar;
•Ressignificar a alimentação.
CARO et al., 2007; BENARROZ et al., 2009; MOYNIHAN et al., 2005.
Nutrição em Cuidados Paliativos
O papel do nutricionista na equipe
“Fome física vs fome emocional.”
Nutrição em Cuidados Paliativos
“Comemos alimentos ou emoções?”
O papel do nutricionista na equipe
A alimentação possui diferentes significados, pois está atrelada a aspectos dos indivíduos. FERNÁNDEZ-ROLDÁN, 2005
O alimento pode estar relacionado às recordações agradáveis.
Numa condição de impossibilidades, o alimento pode ser mais notado pela sua ausência ou dificuldades na sua ingestão do que
pela sua presença e o prazer proporcionados. SILVA et al., 2009
Nutrição em Cuidados Paliativos
O papel do nutricionista na equipe
Se não comer, não pode viver, (100% pacientes e 78% cuidadores).
Os discursos dos brasileiros e portugueses se complementam, existindo mais semelhanças do que diferenças.
O sentido da alimentação está na sua relação condicional para a vida, demonstrando ser fundamental o seu valor cultural e social, cheio de significado simbólico e carga emocional.
Nutrição em Cuidados Paliativos
O papel do nutricionista na equipe
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação clínica:
-Diagnóstico;
-Progressão de doença;
-Comorbidades;
-Tratamento prévio;
-Medicações utilizadas;
-Etc.
Nutrição em Cuidados Paliativos
•Avaliação prognóstica:
Auxilia profissionais, pacientes e familiares a tomarem decisões esclarecidas a respeito de cuidados de saúde.
(Patino & Ferreira, 2017)
Papel norteador do tratamento.
Informações do presente
Prever desfechos futuros
PROGNÓSTICO
Paciente certo Hora certa
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
•Processo dinâmico. Eventos sentinelas (como PD e IHs) devem desencadear novas discussões prognósticas. (Hui, 2015)
•Fatores prognósticos na doença avançada:
Subjetivos
Previsão clínica de sobrevida: conveniente e fácil. Estimativas heterogêneas e otimistas.
Objetivos Funcionalidade, sintomas, estado nutricional, medidas fisiológicas objetivas (ângulo de fase e força de pressão manual), bioquímicas/inflamatórias.
Modelos prognósticos: PaPScore, Escore Prognóstico de Glasgow.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Nutrição em Cuidados Paliativos
•Expectativa de vida
> 90 dias;
<= 90 dias;
Cuidados ao fim da vida (CFV - óbito é iminente e geralmente ocorre em até 72 horas).
Avaliação clínica e prognóstica
“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.
Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.
Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.
Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.
Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
“Diagnóstico nutricional diferencial e qualidade de vida de pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos”.
Estudo de coorte desenvolvido desde julho de 2016. Hospital do Câncer IV - INCA.
Em recente análise vimos que há diferentes grupos de pacientes em cuidados paliativos.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação clínica e prognóstica
Pacientes com ASG-PPP ≥19, EPGm ≥1, albumina <3,5 g/dl e PCR ≥10 mg/L tiveram sobrevida menor.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Avaliação nutricional
Os objetivos do suporte variam à medida que a doença evolui. •Avaliação nutricional diária; •Aparecimento ou agravamento dos sintomas.
Sem obrigatoriedade de mensurações. HUHMANN; CURNNINGHAM, 2005
1º Triar no início dos cuidados,
independente
2º Ampliar a avaliação, incluindo medidas de anorexia, composição corporal, inflamação,
gasto energético e função física
3º Intervenções multimodais com foco
no aumento da ingestão, redução da
inflamação e aumento da atividade física.
Nutrição em Cuidados Paliativos
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015
Avaliação nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação nutricional
Avaliação nutricional
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015
Nutrição em Cuidados Paliativos
Um indicador único não caracteriza a condição nutricional do indivíduo
Avaliação nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
O melhor ponto de corte da ASG-PPP para o óbito em 90 dias foi ≥19 pontos (área a curva, 0,69; P = 0, 041).
A intervenção nutricional deveria estar focada nos pacientes com melhor prognóstico (ASG-PPP <19).
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Avaliação nutricional
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
•Condutas baseadas em:
-Preferências/expectativas;
-Avaliação clínica, nutricional e prognóstica;
-Cuidados gerados pelo suporte oferecido;
-Estado psicológico;
-Bioética.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Conduta nutricional
Paciente certo Hora certa
Bioética Principialista
Autonomia: O paciente deve ter a palavra final nos tratamentos. Caso incapaz de decidir, deve-se considerar ordens escritas previamente ou a decisão dos responsáveis.
Beneficência: Os tratamentos devem ter por objetivo o bem do paciente.
Não maleficência: Não promover o sofrimento.
Justiça: Recursos limitados devem privilegiar os potencialmente mais beneficiados.
Conduta nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Prescrição dietética: fornecer necessidades nutricionais, prazer e conforto. ANCP, 2012
Nutrientes e líquidos: conforme a sintomatologia. SHIBUYA, 2005
Nutrição em Cuidados Paliativos
Conduta nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
• A eficácia da conduta dependerá:
-Habilidade de comunicação e escuta;
-Expectativas do paciente;
-Interdisciplinaridade;
-Conhecimento técnico.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Conduta nutricional
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Controle de sintomas
Reduzir o impacto causado pelos sintomas.
•Prejudicam a QV; •Alteram as atividades cotidianas, a ingestão alimentar e o estado nutricional; •Lesam relações psicossociais e familiares. LIS et al., 2012
Nutrição em Cuidados Paliativos
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
•Avaliação nutricional •Conduta nutricional •Controle de sintomas
•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Caquexia
Desnutrição Sarcopenia Caquexia
Perda de massa muscular;
Perda de massa muscular e força;
Perda de massa muscular e força, associadas a inflamação.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Caquexia - prevalência varia (6 a 82%) dependendo do critério de definição. Wallengren et al. 2013
Multifatorial com perda de MM, inflamação e alterações
metabólicas. Causada por balanço energético e proteico negativo
(ingestão alimentar e metabolismo alterados).
Nutrição em Cuidados Paliativos
Caquexia
Nutrição em Cuidados Paliativos
Vias biológicas envolvidas:
1. Resposta imune – hipermetabolismo, aumento da captação de
aminoácidos hepáticos para síntese de proteínas de fase aguda,
degradação de tecido muscular e adiposo.
2. Hormônios neuroendódrinos (leptina, grelina e serotonina) –
desequilíbrio dos sinais orexígenos e anorexígenos, levando a baixa
ingestão alimentar.
3. Fatores tumorais (fator indutor de proteólise) - degradação muscular.
Caquexia
Tratar caquexia com nutrientes de mecanismo único não é bom.
A evolução depende da inflamação sistêmica e contínua ingestão reduzida.
Dependendo do estágio, é possível reduzir a intensidade ou recuperar estado nutricional (EN). -Pré-caquexia: intervenção precoce. -Caquexia: tratamento multimodal. -Caquexia refratária: não ha resposta.
Nutrição em Cuidados Paliativos
0
10
020
030
040
0
Fre
qu
en
cy
0 1 2 3Caquexia definida por Douglas e McMillan (2014)
77 dias
36 dias
32 dias
17 dias
Caquexia definida segundo Douglas e McMillan (2014):
PCR
(mg/L)
Albumina
(g/dL)
Sem caquexia <10 >3,5
Desnutrido <10 <3,5
Pré caquexia >10 >3,5
Caquexia refratária >10 <3,5
Nutrição em Cuidados Paliativos
Caquexia
Nutrição em Cuidados Paliativos
Devemos oferecer uma Terapia Nutricional especializada no paciente com câncer avançado em cuidados paliativos??
Caquexia
Nutrição em Cuidados Paliativos
Tratamento Multimodal TN (assegurar a ingestão dos nutrientes), Farmacológica (agentes que afetam o metabolismo) Exercício físico (neutralizar a atrofia da inatividade e catabolismo)
Oferta calórica, proteica e/ou nutrientes específicos [como ômega 3 (w-3), leucina, isoleucina, micronutrientes e o β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB)] atuação sinérgica.
Além de fornecer as necessidades nutricionais, oferecer prazer e conforto. (ANCP, 2012)
Caquexia
O paciente precisa não estar em caquexia refratária e precisa ter um bom prognóstico para que haja tempo de se beneficiar da TN.
Nem todo paciente em CP está no leito de morte. Muitos ainda tem uma vida ativa e isso precisa ser preservado ao máximo.
•Doenças e agravos não transmissíveis
•Cuidados Paliativos
•O papel do nutricionista na equipe
•Avaliação clínica e prognóstica
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•Caquexia
•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Terapia Nutricional
A tomada de decisão deve ser precoce e considerar:
•Condição clínica, •Estado nutricional, •Funcionalidade, •Sintomas, •Prognóstico, •Ingestão alimentar, •Estado psicológico, •Funcionalidade do TGI, •Necessidade de cuidados especiais baseados no tipo de suporte e
•Bioética. BOZZETTI et al., 1996; MORSS, 2006
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
•Dilema: terapia nutricional oral (TNO), terapia nutricional enteral (TNE) e/ou nutrição parenteral (NP).
•Embora grande parte dos pacientes apresente comprometimento do estado nutricional, nem sempre a sua recuperação é possível. FUHRMAN; HERRMANN, 2006; CÔRREA; SHIBUYA, 2007
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
•A TNO será sempre preferencial e pode se dar em conjunto com a
TNE e NP. CORRÊA & SHIBUYA, 2007
•A TNE é preferencial em relação à NP - funcionalidade do TGI. EBERHARDIE, 2012
•A NP possui poucas aplicações na doença avançada. HUHMANN &
CUNNINGHAM, 2005
•As complicações da NP, o elevado custo e a necessidade de cuidados especiais - precisam ser ponderados.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015
Nutrição em Cuidados Paliativos
•O uso de NP no câncer avançado é controverso devido a sobrevida reduzida e a escassez de dados na literatura sobre o impacto na QV e relação risco/benefício;
Prevalência do uso de parenteral domiciliar:
•60% Espanha •39% França
•27% Bélgica
•23% Dinamarca
•8% Reino Unido
BOZZETTI et al., 2002
Terapia Nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
Nutrição em Cuidados Paliativos
PARENTERAL FOI ASSOCIADA A UM MELHOR ESTADO NUTRICIONAL, FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA, INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE TUMOR. O MAIOR BENEFÍCIO FOI OBSERVADO EM PACIENTES COM 3 MESES DE NP, EMBORA PACIENTES QUE RECEBERAM NP DE 1 OU 2 MESES TAMBÉM DEMONSTRARAM MELHORIAS SIGNIFICATIVAS.
Terapia Nutricional
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA, 2015
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional
França. 2010 a 2014. 14454
pacientes com câncer avançado de esôfago e estômago.
Avaliar a frequência e os fatores associados ao uso de QT e TN com a proximidade do final da vida.
O cuidado agressivo no câncer avançado pode prejudicar a qualidade de vida, aumentar os custos e ter impacto limitado na sobrevida.
Avaliar a relação risco benefício do cuidado do câncer, no contexto da expectativa de vida limitada, é um desafio.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Terapia Nutricional Proporção de pacientes que receberam QT diminuiu de 35,9% no 3°mês antes da morte para 7,9% na última semana de vida.
O uso de TN aumentou de 9,6% para 16,0%.
Isso levanta questões importantes, uma vez que as diretrizes clínicas recomendam limitar o uso da TN em expectativa de vida limitada.
Nutrição em Cuidados Paliativos
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•Terapia Nutricional •Nutrição nos cuidados de fim de vida
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Nutrição em cuidados paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida
Quando o final da vida se aproxima, é normal a recusa da
alimentação - angústia dos familiares. BENARROZ et al., 2009
Avaliação nutricional-baseada nos sinais e sintomas, nível de
consciência e estado de hidratação. ANCP, 2012
Por não haver evidências científicas para a decisão de alimentar e por existir influência cultural sobre a alimentação, a decisão de nutrir até a morte deve ser multiprofissional e ter o consentimento do paciente e da família.
Caso o paciente opte por não receber nutrição, sua decisão deve ser
respeitada – autonomia. REIRIZ et al., 2008
Nutrição em Cuidados Paliativos
No fim da vida os pacientes não se beneficiam de indicação de terapia nutricional.
Nos que já estavam em uso, a descontinuidade depende do desejo do paciente e dos familiares e deve considerar os aspectos bioéticos e o controle de sintomas.
Viabilizar o respeito aos desejos, às crenças e aos valores do paciente e seus familiares - proporcionar conforto e QV, ou mesmo qualidade de morte . MORSS, 2006
Diante de um paciente no final de sua vida, devemos priorizar seu conforto e garantir a troca de afeto, que pode se dar através de pequenas porções de alimento.
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida
Uma vez que o alimento é vida, é cada vez menos necessário nessa fase. E a desidratação não causa sofrimento.
A maioria dos pacientes terminais recebendo o mínimo de nutrição não apresentam fome ou sede. Se ocorrerem, essas sensações podem ser aliviadas com pequenas quantias de sucos, alimentos ou até mesmo higiene oral.
O desconforto pode ocorrer quando comem para agradar seus familiares. O paciente não deve ser forçado a receber alimentação e hidratação. REIRIZ et al., 2008
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida
Objetivo Nutricional é a promoção de conforto
Não há necessidade de avaliar medidas objetivas do estado nutricional e ingestão alimentar
As refeições institucionais não são apropriadas e desejos alimentares devem ser atendidos
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida
Restrições alimentares não são importantes
A modificação da consistência dos alimentos pode facilitar a mastigação e a deglutição
Sintomas gastrintestinais devem ser identificados e tratados
Oferecer talheres e dispositivos para facilitar a alimentação, bem como posição confortável
Suspender o suporte nutricional uma vez que os riscos podem superar benefícios potenciais
Reduzir o volume e a taxa de infusão de dieta enteral e utilizar menor densidade
Se o suporte nutricional é solicitado pelo paciente e/ou familiares, é importante investigar os motivos do pedido e as expectativas
A ingestão reduzida de alimentos e a perda de peso involuntária: -Fonte de angústia para os paciente e seus familiares; -Desafio para os profissionais . van der Riet et al., 2008
A comunicação da equipe com os pacientes e familiares é importante para: -Aliviar essas possíveis angústias; -Eliminar falsas expectativas dos benefícios da ingestão de nutrientes. Hopkinson, 2010
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida
Estudo transversal com pacientes com câncer avançado e seus familiares.
Avaliou o os fatores associados à tomada de decisão sobre o TN e a hidratação. O avançar da idade correlacionou-se a decisão do paciente e dos familiares em renunciarem a TN e a hidratação (p <0,01). Os pacientes sentiram-se mais confiantes sobre as decisões a respeito do TN do que os cuidadores (teste T, p <0,05) e menos preocupados com os efeitos adversos do TN e hidratação na dor, agitação e sensação de fome e sede (teste χ (2), p < 0,05).
Nutrição em Cuidados Paliativos
Nutrição nos cuidados de fim de vida