nosso olhar indiferente pelas ruas vaga. nosso olhar indiferente já se acostumou a ver criaturas......
Post on 22-Apr-2015
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Nosso olhar indiferente pelas ruas vaga.
Nosso olhar indiferente já se acostumou a ver
criaturas...
Nosso olhar indiferente...
Ah!!!
Nosso olhar indiferente, que tanto poderia ser indulgente, não quer perceber esta gente,
temerosa do quanto lhe poderá ser duro o futuro, ainda mais do que já lhe é um infortúnio o presente.
E o nosso olhar...
Indiferente o nosso olhar olha, mas não vê...
Indiferente o nosso olhar de mães observa filhos de
outras mulheres...
Pais dão guloseimas aos filhos em locais de infantil
diversão.
E negam tudo aos semelhantes.
“Dá-me um tostão, moça, para comprar um pão”?
Já nem há nosso olhar, então.
Munidos de nenhuma compaixão.
Ou fechamos o vidro de nossos carros, e de nosso
corações blindados.
E dizemos que estas mães preguiçosas...
Usam os filhinhos para comover-nos.
E se fôssemos nós os flanelinhas, os que esmolam, os que mendigam, os que se atormentam
em noites de fomes?
Teríamos ainda este olhar glacial?
Por que, gente?
Por que o nosso olhar se habitou com a exclusão
social?
Por que esta maneira de olhar...
Sim, pois o nosso olhar mata.
Bane, exclui.
Constatamos, tristemente, que o nosso lado humano é
menos forte que o nosso lado animal.
Instintivamente defendemos os que nos saem do próprio ventre, ou do próprio sêmen, ou
do próprio orgulho.
Esquecidos de que a ira dos outros, deles, daqueles para quem lançamos nosso olhar indiferente, agita-se em um caldeirão
de revolta.
E o mundo dá tantas voltas!!!
Ou mudaremos plenamente...
Ou ainda mais punidos seremos pelo...
Composição de imagens: Google Texto cedido pela autora Eliana Crivellari
Música: Alain Morisod - Sweet People - Jeux interdits Formatação: adsrcatyb
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