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ANA MARIA TAVARES LOPES
GESTO PARTICIPATIVA
Um estudo de caso
LICENCIATURA EM GESTO E PLANEAMENTO DE EDUCAO NA
VERTENTE GESTO E DIREO ESCOLAR
Instituto Superior de Educao
2006
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ANA MARIA TAVARES LOPES
GESTO PARTICIPATIVA
Um estudo de caso
Trabalho Cientifico apresentado no Instituto Superior de Educao para obteno do grau
de Licenciatura em Gesto e Planeamento de Educao da vertente Gesto e Direco Escolar
Sob a orientao do Inspector Julio Barros
Instituto Superior de Educao, 2006
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ANA MARIA TAVARES LOPES
Titulo do trabalho
Gesto participativa
Um estudo de caso
O jri:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Praia ............ de ......................................... de 200 ....
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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DEDICATRIA
Aos meus pais, pela razo de eu ter nascido;
Aos meus queridos sobrinhos, com amor e carinho.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a todas as pessoas que duma maneira ou outra contriburam para
o meu caminhar:
Em especial ao meu orientador - Inspector Julio Barros.
A minha professora Dr. Ana Cristina, pela indispensvel ajuda com as
bibliografias referente a gesto participativa.
Ao meu irmo Antnio e aos meus pais pelo apoio e incentivo ao longo
desses anos todos.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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NDICE
Pginas
DEDICATRIA ................................................................................................................. 4
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... 5
INTRODUO .................................................................................................................. 8
I.1 MBITO, ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS .............................................................. 8
I.2 HIPTESES DE INVESTIGAO ................................................................................. 9
I.3 METODOLOGIA ...................................................................................................... 10
I.4 RESUMO DOS CAPTULOS ....................................................................................... 11
II CAPITULO - FUNDAMENTAO TERICA ................................................ 12
II.1 CONCEITO E GNESE DE PARTICIPAO ............................................................. 12
II.2 CONCEITO DE GESTO PARTICIPATIVA ............................................................... 12
II.3 GESTO PARTICIPATIVA NAS ESCOLAS .............................................................. 13
II.4 NVEIS DE PARTICIPAO .................................................................................. 15
II.5 TIPOLOGIAS DE PARTICIPAO .......................................................................... 16
II.6 PARTICIPAO COMO FACTOR DE MUDANA ..................................................... 18
II.7 PARTICIPAO DOS ACTORES ESCOLARES ......................................................... 19
II.8 GESTO ESCOLAR IMPLICA CRIAO DE AMBIENTE PARTICIPATIVO .................. 21
II.9 LIDERANA PARTICIPATIVA ............................................................................... 22
III CAPTULO - QUADRO LEGAL EM VIGOR VERSUS PRTICA DE
GESTO NA ESCOLA SECUNDRIA CNEGO JACINTO: BREVE ANLISE ..... 25
III.1 ANLISE DO DECRETO-LEI N. 20/2002, DE 19 DE AGOSTO ................................ 25
III.2 DECRETO-LEI N. 19/2002 DE 19 DE AGOSTO ..................................................... 27
IV CAPTULO - CARACTERIZAO DA ESCOLA ........................................... 29
IV.1 BREVE HISTORIAL DA CRIAO E CARACTERIZAO DA ESCOLA ...................... 29
IV.2 CARACTERIZAO DO CORPO DOCENTE, DISCENTE E PESSOAL NO DOCENTE ... 29
IV.2.1 Corpo docente .......................................................................................... 29
IV.2.2 Corpo discente .......................................................................................... 30
IV.2.3 Pessoal no docente ................................................................................. 31
V CAPTULO - ANLISE DOS DADOS DO CASO EM ESTUDO .................... 32
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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V.1 PERSPECTIVA DO DIRECTOR DA ESCOLA ............................................................ 32
V.2 O QUE PENSA A REPRESENTANTE DOS ALUNOS .................................................. 34
V.3 PONTO DE VISTA DA EX - PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA ESCOLA .................. 35
V.4 O QUE PENSAM OS PROFESSORES SOBRE A GESTO PARTICIPATIVA ................... 36
V.5 QUESTIONRIO AOS OUTROS FUNCIONRIOS ..................................................... 44
VI CAPTULO - CONCLUSES E RECOMENDAES .................................... 49
VI.1 CONCLUSES ..................................................................................................... 49
VI.2 RECOMENDAES ............................................................................................. 50
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 52
DOCUMENTOS NORMATIVOS ........................................................................................... 53
DOCUMENTOS DA INTERNET ........................................................................................... 53
ANEXOS ........................................................................................................................... 54
NDICE DOS GRFICOS
GRFICO I REPARTIO DO CORPO DOCENTE POR SEXO 29
GRFICO II - HABILITAES LITERRIAS DOS DOCENTES 30
GRFICO III - REPARTIO DOS ALUNOS POR CICLO 30
GRFICO IV CORPO NO DOCENTE POR CATEGORIA/FUNO 31
GRFICO V - REPARTIO DOS PROFESSORES INQUIRIDOS SEGUNDO SEXO 37
GRFICO VI REPARTIO DOS PROFESSORES POR FAIXA ETRIA 37
GRFICO VII PARTICIPAO NA ELABORAO DO PLANO 42
GRFICO VIII REPARTIO DOS FUNCIONRIOS SEGUNDO O SEXO 44
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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INTRODUO
I.1 mbito, enquadramento e objectivos
O presente trabalho, cuja temtica Gesto Participativa, enquadra-se no mbito de uma
investigao efectuada para a realizao da memria monogrfica que servir de suporte para
a obteno do grau de Licenciatura em Gesto e Planeamento da vertente Gesto e Direco
Escolar.
Com as rpidas mudanas da sociedade e consequentemente a democratizao do
Sistema do Ensino, a participao das famlias, das comunidades, dos professores, dos alunos,
ou seja de toda a comunidade educativa na vida da escola uma exigncia para a obteno da
qualidade que se quer do ensino.
Assim a escolha desta temtica, prende-se primeiramente com a vontade de conhecer os
processos de gesto participativa na Escola Secundria Cnego Jacinto Peregrino da Costa,
tendo em conta que esta a chave do desenvolvimento e actualmente considerada sinnima
de responsabilidade, eficincia, eficcia, produtividade e acima de tudo um instrumento
auxiliar na tomada de deciso. Da que ao investigar essa problemtica, podemos perceber se
a gesto participativa no sector da educao est sendo utilizada, uma vez que atravs da
gesto participativa que as organizaes se interligam tanto no seu ambiente interno como
externo.
A necessidade de uma gesto participativa na organizao e gesto das escolas cada vez
mais assumida como uma condio indispensvel ao processo de desenvolvimento e melhoria
do desempenho das escolas. A consecuo desse objectivo passa necessariamente pelo
envolvimento da comunidade escolar (que so os alunos, os professores e os outros
funcionrios) e da comunidade educativa, que envolve a prpria comunidade escolar, as
famlias, as associaes, as ONGS e entidades privadas, as Cmaras Municipais entre outras
organizaes, no processo ensino/aprendizagem com o intuito de atingir uma maior eficcia
escolar. nesse aspecto que esta investigao tem como objecto de estudo, estudar os
processos da gesto participativa nesta escola.
Assim, formulamos as perguntas de partida que se seguem:
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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Em que medida a gesto participativa tem contribudo para a eficcia escolar?
Qual a percepo dos professores em matria da gesto participativa nessa escola?
Para melhor orientarmos o nosso estudo e considerando as questes atrs formuladas,
definimos os seguintes objectivos gerais:
1. Compreender o processo de gesto participativa na Escola Secundria Cnego Jacinto;
2. Contribuir para a melhoria da gesto da supracitada escola.
Esses objectivos Gerais desdobram-se nos seguintes objectivos especficos: i) identificar
a relao entre a gesto participativa e os resultados escolares dos alunos; ii) ver at que ponto
existe relao entre o decreto-lei n. 20/2002, que regula a organizao e o funcionamento das
escolas secundrias pblicas e a prtica de gesto participativa; iii) identificar as actividades
realizadas pela escola para integrar a comunidade; iv) fornecer algumas pistas para a melhoria
de gesto da escola.
I.2 Hipteses de investigao
A nova reforma educativa implementada nos ltimos anos em Cabo Verde, provocou
uma nova forma de estar na escola e de toda a comunidade educativa, o que tem contribuindo
para aumentar a participao. Ficou cada vez mais claro que h uma grande necessidade de a
comunidade educativa estar mais perto da escola para se inteirar e participar nas tomadas de
decises, no sentido de contribuir para o sucesso ensino/aprendizagem. Com base nesses
pressupostos, estabelecemos as seguintes hipteses:
1. Uma boa gesto participativa contribui para aumentar os resultados dos alunos;
2. A aplicao da gesto participativa tem uma relao directa com a eficcia da escola;
3. As famlias, os professores e os alunos participam na gesto da escola, porque tm
conscincia da importncia da participao;
4. As actividades desenvolvidas pela escola procuram envolver sempre toda a
comunidade.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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I.3 Metodologia
A participao das comunidades, educativa e escolar uma via privilegiada para o xito
do processo ensino/aprendizagem dos alunos. Escolhemos o estudo de caso como o suporte
emprico do nosso trabalho, pois um estudo de caso interessa-se sobretudo pela interaco de
factores e acontecimentos e como Nisbet e Watt (1980), salientam, por vezes apenas
tomando em considerao um caso prtico pode obter-se uma ideia completa dessa
interaco. (In Judith Bell, 1993)
A obteno das informaes para a elaborao do trabalho foi feita atravs da recolha e
anlise dos dados obtidos atravs da entrevista aplicada ao Director da Escola Secundria
Cnego Jacinto (anexo I), a Representante dos Estudantes da mesma escola, uma aluna do 12
ano, estando por isso no ltimo ano de representao dos alunos da escola (anexo II) e a ex-
Presidente da Assembleia da Escola (anexo III). Dissemos ex-Presidente porque, por um lado,
a Assembleia j no funciona e, por outro, ela j se encontra aposentada, no estando, por
conseguinte a trabalhar na escola. Esse facto tem constitudo factor limitativo do nosso
estudo, dado que este rgo integra representantes dos actores escolares e a gesto
participativa tem como pressuposto a participao de forma representativa.
Ainda realizamos inqurito por questionrio junto dos professores e dos outros
funcionrios da escola (anexo IV), tendo-se verificado muita resistncia para o seu
preenchimento.
De igual modo efectuamos uma reviso bibliogrfica e fizemos uma anlise dos
documentos normativos e de outra natureza, relativos ao sistema educativo cabo-verdiano,
com informaes pertinentes para a nossa investigao. A pesquisa na Internet foi tambm um
procedimento utilizado.
Para o inqurito a nossa amostra foi definida de forma exaustiva, correspondendo a um
total de 104 do seu corpo docente e 26 do corpo no docente. Entretanto, obtivemos resposta
de 60 professores e 16 funcionrios administrativos e auxiliares, que representam 57,7% e
61,5%, respectivamente.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
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Foi feito primeiro pr-teste (pr-questionrio) junto de um grupo restrito e aps o seu
tratamento introduziu-se as devidas correces ao questionrio para sua aplicao definitiva.
Essa distribuio foi de forma aleatria e aos indivduos de ambos os sexos.
As informaes recolhidas permitiram-nos informar da opinio dos mesmos, em relao
a um conjunto de questes por ns levantado sobre a Gesto Participativa.
I.4 Resumo dos captulos
A par da introduo (captulo I) onde se vm explicitados o mbito e o enquadramento,
os objectivos, as hipteses e a metodologia do presente estudo, o trabalho est estruturado em
cinco (5) outros captulos.
No 2 captulo apresentamos o enquadramento terico do trabalho, que consiste numa
reflexo bibliogrfica, onde abordamos os principais conceitos sobre a gesto participativa.
No 3 captulo, fizemos uma anlise comparativa dos normativos vigentes que regulam a
organizao e o funcionamento do estabelecimento de ensino secundrio pblico e das
prticas gestionrias na Escola Secundria Cnego Jacinto, que o nosso objecto de estudo,
para no 4 captulo fazermos a sua caracterizao.
No 5 captulo apresentamos a anlise dos questionrios, das entrevistas realizadas junto
do Director da escola, da representante dos alunos e da ex Presidente da Assembleia da
Escola Secundria Cnego Jacinto.
Finalmente, no 6 captulo apresentamos as concluses, bem como algumas
recomendaes. Apresentamos ainda as bibliografias e os documentos consultados, por fim os
anexos.
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II CAPITULO - FUNDAMENTAO TERICA
II.1 Conceito e gnese de participao
Luck, Helosa (1998), definiu a participao como um modo de contribuir para a
construo da organizao em que a causalidade e a conflitualidade coexistem, assumindo-se
a negociao como forma de conciliao de pontos de vista diferentes e expresso de
participao.
A participao pode ser entendida como a ideia de agir em conjunto, ento pode ser, o
envolvimento dos funcionrios duma organizao nas tomadas de decises
Em decorrncia do sucesso crescente alcanado pelas empresas japonesas a partir dos
anos 70, diversas empresas ocidentais passaram a tentar repetir as prticas japonesas de
gesto, sobretudo com a implantao de programas de Qualidade Total e de Crculos de
Controle de Qualidade CCQs. Assim, estimulou-se a gesto de estilo participativo nestas
organizaes, as quais se viram obrigadas a adaptar as prticas de gesto japonesa realidade
cultural prpria. Em decorrncia disto, vrias empresas passam a desenvolver e estimular a
participao dos empregados, atravs de Comisses de Fbrica, Clulas de Produo, Times
de Qualidade, Grupos de Melhoria Contnua e outras formas mais recentes de participao em
busca de equipes auto-motivadas e auto-gerenciadas. A filosofia bsica do modelo de gesto
participativa a busca do comprometimento individual com os resultados ou com a misso da
empresa, atravs de processos decisrios consensuais e de trabalho em equipes1.
II.2 Conceito de gesto participativa
Segundo Likert, gesto participativa normalmente entendida como uma forma regular e
significante de envolvimento de funcionrios duma organizao no seu processo decisrio,
ideia essa tambm sustentada por Xavier, Amaral e Marra (1994). (citado por Luck, Helosa;
1998)
1htt://www.unice.br/douwloads/Joo-Alves-
Barbosa/05%/20NOVO5/%20MODELO5%DE%20ADMINISTRA%C3%830doc.
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Segundo MARANALDO (1989, p. 60), Administrao (gesto), Participativa o
conjunto harmnico de sistemas, condies organizacionais e comportamentos gerncias que
provocam e incentivam a participao de todos no processo de administrar os trs recursos
gerncias (Capital, Informao e Recursos Humanos), obtendo, atravs dessa participao, o
total comprometimento com os resultados, medidos como eficincia, eficcia e qualidade2.
Este conceito aborda dois pilares que sustentam a gesto participativa: a "participao de
todos" e o "comprometimento total com os resultados".
Participao de todos significa que, a princpio, nenhuma pessoa, em qualquer nvel
hierrquico, deve ser excluda do processo participativo. No entanto, isto implica num grande
risco para a empresa; a gesto participativa pode transformar a empresa numa "assembleia
geral permanente", ou seja, resvaldar a participao para o "assembleismo" ou
"democratismo". Da, a importncia do segundo pilar que vai sustentar a gesto participativa.
Comprometimento total com os resultados garante que cada pessoa est consciente da
sua responsabilidade individual com os resultados a serem perseguidos pela equipe ou pela
empresa. Este comprometimento umas das caractersticas mais importantes da
administrao participativa, pois disciplina a actuao individual de cada pessoa, evitando o
risco de perder para o assembleismo.
A ideia no nova. Uma das pioneiras deste pensamento foi Mary Parker Follett, que j
no incio do sculo vinte achava que as organizaes deviam funcionar como redes ou grupos
de trabalho, e no como estruturas hierrquicas, com nfase no relacionamento humano
dentro do grupo. Embora hoje esse tipo de observao seja lugar-comum, em sua poca era
um pensamento revolucionrio.
II.3 Gesto participativa nas escolas
A literatura sobre a gesto participativa reconhece que a vida organizacional
contempornea altamente complexa, assim como seus problemas. No final da dcada de 70,
os educadores e pesquisadores de todo mundo comearam a prestar maior ateno ao impacto
da gesto participativa na eficcia das escolas como organizaes. Ao observar que no
2 Http://www.monografias.com/trabajos15/liderazgo/liderazgo.shtm/#
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possvel para o director solucionar sozinho todos os problemas e questes relativos sua
escola, adoptaram a abordagem participativa fundada no princpio de que, para a organizao
ter sucesso, necessrio que os directores busquem o conhecimento especfico e a experincia
dos seus companheiros de trabalho. Os directores participativos baseiam-se no conceito de
autoridade compartilhada, por meio da qual o poder delegado a representantes da
comunidade escolar e as responsabilidades so assumidas em conjunto. (Luck, Helosa;1998)
Para Miss Follett, [...] a situao concreta que deve governar as ordens a serem dadas
e o empenho das pessoas em executar essas ordens. A situao que deve determinar o que
certo e o que errado. Qualquer pessoa dentro da organizao considerada importante na
medida em que intervm para uma deciso no porque faz parte da hierarquia. (citado por
Idalberto Chiavenato; 2001, pg. 122)
Gesto participativa determina uma atitude gerencial de liderana, que busque o mximo
de cooperao das pessoas, reconhecendo as capacidades e o potencial diferenciado de cada
um e harmonizando (unir) os interesses individuais e colectivos, afim de conseguir uma
sinergia das equipas de trabalho.
Em organizaes democraticamente administradas, inclusive escolas, os funcionrios so
envolvidos no estabelecimento dos objectivos, na soluo de problemas, na tomada de
decises, no estabelecimento e manuteno de padres de desempenho e na garantia de que
sua organizao est atendendo adequadamente s necessidades do cliente. Ao se referir a
escola e sistemas de ensino, o conceito de gesto participativa envolve alm dos professores e
outros funcionrios, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que
esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedaggico. (In Luck, Helosa; 1998)
Carlos Brito (1994) disse que para ter uma gesto participada importante que os rgos
de deciso da escola impliquem todos os professores alunos e funcionrios nas tarefas da
escola de modo a obter-se um produto de maior qualidade. Entendendo-se a escola como um
sistema aberto, ela dever estar em permanente ligao com o meio, com a sociedade para
manuteno de interesses de qualidade seja do ensino ou da administrao.
Luck (1998), identificou seis caractersticas da gesto participativa, que so:
- Compartilhamento de autoridade;
- Delegao do poder;
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- Responsabilidades assumidas em conjunto;
- Canalizao de talentos e incentivos em todos os seguimentos da
organizao;
- Valorizao e mobilizao da sinergia de equipe;
- Compartilhamento constante e abertura nas informaes.
Uma gesto participativa verdadeira, requer cooperao, compartilhamento de
informaes e de confiana para delegar dando autonomia individual e colectivos para atingir
metas. Assim as pessoas tomam posse dos desafios e dos processos (tcnicas) de trabalho dos
quais participam, tomam decises, criam, inovam e do organizao um clima saudvel.
O processo decisional uma construo em que podem intervir os actores de uma
organizao, da que o objecto da participao pode ser no entanto, muito mais alargado,
assim sendo possvel estender-se s diversas funes administrativas (planear, organizar,
coordenar, oramentar e controlar), as actividades planeadas e realizadas pela escola. (Alves,
Jos; 1996)
II.4 Nveis de participao
Paterman (1970), sobre a problemtica da democracia participativa, identificou trs
nveis de participao em funo da capacidade dos actores para interferirem com os
processos decisrios3.
Pseudo Participao, so tcnicas usadas para convencer os participantes a aceitarem
decises que j foram tomadas pelos que tm o real poder de decidir.
Participao Parcial, em que os actores tm alguma capacidade para influenciar as
decises mais o efectivo poder de decidir continua no topo hierrquico.
Participao Total, aqui todos os actores so colocadas numa situao de igualdade, com
a mesma capacidade de interveno directa sobre os processos decisrios.
A participao no seu sentido pleno, caracteriza-se por uma fora de actuao conjunta,
pela qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer
3 Citado por Diogo, (1998)
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influncia na determinao da dinmica dessa unidade social, de competncia e vontade de
compreender, decidir e agir em torno de questes que lhe so afectas. (Luck, 1996)
II.5 Tipologias de participao
Para L. Lima (1992), a participao na escola deve ser entendida como referencia a um
projecto poltico democrtico, como afirmao de interesses e de vontades, enquanto
elemento limitativo e mesmo inibidor da afirmao de certos poderes, como elemento de
interveno nas esferas de deciso poltica e organizacional, factor quer de conflitos, quer de
consensos negociados4.
Desta feita, o autor salienta que atravs de um processo conjugado de 4 vertentes
Democraticidade; Regulamentao; Envolvimento e Orientao possvel qualificar
diferentes formas e tipos de participao na Escola.
1- A nvel de democraticidade, a participao permite controlar diferentes tipos de poder
e orientar a administrao da escola no sentido da livre expresso de ideias e projectos, de
forma a enriquecer o processo de tomada de decises. Os actores participantes podem intervir
directa ou indirectamente:
Participao directa - Neste tipo de participao, cada um, nos rgos prprios da
organizao e em cumprimento das regras estabelecidas, intervm no processo de deciso,
atravs do voto ou outra forma acordada;
Participao indirecta uma participao atravs de representantes, dada a
impossibilidade da participao de todos no processo de tomada de decises.
2 - A participao nas organizaes sempre pautada pela existncia de normas -
regulamentao - que permitem a cada actor, dentro da estrutura hierrquica da organizao,
orientar as suas formas de actuao. Assim, a participao pode ser: formal, no formal e
informal:
Participao formal - aquela que obedece s orientaes legais decretadas, devidamente
estruturadas em documentos (estatuto, regulamentos, etc.);
4 In, SARAIVA, Dinis Augusto. Participao dos professores na escola. Disponvel em:
. Acessado em: 21/04/2006.
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Participao no formal - que orientada por um conjunto de regras definidas na
organizao e geralmente enquadradas nas normas legais. Uma vez elaboradas pelos actores
no seio da organizao, podem contribuir para uma maior participao e constituir uma
alternativa s regras formais;
Participao informal - orientada por regras informais sem carcter formal. Surgem da
interaco entre os actores na actividade organizacional, normalmente por descontentamento
ou desacordo a certas normas ou certas atitudes de algum. So utilizadas para fins prprios
de pequenos grupos.
3 - O envolvimento caracteriza uma atitude de maior ou menor empenho dos actores nas
actividades organizacionais, de forma a evidenciar determinados interesses e solues. Por
isso, a participao dos actores pode reflectir dinamismo e passividade. O envolvimento pode
apresentar-se na forma de participao activa, reservada e passiva:
Participao activa - onde os actores, individualmente ou em grupo, revelam dinamismo
e capacidade de influenciar a tomada de decises em relao aos diversos aspectos da aco
organizacional;
Participao reservada - uma participao cautelosa de forma a defender interesses e
evitar riscos. Caracteriza-se por alguma aco e pode evoluir para uma participao de
elevado ou fraco envolvimento, em funo das perspectivas do (s) actor (es);
Participao passiva - onde os actores em aco organizacional revelam atitudes de
desinvestimento, duvida, incerteza.
4 - A nvel de orientao, evidencia-se a relao entre o comportamento dos actores e os
objectivos, sejam estes os da organizao ou os das pessoas. Existe possibilidade de os
objectivos da organizao terem vrias interpretaes e que no haja aprovao. Deste modo,
podemos encontrar a participao convergente e participao divergente:
Participao convergente - quando as pessoas se identificam na generalidade com os
objectivos formais da organizao e participam de uma forma mais ou menos consensual para
a sua consecuo. Logo, a participao, sendo objecto de consenso, pode contribuir para um
maior envolvimento nas actividades da organizao.
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Participao divergente - aquela em que os actores no se revem nos objectivos formais
da organizao e assumem perspectivas diferentes fazendo valer as suas opinies. Tais
atitudes, para uns, podem ser consideradas de contestao, para outros, so ideias diferentes,
indispensveis para a evoluo e inovao.
Para Alves (1996), este modelo descritivo serve-nos para sondar os processos
participativos, sobretudo atravs de procedimentos de sugestes e inferncia. Interessa-nos
tambm identificar os agentes e os campos de indecncia da participao, isto , saber quem
participa - dentro das categorias do professores, dos alunos, pais e elementos da comunidade -
e em qu dentro das dimenses da planificao de actividades curriculares e
extracurriculares, realizao de actividades extracurriculares, avaliao, anlise do
funcionamento e elaborao do regulamento interno, por fim a eleio dos rgos directivos,
tendo sobretudo em conta a perspectiva dos professores e da direco.
II.6 Participao como factor de mudana
A participao tem estado na ordem do dia da gesto organizacional h algum tempo,
tendo-se desenvolvido de maneira marcante ao longo dos anos 70 e 80.
A concepo Taylorista de que o trabalhador no precisa pensar (j que isto tarefa da
administrao) limita a eficincia da empresa e o desenvolvimento potencial do trabalhador
como fora do trabalho.
Neste sentido comea-se a emergir a necessidade de implantar uma gesto participativa,
onde os funcionrios tm que ter informaes necessrias do funcionamento das organizaes
como forma a poderem intervir no momento de emergncia.
A implantao da gesto participativa requer a harmonizao de trs aspectos: 5
Seus sistemas (produo, comercializao, recursos humanos, administrao e finanas,
entre outros): quer dizer se h conflitos de estilos diferentes de gesto entre estes sistemas,
assim torna difcil implantar a gesto participativa numa empresa;
5 Http://www.monografias.com/trabajos15/liderazgo/liderazgo.shtm/#
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Condies organizacionais: preciso flexibilizar a estrutura organizacional, com menor
nmero de nveis hierrquicos e normas mais adaptveis;
Comportamentos gerenciais: o mais importante de todos, pois os gerentes sero os
principais mobilizadores das pessoas para o processo participativo.
Uma vez implantada uma gesto participativa um dos resultados alcanados, resulta
provavelmente que a empresa conseguir mudana na sua relao com os empregados: em
que de uma relao empregatcia passa para uma relao de parceira.
A participao na vida organizacional contribui no s para o desenvolvimento pessoal
dos funcionrios como tambm para a eficincia e a eficcia da organizao.
A participao o melhor meio de assegurar a gesto participativa da escola,
possibilitando o envolvimento de toda a comunidade escolar na tomada de decises e no
funcionamento da organizao escolar. Proporciona um maior conhecimento dos objectivos e
metas, da estrutura organizacional e das relaes da escola com a comunidade.
II.7 Participao dos actores escolares
Participao e democracia so conceitos fortemente associados educao, questo essa
consagrada no decreto-lei n. 20/2002, o qual d orientaes de participao dos professores,
dos alunos, dos pais e encarregados de educao e dos demais interessados na gesto da
escola de forma representativa.
A participao desses actores na vida escolar fundamental no processo educativo.
Porm, apesar das mudanas ocorridas no Sistema Educativo nos ltimos anos, nem sempre
esta mudana se concretiza na nossa sociedade. Existindo uma fraca participao dos actores
na gesto das escolas, muitas vezes a prpria Direco da Escola no est aberta para a
participao, da queixam da ausncia da participao dos actores na administrao das
escolas.
Como categorias de actores, encontram-se aqueles que intervm na definio de polticas
de formao e que so normalmente os directores, os que tendencialmente executam as
polticas e os programas de formao que so os professores e os beneficirios que so os
alunos. Num segundo nvel teremos os actores de diversos contextos em que a escola est
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inserida. Neste campo poderiam situar os prprios promotores da escola representantes das
organizaes patronais, sindicais e profissionais, (Alves, 1996; p. 95).
Dinis Augusto Saraiva, a propsito do posicionamento dos actores face escola disse o
seguinte:
A forma como cada um se situa face escola fruto das relaes sociais em que esses actores
esto envolvidos e depende de um fenmeno de dupla dimenso: cooperao e controle social os
actores procuram dar os seus contributos para levar a bom termo os objectivos organizacionais -
cooperao. Para isso, tm de ter em conta as regras mais ou menos claras da organizao que regem
as suas interaces - controle social6.
O papel do professor, como principal dinamizador, e ser determinante para o sucesso
de qualquer escola. O professor assume um papel de dinamizar a participao e mobilizar
todos os intervenientes, no sentido de os levar a darem o seu contributo e assumirem a sua
cota parte de responsabilidade na educao, para que a escola possa realizar os seus
objectivos, os alunos podem serem tratados como clientes ou meros beneficirios. (Carlos
Brito; 1994, p. 37)
Segundo Rubio (1988),7 o conhecimento emprico desenvolvido sobre os
estabelecimentos de ensino permite-nos inferir que a participao , em grande parte dos
casos reduzida a uma simples tecnologia representativa, em que os actores so investidos no
papel de meros representantes institucionais das diversas estruturas organizativas. A
representatividade pressupe trs ideias bsicas:
- A ideia de um mandato;
- A ideia de consonncia e afinidade de pontos de vista e expectativas entre
representante e representado;
- A ideia de responsabilidade no sentido da satisfao das expectativas dos
representados.
No entanto, raramente estes pressupostos esto presentes, sendo os representantes, com
frequncia, so mais representantes de si prprios do que do colectivo que representam.
6 In, SARAIVA, Dinis Augusto. Participao dos professores na escola. Disponvel em:
. Acessado em: 21/04/2006. 7 citado por Diogo (1998),
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Gesto participativa
Um estudo de caso
21
Contudo, apesar de existir um decreto-lei permitindo a criao da Assembleia da Escola, na
Escola Secundria Cnego Jacinto a mesma no funciona, o que, em parte tem dificultando a
participao dos actores na gesto escolar.
Na prtica a participao mais simblica do que real e conhecida de um modo
meramente formal e minimalista; Barroso, 1991; citado por Diogo, 1998.
Contudo, o lugar reservado a participao dos actores, especificamente, os professores,
os alunos e os pais e encarregados de educao na tomada de decises da gesto escolar tem
vindo a alargar-se, pelo menos nos textos oficiais, mas as prticas ainda que ter um esforo
para tal participao.
Outrossim, a participao dos pais formalmente, por vezes, atravs de Associaes de
Pais e Encarregados de Educao, que constituem estruturas de representao institucional.
Porm verifica-se que estas no tm uma existncia to generalizada quanto desejvel,
observando-se uma grande disparidade entre escolas.
II.8 Gesto escolar implica criao de ambiente participativo
Hoje mais do que nunca as escolas devem desenvolver uma cultura de participao, ou
seja deixar de pensar no eu e passar a pensar em ns, onde a educao partilhada com a
famlia (principal entidade responsvel pela educao), com os funcionrios, docentes e no
decentes, com os alunos, com a comunidade envolvente para que todos possam contribuir
para o desenvolvimento pleno e harmonioso e da mudana do sistema de ensino.
Um ambiente propcio de participao demanda maior participao de todos os actores
no processo decisrio da escola, envolvendo-os tambm na realizao das actividades de
gesto, assim estes deixam simplesmente de participar em decises j definidos anteriormente
(a chamada pseudo participao)8, e passam a ser legitimados para participar na discusso
dessas decises.
Aos responsveis pela gesto escolar compete, portanto, promover a criao e a
sustentao de um ambiente propcio participao plena, no processo social escolar, dos
8 Pseudo participao: so tcnicas usadas para convencer os participantes a aceitarem decises que j
foram tomadas pelos que tm poder de decidir.(in Luck, Helosa; 1998)
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Gesto participativa
Um estudo de caso
22
seus profissionais, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que atravs dessa
participao que os membros desenvolvem conscincia social crtica e sentido de cidadania.
Para tanto, devem os mesmos criar um ambiente estimulador dessa participao, processo
esse que se efectiva, segundo Luck (1996), a partir de algumas aces especiais, como por
exemplo:
Criar uma viso de conjunto associada a uma aco de cooperativismo;
Promover um clima de confiana;
Valorizar as capacidades e aptides dos participantes;
Associar esforos, quebrar arestas, eliminar divises e integrar esforos;
Estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e no em pessoas;
Desenvolver a prtica de assumir responsabilidades em conjunto.
II.9 Liderana participativa
Luck (1998 p. 37), definiu a liderana participativa como uma estratgia empregada para
aperfeioar a qualidade educacional. a chave para liberar a riqueza do ser humano que est
presa dentro do sistema de ensino. Baseada no bom-senso, a delegao da autoridade queles
que esto envolvidos na produo de servios educacionais construda a partir de modelos
de liderana compartilhada, que sero os padres de funcionamento de organizaes ao redor
do mundo, com alto grau de desempenho.
Liderana a capacidade de motivar as pessoas para fazerem o que necessrio. ainda
orientao de pessoas de uma equipa para alcanar os objectivos.
A liderana participativa envolve uma forte capacidade de preparar e desenvolver
pessoas muito mais pela actuao conjunta do que pela formalidade. Por meio de feedbacks
tanto sobre o desempenho dos colaboradores como dos resultados alcanados. O lder
participativo envolve todos em suas metas, anlise de problemas, decises, planificao dos
trabalhos, e execuo das tarefas, fazendo com que cada um d o seu melhor com
responsabilidade e compromisso e no por estar obedecendo normas, ou regras.
Liderana ter um poder de influncia positiva em pessoas ou grupos, conquistando
confiana, aceitao, consenso e aco na consecuo de objectivos.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
23
Para uma grande parte, a natureza e o grau de participao dos professores e dos demais
funcionrios em escolas determinado pelo estilo de liderana formal/legitimo do lder. (Luck
1998 p. 37)
Para que a liderana seja eficaz na escola, deve estar fundamentada num processo
democrtico em que os lderes compartilham decises com professores, alunos, pais e
comunidade visando atingir um melhor desempenho.9 preciso ainda:
- Propiciar o desenvolvimento de um clima de trabalho motivador para que as
pessoas dem o melhor de si;
- Manter as pessoas informadas e envolvidas mostrando-as que fazem parte e
so importantes no quadro mais amplo da escola;
- Promover o desenvolvimento das pessoas para que cada indivduo possa
fazer melhor o seu trabalho;
- Delegar responsabilidades e autoridades para que as pessoas faam no
apenas o que lhes dito, mas tambm tomem iniciativas e busquem
constantemente fazer melhor do seu trabalho.
Por tudo isso os lderes devem ter:
- Capacidade de liderana, de tomadas de decises, de comunicao e de
trabalho em equipe;
- Competncias tcnicas para o planeamento, para seguimento e avaliao;
- Habilidade para promover mudanas e construir uma viso compartilhada de
todos.
Entretanto, a participao destes actores depende do estilo de liderana aplicado pelo
gestor. Da que os lderes so os repensveis pela sobrevivncia e pelo sucesso de suas
organizaes.
Kurt Lewin, identificou trs estilos de liderana: Autoritrio, democrtico e lassez-faire.
(In Alves, Jos 1996 p. 85-86)
9 Ministrio da Educao. Material de apoio para desenvolver processos de auto avaliao e utilizar os
resultados para melhorar a qualidade dos servios prestados pelas escolas. Cabo Verde, 2002
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
24
No estilo autoritrio, o lder formal determina a poltica da escola, as estratgias gerais,
dispensa mecanismos e processos de participao, orienta a sua aco atravs de dispositivos
e de dependncia pessoal e normativa;
Levando em considerao o tempo e o espao que vivemos, dificulta a aplicao do
estilo autoritrio, mas muitas vezes os professores ultima-o na sala de aula.
Estilo democrtico, caracteriza-se pelo incentivo a participao, na formulao de
polticas e estratgias e nas tomadas de decises havendo margens significantes de autonomia
e liberdade para os membros da organizao.
A implantao deste estilo de liderana na organizao requer uma maior integrao dos
colaboradores com os objectivos da mesma.
Por ltimo o estilo laissez-faire ou permissivo, h uma diluio do poder do lder,
escassos procedimentos avaliativos de eficincia e eficcia do trabalho desenvolvido. Este
tipo lder tolerante, aceita comportamentos que os outros reprovariam.
Ainda, Luck (1998), definiu seis estratgias para facilitar a participao:
- Identificar as oportunidades para a aco e deciso compartilhada;
- Estimular a participao dos membros da comunidade escolar;
- Estabelecer normas de trabalho em equipe e orientar a sua efectivao;
- Transformar boas ideias individuais em ideias colectivas;
- Garantir os recursos necessrios para apoiar os esforos participativos;
- Prover o conhecimento colectivo pela participao e pela concluso das
tarefas.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
25
III CAPTULO - QUADRO LEGAL EM VIGOR VERSUS PRTICA DE GESTO NA
ESCOLA SECUNDRIA CNEGO JACINTO: BREVE ANLISE
III.1 Anlise do decreto-lei n. 20/2002, de 19 de Agosto
Trata-se de decreto-lei que vem reestruturar a organizao e o funcionamento das escolas
secundrias pblicas. O diploma estabelece mecanismos que possibilitam a participao dos
professores, pais e encarregados de educao, alunos e outros elementos representativos das
comunidades na gesto democrtica das escolas secundrias.
A autonomia reconhecida s escolas secundrias pblicas atravs da resoluo n. 21/27,
de 7 de Abril, sai ampliada e reforada com a criao da Assembleia da Escola no decreto-lei
n. 20/2002, rgo que, para alm de integrar representantes legtimos dos professores, dos
alunos, dos pais/encarregados de educao e dos outros actores da sociedade civil, dotado de
competncia para deliberar sobre questes mais importantes da vida escolar, como sejam:
- Aprovao do regulamento interno da escola;
- Aprovao e acompanhamento do projecto educativo de escola;
- Aprovao dos planos plurianual e anual de actividades;
- Aprovao da proposta de oramento privativo da escola, do relatrio de
actividades e do relatrio das contas de gerncia;
- A definio dos princpios que orientam as relaes da escola com a
comunidade e outras instituies e dos critrios de participao da escola em
actividades culturais, desportivas e recreativas.
Uma outra inovao digna de realce na vertente da gesto participativa a incluso no
Conselho Directivo de um Vogal Representativo dos Pais e Encarregados de Educao e do
Subdirector para os Assuntos Sociais e Comunitrios, sem dispensar os outros aspectos que
traduzem uma certa carga inovadora. O facto de o Vogal Representativo dos Pais e
Encarregados de Educao, os representantes dos alunos, dos professores, e dos pais serem
escolhidos pelos seus pares vinca ainda mais a dimenso participativa.
Com a publicao do diploma a questo da participao na Escola Cnego Jacinto,
quanto aos professores notou-se uma melhoria embora no o desejvel. Em contrapartida, a
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
26
representante dos alunos queixa-se que muitas decises so tomadas sem os seus
conhecimentos.
Essa participao dos professores dos alunos e dos demais funcionrios, enfim de toda
comunidade educativa na gesto escolar deve ser encarada como uma melhoria contnua dos
processos (ensino/aprendizagem), com um envolvimento de todos no objectivo. preciso
participar e levar a participar, criando situaes de participao de todos na escola.
Analisando a estrutura organizativa da escola, no que refere a gesto participativa, o seu
funcionamento e confrontando com o estudo, constata-se que:
1. Assembleia da Escola s funcionou no ano lectivo 2002/03 como uma primeira
experincia, e at ento continua inactiva, o que dificulta a participao dos diferentes actores
que integram este rgo. Esse facto influenciou vrios actos de gesto, como por exemplo a
aprovao do oramento privativo da escola, do plano da actividades bem como o controle e
avaliao da execuo dos mesmos.
2. Conselho Directivo, um rgo de administrao e gesto da escola que integra alm
do Director, o Subdirector Pedaggico, o Subdirector Administrativo e Financeiro, o
Subdirector para os Assuntos Sociais e Comunitrios e o Secretrio. Dele faz parte ainda o
Vogal Representativo dos Pais e Encarregados de Educao, embora esteja ausente, na
maioria das vezes, da reunio do Conselho Directivo, alegando o factor tempo.
Para colmatar essa lacuna o Vogal Representativo dos Pais e Encarregados de Educao,
deveria ser, na nossa opinio, um professor da prpria escola, assim o Ministrio reduzia-lhe a
carga horria, de forma a ter tempo suficiente para desempenhar a sua funo que aproximar
os pais e encarregados de educao da escola. Outra alternativa seria o Ministrio da
Educao procurar obter, atravs de protocolos de entendimento com outras entidades
empregadoras, a dispensa dos seus trabalhadores que fazem parte dos rgos de gesto das
escolas secundrias para participarem nas reunies.
O Conselho Directivo na Escola Secundria Cnego Jacinto tem funcionado de acordo
com o diploma em vigor, mas preciso ver a questo do Vogal Representativo dos Pais e
Encarregados de Educao, uma vez que tem um papel importante para aproximao da
escola famlia e vice-versa.
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
27
3. Concelho de Disciplina, encarregado de prevenir e resolver os problemas
disciplinares dos alunos, dos professores e ainda dos outros funcionrios da escola. Quanto
aos professores e outros funcionrios a escola instrui processos, propondo medidas
confirmando pelo director, sobre a homologao do Ministrio de Educao. Este Conselho
esta constitudo pelo Presidente indigitado pelo Director, por um Vice Presidente e pelos
vogais que so os professores. Em caso particular se recorre a Associao dos Estudantes,
mas formalmente o representante dos estudantes no faz parte do Conselho de Disciplina.
III.2 Decreto-lei n. 19/2002 de 19 de Agosto
Em decorrncia da aprovao do Decreto-Lei n 18/2002, sobre emolumentos e propinas,
torna-se necessrio estabelecer normas que disciplinam a utilizao das receitas prprias das
escolas secundrias e definir os instrumentos e mecanismos de prestao de contas pelas
mesmas escolas junto das entidades do Ministrio de Educao (Direco de Administrao e
Finanas, Inspeco Geral de Educao), e de outras entidades competentes nos termos da lei,
em especial ao Tribunal de Contas, o qual caber julgar as contas de gerncia.
As escolas secundrias pblicas gozam de autonomia administrativa e financeira para
cobrana de propinas e emolumentos bem como os demais rendimentos gerados na
explorao do patrimnio que lhe esta afecto da as escolas so obrigadas a enviar balancetes
a Administrao de Administrao e Finanas do Ministrio de Educao e anualmente ao
tribunal de Contas, facto esse que na Escola Cnego Jacinto no tem estado a acontecer. Deve
ainda estar aberta a visita da Inspeco Geral da Educao, para auditoria administrativa e
financeira.
A escola como uma organizao social deve prestar contas no s s entidades
mencionadas anteriormente mas tambm a comunidade escolar e a comunidade educativa e
esta no deve ser somente em termos financeiros, tambm deve ser em termos dos resultados
dos alunos. Sempre levando em considerao de que a informao fundamental para a sua
evoluo. Atravs das informaes, os actores conseguem ter as normas da organizao mais
ou menos claras para orientarem a sua participao, s assim conseguem exercer um controle
sobre as actividades desenvolvidas na escola
Ainda o diploma estabelece princpios de rigor, da transparncia e do controle na
cobrana e utilizao das receitas, consagra ainda normas como: obrigatoriedade de depsito
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Gesto participativa
Um estudo de caso
28
sistemtico das receitas cobradas na conta bancria da escola. As receitas arrecadadas pela
escola, sistematicamente so depositadas na conta bancria de escola. Essas receitas so
utilizadas para cobrir as despesas oramentadas de manuteno, segurana e higiene da
escola, dos equipamentos, dos encargos com o pessoal auxiliar, aquisio de materiais
didcticos, aco social escolar (oferta de uniformes aos alunos carentes), servios da
reprografia, enfim para um bom funcionamento da escola.
Consagra tambm os principais instrumentos de gesto financeira, como oramento
privativo da escola e a conta de gerncia, aprovados pelo rgo representativo da escola
(Assembleia da Escola), o que no tem estado a acontecer, devido ao no funcionamento da
Assembleia. A consagrao da responsabilidade financeira pela incorrecta utilizao dos
fundos ou pela violao das regras de gesto e prestao de contas tambm uma das
imposies legais.
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Gesto participativa
Um estudo de caso
29
IV CAPTULO - CARACTERIZAO DA ESCOLA
IV.1 Breve historial da criao e caracterizao da escola
A Escola Secundria cnego Jacinto situa-se na Vrzea, entrou em funcionamento em
1992/93 em regime experimental da Reforma educativa. herdeira legitima da antiga escola
secundria de Achada de Santo Antnio, conhecida por Asa Branca, actualmente
denominada Pedro Gomes. A escola contm um nome prprio (Escola Secundria Cnego
Jacinto Perigrino da Costa), bem como o smbolo. A escola gerida por entidade pblica sem
fins lucrativos, leccionando os trs ciclos (1, 2 e 3ciclos), da via geral, onde no ltimo com
as reas de: Econmico e social, Humanista e Cincias e Tecnologias.
A escola dispe dos seguintes espaos: directoria (gabinete do director), servios
administrativos, salas de professores, biblioteca, anfiteatro, trs blocos de salas de aulas,
laboratrios, oficinas sala de informtica, uma cantina, espao para prtica de educao de
Educao Fsica, clube ecolgico, sala de cultura, espao de informao e orientao dos
jovens.
IV.2 Caracterizao do corpo docente, discente e pessoal no docente
IV.2.1 Corpo docente
Existem na escola, um total de 104 professores sendo 61 do sexo masculino e 43 do sexo
feminino. (Grfico I)
Grfico I Repartio do corpo docente por sexo
59%
41%
Mas. Fem.
Deste total 38 so licenciados, 10 frequentam curso superior com licenciatura, 1
frequenta curso superior sem licenciatura, 42 com bacharel, 2 com curso mdio, 4 com o ano
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Gesto participativa
Um estudo de caso
30
zero/12 ano de escolaridade, 3 com curso de formao dos professores do ensino bsico
complementar e 4 com habilitaes inferiores a 12 ano de escolaridade. (Grfico II)
Grfico II - Habilitaes literrias dos docentes
0
20
40
60
N
mero
de
do
cen
tes
Licenciatura Bacharel
Frequencia de C.Sup.com Lic. Frequencia de C.Sup.sem Lic.
Curso Mdio Ano zerro/12ano
Inferior a 12ano C.F.P.E.B.complememtar
Grande parte dos professores desta escola formou-se no Instituto Superior de Educao.
Quanto natureza do vnculo com o Ministrio da Educao, 41 de quadro definitivo, 7
tm contrato administrativo de provimento e 56 so contratados a termo.
IV.2.2 Corpo discente
Actualmente a escola conta com uma populao estudantil que ronda os 1971 alunos de
ambos os sexos, dos 7 aos 12 ano de Escolaridade, redistribudos por 52 turmas, esses
oriundos dos diferentes bairros da Praia, do interior de Santiago e das outras ilhas, assim
distribudos: no primeiro ciclo/tronco comum (7 e 8) anos de escolaridade 1016; no segundo
ciclo (9 e 10) anos de escolaridade com 510 e no 3 ciclo (11 e 12) anos de escolaridade
com 445. (Grfico III)
Grfico III - Repartio dos alunos por ciclo
0
200
400
600
800
1000
1200
N
mero
de a
lun
os
1 ciclo 2ciclo 3ciclo
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
31
Como se pode verificar, a medida que avanam os ciclos diminui o nmero de alunos.
IV.2.3 Pessoal no docente
A escola possui um total de 26 agentes do seu pessoal no docente, sendo a maioria do
sexo feminino. A distribuio por categoria est representada pelo grfico IV, ou seja: 13 so
ajudantes servios gerais, com habilitaes literrias entre 4 a 2 anos, 2 apoiantes da
biblioteca com habilitaes literrias entre ano o zero e o 2 ano, 3 auxiliares administrativo, 2
assistente administrativo, 1 apoiante pedaggico, 1 apoiante da informtica e 4 guardas.
Grfico IV Corpo no docente por categoria/funo
0
5
10
15
N
me
ro d
e
ag
en
tes
Ajud.serv.ger. Guardas Axil.adm. Apoiant.Pedag.
Assist.adm. Apoiant.biblt. Apoiant.inform.
Referente ao vnculo com Ministrio de Educao 14 so de quadro, 7 contratados e 4
eventuais
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
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V CAPTULO - ANLISE DOS DADOS DO CASO EM ESTUDO
V.1 Perspectiva do Director da escola
A participao dos professores, dos alunos e das famlias na vida da escola qualificada
de fraca, pelo Director, sobretudo aquando da sua assuno do cargo h pouco menos de 3
anos. Havia uma fraca participao dos professores na gesto e nas actividades da escola, os
alunos estavam alheados daquilo que se passava a nvel da direco e os pais e encarregados
de educao nem apareciam. Durante o tempo que est frente da escola e com muito esforo
a participao tornou mais activa, principalmente no que diz respeito gesto pedaggica,
com maior envolvimento dos professores, dos alunos onde estes perceberam que a gesto
pedaggica to ou mais importante do que a gesto financeira. Quanto aos pais e
encarregados de educao, embora a participao no seja aquilo que gostariam que fosse,
mas tem melhorado de ano para ano.
Os esforos traduziram-se, essencialmente, no envolvimento da comunidade na escola e
vice-versa, onde para tal, este ano lectivo, a escola teve como lema aproximar a escola da
comunidade. Tem igualmente estabelecido parcerias com grupos da comunidade (Black
panters, Vrzea Solidria e Tabanca da Vrzea) e est a apadrinhar a Escola do Ensino Bsico
Integrado da Vrzea (Escola Girassol).
De entre as actividades para aproximar-se da comunidade a escola realizou reunies,
almoo convvio com pais, festas do dia da escola, incluindo actividades vrias. A escola
conseguiu realizar actividades dessa natureza com relativa frequncia, mas reconhece o
Director que no so suficientes. Justifica que muitas vezes as condies no so favorveis,
principalmente quando esto na poca da avaliao o que dificulta a gesto da realizao de
algumas actividades.
O nosso entrevistado de opinio de que o envolvimento do pais e encarregados de
educao, referente a questo das propinas satisfatrio, adiantando que o nvel scio-
econmico dos alunos extremamente baixo, onde 80% dos alunos pagam a propina mnima
e dessa percentagem, 20% a 30% so pagas pelo Instituto Cabo-verdiano de Aco Social
Escolar (ICASE), o que vem dificultando a gesto escolar do ponto de vista financeiro e no
s.
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
33
Para o Director, a gesto participativa aquela em que todos no seu devido lugar
executam tudo aquilo que lhes compete como funo e com responsabilidade. Salientou
ainda, que a nvel da Direco desta escola aplicada essa ideia, onde cada rgo tem as suas
funes e atribuies no qual o Director funciona como coordenador.
Ao nvel da comunidade educativa, a gesto tambm desta forma, as organizaes tem
dependncia em termos de organizao das actividades, desde que essas actividades tm como
objectivo a educao dos alunos.
No que diz respeito a prestao de contas aos pais e encarregados de educao o Director
afirmou que este um papel que mais corresponde aos pais, uma vez que cada turma tem um
director com tempo estipulado no seu horrio para atender aos pais, mas estes s aparecem
quando forem chamados.
Segundo a entrevista apesar de existir um decreto (decreto lei n. 20/2002), dando
oportunidades de participao aos pais e encarregados de educao na gesto escolar, h
inexistncia da participao dos pais e encarregados de educao.
Essa participao dos pais, ainda na opinio do Director, algo que est somente no
papel, mas na prtica existe uma ineficincia inacreditvel, porque os pais e encarregados de
educao ainda no sensibilizaram de que a educao dos seus filhos lhes trazem grandes
benefcios e os prprios alunos no interiorizaram de que esse acompanhamento a gesto
necessrio, assim, conhecendo os problemas/dificuldades so propostas sugestes para sua
melhoria.
O nosso entrevistado afirmou que o nvel de formao dos pais e encarregados de
educao determinante para a educao dos filhos, justificando que frequentemente s vem
saber dos filhos os pais com uma certa formao e os outros talvez no apaream porque o
horrio das reunies e do atendimento no combina com o tempo do trabalho. Ainda na sua
opinio, os pais tm a ideia de eu pago a propina e eles que se desenrasquem e estes s
aparecem quando os filhos tm um problema (com professores, com colegas...), para saberem
qual ser a atitude da Direco.
Ainda considera que no s a questo da formao, mas a ideia que as pessoas tm em
relao a educao, quer dizer a escola responsvel para educar o meu filho e ela que
deve responsabilizar-se por ele.
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
34
Para alm das actividades j referidas como forma de melhorar o funcionamento da
escola o Director enumerou outras actividades j realizadas, como sejam:
1) Investimento na formao dos professores atravs de ateliers didctico-pedaggico;
2) Formao a nvel dos directores de turma;
3) Formao dos professores a nvel de competncia sociais;
4) Uniformizao dos alunos;
5) Introduo de uniforme a nvel de educao fsica;
6) Remodelao da biblioteca;
7) Realizao de actividades (aulas de msica, aulas de judo), como forma de os alunos
se interessar pela escola;
8) Melhoria das condies das salas de aulas com reparaes de carteiras mesas janelas.
V.2 O que pensa a representante dos alunos
Quando procuramos saber quais as actividades desenvolvidas pela escola, a nossa
entrevistada comeou por identificar as de carcter cultural, como forma de dinamizar os
estudantes a participar na vida da escola e estas so desenvolvidas frequentemente.
Apesar de existir um decreto-lei (decreto-lei n.20/2002) permitindo de forma
representativa a participao dos alunos na vida escolar, ela afirma nunca ter participado nas
reunies da Assembleia da Escola. Isso obvio, uma vez que durante o tempo que esta
representando os estudantes a Assembleia no funcionou.
Apesar de existir, na escola, uma associao de estudantes, a representante nos informou
que quando as actividades envolvem directamente a Associao os outros membros no do a
mnima ateno para o planeamento dessas actividades.
Isso mostra-nos, em parte, que os alunos no se sensibilizaram que ao participarem das
actividades da escola estaro contribuindo para um bom funcionamento da mesma.
Relativamente a participao dos alunos nas tomadas de decises, a nossa entrevistada
afirmou que faseada. Por exemplo, este ano lectivo colocaram disposio dos alunos a
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
35
proposta do respectivo estatuto, com o objectivo de ser discutido, emitindo pontos de vistas
para sua a implementao.
Com isso a escola comea a perceber de que as opinies dos alunos so vlidas para
tomada de decises, sendo os alunos a razo da existncia de qualquer escola.
Ainda segundo a entrevistada a participao dos alunos na vida da escola importante no
processo ensino/aprendizagem, justificando que se levar a opinio dos alunos em
considerao, estes sentiam-se mais motivados pelo estudo.
De acordo com a entrevistada a escola desenvolve actividades procurando envolver
sempre a comunidade, onde a participao da mesma em massa.
Como proposta de aumentar e melhorar a participao dos alunos na vida da escola a
representante dos alunos avanou que ao tomar qualquer deciso, principalmente as que esto
relacionadas com os alunos, deveriam em primeiro lugar informar e pedir opinio dos
mesmos antes da deciso final.
V.3 Ponto de vista da ex - Presidente da Assembleia da Escola
O decreto-lei n. 20/2002 possibilitou s escolas secundrias a criao do rgo
denominado Assembleia da Escola, o qual ser constitudo por representantes: do pessoal
docente, dos alunos, do pessoal no docente, dos pais e encarregados de educao, da
autarquia local e por um elemento idneo da sociedade civil, sendo este ltimo cooptado pelos
demais membros da Assembleia. importante realar de que na Escola Secundria Cnego
Jacinto a Assembleia s funcionou no ano lectivo 2002/2003.
Segundo a entrevistada, no ano lectivo 2002/2003 criou-se a Assembleia como uma
primeira experincia. Inicialmente houve vrios problemas no seu funcionamento,
nomeadamente, o de conseguir reunir todos os elementos. Essa dificuldade prende-se com
outros compromissos dos seus membros, da que o horrio das reunies no combinava com o
do trabalho. Ainda um outro problema foi o atraso da prpria escola em entregar propostas de
planos de actividades e do oramento privativo para apreciao e apreciao da Assembleia.
Ainda nos informou de que apesar das dificuldades, conseguiram aprovar o plano de
actividades e o oramento privativo, mas no tiveram oportunidade de avaliar e acompanhar a
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
36
sua execuo, com a justificao de que no tiveram disponibilidade, uma vez que os
membros tinham outra ocupao.
Segundo a entrevistada, a participao dos pais e encarregados de educao feita
atravs do Vogal Representativo dos Pais e Encarregados de Educao.
Apesar de a Assembleia ter funcionado em muito pouco tempo os projectos aprovados
pela mesma, foram executados.
A gesto nesta escola participativa, na opinio da ex-Presidente. Definiu-a como sendo
aquela em que todos os membros da escola, em particular os da Assembleia participam nas
tomadas de deciso.
O relacionamento entre a Assembleia e os outros rgos foi bom, apesar da demora na
entrega dos projectos Assembleia pela Direco, para a sua aprovao.
Durante o seu funcionamento a Assembleia reuniu apenas duas vezes, uma primeira para
apresentao dos seus membros e uma outra para aprovao do plano de actividades e do
oramento privativo.
A ex-Presidente sugeriu, para um melhor funcionamento da Assembleia, a criao de
condies que facilitem os trabalhos da Assembleia como por exemplo, reduzir a carga
horria dos membros que trabalham na prpria escola, porque s assim tero tempo para
reunir. No ltimo caso subsidiar os membros da Assembleia.
V.4 O que pensam os professores sobre a gesto participativa
Dos professores inquiridos que responderam ao questionrio, 34 so do sexo masculino o
que corresponde a 56,7% e 26 do sexo feminino, correspondendo a 43,35%, conforme est
representado no grfico V .
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
37
Grfico V - Repartio dos professores inquiridos segundo sexo
57%
43%
Mas. Fem.
Relativamente faixa etria , 1 est na faixa etria de menos de 25 anos de idade, 16
esto na idade compreendida entre 26 e 30 anos, 15 esto entre 31 e 35 anos, 18 esto na faixa
etria de dos 36 a 40 anos, 1 est na faixa etria dos 41 a 45 anos, 4 tm mais de 46 anos de
idade, conforme representa o grfico VI.
Grfico VI Repartio dos professores por faixa etria
0
5
10
15
20
N
mero
de p
rofe
sso
res
menos de 25 anos 26 - 30 31 -35 36 - 40 41 - 45 mais de 46 anos
Quanto a habilitaes literrias, dos 55 inquiridos que responderam ao questionrio, 29
tm o Instituto Superior de Educao, 1 tem o Instituto Pedaggico, 3 tm o Curso de
Formao de Professores do Ensino Bsico Complementar e 22 tm outra formao.
Em relao ao tempo de servio podemos verificar uma grande diversidade de situaes.
Dos que responderam ao questionrio, 30 tm menos de 5 anos, 12 tm entre 6 e 10 anos e 13
trabalham h cerca de 11 a 15 anos nesta escola.
Do grupo dos inquiridos que responderam ao questionrio 44 desempenharam apenas a
funo de professor e 16 deles, para alm da docncia, desempenharam as funes de:
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
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membro do Conselho de Disciplina, coordenadores de disciplina, secretrio de direco,
escriturria dactilgrafo, coordenador do clube ecolgico e do clube de francs.
Sobre a problemtica da gesto participativa, dos 60 professores que foram questionados
se a escola dispe de rgos de direco com funes e atribuies bem definidas, 58
responderam que sim e 2 disseram no.
De acordo com as informaes colhidas, nesta escola, os rgos dispem de funes e
atribuies bem definidas, possibilitando assim um bom funcionamento da escola, onde cada
rgo tem as suas responsabilidades a assumir.
Quando procurarmos saber se o Director capaz de mostrar que os insumos (inputs)
escolares adquiridos so utilizados de acordo com as necessidades educacionais detectadas,
53 professores inquiridos responderam que sim e 1 respondeu que no. Pode-se verificar que
na escola existe uma independncia na capacitao e alocao de recursos. O vigente diploma
citado anteriormente defende uma maior autonomia administrativa e financeira das escolas,
corporizada na ampliao da competncia, capacidade e iniciativa dos seus rgos. Assim
sendo toda e qualquer organizao precisa ter uma gesto eficiente com efectividade dos
recursos podendo oferecer um servio com maior eficcia e desempenho.
Quando procurarmos saber se os objectivos, as metas, as estratgias e os planos de aco
so definidos conjuntamente, 46 dos inquiridos responderam que sim e 10 responderam no.
Esta uma das exigncias do mundo moderno - trabalho em equipe - qualquer
organizao que queira ter sucesso, aconselhvel o seu uso, onde cada membro da
organizao se compromete com os resultados da mesma. A gesto participativa tem essa
ideia de trabalhar em conjunto para alcance dos objectivos definidos.
Uma outra questo que procuramos saber, se todos na escola sabem medir e avaliar o
resultado do seu trabalho, questo essa que 44 dos inquiridos responderam sim e 12
responderam no. Para medir e avaliar os resultados dos trabalhos desenvolvidos necessrio
que haja uma rotina organizada, levando em considerao a planificao e o controlo
sistemtico dos resultados alcanados, podendo assim implementar correces sempre que
necessrio.
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
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Relativamente questo se os problemas que surgem na escola so comunicados
Direco, 51 responderam que sim e 2 responderam que no. A escola contm os rgos
(Conselho Directivo, Conselho Pedaggico e Conselho de Disciplina) de direco que ao
coadjuvada pelas subdireces, assim funcionando como um elo entre eles. Da os problemas
que surgem, facilmente sero comunicados para sua resoluo.
Quanto problemtica de se as actividades so documentadas, 52 responderam sim e 3
responderam que no.
A escola possui um plano de actividades onde so traados os objectivos, as metas, as
estratgias, as actividades e os resultados a serem alcanados. Nesta escola no incio de cada
ano lectivo elabora-se um plano de actividades a ser desenvolvido durante o ano.
Relativamente questo da circulao das informaes, 47 inquiridos responderam sim e
3 responderam no, dos que responderam sim justificaram que:
- As informaes so dadas em tempo til;
- Existe mecanismo prprio para a divulgao das informaes que fazem
com que circulam de forma rpida e correcta;
- Quando as informaes so dirigidas aos alunos so feitas circular pelos
contnuos e por sua vez assinada pelo professor que as leu na sala. Para os
professores a informao chega atravs da fixao nas vitrinas apropriadas;
- Existem nas salas dos professores um quadro informativo e alm disso
existem as circulares que so utilizadas como vnculo para divulgao das
informaes;
- Utilizam meios de comunicao rpida;
- Existem vrios mecanismos que a escola utiliza para a divulgao das
informaes, como por exemplo: quadro informativo, reunies, avisos e
comunicados que so afixados;
- Os professores e os alunos so comunicados directamente por meios
prprios;
Dos que responderam no justificaram que:
-
Gesto participativa
Um estudo de caso
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- H certas informaes que s chegam a um grupinho;
- Nesta escola h distribuio de papis e funes que foram assumidos por
grupo de professores que no desenvolve esforos para torn-los funcionais;
- s vezes, as informaes no so positivas para todos, o que faz com que
esta se torne deficiente.
Sobre a questo se os professores e o Director tomam decises conjuntas sobre manuais
usados no ensino/aprendizagem e horrio escolar 34 dos inquiridos responderam que sim e 22
deles responderam que no, as respostas dos inquiridos mostram que a tomada de decises
nessa matria deixa de fora uma franja significativa do professorado, uma vez que, de acordo
com as informaes, na elaborao do horrio escolar participa um numero muito reduzido de
professores.
Para os professores a participao significa:
- Engajamento e envolvimento de todos na consecuo das tarefas inerentes
ao processo ensino/aprendizagem, ao funcionamento da comunidade escolar
nos momentos decisrios;
- Apresentar sugesto, ideias e projectos inovadores escola, envolvendo-se
nas suas execues;
- Criticar construtivamente, estimular os colaboradores a chegar um critrio
uniforme;
- Tomar parte na elaborao e excusso das polticas emanadas pela Direco
de escola e outras aces sociais na sua vertente;
- Ter direito a dar nossa opinio e a nossa colaborao para a escola;
- Contribuir para o alcance dos objectivos;
- Colaborar, ajudar nas actividades do grupo;
- Estar activo, interagindo com os outros de forma a fazer desenvolver
actividades em diferentes ramos da sociedade;
- O dever que todos os docentes tm de colaborar na vida da escola para o
bom funcionamento do mesmo;
- Engajar de forma eficaz nas actividades escolares;
- Participar na tomada de decises;
- Estar presente num acto e contribuir com opinio para tomada de deciso.
-
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Um estudo de caso
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Quando procuramos saber se na escola a gesto participativa 43 (71,7/%) dos
inquiridos responderam que sim e 11 (18,3%), responderam que no.
Ao perguntarmos o que acham da aplicao da gesto participativa na escola,
responderam de que:
- boa gesto onde todos possam participar;
- Muito importante uma vez que a escola no s formada pelos membros da
equipe directiva, mais tambm pelos professores, alunos e os outros
funcionrios que pode ajudar na melhoria da qualidade do ensino;
- Esse tipo de gesto faz desenvolver um bom relacionamento entre os agentes
directivos, os professores, e os funcionrios da escola;
- Muito benfico uma vez que para uma boa gesto a que ter a participao de
todos;
- A gesto participativa a melhor forma de gesto porque as decises so
partilhadas e assumidas por todos;
- muito importante porque, todos sentem como fazendo parte de um
processo que se deseja melhor para todos;
- bom porque proporciona uma participao no s em termos de presena;
- extremamente positiva e importante, o modelo ideal da gesto moderna;
- Boa porque, faz com que as pessoas que sentem-se fazer parte da escola.
Os professores so de opinio que a gesto participativa trs as seguintes vantagens:
- Melhoria da qualidade do ensino;
- Reduo das burocracias;
- Melhoria dos resultados no processo de gesto;
- Maior integrao, maior envolvimento da comunidade educativa na vida
escolar, consequentemente melhor preparao dos alunos para a vida activa;
- Abertura e aproximao das escolas;
- Distribuio de responsabilidades;
- Permisso da democracia interna;
- Permisso do envolvimento de todos, o que vantajoso tanto para a escola
como para os alunos;
- Assuno de responsabilidades de todos com o funcionamento da escola;
-
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Um estudo de caso
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- Alcance das metas com maior eficincia, ma
- Melhor aplicao das estratgias e dos planos de aco;
- Mais ideias, maior contribuio, o que promove melhoria e cada vez mais
sucesso;
- Maior transparncia e melhor relacionamento interpessoal;
- Melhoria do controle e da rentabilidade;
Ao procurar saber se os professores e a equipa directiva tomam decises conjuntas para
tratar questes de interesse da escola, 47 dos inquiridos responderam que sim e 10 que no.
Ao envolver os professores nas decises da escola, est-se a envolver os outros diversos
intervenientes, na medida em que o professor assume um papel importante como principal
dinamizador de participao e mobilizador de todos os intervenientes escolares no sentido de
darem os seus contributos para o bom funcionamento da mesma.
Relativamente questo se conhecem os projectos da escola ficamos a saber de que 41
dos inquiridos conhecem e 16 no.
Uma das constataes que todos os professores que executam outra tarefa alm da
docncia conhecem os projectos da escola.
Sobre a pergunta se participaram na elaborao dos projectos da escola, a percentagem
dos que no participaram supera os que participaram, como se pode ver no grfico VII, o que
significa que preciso muito trabalho para engajar os professores na elaborao dos projectos
escolares, porque estes com a funo que desempenham tm de estar em sintonia com os
projectos da escola para poderem integrar os alunos na sua execuo.
Grfico VII Participao na elaborao do plano
49%51%Participaram
No participaram
-
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Quando procuramos saber se apoiada a execuo de um projecto inovador apresentado
por um professor, 51 dos inquiridos responderam que sim e 5 responderam que no. Os
projectos apresentados pelos professores devem ser levados em conta desde que tenham como
objectivo a educao dos alunos.
Ainda sobre a problemtica de se os professores participam nas tomadas de decises da
escola 48 responderam que sim e 8 disseram que no. O envolvimento de todos na tomada de
deciso, na resoluo dos problemas requer a assuno de responsabilidades de forma
colectiva, ideia essa sustentada pela gesto participativa.
Dos inquiridos 41 afirmaram estar satisfeitos com a comunicao existente e 11
responderam no estar satisfeitos.
A comunicao nas organizaes tem de ser duma forma aberta. S trazem vantagens
no s para organizao em si como tambm para os seus colaboradores e para o pblico em
geral.
Referente a questo se a participao dos pais e encarregados de educao nas tomadas
de decises pode melhorar a qualidade de ensino, 54 responderam que sim e 3 responderam
que no. Dos que responderam sim justificaram que:
- indispensvel, porque a educao um processo global e deve envolver a
comunidade, a famlia e a escola;
- O objectivo do ensino moderno aproximar a escola da comunidade e vice-
versa, o que trar sempre vantagem para o sucesso do prprio sistema
educativo;
- Os pais conhecem os problemas dos seus filhos e se os comunicar aos
professores esses sabero melhor lidar com os educandos;
- Haver um equilbrio escola/comunidade, os professores conhecem os pais e
vice-versa;
- Quanto maior for a participao dos pais, maior a tendncia para melhorar
no s os resultados dos alunos, mais tambm a qualidade do ensino;
- Permite um melhor conhecimento dos alunos e consequentemente saber
utilizar melhor forma de trabalhar caso a caso;
-
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- Assim a comunidade escolar passa a conhecer directamente os problemas
que os alunos enfrentam em casa e no bairro onde esto inseridos;
- O ensino s pode melhorar tendo uma base slida, que vem normalmente de
casa;
- Trazem contribuies importantes que podem ser discutidas e avaliadas para
o processo ensino/aprendizagem;
- Quando os pais participam nas decises escolares esto a participar na
formao dos filhos;
- Permite a sintonia dos professores com a formao dos seus educandos e
melhoria do processo de ensino.
Por fim procuramos saber se os resultados dos alunos esto relacionados com o
envolvimento dos pais e encarregados de educao, tendo obtido 50 respostas positivas e 6
negativas.
Acreditamos que os pais como sendo os primeiros grandes preparadores dos filhos,
influenciam no seu desenvolvimento e na sua vida escolar. Portanto o envolvimento dos
mesmos na sua formao e ser determinante na educao dos mesmos.
V.5 Questionrio aos outros funcionrios
Dos inquiridos que responderam ao questionrio, 4 so do sexo masculino o que
corresponde a 25% e 12 do sexo feminino, correspondendo a 75%, conforme a representao
grfica.
Grfico VIII Repartio dos funcionrios segundo o sexo
25%
75%
Masc. Fem.
-
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Relativamente faixa etria, constata-se que nenhum tem menos de 25 anos, 1 est na
faixa etria dos 26 a 30 anos, 3 esto na faixa etria dos 31 a 35 anos, 5 tm idade
compreendida entre 36 e 40 anos, 2 esto na faixa etria dos 41 a 45 anos, 3 tm mais de 46
anos de idade.
Quanto a habilitaes literrias, dos 13 inquiridos que responderam ao questionrio, 1
tem o Instituto Superior de Educao, 1 tem o Instituto Pedaggico, 1 tem o Curso de
Formao de Professores do Ensino Bsico Complementar, 1 no tem formao e os 9 tm
outras formaes.
Em relao ao tempo de servio, dos que responderam ao questionrio, 5 trabalham h
menos 5 anos nesta escola, 3 tm de 6 a 10 anos nesta escola e 3 trabalham h cerca de 11 a
15 anos nesta escola.
Do grupo destacam-se 6 que desempenham a funo de ajudante servios gerais, 2
assistente administrativo, 1 apoiante pedaggico, 1 guarda, 1 bibliotecria.
Sobre a questo se a escola dispe de rgos de direco com funes e atribuies bem
definidas, 15 dos inquiridos responderam sim e 1 respondeu no.
Quando procuramos saber se o director capaz de mostrar que os insumos (inputs)
escolares adquiridos so utilizados de acordo com as necessidades educacionais detectadas, 9
dos inquiridos responderam que sim e 1 respondeu que no. Como tinha referido
anteriormente, ao analisar os questionrios aplicados aos professores. Pode-se verificar que na
escola existe uma independncia da escola na capacitao e alocao de recursos,
Quando procuramos saber se os objectivos, as metas, as estratgias e os planos de aco
so definidos conjuntamente, 12 dos inquiridos responderam que sim e 2 responderam no.
A gesto participativa tem essa ideia de agir em conjunto, assumindo assim
responsabilidades em conjunto.
Uma outra questo que procuramos saber se todos na escola sabem medir e avaliar o
resultado do seu trabalho, questo essa que 8 dos inquiridos responderam sim e 3
responderam no. O desenvolvimento de qualquer tarefa tem um resultado a ser alcanado
que pode ser positivo ou negativo. Para o seu desenvolvimento preciso planificar, coordenar
-
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e controlar a sua execuo porque s assim se consegue medir e avaliar um resultado de
forma eficiente e eficaz.
Relativamente questo se os problemas que surgem na escola so comunicados
Direco, 15 responderam que sim e 1 responderam que no.
Quanto a problemtica da documentao das actividades, 13 responderam elas so
documentadas e 2 responderam que no. A documentao das actividades uma das formas
de organizar a gesto. O plano de actividades um dos instrumentos que tem como fim a
documentao das actividades, ento toda e qualquer organizao antes de comear o seu
funcionamento tem de elaborar um plano de actividades.
Relativamente questo da circulao de informaes, dos 14 inquiridos responderam
sim e 2 responderam no e, dos que responderam sim, apenas 5 justificaram que:
- Existe quadro com informaes afixadas, existe um boletim informativo que
sai mensalmente, quando de carcter urgente existem circulares;
- As informaes so passadas sempre atravs de avisos, circulares, e
convocatrias.
Dos que responderam no, justificaram que:
- Nem sempre o funcionrio da Secretaria d conta das informaes que
circulam na sala de aula;
- Existe pouco dilogo entre as pessoas que tm informaes, neste caso a
Direco e as que no tm, ou seja os funcionrios (no h feedback).
Sobre a questo de se os professores e o Director tomam decises conjuntas sobre
manuais usados no ensino/ aprendizagem e horrio escolar dos inquiridos 14 responderam que
sim e 2 deles responderam que no. As respostas dos inquiridos mostram de que essas
decises esta sendo tomadas em conjunto.
De acordo com as opinies dos funcionrios (pessoal no docente), da escola
participao significa:
- Envolvimento na tomada de deciso;
- Fazer algo;
-
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- Dar opinies e sugestes sobre algo;
- Estar presente, tomar parte em algo;
- o acto pelo qual as pessoas do opinio.
Ao procuramos saber se na escola a gesto participativa 13 (81,3%) dos inquiridos
responderam que sim e 1 (6,3%), respondeu que no.
Quanto questo do que acham da aplicao da gesto participativa na escola,
responderam que:
- boa, assim ficam a saber de tudo o que se passa dentro da escola;
- positiva, excelente;
- Existe somente com tarefas impostas.
Para os funcionrios a gesto participativa tem as seguintes vantagens:
- Harmonizar as decises tomadas;
- Garantir a democraticidade, mediante a participao dos interessados;
- Permitir opinar sobre os constrangimentos e as melhorias;
- Dar a possibilidade de criticar e ter novas aprendizagens.
Ao procurar saber se os professores e a equipa directiva tomam decises conjuntas para
tratar questes do interesse da escola, 14 dos inquiridos responderam sim e 2 responderam
no.
Relativamente questo se conhecem os projectos da escola ficamos a saber de que 5 dos
inquiridos responderam que sim e 11 dos inquiridos responderam que no.
Sobre a pergunta se participaram na elaborao dos projectos da escola, dos inquiridos 3
responderam sim e 10 responderam no. As respostas a essa e questo anterior deixa
transparecer que nos aspectos fundamentais de gesto o conhecimento e o prprio
envolvimento dos funcionrios est aqum do razovel. Isso tambm ficou patente em relao
ao corpo docente quando se lhes perguntou se participaram ou no na elaborao do plano de
actividades. A possibilidade de participar na elaborao dos projectos de uma organizao
deve ser dada aos funcionrios independentemente do nvel hierrquico que pertence.
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Ao procuramos saber se a apresentao de um projecto inovador por um professor
apoiada a sua execuo 7 dos inquiridos responderam sim e 1 responderam no.
Ainda sobre a questo se os professores participam nas tomadas de decises da escola 13
responderam sim e 2 responderam que no.
Dos inquiridos 12 afirmaram estar satisfeitos com a comunicao existente e 2
responderam estarem insatisfeitos.
Referente a questo se a participao dos pais e encarregados de educao nas tomadas
de decises pode melhorar a qualidade do ensino 15 responderam que sim e 1 respondeu que
no. Dos que responderam sim, deram a seguinte justificao:
- A participao dos pais fundamental para um ensino, facilitando
conhecimentos da situao socio-econmica dos alunos;
- Ajuda os professores no seu processo do ensino;
- Melhora os comportamentos dos alunos;
- Os alunos conseguem ter melhores resultados com a participao dos pais.
Para terminar procuramos saber se os resultados dos alunos esto relacionados com o
envo
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