mÓdulo 14 – 1º teste de avaliação escrita

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CANAS DE SENHORIM

Escola E.B. 2,3/S Eng.º Dionísio A. CunhaCEF – Práticas e Técnicas Comerciais – 2º Ano

MÓDULO 14 – Teste de Avaliação Escrita

NOME: ____________________________________________________ Nº: _____ DATA: ____/____/_____

I

Vais ler um excerto de uma obra que é uma adaptação feita por António Sérgio a partir de narrativas de naufrágios dos séculos XVI e XVII. Os narradores da História Trágico-Marítima relatam sobretudo episódios trágicos ocorridos nas longas viagens marítimas da época dos Descobrimentos.

A Catástrofe da Nau Santiago

Partiu de Lisboa a nau Santiago uma quinta-feira primeiro de Abril de 1585, com outras que se dirigiam para a índia. Ia por capítão-mor Fernão de Mendonça, piloto Gaspar Gonçalves, e mestre Manuel Gonçalves. Mais de 450 pessoas levava a bordo. Logo se separaram a «Santiago» e a «Santo Alberto» dos demais navios que deviam seguir. Um grande temporal que apanharam fez a r r i b a r a Lisboa a «Santo Alberto»; a «Santiago» continuou sozinha. Teve viagem acidentada até ao Cabo da Boa Esperança, que dobrou em f ins do mês de Julho. A bordo, os ricos divertiam-se a jogar, quando o tempo o permitia; os sacerdotes, por seu lado, organizavam cerimónias religiosas: frequentemente se dizia missa, e faziam-se procissões acompanhadas de canto, dança, declamação, e representações teatrais das Tentações de Cristo. Dobrado o Cabo, e tendo navegado para o norte uma dezena de graus, viram no dia 17 de Agosto uns pássaros que se chamavam alcatrazes, os quais andam sempre junto à terra ali onde possam fazer n inho. Concluiu daí o piloto que estariam perto do baixo da «Judia», situado a 22 graus de latitude sul. O piloto observou o sol, e achou-se em latitude de 22 graus e um terço. Navegando a nordeste, supuseram à tarde já passado o baixo. Quando foram horas, os que não tinham que vigiar deitaram-se todos, muito satisfeitos com a bonança do tempo, que dali em diante até à índia lhes afirmavam os entendidos que haveriam de ter; senão quando, estando eles na força do primeiro sono, a nau navegando com seu pano lodo, e vento em popa, e céu sereno, e mar tranquilo, — pum! pum! pum!, três fortíssimas pancadas estoiraram, retremendo a nau. Jesus! Logo o fundo se desprendeu do resto, e ficou alçado; os altos arremessaram-se por sobre o baixo. Duas cobertas seguiram à vela, sem o porão; cavalgaram, rápidas, por onde nunca se cuidaria que passasse um barco. O mastro grande rebentou no calcês; cortaram-lhe a enxárcia, e desabou com estrondo. Ei-lo aí vai! O que tornou mais horrível aquela tragédia foi o ser a noite muito escura, que mal se viam os homens uns aos outros. Levantou-se uma grita, um tropel, uma confusão enorme, no meio do estrépito do fender do casco, do estalar das madeiras, do quebrar e cair da mastreação. Tripulantes e passageiros, não tratando mais que da salvação das almas, pediam confissão aos religiosos com tantas lágrimas, tantos gritos, tão pouco tino, que ansiavam por confessar-se ao mesmo tempo (...) Antes do fim da noite já estavam todos confessados; depois houve práticas e ladainhas. Antemanhã levantou-se o luar, muito formoso e resplandecente; (...) Nos primeiros momentos de alvoroço supuseram alguns ver terra firme: desenganaram-se, porém, quando acabou de clarear o dia. O que haviam tomado por terra e árvores eram troços da nau despedaçada, pipas, caixas, antenas, cabos, que tinham ido flutuando por sobre as ondas até encalharem para aquela banda, por ser a parte de menor fundo (...)

António Sérgio, História Trágíco-Maritima, Livraria Sá da Costa Editora.

União Europeia

Fundo Social Europeu

1. Localiza a acção desta narrativa no espaço e no tempo.a) no espaço: ___________________________________________; b) no tempo: _______________________________

2. Preenche a ficha sobre a nau com dados recolhidos do texto.Nome: _________________________________________________________________Capitão-Mor: ____________________________________________________________Piloto: __________________________________________________________________Mestre: ________________________________________________________________Número de passageiros: ___________________________________________________Data de embarque: _______________________________________________________Destino: ________________________________________________________________

3. «A “Santiago” continuou sozinha.»3.1. Quanto tempo demoraram até dobrarem o Cabo da Boa Esperança?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3.2. Como decorreu a viagem até essa altura?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3.3. De que modo as pessoas a bordo ocupavam o seu tempo?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.Dobrado o Cabo…»4.1. Passado o Cabo, como se sentiram os tripulantes e porquê?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4.2. O que aconteceu de repente?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4.3. Faz o levantamento das formas verbais utilizadas na narração da destruição da nau.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4.4. Explica como se sentiram os passageiros e os tripulantes daquela nau, depois do que aconteceu.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. «Antemanhã levantou-se o luar…»5.1. O que supuseram avistar?__________________________________________________________________________________________________5.2. Afinal, de que se tratava?__________________________________________________________________________________________________

6. Retira, do texto, cinco palavras que refiram componentes da nau.__________________________________________________________________________________________________

II1. O uso do pretérito na narração1.1. Identifica as formas verbais do pretérito e regista-as na grelha.

Os desamparados naquele recife trataram de averiguar os que faltavam. Seriam mortos uns dez homens, que haviam ficado nos camarotes ou mais abaixo entre as cobertas, e outros despedaçados pêlos aparelhos que caíram sobre eles na ocasião de encalhe. Igual número morreram nessa manhã, ao buscar objectos que estavam em seco ou pedaços da nau para

fazerem jangadas. Tão grande ressaca se dirigia para o mar, que os levava para fora e os afogava. (...) Fora esta nau, como todos diziam, a mais rica e próspera que saíra do reino havia muitos anos àquela parte.António Sérgio, História Trágico-Marítima, Livraria Sá da Costa Editora.

PretéritoImperfeito Perfeito Mais-que-perfeito

2. Completa o texto com os verbos indicados nas formas do pretérito mais adequadas.

Assim saíram de Quizungo à meia-noite de 12 de Setembro; e ao dia seguinte, ao meio do dia, _____________ (chegar) os náufragos a Luranga, onde o Xeque os ______________ (receber) bondosamente. __________ (ser) homem de oitenta anos, grande e de boa presença. Os súbditos deste cafre _______ (ser) os negros mais bem dispostos e mais gentis homens daquela terra. Os vizinhos __________-no (temer) muito, e não se atreviam a lutar com ele. Verdadeiro, sage, _______________ (contentar-se) com o que possuía e _____________ (viver), por isso, em perfeita paz e quietação. O principal comércio com os Portugueses _______________ (ser) de marfim e de mantimentos, muitos e muito bons. Isso lhe _______________ (comprar) a nossa gente a troco de panos, de estanho, de fios de contas. A terra _______________ (ser) fértil; as mulheres _______________ (cavar), _______________ (semear), _______________ (colher) as novidades, com mais cuidado que em Portugal os homens; os homens _______________ (comer), _______________ (passear), _______________ (conversar), _______________ (bailar) contentes nas suas festas. Nesta terra, pouco depois, _______________ (falecer) um sobrinho do padre Pinto; e diziam-lhe uns negros dos principais, pretendendo consolar o padre, que _______________ (proceder) Deus muito mal com ele, e que nunca mais se fiasse em Deus, que _______________ (ser) muito mau.

António Sérgio, História Trágico-Marítima, Livraria Sá da Costa Editora.

III1. Supõe que eras um dos passageiros ou tripulantes da nau “Santiago” e imagina o que terá acontecido depois. Redige a tua narrativa não esquecendo que deves referir como te sentias, o que tu e os outros passageiros ou tripulantes faziam, como tentaram resolver aquela situação...

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MÓDULO 14 – Teste de avaliação: O texto narrativo e descritivo – Resultados (04/12/2008)

Aluno 1 2 3.1 3.2 3.3 4.1 4.2 4.3 4.4 5.1 5.2 6 1.1 2 III Total4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 15 12 25 100

1- Janette Abrantes 3 3 1 2 4 3 3 0 3 4 0 1 7 8 18 592- Ana Margarida 1 4 3 2 4 3 3 3 4 4 3 2 4 10 20 703- Ana Patrícia Abrantes 3 4 3 3 5 2 3 2 0 3 3 0 6 8 15 604- Andreia Andrade 4 3 3 3 4 4 3 3 3 4 3 0 7 10 20 745- Carina Amaral 2 4 3 2 3 2 3 0 3 4 3 1 9 8 20 676- Cláudia Soares 3 4 2 2 4 0 0 0 4 4 0 0 3 8 0 347- Elza Santos 3 4 1 3 4 0 1 2 0 3 4 2 5 10 20 628- Joana Santos 4 3 1 4 4 4 3 0 3 4 3 2 0 8 0 439- Liliana Reis 0 2 1 0 3 0 3 0 3 0 4 0 0 0 0 1610- Pedro Fonseca 2 2 1 3 4 0 3 2 4 2 0 3 6 0 15 4711- Solange 3 4 3 4 4 0 2 4 0 3 3 2 4 2 18 56

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