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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
ELISA CUNHA PEREIRA
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS TUTORES EM RELAÇÃO À PREVENÇÃO VIRAL
E PARASITÁRIA DE CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
BELÉM
2018
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ELISA CUNHA PEREIRA
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS TUTORES EM RELAÇÃO À PREVENÇÃO VIRAL
E PARASITÁRIA DE CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Trabalho de Conclusão da Residência
apresentado à Coordenação do Programa
de Residência Multiprofissional na Área de
Saúde em Medicina Veterinária, da
Universidade Federal Rural da Amazônia.
Orientador (a): Profa. Dra. Nazaré Fonseca
de Souza
BELÉM 2018
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ELISA CUNHA PEREIRA
AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS TUTORES EM RELAÇÃO À PREVENÇÃO VIRAL
E PARASITÁRIA DE CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
Trabalho apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia, como parte das
exigências do Programa de Residência Multiprofissional na Área da Saúde em
Medicina Veterinária, para a obtenção do título de Especialista em Clínica Médica de
Animais de Companhia.
___________________________________
Data da Aprovação
Banca Examinadora:
___________________________________
Orientadora: Prof. Dra. Nazaré Fonseca de Souza
Universidade Federal Rural da Amazônia
__________________________________
Méd. Vet. Me. Mário Arthur da Costa Leal
Universidade do Estado do Pará
__________________________________
Méd. Vet. Ma. Cássia Maria Pedroso dos Santos
Universidade Federal Rural da Amazônia
4
Aos meus pacientes e clientes, ao Hovet/UFRA
que me deram inspiração para realizar este
trabalho. Aprendemos que a prevenção é o
melhor remédio.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por iluminar minha vida, sabedoria e força nos
momentos difíceis. Sem sua presença nada seria possível.
A minha família que sempre me incentivou, esteve comigo e me mostrou que
sempre posso fazer meu melhor. Mais do que isso, me fizeram querer ser melhor de
trazer alegria a todos eles. Reconheço todos os sacrifícios que fizeram por mim na
minha vida, não apenas a acadêmica, quero agradecer pela paciência e por estarem
comigo mesmo nos meus momentos de teimosia e angústia, foram os momentos
que mais me apoiaram e me deram força. Agradeço aos meus avós (Zequinha, Ira e
Zenira), pais (Edinaldo e Leni) e irmão (Edinho), muito obrigada.
Meu pai, principalmente pela toda sua orientação e ajuda nos meus trabalhos,
sempre disponível para ajudar. Não apenas nesse trabalho, mas sempre esteve em
meu auxilio em todos desde que comecei a estudar. Um grande pai e um
coorientador para a vida toda.
Ao meu querido avô Emídio, hoje não está mais comigo, mas sei que está
feliz por mim onde quer que esteja. Estou no caminho de ser a veterinária que você
sempre falava com orgulho que eu seria. Neste momento de alegria, posso senti-lo
comigo.
Apenas tenho a agradecer pelas oportunidades, para pessoas que me
abriram as portas como a veterinária Sandra Marnie, que me acompanha desde meu
segundo ano no curso (5 anos), um grande exemplo de pessoa e profissional.
Construímos laços que vão além de colegas de profissão, supervisora e acadêmica,
tornou-se com uma mãe de profissão para mim.
A minha orientadora e professora, Nazaré pela paciência e aconselhamento,
que me ajudaram a estudar mais sobre a área que tanto amo, a clínica médica de
pequenos animais, e me incentivar a pensar mais alto e abrir os olhos para outros
campos.
Ao meu professor de biosestatísca, Alex pela paciência e horas de almoço
dedicadas a me ensinar e mostrar o caminho das pedras, assim como muitos outros
colegas que o procuraram. Um bom exemplo de professor.
Aos meus velhos (Gabriela, Mercya, Nicolas, Gisanny, Cássia e Klautau) e
novos amigos (Caroline, Jéssica, Natacha, Miller, Adriano, Bianca, Juliana, Mário,
Jean, Cássia, Antônio e Victor), por todos os momentos bons que me tivemos juntos,
6
paciência por aguentarem minhas reclamações quando o fardo do trabalho parecia
pesado demais e, principalmente, pela oportunidade de conhece-los e mantê-los em
minha vida. Aprendi muito com cada um de vocês, espero que possamos continuar
crescendo juntos. Apenas quem viveu a residência sabe o quão pesado foram
esses dois anos, mas Deus colocou essas pessoas maravilhosas no caminho e
dividiu o fardo, pois fomos uma equipe.
Ao meu sensei Marcelo e meus companheiros de treino (Flavinha, Rafael,
Alcides, André, Iaron, Rodrigo e Raul) pelos ensinamentos e paciência, por me
incentivarem a sempre dar o melhor de mim, mesmo quando as coisas parecem
difíceis, seguir no meu ritmo. Os treinos de Aikido trouxeram a paz interior que eu
buscava, uma terapia para o corpo e a alma, no qual aprendi que bater de frente
com os problemas pode não ser a melhor solução, melhor deixar e não absorver.
Como o sensei diz “Não importa quantas vezes você caia, mas sim, quantas você
consegue levantar e seguir”, sempre haverão dificuldades a questão é como você
lida com elas.
As minhas filhas de patinha, a coelha Crystal e a gata Snow White marcaram
minha vida, cada uma com seu jeito e em seu momento. Infelizmente, Crystal não
está mais comigo, mas o que você deixou de lição para mim e a minha família nunca
esqueceremos. Enquanto Snow, minha fiel companheira, esteve presente em cada
uma dessas páginas, escrevemos juntas.
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RESUMO
A Medicina Preventiva na clínica de pequenos animais vem aumentando sua
importância. Tendo como função promover a prevenção de doenças, que podem por
em risco o bem-estar e a vida do animal. Ela atua por meio de medidas preventivas
de doenças que são mais propensas de acordo com a espécie, raça, sexo e fase da
vida. Este estudo tem como objetivo identificar se os tutores de cães e gatos
atendidos no Hospital Veterinário Rural da Amazônia (UFRA) estão utilizando os
cuidados preventivos por meio de vacinação, vermifugação e controle de
ectoparasitas em seus animais. Para isso foram aplicados questionários para os
clientes durante a consulta. Na análise dos dados foi observado que a maioria dos
proprietários atendidos no Hovet/UFRA não utilizam a Medicina Preventiva,
principalmente, no controle de ectoparasitas e vacinação. Contudo, a maior parte
das pessoas atendidas vermifugam seus animais. Os tutores responderam como
causa de não realizarem as práticas de vacinação corretamente devido ao
desconhecimento, enquanto que em relação ao controle de ectoparasitas pela
quantidade ser pouca ou nenhuma ter sido observada no animal. Além disso, a
maioria das pessoas possuia renda familiar entre 1 a 6 salários mínimos e ensino
superior completo, no qual observou-se uma correlação de dependência entre esses
fatores e a realização da Medicina Preventiva.
Palavras-chave: Medicina Preventiva, vacinação, vermifugação, bem-estar.
8
ABSTRACT
Preventive Medicine in the clinic of small animals has been increasing its
importance. Its function is to promote disease prevention, which may endanger the
welfare and life of the animal. It acts by means of preventive measures of diseases
that are more prone according to the species, race, sex and phase of life. This study
aims to identify whether tutors of dogs and cats cared for at the UFRA (Rural
Veterinary Hospital of Amazonia) are using preventive care by means of vaccination,
deworming and control of ectoparasites in their animals. For this, questionnaires were
applied to the clients during the consultation. In the analysis of the data it was
observed that the majority of owners assisted in Hovet/UFRA do not use Preventive
Medicine, mainly, in the control of ectoparasites and vaccination. However, most
people who are treated deworms their animals. The tutors responded as a reason for
not carrying out the vaccination practices correctly due to the lack of knowledge,
while in relation to the control of ectoparasites by the quantity being little or no have
been observed in the animal. In addition, the majority of people had family income
between 1 and 6 minimum wages and complete higher education, in which a
correlation of dependence between these factors and the performance of Preventive
Medicine was observed.
Key words: Preventive Medicine, vaccination, worming, well-being.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Principais endoparasitas em cães....................................................17 Pág
Figura 2 – Renda familiar dos tutores atendidos no Hovet. (Hovet/Belém,
2017)...................................................................................................................29 Pág
Figura 3 – Grau de escolaridade dos tutores atendidos no Hovet. (Hovet/Belém,
2017)...................................................................................................................30 Pág
Figura 4 – Vacinas mais realizada durante o primeiro ano de vida nos animais
atendidos no Hovet. (Hovet/Belém, 2017)..........................................................31 Pág
Figura 5 – Distribuição dos grupos de vacinas mais feitos pelos tutores em seus
animais no primeiro ano de vida. (Hovet/UFRA, 2017).......................................31 Pág
Figura 6 - Animais com calendário de vacinação completo...............................34 Pág
Figura 7 - Distribuição das causas de falha no calendário de vacinação..........35 Pág
Figura 8 - Frequência de vermifugação.............................................................36 Pág
Figura 9 – Fontes de controle de endoparasitas................................................37 Pág
Figura 10 - Causas de falha no calendário de vermifugação.............................38 Pág
Figura 11 - Frequência de controle de ectoparasitas.........................................39 Pág
Figura 12 - Causas de Falha no Controle de Ectoparasitas..............................40 Pág
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Vantagens e desvantagens das vacinas atenuadas e mortas.........18 Pág
Tabela 2 – Diretrizes da WSAVA para vacinação canina...................................23 Pág
Tabela 3 – Diretrizes da WSAVA para vacinação felina.....................................26 Pág
Tabela 4 – Grupos de vacinas feitas no primeiro ano de vida...........................32 Pág
Tabela 5 - Grupos de vacinas feitas anualmente...............................................33 Pág
Tabela 6 - Distribuição de medidas preventivas para ectoparasitas.................41 Pág
Tabela 7 – Correlação entre a renda familiar e a realização dos protocolos de
vermifugação, vacinação e controle de ectoparasitas. (Hovet/UFRA,2017)......42 Pág
Tabela 8 – Correlação entre o grau de escolaridade e a realização dos protocolos de
vermifugação, vacinação e controle de ectoparasitas. (Hovet/UFRA,2017)......42 Pág
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LISTA DE SIGLAS
AAHA - American Animal Hospital Association
CAV-1 – Adenovírus canino tipo 1
CID - Coagulação intravascular disseminada
CRVF – Complexo respiratório viral felino
FAWC - Farm Animal Welfare Council
FCV – Calicivírus felino
FHV-1 – Herpes vírus felino 1
FPL – Panleucopenia felina
PVF – Vírus da panleucopenia felina
RVF – Rinotraqueite viral felina
SM – Salário mínimo
SNC – Sistema Nervoso Central
TCLE – Termo de consentimento livre esclarecido
VCC - Vírus da cinomose canina
VGG - Vaccination Guidelines Group
VLFe - Vírus da leucemia felina
VVM – Vírus vivo modificado
WSAVA - World Small Animal Veterinary Association
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................... .........................13 Pág
1.1 Controle Parasitário....................................................................................15 Pág
1.1.1 Ectoparasitas............................................................................................ 15 Pág
1.1.2 Endoparasitas.......................................................................................... 16 Pág
1.2 Controle de doenças virais........................................................................18 Pág
1.2.1 Vacinação de cães.....................................................................................20 Pág
1.2.2 Vacinação de gatos................................................................................. 25 Pág
2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 28 Pág
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 29 Pág
CONCLUSÃO.....................................................................................................45 Pág
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................47 Pág
APÊNDICE..........................................................................................................52 Pág
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1. INTRODUÇÃO
A decisão de aumentar a família através da adoção ou compra de um animal
de estimação, seja cão ou gato, deve ser pensado para evitar problemas futuros ao
animal e à família. O tutor deve ter em mente que o acompanhamento periódico do
seu animal por um Médico Veterinário é importante para a saúde do mesmo, não
apenas quando este apresenta sinal de alguma doença, mas para prevenir que
doenças venham a se desenvolver. A Medicina Veterinária Preventiva para animais
de companhia tem adquirido importância crescente, sendo adaptada para todas as
fases da vida do animal (MEDICINA..., 2015).
De acordo com Dino (2017), uma das primeiras coisas que devem ser
consideradas na adoção/nascimento do animal é a manutenção de sua saúde e
bem-estar. A medicina preventiva existe para promover a prevenção de doenças
proporcionando maior bem-estar para o animal de estimação.
A primeira visita de um filhote ao Veterinário é muito importante, pois assim, o
tutor tem a oportunidade de adquirir informações essenciais sobre cuidados básicos
que se deve ter ao longo da vida desses animais (GAZZANO et al., 2008), pois, é de
responsabilidade de tutores e Veterinários o controle de doenças infecciosas por
meio de utilização de vacinas. No entanto, alguns fatores como o nível
socioeconômico e o acesso a informação podem influenciar na realização de uma
adequada imunização desses animais e a prevenção de doenças (APTEKMANN et
al., 2013).
Em cães e gatos a vacinação é a estratégia mais utilizada para garantir a
saúde e o bem-estar animal, prevenindo a transmissão de algumas zoonoses
(SUHETT et al., 2013). Entre as principais enfermidades que acometem a espécie
canina, as doenças víricas são as responsáveis por índices consideráveis de
morbidade e mortalidade em cães de todo o mundo (DEZENGRINE, 2006), além
das doenças causadas por hemoparasitoses em cães e gatos que apresentam uma
alta incidência na rotina clínica (DURANTE, 2012).
Com relação às doenças parasitárias, as parasitoses gastrintestinais estão
entre as doenças mais frequentes e importantes dos cães neonatos e jovens.
Helmintos, como Toxocara sp. e Ancylostoma sp., devido ao seu potencial zoonótico
são considerados um problema de saúde pública (SANTARÉM; GIUFFRIDA; ZANIN,
14
2004). A importância clínica das parasitoses gastrintestinais em cães e o convívio
próximo ao homem, principalmente quando o cão é domiciliado, gera a necessidade
de se conhecer a ocorrência dos parasitos para delineamento e adoção de medidas
preventivas e educativas (SANTOS et al., 2007).
As hemoparasitoses são transmitidas por vetores artrópodes, como pulgas e
carrapatos e assumem uma importância crescente na clínica de animais de
companhia (LOPES, 2013). Babesiose, Anaplasmose e Micoplasmose são
hemoparasitoses caninas causadas por agentes intracelulares obrigatórios, podendo
provocar no animal o desenvolvimento de anemia, leucopenia e/ou trombocitopenia,
e até mesmo levar à morte. A sua importância deve-se não só ao caráter mais ou
menos patogênico no que diz respeito à espécie canina, mas também ao papel
potencialmente zoonótico de algumas dessas doenças, sendo necessário o
tratamento clínico e sanitário dos animais infectados, visando à eliminação dos
ectoparasitas e diminuindo assim o risco de contaminação humana (FIGUEIREDO,
2011).
O conceito de bem-estar animal da OIE baseia-se na definição do Farm
Animal Welfare Council (FAWC) da Inglaterra, que definiu em 1993 a observância de
cinco liberdades básicas para que os animais vivam em condições de bem-estar os
animais devem estar: livres de medo e estresse; livres de fome e sede; livres de
desconforto; livres de dor e doença e livres para expressar seu comportamento
natural. Estas abordagens são tributárias do trabalho desenvolvido pelo Comitê
Brambell instituído na Inglaterra em 1964 para avaliar as condições em que viviam
os animais mantidos sob regimes intensivos de produção. Seu relatório é
considerado o marco fundante da ciência do bem-estar animal (PAIXÃO, 2005).
Negligenciar as 5 liberdades é considerado como maus tratos, ficando o
responsável pelo animal, assim como quem tinha consciência da prática e podendo
agir para evita-la não a fez, estão sujeitos a penalidades dispostas na Lei de Crimes
Ambientais. De acordo com a lei no 9.605, de 12 fevereiro de 1998, que dispõem
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências, no art. 32. afirma que praticar
ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos tem como pena detenção, de três meses a um
ano, e multa.
15
Este estudo tem como objetivo identificar se os tutores de cães e gatos
atendidos no Hospital Veterinário Rural da Amazônia (UFRA) estão utilizando os
cuidados preventivos por meio de vacinação, vermifugação e controle de
ectoparasitas em seus animais. Ainda quais seriam os principais entraves para as
pessoas não estarem realizando essas medidas preventivas, observar se há
influência da renda familiar e grau de escolaridade na realização da prevenção,
quantos animais já ficaram doentes por falta de cuidados preventivos e se
consideram as medidas preventivas importantes para a manutenção da saúde e
bem-estar animal.
1.1 Controle Parasitário
1.1.1 Ectoparasitas
Segundo Labruna e Pereira (2001), no Brasil há várias espécies de
carrapatos parasitando os cães. Contudo, a ocorrência das diferentes espécies
depende da localidade, como resultado das características epidemiológicas de cada
região. Nos cães criados em ambientes urbanos, dentro ou fora da residência, e que
não tem acesso a áreas onde vivem carnívoros ou mamíferos silvestres, os
carrapatos encontrados, em sua grande maioria, pertencem à espécie Rhipicephalus
sanguineus. Já nos cães que vivem em áreas rurais ou suburbanas, é mais
frequente a infestação pelo gênero Amblyomma, sendo o Amblyomma cajenense o
principal (BRASIL, 2016). Os carrapatos sobrevivem como adultos sem se alimentar
de 155 a 568 dias, e podem transmitir a infecção por até 155 dias após se tornarem
infectados (DAGNONE, 2001).
Os carrapatos podem causar desconforto pela picada que produz irritação
local, anemia por perda de sangue, inoculação de toxinas e transmissão de vírus,
riquétsias, bactérias e protozoários patogênicos. Algumas espécies do gênero
Amblyomma estão incriminadas como vetor da febre maculosa brasileira em seres
humanos (LABRUNA; PEREIRA, 2001). De acordo com Unver et al. (2001), o R.
sanguineus transmite para o cão a Babesia canis, B. gibsonii, Ehrlichia canis, o
agente não classificado da hemoplasmose (hemobartonelose) canina, Hepatozoon
canis e a Bartonella vinsonii subsp berkhoffii . A erliquiose monocítica canina e a
bartonelose canina, já foram identificadas em seres humanos. (ROUX et al., 2000)
16
Segundo Nogari et al. (2003), as rickettsioses são zoonoses transmitidas por
carrapatos. A Rickettsia rickettsii é responsável pela febre maculosa das montanhas
rochosas, causando, nos animais, anorexia, pirexia, sinais neurológicos, mialgia,
artralgia, linfadenopatia generalizada, edema da face e dos membros e dispnéia. O
vetor é o carrapato Dermacentor variabilis, carrapato com três hospedeiros
permanentes: homem, cão e gato. Ainda, o gênero Ehrlichia, pertencente à família
das Rickettsiaceae, constitui-se de bactérias intracelulares obrigatórias dos
leucócitos (monócitos e polimorfonucleares) ou trombócitos. Estas rickettsias
infectam essencialmente os animais, existindo espécies que acometem
naturalmente os canídeos, equídeos, ruminantes, e o homem. A Ehrlichia canis e
Ehrlichia platys são transmitidas pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus (carrapato
marrom do cão), sendo a erliquiose uma doença comum em cães de evolução
frequentemente letal.
A Erliquiose canina é uma doença recentemente confirmada como zoonose,
também conhecida como doença do cão rastreador, pancitopenia canina tropical,
febre hemorrágica canina e tifo canino (VINHOLI, 2000). A erliquiose foi relatada
acometendo aproximadamente 20 a 30% dos cães atendidos em hospitais e clínicas
veterinárias dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e
São Paulo, além do Distrito Federal (DAGNONE et al., 2001).
1.1.2 Endoparasitas
As helmintoses constituem um grave problema na clínica de cães e gatos pela
sua alta prevalência e por serem, algumas delas, consideradas zoonoses. Os
principais helmintos de interesse médico veterinário podem ser divididos em dois
Filos – o Filo Nemathelmintes, que compreende os nematódeos, e o Filo
Platyhelminthes, formado pelos cestódeos e trematódeos (ALMEIDA; ARYES,
1999). Abaixo seguem figuras com os principais endoparasitas em cães (Figura 1).
17
Figura 1 – Principais endoparasitas em cães.
Fonte: Adaptado de Pereira, 2017.
De acordo com Dos Santos et al. (2002), apesar de distribuição cosmopolita
desses parasitas, concentram-se mais em ambientes pobres, com menor higiene.
Esses ambientes constituem-se nos de maiores riscos para infecções humanas por
esses agentes.
Animais infectados com enteroparasitos podem ser assintomáticos e como
portadores vir a favorecer a contaminação ambiental e o estabelecimento de novos
casos. O homem pode contrair a infecção devido ao contato direto com os animais
ou com suas fezes, principalmente ao brincar com os mesmos, ao efetuar a limpeza
do local onde o animal vive, e também por água ou alimentos contaminados com
ovos dos parasitos e ainda por penetração cutânea de larvas (EL KOUBA et al.,
2003).
Parasitas intestinais podem desenvolver afecções responsáveis por alta
morbidade e mortalidade em cães e gatos jovens e adultos. O fácil acesso as praças
e parques, a falta de bom senso de proprietários que não recolhem as fezes de seus
18
animais de estimação, deixando-as expostas em vias públicas e locais de lazer,
somados à carência de informações a respeito dos mecanismos de transmissão das
doenças parasitárias contribuem para a contaminação do ambiente (LEITE et al.,
2007).
1.2 Controle de doenças virais
Segundo Flores (2012), a vacinação tem sido extremamente importante no
controle de várias enfermidades infecciosas humanas e animais, constituindo-se em
uma das formas mais eficazes e com relação custo-benefício mais favorável no
controle de doenças em populações. Atualmente, existem mais de uma centena de
vacinas de uso veterinário e dezenas de vacinas humanas em uso. As vacinas
podem conter em sua composição vírus vivo, em geral mais efetivas, ou não-vivo, no
qual existem algumas restrições ao seu uso. Da mesma forma, as vacinas não-vivas
possuem algumas vantagens em relação às vivas. Em algumas circunstâncias,
somente é aconselhável o uso de vacinas não-vivas, pois o uso de vacinas vivas
pode trazer consequências indesejáveis. A tabela 1 cita as vantagens e
desvantagens para cada um dos tipos de vacina.
Tabela 1 – Vantagens e desvantagens das vacinas atenuadas e mortas.
Vivas (atenuadas) Não-vivas (mortas, peptídeos,
subunidades)
Induzem resposta humoral e celular (CD8+);
Somente resposta humoral;
Induzem imunidade rápida e duradoura; Imunidade limitada e passageira;
Aplicação única (geralmente); Requerem múltiplas aplicações;
Não necessitam adjuvante; Necessitam adjuvante;
Quantidade pequena de antígeno; Quantidade grande de antígeno;
Administração parenteral e nasal
(algumas);
Administração parenteral;
Baixo custo; Alto custo;
Raros efeitos colaterais; Efeitos colaterais frequentes;
Podem reverter à virulência; Não revertem à virulência;
Geralmente instáveis (armazenamento) Estáveis;
Podem ser transmitidas ao feto/outros animais;
Sem risco de transmissão;
Não devem ser administradas à Podem ser administradas em individuos
19
indivíduos com imunodeficiência; com imunodeficiência;
Risco de agentes contaminantes. Pouco risco de agentes contaminantes. Fonte: Adaptado de Flores (2012).
De acordo com Kano et al. (2007), diversas estratégias têm sido utilizadas
para o desenvolvimento de diferentes tipos de vacinas. As vacinas de primeira
geração foram produzidas com microrganismos vivos e atenuados. Na última
década, o grande avanço da biologia molecular permitiu a introdução de novas
estratégias para a obtenção e a produção de antígenos e foram otimizadas novas
maneiras de se administrar e apresentar esses antígenos para as células do sistema
imune. Estas estratégias permitiram o desenvolvimento de vacinas mais seguras,
eficazes e polivalentes. Entre estas estão as de subunidades, consideradas de
segunda geração, constituídas de antígenos purificados e provenientes de fontes
naturais ou sintéticas, e antígenos recombinantes. As vacinas gênicas ou de terceira
geração surgiram com a introdução de genes ou fragmentos de genes, que
codificam antígenos potencialmente imunogênicos, em vetores virais ou em DNA
plasmidial (RODRIGUES JR et al., 2004).
Na medicina para pequenos animais, há lentidão para entender o conceito de
"imunidade do rebanho". A vacinação dos animais de estimação individuais é
importante, não só para proteger o indivíduo, mas para reduzir o número de animais
suscetíveis na população regional e, desse modo, a prevalência da doença.
Portanto, todo esforço deve ser feito para vacinar uma porcentagem mais alta de
gatos e cães com as vacinas essenciais. (DAY et al., 2016).
Não é possível simplesmente induzir "mais" imunidade em um animal
individual fazendo vacinações repetidas, isto é, um cão recebendo uma vacina
contendo vírus vivo modificado (VVM) essencial a cada 3 anos estará igualmente
bem protegido comparado a um recebendo a mesma vacina anualmente (BOHM et
al. 2004, MOUZIN et al. 2004, MITCHELL et al. 2012), mas este pode não ser
necessariamente o caso para as vacinas essenciais para felinos.
Segundo o estudo realizado por Suhett et al. (2013), na região sul do Estado
do Espírito Santo, 80% dos cães são vacinados anualmente com a vacina
antirrábica, no entanto, 44% realiza a vacinação polivalente anual em seus animais,
indicando uma falta de conscientização da população. Lages (2009), afirma que o
20
conhecimento e a educação são a base para qualquer programa de prevenção,
controle e erradicação de doenças.
Embora seja difícil obter números precisos, mesmo nos países desenvolvidos,
estima-se que apenas 30 a 50% da população de animais de estimação seja
vacinada, e este valor é significativamente menor nas nações em desenvolvimento.
A recessão econômica global pós 2008 teve ainda mais impacto no consumo de
cuidados de saúde preventivos pelos donos de animais de estimação nos países
desenvolvidos e dados da pesquisa sugerem um recente declínio na vacinação
(ANON, 2013).
Para a vacinação ser ampla e acessível para a população são necessárias
intensas campanhas educacionais na mídia e nas escolas, tratando da necessidade
de se vacinar o animal. (SANTANA et al., 2004).
De acordo com Day et al. (2016), desde 2003, a American Animal Hospital
Association (AAHA) produz um documento que traz recomendações sobre a
vacinação de cães nos Estados Unidos e no Canadá, o qual passou pela ultima
atualização em 2011. De modo similar, a World Small Animal Veterinary Association
(WSAVA) Vaccination Guidelines Group (VGG) publicou uma segunda edição do
guia de recomendações de vacinas para cães e gatos, mas, no entanto sua
abrangência é mundial. O VGG considera que uma vacina essencial é aquela que
todos os cães e gatos em todo o mundo devem receber, nos intervalos
recomendados, para fornecer proteção por toda a vida contra doenças infecciosas
de significância global.
1.2.1 Vacinação de cães
De acordo com Brasil (2008), a vacinação animal, coordenada, executada e
avaliada pelo setor Saúde no Brasil, tem como foco a proteção e a promoção da
saúde da população humana e refere-se à vacinação antirrábica de cães e gatos,
considerando-se que, atualmente, esta é a única vacina animal preconizada e
normatizada pelo Ministério da Saúde para uso no serviço público de saúde, visando
à prevenção e ao controle de zoonoses no país. A vacinação é realizada em massa
ou por bloqueio de foco, sendo uma das ferramentas do Programa Nacional de
Vigilância e Controle da Raiva no Brasil. A vacinação em massa é organizada por
21
meio de campanha, podendo ser executada casa a casa, postos fixos ou ainda,
ambos. De acordo com a situação epidemiológica, alguns estados realizam a
vacinação por meio de campanhas anuais, e outros, apenas por meio de atividade
de bloqueio de foco.
Araújo (2000) afirma que a raiva é uma das doenças virais que pode ser
prevenida através da vacinação. Esta é uma doença cosmopolita, que compromete
o Sistema Nervoso Central (SNC), causando quadro de encefalite. Pode acometer
todas as espécies de mamíferos, incluindo o homem, com letalidade de 100%, com
graves impactos na economia e na saúde pública No ciclo urbano, cães e gatos
constituem-se nas principais fontes de infecção, sendo que para o ser humano, os
maiores transmissores urbanos são os cães e os quirópteros, enquanto para os
herbívoros o morcego hematófago Desmodus rotundus é o principal transmissor da
doença. Das várias zoonoses que o cão e o gato podem transmitir aos seres
humanos, a raiva é a que mais merece atenção (BRASIL, 2013).
A cinomose canina é uma enfermidade infectocontagiosa, que afeta cães e
outros carnívoros, causada por um vírus da Família Paramyxovirus, do gênero
Morbilivírus, da espécie Vírus da cinomose canina (VCC) com característica clínica
aguda, subaguda e crônica (MANUAL..., 2008). Sua ocorrência é mundial, sem
sazonalidade e sem preferência por sexo ou raça, sendo a maior incidência em
animais jovens, entretanto pode atingir qualquer idade (NELSON; COUTO, 2006). A
transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas contaminadas.
Após o contato do vírus com o epitélio ocorre a replicação viral nos
macrófagos e disseminação para o sistema respiratório, gástrico e nervoso, com
características sintomáticas específicas em cada sistema, sendo o nervoso
considerado o mais crítico, destando-se a encefalite (QUINN et al., 2005,
MANUAL..., 2008).
A hepatite infecciosa canina ou doença de Rubarth é uma doença viral
multissistêmica, causada pelo adenovírus canino tipo 1 (CAV-1). Já há muito tempo
é reconhecida como causa de necrose hepática aguda em cães. Os animais
acometidos são os cães e outras espécies das famílias Canidae e Ursidae (In 1962).
O CAV-1 é adquirido por meio de exposição oronasal (BICHARD; SHERDING,
2004). Piacesi et al. (2010) afirmam que os sinais clínicos devem-se à lesão celular,
22
tanto dos hepatócitos quanto do endotélio vascular, como resultado da replicação
viral. Desta forma, podem ser observadas hemorragias e até mesmo diáteses
hemorrágicas provocadas pela lesão endotelial, além de sinais neurológicos
causados pelo dano vascular. Esta doença está associada à necrose centrolobular
do fígado, peri-hepatite infecciosa, perturbações cardiovasculares e ascite.
O agente etiológico da leptospirose é uma bactéria que compõe a ordem
Espirochaetales, família Leptospiraceae e o gênero Leptospira (QUINN et al., 2005).
A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial que acomete os animais
domésticos, silvestres e o ser humano (BATISTA et al., 2004). Os cães (Canis
familiares) e o rato de esgoto (Rattus novergicus) são os principais reservatórios da
leptospira no ambiente urbano (RIBEIRO et al., 2003). Segundo Geisen et al. (2007),
a leptospirose pode apresentar-se na forma aguda, subaguda e crônica. Pode
ocorrer disfunção da coagulação e levar a coagulação intravascular disseminada
(CID) e a leptospiremia maciça pode resultar em choque e óbito. Nas infecções
menos graves causam febre, anorexia, vômito, desidratação, poliúria, polidpsia, e
mialgia. A deterioração da função renal progressiva resulta em oligúria ou anúria.
Alguns cães podem apresentar icterícia. A maioria das infecções por leptospira em
cães ocorre de forma subclínica assintomática a crônica com quadros de
insuficiência renal e hepática.
Suzuki et al. (2008), afirmam que a traqueobronquite infecciosa canina
conhecida também como “tosse dos canis” ou gripe canina, é uma enfermidade que
acomete o sistema respiratório dos cães. A doença aparece de forma súbita
podendo ocorrer em animais de qualquer faixa etária, tendo como característica a
ocorrência de episódios de tosse associados à dificuldade respiratória de
intensidade variável, sendo que animais não vacinados podem apresentar
broncopneumonia bacteriana. Os agentes causadores desta doença são a
Parainfluenza, Adenovírus canino tipo-1, Adenovírus canino tipo-2, Bordetella
bronchiseptica e o Mycoplasma sp.
A parvovirose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por um vírus
de tamanho extremamente pequeno, o parvovírus, observado em diversos animais,
cujo vírus é pertencente à família Parvoviridae. O parvovírus canino é responsável
por gastroenterite aguda e parece estar limitado somente aos canídeos
23
(RODOSTITS, 2000). Os sinais clínicos mais comuns da parvovirose é febre,
leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos do sangue) além de sintomas
cardíacos nos filhotes anorexia, depressão, vômitos, pirexia, rápida desidratação,
diarreia sanguinolenta líquida e fétida e rápido emagrecimento. A morte de animais
severamente afetados é uma consequência da destruição extensa do epitélio
intestinal, com consequente desidratação, além da possibilidade de choque
endotóxico. (LARA, 2004).
Segue abaixo a Tabela 2 com as diretrizes da WSAVA sobre vacinação em
cães:
Tabela 2 – Diretrizes da WSAVA para vacinação de cães.
Diretrizes da WSAVA para Vacinação Canina
Vacina Vacinação Inicial do Filhote
Vacinação Inicial do
Adulto
Recomendação de revacinação
Recomendações e Comentários
Parvovírus canino-2 Vírus da cinomose canina Adenovírus canino-2 CPV-S Adenovírus canino-1
Administrada a 6-8 semanas, então a cada 2 a 4 semanas, até 16 semanas de idade ou mais.
Duas doses com intervalos de 2-4 semanas são recomendadas pelo fabricante, mas uma dose é considerada protetora.
Reforço com 6 meses a 1 ano de idade. Depois, não mais que a cada 3 anos.
Essencial.
Raiva Vírus da parainfluenza
Administrar uma dose com 12 semanas de idade, se for feito antes filhote deve ser revacinado neste período. Em áreas de alto risco pode ser feita uma segunda dose com 2-4 semanas após. Administrar as 6-8 semanas,
Dose única. Duas doses com
Reforço a 1 ano de idade. Vacinas antirrábicas com D1 de 1 ou 3 anos estão disponíveis. O momento dos reforços é determinado pela vacina D1 licenciada, mas em algumas áreas pode ser determinado por lei. Anualmente ou mais frequente
Essencial, quando exigida por lei ou em áreas endêmicas. Não essencial.
24
então depois a cada 2-4 semanas até 16 semanas de idade ou mais.
intervalos de 2-4 semanas são recomendadas pelo fabricante, mas uma dose é considerada protetora.
em animais de risco muito alto não protegidos por reforço anual.
Bordetella bronchiseptica
Administrar uma única dose já as 3 semanas de idade.
Única dose Anualmente ou mais frequente em animais de risco muito alto não protegidos por reforço anual.
Não essencial.
Borrelia burgdorferi
A redomedação é de uma dose inicial com 12 semanas de idade ou mais. Uma segunda dose é recomendada com 2-4 semanas depois. Podendo serem dadas com 9 semanas de idade se houver alto risco.
Duas doses, intervalos de 2-4 semanas.
Anualmente, revacinar antes do inicio da estação dos carrapatos.
Não essencial. Geralmente recomendada somente em cães com alto risco de exposição conhecido.
Lepstospira interrogans (soro grupos canicula e icterohaemorrhagie)
Dose inicial a partir de 8 semanas de idade ou mais. Uma segunda dose é recomendada com 2-4 semanas.
Duas doses com intervalo de 2-4 semanas.
Anualmente. Não essencial.
Vírus da gripe canina Coronavírus canino
Duas doses com intervalo de 2-4 semanas, com a dose inicial >6 semanas de idade.
Duas doses com intervalo de 2-4 semanas.
Anualmente. Não essencial. Não recomendada.
Onde as informações desta tabela não forem condizentes com as da folha de dados (EB2), é dado o nível de evidência que respalda as recomendações.
25
O VGG não considerou os seguintes produtos que tem disponibilidade restrita: Crotalus atrox (vacina para cobra cascavel ocidental) e Crotalus adamanteus (vacina para cobra cascavel ocidental) – Licença da USDA condicional. Babesia vaccine – licenciada na UE Vacina para herpesvírus canino - licenciada na UE Vacina para leshimaniose - licenciada na UE e Brasil. Fonte: Adaptado da WSAVA, 2016.
1.2.2 Vacinação de gatos
De acordo com Little (2012), a prevalência corrente de vacinação em
população de gatos não é suficientemente alta para alcançar um bom nível
imunológico da comunidade e a eliminação de agentes infecciosos, com a estimativa
de apenas 25% dos gatos na América do Norte tendo sido vacinados. A implicação
prática desta estatística é que o objetivo mais realista consiste na contenção e no
controle de infecção em populações definidas de gatos (p. ex., ambientes com vários
gatos), junto à proteção do animal individualmente contra doenças e infecções. No
entanto, o objetivo de alcançar uma população bem maior de gatos por meio de
vacinação não deve ser desprezado. Assim, o grupo de diretrizes para vacinas VGG
da WSAVA afirmou que o objetivo deve ser imunizar qualquer animal, porém cada
um individualmente com menor frequência.
Henzel et al. (2012) e Hawkins (2006) afirmam que nos gatos as principais
causas de doença respiratória superior infecciosa são dois vírus altamente
contagiosos: o herpesvírus felino 1 (FHV-1), também conhecido como vírus da
rinotraqueíte viral felina (RVF) e o calicivírus felino (FCV). Estes agentes fazem parte
do chamado complexo respiratório viral felino (CRVF). Esses agentes virais são
muito contagiosos e frequentemente endêmicos em recintos com populações de
gatos. O FVH-1 e o FCV tem uma distribuição cosmopolita, podendo acometer gatos
de ambos os sexos. Ainda, Bordetella bronchiseptica, Chlamydophila felis e
Mycoplasma sp. estão menos comumente envolvidas nas afecções respiratórias.
O FHV-1 e o FCV em associação ou separados, ambos ocasionam quadro
clínico de espirros, secreção nasal e ocular, dispneia, conjuntivite e tosse. Além
disso, os gatos com calicivirose apresentam úlceras orais e estomatites crônicas.
Deve-se enfatizar que os animais curados da infecção tornam-se portadores e,
obviamente, são fonte de infecção para outros gatos (LAPPIN, 2012). A Bordetella
pode causar tosse e, nos animais jovens, pneumonia. Na infecção por
Chlamydophila predominam sinais oculares, tais como conjuntivite mucupurulenta
26
aguda ou crônica, que pode começar unilateralmente e posteriormente torna-se
bilateral (HAWKINS, 2006).
A Panleucopenia Felina (FPL) é uma doença infectocontagiosa de alta
morbidade e mortalidade, com curso rápido, que atinge principalmente a família
Felidae. Os principais acometidos são os gatos domésticos não vacinados de 3 a 6
meses de idade. A doença pode se desenvolver nas formas aguda, superaguda ou
subclínica. É caracterizada principalmente por sinais clínicos como febre, depressão,
anorexia, vômitos e diarreia com fezes escuras e presença de melena,
acompanhada de uma leucopenia grave por neutropenia com ou sem linfopenia,
dando o nome da doença. O agente etiológico é o vírus da Panleucopenia Felina
(PVF), da família Parvoviridae, sendo que este só se replica em tecidos com alta
taxa mitótica como intestino, tecido linfoide e medula óssea (STECKERT et al.,
2012).
De acordo com Meinerz et al. (2010) e Arjona (2000) o vírus da Leucemia
Felina (VLFe) é um retrovírus oncogênico e imunossupressor de distribuição mundial
que afeta felinos domésticos e silvestres. A transmissão ocorre via contato direto
entre o animal infectado e o suscetível, através da saliva, mordeduras,
acasalamento e com secreções contaminadas. As manifestações clínicas do VLFe
são atribuídas aos efeitos oncogênicos e imunosupressores do retrovírus, incluindo-
se sinais clínicos inespecíficos como febre, anemia, linfadenopatia, perda de peso,
glomerulonefrites, enterites, atrofia do timo com consequente alta taxa de
mortalidade.
Segue abaixo a Tabela 3 com as diretrizes da WSAVA sobre vacinação em
felinos:
Tabela 3 – Diretrizes da WSAVA para vacinação de gatos.
Diretrizes da WSAVA para Vacinação Felina
Vacinas Vacinação Inicial do Filhote
Vacinação Inicial do
Adulto
Recomendações de Vacinação
Comentários
Parvovírus felino
Iniciar entre 6-8 semanas de idade e, então, a cada 2-4 semanas até 16 semanas de idade ou mais.
Geralmente fabricantes recomendam 2 doses com intervalo de 2-4 semanas, mas uma dose da
Revacinação aos 6 meses ou 1 ano de idade e, então, não mais frequentemente do que a cada 3 anos.
Essencial.
27
vacina é considerada protetora.
Herpesvírus felino-1
Iniciar entre 6-8 semanas de idade e, então, a cada 2-4 semanas até 16 semanas de idade ou mais.
Duas doses com intervalo de 2-4 semanas.
Reforço aos 6 meses ou 1 ano de idade e, então, não mais frequentemente do que a cada 3 anos para um gato de baixo risco. A revacinação anual deve ser fornecida para um gato de risco mais alto.
Essencial.
Calicivírus felino
Iniciar entre 6-8 semanas de idade e, então, a cada 2-4 semanas até 16 semanas de idade ou mais.
Duas doses com intervalo de 2-4 semanas.
Reforço aos 6 meses ou 1 ano de idade e, então, não mais frequentemente do que a cada 3 anos para um gato de baixo risco. A revacinação anual deve ser fornecida para um gato de risco mais alto.
Essencial.
Raiva Administrar única dose já nas 12 semanas de idade e revacinação 1 ano depois.
Administrar única dose e revacinação 1 ano depois.
Revacinação de acordo com a DI ou conforme o exigido pelos regulamentos locais.
Essencial.
Fonte: Adaptada de WSAVA, 2016.
28
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O projeto foi realizado no Hovet/UFRA. O período de estudo foi de 01 de outubro
de 2017 a 31 de dezembro de 2017. Foi utilizado aplicação de questionário de forma
aleatória para tutores de cães e gatos, no qual foram abordadas 100 pessoas. Esses
tutores receberam os questionários no final da consulta, após assinarem o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Considerando a grande relevância do cotidiano dos atendimentos do Hospital, o
questionário abordou três pontos importantes: vacinação, vermifugação e controle
de ectoparasitas. Cada item contou com algumas questões relacionadas entre si e
com opções de respostas imediatas, totalizando 13 questões objetivas. As perguntas
foram direcionadas ao animal que estava sendo atendido, não sendo considerados
outros animais que o tutor possuisse.
Os critérios utilizados para considerar se as medidas preventivas estavam
sendo feitas corretamente foram:
Vacinação: Realização no mínimo das vacinas essências (múltipla/tríplice e
antirrábica) no primeiro ano de vida. Sendo, 3-4 doses da múltipla em cães, 2
doses da tríplice em gatos e uma antirrábica para ambos. Seguido da
repetição anual, uma aplicação de cada, durante os anos de vida do animal.
Vermifugação: Realização da vermifugação no mínimo uma vez ao ano.
Controle de ectoparasitas: Depende do tipo de método de controle utilizado e
a frequência que este é utilizado. Além de que o controle deve ser feito não
apenas nos períodos em que o animal apresenta-se parasitado.
Ainda, os tutores foram questionados a respeito de sua renda familiar e grau de
escolaridade, com objetivo de correlacionar esses fatores com a realização das medidas
preventivas e, nesta análise foi utilizado o Método do Qui-Quadrado. No qual foi
considerado o grau de liberdade 5% para renda familiar e grau de escolaridade.
Quanto maior ꭙ2j for de ꭙ2
j,crítico (onde j é o grau de liberdade), maior será de
dependência da renda familiar e do grau de escolaridade com o controle de
endo/ectoparasitas e com a vacinação.
29
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação à renda familiar (Figura 2), os tutores foram divididos entre intervalos
de salarios minimos (SM): até 1 SM, entre 1 a 3 SM, entre 4 a 6 SM e mais de 7 SM.
Foi observado que a maioria dos clientes possuem uma renda familiar entre 1 a 6
SM, não havendo diferença estatística significativa entre 1 a 3 SM (39%) com 4 a 6
SM (35%). Além disso, houve o mesmo número de pessoas atendidas com mais de
7 salários minimos e até 1 salário minimo, cada uma contendo 13% da amostra.
Logo, a maioria das pessoas atendidas possui uma renda famíliar de 1 a 6 salários
mínimos. Em comparação a um estudo chamado “Práticas de Vacinação e Cães e
Gatos no Hospital Veterinário da UNESP- Jaboticabal/SP” feito por Aptekmann e
colaboradores (2013), onde os tutores foram questionados a respeito da sua renda
familiar, foi observado que 65% recebiam acima de 4 SM, 18% de 2 a 4 e 10% de 1
a 2 SM. Do total, 7% se negou a responder ou não soube informar. Analisando os
dois trabalhos, foi observado pessoas de maior renda familiar entre os tutores
atendidos em Jaboticabal. Além disso, as pessoas que são atendidas no Hovet
possuem uma renda familiar maior do que era pensando, visto que um dos objetivos
do hospital é o atendimento da população mais carente.
Figura 2 – Renda familiar dos tutores atendidos no Hovet. (Hovet/Belém, 2017).
Os tutores também foram agrupados de acordo com o grau de escolaridade
(Figura 3), no qual pode-se concluir que a maioria possuiam o ensino superior
completo (40%), enquanto que apenas 4% não haviam completado o fundamental,
12% com ensino médio incompleto, 19% com ensino médio completo e 25% com
ensino superior incompleto. Não foram encontrados analfabetos e pessoas apenas
com ensino fundamental completo. Em uma comparação com o estudo feito por
13%
39% 35%
13%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Até 1 salário minimo 1 a 3 salários mínimos 4 a 6 salários mínimos Mais de 7 saláriosmínimos
30
Aptekmann e colaboradores (2013), no qual a maioria dos entrevistados (82%) tinha
ensino médio e superior; 11% tinham entre a 5a e a 8a série do ensino fundamental;
6% eram analfabetos ou possuíam até a quarta série do ensino fundamental. Foi
observado que a maioria dos entrevistados de ambos os estudos encontrava-se com
o ensino médio ou superior completo, contudo no Hovet/UFRA o maior destaque foi
entre as pessoas com ensino superior completo, enquanto que no outro estudo não
houve esclarecimento das pessoas distribuídas entre o ensino médio e o superior.
Figura 3 – Grau de escolaridade dos tutores atendidos no Hovet. (Hovet/Belém, 2017).
Os tutores foram questionados a respeito da vacinação no primeiro ano de
vida, objetivando identificar quais vacinas foram aplicadas em seus animais (Figura
4). Dentre os tipos de vacinas, fizeram parte das opções do questionário a
antirrábica, a múltipla, a tosse dos canis ou gripe canina e a giárdia, podendo ser
marcada mais de uma opção. No total foram feitas 153 vacinas, nas quais
aproximadamente 47% (71 vacinas) eram antirrábica, 41% (64 vacinas) múltipla, 6%
(9 vacinas) giárdia e 6% (9 vacinas) tosse dos canis. Houve uma ligeira
predominância da antirrábica em relação à múltipla, uma diferença percentual de 9%
entre elas. Em um estudo realizado por Aptekmann e colaboradores (2013), dos 115
entrevistados tutores de cães e 27 dos tutores de gatos, 91% dos cães e 85% dos
gatos eram vacinados contra raiva, não havendo diferença percentual significativa
entre eles. Em relação às outras vacinas, cães vacinados com múltipla
representavam 79%, 6% vacinados para gripe canina e 3% contra giárdia. Em
relação aos felinos, 56% eram vacinados com outras vacinas além da antirrábica, no
qual apenas 73% relataram ter vacinado com a polivalente ou a tríplice, enquanto o
restante não sabia informar qual vacina fez. Comparando os dois trabalhos, a
maioria dos tutores vacinou seus animais contra raiva.
4% 0
12%
19%
25%
40%
05
1015202530354045
En.FundamentalIncompleto
En.Fundamental
Completo
En. MédioIncompleto
En. MédioCompleto
En. SuperiorIncompleto
En. SuperiorCompleto
31
Figura 4 – Vacinas mais realizadas durante o primeiro ano de vida nos animais atendidos no Hovet.
(Hovet/Belém, 2017).
Do total de tutores atendidos, apenas 56 pessoas (56%) fizeram mais de uma
vacina no primeiro ano de vida de seu animal. Deste, 47 pessoas (aproximadamente
84%) fizeram as vacinas antirrábica e múltipla, 2 pessoas (4%) fizeram tosse dos
canis e giárdia e apenas 7 pessoas (12%) realizaram todas as vacinas do
questionário. Conclui-se que a maioria dos proprietários deu prioridade para as
vacinas essenciais no primeiro ano de vida do seu animal, contudo, 11% das
pessoas entrevistadas (11 pessoas) não vacinaram seus animais no primeiro ano de
vida (Figura 5). Segundo Day et al. (2016), nas situações culturais ou financeiras em
que o animal de estimação pode ter apenas o benefício de uma única vacinação,
aquela vacinação deve ser com vacinas essenciais na idade de 16 semanas ou
mais.
Figura 5 – Distribuição dos grupos de vacinas mais feitos pelos tutores em seus animais no primeiro
ano de vida. (Hovet/UFRA, 2017).
Ainda sobre as vacinas, os tutores também foram questionados a respeito das
vacinas que repetem anualmente em seus animais (Tabela 4). Foi constatado que
47%
41%
6% 6%
Antirrábica
Múltipla
Gripe canina
Giárdia
84%
4%
12%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Antirrábica e múltipla
Múltipla, gripe canina egiárdia
Todas
Grupos de Vacinas Feitas no Primeiro Ano de Vida
Vacinas
32
50% das vacinas repetidas eram antirrábica, 44% múltipla, 3% giárdia e o restante,
3%, gripe canina. Não houve diferença significativa entre revacinação da antirrábica
e a múltipla, mostrando que entre o grupo de tutores que vacinam não houve
diferença na procura por estas vacinas, ao contrário das opcionais para gripe canina
e giárdia. Segundo Schuller et al. (2015), enfatizam que a revacinação trienal dos
adultos não se aplica, em geral, às vacinas essenciais inativadas (exceto a
antirrábica), às vacinas não essenciais e nem às vacinas contendo antígenos
bacterianos. Portanto os produtos contendo Leptospira, Bordetella e Borrelia
(doença de Lyme), mas também componentes do vírus da parainfluenza, requerem
reforços mais frequentes para proteção confiável. Contudo, no Brasil ainda
recomenda-se que a múltipla seja feita anualmente, devido ao país, diferentemente
de outros países, ser endêmico para cinomose. Nos locais em que a cinomose é
endêmica, como no Brasil, é crescente o número de mortes de cães que sucumbem
à doença (AMUDE et al., 2006).
Tabela 4 – Distribuição das vacinas repetidas anualmente pelos tutores atendidos no Hovet
(Hovet/UFFRA, 2017).
Vacinas Feitas Anualmente
Repetição anual de vacinas Número de Vacinas
Porcentagem
Múltipla 30 44%
Antirrábica 34 50%
Tosse dos canis 2 3%
Giárdia 2 3%
Total 68 100%
Dentre as vacinas repetidas anualmente, identificou-se que 30% dos clientes
faziam apenas antirrábica, enquanto que 3% realizavam só a múltipla. A vacina de
giárdia e gripe canina não foi repetida de forma isolada por nenhum dos
entrevistados. Logo, observou-se que de forma isolada uma maior procura na
realização da antirrábica em relação às demais vacinas.
Entre os clientes atendidos, somente 27 pessoas (27%) repetiram mais de uma
vacina anualmente (Tabela 5): 24 (88%) pessoas múltipla e antirrábica; 1 (3%)
múltipla, antirrábica e tosse dos canis; 1 (3%) múltipla e giárdia. Apenas uma pessoa
revacinou com as quatro vacinas anualmente. Comparando com outros estudos, um
feito por Aptekmann e colaboradores (2013), dos 115 entrevistados tutores de cães
e 27 dos tutores de gatos, 91% dos cães e 85% dos gatos eram vacinados contra
33
raiva, não apresentou diferença significativa entre eles. Em relação às outras
vacinas, cães vacinados com múltipla representaram 79%, 6% vacinados para gripe
canina e 3% giárdia. Em relação aos felinos, 56% eram vacinados com outras
vacinas além da antirrábica, no qual apenas 73% relataram ter vacinado com a
polivalente ou a tríplice, enquanto o restante não soube informar qual vacina fez.
Tabela 5 - Distribuição dos grupos de vacinas repetidas anualmente pelos tutores atendidos no Hovet
(Hovet/UFFRA, 2017).
Grupos de Vacinas Feitas Anualmente
Grupo de Vacinas Número de Vacinas
Múltipla e antirrábica 24
Múltipla, tosse dos canis e antirrábica 1
Múltipla e tosse dos canis 1
Todas 1
Total 27
Em contra partida, 40% das pessoas que participaram do trabalho não
revacinaram seus animais. Contudo, dentro desse grupo 27% (11 pessoas), não
revacinaram, pois o animal ainda não tinha idade para fazer a próxima dose, não
sendo considerada assim falha no calendário de vacinação devido ao tempo que
precisa ser respeitado entre as aplicações. Day et al. (2016) afirmam que a
recomendação do VGG é para a vacinação essencial inicial ocorra entre 6-8
semanas de idade e então a cada 2-4 semanas até as 16 semanas de idade ou
mais. De acordo com esta recomendação, quando a vacinação é iniciada entre 6 a 7
semanas de idade, uma série de quatro vacinas essenciais primárias seria
administrada com um intervalo de 4 semanas, mas somente três seriam necessárias
com início em 8 ou 9 semanas de idade e intervalo similar de 4 semanas.
Foram considerados os tutores com falha nos protocolos de vacinação aqueles
que não fizeram todas as vacinas essenciais no primeiro ano de vida e ainda não
fizerm revacinação anual, conforme o estabelecido pelo WASA (2016), onde tais
vacinas seriam a múltipla e a antirrábica. Foi observado que apenas 30% (30
pessoas) fizeram o protocolo correto das vacinas da infância ao atual momento do
trabalho (Figura 6).
34
Figura 6 – Animais atendidos no Hovet com calendário de vacinação completo (Hovet/UFRA,2017).
Os tutores que foram considerados com erros no calendário de vacinação de
seus animais foram questionados sobre o motivo de não a estar realizando
devidamente (Figura 7), podendo ser escolhida mais de uma opção por pessoa.
Dentre as opções de justificativas (71 causas no total) verificou-se que a maioria das
causas 34% (24) alegava falta de desconhecimento, 18% (13) devido ao custo da
vacina, 16% (11) não achava importante vacinar, 14% (10) não tinha tempo para
vacinar e 10% (7) não vacinaram por outros motivos, como o animal estar impedido
de vacinar por doença, gravidez ou ser muito agressivo para permitir manipulação.
Em comparação ao estudo feito por Aptekmann e colaboradores (2013), no
Hospital Veterinário da UNESP (Jaboticabal/SP), onde foram questionados 142
tutores (115 de cães e 27 de gatos) sobre estarem cientes da necessidade da
vacinação anual da antirrábica, foram observados que todos os tutores de gatos e
98% dos tutores de cães sabiam da necessidade de vacinar anualmente contra a
raiva, contudo, mesmo com esses resultados, em relação às demais vacinas 77%
dos tutores de cães e 74% dos tutores de gatos sabiam da necessidade do reforço
anual. Quanto ao custo da vacina, observaram que na opinião dos proprietários de
cães, 21% consideravam o custo alto, 44% médio, 18% baixo e o restante não
soube informar. Entre os tutores de gatos, 48% consideravam o custo alto, 22%
médio, 15% baixo e o restante não soube informar.
30%
70%
Animais com Calendário de Vacinação Completo
Vacinados
Não vacinados
35
Figura 7 – Distribuição das causas de falha no calendário de vacinação pelos tutores atendidos no
Hovet (Hovet/UFRA, 2017).
Em relação ao controle de endoparasitas, no questionário foi abordado a
frequência que os tutores administravam vermífugos em seus animais, e os dados
obtidos (Figura 8) mostraram que 13% (13 pessoas) fez uma vez ao mês, 11% (11)
a cada 3 meses, 38% (38) a cada 6 meses, 9% (9) uma vez ao ano, 5% (5) a mais
de um ano e 24% (24) nunca vermifugaram seus animais. De acordo com Galvão
(2010) o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Piracicaba /SP indica que os
filhotes de mães não vermifugadas devem iniciar a vacinação aos 21 dias de idade e
fazer 3 doses de vermífugo de amplo espectro e em seguida repetir 1 ou 2 vezes
antes do término das vacinas; filhotes de mães vermifugadas fazem a primeira dose
com 30 a 35 dias de vida e a segunda repetindo após 15 dias; animais adultos
sendo vermifugados 2 a 3 vezes ao ano.
16%
18%
34%
14%
8%
10%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
Não acha importante
Custo
Desconhecimento
Falta de Tempo
Dificuldade de transporte
Outros
Distribuição das Causas de Falha no Calendário de Vacinação
Causas
36
Figura 8 – Distribuição do período de vermifugação dos animais atendidos no Hovet. (Hovet/UFRA,
2017).
Também foi levantado no questionário com quem ou onde os tutores
pegavam indicação da medicação para vermifugação (Figura 9), com o objetivo de
saber se buscavam outras fontes além do médico veterinário, visto que informações
errôneas podem levar desde um controle parasitário ineficiente até mesmo ao óbito
por intoxicação. Andrade e Nogueira (2011), afirmam que a intoxicação
medicamentosa é, mundialmente, a maior causa de registro de casos, tanto em
humanos quanto em animais. Muitos fatores favorecem os casos de intoxicação
medicamentosa em animais no Brasil: automedicação por parte dos proprietários
sem consulta veterinária, venda sem prescrição veterinária, falta de fiscalização dos
estabelecimentos que vendem produtos veterinários e propaganda de
medicamentos para o público leigo. Os maiores predispostos às intoxicações são
filhotes e animais idosos.
Na análise dos dados, foi visto que a maioria dos tutores, cerca de 62% (62
pessoas), que vermifugaram seus animais buscaram orientação com o médico
veterinário. O restante, 18% (18) obtiveram informações do funcionário balconista de
pet shop, 4% (4) de um conhecido, 2% (2) com criador de cães e gatos para
comércio e 1% (1) pesquisa na internet. O fato da maioria dos proprietários ter
buscado orientação com o médico veterinário entende-se que estão fazendo
protocolos corretos e seguros.
13%
11%
38% 9%
5%
24%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
uma vez ao mês
a cada 3 meses
a cada 6 meses
uma vez ao ano
há mais de 1 ano
nunca
Frequência de Vermifugação
37
Figura 9 – Fontes de informações que os tutores buscam para fazer o controle de endoparasitas.
(Hovet/UFRA, 2017).
Questionou-se os tutores que não faziam controle de endoparasitas, qual a
razão de não o estarem fazendo. Considerando que o calendário de vermifugação
pode ser adaptado para o estilo de vida de cada animal (número de animais com
quem convivem, ambiente indoor ou domiciliados, peri-domiciliados, meio rural e
livres nas ruas), neste trabalho foi considerado os animais com falha do calendário
de vermifugação os que faziam em uma frequência superior a 1 ano (Figura 10). A
análise dos dados mostrou que a maioria das pessoas que não vermifugaram, 50%
delas, foii devido ao desconhecimento de que precisa vermifugar ou que havia
periodicidade para fosse feita. Constatou-se uma diferença significativa quando
comparada as outras causas, como: faz apenas quando animal está doente (18%),
falta de tempo (10%), não acha importante (8%), custo (8%), dificuldade de
transporte (3%) e outros motivos (3%). Tendo sido observado que a principal causa
foi a falta de desconhecimento, este mostra-se um fator preocupante visto que é
responsabilidade do médico veterinário passar essas informações para os tutores,
pois o controle de verminoses não significa apenas cuidados com a saúde do
animal, mas com as famílias dos proprietários e do resto da população devido
algumas doenças como Toxocara sp. serem zoonoses. Gazzano et al. (2008),
afirma que o comprometimento com a posse responsável não deve ser restrito
apenas aos proprietários, mas é fundamental que o veterinário esteja comprometido
em encorajar e disseminar a posse responsável. A primeira visita de um filhote ao
veterinário é uma oportunidade ideal para o proprietário adquirir informações
essenciais sobre cuidados básicos e necessidades, sobretudo quanto ao
comportamento animal.
62%
18%
4%
2%
1%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Veterinario
Balconista do pet
Conhecido
Criador
Internet
Fontes deinformação
38
Figura 10 - Distribuição das causas de falha no calendário de vermifugação pelos tutores atendidos no Hovet (Hovet/UFRA, 2017).
No questionário também foi abordado o controle de ectoparasitas, quando os
tutores foram questionados a respeito da frequência que usavam medidas
preventivas (Figura 11). Na análise dos dados foi visto que, a maioria deles, 29% (29
pessoas) nunca fez controle de ectoparasitas, 20% (20) fizeram apenas quando
encontraram seus animais infestados, 3% (3) fez uma vez ao ano, 8% (8) a cada 6
meses, 19% (19) a cada 3 meses e 21% (21) fez mensalmente. De acordo com
Brabec (2016) a prevenção dos ectoparasitas nos cães e gatos é importante para
evitar a transmissão de doenças e futuras infestações ambientais. Por isso, o uso de
produtos indicados no combate e controle de pulgas e carrapatos em cães e gatos
deve ser feito com a frequência indicada pelo laboratório e não apenas quando
forem visualizados os ectoparasitas nos animais.
8%
8%
50% 18%
10%
3%
3%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Não é importante
Custo
Desconhecimento
Só quando animal está doente
Tempo
Transporte
Outros
Distribuição das Causas de Falha no Calendário de Vermifugação
Razões
39
Figura 11 - Distribuição da frequência de controle de ectoparasitas nos animais atendidos no Hovet.
(Hovet/UFRA, 2017).
Os tutores que não faziam controle de ectoparasitas ou apenas em casos de
infestação (50% dos entrevistados),foram questionados sobre o motivo de não
estarem fazendo (Figura 12). Foi observado que a maioria das pessoas, 52% (26)
delas, não o fazia, pois não observavam pulgas e carrapatos ou viam poucos.
Enquanto 34% (17) não sabiam que precisavam fazer controle para ectoparasitas,
8% (4) não faziam devido ao custo, 4% (2) alegaram falta de tempo e 2% (1)
alegaram dificuldade de transporte como empecilho. O controle de ectoparasitas
não deve ser somente quando é observada a presença deles nos animais, neste
caso não se trata de controle, mas sim de tratamento da infestação e, além disso, a
maioria das pulgas e carrapatos são encontrados no meio ambiente. De acordo com
Brasil (2008) e Guimarães et al. (2011), devido às características do ciclo de vida
das pulgas e carrapatos, o controle não pode ser focado apenas nos animais. Cerca
de 95% das pulgas e carrapatos estão presentes no ambiente em forma de ovos,
larvas e ninfas, sendo que apenas 5% estão nos animais. Logo, para a prevenção
de infestações e enfermidades transmitidas por esses vetores, é necessária a
adoção de medidas físicas e químicas de controle. Portanto, para que se consiga
êxito na eliminação dos ectoparasitas, é importante a realização do controle
ambiental juntamente com o controle no animal.
0% 10% 20% 30%
Uma vez ao mês
A cada 3 meses
A cada 6 meses
Uma vez ao ano
Em casos de infestação
Nunca
21%
19%
8%
3%
20%
29%
Frequência de Controle de ectoparasitas
Controle deectoparasitas
40
Figura 12 - Distribuição das causas de falha no controle de ectoparasitas pelos tutores atendidos no Hovet (Hovet/UFRA, 2017).
Os tutores foram questionados sobre os métodos que utilizam para fazer
controle de ectoparasitas, podendo ser marcada mais de uma opção por pessoa
(Tabela 6). Na análise dos dados, concluiu-se que o método de controle mais
utilizado foi a medicação pour on (30%). Algumas destas medicações possuem o
efeito hot foot ou “pés quentes” no qual o parasita em contato com a medicação, se
intoxica antes de se alimentar do animal reduzindo assim os riscos de transmissão
de doenças, acrescido da facilidade na aplicação e da considerável variedade de
marcas disponíveis no mercado. Outros métodos que os tutores utilizam são os
shampoos, sabonetes e talcos (20%), limpeza do ambiente com ectoparasiticidas
(18%), ivermectina ou “vacina para carrapato” (14%), retirada manual (14%),
medicação oral (12%) e banho com organofosforados (10%). Segundo Otranto et al.
(2008), exemplo de medicações que auxiliam na prevenção de hemoparasitoses, foi
comprovada a elevada eficácia (> 95%) da associação de imidaclopride (10%) e
permetrina (50%) (Advantix®, Bayer). Para além destes, o fipronil em combinação
com (s)-metopreno (FrontlinePlus®, Merial) e ainda a combinação destes dois
últimos com amitraz (Certifect®, Merial) estão descritos como eficazes na redução
da infestação por R. sanguineus .
0
8%
34%
52%
4%
2%
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Não é importante
Custo
Desconhecimento
Quantidade pequena encontrada ou nada
Falta de tempo
Dificuldade de transporte
Causas de Falha no Controle de Ectoparasitas
Razões
41
Tabela 6 – Distribuição das medidas preventivas para o controle de ectoparasitas pelos tutores do Hovet. (Hovet/UFRA,2017).
Distribuição de Medidas Preventivas para Ectoparasitas
Medidas Preventivas Frequência Porcentagem
Ivermectina ou “Vacina para carrapato” 22 14%
Medicação pour on 45 30%
Medicação oral 19 12%
Limpeza do ambiente com amitraz, deltametrina e
semelhantes
27 18%
Banho com amitraz, deltametrina e semelhantes 16 10%
Shampoo, sabonete e/ou talco 30 20%
Retirada manual 21 14%
Total 150 100%
Dentre as medidas preventivas, sabe-se que há um período indicado para se
repetir as medicações e demais medidas preventivas para ectoparasitas, de forma
que, se os períodos de carência não forem seguidos, o animal ficará susceptível ao
contato com ectoparasitas.
Correlacionou-se o tempo que os laboratórios indicam repetir os produtos com
a frequência que os tutores utilizavam as medicações, buscando avaliar se estavam
fazendo a prevenção de forma eficiente. Não foram consideradas nesta análise as
pessoas que utilizavam os ectoparasiticidas apenas quando havia infestações, visto
que o objetivo é observar falhas nos protocolos de prevenção. Entre os 51 tutores
que fizeram controle pelo menos uma vez ao ano, cerca de 64% (33 pessoas) não
aplicou de forma correta as medidas preventivas. Ou seja, a maioria dos animais
que foram atendidos estavam susceptíveis a serem parasitados devido aos tutores
não terem feito o controle ou o realizado de forma ineficiente.
Procurou-se correlação entre renda familiar (Tabela 7) e grau de escolaridade
(Tabela 8) considerando os tutores estarem ou não realizando as medidas
preventivas devidamente.
Foi observada uma grande dependência entre renda familiar: vacinação (ꭙ23:
93,58 > ꭙ23,crítico: 3,182) , vermifugação (ꭙ2
3:147,5 > ꭙ23,crítico: 3,182) e controle de
ectoparasitas (ꭙ23: 24,58 > ꭙ2
3,crítico: 3,182). Logo, a renda familiar não é
42
independente da realização das medidas preventivas. No estudo feito por
Aptekmann e colaboradores (2013) os resultados não concordaram com este
trabalho, pois neste último foi observado que não houve correlação significativa entre
a renda mensal da família e a realização de vacina antirrábica ou de outras vacinas.
Não foram encontrados outros trabalhos que fizessem correlação entre renda
familiar e controle de endo/ectoparasitas.
No que concerne ao grau de escolaridade: vacinação (ꭙ25: 113,08 > ꭙ2
5,crítico:
2,571), vermifugação (ꭙ25: 74,44 > ꭙ2
5,crítico: 2,571) e controle de ectoparasitas (ꭙ25:
68,62 > ꭙ25,crítico: 2,571). Quanto maior o grau de escolaridade maior foi o número de
pessoas que fizeram as medidas preventivas e quanto menor o grau de
escolaridade, menor o número de medidas preventivas. No estudo feito por
Aptekmann e colaboradores (2013) os resultados condizem com este trabalho, pois
observaram que quanto maior a escolaridade dos tutores, maior o percentual de
realização de outras vacinas, além da antirrábica. Não foram encontrados outros
trabalhos que fizessem correlação do grau de escolaridade com o controle de
endo/ectoparasitas.
Tabela 7 – Correlação entre a renda familiar e a realização dos protocolos de vermifugação, vacinação e controle de ectoparasitas. (Hovet/UFRA,2017).
Renda Familiar Vacinação Correta Vacinação Errônea Total
Até 1 SM 2% 11% 13%
1 a 3 SM 10% 29% 39%
4 a 6 SM 13% 22% 35%
Mais de 7 SM 5% 8% 13%
Total 30% 70% 100%
Renda Familiar Vermifugação Correta
Vermifugação Errônea
Total
Até 1 SM 8% 6% 14%
1 a 3 SM 27% 11% 38¨%
4 a 6 SM 26% 4% 20%
Mais de 7 SM 16% 2% 18%
Total 77% 23% 100%
43
Renda Familiar Controle de Ectoparasitas
Correto
Controle de Ectoparasitas
Errôneo
Total
Até 1 SM 0 13% 13%
1 a 3 SM 6% 33% 39%
4 a 6 SM 8% 27% 35%
Mais de 7 SM 4% 9% 13%
Total 18% 82% 100%
Tabela 8 – Correlação entre o grau de escolaridade e a realização dos protocolos de vermifugação, vacinação e controle de ectoparasitas. (Hovet/UFRA,2017).
Escolaridade Vacinação Correta Vacinação Errônea Total
Fundamental Incompleto
1% 3% 4%
Fundamental Completo
0 0 0
Médio Incompleto 3% 9% 12%
Médio Completo 4% 15% 19%
Superior Incompleto 6% 19% 25%
Superior Completo 16% 24% 40%
Total 30% 70% 100%
Escolaridade Vermifugação Correta
Vermifugação Errônea
Total
Fundamental Incompleto
3% 1% 4%
Fundamental Completo
0 0 0
Médio Incompleto 7% 5% 12%
Médio Completo 12% 7% 19%
Superior Incompleto 20% 5% 25%
Superior Completo 35% 5% 40%
Total 77% 23% 100%
Escolaridade Controle de Ectoparasitas
Correto
Controle de Ectoparasitas
Errôneo
Total
Fundamental Incompleto
0 4% 4%
Fundamental Completo
0 0 0
Médio Incompleto 1% 11% 12%
44
Médio Completo 3% 16% 19%
Superior Incompleto 2% 23% 25%
Superior Completo 12% 28% 40%
Total 18% 82% 100%
Ao analisar-se a Tabela 7, observou-se que diferentemente do que aconteceu
na Tabela 9 onde o grau de escolaridade influenciava de uma maneira positiva no
número de pessoas que faziam as medidas profiláticas, as pessoas com salário
entre 4 a 6 SM, vacinavam e controlavam endo/ectoparasitas mais que as pessoas
com renda superior a 7 SM.
Em uma análise geral das tabelas acima, a maior deficiência preventiva é no
controle de ectoparasitas, apesar de ninguém ter respondido que o acha sem
importância, onde apenas 9 de cada 50 pessoas atendidas fizeram controle de
ectoparasitas de forma correta. Ou seja, onde todos concordam que é importante
para saúde de seu animal é onde está a maior deficiência preventiva. Em seguida, a
segunda menor deficiência está na vacinação, na qual 3 de cada 7 animais
atendidos no Hospital estão com o calendário vacinal correto. Por fim, a medida
preventiva que as pessoas atendidas no Hovet/UFRA mais seguem corretamente é
a vermifugação, na qual a cada 100 animais atendidos, 77 estão vermifugados.
Os entrevistados foram ainda abordados a respeito do histórico de doença de
seus animais, se estes já tiveram alguma enfermidade por falta de cuidados
preventivos que foram abordados neste trabalho. Em suas respostas, 47% (47
pessoas) responderam que seus animais já tiveram problemas de saúde por conta
disso.
Por fim, também foram questionados se no geral achavam importante
vacinação e controle de endo/ectoparasitas para a manutenção da saúde do seu
animal, e todos os entrevistados responderam que achavam, incluindo as pessoas
que alegaram não vacinarem corretamente ou vermifugarem devido a não acharem
importantes. Contudo, ninguém afirmou não fazer o controle de ectoparasitas por
falta de importância, mostrando que informações sobre doenças transmitidas por
carrapato podem estar em mais evidentes que as virais ou endoparasitarias.
45
CONCLUSÃO
Ao avaliar o perfil dos proprietários atendidos no Hovet/UFRA foi possível
observar que a maioria das pessoas não utiliza a Medicina Preventiva nos assuntos
de controle de ectoparasitas (onde se encontra a maior deficiência) e vacinação. A
maioria das pessoas atendidas, pelo menos vermifugam seu animal uma vez ao ano
com orientação de um médico veterinário.
Com relação à renda familiar e o grau da escolaridade, a maioria das pessoas
que frequentam o Hospital tem o ensino superior completo e a renda entre 1 a 6 SM.
Pessoas com maior grau de escolaridade tendem a realizar mais medidas
profiláticas. Em contra partida, as pessoas como maior renda tendem, tanto quanto
as pessoas de baixa renda, a prevenir menos, sendo as pessoas com renda familiar
de 4 a 6 SM as que mais previnem.
Observou-se ainda que a maioria dos tutores que não fazem vacina e
vermifugação corretamente alegou desconhecimento de que tais medidas deveriam
ser feitas e/ou como seriam realizadas. Em contrapartida, os tutores que não
realizam controle de ectoparasitas, alegaram como principal causa o baixo ou
nenhum número de parasitas encontrados, o que também pode ser considerado
como falta de conhecimento da importância do controle para a saúde animal, assim
como do ciclo do parasita. Tais informações deve o Médico Veterinário, como
conhecedor e provedor da saúde coletiva, informar aos tutores a respeito da
importância da prevenção para saúde, bem-estar e sobrevida do animal, além de
incentivar tais medidas informando, oferecendo esses serviços e instruindo como
faze-lo. Neste sentido, conscientizando o tutor que muitas doenças em cães e gatos
podem ser zoonóticas, ao cuidar e deixar seu animal saudável também estará
prevenindo a si, sua família e o resto da coletividade de adquirir doenças.
Ao termino do trabalho, foi confeccionado banner que foi colocado em exposição
no Hovet, no intuito de informar a respeito da importância da medicina preventiva, a
importância de cuidados na vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas
para a saúde de seus animais.
46
Como contribuições para futuros trabalhos complementares, poderia ser feito um
estudo de quantas consultas são feitas no Hospital Veterinário por falta de cuidados
preventivos e fazer uma estimativa de gastos com os animais tratados. Assim,
analisar o que monetariamente compensaria mais para o tutor e o próprio Hospital,
investir na medicina curativa ou preventiva?
47
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APÊNDICE
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
SETOR: CLÍNCA MÉDICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA E MEDICINA
VETERINÁRIA PREVENTIVA
HOSPITAL VETERINÁRIO/ HOVET
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Convidamos o (a) Sr (a) para participar da Pesquisa “Análise Sobre
Prevenção Viral e Parasitária pelos Proprietários de Cães em Gatos Atendidos na Rede Pública”, sob a responsabilidade da pesquisadora e Médica Veterinária Elisa Cunha Pereira, a qual quais pretende obter informações a respeito dos protocolos de vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas realizados pelos proprietários atendidos nos setores de clínica médica e medicina preventiva no HOVET (UFRA).
Sua participação é voluntária e se dará por meio do preenchimento de um questionário sobre o assunto. Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são inexistentes.
Se você aceitar participar, estará contribuindo para a obtenção de informações destinadas ao auxílio do público, por meio de medidas sócio educativas, para a divulgação de informações sobre vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas, medidas mais efetivas, doenças que podem ser prevenidas e a relação custo benefício entre prevenção e tratamento.
Se depois de consentir em sua participação o Sr (a) desistir de continuar participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. O (a) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, mas sua identidade não será divulgada, sendo guardada em sigilo. Para qualquer outra informação, o (a) Sr (a) poderá entrar em contato com o Pesquisador no Hospital Veterinária no Campus da UFRA, localizado na Av. Presidente Tancredo Neves, no2501 no Bairro Montese ou pelo telefone (91) 33210517. Consentimento Pós–Informação Eu,___________________________________________________________, fui informado sobre o que o pesquisador quer fazer e porque precisa da minha colaboração, e entendi a explicação. Por isso, eu concordo em participar do projeto, sabendo que não vou ganhar nada e que posso sair quando quiser. Este documento é emitido em duas vias que serão ambas assinadas por mim e pelo pesquisador, ficando uma via com cada um de nós. Data:___/ ____/ _____ Assinatura do participante:_________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável:______________________________
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Universidade Federal Rural da Amazônia Setor: Clínica Médica de Animais de Companhia e Medicina Veterinária Preventiva
Hospital Veterinário/ HOVET
DADOS PESSOAIS
Nome: Idade: Sexo: M F Telefone:
Endereço: Bairro: Cidade/Estado:
Renda familiar: ⃝Até 1 salário mínimo ⃝ 1 a 3 salários mínimos ⃝ 4 a 6 salários mínimos ⃝ Mais de 7 salários mínimos
Grau de escolaridade: ⃝Fundamental incompleto ⃝ Fundamental completo ⃝ Médio incompleto ⃝ Médio completo ⃝ Superior incompleto ⃝ Superior completo
DADOS DO ANIMAL
Nome: Sexo: M F Idade: Espécie/ Raça:
VACINAÇÃO
Quais vacinas foram aplicadas no seu animal QUANDO FILHOTE? ⃝ Antirrábica (campanha) ⃝ Múltipla ⃝ Giárdia ⃝ Tosse dos canis ⃝Nunca
Quais destas vacinas você repete anualmente? ⃝ Antirrábica (campanha) ⃝ Múltipla (consultório) ⃝ Giárdia (consultório) ⃝ Tosse dos canis ⃝Nunca
Caso não tenha vacinado ou não faça o reforço anual, qual motivo? ⃝ Não acho importante ⃝ Devido ao custo ⃝ Não sabia que precisava fazer reforço ⃝ Não tenho tempo ⃝ Dificuldade de transporte
CONTROLE DE ENDOPARASIRAS (VERMES) E ECTOPARASITAS (CARRAPATO, PIOLHO, PULGA)
Com que frequência vermífuga seu animal? ⃝ A cada mês ⃝ A cada 3 meses ⃝ A cada 6 meses ⃝ Uma vez ao ano ⃝ Mais de um ano ⃝Nunca
Caso não vermifugue seu animal periodicamente, qual a causa? ⃝ Não acho importante ⃝ Devido ao custo ⃝ Desconheço que deva ser feito ⃝Vermífugo apenas quando está doente (vômito ou diarreia) ⃝ Não tenho tempo ⃝ Dificuldade de transporte
Os métodos de controle que você utiliza para controle de parasitas foram indicados por quem? ⃝ Veterinário ⃝ Balconista do pet ⃝ Um conhecido ⃝ Criador de cães ⃝ Internet
Com que frequência faz o controle de ectoparasitas? ⃝ Todo mês ⃝ A cada 3 meses ⃝ A cada 6 meses ⃝ Uma vez ao ano ⃝ Apenas quando encontro muitos ⃝Nunca
Quais produtos você utiliza para fazer controle de ectoparasitas? ⃝ Ivermectina ("vacina pra carrapato") ⃝ Aplicação de medicação pour on ⃝ Medicação oral ⃝ Limpeza do ambiente com butox ⃝ Banho com butox no animal ⃝ Talco ou shampoo especifico ⃝ Retirada manual, com as mãos ou pinça.
Caso não faça o controle regular de ectoparasitas em seu animal, qual a causa? ⃝ Não acho importante ⃝ Devido ao custo ⃝Desconheço que deva ser feito periodicamente ⃝Porque a quantidade encontrada é pequena ⃝ Não tenho tempo ⃝ Dificuldade de transporte
Seu animal já ficou doente por conta de não ter sido feito vacinação ou controle de parasitas? ⃝ Sim ⃝ Não
Você acha importante a vacinação, vermifugação e controle de ectoparasitas para a saúde do seu animal? ⃝ Sim ⃝ Não
* Este formulário é destinado apenas para fins de estudos e pesquisa, assim como melhorar o atendimento
do seu animal no hospital veterinário. Gratas, pela colaboração.
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