memória 2014

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A Memória

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Memória

CONCEITO:Segundo Dalgalarrondo (2008), a memória é a

capacidade de evocar, registrar e manter as

experiências e os fatos já ocorridos. A capacidade de

memorizar relaciona-se com o nível de consciência,

com a atenção e com o interesse afetivo. Tudo o que

uma pessoa aprende ao longo da sua vida depende

intimamente da capacidade de memorização.

TIPOS DE MEMÓRIA:

• Memória Imediata ou de Curtíssimo Prazo (de poucos segundos até 1 a 3 minutos): capacidade de reter o material imediatamente ao ser percebido.

• Memória Recente ou de Curto Prazo (de poucos minutos até 3 a 6 horas): operacional, serve para gerenciar a realidade; a capacidade de reter informações por curto período é limitada.

• Memória remota ou de longo prazo

(de meses até muitos anos):

capacidade de evocar informações e

acontecimentos do passado, pode

ser declarativa: episódica (eventos)

ou semântica (fatos). Também pode

ser não declarativa: de

procedimentos (habilidades).

TIPOS ESPECÍFICOS DE MEMÓRIAS

• Memória de Trabalho: vasto conjunto

de habilidades cognitivas que

permitem que informações novas e

antigas sejam mantidas ativas, com o

objetivo de realizar determinada

tarefa.

• Memória Explícita e Declarativa:

processo de registrar e evocar de

forma consciente e voluntária

informações referentes a pessoas e

eventos autobiográficos, assim como

conhecimentos fatuais.

• Memória Implícita:

responsável pelo

estabelecimento de

aptidões e hábitos que, uma

vez aprendidos, não exige

que pense conscientemente

neles, tais como: comer,

falar, caminhar, andar de

bicicleta.

• Memória Episódica: é a memória para

eventos específicos da experiência pessoal

do indivíduo. Refere-se à recordação

consciente de fatos reais previamente

ocorridos.

• Memória Semântica : relacionada a capacidade de nomear e evocar associativamente o nome. É o tipo de memória que se refere à aprendizagem de palavras e ao seu significado.

• Memória de Procedimentos : automática – inconsciente – implícita –não-declarativa –adquirida por repetições. É um tipo de memória automática ou reflexa, cujo processamento não depende de fatores conscientes e voluntários. Manifesta-se por ações motoras.

LOCALIZAÇÃO DA MEMÓRIA

Córtex posterior (Informação é percebida) Córtex Pré-frontal

(capta e armazena) Lobo frontal (retém informação por um tempo)

Hipocampo Lobo Frontal (depois de alguns anos pode ter acesso

sem ajuda do hipocampo).

ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA

A - ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS

1. Hipermnésias: As representações (elementos mnémicos)

afluem rapidamente, em tropel, ganhando em número,

perdendo, porém, em clareza e precisão. A hipermnésia traduz

mais a aceleração geral do ritmo psíquico que uma alteração

propriamente da memória.

2. Amnésias (ou Hipomnésias): Perda da memória, seja a da

capacidade de fixar ou a da capacidade de manter e evocar

conteúdos mnémicos. Diferenciam-se os seguintes TIPOS de

amnésias:

2.1. Amnésia psicogénica: associada à perda de

elementos mnémicos focais. Por exemplo,

esquece um evento de sua vida, mas consegue

lembrar-se de tudo o que ocorreu ao seu

“redor”.

2.2. Amnésica orgânica: ligada à perde da

capacidade de fixação. Em estados avançados

da doença, o indivíduo começa a perder

conteúdos antigos.

2.3. Amnésia retroanterógrada: déficits de fixação

para os fatos que ocorreram dias, semanas ou

meses antes e depois do evento patógeno.

2.4. Amnésia Retrógrada: Não fixa elementos a

partir do trauma.

2.5. Amnésia anterógrada: O indivíduo perde a

memória para fatos ocorridos antes do início da

doença (ou trauma).

B - ALTERAÇÕES QUALITATIVAS (PARAMNÉSIAS)

ILUSÕES MNÉMICAS: Há o acréscimo de elementos falsos a um núcleo verdadeiro da memória. Ocorre na esquizofrenia, na paranóia, na histeria grave, nos transtornos de personalidade

(borderline).

Alucinações: São criações

imaginativas com a

aparência de lembranças ou

de reminiscências e não

correspondem a nenhuma

lembrança verdadeira.

Constituem o material básico

para a formação de delírio.

Delírios: São pensamentos

que não tem base na

realidade.

Criptomnésias: É um falseamento da memória na qual, lembranças aparecem como fatos novos ao paciente que não as reconhece, vivendo como uma descoberta nova.

Paramnésias: Distorções ou desvios da memória que se referem ao conteúdo ou à vivência temporal do mesmo.

Dismnésias: Falseamentos da memória.

Confabulação: Produções imaginárias mais ou menos ricas que são tomadas como recordações.

C - DISTÚRBIOS DA TEMPORALIDADE DA RECORDAÇÃO

- Reminiscências: São recordações antigas que se revivem

num presente como se tivessem acabado de acontecer.

- Ecmnésia: Erro mnésico de identificação num grau

extremo em que o passado é tomado pelo presente.    Ex.

“dejà vu” – vivência de um acontecimento novo julgando já

ter sido experimentado anteriormente.

“Jamais vu” (Ausência de Reconhecimento):

Sensação de que uma experiência, vivida

repetidamente acontece pela primeira vez. Pode

também acontecer que sejam reconhecidas

situações jamais experimentadas.

FABULAÇÕES

São elementos da imaginação ou lembranças isoladas

que completam artificialmente as lacunas de

memória, produzidas, em geral, por déficit da

memória de fixação. Assim, a pessoa não é capaz de

reconhecer como falsas as imagens produzidas pela

fantasia.

Alterações do reconhecimento: Diferentes formas de agnosias, de origem essencialmente cerebral.

Agnosias: São definidas como déficits do reconhecimento de estímulos sensoriais, objetos e fenómenos. As principais agnosias são as táteis, visuais e auditivas.

O ESQUECIMENTO Normal (Fisiológico): Por desinteresse do próprio individuo ou por

desuso da informação retida.

Por Depressão: Quando se trata de um material desagradável ou

pouco importante para o individuo, podendo, no entanto, o sujeito

por esforço próprio, voltar a recordar certos conteúdos reprimidos

(que ficam estocados no pré-consciente).

Esquecimento por Recalque: É um tipo de esquecimento onde

certos conteúdos mnémicos, devido ao fato de serem

emocionalmente insuportáveis, são banidos da consciência,

podendo ser recuperados apenas em circunstancias especiais.

AVALIAÇÃO DA MEMÓRIAO exame da memória deve avaliar diversos itens, já que

existem diferentes manifestações da mesma. Tanto a memória

verbal como a não-verbal devem ser igualmente avaliadas, e

devem ser usadas técnicas para lembrança e para

reconhecimento.

O WAIS - (Wechsler, 1987) é um bom começo

para a testagem das funções da memória

(Lezak, 1995).

Em caso da presença de déficits acentuados de

memória, todas as funções cognitivas devem ser

avaliadas, e deve ser investigada a presença de

quadro depressivo.

Preocupações exageradas e pensamentos obsessivos,

muitas vezes associados à depressão, também

prejudicam a performance noutras tarefas que

requeiram atenção e concentração.

BATERIAS FORMAIS PARA MEMÓRIA

A vantagem de algumas baterias é que

elas revisam um grande número de

diferentes componentes da memória

e, ao mesmo tempo, permitem a

comparação entre os subtestes.

Em contrapartida, essas baterias

podem consumir um tempo muito

longo, e todos os subtestes podem não

ser relevantes para a avaliação dos

problemas de determinado paciente.

A disponibilidade de novos e sofisticados testes individuais

permite a compreensão do examinador e a flexibilidade

para esculpir o exame de forma eficiente, avaliando

domínios particulares e selecionando aquelas tarefas mais

apropriadas para um paciente específico (Spreen e Strauss,

1998).

De todos os testes formais para avaliação da memória, sem

dúvida, a bateria mais completa e que envolve o uso de

instrumentos mais variados é a escala Wechsler de memória

(WMS).

Figuras Complexas de Rey é um teste destinado a avaliar a perceção visual e a elaboração dessa perceção, o planeamento e desenvolvimento de estratégias assim como a atividade de memorização visual.

A aplicação do teste é simples e consiste em três fases. A primeira fase é apresentar a figura, pedir que o indivíduo copie, informando-o que não é necessária uma cópia exata, mas sim prestar atenção as proporções e, acima de tudo, não ter pressa. A segunda fase é a da memória imediata, na qual o examinado deve reproduzir de memória a figura copiada. O tempo de reprodução é livre, sendo indicado pelo indivíduo o término da figura. Após um intervalo de trinta minutos inicia-se a terceira fase, pedindo-se ao indivíduo que reproduza mais uma vez a figura.

.

Figuras Complexas de Rey

OS TESTES MAIS CONHECIDOS E

DE MELHOR REPUTAÇÃO PODEM

SER VISTOS NOS QUADROS

ABAIXO

REABILITAÇÃO DA MEMÓRIA

Antes de iniciar qualquer programa de reabilitação, torna-se

necessário definir o perfil cognitivo de cada paciente, delineando os

aspectos da cognição que estão preservados e os possíveis déficits

existentes. Além disso, é muito importante adequar o tratamento

proposto ao nível intelectual e cultural do paciente.

Um dos principais métodos de reabilitação da memória

fundamenta-se em trabalhar com a modalidade específica da

memória que se encontra intacta, para esta compensar a

modalidade que está deficitária (Goldstein e Beers, 1998).

A reabilitação de memória objetiva melhorar a

performance do paciente por meio de técnicas

específicas ou estratégias, e não modifica a habilidade

que o paciente possui de memorização. “A estratégia

de memória é um procedimento particular que cada

indivíduo pode usar para memorizar um material

determinado, em condições específicas” (Verhaeghen,

2000).

Técnicas mais utilizadas na reabilitação da memória

1) estratégias internas - prática de repetição, associação e

técnicas de estimulação;

2) técnicas de compensação - gravador, agenda, check-

lists, entre outros que funcionam como memória externa.

3) terapia cognitiva – comportamental.

4) terapia da reminiscência - visa trabalhar a memoria

remota (lembranças do passado).

Técnicas mais utilizadas na

reabilitação da memória é

as de compensação:

- gravador

- agenda

- check-lists

BIBLIOGRAFIA 

DALGALARRONDO, Paulo – Psicopatologia e

semiologia dos transtornos mentais / Paulo

Dalgalarrondo. -2 ed.- Porto Alegre: Artmed, 2008.

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