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Marcos Drumond JúniorCoordenação de Epidemiologia e Informação – CEInfoSecretaria Municipal da Saúde da Cidade de São Paulo

3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Mesa redondaProdução e análise de estatísticas de criminalidade

A visão do setor saúde

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM)

Informações produzidas pela Epidemiologia

Informação é o dado contextualizado, com referencial explicativo.

É a representação da realidade para um sujeito

SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Mecanismo de coleta, processamento de dados, tabulação, produção de

análises e divulgação 

Diferenças entre dados da segurança pública e da saúde

SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOMICÍDIOS/AGRESSÕES

• Foco/unidade: ato (crime) e vítima

• Motivo: esclarecimento e atendimento

• Endereço: ocorrência e residência

• Momento: no ato ou em qualquer momento

Fonte: Declaração de Óbito

• Evento único

• Registro obrigatório

• Base populacional

Variáveis disponíveis para análise

• Individuais: idade, sexo, estado civil

• Sociais: raça/cor, escolaridade, ocupação, endereço de residência

• Relacionadas à morte e sua causa: - Local de ocorrência - Causa de morte

 

Causa básica e Causas externas

Doença que iniciou a sucessão de eventos que levou diretamente à morte

Causa externa: circunstâncias do acidente ou violência

que produziu a lesão fatal

CAUSAS EXTERNAS: agressões

- Agressões por arma de fogo

- Por instrumento cortante ou penetrante

- Por estrangulamento

- Outras agressões especificadas

- Agressões sem especificação

- Lesão de intenção indeterminada

- Intervenção legal

CAUSAS DA MO RTE

D evido ou co m o con se q üê nc ia de :

D oen ça ou es tad o m órbido que causou d iretam ente a m o rte

PARTE I

D evido ou co m o con se q üê nc ia de :

E sta do s m ó rb id os , s e e xis tirem , que pro du ziram a ca u sa a cim a reg istrada, m e ncion and o-se em últim olug ar a ca usa bá s ica

C A U S A S A N T E C ED EN T E SD evido ou co m o con se q üê nc ia de :

ANOTE SOMENTE UM DIAGNÓSTICO POR LINHA

C ID4 9

Te m p o a pro xim a do e ntre o in íc io da d oe nç a e a m o rte

PA RTE II

O utras con diç õe s s ig n if ic ativ as que c o ntr ibu ira m para a m or te, e que não e ntraram , p orém , na ca deia ac im a .

Te m p o a p ro x im a d o e ntre o in íc io da d oe n ça e a m o rte C ID

Projétil de arma de fogo

CAUSAS EXTERNAS: preenchimento da declaração de óbito

Ferimento perfuro-contuso

Hemorragia aguda

Homicídio

PROVÁVEIS C IRCUNST ÂNC IAS DE M O RT E NÃO NAT URAL ( Informações de caráter es tritam ente epidem iológico )

Tipo

1 - A cid en te 2 - S u ic íd io 3 - H o m icíd io

4 - O u tros 9 - Ig no rad o 9 - Ig no rad o

Acidente do trabalho

1 - S im 2 - N ã o 1 - B o le tim d e O co rrê n cia

9 - Ig no rad a

2 - H o sp ita l 3 - F am iília

Fon te d a inform ação

4 - O u tra

Lo g ra d o uro (rua , p ra ç a , a ve n id a , e tc . ) S E A O C O R R Ê N C IA F O R E M V IA PÚ BL IC A , A N O TA R O E N D E R E Ç O

C o m p le m e ntoN úm e ro

D e sc riç ã o sum á ria d o e ve nto , inc lu ind o o tip o d e lo c a l d e o c o rrê nc ia

56 57 58

59

60

Informações complementares para causas externas de morte

ÓBITO

CAUSA

NATURAL CAUSA

EXTERNA

SEM ASSISTÊNCIA

MÉDICA

COM ASSISTÊNCIA MÉDICA

SVOIML

MAL-DEFINIDO

CAUSA CONHECID

A

MÉDICO DO PACIENTE OU SUBSTITUTO

A quem cabe atestar o óbito?

 

Qualidade do dado/informação

dado secundário

investigação no IML: a experiência do Programa de

Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM) da

cidade de São Paulo

DIVULGAÇÃO

CD-ROM do Ministério da Saúde

TABNETTabulações on-line pela Internet

Brasil: Datasus com atraso de cerca de 2-3 anos com dados agregados por município, unidade da federação, região e país

DIVULGAÇÃO

Tabulações on-line pela Internet com atrasos de alguns meses: Secretarias Municipais da Saúde (ex: São Paulo e Campinas)

dados agregados em distritos administrativos ou áreas de

abrangência de unidades de saúde

TABNET nos municípios

 

EPIDEMIOLOGIA: conceito

Estudo da distribuição e determinantes dos agravos à saúde em populações

Disciplina que fornece os instrumentos (conceitos e métodos) para a qualificação dos dados e análise visando diagnóstico, monitoramento e avaliação

Produção do Conhecimento

Distribuição: espaço, tempo e pessoas (grupos sociais)

Determinantes: causas

Agravos à saúde: agressões

Populações: coletivo

ExemplosO indicador

número absoluto, proporção e taxa

Número absolutoBrasil: 47.578 homicídios em 2005 variando de 93 em Roraima e 8732 em São Paulo

% de homicídios no total das mortesBrasil: 4,7% foram homicídios em 2005 variando de 2,1% em Santa Catarina e 11,1% no Amapá

36,2

18,4 18,5

23,8

27,6

33,0

14,6 15,3

12,2

21,0

13,5

20,7

51,5

39,9

24,7

20,421,9

47,0 46,0

21,6

28,9

10,7

18,6

27,7

32,3

26,128,2

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

RO AC AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MS MT GO DF

SUDESTE SUL CENTRO-OESTENORDESTENORTE

Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes segundo Unidade da

Federação – Brasil - 2005

66,863,4 61,9

54,3

45,342,3

39,5 38,0 37,4 37,3 36,334,4 33,9

31,5 30,829,0 28,3 28,2

26,4 25,8 25,5 24,0 23,9 22,7 21,3

17,2

11,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Rec

ife

Mac

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Vit

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Po

rto

Vel

ho

Bel

o H

ori

zon

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Rio

de

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Cu

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ba

Mac

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Bel

ém

Po

rto

Ale

gre

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Fo

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Man

aus

Go

iân

ia

Bra

síli

a

Cam

po

Gra

nd

e

São

Pau

lo

Tere

sin

a

São

Lu

ís

Bo

a V

ista

Flo

rian

óp

oli

s

Rio

Bra

nco

Nat

al

Pal

mas

Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes segundo Capital de Unidade da Federação – Brasil - 2005

Características das vítimassexo e idade

Proporção do sexo das vítimas fatais de agressões com números absolutos e razão de

sexos segundo capital – Brasil - 2005

91,8 8,2

92,9 7,1

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Brasil

Capitais

Masc Fem

Capitais

Razão: 13/1

Brasil

Razão: 11/1

Proporção de faixa etária das vítimas fatais de agressões segundo UF – Brasil - 2005

0%

20%

40%

60%

80%

100%

RO AC AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MS MT GO DF BR

< 10 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 59 anos 60 e + anos

BRASIL

Condições sociais

das vítimas

Proporção de raça/cor das vítimas fatais de agressões na Cidade de São

Paulo em 2007

Proporção de escolaridade das vítimas fatais de

agressões na Cidade de São Paulo em 2007

HOMICÍDIO - RAÇA/COR - MSP, 2007

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Branca Parda Preta Amarela Indígena

HOMICÍDIO - ESCOLARIDADE - MSP, 2007

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Nenhuma 1-3 anos 4-7 anos 8-11 anos 12 e+

Tendência

Variação no tempo

DISTRITO FEDERAL

1996 1999 2002 2005

GOIÁS

1996 1999 2002 2005

MATO GROSSO

1996 1999 2002 2005

PARANÁ

1996 1999 2002 2005

SANTA CATARINA

1996 1999 2002 2005

RIO GRANDE DO SUL

1996 1999 2002 2005

AMAZONAS

1996 1999 2002 2005

AMAPÁ

1996 1999 2002 2005

RORAIMA

1996 1999 2002 2005

ALAGOAS

1996 1999 2002 2005

BAHIA

1996 1999 2002 2005

PERNAMBUCO

1996 1999 2002 2005

ESPÍRITO SANTO

1996 1999 2002 2005

RIO DE JANEIRO

1996 1999 2002 2005

SÃO PAULO

1996 1999 2002 2005

Taxa de mortalidade por agressões por 100.000 habitantes entre 1996 e 2005

segundo Unidade da Federação – Brasil

BRASIL

25,827,0

28,928,527,826,726,225,925,424,8

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Causa da Morte:

Instrumento utilizado na agressão

Proporção de meio utilizado nas agressões que levaram à morte - Brasil - 2005

70,2 15,5 1,47,3 5,6

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Arma de fogo Faca Demais Homicídios meio ignorado Estrangulamento

Proporção de mortes por agressões utilizando arma de fogo e instrumento cortante/penetrante

segundo UF e Região – Brasil - 2005

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

RO AC AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MS MT GO DF

Faca sem ig Arma de fogo sem ig

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTESUDESTE SUL

Diferenciais intraurbanos: variação em espaços com menor nível de

agregação: exemplo do Município de São Paulo

Algumas possibilidades de aprofundamento analítico

10 principais distritos segundo número absoluto e taxa de mortalidade por agressões

no Município de São Paulo em 2007

Distrito Nº Absoluto Distrito Taxa

Grajaú 83 Bom Retiro 35,2

Brasilândia 66 Pari 32,4

Jardim Angela 66 Limão 29,8

Jardim São Luís 63 Parque do Carmo 26,6

Cidade Dutra 42 Belém 25,6

Campo Limpo 39 Freguesia do Ó 25,4

Itaim Paulista 39 Jardim São Luís 24,9

Cidade Ademar 37 Brasilândia 24,7

Capão Redondo 36 Jardim Angela 23,6

Freguesia do Ó 36 Cachoeirinha 22,4

Fonte: PRO-AIM

Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 hab) nos distritos com os maiores valores e no distrito com o menor

valor - Município de São Paulo entre 2000 e 2007

Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes)

entre 1996 e 2007 – Município de São Paulo

Taxa de mortalidade por agressões (por 100.000 habitantes) nos distritos com as maiores quedas

no Município de São Paulo entre 1996 e

2007

15,7

21,425,9

36,0

47,2

51,5

57,157,357,2

51,447,448,4

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Cidade Ademar

Cidade Tiradentes

Grajaú

Guaianases

Jardim Angela

Jardim São Luís

Parelheiros

São Rafael

Sapopemba

Vila Curuçá

Impacto da qualidade da informação na queda dos homicídios: exemplo do

Município de São Paulo

Tendência nas lesões de intenção indeterminada e causas

indeterminada

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal como de intenção

indeterminada entre 1996 e 2007 no Município de São Paulo

LESÃO INDETERMINADA

336438 422

457 457

706 696

1.082

355

522525448

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal como de causa indeterminada entre 1996 e 2007 no

Município de São Paulo

Número de mortes atestadas no Serviço de

Verificação de Óbitos como de causa

indeterminada entre 1996 e 2007 no

Município de São Paulo

CAUSA INDETERMINADA - TOTAL IML - MSP, 2007

515

361 376

284

725671609

825

567

503436

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

CAUSA INDETERMINADA - TOTAL SEM IML - MSP, 2007

208

179

123

234

5767

52

150

176188

227

0

50

100

150

200

250

300

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Número de mortes atestadas no Instituto Médico Legal de São

Paulo como de causa ou lesão de intenção

indeterminada entre 1996 e 2007

Coeficiente/taxa de mortalidade por agressões e por

agressões ou intenção ou causa indeterminada

no Município de São Paulo entre 1996 e 2007

INDETERMINADO+IGNORADO

874 9251.024

1.282 1.3151.367

1.807

639

898886963

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

TOTAL + HOM+INDETRM+IGNORADO - MSP, 2007

5.979 5.990

5.4355.015

3.846

2.7842.312

1.699

5.908

5.2584.8074.855

3.5063.679

4.099

5.128

6.0396.360

6.864

6.3156.5476.156

5.6935.818

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Total de Homicídios

Homicídios + Indeterm + Ignorado

Impacto da mudança da estrutura etária da população na queda dos homicídios

Exemplo da população adolescente no Município de São Paulo

População entre 10 e 19 anos residente no Município de São Paulo

Entre 2000 e 2007 houve uma queda de 230.833 adolescentes na cidade

Estimativas para os anos de 1996 a 2007

1.646.383

1.877.2161.828.141

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Estes dados são públicos e devem ser utilizados para a denúncia, o monitoramento e o estudo das dinâmicas de produção da violência no país visando a sua redução

CONCLUSÕES

O setor saúde disponibiliza dados de alta relevância para o monitoramento da situação dos homicídios no Brasil possibilitando análises que podem contribuir efetivamente para sua abordagem

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