lírica camoniana
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LÍRICA CAMONIANA
Sara AfonsoNº2610ºB
2
AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER«Amor é fogo que arde sem se
ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento
descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem
querer;
É solitário andar por entre a
gente;
É nunca contentar-se de
contente;
É cuidar que se ganha em se
perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo
Amor?»
-Luís Vaz de Camões
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O QUE É A LÍRICA ?
A poesia lírica é uma forma de poesia que
surgiu na Grécia Antiga, e originalmente,
era feita para ser cantada ou acompanhada
de flauta e lira.
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Lira
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CAMÕES Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma
família da pequena nobreza. Durante a sua
juventude terá recebido uma educação
sólida, dominando o latim e conhecendo a
literatura e a história.
Iniciou a sua carreira como poeta lírico e
teve inúmeras aventuras com damas da
nobreza e possivelmente plebeias, além de
levar uma vida boémia e turbulenta.
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LÍRICA CAMONIANA Influência Tradicional: Corrente tradicionalista (Medida Velha) Corrente renascentista (Medida Nova)
As temáticas tradicionais e populares usadas por
Camões são, o amor, a natureza, o ambiente palaciano
e a saudade.
Nas temáticas de influência Renascentista cultivou o
amor platónico, a saudade, o destino, a beleza
suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, a
mulher vista à luz do Petrarquismo e do Destino.
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MEDIDA VELHA
Técnica tradicional de versejar
caracterizada por estruturas como a
esparsa, a cantiga, vilancete, esparsas,
endechas e trovas em redondilha menor e
redondilha maior .
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MEDIDA NOVA
Da influência clássica Renascentista,
Camões cultivou a medida nova fazendo
uso do verso decassílabo, através da
composição poética, o soneto introduzido
em Portugal por Sá de Miranda.
Uso da canção, écloga, ode, entre outros…
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AS TEMÁTICAS TRADICIONAIS E POPULARES
Na poesia de influência tradicional, é evidente o
aproveitamento da temática da poesia trovadoresca
e das formas palacianas. Assim, encontramos temas
tradicionais e populares (o amor, a saudade, a
beleza da mulher, o contacto com a natureza, a ida
à fonte...), o ambiente cortesão com as suas
"cousas de folgar" e as suas futilidades, o humor.
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AS TEMÁTICAS DE INFLUÊNCIA RENASCENTISTA
Na poesia com influência clássica e renascentista, fruto das novas
ideias trazidas, de Itália, por Sá de Miranda e António Ferreira,
verifica-se um alargamento dos temas e a colocação do ser
humano no centro de todas as preocupações. merece destaque o
tratamento de certos temas: o Amor platónico, a saudade, o
destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo,
o elogio dos heróis, os ensinamentos morais, sociais e filosóficos,
a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo, a
sensualidade, a experiência da vida.
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AS TEMÁTICAS DE INFLUÊNCIA RENASCENTISTA O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte
de contradições, entre a vida e a morte, a água e o
fogo, a esperança e o desengano;
A concepção da mulher, outro tema essencial da
lírica camoniana, em íntima ligação com a temática
amorosa e com o tratamento dado à Natureza oscila
igualmente entre o pólo platónico, representado
pelo modelo de Laura e o modelo renascentista de
Vénus.
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QUEM DIZ QUE AMOR É FALSO OU ENGANOSO
«Quem diz que Amor é falso ou enganoso,Ligeiro, ingrato, vão desconhecido,Sem falta lhe terá bem merecidoQue lhe seja cruel ou rigoroso.
Amor é brando, é doce, e é piedoso.Quem o contrário diz não seja crido;Seja por cego e apaixonado tido,E aos homens, e inda aos Deuses, odioso.
Se males faz Amor em mim se vêem;Em mim mostrando todo o seu rigor,Ao mundo quis mostrar quanto podia.
Mas todas suas iras são de Amor;Todos os seus males são um bem,Que eu por todo outro bem não trocaria.»
Luís de Camões
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SEMPRE A RAZÃO VENCIDA FOI DE AMOR«Sempre a Razão vencida foi de Amor;Mas, porque assim o pedia o coração,Quis Amor ser vencido da Razão.Ora que caso pode haver maior!
Novo modo de morte e nova dor!Estranheza de grande admiração,Que perde suas forças a afeição,Por que não perca a pena o seu rigor.
Pois nunca houve fraqueza no querer,Mas antes muito mais se esforça assimUm contrário com outro por vencer.
Mas a Razão, que a luta vence, enfim,Não creio que é Razão; mas há-de serInclinação que eu tenho contra mim.»
Luís de Camões
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