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Provedores regionais: o futuro das telecomunicaçõesTécnicos e políticos indicam tendências de negócios para o setor
linkAno 1 | nº 1 | novembro/2012
Ministro das Telecomunicações convida e ABRINT vai à BrasíliaNo 4º Encontro da ABRINT, mais de 700 participantes
As histórias de empreendedorismo dos provedores regionais
Basilio Rodriguez Perez
Diretoria da ABRINT eleita para o biênio 2012/2013
editorial
Em 1995, quando a internet surgiu no Brasil, o conceito foi alicerçado no pionei-
rismo. Descobrindo um novo mundo ao mesmo tempo que ensinavam os usuários a
navegar no tempo dos acessos discados com seu som característico, foram aqueles
que desbravaram o país e levaram a rede mundial para lugares impensáveis para o
tamanho do core business nas gigantes do setor. Hoje, nas rodas desses provedores,
que se tornaram também empresas de telecomunicação com licenças de comunicação
multimídia, ouvimos histórias de pioneirismo, empreendedorismo e coragem.
Um de nós subiu um morro com a antena no lombo de um jegue, no Nordeste, para
levar o sinal a uma comunidade. Outro subiu o morro da Rocinha, antes da instalação
das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) para proporcionar acesso à rede naquele
lugar. Em Minas Gerais, o provedor atravessou a represa de Furnas em um barco para
levar a internet a uma comunidade isolada. Você que lê este texto talvez possa se iden-
tificar com algumas dessas tantas histórias. São, sim, belas e emocionantes. Revelam,
porém, o quanto a internet como negócio, é relevante para o crescimento do país e o
quanto é importante para nós, empresários do setor.
Levantamentos de universidades brasileiras revelam que cada ponto percentual de
aumento na densidade de usuários de banda larga no país significa, em média, 0,1% a
mais no Produto Interno Bruto (PIB). A equação, portanto, é gigantesca, do tamanho
da nossa capacidade de ampliar e, portanto, popularizar a internet no país.
O 4º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações que a ABRINT
promoveu em São Paulo reuniu mais de 700 provedores de todo o país, que assistiram
a palestras técnicas e políticas. Nós estamos saindo da era do rádio e migrando para
a fibra óptica. Segundo levantamento da ABRINT, em 2012 os provedores regionais
deverão investir mais de R$ 1 bilhão em fibra óptica. Sozinho, um provedor de internet
é do tamanho do seu sonho e do seu próprio negócio. Juntos, somos a quarta maior
empresa de telecomunicações do país.
Esta primeira edição da revista Link traz os temas tratados do 4º Encontro e tem
o objetivo de colaborar com o seu negócio e com a união de forças em direção a um
mesmo objetivo: conectar o Brasil.
Basilio Rodriguez Perez
Presidente da ABRINT
ABRINTAssociação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.
Rua do Rosário 108 - Sala 703 - CentroRio de Janeiro/RJ - CEP 20041-002
Telefone (11) 3522-9505 (11) 3522-9505 - Fax (11) 3522-9505
Diretoria da Gestão 2012-2013 Presidência Basilio Rodriguez Perez - SPPresidente Wardner Maia - SPVice Presidente Diretoria Luciano Brundo de Souza - RSDiretor Regional Sul Euclydes Vieira Neto - RJDiretor Regional Sudeste Kleber de Albuquerque Brasil - TODiretor Regional Centro-Oeste Iure Kamai Vasconcelos da Luz - RRDiretor Regional Norte Erich Matos Rodrigues - RNDiretor Regional Nordeste Diógenes Marodin Ferreira - PRDiretor Administrativo Financeiro Conselho Fiscal André Felipe B. Rodrigues - PEJorge dos Santos Lessa - RJMauricélio Lucas de Oliveira - MG Suplentes Carlos Ariel Guarisco Ferreira - PREvandro A. R. Terra Varonil de Sousa - SPMarcelo Corradini - SP Conselho Consultivo Adailton Milhorini - MGÁtil Galarreta Faviero - RSCarlos Maurício Barros Filho - MGJackson Antonio Castro Almeida - BAJorge de La Rocque - RJMarcelo Watson - RJMárcio Faria - MGMúcio Camargo de Assis Filho - SPSidnei Batistella - PRTiago Naves Furbeta - MGVagner Perez de Carvalho Junior - MGValter Soares de Oliveira Jr. - PRVicente de Luca - SP
ABRINTConselho Editorial: Basilio Perez, Diógenes Ferreira, Erich Rodrigues Mattos e Wardner Maia
Coordenação: Recria – Rua Augusto Veraldi 79, Jardim Laranjeiras CEP 14711-040 Bebedouro/SP, Fones: 17 3044.0003 | 8168.6769 Responsável: Regina Barros
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Tiragem: 4.000 exemplaresEditoração eletrônica: Mariana Mendonça Nadermariana.nader@terra.com.br Impressão e Fotolito: Four Color Reproduções Gráficas Ltda.
ABRINT não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.lin
kab
rin
t05 panorama
07 encontro 11 negócio 12 investimento 16 painéis
índice
Sérgio Antônio de Souza - MGDiretor Técnico Cesar Miguel Canavezzi - SPDiretor Adjunto Luis Fernando dos Santos - RJDiretor Adjunto Laerte Fernandes Ferreira - MGDiretor Adjunto Marcelo Barbosa do Couto - MGDiretor Adjunto Breno de Castro Laranjo Vale - MGDiretor Adjunto
5
A ABRINT em números
panorama
Existem provedores regionais de
internet em todos os estados brasi-
leiros, de norte a sul do Brasil, diferenças
econômica, social ou regional, porém com
necessidades semelhantes dos pontos de
vista político e tecnológico.
Até julho deste ano de 2012, segundo
levantamento coordenado pela econo-
mista Mariana Moreira, da ABRINT, o país
contava com 3.389 autorizados de Serviço
de Comunicação Multimídia (SCM), sendo
que 2.580 (76%) deles eram optantes pelo
modelo de empresa Simples Nacional, o
que os enquadra dentre empresas de pe-
Mais de 700 provedores participaram do 4º Encontro Nacional da ABRINT, em São Paulo
queno e médio portes.
Os quatro encontros nacionais de prove-
dores, realizados pela ABRINT desde 2009,
oferecem um panorama que demonstra o
crescimento da profissionalização, do volu-
me de empregos gerados por esse setor, o
avanço na área atendida pelos provedores e
o volume de links contratados.
Em 2012, os mais de 700 provedores
regionais que participaram do evento no
hotel Maksoud Plaza, na cidade de São
Paulo (SP), têm, juntos, cerca de dois mi-
lhões de assinantes e contratam mais de
100 Gbps de links.
6 linkabrint Fontes: Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Participamos pela primeira vez do encontro este ano.
O evento foi bastante interessante em termos de negócios. Foram fechadas
algumas negociações ao longo do evento, além de
pós-vendas. Também ajudou a fortalecer o posicionamento
da empresa no mercado e a disseminar suas soluções.
Em nosso relacionamento com a ABRINT, sempre
fomos bem atendidos e nos surpreendemos com
sua organização, que visa disseminar informações e proporcionar networking
fundamental para o desenvolvimento do mercado
de provedores de internet.
João Francisco dos Santos, presidente da Cianet Indústria e
Comércio S.A.
7
O ministro e a ABRINT
O 4º Encontro Nacional da ABRINT, realizado nos dias 30 e 31 de julho em São Paulo (SP), foi palco de palestras que discutiram as possibilidades tecnológicas e de mercado para o futuro das telecomunicações, reivindicações da entidade e um discurso do governo representado pelo ministro das Telecomunicações, Paulo Bernardo.
encontro
8 linkabrint
Wardner Maia, então presidente da
ABRINT, fez cobranças sobre questões de
infraestrutura, acesso aos recursos do es-
pectro, democratização dos leilões para
provedores regionais, e enfatizou a neces-
sidade da manutenção do modelo que se-
para serviços de valor adicionado dos ser-
viços de telecomunicações, modelo que,
segundo Maia, foi a base para a constru-
ção da internet brasileira e o grande res-
ponsável pelo surgimento dos provedores
regionais.
Ele também pautou em sua apresen-
tação a recente discussão envolvendo a
Norma 004/1995, cuja eventual extinção
impacta diretamente na tributação, ge-
rando aumento do custo para o consumi-
dor final na internet e poderá colocar em
risco o modelo da internet brasileira como
é hoje. “A regulamentação excessiva colo-
caria em xeque determinados princípios
como a própria neutralidade da rede e
contribuiria para a verticalização do mer-
cado. Esse dispositivo foi criado para que
isso não acontecesse, ao prever o mono-
pólio estatal que estava sendo anunciado
em 1995”, afirmou o presidente.
Outra reivindicação foi a celeridade
para o leilão da faixa de 3,5GHz, de in-
teresse imediato dos provedores regio-
nais. “Para o bem da competitividade, o
leilão precisa acontecer o quanto antes.
É inadmissível postergá-lo apenas por
que as grandes operadoras encontram-
-se momentaneamente descapitalizadas,
uma vez que acabaram de comprar as
licenças de 2,5 GHz. Menos sentido faz
esperar que elas se capitalizem e possam
comprar uma frequência somente para
estocar, como historicamente têm feito”,
afirmou Maia.
Assuntos como preço de aluguéis de
postes e de direitos de passagem que pre-
judicam o setor também foram pautados
no encontro. Segundo Maia, os provedo-
res regionais, por poderem hoje oferecer
serviços de melhor qualidade utilizando
fibra ótica, estão investindo no produto e
Diógenes Ferreiras, Basílio Perez, Paulo Bernardo e Erich Rodrigues Wardner Maia
Basilio Perez e Paulo Bernardo
9
uma das grandes barreiras é o preço de
aluguel de postes.
Maia defende que o preço para alu-
guel de postes precisa ser o mesmo inde-
pendentemente do volume contratado.
“Entendemos que pode haver diferenças
regionais no preço unitário dos postes,
mas, em um ambiente competitivo, temos
de garantir que quem contrata mil pos-
tes pagará o mesmo preço unitário que
aquele que contrata um milhão. Permitir
descontos por volume é fazer com que os
pequenos subsidiem os grandes”.
Equilíbrio Maia também destacou a necessidade
da implantação de assimetrias regulató-
rias. “Em telecomunicações se diz que há
‘assimetria regulatória’ quando os desi-
guais são tratados desigualmente, mas
sempre no sentido de garantir aos peque-
nos as condições de competição com os
grandes. Hoje em dia, o ambiente é per-
verso e muitas vezes se permite determi-
nadas práticas que beneficiam as grandes
empresas, como, por exemplo, as vendas
casadas, os famosos combos, o descarado
subsídio para telefonia fixa financiando
a expansão da banda larga e outras tan-
tas práticas nefastas para a competição.
Enfim, temos que ter assimetrias regula-
tórias sim, porque a constituição garante
um tratamento diferenciado às pequenas
empresas, mas antes se deve acabar com
essa assimetria regulatória às avessas que
existe no país”.
Maia também destacou as caracterís-
ticas peculiares dos provedores regionais
e a força do setor unido: “Somos muitos
e temos algumas vantagens competitivas
que nunca serão alcançadas pelas grandes
Ao final do discurso no 4º Encontro, Bernardo convidou a ABRINT para
discutir formalmente os pontos de divergência no seu gabinete, em Brasília.
A entidade atendeu o chamado e já se reuniu com o ministro no dia 12
de setembro. Foi entregue a ele o documento que detalha o perfil dos
provedores regionais, com suas características e necessidades. Basílio Perez,
Wardner Maia, Erich Rodrigues e Diógenes Ferreira defenderam o leilão
de pequenos blocos de radiofrequências aos quais provedores regionais
possam ter acesso, a desoneração para investimento em infraestrutura
e a liberação dos recursos de numeração para que as empresas do setor
operem com telefonia VOIP (Voz sobre IP). Os dirigentes da ABRINT
argumentam que o acesso a frequência própria viabiliza a adesão desses
empresários ao PNBL com os critérios estabelecidos pelo Ministério, que
pretende velocidade de conexão de 10 MB. “Nós conseguimos chegar a
localidades onde as grandes empresas não operam e promovemos, dessa
forma, a massificação da internet no Brasil”, afirma Basílio.
Em Brasília
O mercado está em forte expansão, com tendência de migração do rádio para sistemas ópticos como meio de transporte e acesso. Em 2012, tivemos a oportunidade de conhecer e participar do evento da ABRINT. Foi uma grata surpresa encontrar novos clientes e verificar o nível de profissionalização do segmento.
Celso Motizuki, gerente geral de vendas da Furukawa Industrial S.A.
10 linkabrint
empresas. Temos uma capilaridade imensa
e estamos presentes em todos os cantos
do país, estamos próximos e participamos
das comunidades que atendemos e temos
todos os sotaques do Brasil. Efetivamente
falamos a língua de nossos clientes. Jun-
tos reunimos números expressivos que
nos colocam em pé de igualdade com os
grandes monopólios. Sozinhos, podemos
ser vulneráveis, mas juntos somos a tercei-
ra maior operadora do país”.
DesenvolvimentoO ministro das Comunicações, Pau-
lo Bernardo, apresentou vários dados
de crescimento durante o encontro. Ele
afirmou que a missão do Ministério é fo-
mentar e facilitar o uso das tecnologias
no país, para melhorar os resultados do
Produto Interno Bruto (PIB), avanço de
técnicas na medicina, maior acesso à in-
formação e cultura e melhoria no ensino.
Essas metas estão em andamento se-
gundo pesquisa apresentada pelo minis-
tro. O levantamento foi feito pelo Comitê
Gestor da Internet em 2011 e mostra que
mais de 6,3 milhões de domicílios brasilei-
ros têm conexão de internet.
A internet fixa cresceu 11% de 2010
para 2011. A expectativa do governo é
que, até o final de 2012, metade das re-
sidências do país tenham conexão. 2011
também representou um aumento em
113% de internet móvel no Brasil, número
que deve se repetir em 2012, com mais
ofertas de smartphones no mercado.
Quanto à velocidade, o ministro apon-
tou uma redução de 67% na quantidade
de conexões de até 512 Kbps. Já as veloci-
dades acima de 8 Mbps cresceram mais de
300%. “Também já aumentou muito o nú-
mero de conexões acima de 1 Mbps, com
certeza, em virtude do Plano Nacional de
Banda Larga”, disse Bernardo. “Acredito
que, em 2014, internet com velocidade de
1 Mbps vai ser indesejada. As pessoas vão
querer velocidade maior e não vão aceitar
mais pagar R$ 35”.
Já em relação à TV a cabo, os núme-
ros continuam promissores. A estimativa é
que até 2014, 4.200 municípios possuam
o produto com infraestrutura em terra e
o restante por satélite, totalizando 28 mi-
lhões de residências.
Bernardo também explicou que a tec-
nologia 4G para telefonia móvel será im-
plantada no país até o final do ano. As
empresas que vencerem os leilões serão
responsáveis também pela exploração da
internet na área rural que, segundo o mi-
nistro, é um setor com grande mercado
para digitalização.
Discurso A postura do representante do gover-
no diante das reclamações da ABRINT foi
receptiva. Paulo Bernardo se propôs a ou-
vir as reivindicações e propostas da ABRINT
sobre recursos de numeração e aluguel de
postes, destacou o papel dos provedores
regionais como determinante no plano do
governo sobre a universalização da inter-
net e se mostrou aberto ao diálogo com
a entidade, inclusive em questões delica-
das como leilões de frequência. “Estamos
dispostos a conversar com a ABRINT sobre
isso, mas é um bem escasso e, por isso,
tem de ser cedido mediante leilão ou al-
guma outra forma possível para o Tribunal
de Contas da União com base no interesse
público”, afirmou ele.
Participamos pela segunda vez do Encontro e tivemos
várias propostas de fechamento de negócios
além da exposição da marca, num momento em que os
resultados são positivos, como o desenvolvimento
da indústria brasileira de equipamentos de
telecomunicações, fruto da política de fomento ao setor. Pretendemos voltar
em 2013. A ABRINT é nossa grande parceira para garantir o sucesso do PNBL
em todo o país.
Caio Bonilha, presidente da TELEBRAS
11
Uma visão de mercado
negócio
A rede mundial de computadores su-
porta hoje vários conteúdos, como filmes,
que não carecem de regulação como ser-
viço de telecomunicações. Demi Getschko,
diretor-presidente do Núcleo de Informa-
ção e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR),
observa que o uso da rede na condição de
serviço de telecomunicações não restrin-
ge seu conteúdo, liberdade garantida pela
neutralidade da rede, cuja manutenção é
defendida por ele nas discussões do mar-
co civil. João Batista Rezende, presidente
da Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL), observa que é necessário forta-
lecer os provedores regionais.
“E na minha visão esse fortalecimento
dos negócios passa por algumas mudan-
ças, inclusive de entendimento, porque os
próprios provedores querem entrar no ‘te-
lecom’”, diz Rezende.
Ele diz que a entrada dos provedores
no mercado de telecomunicações, ex-
plorando serviços de telefonia sobre IP
(VOIP), a aquisição de radiofrequência
própria, devem ser pautadas em debates
aprofundados e específicos, que estabele-
çam modelos de negócios e viabilidade ar-
recadatória, uma vez que envolvem bens
da União.
A ANATEL trabalha em algumas fren-
tes que poderão significar mudanças
importantes na atuação dos provedores
regionais, como os projetos para a ado-
ção de medidas de compartilhamentos –
como postes e indultos –, a abertura do
mercado de TV por assinatura, o aumento
dos Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) e a
possível adoção de regras específicas para
que provedores regionais tenham acesso
ao leilão de radiofrequências.
Eu e meu marido Ademir fundamos a MKSNET Informática em 1998 em Palmei-ra das Missões-RS. Somos formados em Administração de Em-presas e aposentados. Em nossa aposenta-doria trabalhamos muito mais, pois se você ficar parado, o concorrente te engo-le. Temos mais dois sócios responsáveis pela área técnica.
Iniciamos o negó-cio oferecendo aos clientes internet dis-cada, autenticação de ADSL e hospe-dagens de sites. Em 2003, fomos uma das primeiras empresas a oferecer internet banda larga via rádio, oferecendo conexão ilimitada, e deixando para trás a necessida-de da linha telefôni-ca para internet. Em 2008, começamos a atuar em todo o terri-tório nacional através da Sulcom Telecom, oferecendo serviços de telecomunicações. Até o final de 2012, estaremos com anel de fibra ótica em Pal-meira das Missões e, em 2013, nas princi-pais cidades da região noroeste do Rio Gran-de do Sul. Iniciamos também este ano o monitoramento de imagens residencial e de empresas.
Mariza PeruzzoloMKSNET
Rio Grande do Sul
Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR)
João Batista Rezende, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)
12 linkabrint
Cidades Digitais – ameaças ou possíveis oportunidades para
empresas regionais?Provedores regionais de todo o país podem se preparar para fazer bons negócios
em parceria com o Governo Federal por meio do projeto Cidades Digitais, a cargo da
Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Para Lygia Pupatto, secre-
tária da pasta, mais do que fomentar projetos nesse sentido, deve-se estimular a cultura
digital para melhorar a condição socioeconômica da população.
O termo Cidade Digital abrange vários tipos de experiências que relacionam cidades
e novas tecnologias de comunicação. Como os conceitos variam, o Ministério, através
de pesquisas, resolveu estabelecer uma definição e um modelo de infraestrutura que
engloba o Governo Eletrônico para que os órgãos públicos estejam interligados e o
cidadão tenha acesso às informações atualizadas digitalmente no seu município (Lei de
Acesso à Informação); apoio à formação dos servidores municipais, pontos de acesso
livres e gratuitos (redes sem fio em espaços públicos de grande circulação e qualifica-
ção de telecentros) e articulação com outras políticas sociais do Governo Federal como
Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), entre outros, e articulação com
os provedores regionais para expansão do uso da internet em suas cidades.
Lygia Pupatto, secretária de Inclusão
Digital do Ministério das Comunicações
investimento
13
ProjetoO Governo Federal já criou o projeto
piloto que deve abranger 80 cidades. To-
das estão nas regiões Norte e Nordeste do
país, têm baixo índice de desenvolvimen-
to, pouca densidade domiciliar de acesso
à banda larga e contam com até 50 mil
habitantes. A secretária Lygia Pupatto tem
o Índice Firjan de Desenvolvimento Muni-
cipal (IFDM) como fonte de informações
para elaborar o critério do projeto. A ideia
é informatizar as ações de governo e fazê-
-lo acessível à população.
Por mais que a internet faça parte do
cotidiano das pessoas, cerca de 70% dos
funcionários públicos não têm conheci-
mento suficiente para usar a rede.
Esse projeto, nos moldes do Ministério
das Telecomunicações, passará por licita-
ção e poderá ser pleiteado pelos provedo-
res regionais desde que alguns requisitos
sejam observados, como responsabilidade
para adquirir os equipamentos e implan-
tar a rede, formação de servidores para a
operação de rede, manutenção de opera-
ção assistida por seis meses e garantia de
equipamentos por três anos.
A iniciativa ainda prevê a sustentabi-
lidade técnica e/ou financeira, ou seja, a
prefeitura poderá fazer a concessão de
uso de infraestrutura para instituições
privadas ou públicas, que explorariam
comercialmente a rede e ofereceriam re-
torno financeiro e/ou técnico para a ma-
nutenção e operação da rede em contra-
partida.
Mais da metade dos brasileiros não
tem acesso à internet, segundo a Pesqui-
sa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD). Em 2011, menos da metade dos
brasileiros tinha computador em casa. O
equipamento estava presente em 26,3 mi-
lhões de lares, ou 42,9% do total. Ainda
assim, quando os pesquisadores pergun-
tam sobre o acesso à internet, esse núme-
ro cai para 22,4 milhões dos 61,2 milhões
de domicílios – 36,5% do total. Embora
muitos ainda estejam excluídos, houve
crescimento de 14,7% da população que
acessa a internet em relação a 2009 – 9,9
milhões de pessoas a mais.
FocoFabiano Vergani, da Associação dos Pro-
vedores de Serviços e Informações da Inter-
net (INTERNETSUL) e do Conselho Nacional
das Entidades de Provedores de Serviços de
Internet (CONAPSI), esclarece que o projeto
Cidades Digitais não possui foco em dispo-
nibilizar acesso livre à internet para a popu-
lação, e sim acesso aos serviços públicos e
de governança. “Essa diferença deve ficar
clara para os prefeitos e líderes municipais
durante a negociação dos provedores que
pretendem fazer parte do projeto”, explica.
Oportunidade
A ABRINT defende que as Cidades Digi-
tais são uma tendência sem volta e podem
ser exploradas economicamente pelos
provedores regionais. As oportunidades
para os associados são variadas, como a
participação na implantação, manutenção
ou treinamento dentro do projeto, inclusi-
ve com a união dos provedores.
Mas é necessário precaução, já que
existem muitos exemplos equivocados da
implantação de projetos que não são “ci-
dades digitais” nos moldes do Ministério,
que têm apenas o objetivo de alavancar
eleições.
É um mercado que cresceu devido a pequenas demandas e que hoje se torna extremamente necessário para a inclusão digital do povo brasileiro. Um mercado que cresce cada vez mais e que sente a necessidade de mais respaldo para crescer de forma sustentável.
Alexandre Volpe, Tec-Wi Wireless
Devido à visibilidade do evento para o mercado de provedores, tivemos uma excelente exposição da marca e das nossas soluções. Conseguimos expandir parcerias e negócios.
Maria Diléia, Aloina Assessoria em Regulamentação
14 linkabrint
Internet no Brasil e na América Latina – infraestrutura, recursos críticos, desafios e oportunidades
O desafio imediato do Brasil em re-
lação à tecnologia de internet é migrar
o endereçamento de IPv4 para o IPv6. O
secretário executivo do Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), Hartmut Glaser,
estima que os endereçamentos em IPv4
estejam esgotados até o final do ano de
2013. Segundo Ricardo Patara, gerente
de recursos de numeração do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR
(NIC.br), a numeração IPv4 está esgotada
na central da Internet Assigned Numbers
Authority (IANA) desde 2011. Logo de-
pois, também acabou na Europa.
A migração e adoção dos novos pro-
tocolos de endereçamento necessitam de
investimento em tecnologia e é tido pelos
técnicos como o ponto crítico para o avan-
ço da internet no país. Há a necessidade
da transição do protocolo e o investimen-
to em novas tecnologias para que a inter-
net não seja só acessível a todos, como
de alto padrão e referência internacional.
Segundo Glaser, o Brasil está entre os 10
melhores provedores de infraestrutura de
internet do mundo.
O coordenador técnico do Pontos de
Troca de Tráfego Metropolitanos (PTTMe-
tro), Milton Kaoru Kashiwakura concorda
com Glaser e também vê o Brasil entre os
melhores países em estrutura para servi-
dores DNS do mundo e que nas grandes
cidades o volume de troca de tráfego
apresenta altos índices de crescimento
todos os anos. O recorde em volume em
2011 foi de Belo Horizonte (MG). São Pau-
lo (SP) é a líder em troca de tráfego.
Glaser destaca, porém, que existem ain-
da outras dificuldades a serem superadas,
como a definição de um modelo de gover-
nança da internet, que esbarra em interes-
ses divergentes. “O Brasil é exemplo de mo-
delo pluralista, onde a internet não é um
serviço de concessão do governo”, observa.
Para ele, algumas oportunidades do
setor consistem em estruturar padrões de
acessibilidade tornando as páginas da in-
ternet acessíveis para qualquer navegador,
projeto coordenado pelo braço do CGI.br,
o escritório da W3C.
painéis
Hartmut Glaser, Secretário Executivo do CGI.br
Raúl Escheberría, diretor executivo do LACNIC
Ricardo Patara, gerente de recursos de numeração do NIC.br
Milton Kashiwakura, coordenador técnico do
PTT Metro
15
Atuamos desde 1991 em quatro pequenas cidades de Minas com menos de 10 mil habi-tantes: Santa Rita de Caldas, Ipuiuna, Caldas e Ibitiura de Minas. So-mos pioneiros em todo o processo de informa-tização da região. Ofe-recemos internet grátis para escolas públicas, delegacias, hospitais, asilos, ONGs e eventos locais.
Atendemos áreas ru-rais de acesso muito restrito e temos casos de estações que aten-dem apenas pequenos sítios, onde não chega nem celular, e usam com energia solar, pois não há energia elétrica local. O único acesso à torre se dá apenas com carros especiais, pois não há estradas no local.
Até 2009, só tínha-mos como fornecedor de link a Oi. Eles leva-vam um ano para aten-der nossa demanda, e esse processo atrasou nossa expansão em ao menos 8 anos. Depois do mercado aberto, a própria Oi, fornecedora de nosso link, passou a concorrer conosco. Solução: construímos nosso próprio backbo-ne (rede principal) que interliga nossa sede às grandes redes de fibra ótica de Campinas-SP. Agora já estamos visua-
lizando novos ho-rizontes como TV e telefonia digital.
Marcelo CoutoNowtech
Minas GeraisRetrato da internet na América Latina
Desafio: Equidade na região da América Latina, principalmente com o
uso dos dispositivos moveis, que dependem de cobertura e tarifa mais aces-
síveis. A expectativa do organismo dirigido por Escheberría é a de que haverá
um “crescimento enorme de usuários”. As capacidades de processamento dos
equipamentos eletrônicos duplicam a cada 18 meses e cresce o número de
dispositivos móveis conectados. A evolução desses hábitos, porém, é difícil
prever. Para atender ao crescimento da demanda e corresponder ao desafio,
o LACNIC defende a ampliação da rede e a adoção de políticas públicas de
inclusão digital.
Oportunidades:Governo eletrônico
E-commerce
Datacentros
Desenvolvimento de conteúdo
Aplicações móveis
Expectativa até final de 2015:60% de abrangência na América Latina e Caribe (360 milhões de usuários)
12 milhões novos usuários
Brasil: mais de 30 milhões
Fonte: Raúl Escheberria, diretor executivo do LACNIC
A América Latina é a região do mundo onde a distribuição da internet
é mais desigual. Raúl Escheberria, diretor do Latin America and Caribbean
Network Information Centre (LACNIC), diz que na Argentina a internet chega
a 60% dos usuários e no Haiti a menos de 10%.
Média de abrangência: 40%
10 países têm menos de 25%
13 países têm mais de 50%
16 linkabrint
painéis
Acesso à infraestrutura passiva: partilhamento de dutos, condutos, torres e postes públicos
A competitividade no mercado dos provedores regionais esbarra em um dos temas
mais delicados da organização desse serviço: o compartilhamento de infraestrutura e os
valores praticados para aluguel de postes e dutos.
Levantamento realizado pela ABRINT entre os seus associados revela uma diferença de
mais de 300% nos valores praticados para o aluguel de postes dependendo da região do
país. A diferença salta para mais de 1.000% quando os preços são comparados com os que
são cobrados das grandes operadoras.
Segundo Alexandre Henriksen, assessor técnico do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE), e coordenador geral de análise econômica da Secretaria de Direito
Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, o compartilhamento de meios pode representar
Alexandre Henriksen, Ministério da Justiça
Arthur Coimbra, Ministério das Comunicações
17
ração. O Plano Geral de Metas de Com-
petição (PGMC) da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL) prevê, por
exemplo, que as empresas detentoras de
Poder de Mercado Significativo (PMS) se-
jam obrigadas a realizar ofertas de refe-
rência para o compartilhamento de infra-
estrutura passiva, sobretudo de dutos.
Henriksen defende que o PGMC tem
disposições mais rigorosas quanto à dis-
ponibilização de informações e resoluções
de disputas. O Governo Federal pretende
criar, por exemplo, uma entidade super-
visora para dar agilidade ao processo de
oferta pública de compartilhamento de
meios.
“Com a abertura do mercado, muito se
espera das novas autorizações do Serviço
de Acesso Condicionado, aumentando a
penetração do serviço nos lares brasileiros.
Mas isso só ocorrerá se houverem regras
claras que minimizem as barreiras à en-
trada desses novos prestadores e que am-
pliem as condições de competição junto
ao usuário final”, afirma o secretário.
Arthur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério
das Comunicações, vê os provedores regionais como essenciais para o êxito
do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Por esse motivo, declara que
o Ministério está disposto a romper com antigos paradigmas e políticas
desenvolvimentistas que diferenciam grandes e pequenos empreendedores.
Exemplos são a retomada da empresa Telecomunicações Brasileiras S.A.
(Telebras) e a adoção de regras, por meio de decreto, que incentivam
a implantação conjunta de redes e o direito de carona, a implantação
compulsória de dutos em obras custeadas com recursos da União,
eliminação da cobrança pelo direito de passagem, incentivo à implantação
e venda de redes de fibra ópticas apagadas, estímulo à cessão de postes,
dentre outras medidas que são objeto de debate no Ministério.
Os provedores e a competitividade
de 5% a 10% dos custos operacionais dos
prestadores dos serviços, cujo reflexo é a
dificuldade em atender a usuários distan-
tes de grandes centros. Na visão de Henrik-
sen, esse é um dos entraves para a compe-
titividade no setor, que eleva o preço pelo
serviço e reduz a qualidade.
Em sua visão, o aumento da competi-
tividade no mercado de telecomunicações
pode fazer crescer em 30% o volume de
novos usuários dos serviços. A estatística
mostra também que as medidas de incen-
tivo à concorrência geram novos postos
de trabalho. João Moura, presidente da
Associação Brasileira dos Prestadores de
Serviços de Telecomunicações Competiti-
vas (TELCOMP), vê a conectividade em alta
velocidade como recurso essencial para a
economia moderna com influência direta
no Produto Interno Bruto (PIB) do país. “A
expansão da infraestrutura é condição crí-
tica”, opina Moura.
Existem, porém, algumas medidas
que já estão em vigor ou em estudo para
proporcionar melhores condições de ope-
O mercado de provedores está em expansão e com grande potencial de compra de produtos de alta tecnologia e qualidade. Nossa primeira participação no 4º Encontro de Provedores da ABRINT foi de grande importância para divulgação da empresa e de produtos para o mercado de ISPs (provedores).
David Born da Costa, diretor comercial da WNI Equipamentos Eletrônicos
18 linkabrint
Tendências na distribuição de TV paga e a nova regulamentação
para a TV a cabo no Brasil
Marconi Thomaz de Souza Maya, su-
perintendente de Serviços de Comuni-
cação de Massa da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL), em Brasília,
recebeu calorosamente os provedores
regionais que representam a ABRINT no
primeiro semestre de 2012. “Se vocês
querem saber se são bem-vindos, eu digo:
vocês são muito bem-vindos”, disse à
época. Meses depois, diante de cerca de
500 provedores regionais, Maya reforçou:
“Vamos colocar vídeo nas redes de vocês”.
Seu discurso é o eco da disposição mani-
festada pelo Governo Federal, que impôs
novas regras para a operação de TV por
assinatura no país e abriu esse mercado
para os provedores regionais.
Maya explica que, para agregar esse
serviço, a empresa deve solicitar a autori-
zação de Serviço de Acesso Condicionado
(SeAC), que tem abrangência nacional e o
custo de R$ 9 mil – é expedida pela ANA-
TEL. A autorização de SeAC restringe-se às
atividades de entrega, transmissão, veicu-
lação, difusão ou provimento de pacotes
ou conteúdos audiovisuais.
Além disso, o prestador deve licenciar
cada estação usada, seja cabo ou satélite.
painéis
Marconi Thomaz de Souza Maya, superintendente de
comunicação de massas da ANATEL
19
Maya explica que o satélite tem abrangên-
cia nacional e maior capilaridade. O cabo
oferece restrição territorial. Ele alerta para
a importância de definir um sólido plano
de negócios.
A exploração da TV por assinatura
exige, dentre outras coisas, rede própria,
em razão do volume de banda necessário
para o serviço, e, em qualquer modalidade
de distribuição, seja por cabo ou satélite, a
veiculação de dez canais de interesse pú-
blico, como os da Câmara dos Deputados,
Senado e Justiça.
Não há limite para a expedição de au-
torizações de SeAC, exceto em casos nos
quais a ANATEL venha a identificar que o
excesso de competidores possa compro-
meter a prestação do serviço. Dados da
ANATEL demonstram queo setor cresce
30% ao ano e a expectativa é a de que
até o final de 2012 sejam 16,5 milhões de
assinantes em todo o país.
Para entrar nesse mercado, é necessá-
rio atentar para as obrigações necessárias
ao cumprimento do Plano Geral de Metas
de Qualidade (PGMQ), que prevê, dentre
outras coisas, índices de reclamação e ins-
talação do serviço, cessação de cobrança,
respostas às correspondências em cinco
dias, atendimento pessoal, reclamação
por erro em documento de cobrança, in-
terrupções solucionadas e solicitações de
reparos atendidas, dentre outras coisas.
Há também regras específicas para
preservar os direitos dos consumidores,
EUA - mais de 70 milhões de assinantes
Brasil - menos de 5 milhões de assinantes
Mercado
como, por exemplo, recompensa ao usuá-
rio em caso de interrupção do serviço por
tempo superior a 30 minutos, com ressar-
cimento ou abatimento na conta, e o di-
reito do assinante à suspensão sem ônus
de 30 a 120 dias do plano.
Márcio Faria, diretor da Unotel Tele-
com S.A., observa que é o projeto téc-
nico que definirá a atuação da empresa
interessada neste setor e que o preocupa
o fato de os pequenos operadores não
terem condições favoráveis para a aqui-
sição de conteúdo. Ary Braga, diretor
geral da NET-Angra, em Angra dos Reis
(RJ), que já oferece TV por assinatura, dá
seu testemunho: “Independentemente
da tecnologia, o provedor deve pensar
em ter uma rede viável. Para o assinan-
te, não importa se receberá o serviço por
cabo parcial, fibra óptica, par metálico ou
satélite. O que interessa é a qualidade do
serviço, obtido com o conhecimento da
tecnologia empregada e a confiabilidade
do processo”.
Bismarch Paula Filho, consultor co-
mercial da CIANET, de Florianópolis (SC),
observa que há alguns anos todos os equi-
pamentos para fornecer esse serviço eram
importados. Até mesmo os projetos eram
feitos no exterior e o mercado não era re-
gulamentado. Ele fornece TV por assinatu-
ra há mais de duas décadas. “Hoje, vocês
estão mais adiantados e organizados, e
podem ousar e tentar avançar mais nesse
mercado”, opina.
O mercado de provedores de acesso é ainda muito promissor. Entretanto, numa seleção natural, só poderão se manter vivas e saudáveis as empresas que acompanharem todo processo evolutivo deste ramo, do ponto de vista tecnológico, administrativo e mercadológico. Apenas provedores organizados em sua documentação, bons pagadores de seus tributos e contas e ainda que sustentem suas tecnologias com equipamentos de ponta, poderão permanecer em ascensão neste mercado tão competitivo.
Asshaias Felippe, diretor executivo da Solintel Soluções Inteligentes
TV por assinatura
20 linkabrint
Oportunidades para provedores regionais na faixa
de 3.5 GHz – possibilidade real ou utopia?
painéis
Joao Batista Rezende, presidente da ANATEL
Emília Ribeiro Curi, conselheira da ANATEL
21
A possibilidade de pequenos prove-
dores participarem do leilão da frequên-
cia de 3,5 GHz pode ser real desde que
Governo Federal e provedores regionais se
organizem e discutam. Essa é a conclusão
da conselheira da Agência Nacional de Te-
lecomunicações (ANATEL), Emília Ribeiro
Curi, que vê a necessidade da massificação
da banda larga, principalmente em épo-
ca de grandes eventos nacionais como a
Copa do Mundo e Olimpíadas.
Segundo ela, para disputar um pedaço
do espectro da forma como pretendem,
os provedores regionais devem cumprir
algumas regras, como a capacidade de
investimentos, de infraestrutura e organi-
zação.
“O ideal seria adequar o regulamento
de serviço para área local dentro do re-
gulamento de 3,5 GHz. Quer dizer, tirar
a área de numeração, que congrega mui-
tas cidades, e fazer o leilão por área local,
por município. É uma discussão que vocês
podem levar ao ministro [Paulo Bernardo,
ministro das Comunicações] e ver o que
fica melhor”, opina.
A ABRINT apresentou ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,
e ao presidente da ANATEL, João Batista de Rezende, a solicitação para
que os provedores regionais sejam contemplados em futuros leilões de
radiofrequência. “Nós reivindicamos o direito de participar da disputa,
pode ser por meio de formação de consórcios, sociedades ou cooperativas.
Da forma como a regra é estabelecida, os provedores regionais nunca
conseguirão comprar um bem que, para nós, é um tesouro e para aqueles
que, ao final, ficam com o direito de explorar, é um fardo, como foi o leilão
dos 450 MHz”, observa Basílio Perez, presidente da ABRINT.
A associação sugeriu, dentre outras coisas, que a ANATEL reserve os três
últimos blocos do espectro da frequência de 3,5 GHz exclusivamente para o
leilão às empresas com autorização SCM com menos de 50 mil assinantes.
ABRINT em Brasília
Emília destacou que no regulamento
de serviço, ainda aberto, existe uma possi-
bilidade para os provedores regionais pe-
direm mudanças, inclusive de subdivisões,
para que o edital de 3,5 GHz contemple
um maior número de empresas por área:
“No 3,5 GHz, uma das áreas maiores é
para o Plano Geral de Autorização do Ser-
viço Móvel Pessoal, enquanto que para os
pequenos está por numeração, que é o có-
digo de operação da prestadora”.
Uma das questões estratégicas, segun-
do a conselheira, é o aumento no núme-
ro de empresas do setor com autorização
de Serviço de Comunicação Multimídia
(SCM). Aqueles que ainda operam clan-
destinamente devem buscar a regulariza-
ção do serviço para que, com os milhares
já regularizados, tenham força para reivin-
dicar direitos e melhorar os seus próprios
negócios.
Para a conselheira, o leilão será pos-
sível aos provedores, assim como outras
reivindicações, quando houver mais união
do setor e mais sensibilidade do Governo.
Atuamos em Santa Cruz do Rio Pardo e Bernardino de Cam-pos, interior de São Paulo. Em 2009, a Telefônica estava im-pedida de vender o Speedy e tinha apenas um provedor via rádio por aqui, que não ti-nha preço, qualidade e nem assistência téc-nica satisfatória. Foi quando eu decidi abrir o provedor.Digo que comecei nes-sa área faz três anos. Antes me formei em Mecânica de Precisão. Cursava Relações Inter-nacionais e trabalhava em uma empresa que importava tecidos. Quando comecei não tinha conhecimento nenhum na área, pes-quisei, estudei, tive au-xílio de alguns amigos da ABRINT, contrata-mos pessoas capacita-das para a área técni-ca e assim tocamos o barco.Hoje tenho cerca de mil clientes e atuo junto ao meu sócio, Marcelino Cabral, que possui outro provedor na cidade de Ourinhos--SP, a GlobalTech. Nós trabalhamos 100% via rádio, mas meu sonho de consumo é oferecer aos meus clientes TV a cabo.
Julinayde AdornoNet.ComSão Paulo
22 linkabrint
Planejamento tributário e fiscal para provedores de
internet e telecomunicações
painéis
Paulo Henrique Silva Vitor, consultor jurídico da ABRINT
23
A capilaridade dos provedores regionais os converte em parceiros estratégicos do Go-
verno Federal para a universalização do acesso à banda larga no país. Para operar, porém,
é necessário obter as autorizações exigidas pela Agência Nacional de Telecomunicação
(ANATEL) e estar em dia com as obrigações técnicas e legais. O primeiro passo é obter
a licença de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). Paulo Henrique da Silva Vitor,
advogado do escritório Silva Vitor Associados e consultor jurídico da ABRINT, mostra os
caminhos para a sustentabilidade do negócio dos provedores regionais.
Como se prepararLicenciar as estações
Revisar os contratos com os assinantes
Calcular os limites de Effective Isotropic Radiated Power (EIRP) e enquadrá-los à
regulamentação
Disponibilizar a central de atendimento 0800
Gravar todas as ligações (Lei do Call Center)
Cumprir as obrigações mensais com a ANATEL
Ficar atento às mudanças da legislação e seus regulamentos para as adequações
necessárias
Respeitar o Código de Defesa dos Direitos do Consumidor
Adequar o plano de contas para evitar furos
Obrigações de pagamento SCM no SimplesTFI – Taxa de Fiscalização da Instalação
TFF – Taxa de Fiscalização de Funcionamento
CODECINE – Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica
Nacional
Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública
DASN – Documento de Arrecadação do Simples Nacional
Durante fiscalização presencial:
O que a ANATEL pode pedir?Licença da estação que faz a interconexão (chegada do link)
Licença de radioenlaces (microondas)
Contrato e boleto com usuários
Certificado de homologação dos equipamentos
O que não pode?Extrato de conta corrente
Acesso aos equipamentos
Solicitação de cópias de documentos imediata (deverá ser feita por escrito e com
tempo hábil para disponibilização)
O órgão pode também fazer fiscalização a distância, pedir documentos, notas fiscais,
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), pagamento de Fundo de
Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) e Fundo de Desenvolvimento
Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL).
A PeerApp se sente honrada e agradecida por ter participado como um dos expositores do 4° Encontro Nacional dos Provedores de Internet promovido pela ABRINT. A organização, a receptividade e o sucesso de público foram perfeitas, gerando resultados que superaram as expectativas da empresa.Isso confirma que um produto de padrão mundial, posicionado corretamente para o cenário brasileiro e apresentado ao mercado através de um evento representativo como este, é uma garantia de bons negócios.Parabéns à gestão anterior, representada pelo presidente Sr. Wardner Maia, e sucesso à gestão do Sr. Basílio Perez e sua diretoria.
Hildebrando RibeiroDiretor ComercialPeerApp Inc
24 linkabrint
Casos de sucesso em cabeamento e fibra
painéis
24 linkabrint
25
A ABRINT estima que em 2012 os pro-
vedores regionais de todo o país tenham
investido mais de R$ 1 bilhão na implan-
tação de redes de fibra óptica. Deywid
Gomes, diretor tecnológico da Associa-
ção Brasileira de Provedores Integrados
(ABRAPI), considera que as redes de fibra
solucionam questões importantes, como
descargas elétricas.
A engenheira Chrystiane Suemy, da Fu-
rukawa Industrial S.A., afirma que as re-
des de fibra óptica totalizavam 61 milhões
de pontos de acesso no mundo em 2011.
Até 2015 deverão ser 197 milhões pontos
de acesso, segundo Chrystiane.
“Acredito que em 2015, 50% dos pro-
vedores do Brasil atenderão a seus clientes
por meio de fibra óptica, pois ela resolve
melhor as necessidades do brasileiro do
que as fibras metálicas”, opina. Cerca de
25% das vendas da Furukawa, uma das gi-
gantes deste setor, são realizadas para os
provedores regionais.
Manoel Santana, presidente da Asso-
ciação dos Provedores de Internet (ABRA-
MULTI), avalia o mercado como oportuno
para o investimento em redes próprias:
grandes operadoras avançam sobre cida-
des pequenas, tirando concessionárias da
zona de conforto, e o mercado não ofe-
rece rádios com maior capacidade na fre-
quência usada pelos provedores regionais.
Ele observa que Redes Hybrid Fiber-Coax
(HFC) e de pares metálicos, “tão caras
quanto as de fibra, serão obsoletas em
breve para bandas altas e grande número
de canais de alta definição”.
Há, em sua visão, duas oportunidades
de investimentos com características dife-
rentes. As redes FTTHs (Fiber to the home)
têm alto custo de implantação, o que jus-
tifica a adoção de serviços adicionais em
regiões com capacidade de mercado supe-
rior a cinco mil assinantes. Uma opção de
investimento menor, porém sem valor de
revenda, é a rede de cabos UTPs (Unshiel-
ded Twisted Pair) otimizados, que têm bai-
xo custo, suporta banda larga e têm capa-
cidade de agregar outros serviços, como
telefonia e monitoramento.
DicasSantana defende que empresas com
menos de cinco mil assinantes firmem
parcerias para repartir despesas e ter esca-
la para a compra de equipamentos, servi-
ços, programação e contratação de equi-
pe técnica. Deixar de sobrepor redes, em
sua visão, aumenta o custo da operação
sem reflexo no número de assinantes.
Para empresas desse porte, investir em UTP significa ganhar tempo. “Mas não resolve o problema, será sempre um serviço inferior ao obtido com uso da fibra e, apesar de o custo de implantação ser baixo, o de manutenção é alto”, explica Santana, que vê essa tecnologia como boa opção para empresas que não terão ganho de escala com fibra e não podem sobrepor redes.
É um mercado em franca expansão, com potencial de negócios muito abrangente. A ABRINT cumpre seu papel de maneira muito competente no que se refere à defesa dos interesses das empresas do setor. É atuante junto aos órgãos reguladores e parceira fundamental no desenvolvimento do mercado de provedores de internet no país.
Rubens Gameiro Junior, Belver Instrumentos e Sistemas de Teste
26 linkabrint
A Telebras e os provedores regionais
Luis Nelson Vergueiro, gerente comer-
cial da Telebras, tem um olho no mapa de
demandas pelo serviço de internet no país
e o outro na política defendida pela esta-
tal, que é a de estabelecer parcerias com
os provedores regionais para dar capilari-
dade à internet no Brasil.
Caio Bonilha, presidente da Telebras,
esclarece que a rede da empresa é neutra,
isto é, não investe em mercados já ocu-
pados, mas atua como parceira comercial
daquelas que fazem a última milha. Em
sua visão, a rede da Telebras incrementa a
competição no mercado. A contrapartida
que a empresa quer dos provedores é a
oferta de internet popular.
“No começo deste ano, nós já passa-
mos dos 20 milhões de acessos de internet
painéis
fixa, acima até do planejado. O governo
da presidente Dilma quer chegar a 2014
com 40 milhões. Nós temos plena certeza
que vamos alcançar isso, não só através
das grandes operadoras, mas também
com o auxilio dos operadores que estão
em contato no dia-a-dia com o usuário fi-
nal”, diz.
Vergueiro esclarece que os provedores
regionais que venham a aderir ao Plano
Nacional de Banda Larga (PNBL) poderão
também oferecer serviços com valores
e velocidades diferentes, de acordo com
seus planos comerciais. Ressaltou, porém,
que a contrapartida será sempre a adesão
ao PNBL. Segundo ele, a estatal não é con-
corrente dos provedores e oferecerá quali-
ficação e certificação de qualidade.
Caio Bonilha, presidente da Telebras
Luis Nelson Vergueiro, gerente comercial da Telebras
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Alan Silva Faria, advogado do escritório Silva Vitor Associados
Alexandre Henriksen, assessor técnico do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e coordenador geral de análise econômica da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça
Antonio Moreiras, coordenador de projetos do NIC.br.
Aristóteles Dantas, diretor da Enteriw Telecom e vice-presidente da ANID
Ary Braga, diretor da NET-Angra (empresa de TV por assinatura)
Bismarck de Paula Filho, consultor comercial da CIANET (empresa de TV por assinatura)
Caio Bonilha, presidente da Telebras
Chrystiane Suemy, engenheira da Furukawa
Deywid Gomes, diretor tecnológico da ABRAPI (MG)
Emília Ribeiro Curi, membro do Conselho Diretor da ANATEL
Fabiano Vergani, INTERNETSUL e CONAPSI
Filipe Mejdalani, gerente operacional da Múltipla Serviços Inteligentes (empresa de TV por assinatura)
Flávio Marcon, diretor da Telemídia
Hartmut Glaser, diretor executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil
João Batista de Rezende, presidente da ANATEL
João Moura, presidente da TELCOMP
Luis Nelson Vergueiro, gerente comercial da Telebras
Lygia Pupatto, secretária de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações
Manoel Santana, diretor da Viareal e presidente da ABRAMULTI
Marcelo Siena, presidente do Conselho Consultivo da Anatel
Marconi Thomaz de Souza Maia, superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da ANATEL
Mario Faria, diretor da UNOTEL Telecom
Milton Kaoru Kashiwakura, coordenador técnico do PTT Metro
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações
Paulo Henrique da Silva Vitor, advogado do escritório Silva Vitor Associados
Ricardo Patara, gerente de recursos de numeração do NIC.br
Conferencistas do 4º Encontro Nacional de Provedores de Internet e
Telecomunicações
ABRINTAssociação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.
Rua do Rosário 108 - Sala 703 - Centro - Rio de Janeiro/RJ - CEP 20041-002Telefone (11) 3522-9505 (11) 3522-9505 - Fax (11) 3522-9505
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