link - edição 2
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Revista oficial da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.TRANSCRIPT
Você pode melhorar o seu negócio
ANATEL flexibiliza regulamento de SCM e abre mercado para novos serviços
linkAno 2 | nº 2 | julho/2013
Ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, garante a neutralidade na rede Rádiofrequência própria está mais perto da realidade dos operadores regionais
Regras do PGMC viabilizarão o acesso ao compartilhamento de infraestrutura
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IB 0011-13D ANUNCIO UNIDADE INET - REVISTA ABRANET - 21x28cm - Veic. Abril - Titulo Provedores de Internet-CURVAS 3mm_sangra.pdf 1 02/05/13 11:45
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IB 0011-13D ANUNCIO UNIDADE INET - REVISTA ABRANET - 21x28cm - Veic. Abril - Titulo Provedores de Internet-CURVAS 3mm_sangra.pdf 1 02/05/13 11:45
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Basílio Perez,
presidente da ABRINT
Diretoria e Conselho Deliberativo da ABRINT
editorial
Desde 2008, quando um grupo de empresários de provimento de acesso à internet
se reuniu e decidiu fundar a ABRINT, nosso setor mudou. De forma geral, o acesso à
internet, que nos primórdios de nossa atividade era discado, ganhou em qualidade e
velocidade. Os operadores regionais, entretanto, não eram alvo de políticas públicas
necessárias para que ampliássemosmos nossa capacidade de atendimento.
Do ponto de vista econômico/financeiro, ampliar nossa capacidade de atendimento
significa aumentar nosso faturamento, fazer nossa empresa crescer. Do ponto de vista
estratégico, significa aumentar a conectividade no território brasileiro. Desde que inicia-
mos nossas atividades, muitos setores do governo foram sensibilizados e conquistamos
avanços.
Hoje, o Ministério das Comunicações já estuda uma forma de nos incluir nos leilões
de radiofrequência. Até pouquíssimos anos os técnicos desta pasta e da Agência Nacio-
nal de Telecomunicações (ANATEL) sequer compreendiam essa nossa necessidade. A pre-
sidente Dilma Rousseff recebeu um estudo elaborado pela ABRINT que expõe o absurdo
do mercado de aluguel de postes e já determinou a definição de uma regulamentação.
As linhas de financiamento disponíveis para os operadores regionais são limitadas,
mas o BNDES já foi instado pelo Ministério das Comunicações a encontrar uma forma de
nos garantir acesso a recursos em condições especiais, assim como acontece em outros
setores. A regulamentação do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) tem nossa
dedicada participação e interferência, defendendo os interesses dos operadores regionais.
Entre nós, existem empresas que carregam escadas em motos, em carros de pequeno
porte, em grandes pick-ups e caminhões. Somos regionalizados, não somos pequenos. E
isto por si só já uma grande conquista, fruto da união de sotaques, de forças, de ideias e
ideais que resumem a atuação da ABRINT. Os órgãos oficiais e regulatórios nos abriram
as portas por entenderem que nossas empresas são capazes de dar a capilaridade que o
Brasil precisa para conectar todos os cidadãos.
Essas discussões e avanços regulatórios foram pautados no 5º Encontro Nacional de
Provedores de Internet e Telecomunicações, que a ABRINT promoveu em São Paulo e que
esta revista LINK resume.
Basilio Rodriguez Perez
Presidente da ABRINT
ABRINTAssociação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.
SCS Q1, Bloco L, SALA 407, Ed. MárciaCEP 70.307-900 Brasília/DF
Telefones: (61) 3024-8985 | (11) 3522-9505
Diretoria da Gestão 2013/2014 Diretoria Executiva Presidente Basilio Rodriguez PerezVice-presidente André Felipe B. RodriguesDiretor administrativo Diógenes Marodim FerreiraDiretor de comunicação e marketing Marcelo Barbosa CoutoDiretor financeiro Euclydes Viera NetoDiretor de projetos César Miguel CanavezziDiretor de relacionamento com associados Breno de Castro Laranjo ValeDiretor de regulação e legislação Kleber de Albuquerque BrasilDiretor técnico Luis Fernando dos Santos
Conselho Fiscal Samyr Musse Moreira Bechelane Marcelo Corradini Mauricélio Lucas de Oliveira Júnior Suplentes Marcelo Marra Assis Carlos Ariel Guarisco Ferreira Julinayde Adorno Souza Conselho Consultivo Presidente Wardner Maia Vice Presidente Erich Matos Rodrigues Membros:Adailton Milhorini Átil Gallarreta Faviero Edson Xavier Veloso Júnior Evandro Antônio Ramos Terra Varonil de Sousa Israel Arruda Iure Kamai Vasconcelos da Luz Jackson Antônio Castro Almeida Laerte Fernandes Ferreira Marcelo Watson Múcio Camargo de Assis Filho Rosauro Baretta Tiago Naves Furbeta
ABRINTConselho Editorial: Basilio Perez, Diógenes Ferreira, Erich Rodrigues Mattos e Wardner Maia
Coordenação: Recria – Rua Augusto Veraldi 79, Jardim Laranjeiras CEP 14711-040 Bebedouro/SP, Fones: 17 3044.0003 | 8168.6769 Responsável: Regina Barros
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – www.textocomunicacao.com.brFone: 16 3916.2840 - [email protected] Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679Colaboração: Bruna Zanutto – MTb 73044Tiragem: 4.000 exemplares
Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: Four Color Reproduções Gráficas Ltda.Fotos do 5º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações: Rinaldo Luiz
ABRINT não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.lin
kab
rin
t08 especial
12 regulamentação 16 desoneração 20 PGMC 26 espectro
28 governança
índice
Alan Silva Faria, da Silva Vitor Associados e da assessoria jurídica da ABRINTAlexandre César Caria Alves, consultor em implantação de operações de STFCAlexandre Silva (Chima), da ABRINTAlfredo Belagamba, consultor em implantação de operações de STFCAndré Luis Martins Ribeiro, engenheiroArtur Coimbra, do Ministério das ComunicaçõesBasílio Rodriguez Perez, presidente da ABRINTCaio Bonilha, presidente da TelebrasCarlos Baigorri, superintendente de Competição da ANATELDemi Getschko, do Comitê Gestor da Internet no BrasilFabiano Vergani, da ISP-TVFelipe Damásio, da TaghosTecnologiaFlávio Amaral, do NETFLIXGalvão Resende, do NIC.brIsrael Arruda Neto, da ABRINTJoão Moura, presidente da TELCOMPLuis Nelson Vergueiro, gerente comercial da TelebrasManoel Santana, da UNOTEL-TVMarcelo Assunção, da DLAMarcelo Bechara, conselheiro da ANATEL e relator do novo regulamento de SCMMarcelo Bechara, do Conselho Diretor da ANATELMaximiliano Martinhão, do Ministério das ComunicaçõesPaulo Bernardo, ministro das ComunicaçõesPaulo Henrique da Silva Vitor, da Silva Vitor Associados e da assessoria jurídica da ABRINTPriscila Batista Moreira, engenheiraRaquel Gatto, do ISOC AmericasRaúl Echeberría, diretor executivo do LACNICRodrigo Régis dos Santos, do NIC.brRodrigo Zerbone, do Conselho Diretor da ANATELVanderlei Rigatieri, da ISP-TVWardner Maia, presidente do conselho deliberativo da ABRINT
Palestrantes do 5º Encontro Nacional de Provedores de
Internet e Telecomunicações
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segunda-feira, 20 de maio de 2013 10:47:27
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O negócio nasce da necessidade
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações
(ABRINT) tem associados em quase todos os estados brasileiros. A
entidade representa empresas com licença para operar Serviços de
Comunicação Multimídia (SCM). As mudanças na regulamentação
e as necessidades do mercado impõe uma nova realidade, de mais
trabalho e rentabilidade.
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Eu e meu sócio, Erlan Castelo Branco, somos novos nos serviços de internet. Fundamos a empresa em 2008. Eu era representante comercial, abri uma locadora e depois uma lanhouse. Só depois da lanhouse é que percebi que naquela região de Manaus não tinha acesso à internet, aí tive que correr atrás de uma empresa que fornecia os equipamentos. Eles me explicaram como fazia e eu mesmo fiz a instalação. Depois disso, várias pessoas conheceram o serviço e começaram a querer internet também. Nossa empresa hoje conta com oito funcionários, atendemos 700 assinantes e o mercado tem sido crescente. Hoje, já conseguimos transmitir o sinal para as casas de palafita.
AmazonasHarlen Silveira Pinho
Basílio Perez, presidente da ABRINT
Silvio Fernandes é sócio de uma em-
presa de internet em Montes Claros-MG,
fundada em 2008. A empresa começou
literalmente no “fundo do quintal”, diz o
empresário. “Comprei um kit de internet
e instalei no telhado de casa. Mas, a cada
vez que ouvia sirene que fosse de ambu-
lância, me arrepiava de medo”. Ele já ti-
nha 15 clientes quando tirou sua licença
SCM. O roteiro do empreendimento de
Fernandes é o mesmo de milhares de pro-
vedores regionais do país.
Segundo a Agência Nacional de Tele-
comunicações (ANATEL), no ano 2000, o
Brasil tinha 62 empresas com autorização
para operar Serviços de Comunicação Mul-
timídia (SCM). Cinco anos antes, em 1995,
o então ministro Sérgio Motta (Comunica-
ções) editou a Norma 4, que distinguiu a
internet dos serviços de telecomunicações
e permitiu a expansão da atividade.
“Muitos come-
çaram como pro-
vedores de acesso
discado ainda em
1995. Portanto, te-
mos provedores
já com 18 anos de
existência e pode-
mos dizer que esse
mercado está che-
gando à sua maioridade”, afirma Basílio
Perez, presidente da ABRINT.
O mercado impôs desafios, porém as
tecnologias e a necessidade do consumi-
dor forçaram a expansão. Hoje são mais
de quatro mil empresas do setor que
operam em todos os municípios brasilei-
ros. As regras também mudaram. Há um
novo regulamento, editado em 2013 pela
ANATEL, que garante os princípios que
norteiam a atividade e facilita o acesso
à licença de operação. E há um mercado
consumidor a ser explorado.
Segundo o Centro de Estudos sobre as
Tecnologias da Informação e da Comuni-
cação (Cetic.br), quase a metade da popu-
lação brasileira nunca acessou a internet.
O levantamento mostra que a maior parte
desses potenciais usuários é das classes C,
D e E. O objetivo do governo é ampliar
o acesso à rede. “Cem milhões de brasi-
leiros têm acesso regular à internet. Mas
queremos mais: expansão da banda larga
fixa e móvel, onde há dificuldade de fazer
rede fixa que seja por rádio ou satélite”,
afirma o ministro Paulo Bernardo, das Co-
municações.
O Ministério e a ANATEL buscam fer-
ramentas que melhorem o ambiente de
negócios para o setor. “Um dos passos
mais importantes é o PGMC (Plano Geral
de Metas de Competição) que regula pela
primeira vez a relação no atacado. Até
então era só no varejo, na relação com
o consumidor. Acho que a ANATEL con-
seguiu estabelecer boas regras. Aquele
negócio de uma empresa ter uma rede e
falar aqui ninguém entra, ou só entra se
pagar quanto eu quiser, não pode aconte-
cer”, diz o ministro.
Caio Bonilha, presidente da Telebras,
afirma que a estatal implantou uma rede
de 25 mil quilômetros de backbones de
norte a sul do país. “Estamos também
num projeto de
satélite para pro-
ver banda larga
para áreas rurais,
onde rede física
não tem condi-
ções de atender”,
diz. A estatal,
garante Bonilha, Caio Bonilha, presidente da Telebras
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investe em rede neutra. Luiz Vergueiro,
gerente da Telebras, afirma que a empresa
quer comercializar links para os provedo-
res, que devem fazer a última milha. Além
disso, o Ministério das Comunicações pre-
tende desonerar pequenas estações sate-
litais, para possibilitar o acesso dos prove-
dores a este recurso.
Na visão da ABRINT, o Brasil conquis-
tou uma condição que poucos países no
mundo dispõem. “A maioria deles têm
poucos e grandes operadores. Existem pa-
íses sem nenhum provedor independente,
onde operam apenas grandes empresas”,
afirma Perez.
Na abertura do 5º Encontro Nacional
de Provedores de Internet e Telecomunica-
ções, que a ABRINT promoveu em São Pau-
lo no mês de junho, Perez fez um histórico
dos desafios enfrentados pelos provedores
de acesso desde 1995. “Durante todos es-
ses anos, já testemunhamos diversas ve-
zes o anúncio do fim dos provedores de
acesso. A primeira vez que ouvimos isso foi
ainda na época do acesso discado, quando
inventaram a tarifa flat”, disse.
Depois, contou Perez, quando surgi-
ram os primeiros acessos discados gra-
tuitos, e mais tarde o ADSL, também foi
anunciado o fim da atividade. Os empre-
sários do setor persistiram e investiram em
tecnologia. “Hoje precisamos investir em
regulamentação e políticas públicas que
nos garantam acesso aos insumos que per-
mitam nossa atividade”, observa Basílio.
Um dos grandes desafios é a regula-
mentação do aluguel de postes. Durante o
evento, o ministro Bernardo anunciou que
entregou à presidente Dilma Rousseff um
estudo da ABRINT que mostra que o valor
do aluguel corresponde a 40% do custo
do serviço. “Os operadores têm novos só-
cios: os donos dos postes”, afirma Perez.
Segundo Bernardo, a presidente determi-
nou que os ministérios da Comunicação,
Minas e Energia e Casa Civil definam por
decreto a regulamentação dos valores.
Bernardo entende que o valor do alu-
guel de postes praticado para os prove-
dores regionais “asfixia” a atividade. “Às
vezes a empresa nem quer vender e em
outras aplica um valor abusivo. Quem
consegue pagar tem de transferir para o
consumidor. E não tem nada que justifi-
Evolução dos SCM no Brasil
Font
e: A
NA
TEL
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A Wi2be apresen-tou dois novos pro-dutos no 5° Encontro Nacional de Prove-dores de Internet e Telecomunicações: o Smart, rádio digital de banda larga, e o serviço de locação do produto com opção de compra. Fabio Ro-drigues, diretor de TI, fechou negócios du-rante o evento e re-cebeu pedidos de or-çamentos. “Tivemos muito mais visitas que no ano anterior e esperamos capitalizar no pós-evento”. Em 2012, a Wi2be fechou pelo menos uma de-zena de contratos na primeira semana sub-sequente ao encontro da ABRINT.
Wi2be
que, quem cobra um real de uma empresa
pode cobrar o mesmo de outra”, avalia.
SimplesSegundo levantamento da ABRINT,
78% das empresas que operam com licen-
ça SCM são optantes pelo Simples Nacio-
nal e 22% do mercado de acesso brasileiro
são atendidos por provedores regionais. A
operação acontece predominantemente
em bandas não licenciadas e com o uso
de rádio, apesar do crescente investimen-
to em redes de fibra óptica. Em 2011,
25% da produção do principal fornecedor
brasileiro foi destinada aos provedores re-
gionais de acesso.
João Moura, da Associação Brasileira
das Prestadoras de Serviços de Telecomu-
nicações Competitivas (Telcomp), afirma
que os provedores regionais devem dar
um passo para além do provimento de
acesso à internet. Assim como as grandes
operadoras, devem investir na oferta de
produtos combo. Ele observa que a inter-
net remunera pelo menos oito vezes mais
fonte ABRINT
do que a TV por assinatura. Mas, é na ofer-
ta de múltiplos serviços que os operadores
de pequeno e médio portes encontrarão
o modo de se manterem fortalecidos no
mercado.
Samuel Silva opera no Rio de Janeiro,
na favela da Rocinha. Ele era mototaxista
e também prestava serviços de assistên-
cia técnica em computadores até inves-
tir em seu próprio provedor. Ele já tinha
muitos clientes quando obteve a licença
SCM. Na comunidade onde nasceu e vive
até hoje, as grandes operadoras nunca
entraram – a não ser para passar redes
que pudessem atender aos bairros da
zona sul da cidade. Ele investiu na licença
e busca qualificar seu produto e marca
para ganhar o mercado. Garante que é o
primeiro provedor daquela comunidade
que trabalha com fibra óptica. E enfrenta
os problemas que continuam inerentes
à atividade: a concessionária de energia
não libera o uso dos postes e enfrenta a
concorrência com outros operadores não
licenciados.
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Para Marcelo Bechara, membro do
Conselho Diretor da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL), a nova regu-
lamentação das empresas de Serviço de
Comunicação Multimídia (SCM) simplifica
a concessão de outorgas e contribui para
a massificação do acesso ao serviço de in-
ternet no Brasil. Segundo ele, a classe C
busca consumir serviços de qualidade e as
empresas devem responder à demanda. A
nova regulamentação coloca os SCMs sob
um novo ordenamento regulatório.
O setor passa pela “dor do crescimen-
to”, na visão de Bechara. Nesse sentido,
a necessidade de regulamentação é um
“problema bom”, especialmente no am-
biente competitivo. “Porém, o excesso de
regulação pode atrapalhar”, observa. O
desafio da agência, nesse caso, é perceber
o momento certo de se retirar e permitir
que o mercado faça seus próprios ajustes.
Bechara credita ao sucesso do Plano
Marcelo Bechara, membro do Conselho
Diretor da ANATEL
Paulo Henrique da Silva Vitor, advogado
Direitos e Obrigações
Para os SCMs com mais de 50 mil assinantes:• Conceder desconto ao usuário, mesmo em se tratando de interrupção decorrente
de caso fortuito ou força maior.
• Manter os dados cadastrais e registros de conexão pelo prazo mínimo de um ano.
• Manter gravação das chamadas efetuadas por assinantes ao centro de atendimen-
to pelo prazo mínimo de 180 dias.
• Incluir nos contratos firmados com o usuário final cláusulas obrigatórias, tais
como: descrição, encargos moratórios aplicáveis ao assinante, descrição do siste-
ma de atendimento ao assinante, hipóteses de rescisão do contrato, suspensão
dos serviços a pedido ou por inadimplência do assinante, descrição do procedi-
mento de contestação dos débitos, critérios para reajuste de preços (mínimo de
doze meses), prazos para instalação e reparo.
• Comunicar interrupções ou degradações nos serviços à ANATEL no prazo máximo
de 24 horas.
• Disponibilizar um centro de atendimento aos assinantes, incluindo acesso por
parte de deficientes visuais.
• Disponibilizar à ANATEL e aos assinantes os registros das reclamações, solicitações
de serviços e pedidos de rescisão por no mínimo dois anos.
• Respeitar a neutralidade da rede.
Novo regulamento
13
A PeerApp par-ticipa do Encontro Nacional da ABRINT há três anos. “Está entre as melhores oportunidades de negócios dentre os eventos que partici-pamos”, diz o enge-nheiro Hildebrando Ribeiro, diretor co-mercial – a PeerApp participa de cerca de 10 eventos di-rigidos por ano. A empresa fornece soluções de cachê e 90% de seus negó-cios são representa-dos pelos provedo-res regionais. Nos três dias do 5° En-contro da ABRINT, a PeerApp negociou vários contratos – um montante de vendas negociado, normalmente, em três meses de tra-balho.
PeerApp
Para os SCMs com até 50 mil assinantes:• Conceder desconto ao usuário, mesmo em se tratando de interrupção decor-
rente de caso fortuito ou força maior.
• Incluir nos contratos firmados com o usuário final cláusulas obrigatórias,
tais como: descrição, encargos moratórios aplicáveis ao assinante, descrição
do sistema de atendimento ao assinante, hipóteses de rescisão do contrato,
suspensão dos serviços a pedido ou por inadimplência do assinante, descri-
ção do procedimento de contestação dos débitos, critérios para reajuste de
preços (mínimo de doze meses), prazos para instalação e reparo.
• Manter os dados cadastrais e registros de conexão pelo prazo mínimo de um
ano.
• Cobrar pelos serviços de conexão à internet, mesmo que prestados através
de Provedor de Serviço de Conexão à Internet (PSCI) que integre seu grupo
econômico.
• Manter serviço de atendimento ao assinante em dias úteis, das 8h às 20h,
sem custo de chamada.
• Manter os registros de chamadas à central de atendimento ao assinante por
90 dias.
• As alterações de denominação social, transferência de controle, endereço da
sede, dentre outras, não exigem mais autorização da ANATEL e devem ser
comunicadas no prazo de 60 dias após o registro dos atos.
• Respeitar a neutralidade da rede.
Os SCMs com até 5 mil assinantes estão desobrigados a:
• Comunicar interrupções ou degradação do serviço à ANATEL se ocorrido no
prazo máximo de 24 horas.
• Manter a disposição da ANATEL e do assinante os registros das reclamações,
solicitações de serviços e pedidos de rescisão.
• Tornar o contrato e o plano de prestação do serviço acessíveis aos portadores
de deficiência visual.
• Providenciar meios eletrônicos e sistemas necessários para o acesso da ANA-
TEL, sem ônus e em tempo real, a todos os registros relacionados a reclama-
ções, solicitações de serviços e pedidos de rescisão e informação.
• Manter gravação das chamadas efetuadas por assinantes ao centro de aten-
dimento pelo prazo mínimo de 180 dias (90 dias, em se tratando de presta-
doras de pequeno porte).
• Possibilitar o acesso do assinante, sem ônus, ao conteúdo das gravações das
chamadas por ele efetuadas ao centro de atendimento ao usuário da presta-
dora, em até 10 dias
Fonte: Artigo O Novo Regulamento dos Serviços de Comunicação Multimídia, Paulo Henrique da Silva Vitor, advogado
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Antes de entrar nesse mundo da internet, eu
era agricultor, morava em casa de taipa. Já morei em assentamento e trabalhava
na roça. Tudo começou com uma lanhouse que eu
e meu irmão montamos em 2004. A qualidade da
internet naquela região era muito ruim, aí eu instalei um circuito de captação do sinal.
Minha empresa começou a operar em 2008 na cidade
de Gravatá-PE. Logo depois, me vi transmitindo sinal de
internet para muitas pessoas daquela localidade. Hoje,
somos a maior empresa da nossa região. Atendemos
também a cidade Chã Grande-PE e temos 3.600 assinantes ativos, além de
três empresas multinacionais que eu atendo no meu estado e na Bahia. Sou
técnico agropecuário, mas sempre gostei de tecnologia.
Quando conto minha história, ninguém acredita.
PernambucoAlcimar Bezerra dos Santos
Geral de Metas de Competição (PGMC) o
êxito do governo na busca pela massifica-
ção do acesso à internet no Brasil. A re-
dução do valor da concessão da outorga
– que passou de R$ 9 mil para R$ 400 para
aqueles interessados em registros de SCM
– e a desburocratização do processo, são
algumas medidas que facilitam a abertura
de novos negócios no setor.
A nova regulamentação prevê a con-
vergência de Serviço Telefônico Fixo Comu-
tado (STFC), Serviço de Acesso Condiciona-
do (SeAC) e SCM. A nova regra estabelece
o valor único de R$ 9 mil para a outorga
de todos os serviços em um só processo. A
ANATEL quer que os pequenos operadores
ofereçam ao consumidor os serviços “com-
bo”, já ofertados pelas grandes empresas
do setor e que agregam serviços.
No mercado de telefonia, os operado-
res podem oferecer serviços fixo ou via IP.
Alexandre Alves presta consultoria nesse
setor e explica que a tecnologia e o mer-
cado mudaram nas últimas décadas. Para
operar no mercado, aconselha, é impor-
tante definir um rígido plano de negócios
e atentar para as regras de qualidade.
TributaçãoA nova regulamentação não tem con-
sequência tributária para as
empresas com até 50 mil assi-
nantes. Para o advogado Paulo
Henrique da Silva Vitor, o novo
ordenamento regulatório inter-
feriu apenas nos serviços de co-
nexão à internet prestados por
operadoras com mais de 50 mil
assinantes (mais de 50 mil aces-
sos em serviço). Essas operado-
ras, se prestarem a conexão à
internet através de provedor
pertencente ao mesmo grupo
econômico, deverão disponibi-
lizá-la gratuitamente ao assinante.
Por outro lado, as empresas com até 50
mil assinantes podem continuar cobrando
normalmente pelos serviços de conexão à
internet. Inclusive, esclarece o advogado,
a separação entre SCM e Serviço de Valor
Adicionado (SVA) deve ser feita, priorita-
riamente, em empresas distintas, o que
facilita a distinção entre os serviços, evita a
exposição indevida da receita dos serviços
de conexão à internet e minimiza o risco de
autuações tributárias errôneas em face da
receita dos serviços de conexão à internet.
“O novo regulamento SCM, ao dis-
correr sobre a definição dos serviços de
comunicação multimídia, inovou apenas
no sentido de permitir que as empresas
autorizadas SCM possam também prestar
os serviços de conexão à internet. Mas,
a natureza jurídica de ambos os serviços
permaneceu distinta, tal como previsto na
regulamentação anterior (Norma 004/95)”,
esclarece Vitor. Alguns CNAEs, que é a si-
gla para Classificação Nacional de Ativida-
des Econômicas-Fiscal, como o de Suporte
Técnico, deverão ser retirados da lista de
prestação de serviços das operadoras para
que não sejam excluídas automaticamen-
te do Simples Nacional, arcando com altos
custos tributáveis.
Market Share das operadoras de telefonia fixa
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16 linkabrint
Desoneração
Provedores regionais de acesso à inter-
net devem se organizar em Sociedades de
Propósitos Específicos (SPEs) para aderi-
rem ao Regime Especial de Tributação do
Plano Nacional de Banda Larga (REPNBL-
-Redes). No dia 30 de junho de 2014 será
encerrado o prazo de adesão. Daniel Ma-
rinho, consultor do SEBRAE, explica que
a criação das SPEs garante condições de
concorrência no mercado às microempre-
sas e àquelas de pequeno porte.
Para formarem SPEs, as empresas de-
vem ser optantes pelo Simples Nacional.
Por meio das sociedades, poderão ser re-
alizados negócios de compra e venda de
bens para os mercados nacional e interna-
cional. Associados nas SPEs, os provedores
regionais poderão aumentar a competiti-
vidade no mercado e reduzir os custos de
operação dos serviços de acesso à inter-
Minha vida profissional começou como estagiário
no setor de meio ambiente e depois mudei para o
setor financeiro e contábil. Eu e meu sócio, que é formado em filosofia,
fundamos a empresa em maio de 2011, na cidade
de Campo Magro-PR, que conta com 25 mil
habitantes. Atendemos também Campo Largo-PR. Ambas já eram atendidas por uma grande empresa
de telecomunicações, que está diminuindo sua
participação nesses locais e nós, provedores regionais,
estamos atendendo a essa população. Hoje,
nossa empresa tem seis funcionários e
leva internet, via rádio (tecnologia ADSL), para
1.200 residências nos dois municípios.
ParanáLeandro Dias de Almeida
17
Daniel Marinho, consultor do SEBRAE
Guido Lorencini Schuina, do Departamento da Indústria,
Ciência e Tecnologia, do Ministério das Comunicações
O que fazer para usufruir do REPNBL-Redes:
• Apresentação do projeto ao Ministério das Comunicações• O documento passará por análise e a aprovação será comunicada
por meio de Portaria do Ministério• A habilitação da empresa será determinada pela Secretaria da
Receita Federal.
A empresa poderá usufruir do regime especial somente no projeto
aprovado pelos órgãos competentes.
Fonte: Guido Lorencini Schuina, do Departamento da Indústria, Ciência e Tecnologia, do Ministério das Comunicações, no
5º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações
Este é o segun-do ano que a Sol-verde participa do Encontro Nacional de Provedores da ABRINT. A empresa comercializa cabos de fibra óptica e tra-balha há dois anos com provedores de internet, segmen-to que já responde por 20% a 25% dos negócios no Brasil. “Recebemos novos clientes e tivemos dezenas de pedidos de propostas”, in-forma Bruno Carnei-ro, gerente de con-tas, adiantando que estará presente no próximo encontro da ABRINT. “Espera-mos aumentar em 10% a 15% a partici-pação dos provedo-res no faturamento da empresa a partir da homologação de novos cabos ópticos para provedores”, informa Carneiro.
Solverde
net. As empresas associadas nos moldes
das SPEs só podem atuar na compra e
venda de bens. Não podem oferecer servi-
ços e devem ser tributadas pelo lucro real.
Guido Lorencini Schuina, do Departa-
mento da Indústria, Ciência e Tecnologia,
do Ministério das Comunicações, explica
que o regime especial desonera de PIS/
PASEP, COFINS e IPI atividades como a
venda no mercado interno, de máqui-
nas, aparelhos e equipamentos novos e
materiais para utilização em obras civis
envolvidas no projeto. Desonera também
a venda de serviços, o aluguel de máqui-
nas, aparelhos, instrumentos e equipa-
mentos para utilização nas obras abran-
gidas no projeto.
Ele explica que a isenção de impostos é
vinculada aos objetivos do Plano Nacional
de Banda Larga (PNBL). Colaborar com o
Plano é uma das exigências do programa.
O governo quer aumentar a capacidade
de tráfego, ampliar a quantidade de usu-
ários conectados, melhorar a cobertura
e aperfeiçoar o desempenho da rede de
internet no país. O Ministério das Comu-
nicações fiscalizará a execução do projeto
aprovado até sua conclusão.
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• Projeto técnico de infraestrutura e rede de telecomunicações.• Passagem, amarração e lançamento de cabos.• Construção e implantação de infraestrutura de telecomunicações,
incluindo acessórios e suportes, bastidores, contêineres, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, caixas, armários, dutos e tubulações, sistema de climatização e de controle de ambiente e sistemas elétricos em geral.
• Alocação física de equipamentos de telecomunicações.• Construção de torres, mastros e suportes.• Montagem e alinhamento de elementos irradiantes.• Lançamento de cabo óptico submarino.• Implantação de caixa ou bastidor óptico, com ou sem emenda.
Despesas passíveis de desoneração:
Despesas não passíveis de desoneração:
• Bens não adquiridos no mercado interno.• Serviços importados.• Aluguel, comodato, arrendamento mercantil.• Serviços de operação e manutenção.• Software, serviços de instalação, configuração e programação.
Fonte: Guido Lorencini Schuina, do Departamento da Indústria, Ciência e Tecnologia, do Ministério das Comunicações, no
5º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações
Minha vida foi definida dentro da empresa, da qual sou sócia
com o meu marido Wagner. Nós operamos em Machado, onde
começamos como funcionários da Fundação Educacional de
Machado, uma instituição de ensino superior da cidade que
tinha um serviço próprio de internet. Quando não tiveram
mais interesse no serviço, assumimos o negócio. Em um
ano, dobramos a carteira de clientes. Provedor é assim,
a gente faz de tudo. No aniversário de 80 anos da avó
do meu marido, tivemos de sair da festa e pegar estrada
no meio da chuva para instalar um gerador em uma torre que
estava sem energia. Wagner subiu debaixo de chuva e
nós dormimos no carro para garantir que o sinal funcionasse.
Atendemos 2.600 assinantes em quatro municípios, três em Minas Gerais e um no interior
de São Paulo.
Minas Gerais Marina Lage Cerdera
Carvalho
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Plano Geral de Metas de Competição
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A Zhone Technolo-gies, empresa america-na sediada em Oakland - Califórnia (EUA), re-gistrou cerca de 50 pedidos de orçamento durante o 5° Encontro Nacional de Provedo-res de Internet e Tele-comunicações. A filial brasileira da empresa tem participado de vá-rios eventos dirigidos a provedores no país e, segundo Davi Bregula, engenheiro de vendas da filial no Brasil, o en-contro da ABRINT reu-niu “mais expositores e mais visitantes, com-parando com outros eventos, proporcionan-do retorno melhor”. Segundo ele, além dis-so, a propaganda boca a boca dos provedores que já utilizam os pro-dutos foi positiva. “Isso fez com que nosso es-tande estivesse sempre movimentado durante os três dias de evento. Certamente faremos negócios com muitos dos provedores que nos visitaram”.
Zhone
O mercado de internet e telecomunica-
ções no Brasil não será o mesmo a partir
da abertura das negociações para o com-
partilhamento de infraestrutura pelo Plano
Geral de Metas de Competição (PGMC),
previsto para setembro de 2013. As em-
presas detentoras de Poder de Mercado
Significativo (PMS) são obrigadas a ofertar
ao mercado a infraestrutura ociosa, como
o compartilhamento de antenas, cabos e
dutos e redes de acesso e transporte (veja
o quadro).
A Agência Nacional de Telecomuni-
cações (ANATEL) identificou que há um
mercado ávido por usar uma rede que as
PMSs não têm interesse em compartilhar.
Ou, quando o fazem, aplicam valores que
inviabilizam o negócio. A ANATEL vai ho-
mologar as ofertas e, quando necessário,
arbitrará valores.
Carlos Baigorri, da Superintendência
de Competição da Agência, afirma que
a definição de um valor de referência e
a homologação das ofertas em todos os
Fonte: Diretoria de Banda Larga da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações
Fonte: Diretoria de Banda Larga da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações
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serviços, como transporte, roaming e rede
fixa de acesso, são ações que vão conferir
transparência às negociações e soluciona-
rão conflitos.
As regras do PGMC impõem um feria-
do regulatório para o compartilhamento
de redes de acesso em fibra ótica, de re-
des de acesso em velocidades acima de 10
Mbps (bitstream) e de redes de transporte
em velocidades acima de 34 Mbps (Explo-
ração Industrial de Linha Dedicada - EILD).
Os grupos com PMS deverão contratar
a Entidade Supervisora de Ofertas de Ata-
cado e disponibilizar suas ofertas no Sis-
tema Nacional de Ofertas. A Entidade vai
intermediar o processo, de forma isonômi-
ca. As empresas interessadas contratarão
os serviços por meio do Sistema, que
vai também controlar prazos para encer-
ramento da negociação entre as partes e
acompanhar e controlar o atendimento
dos solicitantes e funcionará como um
broker.
Felipe Neri, gestor da Telco, diz que as
regras definidas pelo PGMC “promoverão
uma transformação no relacionamen-
to entre as operadoras, inibindo práticas
anticoncorrenciais e reduzindo disputas”.
Além disso, reduzirão as barreiras de en-
trada, custos e prazos de atendimento. Ba-
sílio Perez, presidente da ABRINT, considera
que provedores regionais de acesso pode-
rão ampliar seus negócios tendo acesso à
infraestrutura ofertada pelo PGMC.
As empresas que quiserem acessar o
broker com as ofertas deverão preencher
um formulário online e apresentar docu-
mentações, como o contrato social e CNPJ.
O sistema vai gerar login e senha que dará
acesso às ofertas.
ABRINT no Conselho Deliberativo de Atacado da ANATEL
Basílio Perez, presidente da ABRINT, compõe o Conselho Deliberativo de Atacado, instituído pela ANATEL para acompanhar a implantação do PGMC junto à Entidade Supervisora de Ofertas de Atacado. Wardner Maia, presidente do Conselho Deliberativo da ABRINT, é o suplente. Breno Vale, também integrante da direção da entidade, acompanhou e colaborou com as discussões do Grupo de Implementação da Entidade Supervisora de Ofertas de Atacado e das Bases de Dados de Atacado (GIESB).
Felipe Neri, gestor da Telco
Management Consulting
Carlos Baigorri, da Superintendência de Competição da ANATEL
Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda
Larga da Secretaria de Telecomunicações do
Ministério das Comunicações
Breno Vale, diretor da ABRINT
Hoje atendo 200 clientes na capital (Boa Vista) e outros dois municípios do estado.
Comecei o negócio por que a internet era precária, tinha só acesso discado. Comecei
operando com rádio. Já investimos em 10 quilômetros
de rede FTTH para atender a clientes corporativos.
Temos oito funcionários e pretendemos investir
em telefonia, no futuro, e expandir o serviço para cidades
do interior do estado do Amazonas, onde a rede ainda
não chegou. Meu sócio é o meu pai, que tem uma loja de
venda de móveis planejados.
RoraimaNeerlan Amorim
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Líder de mercado no Brasil, a Intelbras registrou movimento significativo no es-tande do 5° Encontro Nacional de Provedo-res de Internet e Tele-comunicações. “Um aumento de 30% a 40% no número de visitantes já no pri-meiro dia”, relatou o engenheiro Renan Antoniolli. Este é o segundo ano da em-presa no evento e o primeiro evento em que apresentou a pro-vedores de internet o lançamento deste ano – o WOM 5000, primeiro Customer Premises Equipment (CPE) com desenvol-vimento e fabricação brasileiros, conse-quentemente, primei-ro CPE aprovado pela Telebras, com preço médio 30% abaixo dos concorrentes no país. A empresa tem matriz e parque fa-bril em São José-SC (região metropolita-na de Florianópolis) e filiais em Santa Rita do Sapucaí-MG e Ma-naus-AM.
Intelbras
Produtos a serem ofertados
• Desagregação de canais lógicos (bitstream). Desagregação lógica da rede que liga a terminação do assinante ou
usuário até um ponto de concentração escolhido pela prestadora solicitante.
• Desagregação plena do enlace local (fullunbundling). Disponibilidade pela prestadora de serviços de telecomunicações
de interesse coletivo à empresa interessada de todo o espectro de frequências inerente ao par metálico de acesso.
• Interconexão de rede móvel. Oferta de terminação de chamadas em redes móveis, incluindo
redes do Serviço Móvel Pessoal (SMP) e as redes do Serviço Móvel Especializado (SME).
• Roaming nacional. Oferta de conectividade para usuários visitantes de outras redes de
telecomunicações móvel.• Exploração Industrial de Linhas Dedicadas (EILD). Modalidade de exploração industrial em que uma prestadora de
serviços de telecomunicações fornece a outra empresa do setor, mediante remuneração preestabelecida, linha dedicada com características técnicas definidas para constituição da rede de serviços.
• Interconexão classe 5 Interconexão direta de redes de telecomunicações de suporte a outros
serviços de telecomunicações de interesse coletivo, que não Serviço de Telefonia Fixa Comutada (STFC) ou serviço de telecomunicação móvel de interesse coletivo, para cursar tráfego originado e terminado nessas redes, incluindo a ligação de redes de telecomunicações de suporte a backbone internet.
• Interligação Ligação entre redes de telecomunicações para cursar tráfego
destinado a redes de terceiros que não aquelas diretamente ligadas, mediante acordo comercial bilateral de trânsito.
• Backhaul Infraestrutura de rede de suporte do STFC para conexão em banda
larga, interligando as redes de acesso ao backbone da operadora.• Infraestrutura passiva Oferta de infraestrutura passiva envolvendo dutos, condutos, postes e
torres.
Fonte: Carlos Baigorri, superintendente de Competição da ANATEL no 5º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações
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PostesO ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, entregou à presidente Dilma Rousseff o estudo preparado pela ABRINT sobre o aluguel de postes em todo o país. O impacto do aluguel de postes no valor do serviço ofertado ao consumidor chega a ser de 40%, dependendo da região. Os postes estão fora da regulamentação do PGMC. Para o aluguel, são praticados valores diferentes em todo o território nacional sem qualquer interferência das agências reguladoras. João Moura, presidente da TELCOMP, afirma que um dos problemas do mercado é a falta de interesse econômico nas redes daqueles que detêm a infraestrutura.Para ele, postes, dutos e fibras apagadas são alternativas para os novos operadores, que investiriam menos para iniciar suas redes e dariam mais velocidade à implantação do negócio. Em sua visão, o uso dos postes passa por um verdadeiro caos urbano, uma vez que não há política pública que estabeleça o regramento necessário à ocupação do espaço, cujo uso é determinado por leis municipais ou regras definidas por empresas concessionárias de energia. Essa situação deverá ser solucionada com uma lei que tramita no Congresso Nacional e estabelece regras nacionais para a instalação de infraestrutura.
Para Artur Coimbra, diretor do Depar-
tamento de Banda Larga da Secretaria de
Telecomunicações do Ministério das Comu-
nicações, o PGMC vai impor soluções para
algumas questões, como a transparência
no processo de negociação da infraestru-
tura disponível, inclusive em relação ao
preço ofertado ao mercado. Além disso,
o PGMC estabelece a obrigatoriedade de
oferta de referência, a necessidade da ho-
mologação das ofertas e de ingresso em
Pontos de Troca de Tráfego (PTTs).
Grupocom PMS
Apresenta oferta de referência
Não homologa
Homologa
Comissão deComposição de
Conflitos
EntidadeSupervisorade AtacadoAplica cautelar
ANATELaplica MAR
Grupo sem PMS
Base deDados de Atacado
Demandacomposição
Compra noAtacado
Fonte: Carlos Baigorri, superintendente de Competição da ANATEL no 5º Encontro Nacional de Provedores de Internet e Telecomunicações
Nos anos de 1970, a carreira de analista de sistemas não
gozava de popularidade. Ainda assim, optei por esta e deixei de lado a
engenharia de produção. Tenho um provedor de
internet em Uruguaiana-RS desde 2000. Atendo
1.300 assinantes e tenho 18 pontos de distribuição. Já
investimos em fibra óptica e vamos oferecer também TV
por assinatura.
Rio Grande do Sul
Átil Gallarreta Faviero
Grupocom PMS
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Espectro
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Provedores regionais terão acesso às
faixas de frequência de 2,5 GHz e 3,5 GHz
nos próximos leilões. Maximiliano Marti-
nhão, secretário de Telecomunicações do
Ministério das Comunicações, afirma que o
governo trabalha na definição de políticas
públicas que criem essa condição. “Nosso
setor cresce mais rápido que a economia
do país, por isso a importância de criar pro-
cessos de autorização de espectros e licen-
ça das faixas disponíveis para as pequenas
operadoras”, afirmou o secretário.
Martinhão considera que a legislação
e a adoção de novas tecnologias vão pro-
porcionar melhor desempenho ao serviço
de internet ofertado pelos provedores re-
gionais. A “Lei de Antenas”, que cria um
ordenamento federal para a instalação de
torres nos municípios, os Rádios Cognitivos
e o Plano Geral de Metas de Competição
(PGMC), que permitirá o compartilhamen-
to de infraestrutura, são exemplos de me-
didas que já estão em andamento. A lei
tramita no Congresso com prioridade, os
rádios estão em fase de pesquisa e o PGMC
já começa a ser implantado.
Além disso, o secretário informa que o
projeto “Cave uma única vez” vai integrar
concessionárias de água, energia e inter-
net, para compartilhar custos das obras
para garantir o direito de passagem e re-
duzir o custo da obra.
Atualmente, o Programa Nacional
de Acesso de Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) tem criado parcerias com as
grandes empresas de telecomunicações
atuando na profissionalização para a
instalação dos equipamentos que levam
internet para todo o país. Martinhão con-
sidera que essa é uma oportunidade para
os provedores regionais capacitarem seus
técnicos.
Ele entende que os provedores regio-
nais têm a capilaridade necessária para
democratizar o acesso à internet no país
e ressalta que o governo deve trabalhar a
regulação de forma assimétrica.
LuvaWardner Maia, presidente do Conselho Consultivo da ABRINT, explica que a faixa 3,5 GHz pode ser utilizada com os softwares e antenas já usadas pelas operadoras e que é necessário fazer uma atualização dos dados. “Essa frequência cairá como uma luva em nossas mãos. Ela é mais rápida e mais barata que as fibras óticas, isso permitirá mais espaço no meio das grandes teles”.
Temos 22 funcionários, 11 prestadores de serviço, seis
veículos próprios, 1.970 clientes e 200 km de cabeamento, em Bangu. Para concorrer
com as operadoras, lançamos planos ultra banda larga, programa de fidelidade e
planos de manutenção de micros. O menor plano oferece
velocidade de 16 Mbps a R$ 70/mês e desconto de R$ 20
para pagamento em dia. Com o serviço de manutenção e assessoria para provedores
já atendemos 10 provedores. Custeamos cursos para 15 funcionários. Só em fibra
óptica, adquirimos 500 km. No 5° Encontro da ABRINT, compramos R$ 300 mil em
equipamentos para ampliar a rede backbone e finalizar o anel óptico. Ainda este ano,
lançaremos TV a cabo via rede FTTH e vamos dobrar
faturamento e clientes.
Rio de JaneiroFábio Miguel
Wardner Maia, presidente do Conselho Deliberativo da ABRINT
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Governança
O diretor executivo do Registro de En-
dereços da Internet para a América Latina
e o Caribe (Lacnic), Raúl Echeberría, defen-
de a adesão do setor privado às discussões
sobre governança de internet, que inter-
ferem diretamente nos modelos de negó-
cios adotados pelas empresas.
No Brasil, algumas pautas são urgen-
tes, como o esgotamento do IPv4, a ne-
cessidade de adaptação à tecnologia do
IPv6 e a ampliação dos Pontos de Troca de
Tráfego (PTTs).
Rodrigo Santos, do Núcleo de Informa-
ção e Coordenação do Ponto BR (NIC.br),
argumenta que ignorar o esgotamento do
IPv4 é uma alternativa. Porém, insustentá-
vel em longo prazo. “O IPv6 é inevitável.
Você pode fazer agora com certa calma,
ou correr atrás do prejuízo quando acabar
os endereços IPv4”. O IPv6 é a versão mais
atual do protocolo de internet. Os blocos
de IPv4 devem esgotar até agosto de 2014
em toda a América Latina.
O projeto IPv6.br oferece treinamentos
gratuitos para profissionais que adotarem
a nova tecnologia. “É necessário cobrar
das operadoras grandes a oferta de tran-
sito de IPv6”, disse Santos. No Brasil, além
de empresas privadas, o Nic.br, a Funda-
ção de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP), a Telebras e a Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Sul for-
necem IPv6.
No NIC.br, há estudos avançados para
implantar quatro novos PTTs: em Cuiabá-
-MT, Lajeado-RS, Maringá-PR e São Carlos-
-SP. Galvão Resende, responsável por este
setor, argumenta que os PTTs são estra-
tégicos para reduzir custos operacionais
e melhorar o desempenho da internet. O
Brasil tem quatro mil operadores de in-
ternet e 22 PTTs. Apenas 500 operadores
aderiram aos pontos.
Os PTTs são meios de interconexão
direta entre as redes. Para Galvão, quan-
to mais empresas participarem dos PTTs,
mais ágil e barato ficarão os serviços de
internet.Rodrigo Santos, do NIC.br
Raúl Echeberría, diretor executivo do Lacnic
Galvão Resende, do NIC.br
Mapa dos PTTs no Brasil Participantes em PTTs por localidade
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ABRINTAssociação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações.
SCS Q1, Bloco L, SALA 407, Ed. MárciaCEP 70.307-900 Brasília/DF
Telefones: (61) 3024-8985 | (11) 3522-9505