letramento bibliotecas universitárias

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Apresentado no Forum de leitura promovido pelo grupo Teia de Textos em 02/09/2011.

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Mediação da leitura em bibliotecas universitárias: encontros

e desencontros

Expositor : Leonardo Vasconcelos Renault lrenault@face.ufmg.br

Doutorando em Ciência da InformaçãoBibliotecário coordenador da Biblioteca da Faculdade de Ciências Econômicas da

UFMG

Debatedora: Maria da Conceição Carvalhomccarv@eci.ufmg.br

Professora Doutora da Escola de Ciência da Informação da UFMG

Bibliotecas Universitárias

Missão e possibilidades:- Acesso ao conhecimento

- Suporte ao Ensino, Pesquisa e Extensão (administrativo ou intelectual?)

- Formação de leitores?

Letramento informacional

Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação...Resumindo, as pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela.(American Library Association - Presential Committee on Information Literacy, 1989, p.1)

Letramento acadêmico

- A possibilidade do letramento acadêmico pelo viés da informação:

●Através de resumos e resenhas●Identificação de fontes de informação●Busca e recuperação de informações●Qualificação da informação●Trocas ou mediações (informações, conhecimentos, saberes)

Letramento acadêmicoSabendo que vários processos e fatores estão envolvidos na construção de uma condição letrada, a interlocução até aqui realizada conduz a considerar o letramento como a competência para a participação em determinada forma de discurso, com propriedade para “falar sobre o falar, sobre questões, sobre respostas, isto é, a competência de uma metalinguagem”.

(GOULART, 2006, p. 451)

Letramento acadêmico- O aprendizado é um processo contextualizado, com real envolvimento e diálogo contínuo entre estudantes, docentes e bibliotecários;- Cultiva-se uma relação cotidiana com a informação;- O docente e o bibliotecário são facilitadores, mediadores e mesmo aprendizes;- Reconhecendo-se a diversidade, pratica-se o respeito às opiniões e estabelece-se o diálogo, o debate construtivo;-O processo de avaliação torna-se parte do processo, sendo baseado no mesmo.

(DUDZIAK, 2011)

Mediador

Uma representação habitual do professor é a de mediador, mas o sentido do senso comum apagou os sentidos originais do conceito, relativos à mediação semiótica na aprendizagem (Vygotsky [1930]1984) e passou a ver o mediador como aquele que está no meio, aquele que medeia, por exemplo, a interação entre autor e leitor, arbitrando sobre significados e interpretações. Daí termos argumentado em favor de uma outra representação, a de agente de letramento (Kleiman, 2006), cujas associações metonímicas com o conceito de agente (humano) trazem à mente a idéia de fazer coisas: um agente se engaja em ações autônomas de uma atividade determinada e é responsável por sua ação, em contraposição ao paciente, recipiente ou objeto, ou ao sujeito coagido.

(KLEIMAN, 2006, p. 414)

Pesquisa da biblioteca da UFBA

COMPETÊNCIAS EM INFORMAÇÃO DOS ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO PARA A

ELABORAÇÃO DOS TRABALHOS ACADÊMICOS:

A CONTRIBUIÇÃO DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DA UFBA

Pesquisa da biblioteca da UFBA

Pesquisa da biblioteca da UFBA

O Diálogo

- O bibliotecário por Edson Nery da Fonseca

- O professor por Anísio Teixeira

Ser ou não ser bibliotecário

Ser ou não ser bibliotecário

Ser bibliotecário para dispensar aos usuários da biblioteca universitária toda a atenção que merecem;

não ser bibliotecário para preocupar-se apenas com a conservação de coleções.

Ser ou não ser bibliotecário

Ser bibliotecário para atuar "como um filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o homem", como queria Ortega;

não ser bibliotecário para deixar que os pesquisadores se percam na selva selvaggia de uma produção bibliográfica explosiva.

A visão do educadorA condição essencial para a liberdade no estado moderno está, com efeito, acima de tudo, na independência das instituições que guardam, aplicam e promovem o saber humano, isto é, as profissões chamadas liberais e a universidade, em face do Estado, ao qual cabe velar por elas, mas jamais interferir em sua área de ação ou na consciência profissional dos seus agentes.

(TEIXEIRA, 1953)

De mão dadasNão serei o bibliotecário de um mundo caducoTambém não me deixarei encantar pela biblioteconomia do futuroEstou no balcão de referência e contemplo os leitores da minha bibliotecaSeus estudos alimentam a minha esperançaMas considero, perplexo, o enorme universo dos livrosDeste mundo tão grande somos apenas uma parte A tarefa é comum, trabalhemos de mãos dadas.

Não serei o escravo de um código obsoleto e de um sistema ultrapassadoNão direi que a biblioteca é hospital de almase o livro um amigo silencioso que não falhaO leitor é o meu objetivo: o leitor adulto, o leitor juvenil, o leitor infantilO aluno e o professor, o neoalfabetizado e o pesquisador científico.Para cada leitor, existe um livroe para cada livro encontrarei o seu leitor.

Edson Nery da Fonseca

De mão dadas

Impressões por Edson Nery da Fonseca“O seminário sobre bibliotecas

universitárias, que vai agora realizar-se no Estado de Illinois, foi proposto pelo Dr. Anísio, um dos poucos educadores brasileiros que dão à biblioteca o relevo que ela deve ter no sistema educacional.”

A respeito do Seminário Inter-Americano ocorrido em 1961 e idealizado por Anísio Teixeira do qual Edson Nery da Fonseca foi o representante brasileiro

De mão dadasCitações por Etelvina Lima

Sobre a missão das universidades“ (...)Trata-se de conservar o saber vivo e não morto, nos livros ou no empirismo das práticas intelectualizadas.”

“A universidade é em essência, a reunião entre os que sabem e os que desejam saber”.

Sobre a missão das bibliotecas“Entre professor e aluno há um gentleman’s agreement de que nada pode perguntar que não tenha sido ensinado, significando ensinado o que tenha dito em sala de aula.” Etelvina conclui que dessa forma a biblioteca perdia sua razão de ser, transformando-se em coleção de “bom gosto” e elegendo uma visão única e arbitrária do conhecimento.

Retirado da separata: A biblioteca no ensino superior de Etelvina Lima que foi um trabalho apresentado no VIII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação realizado em Brasília no ano de 1975.

Propostas

- Repensar o papel da biblioteca universitária;- O serviço de referência como formador do pesquisador e do cidadão pensante;- Questionarmos: quem é o nosso usuário-leitor?

Desafios/Questões

- Do ponto de vista da literatura científica ou dos conceitos:

● Em que consiste a mediação da leitura no contexto universitário? Qual o papel da biblioteca universitária neste contexto?● Como trabalhar a dimensão da autonomia e ao mesmo formar um leitor/pesquisador maduro?● Existe ainda espaço para a volta do erudito? Como formá-lo?

Todo saber é uma "experiência" de saber. Tôda ciência é uma vitória da persuasão sôbre a fôrça. À medida que se estende a área do conhecimento racional e relativo, nesta medida se amplia a área de tolerância e de respeito pelo homem, e cresce a reverência pela sua missão de estender e desenvolver a aventura da vida sob o sol. O imenso poder que a sua pequena razão já lhe pôs nas mãos jovens não poderá ser lançado contra si próprio. A mestra da moderação e da tolerância, que é a mesma razão empreendedora, há de ser também a mestra da paz entre os homens. A guardiã dessa razão humana, origem e instrumento do saber, é a universidade, em cujo seio deve palpitar essa suprema esperança humana.

(TEIXEIRA, 1953)

Referências- ALA. Report of the Presidential Committee on Information Literacy: Final Report. 1989. Disponível em:<http://www.ala.org/acrl/nili/ilit1st.html > Acesso em: Aug. 2000.

- DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information literacy education: integração pedagógica entre bibliotecários e docentes visando a competência em informação e o aprendizado ao longo da vida. Disponível em: <http://www.sibi.ufrj.br/snbu/snbu2002/oralpdf/47.a.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2011. - FONSECA, Edson Nery da. Martirio e restauração de uma universidade. São Paulo: Fonseca, 1972.

- FONSECA, Edson Nery da. Ser ou não ser bibliotecario e outros manifestos contra a rotina. Brasilia: Associação dos Bibliotecarios do Distrito Federal, 1988.

- FONSECA, Edson Nery da. Universidades, bibliotecas e museus : diario de uma viagem aos Estados Unidos. Rio de Janeiro: 1964

- GOULART, Cecília. Letramento e modos de ser letrado: discutindo a base teórico-metodológica de um estudo. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 33, p. 450- 462, set./dez. 2006.

Referências- KLEIMAN, Angela B. Professores e agentes de letramento: identidade e posicionamento social. Revista Filologia e Lingüística Portuguesa, n. 08, p.409-424. 2006.

- LIMA, Etelvina. A biblioteca no ensino superior. Revista de Biblioteconomia de Brasilia, Brasilia, v. 5, n. 2, p. 847-861, jul./dez. 1977.

-LORGUS, Alexandra Luiza. O TCC como reflexo do letramento acadêmico dos alunos de graduação em design da universidade Regional de blumenau. Blumenau: FURB, 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2009. Disponível em: <http://proxy.furb.br/tede/tde_arquivos/4/TDE-2009-05-04T082320Z-469/Publico/Diss%20Alexandra%20Luiza%20Lorgus.PDF>. Acesso em: 14 abr. 2011.

- SILVA, Lúcia Vera da; GOMES, Henriette Ferreira. Competências em informação dos estudantes de graduação para a elaboração dos trabalhos acadêmicos: a contribuição das bibliotecas universitárias da UFBA. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA DA ANCIB, 10., 2009, João Pessoa. Anais... João Pessoa: ANCIB, 2009.

- TEIXEIRA, Anísio. A universidade e a liberdade humana. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v.20, n.51, p.3-22, jul./set. 1953.

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