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DOS LEGADOS E DO DIREITO DE ACRESCER ENTRE
HERDEIROS E LEGATÁRIOS(CAPÍTULOS VII E VIII DO TÍTULO III “DA
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA” – ARTS. 1912 A 1946 DO CC)
1.1Conceito: é coisa certa e determinada deixada a alguém, denominado legatário, em testamento ou codicilo.Difere da herançaConstitui liberalidade mortis causa a título singularLegatárioprelegatário
1 LEGADOS
Quanto ao objeto:a) legado de coisas; b) legado de crédito ou de quitação de dívida; c) legado de alimentos; d) legado de usufruto; e) legado de imóvel; f) legado de dinheiro; g) legado de renda ou pensão periódica;e h) legado alternativo.
1.2 CLASSIFICAÇÃO
O legado de coisas subdivide-se em: a) legado de coisa alheia;b) legado de coisa do herdeiro ou do legatário;c) legado de coisa móvel que se determine pelo gênero ou pela espécie;d) legado de coisa comum;e) legado de coisa singularizada;f) legado de coisa ou quantidade localizada; e g) legado de coisa incerta.
1.2.1 legado das coisas:
É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador no momento da abertura da sucessão (CC, art. 1.912). •A regra comporta, entretanto, duas exceções:a) a primeira configura-se quando o testador ordena que o herdeiro ou legatário entregue coisa de sua propriedade a outrem, sob pena de entender-se que renunciou à herança, ou ao legado (CC, art. 1.913).b) a segunda exceção ocorre quando há legado de coisa que se determine pelo gênero ou espécie (p. ex., dez sacas de café).
1.2.1.1 legado de coisa alheia
Se a coisa legada for comum, pertencendo somente em parte ao testador, só em parte valerá o legado, porque, no restante, ela será alheia, e é ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao devedor.Assim preceitua o art.1914 do CC:“Se tão-somente em parte a coisa legada pertencer ao testador, ou, no caso do artigo antecedente, ao herdeiro ou ao legatário, só quanto a essa parte valerá o legado”.
1.2.1.2 legado de coisa comum
•Se o testador especificar a coisa por suas características, singularizando-a, individualizando-a dentre todas as coisas que existam no mesmo gênero (determinado quadro ou determinado imóvel, p. ex.), só terá eficácia o legado se a coisa for encontrada ou ainda pertencer ao de cujus ao tempo de sua morte.
1.2.1.3 legado de coisa singularizada
O legado de coisa que deva encontrar-se em certo lugar só terá eficácia se nele for achada, salvo se removida a título transitório (CC, art. 1.917). •Trata o dispositivo de coisas que devam estar, habitual e permanentemente, no lugar designado pelo testador, como, por exemplo, os móveis de determinado cômodo.
1.2.1.4 legado de coisa localizada
1.2.2 legado de crédito
Quando o objeto de um legado for crédito do testador para com terceiro, ele se cumpre pela entrega, ao legatário, do titulo que representa a obrigação. Ao seu total se incorporam os juros não pagos, pois a lei dispõe que o legado de crédito abrange a importância deste ao tempo da morte do testador.
Se o legado for de quitação de um crédito do testador contra o legatário, ele também se cumpre pela entrega, ao legatário do titulo representativo da obrigação. Ex. uma Duplicata, uma Nota Promissória, Esse legado não abrange as dívidas posteriores à data do testamento.
1.2.3 legado de alimentos
O legado de alimentos abrange o indispensável à vida: alimentação, vestuário, a cura (medicamentos), habitação, e, se o legatário for menor, educação (CC, art. 1.920), sendo arbitrado pelo juiz de conformidade com as forças da herança, as necessidades do alimentário e a circunstancia de, em vida, estar o alimentário na dependência do de cujos, exceto se o testador legou uma quantia certa em prestações periódicas.
Esses alimentos poderão ser legados in natura, determinando o autor da herança que se forneça ao legatário hospedagem, ou que lhe sejam entregues gêneros necessários à sua subsistência, ou em dinheiro, cuja prestação deverá ser realizada em determinados períodos, daí denominar-se legado de prestações periódicas, o legado de alimentos é inalienável e impenhorável, extinguindo-se com o falecimento do legatário.
Há quem entenda que o testador poderá, se quiser, legar alimentos por prazo determinado, estipulando prazo para seu término, ou impondo sua duração, p. ex. , até a maioridade do alimentando.
1.2.4 legado de usufruto
Usufruto é o direito real de usar uma coisa pertencente a outrem e de perceber-lhe os frutos, ressalvada sua substância.
O legislador somente se referiu ao legado de usufruto pra fixar o tempo de sua duração quando o testador não o houver feito. o art. 1.921 do cc declara que, nesse caso, “entende-se deixado ao legatário por toda a sua vida”, ou seja, entende-se que é vitalício.
Se, no entanto, o legado de usufruto tem como beneficiária pessoa jurídica, e o testador não determinou o tempo de duração da benesse, esta perdurará por trinta anos, da data que se começou a exercer a não ser que, antes, ocorra a extinção da pessoa jurídica em favor de quem o usufruto foi constituído (CC, art. 1.410, III).
1.2.5 legado de Imóvel
Art. 1922 do Código Civil: “Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisições, estas, ainda que contíguas, não se compreendem no legado, salvo expressa declaração em contrário do testador”;
O princípio do legado é que se abrange a coisa com os acessórios. Só não se compreende nele as ampliações ou acréscimos externos ao imóvel não classificados como benfeitorias;
Estas benfeitorias, caso sejam necessárias, úteis ou voluptuárias, sendo bens acessórios, aderem ao imóvel legado;
Se, no terreno o testador ergue uma construção, revela propósito de aditá-la ao legado;
As construções são denominadas “acessões industriais”;
Essas acessões têm regime jurídico diverso do estabelecido para as benfeitorias.
Apesar de acarretarem consequências diversas, benfeitorias e acessões industriais são bens acessórios e estão jungidos ao princípio de que o acessório segue o destino do principal;
Jurisprudência vem reconhecendo o direito de retenção ao possuidor também no caso de acessões industriais;
Revela, in casu, a intenção do testador, que deve ser perquirida. Assim, se no terreno legado, o testador, depois de fazer seu testamento, erguer um edifício, sua intenção foi beneficiar o legatário.
O Art. 1.923 do CC traz os efeitos do legado.Entre os efeitos do legado está o que mais interessa aos legatários: a transmissão da propriedade da coisa.Legado em Dinheiro (Frutos) - os frutos do legado pertencem ao legatário desde a morte do Testador.Legado Renda ou Pensão Periódica-Arts. 1926 a 1928.
2 DOS EFEITOS DO LEGADO E DO SEU PAGAMENTO
Legado Coisa Incerta - Ao herdeiro não compete trocar a coisa certa e determinada deixada pelo Testador por outra ainda que seja mais valiosa.Legado Alternativo: é aquele que compreende a escolha de uma ou outra coisa, extinguindo-se com a entrega de uma delas.
3 DA RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO LEGADO
Cabe ao herdeiro onerado a responsabilidade pelo pagamento do legado e não havendo herdeiro, ao próprio legatário, na proporção do que herdar (Art. 1934)A coisa legada “entregar-se-á, junto com seus acessórios, no lugar e estado que se achava o Testador, com todos os respectivos encargos que a onerarem. (Art. 1937)
4 CADUCIDADE DOS LEGADOS
4.1 Introdução
Origem e significado:Caducar , deriva do latim cadere , que significa cair, perecer.Causas de caducidade:Objetivas - ausência do objeto Subjetivas - falta do beneficiário
O artigo 1.939 do Código Civil enumera as causas de caducidade: “Caducará o legado: I – se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada,ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía; II – se o testador por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador; III – se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido de seu cumprimento; IV – se o legatário for excluído da sucessão; V – se o legatário falecer antes do testador;”
4.2 Fundamentação Jurídica
4.3 Causas objetivas
4.3.1 Modificação substancial da coisa legada
O inciso I do artigo 1.399 do Código Civil diz que o legado caducará ”se depois de haver elaborado o testamento, o testador modificar a coisa legada a ponto de não mais ter a forma nem lhe caber a denominação que tinha”.
Requisitos para que ocorra a caducidade: Deve ser substancial e Feita pelo próprio testador ou a sua ordem.
4.3.2 Alienação da coisa legada
O inciso II do artigo 1.399 do Código Civil dispõe que caducará o legado “se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso, caducará, até onde ela deixou de pertencer ao testador”.
Trata-se da alienação a qualquer título oneroso ou gratuito feito a terceiro. A alienação feita ao próprio legatário a título gratuito acarreta a caducidade. Ocorre questão controvérsia quando é feita a título oneroso.
4.3.3 Perecimento ou evicção da coisa legada
O inciso III do artigo 1.399 do Código Civil diz que caducará o legado: ” se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido do seu cumprimento.”
Se a coisa perece, o legado fica sem o seu objeto. Qualquer que seja a causa resolve-se o legado.
Se ocorrer a evicção, caduca o legado, pois seu objeto pertence a outrem Estabelece o artigo 1.940 do Código Civil que “ se o legado for de duas ou mais coisas alternativamente, e algumas delas perecerem, subsistirá quanto as restantes; perecendo parte de uma, valerá, quanto ao seu remanescente o legado”.
4.4.1 Indignidade do legatário Art. 1939, inciso IV Presume-se, nesse caso, que o testador não desejar ia que a coisa legada ficasse com quem se mostrou indigno, praticando atentado contra a sua vida, sua honra ou sua liberdade de testar.
4.4 Causas subjetivas
Art. 1939, inciso VO testamento embora válido desde o momento em que e elaborado, só tem eficácia com a morte do testador, quando se abre a sucessão. Se ocorrer a premoriência do legatário, o legado fica sem sujeito e não pode subsistir vindo a caducar.
4.4.2 Premorte do legatário
Art. 1.943. CC que não pode ser parcial: ou aceita totalmente o legado ou a ele renuncia integralmente.
4.4.3 Renúncia do legatário
Preceitua no Art. 1.943 CC que, “se a condição sob a qual foi instituído” o colegatário não se realizar, o seu quinhão acrescerá à parte dos colegatários conjuntos.
4.4.4 Falecimento do legatário antes do implemento da condição suspensiva
Verifica-se a ineficácia do legado quando o legatário, no momento da abertura da sucessão, for incapaz de receber o legado ou não tiver legitimação.
Art.1801 e 1802 CC
4.4.5 Falta de legitimação do legatário
5.1 Conceito: Dá-se o direito de acrescer quando o testador contempla vários beneficiários (coerdeiros ou colegatários), deixando- lhes a mesma herança, ou a mesma coisa determinada e certa, em porções não determinadas, e um dos concorrentes vem a faltar (CC, art. 1.941)
5 DO DIREITO DE ACRESCER ENTRE HERDEIROS E LEGATÁRIOS
a) O direito de acrescer é decorrência da vontade presumida do testador;b) Nos casos em que ocorre o direito de acrescer, reputa-se o acréscimo como forçado;c) O direito de acrescer verfifica-se quer entre coerdeiros, quer entre colegatários;d) Havendo instituições distintas e não conjuntas, os coerdeiros não podem ver acrescidas suas quotas com a parte do herdeiro premorto.
5.2 Princípios Fundamentais
1)Nomeação de coerdeiros, ou colegatários, na mesma disposição testamentária;2)Deixa dos mesmos bens ou da mesma porção de bens;3)Ausência de quotas hereditárias determinadas.
5.3 Requisitos do direito de acrescer
São três espécies:a) conjunção real (re tantum), quando os diversos instituídos são chamados, por frases distintas, a suceder na mesma coisa, sem discriminação dos quinhões;b) conjunção mista (re et verbis), quando o testador, na mesma frase, designa vários herdeiros ou legatários para a mesma coisa, sem distribuição de partes;
5.4 Espécies de disposições conjuntas
c) conjunção verbal (verbis tantum), quando o testador, na mesma disposição, designa herdeiros ou legatários, especificando o quinhão de cada um.
5.5 Direito de acrescer entre coerdeiros
Preceitua o art. 1941 do CC:Mesma disposição testamentária;Sem distribuição de quinhões;Qualquer deles não puder ou não quiser;salvo o direito do substituto.
5.6 Direito de acrescer entre colegatários
Preceitua o art. 1.942 do CC:Existência de disposição testamentária conjunta;Sobre coisa certa e determinada;Sem distribuição de quotas;Na falta de um dos co-legatários nomeado na sucessão testamentária.
5.7 Direito de acrescer no legado de usufruto
Preceitua o Art. 1.946 do CC:Nomeação seja conjunta;Sem distribuição de quotas;Venha a faltar um dos usufrutários.
GONÇALVES, Carlos Alberto. Direito civil brasileiro, volume 7: direito das sucessões. 7. ed. São Paulo:Saraiva, 2013.
REFERÊNCIA
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