joana vasconcelos. casarÃo - casa triângulo€¦ · joana vasconcelos. casarÃo. vista da...

Post on 22-Jul-2020

3 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

joana vasconcelos. CASARÃO

vista da exposição / primeiro andarexhibition view / first floor

vista da exposição / primeiro andarexhibition view / first floor

vista da exposição / primeiro andarexhibition view / first floor

vista da exposição / primeiro andarexhibition view / first floor

vista da exposição / segundo andarexhibition view / second floor

vista da exposição / segundo andarexhibition view / second floor

vista da exposição / segundo andarexhibition view / second floor

Aquarela, 2014 / azulejos Viúva Lamego, crochê em lã feito à mão, adereços, poliéster, MDF e ferro / 245 x 400 x 450 cmAquarela, 2014 / Viúva Lamego’s tiles, handmade woolen crochet, ornaments, polyester, MDF and iron / 245 x 400 x 450 cm

Catuaba, 2014 Viúva Lamego’s tiles, handmade woolen crochet, ornaments, polyester, MDF and iron 230 x 126 x 45 cm

Catuaba, 2014 azulejos Viúva Lamego, crochê em lã feito à mão, adereços, poliéster, MDF e ferro 230 x 126 x 45 cm

Ipanema, 2013Viúva Lamego’s tiles, handmade woolen crochet, ornaments, polyester, MDF and iron242 x 160 x 45 cm

Ipanema, 2013Viúva Lamego’s tiles, handmade woolen crochet, ornaments, polyester, MDF and iron242 x 160 x 45 cm

Delícia, 2014 Viúva Lamego’s tiles, handmade woolen crochet, ornaments, polyester, MDF and iron 184 x 105 x 30 cm

Delícia, 2014 azulejos Viúva Lamego, crochê em lã feito à mão, adereços, poliéster, MDF e ferro 184 x 105 x 30 cm

Água Viva, 2014 stainless steel shower heads, handmade woolen crochet, fabrics, ornaments, polyester 240 x 70 x 54 cm

Água Viva, 2014 chuveiro em aço inoxidável, crochê em lã feito à mão, adereços e poliéster 240 x 70 x 54 cm

Medusa, 2014 ceramic wash basin, handmade woolen crochet, ornaments, polyester 100 x 50 x 30 cm

Medusa, 2014 lavatório em cerâmica, crochê em lã feito à mão, adereços e poliéster100 x 50 x 30 cm

Sarabande, 2012–2014 / crochê em lã feito à mão, adereços e poliéster sobre tela, estuque, folha de ouro, MDF e ferro / 155 x 215 x 55 cmSarabande, 2012–2014 / handmade woolen crochet, ornaments and polyester on canvas, stucco, gold leaf, MDF and iron / 155 x 215 x 55 cm

Gaúcho, 2014 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada em acrílico e renda em crochê dos Açores / 65 x 54 x 61 cmGaúcho, 2014 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 65 x 54 x 61 cm

Mossoró, 2014 Rafael Bordalo Pinheiro acrylic painted faience and

handmade crocheted lance 82 x 31 x 60 cm

Mossoró, 2014 faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada em acrílica, renda

de cinco agulhas, crochê em algodão feito à mão 82 x 31 x 60 cm

Conselheiro, 2014 Rafael Bordalo Pinheiro oil painted faience and handmade crochet from Açores 45 x 41.5 x 42.5 cm

Conselheiro, 2014 faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada à óleo e renda em crochê dos Açores 45 x 41,5 x 42,5 cm

Amadeus, 2014 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado cerâmico e renda em crochê dos Açores / 31 x 115 x 90 cmAmadeus, 2014 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 31 x 115 x 90 cm

Conselheiro, 2014 Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed

ceramics, handmade crochet from Açores 82 x 42 x 30 cm

Cantareira, 2014 faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado

cerâmico e renda em crochê dos Açores 82 x 42 x 30 cm

Fuzi, 2014 Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed

ceramics, handmade crochet from Açores 58 x 20 x 41 cm

Fuzi, 2014 faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado

cerâmico e crochê em algodão feito à mão 58 x 20 x 41 cm

Angélica e Tapioca, 2013 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado cerâmico e renda em crochê dos Açores / 25 x 55 x 125 cm cadaAngélica and Tapioca, 2013 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 25 x 55 x 125 cm each

Itiquira, Poetinha, Jalapão e Amado, 2014 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado cerâmico e renda em crochê dos Açores / 13 x 39 x 34 cm cadaItiquira, Poetinha, Jalapão and Amado, 2014 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 13 x 39 x 34 cm each

Tieta, 2014 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado cerâmico e renda em crochê dos Açores / 14 x 50 x 67 cmTieta, 2014 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 14 x 50 x 67 cm

Benilde, 2013 / faiança Rafael Bordalo Pinheiro pintada com vidrado cerâmico e crochê feito à mão / 14 x 50 x 67 cmBenilde, 2013 / Rafael Bordalo Pinheiro painted faience with glazed ceramics, handmade crochet from Açores / 14 x 50 x 67 cm

A exposição Casarão marca o regresso de Joana Vasconcelos à Casa Triângulo, uma década depois de sua última exposição na galeria e após o êxito recente de sua participação na Bienal de Veneza. A mais jovem artista e a primeira mulher a expor no Palácio de Versalhes volta ao Brasil, seis anos depois de Contaminação, a monumental intervenção que apresentou na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Casarão propõe a invasão do espaço da galeria por um conjunto de animais em faiança, desenhados por um dos mais destacados artistas portugueses do séc. XIX, Rafael Bordalo Pinheiro (1846‑1905). Joana Vasconcelos apropria‑se de alguns animais do vasto bestiário bordaliano e apresenta‑os ambiguamente protegidos, ou aprisionados/domesticados, por uma sensual malha em crochê.

Peças de banheiro compõem as obras Medusa e Água Viva. A primeira apresenta‑se sob a forma de um pequeno lavatório por onde passam e atravessam extensões de inusitados volumes em crochê. Água Viva exibe dois chuveiros instalados na parede, ligados entre si por festivas mangas têxteis, suspensas como se escapassem por onde normalmente veríamos cair água. São talvez as entranhas da arquitetura ou as vísceras de nossa intimidade doméstica, metamorfoseadas em têxteis desafiadores da ordem racional do espaço arquitetônico.

Três caixas – Catuaba, Delícia, e Cravo e Canela – revestidas em azulejo, encontram‑se dispostas na parede, à altura do nosso olhar, tal como pinturas que outrora se assumiam como janelas abertas ao mundo. De seu interior, irrompem volumes têxteis abstratos; formas não reconhecíveis cujos materiais, texturas e técnicas, no entanto, identificamos.

Sarabande desafia os limites entre pintura e escultura, corpo e paisagem, o figurativo e o abstrato. Através de uma exuberante moldura, de inspiração barroca, escapam coloridas formas em crochê que insinuam uma topografia acidentada ou os corpos volumosos de um inusitado universo burlesco de sentido doméstico.

O popular jogo eletrônico Tetris dá nome à série na qual a obra Aquarela se inscreve. Os volumes revestidos em azulejo, em formato de paralelepípedo, são atravessados e serpenteados por tubos e protuberâncias em crochê e tecidos variados. A rigidez da cerâmica é invadida por formas orgânicas têxteis maleáveis, num feliz encontro de opostos unidos pela cor.

Joana Vasconcelos convoca e cruza as aparentes singularidades de diferentes culturas populares, conferindo‑lhes alcance universal. Casarão – título retirado da segunda novela brasileira transmitida em Portugal, nos anos 1970, na qual brilharam dois atores portugueses – oferece‑nos o doméstico como espaço de

The exhibition Casarão marks Joana Vasconcelos’ return to Casa Triângulo, a decade after her last show at this gallery, and after the recent success of the exhibitions she held at Château de Versailles and at the Venice Biennale. The youngest artist and first woman to exhibit in Versailles returns to Brazil, six years after Contaminação, the monumental intervention presented at the Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Casarão proposes the invasion of the gallery’s space by a group of faience animals, designed by one of the most renowned Portuguese artists of the 19th century, Rafael Bordalo Pinheiro (1846–1905). Joana Vasconcelos appropriates some of the animals belonging to Bordalo’s vast bestiary, presenting them ambiguously protected, or imprisoned/domesticated, by a sensual crochet mesh.

Bathroom equipment is used in the works Medusa and Água Viva. The first presents itself in the form of a small washbasin through which extensions of unusual volumes in crochet pass and go through. Água Viva features two shower heads installed on the wall, linked together by festive textile sleeves in suspension, as if escaping from where once we would see water fall. They are perhaps the bowels of architecture or the viscera of our domestic intimacy, metamorphosed into textiles that challenge the rational order of the architectonic space.

Three boxes—Catuaba, Delícia, and Cravo e Canela—covered in azulejos (Portuguese tiles) are placed on the wall at our eyes’ level, like paintings that once assumed themselves as windows, open to the world. Abstract, textile volumes burst from their interior; unrecognizable forms whose materials, textures, and techniques we, nevertheless, identify.

Sarabande blurs the borders between painting and sculpture, body and landscape, the figurative and the abstract. Through an exuberant frame, of baroque inspiration, colored crochet forms escape, insinuating an uneven terrain or voluminous bodies of an uncommon burlesque universe, of domestic sense.

The popular electronic game Tetris lends its name to the series to which the work Aquarela belongs. The parallelepipedal volumes, covered in azulejos, are crossed and serpentined by tubes and protuberances in crochet or varied types of textile. The rigidity of the ceramics is invaded by malleable organic, textile forms, in a happy encounter between opposites united by color.

Joana Vasconcelos summons and crosses apparent singularities from different popular cultures, conferring a universal range on them. Casarão—title taken from the second Brazilian soap opera broadcast in Portugal, in the 1970s, in which two Portuguese actors shone—offers us the domestic as an area of both

joana vasconcelosCASARÃO

joana vasconcelosCASARÃO

encontro e confronto entre o privado e o público, masculino e feminino, artesanal e industrial, cultura popular e cultura erudita. Joana Vasconcelos é a anfitriã que nos recebe neste seu lugar tão familiar, mas ironicamente desafiador, de todas as rotinas programadas do cotidiano.

meeting and confrontation between the private and the public, masculine and feminine, artisanal and industrial, popular and erudite culture; and Joana Vasconcelos is the hostess who welcomes us in this familiar—albeit ironically defying—place where all the programmed routines of everyday life take place.

O Estado de S. Paulo, Caderno 2, Sônia Racy, 30 de março de 2014O Estado de S. Paulo, Caderno 2, Sônia Racy, March 30, 2014

Folha de S.Paulo, 31 de março de 2014Folha de S.Paulo, March 31, 2014

Veja São Paulo, 2 de abril de 2014Veja São Paulo, April 2, 2014

Vogue Brasil, abril de 2014Vogue Brasil, April 2014

top related