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P R O F . : C L E B E R B A R R O S
IRPJ- TEORIA E PRÁTICA
SURGIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA
O primeiro indício de uma tributação sobre a renda ocorreu no
século XV em Florença por meio de tributo conhecido como“Décima Scalata” , tal tributo não foi tão longe por atingir os mais
ricos, e os mesmos se recusavam a arcar com maior carga
tributária, por tais razões a décima scalata não foi tão longe.
Na Inglaterra, ainda no século XV, houve algumas tentativas sem
sucesso de se instituir um imposto sobre a renda, sendo este o
marco histórico mundial do Imposto de Renda. Por não haverem
documentos comprobatórios, é difícil precisar a data exata do
surgimento do Imposto de Renda.
Contudo, teóricos em sua grande maioria consideram como
marco zero do Imposto de Renda o ano de 1799, na Inglaterra, fato
este comprovado através de documentação confiável.
Em linhas gerais, ao se deparar com a iminente ameaça de
guerra, a Inglaterra necessitava obter recursos para sanar
eventuais dificuldades financeiras. Sendo assim, o primeiro ministro
Willian Pitt propôs um projeto de imposto geral sobre as rendas no
dia 3 de dezembro de 1798 na Câmara dos Comuns.
No dia 9 de janeiro de 1799 o projeto virou lei instituindo o Imposto
de Renda na Inglaterra. Sendo a taxa de 10% para renda total no
ano acima de 60 libras2 .
INSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IMPOSTO DE RENDA NO BRASIL
O Imposto de Renda surgiu como um imposto de guerra, sendo criado para sanar
eventuais dificuldades financeiras enfrentadas pela Inglaterra no pós-guerra.
Entrementes, o referido imposto subsistiu e se tornou a principal fonte arrecadatória
não só na Inglaterra, mas em muitos países.
O Brasil império por sofrer forte influência britânica, ainda no início do reinado de
Dom Pedro II, por meio da lei 317 de 21 de outubro de 1843, criou um imposto
progressivo incidindo sobre todas as pessoas que percebiam vencimentos dos
cofres públicos. Tal lei vigorou por apenas dois anos, pois após reação foi logo
suprimida.
Com a guerra do Paraguai (1864-1870) logo surge à necessidade de angariar
recursos. Neste momento, o governo imperial moderniza o sistema tributário e
regulamenta através do Decreto nº 4052 de 28 de dezembro de 1.867, um imposto
que incidia sobre cada pessoa que morasse em casa própria ou alugada.
Vale dizer que o marco histórico do Imposto de Renda no Brasil é o ano de 1.867
com o Visconde de Jequitinhonha defendendo sua implementação.
Em 1.879, Afonso Celso o Visconde de Ouro Preto debateu sobre a possibilidade de
se instituir um imposto sobre a renda a fim de organizar o sistema tributário, sendo
no mesmo ano apresentada à Câmara dos deputados. O projeto foi rejeitado.
Em 1883, foi à vez de o Conselheiro Lafayete nomear uma comissão para criar um
projeto de imposto sobre a renda. E mais uma vez o projeto foi rejeitado.
Ante a grave crise financeira que assolava o Brasil, houve vários debates acerca
da conveniência de se instituir um imposto sobre a renda. Com a lei orçamentária
(lei 2.321 de 30 de dezembro de 1910) foi se aproximando a instituição oficial do
imposto sobre a renda, visto que o mesmo encontrava guarida na aludida lei.
Finalmente no ano de 1922, o deputado Antônio Carlos ocorre a instituição do
Imposto de Renda, com a proposta de substituição de alguns impostos constantes
na lei orçamentária por um imposto incidindo sobre a renda global.
“O Imposto não é nem bom nem ruim em
si: tudo depende da maneira como ele é
arrecadado e do que se faz com ele.”
(Thomas Piketty)
IMPOSTO DE RENDA CONSTITUIÇÃO E
DISPOSITIVOS LEGAIS
Art. 153, inciso III, e§ 2º, da CRFB/88;Art. 43 a 45 do CTN; Leis 7.713/88;
9.250/95, Leis 8.981/95 e 9.430/96,
Decreto n.º 3.000/99 (IRPF e IRPJ).
IMPOSTO:
-Federal (Competência da União);
-Função fiscal (preponderante);
- Função redistributiva;
- Direto;
ABORDAGEM CONSTITUCIONAL
Art. 153. Compete à União instituir
impostos sobre: III - “renda e proventos
de qualquer natureza”;
REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao DF:
I - o produto da arrecadação do imposto
da União sobre renda e proventos
incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem.
REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto
da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por
eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;
REPARTIÇÃO DE RECEITAS –
Art. 159 da CRFB/88
(1) Fundo de Participação dos Estados e
do DF;
(2) Fundo de Participação dos Municípios;
(3) Fundo de Incentivo ao Setor Produtivo
do Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos
impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 49% (quarenta e nove por
cento), na seguinte forma: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 84, de
2014)
(1) Fundo de Participação dos Estados e
do DF; 21,5% - FPE e do DF (art. 159, I, a)
Art. 159, I, a) vinte e um inteiros e cinco
décimos por cento ao Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito
Federal;
(2) Fundo de Participação dos Municípios –
24,5%
22,5% FPM (art. 159, I, b) + 1% FPM (art. 159,
I, d) + 1% FPM (art. 159, I, e)
Art. 159, I, b) vinte e dois inteiros e cinco
décimos por cento ao Fundo de
Participação dos Municípios; (22,5% - FPM)
(3) Fundo de Incentivo ao Setor Produtivo
do Norte, Nordeste e Centro-Oeste;
c) três por cento, para aplicação em programas
de financiamento ao setor produtivo das Regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas
Instituições financeiras de caráter regional, de
acordo com os planos regionais de
desenvolvimento, através de suas Instituições
financeiras de caráter regional, de acordo com
os planos regionais de desenvolvimento, ficando
assegurada ao semi-árido do Nordeste a
metade dos recursos destinados à Região, na
forma que a lei estabelecer;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
O § 1º, do art. 150, da CRFB/88, estabeleceexceção ao princípio da anterioridade
nonagesimal (art. 150, III, c).
O IR se sujeita à anterioridade do exercício
financeiro, mas não observa a anterioridade
nonagesimal mínima, estabelecida pela EC
42/03.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
-O § 2º, do art. 150, da CRBF/88, por sua vez,estabelece que o imposto sobre a renda e
proventos:
“I – será informado pelos critérios da
GENERALIDADE, da UNIVERSALIDADE e da
PROGRESSIVIDADE na forma da lei”.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
-O § 2º, do art. 150, da CRBF/88, por sua vez,estabelece que o imposto sobre a renda e
proventos:
“I – será informado pelos critérios da
GENERALIDADE, da UNIVERSALIDADE e da
PROGRESSIVIDADE na forma da lei”.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
- A generalidade diz respeito à sujeição passiva
ao tributo. Significa que o imposto deve
abranger todos os contribuintes que pratiquem o
fato descrito na hipótese de incidência do
tributo.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
-A universalidade diz respeito à extensão da
base de cálculo, que deve abranger quaisquer
rendas e proventos auferidos pelo contribuinte;
-Pecúnia non olet
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IR
- A progressividade representa variação de
alíquota à medida que há aumento da base de
cálculo, de forma que quanto maior a base de
cálculo, maior deverá ser a alíquota aplicável
Conceito constitucional de renda:
-A Constituição delimita o âmbito da
tributação;
-Está superada a CONCEPÇÃO LEGALISTA de
que o conceito de renda deve ser livremente
definido pela lei ordinária instituidora do
imposto.
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 43. O imposto, de competência da
União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato
gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto
do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza,
assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no
inciso anterior.
O conceito de RENDA compreende o
produto do capital (como os rendimentos
obtidos com uma aplicação financeira),
do trabalho (como o salário e as
remunerações por serviços prestados) ou
da combinação de ambos (como o pró-
labore recebido pelos sócios de uma
sociedade);
“PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA” -
são definidos por exclusão,
compreendendo todos os acréscimos
patrimoniais não enquadráveis no
conceito legal de renda.
Receita ou rendimento: “Receita é palavra com
sentido bem mais largo que o de renda ou
proventos, enfim, que o de acréscimo patrimonial,
pois receita é qualquer quantia recebida.
De fato, receita vem do latim recepta, significando
“coisas recebidas”. Assim, não considera as
saídas, as despesas.” (Leandro Paulsen, Impostos
Federais, Estaduais e Municipais, página 55/56)
Disponibilidade jurídica:
(1) simples crédito do valor que vem a acrescer o
patrimônio, do qual o contribuinte passa a dispor
juridicamente (Hugo de Brito Machado);
A disponibilidade jurídica de renda e de proventos
é o direito de usar, por qualquer forma, da renda
ou dos proventos definitivamente constituídos na
forma legal aplicável.
Rubens Gomes de Sousa: A disponibilidade
“jurídica” (noção específica correspondente à
genérica de titulus adquirendi) verifica-se quando
o titular do acréscimo patrimonial que configura
renda, sem o ter ainda em mãos separadamente
da sua fonte produtora e fisicamente disponível,
entretanto já possui um título jurídico apto a
habilitá-lo a obter a disponibilidade econômica”
(Pareceres 1 – Imposto de Renda, Ed. Resenha
Tributária, São Paulo, 1975, p. 248).
-Disponibilidade jurídica:
(2) Renda adquirida em conformidade com o
Direito (lícita); quando o adquirente possui a
titularidade jurídica da renda ou dos proventos
que acrescem o seu patrimônio (Ricardo Mariz de
Oliveira);
Disponibilidade econômica
(1) Qualquer acréscimo patrimonial passível de
avaliação econômica:
Para que haja a disponibilidade econômica,
basta que o patrimônio resulte economicamente
acrescido por um direito, ou por um elemento
material, identificável como renda ou como
proventos de qualquer natureza.
Não importa que o direito ainda não seja exigível
(um título de crédito ainda não vencido), ou que o
crédito seja de difícil e duvidosa liquidação
(contas a receber).
O que importa é que possam ser
economicamente avaliados e, efetivamente,
acresçam ao patrimônio.
(Zuudi Sakakihara In "Código Tributário Nacional Comentado",
coordenador Vladimir Passos de Freitas, Ed. RT, p. 133).
Disponibilidade econômica
(2) independe da licitude da fonte;
Disponibilidade jurídica sem disponibilidade
econômica:
Se o fato gerador do imposto de renda é a
disponibilidade econômica ou jurídica decorrente
do acréscimo patrimonial, no momento em que é
efetivado o depósito, embora anteriormente ao
levantamento, já detém disponibilidade jurídica da
renda.
Disponibilidade financeira pressupõe a existência
física dos recursos financeiros em caixa.
Circunstância a autorizar a retenção do referido
tributo. Precedente da 2ª Turma REsp n. 143.082-
SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 25/10/2004.
O imposto incidente sobre a renda e
proventos de qualquer natureza alcança
fatos ocorridos não apenas no território
nacional como fora dele. A
extraterritorialidade do IR decorre da
aplicação do princípio da
universalidade.
Art. 43, §§ 1º e 2º do CTN; § 1º. Aincidência do imposto independe da
denominação da receita ou do
rendimento, da localização, condição
jurídica ou nacionalidade da fonte, da
origem e da forma de percepção
(Parágrafo incluído pela LC n.º 104, de
10.1.2001)
SUJEITO ATIVO - Sujeito ativo do imposto
sobre a renda é a própria UNIÃO,
cabendo a administração do imposto à
Secretaria da Receita Federal;
CTN: “Art. 45. Contribuinte do imposto é
o titular da disponibilidade a que se
refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir
a lei essa condição ao possuidor, a
qualquer título dos bens produtores de
renda ou dos proventos tributáveis.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
A responsabilidade tributária no âmbito do IRPJ tem como principais exemplos as hipóteses
de sucessão empresarial (fusão, cisão3, transformação ou incorporação) e a
responsabilidade pessoal do administrador pelos atos praticados em violação do estatuto,
contrato social ou a lei.
Decreto 3.000/99, Art. 207. Respondem pelo imposto devido pelas pessoas jurídicas
transformadas, extintas ou cindidas (Lei nº 5.172, de 1966, art. 132, e Decreto-Lei nº 1.598, de
1977, art. 5º):
I - a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
II - a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de
sociedade;
III - a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade
cindida;
IV - a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação, ou seu espólio,
que continuar a exploração da atividade social, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual;
V - os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar
sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de rendimentos no
encerramento da liquidação.
Parágrafo único. Respondem solidariamente pelo imposto devido pela pessoa jurídica
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º, § 1º): I - as sociedades que receberem parcelas dopatrimônio da pessoa jurídica extinta por cisão; II - a sociedade cindida e a sociedade que
absorver parcela do seu patrimônio, no caso de cisão parcial; III - os sócios com poderes
de administração da pessoa jurídica extinta, no caso do inciso V.
Além dessas hipóteses, há aquela tratada no art. 208 (que repete o art. 133 do CTN).
Decreto 3.000/99, Art. 208. A pessoa física ou jurídica que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelo imposto, relativo ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devido até a data do ato
Lei nº 5.172, de 1966, art. 133): I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do
comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir
na exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
O art. 209 do Regulamento, que repete a disposição do art. 129 do CTN,
estabelece que mesmo os créditos ainda não lançados ao tempo da
situação geradora da responsabilidade tributária serão cobrados
diretamente do responsável.
Exemplo: empresa resultante da fusão responderá pelos créditos de IR ainda
não lançados, mas cujo fato gerador tenha sido praticado por uma das
empresas participantes da fusão.
Decreto 3.000/99, Art. 209. O disposto neste Capítulo aplica-se por igual aos
créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição
à data dos atos nele referidos, e aos constituídos posteriormente aos
mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a
referida data (Lei nº 5.172, de 1966, art. 129).
REGIMES TRIBUTÁRIOS
LUCRO REAL
Na tributação com base no lucro real, o imposto de renda
incide sobre o resultado (lucro), efetivamente apurado pela
pessoa jurídica, segundo sua escrituração contábil, atuando
como um lucro líquido do período base ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações previstas ou
autorizadas pela legislação.
À opção do contribuinte, a adoção pelo Lucro Real pode ser
mediante estimativa (recolhimento mensal) ou por trimestre.
PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL
A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do lucro real, e,
portanto, não podem optar pelo Lucro Presumido, as pessoas
jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14):
I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja
superior a 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou
a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-
calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses - Lei
12.814/2013.
II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas
de seguros privados e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital
oriundos do exterior
IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de
benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuadopagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do artigo 2
da Lei 9.430/1996;
VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica,
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes devendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
LUCRO REAL TRIMESTRALA maioria das empresas brasileiras tem fraco movimento comercial nos
meses de janeiro e fevereiro de cada ano. Isto provoca distorções tributárias,
que devem ser levadas em conta na hora de optar pelas modalidades
oferecidas pelo Regulamento do Imposto de Renda.
Na opção pelo Lucro Real Trimestral, há limitações específicas e a empresa
pode acabar pagando mais IR e CSLL, conforme veremos a seguir.
Isto porque, se 1º trimestre do ano da opção houver prejuízo fiscal, o mesmo
só poderá ser compensado em até 30% do Lucro Real dos trimestres
seguintes.
Na forma de estimativa mensal (utilizando-se balancetes de suspensão),
paga-se menor imposto.
LUCRO REAL ANUAL
No lucro real anual por estimativa, a empresa pode recolher
os tributos mensalmente calculados com base no
faturamento, de acordo com percentuais sobre as
atividades, aplicando-se a alíquota do IRPJ e da CSLL, de
forma semelhante ao Lucro Presumido. Nesta opção, a
vantagem é a possibilidade de levantar balanços ou
balancetes mensais, reduzindo ou suspendendo-se o valor
do recolhimento, caso o lucro real apurado for efetivamente
menor que a base presumida. No final do ano, a empresa
levanta o balanço anual e apura o lucro real no exercício,
ajustando o valor dos tributos ao seu resultado real.
Exemplo:
1a Opção: Lucro Real Trimestral:
Prejuízo Fiscal no 1º trimestre/20XX: R$ 500.000,00
Lucro Real no 2º trimestre/20XX: R$ 100.000,00
Prejuízo compensável 30% de R$ 100.000,00 = R$ 30.000,00 Lucro Real
após a compensação de prejuízo do 1º trimestre = R$ 70.000,00
IRPJ e CSLL a pagar: R$ 70.000,00 x 15% IRPJ + 9% CSLL + (R$ 70.000,00– R$ 60.000,00) x 10% Adicional IRPJ = R$ 17.800,00
2a Opção: Lucro Real Anual (com balancetes de
suspensão mensais):
Se a empresa optasse pelo Lucro Real Anual, poderia
levantar balancetes mensais, suspendendo o IRPJ e a CSL.
Neste caso, o prejuízo em 30.06.20X1 seria de:
R$ 500.000,00 (de 01.01.20X1 a 31.03.20X1) menos R$
100.000,00 (de 01.04.20X1 a 30.06.20X1) = R$ 400.000,00 de
prejuízo.
IRPJ e CSLL a pagar: ZERO.
LEVANTAMENTO DE BALANCETES DE SUSPENSÃO
Medida imprescindível para o acompanhamento do
planejamento fiscal do IRPJ e CSL devidos por estimativa,
é realizar, mensalmente, a comparação dos referidos
recolhimentos com aqueles efetivamente gerados pelos
resultados da empresa. Obviamente, sempre escolher a
opção que resultar menor valor a recolher.
Exemplo:
Recolhimentos do IRPJ e CSL de janeiro a maio/20x1: IRPJ: R$ 213.000;
CSLL R$ 97.000.
Valor do IRPJ e CSLL devidos pelo Lucro Real no balancete de
junho/20x1: IRPJ R$ 192.000; CSLL R$ 89.000.
Conclusão: em julho/20x1 (base da estimativa: junho/20x1) a
empresa poderá SUSPENDER o recolhimento por estimativa, tanto do
IRPJ quanto da CSLL, por já haver recolhido, no ano, valor superior ao
devido em balancete levantado no período, conforme regras fiscais.
LUCRO PRESUMIDO
É uma forma de tributação onde se usa como base de
cálculo do imposto um percentual sobre a receita
bruta. Compreende receita bruta o produto da venda
de bens nas operações de conta própria, o preço dos
serviços prestados e o resultado auferido nas operações
de conta alheia.
PESSOAS JURÍDICAS AUTORIZADAS A OPTAR
A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-
calendário anterior, seja inferior a 78.000.000,00 (setenta
e oito milhões de reais), ou a R$ 6.500.000,00 (seis
milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo
número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, e que não
esteja sujeita à obrigatoriedade pelo lucro real, poderá
optar pelo lucro presumido - Lei 12.814/2013.
COMPARATIVO OMPARATIVO ENTRE O LUCRO REAL E O LUCRO PRESUMIDO
Lucro Presumido Para cálculo do IRPJ, será o montante determinado pela
soma das seguintes parcelas:
O valor resultante é a aplicação dos percentuais abaixo conforme
atividade:
"I-8% na venda de mercadorias e produtos;
II-1,6% na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,
álcool etílico carburante e gás natural;
III-16% na prestação de serviços de transporte, exceto de cargas;
IV-8% na prestação de serviços de transporte de cargas, serviços
hospitalares;
V-32% na prestação de demais serviços, exceto a de serviços hospitalares;
VI-16% na prestação de serviços em geral das pessoas jurídicas com receita
bruta anual de até R$ 120.000;
VII-8% na venda de imóveis das empresas com esse objeto social".
Lucro Presumido
II - os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos
decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso anterior,
auferidos no mesmo período;III - os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras de renda fixa e renda variável. Após a determinação
do lucro presumido (base de cálculo), aplica-se a alíquota de 15%
para obter o IRPJ devido. Estarão sujeitas ao adicional de IRPJ, as
empresas em que o Lucro Presumido trimestral ultrapasse a R$
60.000,00. Essas empresas deverão pagar um adicional de 10%
sobre o que exceder a R$ 60.000,00 no trimestre.
Lucro Presumido
Para cálculo da CSLL, será o montante determinado pela soma das
seguintes parcelas: I - As pessoas jurídicas que tiverem receita bruta
proveniente do exercício de mais de uma atividade, a base de cálculo da
CSLL serão apuradas mediante aplicação do percentual de 32% sobre a
receita bruta da atividade enquadrada no inciso III , do art. 15 da Lei no
9.249 /95 e de 12% sobre a receita bruta das demais atividades.
II - ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo
permanente e de aplicações em ouro não caracterizado como ativo
financeiro;
III - os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras
de renda fixa e renda variável; Após a determinação do lucro presumido
(base de cálculo), aplica-se à alíquota de 9% para obter a CSLL devida.
São obrigadas ao recolhimento do PIS a uma alíquota de 0,65% da Receita
Bruta e COFINS a uma alíquota de 3% da Receita Bruta.
Lucro Real X Lucro Presumido
Vamos imaginar uma empresa com faturamento de vendas de
mercadorias no valor de R$ 50.000,00 e 50.000,00 de vendas de
serviços, custo de mercadorias no valor de 40.000,00, custo dosserviços 10.000,00 e despesas dedutíveis no valor de 20.000,00
observe abaixo como fica a tributação no Lucro Real e no Lucro
Presumido:
Lucro Real PIS/COFINS Sobre o Faturamento de 50.000,00 de venda
de mercadorias e 50.000,00 sobre venda de serviços, seremos
tributados em R$ 1.650,00 de PIS (100.000,00 x 1,65%) e R$ 7.600,00de COFINS (100.000,00 x 7,60%).
Lucro Real IRPJ/CSLL
Para calcular o IRPJ devemos chegar ao valor do lucro para aplicarmos o
percentual de 15% de IRPJ e CSLL de 9%.
Receita de Vendas - Impostos diretos - Custos - Despesas = Lucro
100.000,00 - 1.650,00 - 7.600,00 - 50.000,00 - 20.000,00 = 20.750,00
IRPJ = 20.750,00 x 15% = 3.112,50
CSLL = 20.750,00 x 9% = 1.867,50
O IRPJ adicional deve se verificar se ultrapassa o limite de 20.000,00 ao
mês ou 60.000,00 no trimestre e o que exceder este valor deve ser
aplicado à alíquota de 10%.
IRPJ Adicional = 20.750,00 - 20.000,00 = 750,00 x 10% = 75,00
Lucro Presumido:
PIS/COFINS Sobre o Faturamento de 50.000,00 de venda de mercadorias e
50.000,00 sobre venda de serviços, seremos tributados em R$ 650,00 de PIS
(100.000,00 x 0,65%) e R$ 3.000,00 de COFINS (100.000,00 x 3,00%).
IRPJ/CSLL No caso do Lucro presumido devem ser utilizadas as alíquotas de
lucro presumido por atividade, conforme demonstramos acima:
Venda de mercadorias = 50.000,00 x 8% = 4.000,00 x 15% = 600,00
Venda de serviços = 50.000,00 x 32% = 16.000,00 x 15% = 2.400,00
Total de IRPJ = 3.000,00
Venda de mercadorias = 50.000,00 x 12% = 6.000,00 x 9% = 540,00
Venda de serviços = 50.000,00 x 32% = 16.000,00 x 9% = 1.440,00
Total de CSLL = 1.980,00
LUCRO ARBITRADO
O lucro arbitrado será a base de cálculo do IRPJ em casos
excepcionais, quando não for possível apurar adequadamente o
imposto com base no lucro real ou presumido.
Exemplo1: descumprimento das obrigações acessórias pelo
contribuinte que deveria ser tributado com base no lucro real. Tais
obrigações incluem a manutenção de escrituração contábil de acordo
com a legislação comercial e fiscal; a não elaboração ou não
apresentação das demonstrações exigidas, entre outras.
Exemplo2: existência de fraude ou vícios comprometedores da
idoneidade da apuração.
Exemplo 3: quando haja opção indevida do contribuinte pelo lucro
presumido – como empresa de factoring (art. 192 do Regulamento do
IR).
ABRANGÊNCIA DO REGIME
Tributos Abrangidos ( Artigo 13 – LC 123/2006 e Artigo 5 – Resolução CGSN 94/2011)
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação,dos seguintes impostos e contribuições:
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, exceto o IPI pago na importação;III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, exceto a paga naimportação;
V - Contribuição para o PIS/Pasep, exceto o pago na importação;VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, composta de: a) cotapatronal; b) SAT; c) contribuições aos segurados contribuintes individuais; d) contribuição devidapela pessoa que tomou serviço de cooperativa prestado por cooperado, exceto no caso daspessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII
a XXVIII do§ 1º e no§ 2º do art. 17 desta Lei Complementar.
OPÇÃO PELO REGIME SIMPLIFICADO
Art.16 A opção pelo Simples Nacional dar-se-á por meio da internet, sendo irretratável
para todo o ano-calendário.
Regra geral, a opção deverá ser realizada até o último dia útil do mês de janeiro,
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. Ou seja, a
opção formalizada até 31 de janeiro de 2017, produzirá efeitos desde 1º de janeiro de
2017.
A opção pelo pagamento do IRPJ e CSLL com base no lucro presumido ou no lucro
real é feita com o pagamento da DARF da 1ª parcela do IRPJ Trimestral (lucro
presumido) / mensal ou trimestral (lucro real) e é válida para todo ano calendário,
não podendo ser mais alterada em qualquer mês do ano.
A opção pelo Simples Nacional dar-se-á por meio da internet, sendo irretratável para
todo o ano-calendário.
Regra geral, a opção deverá ser realizada até o último dia útil do mês de janeiro,
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. Ou seja, a
opção formalizada até 31 de janeiro de 2017, produzirá efeitos desde 1º de janeiro
de 2017.
QUANDO OPTAR?
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