introdução a ciência
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Prof Erivaldo L. Gomes Bilogo/Especialista em Piscicultura
APRESENTAO
Para o estudante, a expresso metodologia
cientfica de mau gosto, enfadonha e sem
sentido, representando coisa que algum burocrata
da Universidade inventou, movido pelo sadismo,
para complicar a vida. Ou seja, uma coleo de
regras que se somam ao j complicado idioma
ptrio e aos desafios apresentados pelo prprio
objeto de estudo. primeira vista, o senso comum
do estudante tem razo.
Na verdade, metodologia cientfica
muito mais do que margem esquerda recuada a
tantos centmetros ou padronizao das citaes.
uma coleo, reunida ao longo de sculos de
aperfeioamento da cincia, com a contribuio
das academias, universidades e cientistas, de
pressupostos para realizar e apresentar um trabalho
de pesquisa, visando a eficcia deste, de seus
resultados, por um lado, e, por outro, proporcionar
um padro reconhecvel por outros pesquisadores e
pelo pblico geral.
O objetivo da cincia explicar os
fenmenos naturais de forma objetiva. Graas a
ela, agora sabemos por que chove, por que o sol
nasce pela manh, por que uma planta cresce e
temos respostas para uma mirade de dvidas
primitivas. Portanto, a cincia no deve ser
mantida apenas nos laboratrios, nas discusses
entre os pesquisadores e peridicos. A cincia deve
ser um conhecimento popular, continuamente
renovado, para que todos os esforos de divulgao
frutifiquem.
A cincia e a tecnologia podem transformar nossas vidas. Para explicar isso, basta dizer
que no vivemos como viviam h 50 anos
nossos avs;
Cincia e pesquisa no necessitam de locais especficos para sua implementao, apesar de
existirem algumas instituies em que a
investigao e a cincia esto em seu pico. A
universidade um deles;
1. A CINCIA
1.1 Do Medo Cincia
A evoluo humana marcada pela
evoluo da inteligncia da espcie. Tal
caracterstica marcante conhece trs fases mais ou
menos consecutivas, diferenciadas pela atitude do
homem frente natureza: a fase do medo, a do
misticismo e a da cincia. Os seres humanos primitivos no
conseguiam entender os fenmenos naturais. Por
este motivo, suas reaes atinham-se ao medo, por
absoluta impotncia diante do incompreensvel,
como as tempestades, os raios, as variaes de
temperatura. Sem dominar tcnicas relevantes para
domar a natureza e os perigos desta, este homem
era refm do aleatrio.
Num segundo momento, o homem passa a
tentar explicaes para os fenmenos a partir de
pensamentos abstratos e associativos, elaborando a
magia, as crenas e as supersties. As
tempestades podiam ser fruto de uma ira divina; a
boa colheita, da benevolncia dos mitos. As
desgraas ou as fortunas eram explicadas atravs
da troca do humano com o mgico.
Embora tais ideias no resultem em
aplicaes prticas imediatas, elas representam
uma evoluo na trajetria da inteligncia humana,
importante, pois o ganho da metfora (associao
simblica de situaes) est na gnese do
pensamento especulativo, fundamental para a etapa
evolutiva seguinte.
A tcnica, a tecnologia, ou seja, a
capacidade de aprender a trabalhar com bens
naturais, transformando-os em bens manufaturados
e teis, da em outros bens e servios elaborados,
em degraus de complexidade crescente, no
exclusividade humana. Certas espcies de macacos
e outros animais tambm so capazes de aprender
tcnicas, fabricando bens teis, e pass-las a seu
grupo social. Porm, apenas o homem, atravs da
cincia metdica, evoluo do pensamento mgico,
metafrico, para a especulao sistemtica, capaz
de produzir tecnologia avanada, aquela que o faz
passar de vtima do meio natural a senhor quase
onipotente deste. Do medo magia, metfora,
lgica, cincia. Eis o caminho do animal com
maior capacidade de pensamento abstrato, ou, para
quem prefira algo compatvel com certas teologias,
do ser vivo de todos diferenciados, justamente pela
inteligncia sem par.
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