iii sari-ufpb - 08/05/2014 - prof. paris yeros (ufabc)
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O movimento agrário no Brasil e no Mundo
Prof. Paris Yeros, UFABC
Semana de RI, UFPB, 8 de maio de 2014
A questão agrária “clássica” Ø Fase 1: a questão agrária da industrialização
• dimensão polí-ca → Engels • dimensão social → Kautsky, Lênin • dimensão econômica → Preobrazensky, Chayanov
Ø Fase 2: a questão agrária da libertação nacional
• questão nacional → consolidação das dimensões anteriores • liderança proletária vs. camponesa → Mao • liderança camponesa → Fanon, Cabral
Ø A questão da terra
• questão polí-ca • questão econômica • questão social
Longas transições nos Centros Ø A via inglesa
• transformação capitalista interna pelo cercamento das terras camponesas • expansão colonial nas Américas, na Índia e na África • escravidão e trabalho forçado • industrialização a par-r do trabalho escravo
Ø A via americana
• transformação capitalista com escravidão • industrialização pós-‐Guerra Civil, sem redistribuição de terra • expansão para o Oeste e colonização por pequenos agricultores livres • expansão da esfera de influência para América La-na e Caribe
Ø A via prussiana • transformação capitalista com base em la-fúndios (“junkers”) • industrialização sem redistribuição da terra • expansão tardia para África e expansão intra-‐europeia
Ø A revolução agrícola europeia em questão • imperialismo, colonialismo, escrarvidão e genocídio • eventual absorção do proletariado nacional
Longas transições nas periferias Ø Transições socialistas, com reforma estrutural e industrialização autônoma
• sovié-ca → cole-vização de cima para baixo, industrialização desequilibrada • chinesa → cole-vização de baixo para cima, industrialização equilibrada
Ø Transições capitalistas, com reforma estrutural e industrialização dependente • Leste Asiá-co → sob hegemonia estadunidense.
Ø Transições capitalistas, sem reforma estrutural, com industrialização dependente
• Brasil, África do Sul, Índia → graus diferentes, preservando hierarquias raciais/de casta
Ø Transições capitalistas sem reforma e sem industrialização
• América La-na, África, Ásia → a maioria dos casos, preservando hierarquias
Transições agrárias nas periferias Ø A via “junker”
• a via dominante na América La-na, Caribe, África Austral, Ásia • eventual integração no complexo agroindustrial da “revolução verde”
Ø A via do “comerciante” • capital não rural, inc. capital comercial, burocratas, militares, profissionais • compradores de terras ou beneficiários de reformas agrárias
Ø A via estatal
• empresas estatais promovendo “revolução verde” • priva-zação generalizada na época neoliberal
Ø A via do camponês rico
• fenômeno limitado mas poli-camente importante • no neoliberalismo forçado a sobreviveu sem apoio estatal
Ø A via do campesinato pobre
• a grande massa dos camponeses proletarizados ou semiproletarizados • êxodo rural acelerado no neoliberalismo, migração “permanente” • reprodução social marginal e instrumentalização das relações de gênero
Neoliberalismo e questão agrária Ø Expansão da população “supérflua” global
• a metade da população mundial não foi “absorvida” na grande transição ao capitalismo • urbanização desorganizada, não permanente • formação final da reserva de mão-‐de-‐obra global
Ø Avanço do complexo agroindustrial
• “revolução verde”, centralização e concentração do capital • concentração fundiária e aceleração dos “land grabs”
Ø Financeirização da agricultura
• integração da agricultura no sistema financeiro • especulação em commodi-es e terra agrícola
Ø Desindustrialização e “reindustrialização”
• fim da industrialização “voltada para dentro”, perda de indústrias nacionais e desnaciolalização • nova industrialização “voltada para fora” a par-r das commodi-es
Ø Novas contradições e o advento das grandes crises
• intensificação da dependência e a “emergência” do Sul • crises climá-ca, energé-ca, alimentar
Ø A questão da “união campo-‐cidade” • o fenômeno do semiproletariado ou subproletariado • como unir? para qual fim?
Novos movimentos rurais Ø Base social
• semiproletariado, rural e urbano • desempregados urbanos voltam ao campo
Ø Liderança • autonomia de par-dos e formação polí-ca autônoma – mas nem sempre • intelectuais camponeses
Ø Tá_cas
• ocupações de terra, mais ou menos organizadas • ocupações de estradas e prédios públicos
Ø Estratégias
• emergência da “an-polí-ca” em busca de autonomia do estado e dos par-dos – mas nem sempre • armadilha do ONGismo
Ø Ideologias
• “indigenização” do Marxismo • agroecologia e feminismo
Ø Internacionalismo
• emergência de organizações regionais de camponseses • emergência da Via Campesina
A questão agrária contemporânea Ø A questão de gênero
• gastos sociais reduzidos • precarização do emprego e do acesso à terra
Ø A questão ecológica
• agricultura industrializada → monocultura, agrotóxicos, combuscveis fósseis • complexo agroindustrial monopolista → patentes, dependência externa • biodiversidade e agroecologia → nova ideologia do MST e da Via Campesina
Ø A questão energé_ca
• dependência de combuscveis fósseis → produção e distribuição globalizada • recursos energé-cos renováveis → foco nos biocombuscveis
Ø A questão alimentar
• segurança vs. soberania alimentar Ø Alterna_vas de integração regional
• integração agroindustrial vs. comercial • segurança/soberania alimentar cole-va
Ø A nova questão da terra • terra agrícola e urbana → união “sem-‐sem” • terras indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais → união “de todos”
A questão agrária no séc. XXI Ø A nova corrida por terra agrícola e recursos naturais
• produção em grande escala → expulsão de pequenos produtores • produção para exportação → alimentos, biocombuscveis • protagonistas ocidentais → monopólios agroindustriais, capital financeiro • militarização da corrida por recursos naturais → conflitos geopolí-cos • par-cipação secundária de novos compe-dores → China, Índia, Brasil
Ø Movimentos rurais e o “retorno ao campo”
• rumo a um novo equilíbrio? • uma outra modernidade é possível?
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