iac revela novas variedades de café com sabores exóticos

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Reportagem publicada, na edição de 29 de outubro, do jornal Valor Econômico.

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Jornal Valor --- Página 12 da edição "29/10/2014 1a CAD B" ---- Impressa por CGBarbosa às 28/10/2014@20:55:13

Enxerto

JornalValor Econômico -CADB -EMPRESAS - 29/10/2014 (20:55) - Página 12-Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

B12 | Quarta-feira, 29 de outubro de 2014

AgronegóciosCombustíveisTrabalhodaPetrobrascorroboraoaumentodamistura

Gasolinacom27,5%deetanoléaprovadaemestudotécnicoCristianoZaiaDeBrasília

O governo se prepara para daruma boa notícia ao segmento su-croalcooleiro, de quem enfrentouforteoposiçãonaseleições.Emmea-dos de novembro, o Palácio do Pla-nalto deverá divulgar que um estu-do técnico conduzido pela Petro-brascomprovouserpossívelelevaraproporçãodeetanolanidronagaso-lina vendida para 27,5%, medidaconsiderada fundamental paraamenizaracrisequeafetaasusinas.

O Valor apurou que o estudo,realizado pelo Centro de Pesquisase Desenvolvimento da Petrobras(Cenpes), já foi concluído e que ostestes realizados mostraram que osmotores dos automóveis e motoci-cletas movidos exclusivamente agasolina suportariam perfeitamen-te a nova composição sem perda deeficiência. Atualmente, o percen-tual de mistura está fixado em 25%.

“Já sabemos que o aumento damistura não é maléfico aos motoresdo ponto de vista de carburação enãoaumentaaemissãodegasespo-luentes”, afirma uma fonte que par-ticipa há três meses do grupo de tra-balho criado pelo governo para tra-tar do tema. “Os resultados do estu-doforampositivos”,garante.

O aumento da mistura para27,5% do teto do percentual já épermitido por lei sancionada pelapresidente Dilma Rousseff no fimde setembro. Mas, como diz a lei,para que seja adotado de fato de-pende do resultado de testes comoosqueforamfeitospeloCenpes.

Apesardeagradaraosusineiros,amedida enfrenta resistência da in-dústria automobilística. As monta-dorasalegamque,com27,5%deeta-nolanidro,agasolinapodecompro-meter o desempenho dos automó-veismovidosapenascomocombus-tível fóssil, afetando a combustão egerandomaioremissãodegasespo-luentescomomonóxidodeenxofre.

Procurada, a Anfavea, entidadeque representa fabricantes de veícu-los, preferiu não se posicionar atéqueoestudosejaoficialmentedivul-gado. A associação chegou a anun-ciar um estudo próprio, em junho

deste ano, que reprovou um acrésci-momaiordeanidronagasolina.

“O estudo do Cenpes incorporacritérioscomoresistênciaedurabili-dadedosmotoresàadaptação”,afir-ma Roberto Rodrigues, presidentedo conselho da União da Indústriade Cana de Açúcar (Unica). Ele nãoconhece os resultados finais do tra-balho, mas diz que as informaçõesquetematéagorasão“positivas”.

Para que o aumento da misturadeetanolnagasolinacomeceavalerde fato também é necessária a apro-vaçãodoConselhoNacionaldePolí-tica Energética (CNPE), que assesso-ra a Presidência da República. Have-ráreuniãodoórgãoemdezembro,asegunda do ano, quando o baixo ní-vel dos reservatórios das hidrelétri-castambémserádiscutido.

“Esse percentual maior de etanolna gasolina deverá entrar em vigorapenas em meados do primeiro se-mestre de 2015”, diz o deputado fe-deral reeleito Arnado Jardim (PPS-SP), presidente da Frente Parlamen-tar do Setor Sucroenergético. “Mas,de qualquer forma, o aumento jásignificaria um cenário melhor paraosetorepoderiacomeçaraserpreci-ficado, uma vez que as distribuido-ras já estão fechando contratos decompradecombustívelpara2015”.

O relatório técnico da Petrobras éguardado “a sete chaves” pela CasaCivil, que vem sendo responsável,nosúltimosmeses,porcoordenarasconversas sobre o tema entre os mi-nistériosdaAgriculturaedeMinaseEnergia, o Fórum Nacional Sucroe-nergético, o Instituto Nacional deMetrologia, Qualidade e Tecnologia(Inmetro)eentidadesempresariais.

Paralelamente, o governo avaliaoutras medidas reivindicadas pelosegmento sucroalcooleiro. No mêspassado, foi aprovada a inclusão doaçúcar entre os itens financiáveispelo programa de crédito para ar-mazenagem, e o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, tem sinalizadoque haverá reajuste nos preços do-mésticos da gasolina. Estima-se queo aumento da mistura de anidro nagasolina de 25% para 27,5% será ca-paz de ampliar em 10% o consumoanual do biocombustível, que hojeé de cerca de 13 bilhões de litros.

RUYBARON/VALOR

ArnaldoJardim:aumentodamistura,mesmosóem2015,melhorariaocenário

IACrevelanovasvariedadesdecafécomsaboresexóticos

LUISUSHIROBIRA/VALOR

O pesquisador Gerson Giomo, do IAC: cruzamentos levaram a grãos com sabores como alecrim, menta e hortelã

PesquisasCarine FerreiraDeSãoPaulo

Você já pensou em beber um cafécom sabores raros como os de euca-lipto ou alecrim, mas sem a adiçãodessas substâncias? Pois grãos comessas características naturais foramencontradas por pesquisadores doInstituto Agronômico de Campinas(IAC), órgão ligado à Secretaria deAgricultura de São Paulo responsá-vel pelo desenvolvimento da maiorparte das cultivares de café disponí-veisnomercadobrasileiro.

Até pouco tempo atrás, quandose falava em café exótico a associa-çãoimediataeracomalgumanimal.Afinal, alguns dos grãos mais valori-zados do mundo são o que são de-poisdeingeridoseexpelidosporummamífero, a civeta — base para aproduçãodoconhecidoKopiLuwak—, ou por uma ave popularmenteconhecidanoBrasilcomojacu.

Para surpresa dos pesquisado-res, nos trabalhos do IAC voltadosà caracterização do perfil sensorialda bebida foram encontrados ca-fés naturalmente exóticos. Alémdos sabores de alecrim e eucalipto,menta e hortelã também foramidentificados, como explica Ger-sonGiomo,pesquisadordo IAC.

Os grãos com esses sabores úni-cos foram obtidos a partir de cru-zamento de variedades comerciaiscom outras selvagens que fazemparte banco de germoplasmamantido pelo IAC, que conta commateriais de vários países. Foramencontrados cinco ou seis saboresdiferentesdesdeoanopassado.

Segundo Giomo, a propagaçãodo material dependerá do interes-se do mercado e de empresas quequeiram patrocinar o andamentoda pesquisa para que as plantas setornemvariedadescomerciais.

Até agora, apenas uma ínfimaparte desses “indivíduos” está sen-do multiplicada, etapa necessáriapara se verificar se os “filhos” des-ses materiais identificados man-têm as mesmas características. Es-se processo, que ainda não temfins comerciais, consiste em testes

complementares para que seja ve-rificada a qualidade do material.

A torrefação desses grãos já foiapresentada algumas vezes a degus-tadores e baristas — que, segundoGiomo, gostaram do resultado.Além da variedade, o processamen-to adequado do café permitirá aaplicação desses grãos nos “blends”de cafés exóticos em edições limita-das,acreditaopesquisadordoIAC.

José Renato Figueiredo, barista eempresário da área de café, já expe-rimentou alguns desses cafés comsaboresrarosemduasediçõesdaSe-mana Internacional do Café. Paraele, os produtos são muito “exóti-cos” para o mercado brasileiro, masque, “temperados a alguns blends”,poderão ter boa aceitação nas lojasde cafés especiais em outros países.“Seriaumtoquediferente”.

commaiorprodutividadeeresistên-ciaapragasedoenças,atéentãoofo-codomelhoramentogenético.

Agora, entretanto, a demandainternacionalporcafésespeciais jávaloriza bastante grãos que conte-nham diferenciais de aroma e sa-bor. E, em um futuro não muitodistante, o IAC poderá também re-comendar qual a melhor combi-nação de cultivares para cada am-biente—oqueé“difícil ecarodesefazer”,deacordocomGiomo.

Para facilitar o longo processo depesquisa,umadas linhasdoprogra-ma de cafés especiais do IAC utilizahíbridos já existentes resultantes docruzamento de variedades usadasno país com outras importadas. Oamplo banco de germoplasma doórgão,consideradoomaiscompletodo país, foi formado por meio daaquisição de sementes de cafeeirosoriginaisdeváriaspartesdomundo.

Outra linha da pesquisa, mais de-morada, passa pela identificação devariedades candidatas a uma novahibridização (cruzamento de varie-dades). Giomo diz que, usando hí-bridos já conhecidos, é possível en-curtar os trabalhos em sete anos. “Éum rearranjo, um redirecionamen-todalinhadepesquisa”,afirma.

Depois da multiplicação das cul-tivares, é preciso testá-las em campopara depois propagá-las para o usocomercial. Tudo isso demanda tem-po.Ascultivaresdapesquisadecafésespeciais começaram a ser multipli-cadas entre o fim de 2013 e o iníciodeste ano para verificar quais pode-rão apresentar características dife-renciadasdesaborearoma.

São necessários cerca de doisanos para se fazer a muda da varie-dade.Depoisdisso,maisdoisa trêsanos para que a muda cultivadacomece a produzir. Então, é preci-so ter mais de uma colheita paraverificar se a variedade apresenta-ráasmesmascaracterísticas.

Sem parcerias, o processo de-mora mais até que seja obtido fi-nanciamento de governo ou deuma agência de fomento. Giomoobserva que é difícil mensurar osrecursos necessários para toda apesquisa — mas são, seguramente,maisdeR$1milhãoporano.

CofcopassaacontrolarNideraeNobleAgriTradingsFabianaBatistaDeSãoPaulo

Em mais um caso de consolida-ção entre as tradings globais deagronegócio, a estatal chinesa Cof-co anunciou ontem que concluiuas duas negociações que já haviaanunciado neste ano: a aquisiçãode 51% Nidera, a maior trading deagronegócio da Holanda com vo-lume de operações de US$ 17 bi-lhões,ede51%dobraçodeagrone-gócio da asiática Noble Group, aNoble Agri, que no Brasil tem tam-bémusinasdecana-de-açúcar.

Comisso,aestatalestabelececa-nais de originação de commodi-ties agrícolas na América do Sul eem outros importantes mercadosprodutores de grãos e fibras. Con-forme comunicado da Cofco, asduas transações são as maioresaquisições internacionaisdahistó-ria da estatal e do mercado chinêsde grãos e óleos vegetais. O investi-mento foi feitopelaestatal chinesaeporumconsórciode investidoresformadoporHopuInvestment, Te-masek, StandardCharteredPrivateEquity e IFC, braço de desenvolvi-mentodoBancoMundial.Achine-sa contribuiu com 60% do investi-mentoeoconsórcio, com40%.

A Nidera tem como carro-chefe aoriginação, processamento, comér-cio, estocagem e embarque de com-modities agrícolas e produtos debioenergia. Também distribui se-mentes, fertilizantesedefensivos.

Já a Noble Agri opera principal-mente como trading agrícola comoriginaçãonaAméricadoSul,Aus-trália, Índia, Leste Europeu e Áfricado Sul. Em 2013, a Noble Agri mo-vimentou quase 45 milhões de to-neladas de produtos e gerou ven-dassuperioresaUS$15bilhões.NoBrasil, tem quatro usinas de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo,que somam capacidade para pro-cessar17milhõesde toneladas.

Com as transações, os ativos daCofco vão superar US$ 57 bilhões.A capacidade de armazenagemserá de 15 milhões de toneladas, ade processamento, de 84 milhões,e a de embarque em portos, de 44milhões de toneladas. A receitaagregada da nova Cofco vai alcan-çar US$ 63,3 bilhões, conformecomunicado da estatal.

Ao todo, a chinesa terá condi-ções de movimentar 150 milhõesde toneladasdeprodutosagrícolaspor ano. A nova Cofco vai tambémdeter sua própria plataforma deoriginação e rede de comercializa-ção, envolvendo cultivo, compra,estocagem, logística e terminaisportuáriosaoredordomundo.

Com a operação, a Cofco esperaestabelecerumcanaldeconexãoen-tre grandes áreas de produção degrãos, incluindo a América do Sul eas regiões do mar Negro, e grandesáreasdeconsumonaÁsia,ondeestáomaiormercadoeondeademandapor alimentos tende a continuarcrescendo, afirma a empresa. “Essasaquisições vão permitir à Cofco pe-netrar em plataformas de origina-ção em áreas-chave do planeta e de-finirasbasesparatornaraempresaamaior líder global no setor”, disse oexecutivodaestatal,FrankNing.

Busca por diferenciaiscostuma levarmuitotempo e demandafinanciamento dogoverno ou parcerias

Como parte de seu programa decafés especiais, o IAC está multipli-cando dez variedades de café quepodem apresentar característicassensoriais distintas, com ênfaseem aroma e sabor, incomuns noscafés tradicionais brasileiros. Pelomenos três dessas variedades pro-duzemcafés raros, afirmaGiomo.

Opesquisadordo IACexplicaquea espécie arábica tem algumas ca-racterísticas inerentes. Se o grão forbem produzido e processado, emer-gem os sabores básicos frutado,achocolatado e caramelo. Com o in-cremento do processamento e o usode determinadas cultivares, é possí-vel obter nuances de sabores, comofloral, cítrico, especiarias, frutas se-cas, nozes e castanhas. Mas o princi-pal elemento para que essa diferen-ciaçãosejaobtidaéavariedade.

Desde a década de 1930 — quan-do começou o pioneiro programade melhoramento genético de cafédo IAC —, foram registradas no Mi-nistério da Agricultura 65 cultivaresdogrãodesenvolvidaspelo instituto

valor.com.br

AgroenergiaReceita da Albioma no Brasil vai a € 6,9 milhõesAfrancesaAlbioma,quenoBrasilcontrolaumaunidadedecogeraçãodeenergiaapartirdobagaçodecanaemSãoPaulo, informouontemqueteveno trimestreencerradoem30desetembroumareceitade90,2milhões.Omontanteé6%menordoqueo

obtidonomesmotrimestrede2013.Orecuosedeve, emgrandeparte, aonegóciodebiomassanaFrança.Dototal faturadonotrimestre, onegóciobrasileirocontribuiucom6,9milhões.

valor.com.br/u/3754020

TrabalhoMPT-PR pede interdição de planta da JBSOMinistérioPúblicodoTrabalhodoParaná (MPT-PR) informouqueingressoucomumaaçãocivilpública contraaJBSporvazamentodeamônianaunidadedogrupoemSanto Inácio (PR).OMPTpede interdiçãodaplanta eindenizaçãodeR$16,8milhõespor

danosmorais e coletivos.AJBSesclareceuqueaJustiçaparanaense concedeuprazodecincodiasparaadequaçõesna suaunidade, que “seguiránormalmente suasatividades”.

valor.com.br/u/3754326

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