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A favela é uma área residencial extremamente densa e demonstra maior eficiência, em razão de sua forma, que qualquer outra proposta do movimento moderno. É o único modelo conhecido até então que permite às grandes cidades rápido crescimento e mudanças constantes para desenvolvimentos futuros. Por isso, tomamos a favela como modelo de aprendizado.

A falta de espaço entre as casas, a intrincada qualidade de circulação entre elas, a variedade aleatória das tipologias e a beleza pura da rusticidade inacabada, são pontos de partida para um projeto arquitetônico que vai além do idealismo modernista. Os problemas que nos interessam consistem em como aumentar a qualidade dos espaços e a densidade na favela e como fazer arquitetura sem arquitetos. Pequenas unidades habitacionais são ligadas umas às outras para criar uma variedade de espaços públicos e privados.

Cada moradia tem seu próprio acesso direto ao nível da rua e a um jardim coberto, que remete à tipologia da construção local. A sequência aleatória de ruas e lugares, em uma escala urbanística microscópica, conecta o projeto de novas moradias com a comunidade e cria uma rede aberta de passagens, sem destruir sua alta qualidade arquitetônica.