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Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

NECA 2010

JANE VALENTE

HISTORICO DO ACOLHIMENTO FAMILIAR NO BRASIL

IMPORTANTES DISTINÇÕES

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Mudanças legais à mudança de paradigmas

De abrigo aos serviços de acolhimento

Reintegração familiar ou de colocação à família substituta é indicador de sucesso na avaliação dos abrigos.

Ouvir a criança ou o adolescente antes de qualquer decisão

Valorização do acolhimento familiar, sendo este preferido ao acolhimento institucional

O acolhimento deve ser reavaliado a cada seis meses e, em até dois anos

ARTIGO 90 ECA – ORÇAMENTO DAS POLÍTICAS – A.S. SAÚDE E EDUCAÇÃO

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

DIREITO À FAMÍLIA AMPARADO PELO AFETO

Não é possível pensar outros direitos humanos fundamentais sem pensar na família. O direito à liberdade e à igualdade, à fraternidade e à solidariedade humanas, à segurança social e à felicidade pessoal, bem como outros direitos humanos fundamentais, todos eles dão fundamento ao direito à família e remetem ao recinto familiar - o lar -, onde eles se realizam mais efetivamente, desde que envolvidos e amparados pelo afeto.

“Direitos humanos da família: dos fundamentais aos operacionais”, de Sérgio Resende Barros, in ANAIS do IV CONGRESSO DO IBDFAM, Ed. Del Rey, BH, 2004: 612/613.

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

A trajetória histórica do processo de construção do acolhimento

familiar no Brasil registra experiências isoladas e já extintas em

São Paulo na década de 40, (Lei 560 de Colocação Familiar)

De 1949 a 1985 (Fonte: Eunice Fávero, 1999)

e em Porto Alegre na década de 70 (Programa Lares Substitutos)

De 1972...2003 (Fonte: Claudia Fonseca, 2004)

A historiadora Sílvia Arend, da Universidade do Estado de Santa

Catarina também identificou e pesquisou o Programa Social

Colocação Familiar, implantado em Florianópolis/SC pelo Poder

Judiciário, na década de 30.

Fonte:Isabel Bittecourt

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

1949...1985 - São Paulo

Serviço extensivo ao estado de SP

1953 - 3.659 menores

Serviço vinculado ao Juizado de

Menores do Estado de São Paulo

Objetivo: Proporcionar aos “menores”

necessitados, ambiente favorável ao seu

desenvolvimento

Apoio fundamental da Escola de Serviço Social e da

Procuradoria Geral do Estado

Faixa etária atendida: 0 a 14 anos Fonte: Eunice Fávero, 1999

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

1949...1985 – São Paulo

Características Principais do Programa

Condições precárias

Insuficiência de verba, pessoal capacitado e

local adequado de trabalho

Incompreensão geral da sociedade sobre o

caráter provisório

Demanda não correspondida (pauperização)

De “Acolhimento” a “Repasse de Subsídios”

Fonte: Eunice Fávero, 1999

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

1949...1985 – São Paulo

1985

Transferência do Judiciário para o Executivo

IAFAM – Instituto de Amparo à Família

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Substituindo famílias. continuidades e rupturas na prática de

acolhimento familiar intermediada pelo estado em

Porto Alegre, 1946/2003.

Dissertação apresentada por Pilar Uriarte Bálsamo Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob orientação da Prof. Dra. Claudia Fonseca

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

1972...2003 – Porto Alegre

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

Programa dos Lares Substitutos

Porto Alegre, RS

FEBEM, 1972

“Nova Política de integrar as crianças

necessitando de ajuda na comunidade”

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

1972...2003 – Porto Alegre

Características Principais do Programa

Divulgação em jornais e rádio

Apoio material: medicamentos, roupas, material

escolar, alimentos, mobília, material de construção

Famílias não recebiam remuneração

Per capita mensal para o sustento da criança

Reunião mensal para mães (orientações e

puericultura)

Visitas domiciliares freqüentes

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Histórico do Acolhimento Familiar no Brasil

1972...2003 – Porto Alegre

O programa funcionou razoavelmente bem

por quase 30 anos – terminou abruptamente

40 famílias substitutas

Quase 200 crianças

Fonte: Cláudia Fonseca, 2004

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

FAMÍLIAS ACOLHEDORAS

Histórico mais recente

Apesar de não ser uma proposta nova, foi a partir da década de 90 que o debate sobre a importância do acolhimento familiar ganhou lugar nas discussões sobre políticas públicas de proteção à infância no Brasil.

ACOLHIMENTO FAMILIAR FORMAL

Prática mediada por profissionais, com plano de

intervenção definido, administrado por um serviço

conforme política pública estabelecida.

Não é uma atitude voluntária da familia e sim uma

determinação judicial com vistas à proteção da

criança e ou adolescente. Fonte: Claudia Cabral

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

A transferência dos direitos parentais é total e irrevogável. A criança assume a condição de filho. Substituição dos direitos e obrigações. A identidade legal pode ser alterada.

Transferência temporária dos deveres e direitos da família de origem para um outro adulto ou família. Não há substituição. Há parceria e colaboração. Preservação da identidade de origem da criança. Fonte: Isabel Bittencourt

Adoção Famílias Acolhedoras

ATENDIMENTO INTEGRAL ATENDIMENTO INTEGRAL

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Quando, para a proteção de sua integridade física e psicológica, for detectada a necessidade do afastamento da criança e do adolescente da família de origem pela autoridade competente, os mesmos deverão ser atendidos em serviços que ofereçam cuidados e condições favoráveis ao seu desenvolvimento saudável, devendo-se trabalhar no sentido de viabilizar a reintegração à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para família substituta. (Orientações tecnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, 2009)

Tais serviços podem ser ofertados em diferentes serviços de acolhimento: •Abrigos Institucionais •Casas-Lares •Famílias Acolhedora •Repúblicas

Parâmetros para a organização dos serviços de acolhimento para crianças e adolescentes

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Serviço que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados doconvívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade,encaminhamento para família substituta.

O serviço deve ter aspecto semelhante ao de uma residência e estar inserido na comunidade, em áreas residenciais, oferecendo ambiente acolhedor e condições institucionais para o atendimento com padrões de dignidade. Deve ofertar atendimento personalizado e em pequenos grupos e favorecer o convívio familiar e comunitário das crianças e adolescentes atendidos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local.

ABRIGO INSTITUCIONAL

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

O Serviço de Acolhimento provisório oferecido em unidades residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como educador/cuidador residente – em uma casa que não é a sua – prestando cuidados a um grupo de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta.

CASA LAR

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

O serviço deve organizar ambiente próximo de uma rotina familiar, proporcionar vínculo estável entre o educador/cuidador residente e as crianças e adolescentes atendidos, além de favorecer o convívio familiar e comunitário dos mesmos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local, devendo atender a todas as premissas do Estatuto da Criança e do Adolescente, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento dos vínculos familiares e sociais, e oferecimento de oportunidades para a (re) inserção na família de origem ou substituta.

CASA LAR

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

“O Programa Famílias Acolhedoras caracteriza-se como um serviço que organiza o acolhimento, na residência de famílias acolhedoras, de crianças e adolescentes afastados da família de origem mediante medida protetiva. Representa uma modalidade de atendimento que visa oferecer proteção integral às crianças e aos adolescentes até

que seja possível a reintegração familiar”.

Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direito

de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária

Conceituando Acolhimento Familiar

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

Serviço que organiza o acolhimento, em residências de famílias acolhedoras cadastradas, de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para adoção. Propicia o atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da criança/adolescente.

Entende-se que a FA não deva ser família extensa. A presença do vínculo de parentesco colide com a

proposta do Acolhimento Familiar, configurando-se como reintegração familiar.

Acolhimento em Família Acolhedora

Desdobramento da Lei de Adoção para o acolhimento protetor e reintegração familiar e comunitária

janevalente@gmail.com

Jane Valente

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