regulamento - registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no...

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N. o 186 — 9 de Agosto de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 5141 Portaria n. o 995/2004 de 9 de Agosto O Decreto-Lei n. o 67/2004, de 25 de Março, cria um registo dos cidadãos estrangeiros menores em situação ilegal, em face do regime jurídico da entrada, perma- nência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, aprovado pelo Decreto-Lei n. o 244/98, de 8 de Agosto, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n. o 34/2003, de 25 de Fevereiro. Tal registo visa exclusivamente dotar o Alto-Comissa- riado para a Imigração e Minorias Étnicas da informação necessária que lhe permita, em articulação transversal com os serviços competentes da Administração Pública, acom- panhar aqueles menores, assegurando o seu acesso aos cuidados de saúde e à educação pré-escolar e escolar, com os mesmos direitos que a lei atribui aos menores em situa- ção regular no território nacional. O artigo 4. o do Decreto-Lei n. o 67/2004, de 25 de Março, dispõe que a regulamentação da recolha e do tratamento dos dados pessoais dos menores abrangidos pelo diploma compete ao Ministro da Presidência, mediante portaria a aprovar no prazo de 90 dias con- tados a partir da sua entrada em vigor. Assim: Manda o Governo, pelo Ministro da Presidência, o seguinte: 1. o Competência 1 — O registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no território nacio- nal, criado pelo Decreto-Lei n. o 67/2004, de 25 de Março, adiante designado por registo, é uma base de dados pessoais, nos termos da Lei n. o 67/98, de 26 de Outubro. 2 — O Alto-Comissariado para a Imigração e Mino- rias Étnicas é o serviço responsável pela recolha, tra- tamento e manutenção dos dados pessoais dos menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no território nacional. 2. o Realização do registo 1 — O Alto-Comissariado para a Imigração e Mino- rias Étnicas procede ao registo dos dados recolhidos, mediante: a) Atendimento personalizado realizado nos cen- tros nacionais de apoio ao imigrante; b) Requerimento, por escrito, de quem exerça o poder paternal do menor; c) Comunicação, por escrito, de qualquer serviço; d) Iniciativa do alto-comissário. 2 — O registo efectuado nos termos da alínea a) do número anterior é requerido presencialmente por quem exerça o poder paternal do menor. 3 — O registo efectuado nos termos da alínea b) do n. o 1 é requerido através de carta registada com aviso de recepção, dirigida ao alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, o qual pode solicitar a presença do menor ou de quem, sobre este, exerça o poder paternal. 4 — O registo efectuado nos termos da alínea c) do n. o 1 é solicitado através de ofício dirigido ao alto-co-

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Legislação portuguesa sobre Regulamento - Registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no território nacional

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  • N.o 186 9 de Agosto de 2004 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B 5141

    Portaria n.o 995/2004de 9 de Agosto

    O Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro, cria umregisto dos cidados estrangeiros menores em situaoilegal, em face do regime jurdico da entrada, perma-nncia, sada e afastamento de estrangeiros do territrionacional, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 244/98, de 8 deAgosto, na redaco que lhe foi dada pelo Decreto-Lein.o 34/2003, de 25 de Fevereiro.

    Tal registo visa exclusivamente dotar o Alto-Comissa-riado para a Imigrao e Minorias tnicas da informaonecessria que lhe permita, em articulao transversal comos servios competentes da Administrao Pblica, acom-panhar aqueles menores, assegurando o seu acesso aoscuidados de sade e educao pr-escolar e escolar, comos mesmos direitos que a lei atribui aos menores em situa-o regular no territrio nacional.

    O artigo 4.o do Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 deMaro, dispe que a regulamentao da recolha e dotratamento dos dados pessoais dos menores abrangidospelo diploma compete ao Ministro da Presidncia,mediante portaria a aprovar no prazo de 90 dias con-tados a partir da sua entrada em vigor.

    Assim:Manda o Governo, pelo Ministro da Presidncia, o

    seguinte:1.o

    Competncia

    1 O registo nacional de menores estrangeiros quese encontrem em situao irregular no territrio nacio-

    nal, criado pelo Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro,adiante designado por registo, uma base de dadospessoais, nos termos da Lei n.o 67/98, de 26 de Outubro.

    2 O Alto-Comissariado para a Imigrao e Mino-rias tnicas o servio responsvel pela recolha, tra-tamento e manuteno dos dados pessoais dos menoresestrangeiros que se encontrem em situao irregular noterritrio nacional.

    2.o

    Realizao do registo

    1 O Alto-Comissariado para a Imigrao e Mino-rias tnicas procede ao registo dos dados recolhidos,mediante:

    a) Atendimento personalizado realizado nos cen-tros nacionais de apoio ao imigrante;

    b) Requerimento, por escrito, de quem exera opoder paternal do menor;

    c) Comunicao, por escrito, de qualquer servio;d) Iniciativa do alto-comissrio.

    2 O registo efectuado nos termos da alnea a) donmero anterior requerido presencialmente por quemexera o poder paternal do menor.

    3 O registo efectuado nos termos da alnea b) don.o 1 requerido atravs de carta registada com avisode recepo, dirigida ao alto-comissrio para a Imigraoe Minorias tnicas, o qual pode solicitar a presena domenor ou de quem, sobre este, exera o poder paternal.

    4 O registo efectuado nos termos da alnea c) don.o 1 solicitado atravs de ofcio dirigido ao alto-co-

  • 5142 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B N.o 186 9 de Agosto de 2004

    missrio para a Imigrao e Minorias tnicas, onde secomuniquem, sempre que possvel, os dados constantesno n.o 1 do nmero seguinte.

    3.o

    Dados pessoais

    1 O registo contm os seguintes campos de infor-mao de dados pessoais:

    Nome;Data de nascimento;Local de nascimento;Nacionalidade;Nome do pai;Nacionalidade;Nome da me;Nacionalidade;Morada;Telefone;Responsvel pelo poder paternal;Encarregado de educao.

    2 O registo mantido em suporte informtico deacesso reservado, sujeito a todas as medidas de proteco.

    3 O registo deve ser acompanhado de fotografiaactualizada do menor registado.

    4.o

    Utilizao do registo

    1 O registo s pode ser usado para os fins previstosno Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro, sem prejuzodo disposto na lei em matria de utilizao estatstica.

    2 O alto-comissrio designa a pessoa ou pessoasautorizadas a proceder ao tratamento dos dados doregisto, ficando estas obrigadas ao sigilo profissional,mesmo aps o termo das suas funes.

    3 O registo no pode ser copiado, na parte ou notodo, para qualquer outra entidade, sendo proibida ainterconexo de dados pessoais no previamente auto-rizada pela Comisso Nacional de Proteco de Dados.

    4 O tratamento, total ou parcial, dos dados pessoaisfica sujeito a notificao Comisso Nacional de Pro-teco de Dados.

    5.o

    Documento de registo

    1 A quem exera o poder paternal dos menoresregistados entregue uma credencial nominal, segundoo modelo em anexo, com a identificao do menor eque servir exclusivamente para os fins previstos noDecreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro, nomeada-mente o seu acesso sade e educao pr-escolare escolar com os mesmos direitos que a lei atribui aosmenores em situao regular no territrio nacional.

    2 O documento referido no nmero anterior temvalidade de dois anos aps a data de emisso, podendoser renovado nos termos do n.o 2.o

    3 A credencial de registo constitui documento sufi-ciente para o acesso integral do menor registado sadee educao pr-escolar e escolar com os mesmos direi-tos que a lei atribui aos menores em situao regularno territrio nacional.

    6.o

    Acompanhamento dos menores registados

    O Alto-Comissariado para a Imigrao e Minoriastnicas assegura, na medida das suas competncias e

    em articulao transversal com os servios competentes,o acesso sade e educao pr-escolar e escolardos menores registados.

    7.o

    Cooperao com os servios pblicos

    O Alto-Comissariado para a Imigrao e Minorias tni-cas acompanha a aplicao do Decreto-Lei n.o 67/2004,de 25 de Maro, sensibilizando os servios pblicos comatribuies nas reas da sade ou da educao e prestandoaos mesmos o apoio e esclarecimento necessrios.

    O Ministro da Presidncia, Nuno AlbuquerqueMorais Sarmento, em 13 de Julho de 2004.

    ANEXO

    (frente da folha)

    Credencial (n.o 5.o, n.o 1, da Portaria n.o 995/2004,de 9 de Agosto)

    Nome: . . .Data de nascimento: . . .Nacionalidade: . . .Morada: . . .Telefone: . . .Encarregado de educao: . . .

    Nos termos do n.o 1 do artigo 2.o e do n.o 3 do artigo 3.odo Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro, o menoracima identificado encontra-se registado no Alto-Comissa-riado para a Imigrao e Minorias tnicas, servindo a pre-sente credencial de documento de identificao bastantepara o exerccio dos direitos de acesso educao pr--escolar e escolar e de acesso aos cuidados de sade, nosmesmos termos dos menores em situao regular no ter-ritrio nacional. Esta credencial tem a validade de dois anos.

    Lisboa, . . . de . . . de 20. . .

    O Alto-Comissrio, . . .

    (verso da folha)

    Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro

    Artigo 2.o

    1 O registo referido no artigo anterior destina-seexclusivamente a assegurar o acesso dos menores aobenefcio dos cuidados de sade e educao pr-es-colar e escolar.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Artigo 3.o

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3 Cabe ao Alto-Comissariado para a Imigrao e

    Minorias tnicas, em articulao transversal com os ser-vios competentes da Administrao Pblica e da admi-nistrao regional autnoma, garantir que os menoresregistados acedam ao exerccio dos mesmos direitos quea lei atribui aos menores em situao regular no ter-ritrio nacional.

    Portaria n.o 995/2004, de 9 de Agosto

    5.o

    Documento de registo

    1 A quem exera o poder paternal dos menoresregistados entregue uma credencial nominal, segundoo modelo em anexo, com a identificao do menor eque servir exclusivamente para os fins previstos no

  • N.o 186 9 de Agosto de 2004 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B 5143

    Decreto-Lei n.o 67/2004, de 25 de Maro, nomeada-mente o seu acesso sade e educao pr-escolare escolar com os mesmos direitos que a lei atribui aosmenores em situao regular no territrio nacional.

    2 O documento referido no nmero anterior temvalidade de dois anos aps a data de emisso, podendoser renovado nos termos do n.o 2.o

    3 A credencial de registo constitui documento sufi-ciente para o acesso integral do menor registado sadee educao pr-escolar e escolar com os mesmos direi-tos que a lei atribui aos menores em situao regularno territrio nacional.

    MINISTRIO DA AGRICULTURA,DESENVOLVIMENTO RURAL E PESCAS

    Portaria n.o 996/2004de 9 de Agosto

    O Decreto-Lei n.o 156/2004 estabelece, no seuartigo 12.o, a obrigatoriedade de sinalizao das medidasde condicionamento do acesso, de circulao e de per-manncia nos ncleos crticos, nas reas submetidas aregime florestal e nas reas florestais sob gesto do Estado.

    Tal disposio legal estabelece ainda que para alm dasreas atrs referidas sejam igualmente sinalizadas as viasde comunicao que as atravessam ou delimitam, rela-tivamente aos condicionamentos de acesso, de circulaoe de permanncia, devendo a sinalizao ser feita pelosorganismos gestores respectivos no caso das reas sob ges-to do Estado e, nos demais casos, pelos proprietriose outros produtores florestais, podendo estes ser substi-tudos pelas cmaras municipais respectivas.

    A presente portaria tem por objecto definir os mode-los e as medidas para a colocao das tabuletas a utilizarna sinalizao, de acordo com o disposto no n.o 2 doartigo 12.o do Decreto-Lei n.o 156/2004, de 30 de Junho.

    Assim:Nos termos do n.o 2 do artigo 12.o do Decreto-Lei

    n.o 156/2004, de 30 de Junho:Manda o Governo, pelo Ministro da Agricultura,

    Desenvolvimento Rural e Pescas, o seguinte:1.o A sinalizao das medidas de condicionamento

    do acesso, de circulao e de permanncia nos ncleoscrticos, nas reas submetidas a regime florestal e nasreas florestais sob gesto do Estado, bem como dasvias de comunicao que as atravessam ou delimitam, efectuada com tabuletas cujos modelos, contedos,dimenses e cores so os definidos no anexo presenteportaria e que dela faz parte integrante.

    2.o Os modelos das tabuletas definidos no anexo presente portaria so:

    a) Modelo n.o 1 aplicvel no caso das reas sub-metidas a regime florestal e das reas florestaissob gesto do Estado, bem como das vias decomunicao que as atravessam ou delimitam;

    b) Modelo n.o 2 aplicvel no caso das restantesreas e vias de comunicao que as atravessamou delimitam.

    3.o As tabuletas definidas nesta portaria devem ser colo-cadas em locais bem visveis das linhas perimetrais dasuperfcie a delimitar, em postes verticais altura mnimade 1,5 m do solo, com a face impressa voltada para oexterior da rea a identificar e distanciadas de forma quede cada uma delas se aviste a seguinte e a anterior.

    4.o A sinalizao das vias de comunicao feita aolongo das mesmas, de ambos os lados e alternadamente,perpendicularmente ao eixo da via e de acordo como estipulado nos nmeros anteriores.

    5.o A sinalizao das medidas de condicionamentodo acesso, de circulao e de permanncia por partedos proprietrios e ou outros produtores florestais estsujeita a autorizao da Direco-Geral dos RecursosFlorestais, que deve ser emitida no prazo mximo de30 dias contados da data de entrada do requerimento.

    6.o Decorrido o prazo de 30 dias referido no nmeroanterior sem que a Direco-Geral dos Recursos Flo-restais tenha decidido sobre o pedido, considera-se taci-tamente autorizada a sinalizao.

    7.o O requerimento formulado em impresso prprio,a obter junto da Direco-Geral dos Recursos Florestaisou online, via Internet, no site http://www.dgrf.min--agricultura.pt.

    8.o A presente portaria entra em vigor no dia seguinteao da sua publicao.

    O Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rurale Pescas, Armando Jos Cordeiro Sevinate Pinto, em 2 deJunho de 2004.

    ANEXO

    Modelo n.o 1

    Modelo n.o 2