historia da psicanalise no brasil

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A HISTÓRIA DA PSICANÁLISE NO BRASIL

AVANÇANDO PARA TRÁS

1907: Fundação da Associação Vienense de Psicanálise e Sociedade Freud em Zurich;

Nos seis anos seguintes, novas sociedades de psicanálise são fundadas na Europa, a saber: em Berlim, Budapest, Londres, Nova Iorque, Boston, além da Associação Psicanalítica Internacional (IPA);

A IPA foi criada durante o segundo congresso internacional de Psicanálise, realizado em Nuremberg, na Alemanha, em março de 1910;

A proposta de fundar a IPA surgiu dois anos antes, durante uma reunião realizada em Salzburgo, na Áustria, em 27 de abril de 1908.

AVANÇANDO PARA TRÁS

1917: Sociedade Holandesa de Psicanálise;

1917: Sociedade Suíça de Psicanálise; 1922: Associação Psicanalítica Russa

(dissolvida em 1928); 1922: Sociedade Indiana; 1925: Sociedade Psicanalítica Italiana; 1926: Sociedade Psicanalítica de Paris.

AVANÇANDO PARA TRÁS

Em 1923, as obras completas de Freud são traduzidas e publicadas em espanhol;

Anos 20 e 30, a psicanálise fica conhecida através do movimento surrealista, inclusive nos Estados Unidos;

AVANÇANDO PARA TRÁS

“Em certas ruas de Hollywood, anúncios em neon vermelho proclamavam os méritos da Psicanálise, junto com loções capilares e dos laxantes anti-inflamatórios” (Gregory Zilborg, psicanalista americano).

AVANÇANDO PARA TRÁS

O impacto das ideias de Freud começam a se disseminar por toda a Europa e, durante os anos 30, chega na América Latina, especificamente na Argentina, influenciando o discurso psiquiátrico até então vigente, sem ter qualquer institucionalização;

A psicanálise pertence, nesse momento, ao plano da cultura popular;

AVANÇANDO PARA TRÁS

O impacto das ideias de Freud começam a se disseminar por toda a Europa e, durante os anos 30, chega na América Latina, especificamente na Argentina, influenciando o discurso psiquiátrico até então vigente, sem ter qualquer institucionalização;

Nos anos 30, a psicanálise já estaria integrada na cultura popular;

“A PESTE” CHEGA AO BRASIL

A chegada da psicanálise no Brasil se deu tardiamente nos anos 40 (em São Paulo) e nos anos 50 (no Rio de Janeiro);

Antes disso, ela já circulava no meio acadêmico e intelectual dessas duas cidades, e em revistas, rádios e meio de divulgação científica;

“A PESTE” CHEGA AO BRASIL

Três níveis de divulgação da psicanálise no Brasil

“A PESTE” CHEGA AO BRASIL

1º Difusão entre os intelectuais de vanguarda que formavam o grupo modernista 2º Difusão entre a elite médico-psiquiátrica da época; 3º Junto ao público leigo no que se refere à “questão sexual”;

A ELITE MÉDICA

Juliano Moreira (Salvador – 1873-1932) foi médico e um dos pioneiros da psiquiatria brasileira. O primeiro professor universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica no seu ensino na Faculdade de Medicina.

A ELITE MÉDICA

Francisco Franco da Rocha (São Paulo – 1864-1933) foi um médico psiquiatra brasileiro. Foi um dos pioneiros do uso de técnicas modernas no tratamento de doenças mentais no Brasil, fundador do Hospício de Juqueri e o primeiro a escrever sobre as teorias de Freud no Brasil em 1920.

A ELITE MÉDICA

Em 1927, é fundada a Sociedade Brasileira de Psicanálise, tendo Franco da Rocha como presidente da seção paulista, e Juliano Moreira, da seção carioca;

Além deles, outros médicos e psiquiatras da época se interessam pela nova doutrina, entre eles:

A ELITE MÉDICA

Henrique Roxo (1877-1969), médico e psiquiatra e Maurício Campos de Medeiros (foto, Rio de Janeiro – 1885-1966) médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1907, foi também professor, ensaísta e político. Ambos ocupantes da cátedra de psiquiatria na Faculdade Nacional de Medicina.

A ELITE MÉDICA

Ulysses Pernambucano (1892-1943), psiquiatra

pernambucano, primo de Gilberto Freire.

Antônio Austregésilo Rodrigues Lima (1876-1960) médico neurologista e catedrático de neurologia da Faculdade Nacional de Medicina.

A ELITE MÉDICA

Arthur Ramos (1903-1949), médico, professor de Psicologia Social na Universidade do Distrito Federal, utilizou fartamente os ensinamentos da psicanálise em seus trabalhos sobre negros e religião; foi discípulo de Nina Rodrigues (médico legista, psiquiatra, professor e antropólogo brasileiro, defendeu esses racistas consideradas científicas e modernas. Ele foi fortemente influenciado pelas ideias do criminólogo italiano Cesare Lombroso).

A ELITE MÉDICA

Julio Porto-Carrero, (1887-1937) médico, psiquiatra e professor catedrático de Medicina Legal no curso de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, membro da Liga Brasileira de Higiene Metal e Academia Nacional de Medicina. Discípulo de Juliano Moreira, foi o maior entusiasta e mais renomado divulgador das obras de Freud nos anos 20 e 30 no Rio de Janeiro, que o conheceu em 1926, e é citado por Jones na biografia de Freud. Todos eles, distorceram a teoria psicanálise para fins não previstos pela teoria, ou seja, o determinismo biológico (racial e sexual, ou seja, eugenia).

A ELITE MÉDICA

Gastão Pereira da Silva (1898-1987), médico, jornalista, pesquisador, escritor e psicanalista; forma-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e torna-se médico no interior gaúcho (a partir do fim dos anos 1920); crítico das normas e regulamentações da IPA (International Psycoanalytic Association), por julga-las elitistas; inicia sua prática clínica nos anos 30 em uma das sociedades abertas na época. Foi esquecido pela história da psicanálise no Brasil.

A ELITE MÉDICA

Durval Bellegarde Marcondes (1899-1981), médico, psiquiatra, formado em 1924 pela Faculdade de Medicina de São Paulo; Fundador do movimento psicanalítico brasileiro; em 1925 introduz as ideias da Psicanálise de Sigmund Freud na atividade clínica brasileira. Em 1927, escreve a Freud, comunicando a fundação, junto com Franco da Rocha, da Sociedade Brasileira de Psicanálise, a primeira da América Latina, que renasce como Grupo Psicanalítico de São Paulo em junho de 1944;

TRÊS GRANDES ÉPOCAS

1915-1937 – Época da recepção e difusão das ideias psicanalíticas; 1938-1950 – Momento da formação das primeiras gerações de analistas; 1951-1969 – Fase da institucionalização do movimento nos moldes da IPA com a criação de organismos de formação e prática em São Paulo, rio de janeiro e porto alegre.

EXPANSÃO

Se deu a partir dos anos 70, com o nascimento de outras escolas e tendências e emergências das diferentes psicoterapias na clínica psi; Nos anos 90, a psicóloga Cecília Coimbra faz uma genealogia das práticas psicológicas, da disseminação da psicanálise no Rio de Janeiro e São Paulo, bem como da formação e fundação das grandes sociedades filiadas ou não à IPA, em seu livro...

EXPANSÃO

Um passeio pelas práticas psis no Brasil durante a segunda metade do século XX. Segundo Cecília Coimbra, houve um “boom psi” a partir da institucionalização e instrumentalização da psicanálise no Brasil.

OS ANOS DE OURO A psicanálise se estabeleceu no Brasil, após os anos 50, a partir de três grandes eixos ou institucionalizações: SBPSP – Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo SPRJ – Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro SBPRJ – Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.

É a primeira a ser reconhecida como Sociedade filiada à IPA, em 1951, no XVII Congresso Psicanalítico Internacional, em Amsterdã; Desde 1937 funcionava como Grupo de Psicanálise em São Paulo, ligada a Dra. Adelheid Koch, membro da Sociedade Psicanalítica de Berlim, que vem dar formação psicanalítica em São Paulo, atendendo ao apelo do Dr. Durval Marcondes, que a preside por 3 gestões.

SPRJ Reconhecida como Sociedade filiada à IPA em 1955

no XIX Congresso Psicanalítico Internacional, em Genebra;

Desde 1947 já existe no Rio de Janeiro, fundado por médicos, o Instituto Brasileiro de Psicanálise;

Em 1948, chega ao Rio de Janeiro o psicanalista Mark Burke, membro associado da Sociedade Britânica de Psicanálise, e inicia a formação analítica nesta cidade;

SPRJ Em 1948 também chega à cidade do Rio de Janeiro

Werner Kemper, psicanalista da Sociedade Psicanalítica de Berlim, que divide a formação com Burke;

Em 1949, retorna de Buenos Aires, já com sua formação analítica concluída pela Associação Psicanalítica Argentina o casal Perestrello;

Outros analistas oriundos da mesma Associação chegam ao Brasil, com sua formação realizada;

SPRJ Em 1951, ocorre uma crise no Instituto Brasileiro

de Psicanálise, e Werner Kemper, com seu grupo de analisandos sai do Instituo e funda o Centro de Estudos Psicanalíticos;

É este grupo que, em 1955, é aceito pela IPA como a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro;

Reconhecida como Sociedade ligada à IPA em 1959, no XXI Congresso Psicanalítico Internacional, em Copenhague. É oriunda do grupo de Mark Burke que ficara no Instituto Brasileiro de Psicanálise, do grupo argentino que havia fundado, em 1951, a Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro e de outros analistas formados em Londres.

Sociedades Latino-Americanas Em 1960, gradativamente, as sociedades latino

americanas vinculadas à IPA fundaram o Comitê Coordenador das Organizações Psicanalíticas da América Latina (COPAL), no III Congresso Latino-Americano, em Santiago, no Chile;

Objetivo: expandir a psicanálise na América Latina e conseguir maior representação dessas sociedades perante os órgãos psicanalíticos internacionais;

Sociedades Latino-Americanas Posteriormente, a COPAL passa a ser reconhecida

como Federação Psicanalítica da América Latina (FEPAL);

ABP A Associação Brasileira de Psicanálise (ABP) é

fundada em 1967; Tem por objetivo congregar as Sociedades

Psicanalíticas do Brasil, filiadas à IPA; Passa a se constituir como um órgão federativo

dessas sociedades, respeitando suas autonomias; Seus membros não tem direito a voto;

PIRÂMIDE DA IPA IPA – ao nível internacional

COPAL – ao nível latino-americano

ABP – ao nível nacional

Quatro sociedades oficiais brasileiras (São Paulo,

Porto Alegre e duas no Rio de Janeiro);

A formação era centrada nas teorias de Freud, Klein e Bion (anos 70);

FORMAÇÃO PSICANALÍTICA Altos preços para a formação;

Rio de Janeiro – centrada nas teorias de Klein;

São Paulo – centrada nas teorias de Bion;

Pautava-se por uma “psicanálise verdadeira”

(ortodoxa) a partir dos pressupostos da IPA;

Perseguições, torturas, sequestros, assassinatos, desaparecimentos dos que se opunham aos modelos vigentes (ditadura militar);

FORMAÇÃO PSICANALÍTICA A sociedade brasileira passa por uma

psicologização ou psicanalização;

Toda e qualquer crise é vivida como necessidade de intervenção terapêutica, sobretudo nas elites e na classe média;

Alguns psicanalistas fundadores das diversas sociedades começam a se sobressair;

O ANALISADOR WERNER KEMPER Membro da Sociedade Psicanalítica Alemã, chega

ao Brasil em 1948, dividindo a formação analítica no Rio de Janeiro com Mark Burke (vindo de Londres um ano antes);

Em 1951 separa-se de Burke e junto com seu grupo de analisandos, funda o Centro de Estudos Psicanalíticos;

Em 1955 esta sociedade é reconhecida pela IPA como sendo a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ);

O ANALISADOR WERNER KEMPER Werner Kemper foi enviado ao Brasil por Ernest

Jones e sofreu acusação de ter participado do regime nazista, ao se descobrir que ele participada por 12 anos como diretor de uma Policlínica ligada ao Estado Nazista;

Em 1967 volta para a Alemanha, porém, deixa aqui sua mulher, Kattrin Kemper e seus filhos;

Falece em 1976;

O ANALISADOR ANNA KATRIN KEMPER Colocada como analista didata pelo seu marido

Werner Kemper no Centro de Estudos Psicanalíticos, quando chegam ao Brasil, sem nenhuma contestação; o mesmo ocorre quando é fundada a SPRJ;

Quando Werner Kemper volta para a Alemanha, a direção da SPRJ denuncia à IPA a sua esposa, Kattrin Kemper, pois sua permanência na sociedade era indesejada;

Kattrin não era nem médica, nem psicóloga;

O ANALISADOR ANNA KATRIN KEMPER Kattrin, portanto, não podia ser considerada

analista, sobretudo pela sua forma de praticar e ensinar psicanálise, avessa à ortodoxia kleiniana;

Ela não tinha compromisso com modelos padronizados e é de grande versatilidade na prática clínica, o que era um escândalo para a época;

Kattrin se aproxima dos seus pacientes e da elite artística, apesar dos seus analisandos serem unânimes em dizer da sua postura, ternura e liderança como analista;

O ANALISADOR ANNA KATRIN KEMPER Em 1968, diante das pressões da SPRJ, Kattrin

retira-se da sociedade acompanhada de sete dos seus analisandos, e em 1969 funda com sua equipe, o Instituto Brasileiro de Psicanálise, com o apoio de Igor Caruso, psicanalista do Círculo de Viena;

Em 1971, o Instituto Brasileiro de Psicanálise passa a se chamar Círculo Psicanalítico da Guanabara;

O ANALISADOR ANNA KATRIN KEMPER

Nos anos 70, Kattrin goza de excelente reputação na sua clínica, possuindo uma vasta clientela e sendo uma profissional conhecida no meio psi;

Ela morre no Rio de Janeiro, em 1978;

O ANALISADOR DÉCIO SOARES DE SOUZA Formado em Medicina pelo Rio Grande do Sul, em

1929, exerce até 1950 o cargo de Catedrático em Psiquiatria, quando vai para Londres fazer formação analítica na Sociedade Britânica de Psicanálise;

Em 1955 recebe o título de psicanalista de adultos e crianças e fixa residência no Rio de Janeiro, iniciando suas atividades clínicas;

O ANALISADOR DÉCIO SOARES DE SOUZA Além do consultório, trabalha na Clínica de

Orientação da Infância (COI), ligada ao Instituto de Psiquiatria da antiga Universidade do Brasil, formando psicanalistas de crianças;

Como membro associado da Sociedade Britânica de Psicanálise, em 1957, torna-se didata da SBPSP;

Com o patrocínio dessa Sociedade, funda o Study Group reconhecido pela IPA em 1957, junto com Walderedo Ismael de Oliveira;

O ANALISADOR DÉCIO SOARES DE SOUZA Em 1959, o Study Group torna-se a Sociedade

Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), reconhecida oficialmente pela IPA;

Décio traz grande influência de Melanie Klein à SBPRJ, tornando-se a figura mais importante de divulgação e expansão do kleinianismo nos anos 60;

Em 1961, ministra na PUC-RJ um curso de extensão sobre a Escola Inglesa de Psicanálise;

O ANALISADOR DÉCIO SOARES DE SOUZA Em 1965, o grande sucesso clínico não o impede de

cometer alguns equívocos profissionais, e após denúncias à SBPRJ, é expulso da sociedade que ajudara criar;

Acusações: beber em demasia, atender clientes alcoolizado e ter um romance com uma ex-cliente, aspirante a analista na SBPRJ;

Apesar da sua expulsão, permanece até 1970, época da sua morte, como didata da SBPSP;

O ANALISADOR REGINA CHNAIDERMAN Nascida na Bessarábia, mas brasileira desde

criança, faz sua graduação na Escola Química da USP, formando-se em 1944;

Apesar de gostar de Química, passa a fazer o curso de Psicologia da USP em 1961, mas se interessa por filosofia desde 1950;

Ainda no 3º ou 4º ano do curso de Psicologia, é convidada a lecionar Psicologia Social na USP, entre 1964 e 1966;

O ANALISADOR REGINA CHNAIDERMAN Durante sua graduação, é aluna de vários

psicanalistas da SBPSP, professores do Curso de Psicologia da USP, tais como Durval Marcondes, Lígia Ancântara, Judith Andreucci, Ferrari, Ferrão, entre outros, todos didatas;

Em 1965 abre seu consultório e solicita entrada na SBPSP para fazer formação;

Não é aceita por ainda não ser formada em psicologia e nem ser médica;

O ANALISADOR REGINA CHNAIDERMAN Já formada em 1966, passa a lecionar Psicologia no

Sedes Sapientiae e no Curso de Psicologia de Mogi das Cruzes, solicitando ingresso na SBPSP, o qual é negado pois não atendia às necessidades ortodoxas da Sociedade;

Deprimida, lança-se profundamente nos estudos sobre a obra de Freud e percorre todas as linhas existentes, da escola inglesa (Klein) à francesa (Lacan);

O ANALISADOR REGINA CHNAIDERMAN Em meados dos anos 60, reúne em sua casa

dezenas de estudantes de psicologia e psicólogos em seminários, criando o famoso “grupo dos sábados”;

Em 1972, inicia os grupos de estudos sobre Lacan com o apoio da filósofa Marilena Chauí – é dela a primeira tradução em português dos textos de Lacan;

Aluga várias salas e começa a propor análise a um número cada vez maior de pessoas;

O ANALISADOR REGINA CHNAIDERMAN

Em 1975 é chamada para dar aulas no Instituto Sedes Sapientiae e organizar um Instituto de Formação de Terapeutas;

Morre de câncer em 1985;

O ANALISADOR HELENA BESSERMAN VIANNA

O ANALISADOR HELENA BESSERMAN VIANNA

Membro associado da SBPRJ desde 1970;

Em 1975 requer sua inscrição como Membro Titular, o qual é negado sem lhe dar maiores explicações;

O ANALISADOR HELENA BESSERMAN VIANNA

Depois descobre que a sua não aceitação deveu-se ao fato de ter denunciado um candidato a psicanalista ao DOI-CODI-RJ;

Só foi aceita após a queima de várias cartas e atas da sua denúncia junto às instituições denunciadas;

O ANALISADOR HELENA BESSERMAN VIANNA

Em 1986, o caso Amilcar Lobo, psicanalista denunciado por Helena ganha as manchetes dos principais jornais do pais;

O ANALISADOR HELENA BESSERMAN VIANNA

Helena narra

publicamente os episódios ocorridos durante onze anos para toda a SBPRJ, o que lhe vale uma retratação pública da instituição;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Médico por

formação, em novembro de 1968 inscreve-se como candidato à formação analítica na SPRJ, tendo como didata o Dr. Antônio Dutra Júnior;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Em fina de 1969, forma-

se em medicina, presta serviço militar no Exercito e em 1970 passa a servir ao DOI-CODI/RJ;

Até 1974, seu trabalho é atender presos políticos antes, durante e depois das sessões de torturas;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Em 1970, Amilcar

Lobo passa a ser analisado por Leão Cabernite, presidente da SPRJ;

Em 1973 há a primeira denúncia do seu envolvimento com a ditadura militar brasileira;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Até 1974, chega a

denúncia ao Instituto de Ensino das sociedades argentinas e consequentemente à IPA;

Em 1975, se afasta da SPRJ;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Em 1976, após as

denuncias de Helena Besserman na SBPRJ, volta a ser membro titular da SPRJ, sem fazer análise didática, mas comparecendo aos cursos e seminários;

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Em 1980, as denúncias voltam a serem discutidas, e Hélio Pellegrino e Eduardo Mascarenhas, que a incentivam são expulsos da SPRJ;

Em dezembro do mesmo ano, as expulsão são retiradas;

Hélio Pellegrino

Eduardo Mascarenhas

O ANALISADOR AMILCAR LOBO Em 1981, as denúncias fazem Amilcar Lobo perder

pacientes, mas continua a clinicar no consultório de Paulo Tavares da Silva, membro da SPRJ;

O caso fica esquecido até 1986, quando o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro abre um processo contra Amilcar Lobo;

Em 1988, sua licença médica é cassada;

AS INSTITUIÇÕES Ao longo da segunda metade do século passado,

várias sociedades e instituições são criadas no Rio de Janeiro e em São Paulo para zelar pela reputação dos psicanalistas vigentes;

Algumas delas são:

AS INSTITUIÇÕES IMP – Instituto de medicina Psicológica, 1953 CPRJ - Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, 1969 SPC – Sociedade de Psicologia Clínica, 1971 Clínica Social de Psicanálise, 1972 CESAC – Centro de Estudos de Antropologia Clínica,

1972 APPIA – Associação de Psiquiatria e Psicologia da

Infância e da Adolescência, 1972 SPAG/RJ - Sociedade de Psicoterapia Analítca de

Grupo do Rio de Janeiro, 1974 OIP - Instituto de Orientação Psicológica, 1974

AS INSTITUIÇÕES GEPSA – Grupo de Estudos de Psicologia Social

Aplicada, 1972 INEF – Instituto de Estudos e Orientação da Família,

1972 ISS – Instituto Sedes Sapientiae, 1974 SPID – Sociedade Iracy Dyle, 1974 (ex IMP) POA - Psicoterapia de Orientação Analítica, 1975 NEPP – Núcleo de Estudos de Psicologia e

Psiquiatria, 1976 que depois passou a se chamar NEPP – Núcleo de Estudos de Psicologia e Psicanálise, 1977

CASA – Hospital Dia, 1979

AS INSTITUIÇÕES NEFF – Núcleo de Estudos e Formação Freudiana,

1977 IBRAPSI – Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos

e Instituições, 1978 SEPLA – Sociedade de Estudos Psicanalíticos Latino-

Americanos, 1978 Clínica Terra, 1979 CEPAI – Centro de Estudos em Psicanálise e Análise

Institucional, 1980 NPAI – Núcleo: Psicanálise e Análise Institucional,

1983

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Fundado oficialmente pela médica psiquiatra Iracy Doyle em 1953, após sua formação psicanalítica realizada nos Estados Unidos na William Alonson White Psychoanalitic Society, de orientação culturalista, no final da década de 40;

Iracy Doyle

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Iracy Doyle já contestava a “ortodoxis” e a “rigidez” do grupo de psiquiatras que, no Rio de Janeiro, tentam uma formação analítica; Quando

Iracy Doyle

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Quando ela volta como didata para o Brasil, funda o um Instituto não vinculado à IPA e que se pretende diferente da “verdadeira psicanálise”, propondo uma outra formação a médicos, psiquiatras, estudantes de medicina, professores e assistentes sociais;

Iracy Doyle

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Os psicólogos não são mencionados, pois a profissão de psicólogo não é ainda regulamentada, procurada ou de sucesso, o que só veio acontecer no início da década de 60;

Iracy Doyle

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Iracy Doyle morre

prematuramente em 1956, sem ter visto uma turma formada pelo IMS;

Somente em 1960, quando Hórus Vital Brasil retorna de sua formação na mesma WAWPS, é que se reestrutura e, em 1967, abre a formação para psicólogos;

Hórus Vital Brasil

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Nesta época, já começara

uma demanda de “mercado psicológico”, abrindo assim a formação para estes profissionais, porém, exigindo um curso de especialização ou pós-graduação em Clínica, limitando a entrada de psicólogos nesta instituição;

Hórus Vital Brasil

O INSTITUTO DE MEDICINA PSICOLÓGICA Pretendendo fortalecer as

diferenças com as Sociedades da IPA, o IMP, em 1969 filia-se à International Federation of Psychoanalitic Societies (IFPS), formada em 1966 pelas Sociedades Psicanalíticas “independentes” (não vinculadas à IPA);

Hórus Vital Brasil

A SOCIEDADE DE PSICANÁLISE IRACY DOYLE Em 1974, decorrente de

uma série de questões burocráticas, o IMP se torna a Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle (SPID), oferecendo formação analítica, sendo os “cursistas” não pertenciam à sociedade;

Hórus Vital Brasil leva à SPID os estudos lacanianos;

Hórus Vital Brasil

A SOCIEDADE DE PSICANÁLISE IRACY DOYLE No início dos anos 80, a

SPID reforma seus Estatutos e Regimentos;

Começa a propor formações diferenciadas, apesar do lacanismo tomar forma na instituição;

Hórus Vital Brasil

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO

Criado por Katrin Kemper e seus discípulos, após sua saída da SPRJ;

Em 1968, Igor Caruso, da Federação Internacional dos Círculos de Psicologia Profunda, passa a fazer parte do Círculo e ajuda a Katrin a criar o núcleo de formação analítica;

Hórus Vital Brasil, no centro

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO

Os primeiros 4 anos são de fortalecimento da instituição e organização interna;

Somente em 1971 o Círculo é considerado uma “unidade completa”;

Em 1972, já sob a presidência de Katrin Kemper, abre sua primeira turma para formação;

Hórus Vital Brasil, no centro

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO

O Círculo, desde seu início, aceita médico e psicólogos e faz parte da IFPS;

Em 1978, em um Congresso dos Círculos Psicanalíticos Brasileiros – havia núcleos em Minas Gerais, Porto Alegre, Salvador, Recife e no próprio Rio de Janeiro, é proposta a criação de mais um núcleo;

Hórus Vital Brasil, no centro

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO

Em 1991, é criado o núcleo do Circulo em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro;

Na verdade, trata-se de um grupo dissidente do Circulo, que resolve se desligar para formar outro núcleo;

Este é momento em que o CPRJ desliga-se do Círculo Brasileiro de Psicanálise;

Hórus Vital Brasil, no centro

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DO RIO DE JANEIRO

A exemplo das “sociedades oficiais”, e apesar das oposições e dissidências não toleradas, o CPRJ ganha prestígio no cenário carioca, e permanece filiado ao IFPS após o desligamento do CBP;

Nos anos 80, ele funda seu Estatuto e Regimento;

Hórus Vital Brasil, no centro

A CLÍNICA SOCIAL DE PSICANÁLISE

Fundada em 1972 por Katrin Kemper e seu grupo, ajudado por Hélio Pellegrino (SPRJ) e Chaim Samuel Katz, a partir do trabalho oriundo dos “encontros psicodinâmicos” na Faculdade Cândido Mendes;

Chaim Samuel Katz

A CLÍNICA SOCIAL DE PSICANÁLISE

Objetivava o trabalho com famílias de classe média da Zona Sul carioca;

Passa também a atender a classe baixa da população do Rio de Janeiro com implementação de trabalhos grupais;

São pioneiros do trabalho de Clínica Social;

Chaim Samuel Katz

A CLÍNICA SOCIAL DE PSICANÁLISE

A Clínica Social de Psicanálise expande seus atendimentos a um número cada vez maior de pessoas, e vários psicólogos passam a fazer parte do projeto;

As sociedades oficiais passam a se inquietar;

Chaim Samuel Katz

A CLÍNICA SOCIAL DE PSICANÁLISE

Em 1975/1976, a direção solicita a Hélio Pellegrino que o nome seja mudado para Clínica Social de Psicoterapia, pois não podia ter o nome da psicanálise conspurcada pelas propostas da instituição;

Helio Pellegrino permanece na direção no período de 1978 a 1982;

Hélio Pellegrino

A CLÍNICA SOCIAL DE PSICANÁLISE

É na gestão de Hélio, que a Clínica Social - a partir do seu Núcleo de Atendimento Terapêutico a Psicóticos, mais se amplia;

Em 1980, vem à tona o caso Amilcar Lobo denunciado por Hélio Pellegrino e Eduardo Mascarenhas;

Hélio Pellegrino

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Quando ocorre o golpe de 1964, há no Rio de Janeiro somente uma universidade que ministra, desde 1957, o Curso de Psicologia: a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio;

Em São Paul, três universidades também ministram o curso;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Na USP, o curso é iniciado em 1958;

Na PUC-SP, o curso começa em 1962;

No Instituto Sedes Sapientiae também é iniciado em 1962;

Em 1964, é criado no Rio de Janeiro o curso de Psicologia da UFRJ;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Em 1965, é criado o curso na UEG – atualmente conhecida como Universidade do Estado do Rio de Janeiro;

No período até 1965, seis cursos de Psicologia funcionam no eixo Rio-São Paulo: três em universidades privadas e três em universidades públicas;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Com a reforma universitária no início dos ano 70, o número de candidatos aos vestibulares cresce para psicologia cresce;

Os cursos de Psicologia, atendendo essa demanda, florescem, e até 1973, a rede privada participa com 66% atendendo essa demanda;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

A profissão de psicólogo é regulamentado como profissão em 1962 a partir do Decreto Lei N. 4119/62 e o parecer N. 403/62 de Valnir Chagas que fixa o currículo mínimo e duração do Curso de Psicologia;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Em São Paulo, os psicanalistas da SBPSP estão maciçamente presente nos cursos de graduação como professores;

Na USP, desde 1958, quando é criado o curso de Especialização em Psicologia clínica, muitas figuras dessas sociedades participam como professores a exemplo de Durval Marcondes, Lygia de Alcântara do Amaral e Judith Andreucci;

Durval Marcondes

Lygia de Alcântara do Amaral Judith Andreucci

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

No início dos ano 70, no Rio de Janeiro, o atendimento psicoterapêutico infantil é prática corrente e é desqualificado pelas Sociedades oficiais e se torna monopólio dos psicólogos;

A PSICANÁLISE CHEGA ÀS UNIVERSIDADES

Em 1970, Fábio Leite Lobo, diretor do Instituto de Ensino da SPRJ convida alguns psicanalistas argentinos como Eduardo Kalina e Arminda Aberastury – especialistas em análise de crianças e adolescentes, para ministrar seminários no Rio de Janeiro;

Em 1975, a SBPRJ institui o Regulamento para Formação de Psicanalistas de Crianças

Eduardo Kalina Arminda Aberastury

AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

No final dos anos 60 e início dos anos 70, no Rio de Janeiro, começa a surgir as Comunidades Terapêuticas que passa a fazer parte do movimento de psicólogos;

Em 1967, no Hospital do Engenho de Dentro tem início o trabalho com psicóticos a partir de Oswaldo dos Santos e Wilson Simplício;

AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

Cerca de 1000 estagiários passam até 1975 pelo Hospital de Engenho de Dentro, quando o trabalho é desarticulado pelo Governo Federal;

Um ano depois, o Hospital Pinel passa a desenvolver o trabalho de Comunidade Terapêutica sob coordenação dos psicanalistas da SPRJ e SBPRJ: Eustáchio Portella Nunes Filho e Roberto Quilelli;

AS COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

O trabalho fica reduzido aos pacientes da Zona Sul do Rio de Janeiro e vinculado ao Instituto de Psiquiatria da UFRJ;

A SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Fundada em 1971, no auge da repressão política no Brasil e na efervescência do movimento dos psicólogos cariocas com a vinda dos primeiros analistas argentinos;

Seus fundadores são oriundos de um grupo de psicólogos que fazem terapia e ou grupos de estudo com Fábio Leite Lobo e Gerson Borsoy – psicanalistas da SPRJ;

A SOCIEDADE DE PSICOLOGIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Estruturada à imagem e semelhança das sociedades oficiais, sendo um estabelecimento de formação exclusiva para psicólogos;

EM 1990, a Sociedade de Psicologia Clínica se torna a Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro, não restringindo apenas a entrada de psicólogo na instituição;

O CENTRO DE ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA CLÍNICA (CESAC)

Fundado oficialmente em 1972, tem sua origem no chamado grupo dos oito, formado por psicólogos ligados ao Curso de Especialização em Psicologia Clínica da PUC-RJ;

Em 1970, após serem cortados numa tumultuada seleção, procuram a psicanalista da SPRJ Inês Besouchet;

O CENTRO DE ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA CLÍNICA (CESAC)

Em 1976, o grupo do CESAC conclui o Curso de Especialização em Psicologia Clínica na PUC, e o curso é encerrado, passando a funcionar no CESAC;

O curso começa com seis professores psicanalistas que não fazem parte da instituição, e em dezembro daquele ano, o CESAC retira sua aprovação de formação em psicanálise;

O CENTRO DE ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA CLÍNICA (CESAC)

Na sequencia, a direção afirma que a instituição é um centro de estudos e não um centro de formação em psicanálise;

formação em psicanálise;

ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA (APPIA)

Fundada no Rio de Janeiro em 1972, liga-se à Associação Argentina de Psiquiatria e Psicologia da Infância e da Adolescência (ASAPPIA), fundada em Buenos Aires, em 1970 por psiquiatras e psicanalistas da APA – American Society Association e vinculada a American Society for Adolescent Psychiatry (ASAP);

ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA (APPIA)

Principais fundadores: Aduardo Kalina, Arminda Aberastury, Maurício Knobel, Leon Grinberg e Arnaldo Rascovsky;

É uma sociedade interdisciplinar, congregando médicos, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas;

Em 1973 há uma grande crise dentro da instituição para se tornar uma instituição de formação de psicanálise;

ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA (APPIA)

A APPIA é a última grande tutela em termos de estabelecimentos dos psicanalistas ligados à “verdadeira psicanálise” ou “psicanálise tradicional” de filiação à IPA;

Nos anos 70, outrs movimentos psis continuam a surgir no Rio de Janeiro reproduzindo as instituições de formação psicanalítica;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

Desde o início dos ano 70, o curso de Psicologia Clínica da Faculdade Sedes Sapientiae está vinculado à PUC-SP, tornando-se um dos centros mais importantes de formação;

Coordenado por Célia Sodré Dória, Madre Cristina, reúne psis interessados nessa linha de atuação;

Em 1974 se desvincula da PUC-SP, e o curso se transforma no Instituto Sedes Sapientiae;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

O novo instituto é reconhecido pela sua participação nos movimentos populares e no compromisso com suas lutas;

A figura da Madre Cristina é fundamental, uma vez que desde o movimento de 1968 o instituto passa pela decretação do AI-5, e o Sedes torna-se um abrigo dos perseguidos;

Em 1975, novas áreas de atuação são criadas dentro do Sedes;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

Cria-se então o Centro de Educação Popular (CEDIS), o Centro de Filosofia, entre outros;

Abrigará algumas organizações populares tais como o Movimentos dos Trabalhadores dos Sem Terra;

Em 1975, Madre Cristina convida Roberto Azevedo, recém chegado de Londres e psicanalista da SBPSP, para organizar um curso de formação psicanalítica no Sedes, iniciando em 1976;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

Passando por algumas crises internas, como toda instituição, cria-se por fim o Curso de Especialização em Psicopatolgia e Psicoterapia Analítica, de Roberto Azevedo e destinado a médicos e psicólogos; o Curso de Especialização em Psicoterapia de Orientação Analítica, de Regina Chnaiderman, que em 1981 muda-se para Curso de Psicanálise;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

O curso hoje chama-se Curso de Formação em Psicanálise, impondo-se como formação analítica alternativa à SBPSP;

Em 1988, funda-se o Departamento de Psicanálise e dá início à publicação da Revista Percurso;

O INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE

O curso hoje chama-se Curso de Formação em Psicanálise, impondo-se como formação analítica alternativa à SBPSP;

Em 1988, funda-se o Departamento de Psicanálise e dá início à publicação da Revista Percurso;

A ENTRADA DO LACANISMO NO BRASIL Se deu eminentemente pela constituição das sociedades:

Colégio Freudiano do Rio de Janeiro, 1975 IFP - Instituto Freudiano de Psicanálise, 1979 Letra Freudiana, 1981 Causa Freudiana do Brasil, 1983

Vejamos um pouco da história do lacanismo no Brasil.

O NÚCLEO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO FREUDIANA

Oriundo da organização de vários grupos que passaram a se constituir no Rio de Janeiro a partir de 1977;

A figura de Chaim Samuel Katz é preponderante em torno da organização dessa instituição e de alguns psicanalistas argentinos, principalmente Gregório Baremblitt, que participa de um grande grupo com psicanalistas da SPRJ, como Eduardo Mascarenhas;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

O NÚCLEO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO FREUDIANA

É deste grupo que se reúne durante meses às vezes de forma caótica, que muitos psicólogos saem com a determinação de que é possível ser psicanalista, ainda que contrapondo-se às sociedades vigentes;

Esse grupão vai se reduzindo até que catorze deles remanescentes fundam o NEFF – Núcleo de Estudos e Formação Freudiana, em 1977;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

O NÚCLEO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO FREUDIANA

No NEFF, Chaim Samuel Katz e Gregório Baremblitt dão aulas até em 1978, quando fundam o IBRAPSI;

O NEFF acaba se esfacelando já que há dois grupos distintos nele não conseguindo conciliar seus projetos: grupo dos argentinos faz formação voltada para os trabalhadores em saúde mental, outro, já se torna bastante influenciado pelo lacanismo;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

O INSTITUTO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE, GRUPOS E INSTITUIÇÕES (IBRAPSI)

Fundado em outubro de 1978, o IBRAPSI é publicamente lançado através do I Congresso Internacional de Psicanálise, Grupos e Instituições no hall do Copacabana Palace – mais de 1000 pessoas assistem as conferências, palestras e mesas redondas;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

O INSTITUTO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE, GRUPOS E INSTITUIÇÕES (IBRAPSI)

Esse evento contou com a participação de Thomaz Szasz, Félix Guattari, Erving Goffman, Shere Hite, Robert Castel, Franco Basaglia, Armando Bauleo, Peter Fry, Célia Garcia e o grupo lacaniano brasileiro representado por Betty Milan;

Dos fundadores do IBRAPSI, Gregório Baremblitt e Luiz Fernando de Mello Campos permanecem;

Chaim Samuel Katz, após o I Congresso, sai por discordâncias de ordem técnico-política;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

O INSTITUTO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE, GRUPOS E INSTITUIÇÕES (IBRAPSI)

No período de maior apogeu, de 1978 as 1982, há cerca de 180 alunos inscritos fazendo formação no IBRAPSI, e em sua Clínica Social, perto de 75 terapeutas trabalham atendendo uma média de 500 pacientes por ano;

Em 1983, após descontentamentos com o andamento do instituto, 40 pessoas se desligam do IBRAPSI e fundam o Núcleo: Psicanálise e Análise Institucional;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

A SOCIEDADE DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS LATINO-AMERICANOS (SEPLA)

Criada em 1978 por Luiz Paiva de Castro, (ex-CESAC) e Lourival Coimbra (ex-SBPRJ, analisando de Décio Soares de Souza, expulso da SBPRJ em 1965);

Vários psicólogos do CESAC e clientes de Coimbra vão juntos com Luiz Paiva;

A proposta inicial é uma formação psicanalítica articulada com a antropologia, filosofia, mitologia, etc.;

Gregório Baremblitt

Chaim Samuel Katz

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