hildebrando de castro
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Hildebrando de Castro
Hildebrando de Castro
Figuração construtiva de luz e sombra
por Fernando Gerheim
Hildebrando de Castro expõe trabalhos recentes que jogam luz e sombra na
fronteira entre pintura e objeto, figuração e abstração. O artista pinta janelas
com um elemento icônico do modernismo brasileiro, o brise-soleil: lâminas,
móveis ou não, que quebram o sol, mas deixam entrar o ar, impedindo o calor
excessivo no interior do edifício. Esta adaptação da arquitetura moderna aos
trópicos, usada por Le Corbusier pela primeira vez no Palácio Gustavo
Capanema, no Rio de Janeiro, é utilizada pelo artista não como funcionalidade,
mas como imagem. O brise-soleil cria na fachada um jogo geométrico e
cromático de formas que se multiplicam e modulam sutilmente.
Envolvido por esse sedutor jogo ótico, o observador vai percebendo que está
diante de uma série de sinais trocados. As pinturas simulam ser abstratas, mas
são figurativas: Hildebrando reproduz minuciosamente fachadas reais,
enquadradas de modo a parecer abstrações geométricas. Operação similar:
corremos os olhos pelas frestas do brise-soleil pintado, ao mesmo tempo
impedidos e impelidos a ver dentro dele, de repente notamos que são lâminas
tridimensionais. O artista leva suas janelas mais longe que as uvas de Zeuxis. É
como se a imagem tivesse passado por uma impressora 3D. Mas se olharmos
as lâminas concretas na caixa de MDF e tentarmos devassá-las,
encontraremos apenas a fachada, a superfície entreaberta por onde a luz entra
na sombra. As técnicas do tromp l'oeil são usadas para obter o seu avesso: a
escura da invisibilidade.
Esses trabalhos talvez tornem mais claro certo paradoxo essencial. Há algo de
contraditório em utilizar a representação clássica para recriar corações
viscerais, com sangue e veias, ou barbies de muleta com perna mecânica,
entre outros personagens bizarros ou mesmo abjetos. O artista está
reproduzindo de modo canônico um mundo desnaturado, fantasista, profano.
O método que imita a visão natural é usado por ele para tornar visível o que não
se vê a olho nú. Esse choque é visível quando o artista ilumina a cena em seu
ateliê como num teatro, com luz dramática, para fotografá-la e depois desenhar
e pintar na tela a imagem fotográfica.
Hildebrando de Castro
A nova série, em parte, rompe com isso. As fachadas não são encenadas
em seu ateliê, existem no espaço exterior, na arquitetura de Brasília, São
Paulo ou Londres. Sua única narrativa é o movimento da luz e da sombra.
Mas a pintura agora é uma janela que dá para outras janelas. Ao jogar
drama sobre o elemento formal e racional, e usar a representação realista
para fazer geometria abstrata, Hildebrando leva o paradoxo presente em
seu trabalho ao extremo. E aí é possível ver continuidade que não exclui
transformação.
Antes coadjuvante, a luz passa a ser protagonista. Parte dela passa, outra
fica, criando sombras. O encontro inusitado de figuração e abstração,
pintura e objeto, nos faz indagar, talvez nostálgicos, talvez intrigados,
talvez tecendo tramas entre camadas de cultura, sobre a memória
construtiva no contemporâneo mundo de imagens.
Sem título, 2013acrílica sobre MDF80 x 80 cm
Sem título, 2013acrílica sobre MDF100 x 100 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2013acrílica sobre MDF110 x 80 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2013acrílica sobre MDF80 x 110 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2013acrílica sobre tela150 x 150 cm
Sem título, 2013acrílica sobre tela60 x 60 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2012acrílica sobre tela100 x 100 cm
Sem título, 2011acrílica sobre tela150 x 100 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2011óleo sobre tela180 x 180 cm
Sem título, 2011óleo sobre tela150 x 150 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, díptico, 2011acrílica sobre MDF50 x 100 cm
Sem título, 2011acrílica sobre MDF40 x 80 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2010óleo sobre tela150 x 150 cm
Sem título, 2010óleo sobre tela180 x 180 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2008pastel seco sobre papel170 x 150 cm
Sem título, 2007óleo sobre tela140 x 120 cm
Hildebrando de Castro
Sem título, 2002óleo sobre tela100 x 100 cm
Sem título, díptico, 2009óleo sobre tela10 x 15 cm (cada)
Biograf ia
Hildebrando de Castro
Nasceu em Olinda, em 1957
Vive e trabalha em São Paulo
Exposições individuais
2013
Artur Fidalgo galeria
2012
Ilusões do Real - Caixa Cultural Rio de Janeiro
2011
Galeria Oscar Cruz (São Paulo)
Galeria Amparo 60 (Recife-PE)
2010
Galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro)
2009
Paço das Artes (São Paulo)
2008
Galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro)
2006
Galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro)
2005
Galeria Léo Bahia (Belo Horizonte)
2004
Galeria Casa Triângulo (São Paulo-Brasil)
Galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro )
2003
Fay Gold Gallery - (Atlanta-USA)
2001
Galeria Casa Triangulo (São Paulo-Brasil)
Hildebrando de Castro
1998
Paço Imperial (Rio de Janeiro-Brasil)
1997
Galeria Camargo Vilaça (São Paulo-Brasil)
1995
Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro-Brasil)
1994
Galeria Camargo Vilaça (São Paulo-Brasil)
1989
Hard Art Gallery (Zurich-Switzerland)
1988
Irene Madder Gallery (Munich-Germany)
1987
GB galeria (Rio de Janeiro-Brasil)
1986
Petite Galerie (Rio de Janeiro-Brasil)
1983
Petite galerie (Rio de Janeiro-Brasil)
1980
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro-Brasil)
Exposições coletivas
2011
Galeria Fernando Pradilla (Madrid –Espanha)
2009
Galeria Fernando Pradilla (Madrid-Espanha)
2007
Casa de Espanha - (Rosario-Argentina)
2006Galeria Leo BahiaGaleria Thomas CohnPalácio das Artes - (Belo Horizonte-MG)
2005Galeria Thomas Cohn (São Paulo)
2003Leo Bahia Galeria (Minas Gerais ) Espaço Itau’ Cultural (São Paulo )
2002Paralela - (São Paulo-Brasil) 2001 - Museu de Arte Moderna (São Paulo-Brasil)
2000Museu de Arte Moderna ( Rio de Janeiro-Brasil)Galeria Camargo Vilaça (São Paulo-Brasil)
1998Haus Der Kulturen Der Welf (Berlin-Germany)Paço Imperial (Rio de Janeiro-Brasil)
1996Paço das Artes-Excesso (São Paulo-Brasil)Earl McGrath Galery (New York-USA)Museu de Arte Moderna (Bahia-Brasil)Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro-Brasil)
1995IBAC (Rio de Janeiro-Brasil)
1993Museu de Arte Moderna-Arte Erótica (Rio de Janeiro-Brasil)Galeria Camargo Vilaça (São Paulo-Brasil)
1992Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro-Brasil)
1991Faygold Gallery (Atlanta-GA-USA)
Hildebrando de Castro
1990
Fundação Bienal-Salão Paulista (São Paulo-Brasil)
Pindar Gallery (New York-USA)
1989
Galeria H.Stern (Rio de Janeiro-Brasil)
1988
Nuremberg Museum (Nuremberg-Germany)
Galeria do IBEU-O Rosto e a Obra (Rio de Janeiro-Brasil)
1987
Museu de Arte Moderna (Bahia-Brasil)
1986
Paço Imperial - Salão Christian Dior (Rio de Janeiro-Brasil)
Museum of Modern Art (Linz-Austria)
1985
Nuremberg Museum (Nuremberg-Gremany)
Museu de Artes de Cuiaba-Sete Artistas (Mato Grosso-Brasil)
Parque Laje-Velha Mania (Rio de janeiro-Brasil)
Museu de Belas Artes - Salão Carioca (Rio de Janeiro-Brasil)
1984
Museu de Arte Moderna- Salão Nacional (Rio de Janeiro-Brasil)
Para mais informações: www.hildebrandodecastro.com.br
Rua Siqueira Campos 143 ljs. 147/150 2º piso Copacabana Rio de Janeiro RJ Brasil55 21 2549-6278 I arturfidalgo.com.br
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