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Sistemas Biológicos
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ECOLOGIA GERAL
1. CONCEITOS ECOLÓGICOS
A palavra ecologia vem do grego oikos, que significa "casa", nosso meio
ambiente mais próximo.
O zoólogo alemão Ernst Haeckel em 1870 deu a esta palavra um
significado mais abrangente: definiu Ecologia como o estudo do meio
ambiente natural e das relações dos organismos entre si e com seus
arredores.
Assim, Ecologia é a ciência através da qual estudamos como os
organismos (animais, plantas e microorganismos) interagem dentro do e no
mundo natural.
Com as duplas crises de um desenvolvimento populacional muito rápido e
uma aceleração da deterioração do meio ambiente terrestre, a ecologia
assumiu uma importância extrema.
A administração dos recursos bióticos, de uma forma que sustente uma
razoável qualidade de vida humana, depende da sábia aplicação de
princípios ecológicos, não meramente para resolver ou prevenir problemas
ambientais, mas também para instruir nossos pensamentos e práticas
econômicas, políticas e sociais.
A ecologia proporciona uma estrutura para interpretar a devastadora
abundância de informações que nos é colocada disponível todos os dias. E
também nos fornece a compreensão que precisamos para prever as
consequências de nossas interações com os sistemas naturais.
A analogia de Haeckel da economia da natureza enfatiza que tudo na
superfície da terra está inter-relacionado, do mesmo modo que os
empreendimentos humanos estão interligados e definidos pelos princípios
econômicos.
Nós e nossos empreendimentos afetamos diretamente o resultado dos
processos naturais. Assim a própria espécie humana é uma parte
importante da economia da natureza.
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1.1. Níveis de Organização Ecológica
Organismo: é a unidade mais fundamental da ecologia. Nenhuma unidade
menor em biologia tais como o órgão, a célula, a molécula tem uma vida
separada no meio ambiente (alguns casos especiais existem).
Todo o organismo é limitado por uma membrana ou outro tipo de envoltório
através do qual ele troca energia e matéria com os seus arredores.
O seu sucesso como entidade ecológica depende dele Ter um balanço
positivo de energia e matéria que sustentem sua manutenção, crescimento
e reprodução.
Os organismos modificam as condições do ambiente e a quantidade de
recursos disponíveis para os outros organismos; contribuem para os fluxos
de energia e para a reciclagem de materiais.
Os organismos e os seus ambientes físicos e químicos formam um
ecossistema.
Podemos falar de um ecossistema de recife de coral, floresta, savana como
unidades distintas, pois relativamente pouca quantidade de energia e de
substância é trocada entre estas unidades.
Contudo, em última instância, todos os ecossistemas estão ligados juntos
numa única biosfera, a qual inclui todos os meios ambientes e organismos
na superfície da Terra.
A importância do movimento de matéria entre os ecossistemas dentro da
biosfera é realçada pelas consequências globais das atividades humanas.
Os rejeitos industriais e da agricultura dispersam-se para longe dos seus
pontos de origem, causando danos em todas as regiões do planeta.
Muitos organismos da mesma espécie juntos constituem uma população.
As populações diferem dos organismos no sentido de que elas são
potencialmente imortais, sendo seus tamanhos mantidos pelo nascimento
de novos indivíduos que repõem aqueles que morrem.
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As populações têm também propriedades coletivas, tais como barreiras
geográficas, densidade; e propriedades dinâmicas (respostas evolutivas às
mudanças ambientais) que não são exibidas por organismo individuais.
Muitas populações de diferentes espécies vivendo no mesmo lugar
constituem uma comunidade (interações ecológicas).
Hábitat é o lugar ou posicionamento físico, no qual o organismo vive. Os
ecólogos identificam os hábitats por suas características físicas mais
visíveis, frequentemente incluindo flora predominante, ou mesmo fauna.
1.2. Escala de Tempo e Espaço
O mundo natural varia no tempo e no espaço (dia e noite; sazonalmente).
1.3. Alguns Princípios Gerais da Ecologia
Todos os sistemas ecológicos são governados por um pequeno conjunto de
princípios gerais. Entre os mais importantes estão:
1) Sistemas ecológicos funcionam de acordo com as leis da
termodinâmica (governam as transformações fisico-químicas
nos sistemas biológicos)
2) O meio ambiente físico exerce uma influência controladora na
produtividade dos sistemas ecológicos.
3) A estrutura e a dinâmica das comunidades ecológicas são
reguladas pelos processos populacionais.
4) Através das gerações, os organismos respondem às
mudanças no meio ambiente através da evolução dentro das
populações.
1.4. Seleção Natural e Evolução
Todos os sistemas ecológicos estão sujeitos à mudança evolutiva, a qual
resulta do diferencial de sobrevivência e reprodução, dentro das
populações, de indivíduos que apresentam atributos determinados
geneticamente diferentes.
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Devido à seleção natural maximizar o processo evolutivo individual, os
sistemas ecológicos evoluem para funcionar em níveis próximos aos limites
impostos pelas considerações físicas e termodinâmicas.
1.5. Diversidade Ecológica
A diversidade dos sistemas ecológicos é gerada pela proliferação de
espécies em um meio ambiente heterogêneo (complexidade estrutural do
hábitat). A variação espacial nas condições promove diferenças entre as
espécies que vivem em hábitats diferentes. As interações entre populações
dentro do mesmo hábitat também promove diversificação local das
espécies.
1.6. O Estudo da Ecologia
Os ecólogos estudam os sistemas naturais com diversas técnicas. As mais
importantes destas são a observação e o teste de hipótese. No caso dos
sistemas naturais se prestarem prontamente para experimentação, os
ecólogos podem trabalhar com microcosmos ou modelos matemáticos dos
sistemas.
1.7. Ecologia Humana
Os humanos são elementos importantes da biosfera, e nossas atividades
criaram uma crise ambiental de proporções globais. A solução dos nossos
problemas ambientais agudos necessita da aplicação de princípios gerais
da ecologia dentro do quadro das considerações sociais, políticas e
econômicas.
2. ENERGIA NO ECOSSISTEMA
Durante o século passado, vários conceitos novos que emergiram levaram
o estudo da ecologia para novas direções.
A percepção de que as relações de alimentação ligam os organismos numa
entidade funcional única, a comunidade biológica. (Charles Elton, 1920).
As relações de alimentação definiam uma unidade ecológica (idéia nova).
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2.1 Visão Termodinâmica do Ecossistema
Lotka desenvolveu conceitos de ecossistema a partir das considerações
energéticas.
Ele classificou as populações e as comunidades como sistemas
termodinâmicos.
Cada sistema deve ser representado por um conjunto de equações que
governam as transformações de massa entre seus componentes.
Tais transformações incluem a assimilação de dióxido de carbono em
compostos orgânicos de carbono pelas plantas verdes e o consumo de
plantas pelos herbívoros e de animais pelos carnívoros.
Nem toda a energia da luz do sol penetra nas vias biológicas das
transformações. A maior parte dela dirige os ventos, as correntes oceânicas
e a evaporação da água, os quais juntos formam um grande sistema físico
termodinâmico.
Entretanto à parte da energia do sol que as plantas realmente assimilam
pela fotossíntese, alimenta todos os processos biológicos, e assim
estabelece a taxa global das transformações dentro do ecossistema.
A cadeia alimentar tem muitos elos - produtor primário, herbívoro, carnívoro
- os quais Lindeman denominou níveis tróficos.
Além disso, Lindeman visualizou uma pirâmide de energia dentro do
ecossistema.
Uma quantidade menor de energia atinge cada nível trófico acima
sucessivamente devido ao trabalho executado e também a ineficiência das
transformações de energia biológica no próximo nível trófico inferior.
A razão da produção de um nível trófico em relação ao nível abaixo dele
constitui a eficiência ecológica daquele elo da cadeia alimentar.
Diferente da energia, que em última instância vem da luz do sol, e deixa o
ecossistema como calor, os nutrientes são reciclados e mantidos dentro do
sistema.
O carbono, em particular, possui uma relação forte com o conteúdo
energético devido a sua íntima associação com a assimilação de energia
via fotossíntese.
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Uma segunda razão para a importância do ciclo de nutrientes é o fato de
que os níveis de certos nutrientes regulam a produção primária (Ex:
desertos e oceanos).
Compreender como os elementos circulam entre os componentes do
sistema parece crucial para entender a regulação da estrutura e
funcionamento do ecossistema.
2.2. Produção Primária
As plantas capturam a energia luminosa e transformam em energia química
de ligação nos carboidratos.
O balanço químico total da fotossíntese é:
6 CO2 + 6 H2 O = C6 H12 O6 + O2
A fotossíntese transforma o carbono de um estado oxidado no CO2 (baixa
energia) num estado reduzido no carboidrato (alta energia).
A fotossíntese supre os blocos de construção dos carboidratos a e a
energia que a planta precisa para sintetizar os tecidos e crescer.
Reorganizadas e montadas, as moléculas de glicose tornam-se gordura,
óleos e celulose. Combinadas com nitrogênio, fósforo, enxofre e magnésio,
carboidratos simples, derivados em última instância da glicose, produzem
um conjunto de proteínas, ácidos nucléicos e pigmentos.
Os ecólogos distinguem duas medidas de energia assimilada: produção
bruta, a energia total assimilada pela fotossíntese, e produção líquida, a
energia acumulada na biomassa (incluindo o crescimento e reprodução da
planta).
Devido às plantas ocuparem a primeira posição na cadeia alimentar, os
ecólogos referem-se a estas medidas como produção primária bruta e
líquida.
A diferença entre a produção bruta e líquida é a energia da respiração, a
quantidade usada para manutenção e biosíntese.
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3. CICLAGEM DE NUTRIENTES
● Diferente da energia, os nutrientes são retidos dentro do ecossistema e
circulam entre seus componentes físicos e bióticos.
● O ciclo de cada elemento pode ser pensado como um movimento entre
compartimentos do ecossistema, sendo os grandes compartimentos os
organismos vivos, detritos orgânicos, formas inorgânicas imediatamente
disponíveis e formas inorgânicas e orgânicas indisponíveis, geralmente em
sedimentos.
● Nutrientes, como o fósforo e o nitrogênio frequentemente limitam a
produção primária e secundária.
● Dessa forma, os ecossistemas podem ser melhores compreendidos através
dos ciclos de nutrientes (ciclos biogeoquímicos).
● Os ciclos dos nutrientes podem ser divididos em dois tipos:
Ciclos locais, tal como o ciclo do fósforo, que envolve elementos que
não apresentam mecanismos de transferência à longa distância.
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Ciclos globais, o qual envolve trocas entre a atmosfera e o ecossistema
e são particularmente aplicáveis aos elementos tais como nitrogênio,
carbono, oxigênio, e água. Ocorrem no nível da biosfera.
3.1 Ciclo do Fósforo :
● É um ciclo relativamente simples, devido ao fósforo não apresentar
um componente atmosférico.
● Portanto o fósforo não é transportado pela chuva ou vento. A
ciclagem do fósforo tende a ser local e por um curto espaço de tempo.
● A crosta terrestre é a principal reserva desse mineral.
● Todos os organismos vivos necessitam de fósforo para o seu
metabolismo, absorvido principalmente na forma iônica (fosfato).
● Eutroficação ("bloom" de algas) causado antropicamente.
● As perdas do sistema terrestre são balanceadas pelas reservas nas
rochas. Nos ecossistemas aquáticos é grande à parte do fósforo que
torna indisponível para os organismos devido à precipitação.
3.2. Ciclo da Água:
● Embora a água esteja quimicamente envolvida na fotossíntese, a
maior parte do fluxo de água através do ecossistema acontece pelos
processos físicos de evaporação, transpiração e precipitação.
● A energia luminosa absorvida pela água executa o trabalho da
evaporação. A condensação do vapor de água atmosférico ao formar
nuvens libera a energia potencial da água em forma de calor.
● Desta forma, a evaporação e a condensação assemelham-se à
fotossíntese e à respiração (na visão termodinâmica).
● Mais de 90% de toda a água está presa nas rochas, no núcleo da
Terra e em depósitos sedimentares próximos à superficie.
● A maior parte da água da superfície da Terra originou-se dessa forma,
embora as taxas de contribuição dos grandes depósitos subterrâneos
para os atuais fluxos de água sejam bastante baixas.
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3.3. Ciclo do Carbono:
● Três grandes classes de processos causam a reciclagem do carbono
nos sistemas aquáticos e terrestres.
● O primeiro inclui as reações assimilativas e desassimilativas de
carbono na fotossíntese e na respiração.
● A segunda classe inclui a troca física de dióxido de carbono entre a
atmosfera e os oceanos, lagos e águas correntes. O dióxido de
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carbono dissolve-se rapidamente na água; de fato os oceanos contêm
cerca de 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera.
● O terceiro tipo de processo que dirige o ciclo do carbono consiste na
dissolução e precipitação (deposição) de compostos de carbonato
como sedimentos, particularmente calcário e dolomita.
3.4 . Ciclo do Nitrogênio:
● Em última instância a fonte de nitrogênio para o ecossistema é o
nitrogênio molecular (N2) da atmosfera.
● Esta forma de nitrogênio dissolve-se razoavelmente na água, mas não se
encontra nitrogênio em qualquer forma em rochas nativas.
● Não fosse pelos processos biológicos, sob as condições oxidantes
presentes na superfície da Terra, e virtualmente todo o nitrogênio
ocorreria na sua forma molecular.
● O nitrogênio molecular entra nos caminhos biológicos do ciclo do
nitrogênio através da sua assimilação por certos organismos.
● Fixação do Nitrogênio: Ex: transformação do N2 atmosférico em amônia
por bactérias no solo.
● Nitrificação: envolve a oxidação do nitrogênio, primeiro da amônia para
o nitrito, e então do nitrito para o nitrato, durante as quais o átomo de
nitrogênio libera muito da sua energia química, potencial. Ambos os
passos são executados somente por bactérias especializadas.
● Assimilação: O nitrato é absorvido pelas raízes das plantas nos
ecossistemas terrestres e pelo o fitoplâncton nos aquáticos.
● Amonificação: hidrólise de proteínas e a oxidação de aminoácidos,
resultando na produção de amônia (NH3), que é realizada por todos os
organismos (decomposição das plantas e produção de excrementos
pelos animais).
● Desnitrificação: é a redução de nitrato à nitrogênio gasoso. Ocorre em
solos carentes de oxigênio e é efetuada por bactérias tais como a
Pseudomonas denitricans.
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ECOLOGIA TERRESTRE
4. ESTRUTURA DO ECOSSISTEMA TERRESTRE
(PRINCIPAIS TIPOS DE COMUNIDADES):
O conceito de comunidade é válido em uma ampla variação de escalas.
Comunidades de larga escala são chamadas biomas, e incluem as
florestas tropicais, florestas temperadas, savanas, desertos e tundras.
Cada bioma possui sua comunidade característica.
(Ex: Distribuição vertical dos organismos na floresta tropical).
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A diversidade animal, em termos de número de espécies aumenta com a
complexidade estrutural da vegetação.
Dependendo da localização geográfica (latitude e longitude) as
comunidades podem variar devido a sazonalidade no clima.
Será que as comunidades que vivem nos trópicos são realmente sazonais?
As plantas terrestres enfrentam variados problemas. Estão sujeitas à
secas periódicas e a rápidas oscilações de temperatura ao longo do dia,
e nas diferentes épocas do ano.
As áreas na superfície terrestre mostram-se descontínuas, e essa
descontinuidade tem um importante efeito sobre a distribuição dos
organismos (Ao contrário do ocorre no ambiente marinho).
4.1. Modificações do Clima
Na terra, todas as espécies e consequentemente as comunidades animais e
vegetais variam em diversidade e abundância, de acordo com os fatores
abióticos e bióticos.
Ex: a temperatura atmosférica média diminui de cerca de 0.5ºC a cada
grau de latitude. E o aumento da altitude produz um efeito semelhante.
4.2. Biomas Terrestres
Um bioma é definido como um grupo de plantas e animais distribuídos
em uma ampla área geográfica, que possuem um passado co-evolutivo que
possibilitou uma adaptação às condições ambientais.
Os biomas terrestres podem ser classificados de várias maneiras, mas as
principais categorias podem ser aqui reconhecidas e fornecem a base para
uma pequena análise da vegetação que ocorre em todo o mundo.
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4.3. Floresta Tropical
Estas florestas são encontradas nas regiões equatoriais onde o índice
pluviométrico excede 240 cm3 / ano, e a temperatura média é maior do
que 17ºC.
Na floresta pluvial tropical vive um maior número de espécies de plantas
e animais do que em todos os outros biomas do mundo reunidos.
As comunidades mais complexas e diversas da Terra encontram-se nestas
florestas úmidas (Erwin 1983).
Nem a água, nem a temperatura consistem fatores limitantes durante todo o
decorrer do ano.
Não existe uma camada rica de húmus como em florestas temperadas, pois
pouca luz solar penetra até o solo da floresta, ocorre pouco metabolismo, e
dessa forma pouca acumulação de restos orgânicos.
As folhas que caem das árvores são rapidamente decompostas, e os
nutrientes retornam para a vegetação.
Nesta floresta as espécies não necessitam desenvolver mecanismos para a
sobrevivência durante épocas desfavoráveis, como nos períodos de seca
ou frio (Ex: hibernação).
Quase todas as plantas são lenhosas, e as plantas trepadeiras lenhosas
são abundantes. Existe também um grande número de epífitas que
crescem sobre os ramos de outras plantas na zona iluminada, bem acima
do solo (no extrato arbóreo).
A floresta pluvial ocorre em quatro principais áreas no mundo. A maior delas
é encontrada na Bacia Amazônica da América do Sul. Os outros locais
são América Central, África e Austrália.
Surpreendentemente, os solos nestas áreas são bastante pobres, e mesmo
assim suportam uma vegetação luxuriante.
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Consequentemente, as áreas de floresta tropical não sustentam práticas
agrícolas.
4.4. Floresta Temperada
A floresta decídua temperada está quase ausente no Hemisfério Sul, mas é
representada em todas as grandes massas continentais do norte.
Este tipo de floresta é bem desenvolvido em áreas com verão quente e
invernos brandos e chuvosos.
As plantas destas regiões, muitas vezes árvores e arbustos decíduos no
verão ou permanentemente verdes, possuem períodos relativamente curtos
de crescimento no outono e na primavera, sendo limitados pelas baixas
temperaturas do inverno e pela seca do verão.
É o tipo de floresta que ocorre principalmente nos EUA e na Europa.
Possui uma influência marcante da sazonalidade, apresentando estações bem
definidas, com temperaturas abaixo de zero durante o inverno.
O índice pluviométrico varia entre 75 e 200 cm3 / ano.
A diversidade de espécies é bem menor do que nos trópicos.
(Possui poucas espécies dominantes).
Os solos são ricos devido à baixa taxa de decomposição da matéria
orgânica. Portanto excelente para a prática da agricultura.
Assim como as plantas, os animais são bem adaptados ao clima rigoroso, e
muitos mamíferos hibernam durante os meses frios.
4.5. Desertos
Os desertos são biomas que tem na água seu principal fator limitante.
São encontrados normalmente em torno das latitudes 30ºN e 30ºS, entre
latitudes das florestas tropicais e temperadas.
Mais que 1/3 da superfície do planeta é ocupado por este bioma.
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Uma das razões para a localização dos desertos é o regime de movimento
dos ventos na atmosfera da Terra.
São caracterizados por duas condições principais; altas temperaturas
durante o dia e a falta de água (menos de 30 cm3 / ano).
Três formas de plantas são adaptadas ao deserto:
As anuais (crescem apenas quando chove)
As suculentas (cactos que armazenam água)
Os arbustos (que tem caule pequeno; numerosas ramificações e
pequenas folhas que retraem em períodos secos).
4.6. SAVANA
As savanas são áreas de transição entre a floresta pluvial tropical sempre
verde e os desertos.
Em geral a pluviosidade é bem mais baixa que na floresta tropical.
Verifica-se também, uma flutuação mais ampla nas temperaturas médias
mensais, devido à época da seca e à escassez de vegetação.
Muitas comunidades vegetais nos trópicos se caracterizam por um período
bem determinado de seca anual. Uma das comunidades vegetais tropicais
mais amplamente distribuída é o campo (“grassland”), com árvores muito
esparsas, e que são geralmente decíduas (perdem as folhas na estação
seca).
4.7. Floresta Boreal de Coníferas (Taiga)
Caracteriza-se por invernos rigorosos e por uma capa de neve persistente
no curso do inverno. Os climas que produzem estes biomas são
encontrados apenas no interior de grandes massas continentais em altas
latitudes, portanto ausente no Hemisfério Sul.
Na taiga a maior parte da precipitação se dá no verão; o ar frio do inverno
nestas regiões possui um teor muito baixo de umidade.
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A taxa de evaporação apresenta-se baixa, sendo frequentes: lagos,
pântanos e brejos.
4.8. Tundra
Esta região constitui um enorme bioma ocupando um quinto da superfície
da terra. É desprovida de árvores, e se estende até os locais mais
afastados em que ocorre algum crescimento de algum vegetal.
É mais desenvolvida no Hemisfério Norte, sendo principalmente
encontrada ao norte do Círculo Ártico.
Em geral, o gelo permanente forma uma camada de menos de 1 metro, e
como a água é incapaz de infiltrar-se através do gelo, as condições do solo
na tundra são normalmente úmidas.
Para que ocorra crescimento de plantas, a temperatura média deve situar-
se acima do ponto de congelamento durante pelo menos 1 mês do ano.
As grandes plantas lenhosas estão ausentes, provavelmente devido à
baixa temperatura e à presença de gelo permanente, que permite apenas o
desenvolvimento de um sistema radicular pouco profundo.
4.9. Fatores que Limitam a Distribuição das Plantas
FATORES CLIMÁTICOS
A distribuição das plantas é primariamente controlada pela distribuição dos
fatores climáticos, tais como umidade, luz e temperatura.
As plantas que ocorrem ao longo de um gradiente ambiental variam
também quanto a sua genética e fisiologia, e embora possam pertencer à
mesma espécie, podem responder de modo muito diferente a um dado grau
de tensão ambiental.
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FATORES EDÁFICOS
As diferenças nos solos – que se denominam diferenças edáficas – são
muito importantes no controle da distribuição das plantas.
Os conteúdos de minerais dos solos constituem fatores fundamentais
na determinação dos padrões de crescimento vegetal.
Os tipos de solo podem diferir mesmo em áreas próximas. O que leva a
variação na diversidade e abundância de espécies vegetais em cada
ambiente.
Em contraste com os fatores de crescimento, tais como luz solar e água,
que afetam geralmente grandes áreas de vida vegetal; as diferenças no
solo, devido a diferença na “rocha-mãe”, podem ser extremamente
localizadas, com linhas de demarcações bem definidas.
FATORES BIÓTICOS
As distribuições biogeográficas são limitadas e determinadas pela
variabilidade fisiológica potencial e pela amplitude do nicho realizado
por cada espécie.
BIODIVERSIDADE QUÍMICO-BIOLÓGICA:
O cidadão moderno raramente percebe que temos o dever moral de
zelar por nosso planeta e de passá-lo em boas condições às gerações futuras.
O administrador sente como obrigação apenas tratar do bem-estar das
populações atuais e o empresário discute tudo com base em lucro financeiro
imediato. Nem um nem outro foram treinados para entender a relação
fundamental entre diversidade e estabilidade de uma comunidade biológica
(May, 1992).
Não é o conceito da diversidade que é compreendido pelos habitantes de uma
região, mas o sentido da utilidade.
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Por isso é mais importante a quantificação do potencial da diversidade
químico-botânica ou químico biológica de uma região, do que a simples
medição quantitativa de sua diversidade em organismos.
Quantas espécies de seres vivos existem ? (5 ou 50 milhões!?)
Por mais espantosas que essas cifras podem parecer, elas
simplesmente se esvanecem ao considerar-se que perfazem apenas 0,1% do
número de espécies que já habitaram a Terra em todas as épocas (Raup,
1991).
Tabela 5 – Correlação do tempo geológico, em milhões de anos, com o teor
de oxigênio calculado em porcentagem dos 21% que existem no presente
(Budyko et al., 1987) e a diversidade em números de espécies fósseis
avaliados com base em dados publicados (Niklas et al., 1983), para quatro
grupos de plantas vasculares que sucessivamente dominaram a flora
terrestre.
Tempo Oxigênio Espéci
es
Plantas
Primitivas
Pteridófita
s
Gimnosperm
as
Angiosperma
s
550 60 ---- ---- ---- ---- ----
500 30 ---- ---- ---- ---- ----
440 80 ---- ---- ---- ---- ----
390 25 15 15 ---- ---- ----
320 130 205 ---- 160 45 ----
215 20 170 ---- 50 120 ----
115 180 290 ---- 40 250 ----
45 70 470 ---- 50 160 260
0 100 700 ---- 50 110 540
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Tabela 6 – Número de espécies identificadas e estudadas como
porcentagem do número total estimado de espécies existentes (adaptado
de Wilson, 1988).
Espécies
registradas
% do total % do total
(em dúvida)
Metabolismo
especial
Microorganismo
s
5700 3-27 24 Abundante
Invertebrados 1.020.561 3-27 24 Abundante
Plantas 322.311 67-100 33 Abundante
Peixes 19.056 83-100 17 Pobre
Anfíbios,
Répteis
11.757 90-95 5 Pobre
Pássaros 9.040 94-100 6 Pobre
Mamíferos 4.000 90-95 5 Pobre
a) Plano de ação mundial em prol da sobrevivência:
- Levantamento da fauna e da flora do mundo;
- Criação de riqueza de produtos biológicos (fármacos, alimentos, etc.);
- Promoção de desenvolvimento sustentado;
- Salvação da diversidade biológica remanescente;
- Restauração da natureza selvagem em regiões que foram exauridas e
abandonadas.
É óbvio que sem o conhecimento do conteúdo biológico do mundo
nunca se chegará a compreensão do funcionamento da natureza, condição
sem a qual o “desenvolvimento sustentado” permanecerá o que é hoje: um
apelo político sem retribuição social.
O que falta? Faltam métodos e técnicas para se avaliar o potencial de
riqueza morfológica e química da vegetação natural.
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É importante sanar essa situação com o objetivo de orientar zoneamentos,
estabelecendo prioridades entre áreas destinadas à conservação, ao estudo, à
indústria extrativista ou às atividades imediatistas e utilitárias diversas como
mineração, agricultura, pecuária, formação de barragens e cidades.
Um método de quantificação de riqueza natural até permitiria o cálculo
de multas condizentes com o valor das coberturas vegetais submetidas a
destruição ilegal. Propõe-se dessa forma alcançar o objetivo com base no
conceito de biodiversidade.
b) Diversidade em espécies Segundo Wilson (1992) “o mais importante
indício do gradiente de diversidade latitudinal é o aumento de espécies (ou
qualquer outra categoria taxonômica) encontrada ao viajar dos pólos para o
equador. O maior número de espécies encontra-se nas regiões equatoriais da
América do Sul, da África e da Ásia.
Ex: Plantas vasculares. De 250.000 espécies conhecidas, 170.000 ocorrem
nos trópicos e subtrópicos, especialmente nas florestas úmidas.
Teoria de energia-estabilidade-área da biodiversidade Quanto mais
energia solar, quanto mais estável o clima e quanto mais extensa a área, tanto
maior a diversidade.
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