gÊnese e classificaÇÃo de solos …alexandria.cpd.ufv.br:8000/teses/solos e nutricao de...
Post on 28-Sep-2018
216 Views
Preview:
TRANSCRIPT
KATIA KAROLINE DELPUPO SOUZA
GÊNESE E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DESENVOLVIDOS EM SEMIDESERTO POLAR - ILHA SEYMOUR, ANTÁRTICA
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, para obtenção do título de Magister Scientiae.
VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL
2012
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV
T Souza, Katia Karoline Delpupo, 1986- S731g Gênese e classificação de solos desenvolvidos em 2012 semideserto polar – Ilha Seymour, Antártica / Katia Karoline Delpupo Souza. – Viçosa, MG, 2012. vii, 70f. : il. (algumas col.) ; 29cm. Inclui anexo. Orientador: Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa. Referências bibliográficas: f. 42-47. 1. Solos - Formação. 2. Antártida. 3. Solos criogênicos. 4. Solos - Salinidade. 5. Permafrost. 6. Mineralogia do solo. 7. Solos - Classificação. 8. Ciência do solo. I. Universidade Federal de Viçosa. II. Título. CDD 22. ed. 631.4
KATIA KAROLINE DELPUPO SOUZA
GÊNESE E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DESENVOLVIDOS EM SEMIDESERTO POLAR - ILHA SEYMOUR, ANTÁRTICA
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, para obtenção do título de Magister Scientiae.
APROVADA: 16 de fevereiro de 2012.
Fábio Soares de Oliveira Raphael B. A. Fernandes
Carlos Ernesto G. Reynaud Schaefer
(Orientador)
ii
AGRADECIMENTOS
À minha família, Adair, Jucélia e Gabriela, por me ensinarem que amar é
dedicar-se a um objetivo, ainda que não entendido, por abdicarem de seus sonhos
em favor dos meus e compreenderem minhas constantes ausências.
À minha segunda família, meus tios Henrique e Genilza, e primos, Lívia,
Pedro Henrique e Larah, pelo grande incentivo e carinho. Ao meu tio Henrique pela
inspiração.
Aos amigos e amigas de Viçosa,Camila Rosado, JJ Leal de Souza, Leo
Jackson, Natália Figueredo, DiogoSpinola, Raquel Portes, Maola Faria, Mariana
Carvalho e Sabrina Simon pelaamizade, apoio e ensinamentos.
As estagiárias Mayara e Lilyan pela contribuição ao trabalho, pela amizadee,
principalmente por terem tornado as inúmeras horas de laboratório mais
prazerosas.
Ao professor Carlos Ernesto Schaefer, pela oportunidade, confiança e
eterna inspiração. Aos professores Felipe Simas, Rafael Bragança, Maurício
Fontes, Liovando Costa pela ajuda sempre oportuna.
Aos laboratoristas da Geoquímica Geraldo Robésio e Mário Sergio pela
presteza e amizade.
As secretárias da pós-graduação Luciana de Castro e Cláudia Gonçalves
pela simpatia e eficiência.
Aos demais professores e funcionários do Departamento de solos pela
contribuição.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelo
apoio financeiro e à Marinha do Brasil pelo apoio logístico e operacional.
Às pessoas amigas que, de alguma forma, estiveram presentes ao meu lado
e colaboraram para a conclusão deste trabalho.
iii
SUMÁRIO
Página
RESUMO .......................................................................................................... iv
ABSTRACT ...................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 01
2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 06
2.1. A Área de estudo ..................................................................................... 06
2.2. Amostragem de solos e determinações laboratoriais ................................ 08
2.3. Classificação dos solos ............................................................................ 10
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 11
3.1. Aspectos gerais ....................................................................................... 11
3.2. Solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos .......................... 24
3.3. Solos sulfatados ....................................................................................... 30
3.4. Solos ornitogênicos................................................................................... 34
4. CONCLUSÕES .......................................................................................... 40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 42
6. ANEXOS ..................................................................................................... 48
iv
RESUMO
SOUZA, Katia Karoline Delpupo, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2012. Gênese e classificação de solos desenvolvidos em semideserto polar - Ilha Seymour, Antártica. Orientador: Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer. Coorientador: Felipe Nogueira Bello Simas. Os ambientes periglaciais constituem um dos mais importantes
componentes da paisagem global, principalmente no que diz respeito a
processos regulatórios de água, temperatura e carbono. Processos
intempéricos relacionados à ação do gelo e presença de permafrost são
características peculiares desses ambientes, que englobam regiões de
elevada altitude e/ou latitude por todo o planeta. Dentre os processos
gerais de intemperismo e de formação de solo comuns às áreas livres de
gelo da Antártica, observa-se que alguns desses processos tomam maior
ou menor importância quando observados em detalhe para a formação de
paisagens específicas. A ilha Seymour (Marambio) encontra-se na porção
setentrional do Mar de Weddell e é formada por sedimentos originados
desde o Cretáceo Superior até o Terciário Inferior, cortados por diques
basálticos. Esses sedimentos são compostos por areias glauconíticas,
siltes betuminosos, sulfetos e carbonatos advindos de fósseis. Os
principais fatores que influenciam a pedogênese são: o clima árido e frio,
favorecendo a presença de sais solúveis em abundância, a ocorrência de
sedimentos ricos em sulfetos e a atividade da avifauna levando à formação
de solos ornitogênicos. Nesse sentido, os objetivos desse trabalho foram
descrever propriedades de solos desenvolvidos em semideserto polar da
Ilha Seymour; identificar e analisar fatores e processos pedogenéticos nos
diferentes pedoambientes da ilha; e classificar tais solos nos sistemas de
classificação Soil Taxonomy e WRB (FAO). Foram descritos perfis de solos
representativos de diferentes pedoambientes e coletados amostras dos
horizontes pedogenéticos. Em amostras de terra fina seca ao ar,
promoveu-se o pré-tratamento para remoção de sais solúveis; rotinas
químicas e físicas como pH em água, acidez potencial (H + Al), extração e
determinação de bases trocáveis; carbono orgânico total, condutividade
v
elétrica, granulometria e cor do solo seco. Os perfis foram classificados
segundo a Soil Taxonomy e pelo sistema de classificação da World
Reference Base for Soil Resources. A maioria dos solos apresentaram
permafrost dentro da seção de controle, sendo, portanto, enquadrados
como Gelisols e Cryosols pela Soil Taxonomy e WRB/FAO,
respectivamente. De forma geral, apresentaram pouca crioturbação,
explicada pela pouca umidade do sistema (permafrost seco). O
intemperismo físico é menos atuante do que se observa na Antártica
Marítima devido à diminuição da crioclastia. Da mesma forma, os solos
indicam menor intemperismo químico em relação a regiões mais úmidas da
Antártica, uma vez que a elevada aridez é fator limitante para o
desencadeamento de reações químicas em geral. Destacamos a
salinização, a fosfatização e a sulfurização como principais processos de
formação de solos na ilha. Os solos são em sua maioria salinos, nátricos,
eutróficos, alcalinos e com elevada CTC. De acordo com interpretação das
características morfológicas, físicas, químicas, mineralógicas, classificação
e condições ambientais específicas, os solos da Ilha Seymour foram
agrupados em três grupos: solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos
e siltitos; solos sulfatados e solos ornitogênicos. Observou-se que a
definição dos diferentes pedoambientes na ilha está intimamente ligada à
diferenciação do relevo sendo este, determinante para a presença de
permafrost seco ou cimentado por gelo. Outro fator determinante é a
constituição do material de origem, com menor ou maior conteúdo de
sulfetos, carbonatos e outros minerais. Diversos traços da paisagem
sugerem uma condição paleoambiental mais úmida. Tanto a fosfatização,
quanto a sulfurização são importantes fontes de acidez para esse sistema
generalizadamente alcalino. Os sistemas Soil Taxonomy e WRB/FAO não
possuem critérios de classificação adequados para classificar todos os
solos desenvolvidos em áreas de transição climática que sejam afetados
por sais, fosfatização e sulfidização.
Palavras-chave: Pedogênese; Antártica; permafrost seco; salinidade;
sulfurização; oxidação de sulfetos; fosfatização; solos ornitogênicos.
vi
ABSTRACT
SOUZA, Katia Karoline Delpupo, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, February, 2012. Genesis and classification of soils developed in polar semi desert - Seymour Island, Antarctic. Adviser: Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer. Co-adviser: Felipe Nogueira Bello Simas. Periglacial environments constitute one of the most important components
of the global landscape, especially with regards to regulatory processes of
water, temperature and carbon. Weathering processes related to ice action
and the presence of permafrost are peculiar characteristics of these
environments, which include regions of high altitude and/or latitude around
the globe. Among the general processes of weathering and soil formation
common to free ice areas of Antarctica, it is observed that some of these
processes take major or minor importance when they are observed in
details for the formation of specific landscapes.
The Seymour Island (Marambio) is located in the Northern portion of the
Weddell Sea and it is composed of sediments dating from the Late
Cretaceous to the Lower Tertiary, cut by basaltic dikes. These sediments
are constituted of glauconitic sands, bituminous silts, sulfides and
carbonates coming from fossil.
The main factors which influence the pedogenesis are the arid and cold
climates favoring the presence of soluble salts in abundance, the
occurrence of sediments rich in sulfides and the bird activity leading to the
formation of ornithogenic soils.
Thus, this work aimed at describing properties of soils developed on polar
semi desert of Seymour Island, identifying and analyzing pedogenic factors
and processes in different pedological systems of the island; and, finally,
classifying such soils according to Soil Taxonomy and WRB (FAO)
classification systems. It was described profiles of representative soils from
different pedoambientes and collected samples of pedogenic horizons.
vii
In samples of fine ground dried on air, it was promoted a pretreatment to
remove soluble salts. It was also promoted chemical and physical routines
as soil pH, potential acidity (H + Al), extraction and determination of
exchangeable bases; the total organic carbon, electrical conductivity,
particle size and dry soil color. The profiles were classified according to the
Soil Taxonomy and the World Reference Base for Soil Resources
classification systems.
Most of the soils showed permafrost inside the control section and,
consequently, they were classified as Gelisols and Cryosols by the Soil
Taxonomy and WRB/FAO, respectively. In general, they presented little
cryoturbation, which is explained by the low humidity of the system (dry
permafrost). The physical weathering is less active than those observed in
the Antarctic Maritime due to the decreased cryoclastic. Similarly, the soils
indicate lower chemical weathering compared to more humid regions of
Antarctica, since the high aridity is a limiting factor for triggering chemical
reactions in general. It was emphasized the salinization, phosphate and
sulfurization as the main processes of soil formation on the island. The soils
are mostly saline, natric, eutrophic, alkaline, and contain high CTC.
According to the interpretation of the morphological, physical, chemical,
mineralogical characteristics, classification and specific environmental
conditions, the soils from the Seymour Island were divided into three
groups. They are: immature alkaline soils on sandstones and siltstones;
sulfate and ornithogenic soils. It was observed that the definition of the
different pedological systems on the island is closely connected to the
difference of the relief, which is decisive for the presence of permafrost
dried or coated by ice. Another important factor is the constitution of the
original material with lower or higher content of sulfides, carbonates and
other minerals. Several features of the landscape suggest a more humid
paleoenvironmental condition. Both phosphate and sulfurization are
important sources of acidity for this alkaline system. The Soil Taxonomy
and WRB/FAO systems do not have adequate classification criteria to
classify all the soils developed in areas of climate transitions that are
affected by salts, phosphate and sulphidesoxidise.
viii
Key-words: Pedogenesis; Antarctica; dry permafrost; salinity; sulfurization;
sulphide oxidation; phosphatization; ornithogenic soils.
1
1. INTRODUÇÃO
Os ambientes periglaciais constituem um dos mais importantes
componentes da paisagem global, principalmente no que diz respeito a
processos regulatórios de água, temperatura e carbono terrestre. Processos
intempéricos relacionados à ação do gelo e presença de permafrost são
características peculiares desses ambientes, que englobam regiões de
elevada altitude e/ou latitude por todo planeta (FRENCH, 1987).
Em diversos ambientes periglaciais, em consequência de longos
períodos de inverno intercalados por verões amenos, ocorre a formação de
uma camada permanentemente congelada denominada permafrost.
Tradicionalmente, a definição de permafrost tem por base a temperatura,
sendo definido como solo (ou rocha) que permanece abaixo de 0C por pelo
menos dois anos consecutivos (FRENCH, 1987). A definição é, portanto,
estritamente térmica, o que significa dizer que o substrato não necessita
estar congelado, já que por diversos fatores, como a presença de sais
solúveis, por exemplo, o ponto de congelamento da água pode ser alterado.
Os ecossistemas terrestres da Antártica constituem paisagens
essencialmente periglaciais. A Antártica é o quinto maior continente do
planeta com área de aproximadamente 14 milhões de km2. Contém 90% do
gelo do mundo e possui as mais baixas temperaturas já registradas no
planeta (CAMPBELL, CLARIDGE, 1987). Exerce influência marcante no
hemisfério sul, na atmosfera global e nos sistemas criosféricos, por sua
altitude e posição geográfica (UGOLINI, BOCKHEIM, 2008). A formação de
solo na Antártica está restrita a menos de 0,35% do continente (45.000 km2),
abrangendo áreas livres de gelo localizadas na costa e nos vales glaciais
secos entre as montanhas transantárticas (CAMPBELL, CLARIDGE, 1987;
BOCKHEIM, 1997).
O clima é um dos fatores mais importantes para a formação de solos
na Antártica, pois influencia a quantidade de água disponível no perfil, o que
irá determinar a gênese dos solos (CAMPBELL, CLARIDGE, 1987), a
presença de permafrost e profundidade da camada ativa (FRENCH, 2001),
além da ocorrência e tipo de vegetação (ELLENBERG, 1988).
2
O permafrost tem demonstrado ser altamente suscetível a alterações
climáticas (OSTERKAMP, 2003), sobretudo quando em distribuição
descontínua. O clima influencia o estado do permafrost, a espessura da
camada ativa, a vegetação e as propriedades do solo de forma que estes
componentes ambientais interagem via mecanismos complexos, afetando os
processos pedogenéticos.
Embora os processos de intemperismo físico sejam dominantes na
Antártica, há também evidência de intemperismo químico e sua atuação tem
sido um importante tema de pesquisa. As conclusões mais consensuais
sobre a formação do solo na Antártica são de que os processos químicos de
intemperismo funcionam apenas de forma limitada e que a desintegração da
rocha e formação do solo é provocada em grande parte por processos
físicos (CAMPBELL, CLARIDGE, 1987), embora Simas et al. (2007) tenham
sugerido uma atuação mais forte do intemperismo químico que o previsto na
região da Antártica Marítima, especialmente nos solos tiomórficos e nos
ornitogênicos.
Dentre os processos gerais de intemperismo e de formação de solo
comuns às áreas livres de gelo da Antártica, observa-se que alguns desses
processos tomam maior ou menor importância quando observados em
detalhe para a formação de paisagens específicas. Para a área em estudo
neste trabalho - Ilha Seymour - os principais processos que influenciam a
gênese dos solos são: a presença de sais solúveis em abundância, a
ocorrência de solos sulfatados ligados aos sedimentos marinhos ricos em
sulfeto e a fosfatização para a formação de solos ornitogênicos (TATUR et
al., 1993).
A Península Antártica é considerada uma área de transição climática
entre a Antártica Marítima e a Antártica Continental. A primeira é mais úmida
e quente devido aos ventos úmidos que descem do Oceano Atlântico e
Oceano Pacífico, que por sua vez perdem quase toda essa umidade antes
de atravessar a Península Antártica. A segunda possui temperaturas mais
severas (abaixo de zero durante todo o ano) e, portanto, quase ausência de
precipitação, constituindo um deserto polar (CAMPBELL, CLARIDGE, 1987).
Ecossistemas terrestres da Península Antártica são, portanto, áreas de
grande influência de processos típicos de regiões semidesérticas (como a
3
salinização), mas podem possuir água suficiente no sistema para
desencadear processos intempéricos e pedogenéticos. Os solos da Antártica
Peninsular mostram muitas semelhanças com solos de desertos em outras
partes do mundo (CLARIDGE, CAMPBELL, 1968; 1982).
Os sais em solução nas rochas e solos na Antártica podem
incrementar o intemperismo de duas formas - fisicamente ou quimicamente.
Para Campbell e Claridge (1987), a ação física do sal no intemperismo de
rochas e solo se dá pela exposição de rochas e fragmentos ao ar devido à
pressão exercida pela cristalização de sal a partir de soluções confinadas
em poros e pequenas fraturas. Segundo Wellman e Wilson (1965) e Cooke e
Smalley (1968), esse processo é similar ao intemperismo imposto pelo gelo,
no qual o crescimento dos cristais de gelo exerce pressão suficiente para
separar grãos de minerais ou fragmentos de rocha.
A presença de sais solúveis em água no solo é essencial para o
desencadeamento de processos de intemperismo químico, que não é
possível prosseguir sem umidade. Apesar da pouca umidade disponível na
Antártida, soluções concentradas de sal podem permanecer descongeladas
e, assim, o intemperismo químico e o movimento de íons podem ocorrer
dentro de fendas e na superfície das rochas aparentemente secas
(CAMPBELL e CLARIDGE, 1987).
A formação de solos ácidos derivados de sedimentos contendo
sulfetos ocorre através do processo de sulfurização, quando materiais que
contenham sulfetos são expostos a condições oxidantes (DENT, 1986;
FANNING, FANNING, 1989; FERREIRA et al., 2007a,b). A oxidação dos
sulfetos depende da presença de oxigênio, sendo as reações catalisadas por
bactérias. Na ausência de carbonatos, o pH extremamente ácido (<3,5)
desenvolvido no solo, induz à intemperização dos silicatos, com a liberação
de Al e a formação de jarosita [KFe3(SO4)2(OH)6] visível na forma de
mosqueados de coloração amarelo pálida ou placas brunadas (KITTRICK et
al., 1982). Por outro lado, havendo mistura de soluções de sulfato ácido
contendo alumínio dissolvido com as águas de pH elevado tamponadas com
carbonatos, formam-se sulfatos de Al, análogos à jarosita, como a alunita
[KAl3(SO4)2(OH)6] em pH > 5,0 (BIGHAM, NORDSTROM, 2000).
4
Em ecossistemas terrestres da Antártica, a deposição de material
orgânico pelas aves marinhas impulsiona o intemperismo químico e acentua
a formação de solo. A ocorrência de avifauna favorece a biodiversidade e a
disponibilidade de nutrientes em alguns locais, proporcionando a formação
de solos ornitogênicos (UGOLINI, 1970; UGOLINI, 1972; TATUR, 1989;
TATUR et al., 1997; MICHEL et al., 2006; SIMAS et al., 2007a). Além dos
pinguins, outras aves como as skuas, petréis e gaivotões também
contribuem para o processo de ornitogênese.
Com o degelo e consequente elevação glacio-isostática durante o
Holoceno, um grande número de pinguineiras foram abandonadas e novas
se desenvolveram nos terraços recentemente expostos mais próximos da
costa emergentes e em afloramentos rochosos (TATUR et al., 1997). Na
sequência, esses sítios abandonados foram cobertos pela vegetação e
sujeitos aos processos pedogenéticos. Nessas áreas de ex-colônias da
avifauna evoluiu um determinado tipo de solo criogênico, provisoriamente
classificado como Criossolos Ornitogênicos, com base em atributos físico-
químicos peculiares relacionados à acumulação de excrementos de aves e
de transformação desses sítios em lugares de nidificação ao longo da costa
antártica (TATUR, 1997; SIMAS et al., 2007a).
Solos Ornitogênicos são geralmente caracterizadas por baixo valores
de pH, teores elevados de P (SIMAS et al., 2004 apontam teores chegando
a 4150 mg/dm3 em sub-superfície), alta disponibilidade de Al3+, e variável,
mas geralmente elevada quantidade de Ca2+, Mg2+ e K+ trocáveis
(SCHAEFER et al., 2004; MICHEL et al., 2006; SIMAS et al., 2007). Além
disso, nas áreas mais antigas são utilizados nutrientes acumulados em
fosfatos secundários de ferro e alumínio. Nestas áreas, a vegetação também
apresenta maiores teores de magnésio, cálcio e ferro em seus tecidos
(TATUR, MYRCHA, 1993).
Apesar de sua limitada distribuição geográfica, os solos ornitogênicos
são os mais desenvolvidos e os mais importantes reservatórios de C
orgânico de ecossistemas terrestres da Antártica (SIMAS et al., 2007b). A
compreensão dos fenômenos físicos e químicos, da dinâmica da matéria
orgânica e dos ciclos biogeoquímicos nas áreas polares apresenta especial
relevância para a preservação desses ambientes e para um melhor
5
entendimento da pedogênese em ambientes de extremo frio (MICHEL et al.,
2006).
As regiões polares são consideradas sistemas muito sensíveis para
se estudar os impactos do clima, pois seus componentes abióticos
(WELLER, 1998) e bióticos (HODKINSON et al., 1998) são altamente
suscetíveis a perturbações. As zonas polares de ambos os hemisférios tem
sido muito referenciadas como regiões-chave para a avaliação e
monitorização dos impactos das alterações climáticas. Mudanças mais
evidentes e mais rápidas são esperadas nas áreas polares e as primeiras
provas disto já têm sido relatadas no Ártico e na Península Antártica
(CONVEY, 2001; COOK et al., 2005; TURNER et al., 2005). Devido à
sensibilidade do ambiente antártico as variações climáticas, a avaliação do
comportamento do degelo dos permafrost é de grande valia para elucidar os
possíveis impactos que o aquecimento global pode trazer ao planeta.
Os estudos pedológicos envolvendo atributos morfológicos, químicos,
físicos e mineralógicos fornecem importantes informações a nível local,
permitindo compreender melhor o funcionamento dos ecossistemas. Assim,
através desses estudos são identificadas condições ambientais locais
específicas importantes para o conhecimento dos solos em nível mais amplo
(SCHAEFER et al., 2000).
Os objetivos desse trabalho foram descrever propriedades de solos
desenvolvidos em semideserto polar da Ilha Seymour; identificar e analisar
fatores e processos pedogenéticos envolvidos na formação dos diferentes
pedoambientes da ilha; e classificar tais solos nos sistemas de classificação
Soil Taxonomy e WRB (FAO).
6
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. A área de estudo
A ilha Seymour (Marambio) está localizada na porção setentrional do
Mar de Weddell, nas coordenadas geográficas 56°43´ (longitude oeste) e
64°14´ (latitude sul) (Figura 1), sendo parte do denominado grupo de ilhas
de James Ross. Está situada a 100 km a sudeste do extremo norte da
Península Antártica, no Mar de Weddell. Apresenta dimensões aproximadas
de 18,5 km no sentido NE-SO (Cabo Lamas-Cabo Wiman) e 8,5 km de
largura máxima no sentido NO-SE entre o Cabo Bodman e a Ponta Pinguim
(NOZAL et al., 2007).
Figura 1: Localização da Ilha Seymour no contexto da Antártica Marítima e Península Antártica
A ilha é formada por sedimentos originados do Cretáceo Superior ao
Terciário Inferior, cortados por diques basálticos (ZINSMEISTER, 1982;
7
ELLIOT, TRAUTMAN 1982; SADLER, 1988) (Figura 2). Ao Paleógeno
pertencem: Formação Sobral, Formação Cross Valley e Formação La
Meseta. Essa três formações apresentam-se como sedimentos arenosos,
frequentemente areias glauconíticas, intercalados de siltitos betuminosos e
argilitos contendo sulfetos. Concreções carbonáticas de diversas formas são
predominantes em vários níveis de rochas do Paleógeno, particularmente
nos fósseis da formação La Meseta. Já a formação López de Bertodano é
dominada por sedimentos arenossiltosos mais soltos do Cretáceo (maciços
somente na base) (MACELLARI, 1988). Esses sedimentos são geralmente
mais homogêneos e de maior densidade quando intemperizados devido ao
menor conteúdo de betume e sulfetos.
Figura 2.Geologia da Ilha Seymour.
Fonte. Tatur et al. (1993). O sistema hídrico superficial é composto por pequenos canais de
drenagem de regime intermitente, ativos somente durante o verão, que
vertem das bacias superiores ao Mar de Weddell. A atividade dos cursos
d´agua é variável até dentro da mesma estação, dependendo fortemente das
condições meteorológicas (SILVA BUSSO et.al., 2000; SILVA BUSSO,
2004).
8
O clima da ilha é subpolar, semiárido, com temperaturas médias
anuais que oscilam entre -5°C e -10°C (REYNOLDS, 1981). Sob o ponto de
vista morfodinâmico, a ilha se encontra em ambiente periglacial, sujeita,
portanto, a processos ligados ao congelamento e descongelamento (NOZAL
et al., 2007). Possui permafrost com espessuras entre 180-200 cm e
temperaturas do solo menores que -5°C (FUKUDA et al., 1992). Durante o
inverno, o solo fica coberto de neve e congelado até a superfície, porém,
durante o verão a superfície do terreno se funde, constituindo a camada
ativa. Geralmente este descongelamento estacional começa em novembro,
coincidindo com o derretimento das acumulações de neve do inverno,
estendendo-se até o final de fevereiro. A espessura da camada ativa é muito
variável, tendo sua máxima profundidade nas vertentes suaves do norte e
noroeste e nas rampas dos terraços marinhos (ERMOLIN, DE ANGELIS,
2002).
A superfície da ilha Seymour é quase completamente desprovida de
vegetação. Há pouquíssima acumulação de matéria orgânica nos solos em
processo atual de formação. No entanto, compostos betuminosos herdados
do substrato rochoso podem ocorrer em mantos de intemperismo, relativos a
condições de formação geogênicas pretéritas (NOZAL et al., 2007).
2.2. Amostragem de solos e determinações laboratoriais
O levantamento exploratório dos solos na Ilha Seymour foi realizado
entre 19 de fevereiro e 02 e março de 2011, durante a OPERANTAR XXIX.
Foram coletados vinte e um (21) perfis distribuídos pelos diferentes
substratos da ilha, representativos dos distintos pedoambientes. As coletas e
descrições morfológicas foram realizadas a partir de adaptações de
Bockheim et al. (2006). As amostras de solo foram destorroadas, secas ao
ar e passadas em peneira de 2 mm para a obtenção da terra fina seca ao ar
(TFSA). As análises físicas, químicas e mineralógicas foram realizadas nos
Laboratórios do Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa. A
saber: Laboratório de Rotina de Solos, Laboratório de Física do Solo,
Laboratório de Geoquímica, Laboratório de Fertilidade do Solo, Laboratório
9
de Absorção Atômica, Laboratório de Elementos Traços e Laboratório de
Mineralogia do Solo.
Foi promovido o pré-tratamento para remoção de sais solúveis das
amostras utilizando álcool hidratado (1:5), segundo Richards (1954). A
textura foi determinada conforme Embrapa (1997), porém, com uso de
agitação lenta conforme indicações de Ruiz (2005a-b). A cor do solo seco foi
determinada utilizando caderneta de Munsell (1994). A condutividade elétrica
foi determinada no extrato aquoso na relação 1:5 (RICHARDS, 1954) e
posteriormente corrigida com fator de correção em função da granulometria
do solo, segundo indicações de Slavich e Petterson (1993).
O pH do solo (em água) e os teores de cátions trocáveis foram
determinados conforme procedimentos indicados pela Embrapa (1997). Para
extração de fósforo, sódio e potássio disponíveis, foi utilizado HCl 0,5 mol.L-1
+ H2SO4 0,025 mol.L-1 (Mehlich - 1), na proporção 1:10, sendo o fósforo
determinado espectrofotômetricamente e o sódio e potássio por fotometria
de emissão de chama. A dosagem de cálcio e magnésio foi realizada por
espectroscopia de absorção atômica e alumínio trocável por titulometria
após a extração com KCl 1 mol.L-1 na relação 1:10. A acidez potencial (H +
Al) foi determinada por titulometria após extração com Ca(CH3COO2) 0,5
mol L-1 na relação 1:10 a pH 7,0 (EMBRAPA, 1997). O fósforo remanescente
(P- rem) foi obtido em amostra de TFSA com CaCl2 0,01 mol L-1, contendo
60 mg/ml de P, na relação solo:extrator de 1:10 segundo Alvarez e Fonseca
(1990) e, determinado nos extratos segundo Murphy e Riley (1962). O
carbono orgânico total (COT) foi determinado por oxidação via úmida de
acordo com o método proposto por Yeomans e Bremner (1988).
A caracterização mineralógica das frações argila e areia foi realizada
por difratometria de raios-X utilizando lâminas em pó analisadas em
difratômetro RigakuRadiationShield.Utilizou-se radiação de Co Kα, no
intervalo entre 4 a 70°2θ a 1 passo s-1, com tensão de 40 kV e corrente de
30 mA. Foram realizados tratamentos químicos diferenciais nas argilas,
saturando-as com Mg, Mg e glicerol, K a temperatura ambiente, K a 350°C e
K a 550°C (MEHRA & JACKSON, 1960). Os picos dos minerais foram
identificados nos difratogramas de raios-X a partir de tabelas propostas por
Chen (1977).
10
2.3. Classificação dos solos
Os perfis foram classificados segundo a Soil Taxonomy (SOIL
SURVEY STAFF, 2010), doravante denominada (SSS, 2010) e pelo sistema
de classificação da World Reference Base for Soil Resources(WRB) (IUSS
WORKING GROUP WRB, 2006), doravante denominada (IUSS, 2006).
11
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Aspectos gerais
Dos vinte e um perfis coletados, dezenove possuem permafrost
dentro dos 100 cm, sendo, portanto, enquadrados como Gelisols pela Soil
Taxonomy (SSS, 2010) e Cryosols pela World Reference Base for Soil
Resources(WRB) (IUSS, 2006). Outros dois perfis não possuem permafrost
dentro da seção de controle devido a pouca profundidade, sendo, por outro
lado, classificados como Entisols e Leptosol, segundo os mesmos sistemas
de classificação, respectivamente (Tabela 1). As características morfológicas
e classificação, atributos físicos e químicos aqui discutidos estão nas
Tabelas 1, 2 e 4.
Devido a seu atual contexto climático, a Ilha Seymour possui diversas
características que favorecem acumulação de sais, em forma de horizontes
salinos, crostas salinas e também de forma generalizada no perfil. Os
valores de condutividade elétrica (CE) indicam que a maioria dos solos da
ilha possui caráter salic (SSS, 2010; IUSS, 2006). O sódio é o principal íon
acumulado conferindo à maioria dos solos estudados elevados índices de
saturação por sódio (ISNa) e, consequentemente, caráter natric (SSS, 2010;
IUSS, 2006).
Apenas os perfis P1, P6, P15, P17 e P19 e os perfis P6, P9, P11 e
P21 não possuem teores suficientes para serem salic e natric,
respectivamente. Isso está ligado a condições específicas de melhor
drenagem nesses perfis. Ainda assim, todos eles possuem valores de CE e
ISNa bastante elevados, indicando a influência generalizada da salinidade
sobre as características físico-químicas dos solos da ilha. Possuem ainda
saturação por bases acima de 50% (eutróficos), com argilas de atividade alta
pH elevado, com baixa atividade de alumínio (Tabela 4).
12
Tabela 1. Características gerais dos diferentes perfis analisados.
1Nível Médio do Mar; 2Coordenada UTM, fuso 21S datum WGS 84, 4Os termos entre aspas indicam nomenclatura não existente na Soil Taxonomy.
Perfil Altitude1 Posição
Geográfica2 Descrição Geral
Classificação
Soil Taxonomy WRB/FAO
MP1 8 m 512735 Oeste 2874368 Sul
Siltito e Arenito da formação Lopes de Bertodano. Terraço marinho dissecado. Evidência de oxidação em superfície. Estrutura pequena granular e média blocos subangulares. Permafrost seco a 60 cm.
TypicAnhyorthels
Aridic-HaplicCryosol
MP2 36 m 512733 Oeste 2874058 Sul
Siltito e Arenito da formação Lopes de Bertodano. Superfície de crioplanação. Dissecação em nível intermediário. Evidência de oxidação em superfície. Estrutura semelhante à P1, porém, menos desenvolvida. Permafrost seco de 40 a 80 cm. Abaixo de 80 com gelo intersticial.
SalicAnhyorthels Aridic-SalicCryosol
MP3 60 m 513358 Oeste 2873800 Sul
Parte mais elevada da Formação Lopes de Bertodano. Permafrost a 60 cm duro, com água e crosta de gelo.
SalicPsammorthels Arenic-SalicCryosol
MP4 101 m 514708 Oeste 2872993 Sul
Solo desenvolvido de saprolito de basalto em dique de basalto, com características ândicas. Permafrost da 40-50 cm.
SulfuricAquorthels
Oxyaquic-SalicCryosol
MP5 30 m 514335 Oeste 2873173 Sul
Solo coletado em fundo de vale em transição para o terraço, sobre sedimentos fluviais em deserto polar. Solo com forte gradiente térmico e com padrões poligonais. Presença de fósseis em pequenos montes (rochosidade). Permafrost a 45-50 cm cimentado por gelo.
SalicAquiturbels Oxyaquic-SalicCryosol
MP6 103 m 516288 Oeste 2874476 Sul
Perfil em rampa na base da Formação La Meseta (Submeseta). Rampa de solifluxão com canais ativos próximos. Dissecação em ravinas que destrói nível de pedimentação em clima mais seco anterior. Matriz arenosa com tilito com rochas variadíssimas (quartzito, granito, gnaisse, xisto verde). Permafrost seco a 120 cm.
TypicPsammorthels
Arenic-SkeleticCryosol
MP7 34 m 515289 Oeste 2873537 Sul
Perfil coletado em canais de degelo sobre sedimentos basálticos. Solo cromado e cimentado por gelo em campo de solos poligonais. Antiga planície fluvial. Permafrost cimentado por gelo a 42 cm.
SulfuricAquiturbels
Oxyaquic-SalicCryosol
MP8 8 m 514948 Oeste 2870235 Sul
Perfil coletado em terraço marinho soerguido com pinguineira em nível de ocupação subatual. Substrato com areias glauconíticas sem interação com a fosfatização superficial. Permafrost seco a 120 cm.
“Ornithogenic” Salic Aquorthels4
Ornithic-OxyaquicCryosol
MP9 109 m 514564 Oeste 2869769 Sul
Perfil coletado em encosta íngreme sobre sedimentos rasos de arenito. Fracamente nidificado. Sem permafrost dentro da seção de controle.
LithicPsammaquents
Lithic-ArenoLeptosol
MP10 48 m 514662 Oeste 2869749 Sul
Perfil coletado em nível mais alto de soerguimento da pinguineira sobre arenitos tifáceos - face Mar de Weddell. Fosfatização rasa sobre a rocha. Fosfatização nas fraturas. Matéria orgânica iluvial e puramente derivada de Prasiola ou dejetos. Cimentado por crosta de Prasiola. Estrutura composta. Sem permafrost dentro da seção de controle.
“Ornithogenic” Lithic Psammaquents4
Ornithic-LithicLeptosol
MP11 22 m 514730 Oeste 2869898 Sul
Perfil coletado em paleoninhal de pinguineira sobre areias glauconíticas com pirita. Fraca ocupação atual, sugerindo ocupação pretérita bem maior. Fraca interação do guano com areia glauconítica do substrato. Permafrost seco a 80-100 cm.
“Ornithogenic” Salic Aquorthels4
Ornithic-OxyaquicCryosol
13
Tabela 1. Características gerais dos diferentes perfis analisados - Continuação.
1Nível Médio do Mar; 2Coordenada UTM, fuso 21S datum WGS 84, 4Os termos entre aspas indicam nomenclatura não existente na Soil Taxonomy.
Perfil Altitude1 Posição
Geográfica2 Descrição Geral
Classificação
Soil Taxonomy WRB/FAO
MP12 3 m 514970 Oeste 2870014 Sul
Perfil coletado em terraço marinho soerguido com pinguineira sobre areias glauconíticas. Ornitogênese profunda no terraço marinho soerguido frontal com sais no perfil até 85 cm. O solo representa o sítio mais fortemente ocupado no passado. Fraca interação do material fosfático com as areias glauconíticas do substrato. Permafrost a 120 cm com água intersticial.
“Ornithogenic” Salic Aquorthels4
Ornithic-OxyaquicCryosol
MP13 Perfil coletado em deserto polar sobre arenito intercalado com Siltito. Estrutura composta em A. Crosta de sais fina e ablação eólica forte na paisagem. Cimentação fraca em A. Permafrost a 120 cm com água intersticial.
Salic Haplorthels Salic-HaplicCryosol
MP14 3 m 513946 Oeste 2874440 Sul
Perfil coletado na saída de sedimentos aluviais da Formação Cross Valley (estuário) acima da maré mais alta. Estrutura em C1 geogênica derivada do siltito quebrado. Permafrost úmido a 120 cm. SalicAquorthel Oxyaquic-
SalicCryosol
MP15 13 m 514698 Oeste 2875137 Sul
Solo coletados canal fluvioglacial sobre arenito com lentes siltito. Solo com forte ablação eólica e permafrost em processo de degelação e colapso. Presença de lamelas de oxidação a 20 cm. Crosta salina em microdepressões. Permafrost a 70-80 cm com água intersticial.
GlacicAnhyorthels
Aridic-GlacicCryosol
MP16 207 m 516662 Oeste 2874377 Sul
Perfil coletado no meio do platô da Formação La Meseta. Sobre sedimentos conglomerados da mesma formação. Estrutura composta em Bi, BC1 e C2 fracamente cimentados. Permafrost a 40 cm.
SalicPsammorthel Arenic-SalicCryosol
MP17 194 m 516740 Oeste 2873988 Sul
Perfil coletado borda do platô da Formação La Meseta, em escarpa abaixo da Formação Mar de Weddell. Estrutura composta em A2, AB e Bi. Permafrost a 40-45 cm.
TypicPsammorthel
Arenic-HaplicCryosol
MP18 43 m 512062 Oeste 2874548 Sul
Perfil coletado em canal de degelo sobre colina da Formação Lopes de Bertodano. Horizonte A fracamente cimentado. Presença de lamelas (C1 e C2) superficiais. Solo muito oxidado. Possíveis lentes de material betuminoso. Horizonte com características de gleização. Muito cromado. Zonas oxidadas no entorno. Permafrost a 45-60 cm cimentado por gelo.
SulfuricAquorthel
Oxyaquic-SalicCryosol
MP19 78 m 511761 Oeste 2874510 Sul
Perfil coletado sobre sedimentos da Formação Lopes de Bertodano. C1 e C2 fortemente cimentados (permafrost). Formação de sais próximo aos clastos. Material pouquíssimo denso. Horizonte A mais desenvolvido que os descritos ate então. Feições de oxidação de 100 a 50 cm sobre a matriz gleizada. Perfil apresenta forte bicromia de 10 cm até a base, com núcleos de oxidação formando lamelas. Área com inicio de formação de solos com padrões. Gradiente de gleização da superfície para a base do perfil. Indício de crioturbação de 30-60 cm (40 cm) pelo arredondamento dos clastos. Indícios de oxidação dentro do permafrost indicando ser um permafrost fóssil. Permafrost duro a 70 cm cimentado por gelo.
SulfuricAquiturbel
Oxyaquic-TurbiCryosol
MP20 49 m 515107 Oeste 2873741 Sul
Solo coletado sobre sedimentos da Formação Sobral. Presença de tufos e material sedimentar fóssil. Cimentação carbonática de C1 a C3. Solo com bicromia acentuada. Presença de núcleos de material betuminoso. Permafrost seco a 50 cm.
SalicAnhyorthel Aridic-SalicCryosol
MP21 120 m 516013 Oeste 2873145 Sul
Solos desenvolvidos sobre paleoregolito. Horizonte A com arenito silicificado acima do campo de solos com padrões. Permafrost seco a 120 cm.
“Sulfuric” Anhyorthels4
Gypsiric-SalicCrtoyosol
14
Ao contrário do observado na Antártica Marítima por Michel et al.
(2006), Simas et al. (2008) e Francelino et al. (2011), os solos da ilha
apresentam poucos sinais de crioturbação. Esse fato está ligado à condição
climática que a ilha experimenta (mais frio e seco), o que impede
abundância de água livre no sistema e, consequentemente, pequena
expressividade dos perfis com permafrost cimentado por gelo (Tabela 1).
Segundo Ferrians et al. (1969), a camada de solo que permanece abaixo de
0°C por mais de dois anos consecutivos e, no entanto, não possui umidade
suficiente para cimentar o material é chamado de permafrost seco.
Uma das poucas características associadas ao processo de
crioturbação é a presença de solos com padrões nas áreas dos perfis P5, P7
e P19. Mesmos nesses perfis, feições típicas desse processo não foram
observadas tal como descrevem Bockheim e Tarnocai (1998), Tarnocai et al.
(2004), Michel et al. (2006), Simas et al. (2008) e Francelino et al. (2011).
Outros perfis possuem permafrost com pouca água intersticial,
insuficiente para caracterizar cimentação por gelo, sem apresentar feições
típicas de crioclastia (Figura 3). Somente poucos perfis são de fato
icecemented, com a presença de água no perfil atrelada à sua posição na
paisagem (áreas de acumulação), como os perfis P5 e P14.
Figura 3. Perfis P5 e P14, representativos das áreas de acumulação de
água.
15
Os limites dos teores mínimos de umidade presentes em um perfil
necessários para que este comece a apresentar feições de crioturbação é de
difícil delimitação (BOCKHEIM, TARNOCAI, 1998). As feições de solos com
padrões (perfis P5, P7 e P19) são incompatíveis com seus teores de
umidade atual, sendo tais feições associadas a períodos anteriores quando
a ilha experimentou condições mais úmidas e talvez, menos frias (FUKUDA
et al., 1992; DUTRA, 2004).
A manutenção atual de feições de crioturbação advindas de
condições paleoambientais é possível graças ao pouco dinamismo da
paisagem da Ilha Seymour, quando comparada à Antártica Marítima, onde
os processos superficiais são muito mais ativos. Observou-se que a maioria
dos solos desenvolvem-se da alteração in situ dos sedimentos. Tal situação
contrasta com o observado por Simas et al. (2008), que identificou solos
desenvolvidos sobre material heterogêneo influenciado por diversas
litologias. Outro processo associado à presença de água são as rampas de
solifluxão encontrados nas bordas do Platô da Formação La Meseta. Nesta
área, o sedimento é pobremente consolidado, composto por muitos
fragmentos grosseiros e heterogêneos, o que permite um rápido movimento
lateral da massa de solo/sedimento como resultado de seu
descongelamento (OSTROUMOV, 1989).
Um fator de fundamental importância para o desencadeamento de
intemperismo e evolução da paisagem na ilha é o vento. Segundo Campbell
e Claridge (1987), o vento é reconhecidamente um dos mais importantes
agentes intempéricos da Antártica. Na ilha o vento participa do transporte,
seleção, arredondamento, polimento e redistribuição de materiais de
diversos tamanhos, desde finos grãos de argila, até partículas de areia e
cascalho. Duas áreas em particular relacionam-se com estas funções
intempéricas do vento: o pavimento desértico formado na área do P4 e o
campo de montículos resistentes à abrasão causada pelo vento do P13
(Figura 4). Nesta mesma área do P13, o vento contribui também para
criação de zonas de ablação eólica.
16
Figura 4. Residuais de erosão com feições eólicas
Além disso, o vento é reconhecido como um dos fatores limitantes
para o estabelecimento da vegetação na ilha. Pequenos campos de musgos,
com no máximo dois metros de extensão são encontrados associados a
reentrâncias no relevo, em acumulações de água e protegido contra a ação
dos ventos. Corroborando isso, os valores de carbono orgânico total são
muito baixos (Tabela 3), até mesmos para solos ornitogênicos, por conta do
baixíssimo aporte de carbono atual.
O vento atua também como limitante para acumulação e formação de
crostas salinas na superfície do solo (Figura 5). A ação do vento, portanto,
representa uma das mais importantes forças erosivas na ilha. Isso porque a
erosão periglacial é muito limitada pelo seu contexto climático, restringindo-
se ao entalhe promovido pelo derretimento da neve (nichos de nivação).
Apesar de apresentar formas erosivas bastante evoluídas, como
asbadlands, essa evolução se relaciona muito mais à forte erodibilidade
natural do terreno do que ao dinamismo dos processos erosivos superficiais.
17
Figura 5. Perfil P15 recoberto por crosta salina e área de coleta do perfil.
Os perfis foram coletados tentando representar, além de outros
aspectos, o gradiente topográfico da ilha. Foram realizadas coletas desde o
mais baixo, a 3 metros de altitude, nos terraços marinhos atual e subatual,
até a cota de 207 metros, na parte mais elevada da ilha, passando pelos
diferentes níveis altitudinais. Observou-se, que a altimetria não é um fator
que determina a gênese dos diferentes pedoambientes. O material de
origem e a pedoforma são variáveis muito mais significativas.
Os solos da ilha de forma geral apresentaram-se mais profundos que
os observados por Michel et al. (2006), Simas et al. (2008) e Francelino et
al. (2011) na Antártica Marítima (Tabela 2). No entanto, tais profundidades
não estão necessariamente ligadas ao maior grau de desenvolvimento
pedológico, mas sim à natureza do material de origem sedimentar marinho,
fracamente consolidado. Além disso, como já mencionado, a paisagem da
ilha é bastante estável, de ponto de vista morfodinâmico.
18
Tabela 2. Cor e textura dos perfis analisados Horizonte
Profundidade (cm)
Cor de Munsell (Solo Seco) 1AG
2AF Silte Argila Classificação
Textural dag.kg-1
P1 - Typic Anhyorthels3 / Aridic-Haplic Cryosol4
A 0-12 2.5Y 4/3 Olive brown 0 46 26 28 Franco-Argilo-Arenosa AB 12-20 2.5Y 4/4 Olive brown 12 35 29 24 Franco Bi 20-42 2.5Y 4/4 Olive brown 4 32 32 32 Franco-Argilosa BC 42-58 2.5Y 5/3 Light olivebrown 1 48 28 23 Franco Cr 58-90 2.5Y 5/2 Grayishbrown 0 57 27 16 Franco-Arenosa
P2 - Salic Anhyorthels3 / Aridic-Salic Cryosol4
A 0-12 2.5Y 4/4 Olive brown 0 43 40 17 Franco AB 12-20 2.5Y 5/4 Light olivebrown 0 48 39 13 Franco Bi 20-42 2.5Y 4/4 Olive brown 0 60 29 11 Franco-Arenosa BC 42-50 2.5Y 4/3 Olive brown 0 63 36 1 Franco-Arenosa Cr 50-90 2.5Y 5/1 Gray 1 50 32 17 Franco
P3 - Salic Psammorthels3 / Arenic-Salic Cryosol4 A 0-10 2.5Y 4/3 Olive brown 13 43 24 20 Franco-Arenosa Bi 10-30 2.5Y 4/2 Darkgreyishbrown 14 43 29 14 Franco-Arenosa Bi2 30-50 2.5Y 5/1 Gray 16 44 27 13 Franco-Arenosa CR 50-120 5Y 4/1 Darkgray 1 59 28 12 Franco-Arenosa
P4 - Sulfuric Aquorthels3 / Oxyaquic-Salic Cryosol4
A 0-5 2.5Y 5/2 Grayishbrown 1 54 24 21 Franco-Argilo-Arenosa AC 5-35 5Y 4/3 Olive 1 58 39 2 Franco-Arenosa C1 35-40 5Y 5/2 Olive gray 1 43 25 31 Franco-Argilosa C2g 40-55 5Y 5/2 Olive gray 1 18 23 58 Argila Cg 55-88 5Y 5/2 Olive gray 1 51 44 4 Franco-Arenosa
P5 - Salic Aquiturbels3 / Oxyaquic-Salic Cryosol4
A 0-6 5Y 4/2 Olive gray 1 37 37 25 Franco ACg 6-20 5Y 4/3 Olive 1 45 34 20 Franco Cg1 20-50 5Y 4/1 Darkgray 1 49 37 13 Franco Cg2 50-70 5Y 4/1 Darkgray 1 47 39 13 Franco
P6 - Typic Psammorthels3 / Arenic-Skeletic Cryosol4 A 0-5 5Y 5/4 Olive 7 35 31 27 Franco-Argilosa
AC1 5-20 5Y 4/4 Olive 12 32 31 25 Franco C2 20-40 5Y 6/4 Paleolive 16 29 36 19 Franco C3 40-60 5Y 6/3 Paleolive 22 33 32 13 Franco-Arenosa C4 60-80 5Y 6/3 Paleolive 24 35 29 12 Franco-Arenosa C5 80-100 5Y 6/3 Paleolive 25 35 27 13 Franco-Arenosa
P7 - Sulfuric Aquiturbels3 / Oxyaquic-Salic Cryosol4
A 0-8 5Y 5/2 Olive gray 31 12 34 23 Franco C1 8-38 10YR 6/8 Brownishyellow 33 12 29 26 Franco C2 38-60 5Y 6/2 Light olivegray 55 10 34 1 Franco-Arenosa
P8 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels3,5 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol4
A1 0-3 10YR 5/4 Yellowishbrown 9 60 16 15 Franco-Arenosa A3 8-20 10YR 5/4 Yellowishbrown 11 62 15 12 Franco-Arenosa C1 40-60 2.5Y 5/3 Light olivebrown 5 73 21 1 Areia-Franca C2 60-80 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 2 74 12 12 Franco-Arenosa C3 80-100 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 2 75 9 14 Franco-Arenosa
P9 - Lithic Psammaquents3 / Lithic-Areno Leptosol4
AC 0-2 5Y 6/2 Light olivegray 42 44 7 7 Areia-Franca C 2-20 5Y 6/2 Light olivegray 71 19 7 3 Areia
P10 - “Ornithogenic” Lithic Psammaquents3,5 / Ornithic-Lithic Leptosol4
A1F 0-5 10YR 6/4 Light yellowishbrown 26 44 18 12 Franco-Arenosa A2F 5-15 5Y 5/1 Gray 44 38 10 8 Franco-Arenosa C/R 15-40 5Y 6/3 Paleolive 67 18 13 2 Areia-Franca C 40-70 5Y 6/3 Paleolive 17 62 19 2 Areia-Franca
P11 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels3,5 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol4
A1 0-3 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 11 70 12 7 Areia-Franca A2 3-12 2.5Y 5/3 Light olivebrown 9 71 12 8 Areia-Franca A3 12-25 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 13 72 13 2 Areia-Franca C1 40-80 8/5G Palegreen 5 74 7 14 Franco-Arenosa C2 80-100 10YR 6/8 Brownishyellow 31 49 14 6 Areia-Franca
1Areia Grossa; 2Areia fina; 3Classificação pela Soil Taxonomy; 4Classificação pela WRB/FAO; 5Termos entre aspas indicam nomenclatura não existente na Soil Taxonomy.
19
Tabela 2: Cor e textura dos perfis analisados - Continuação Horizonte
Profundidade (cm)
Cor de Munsell (Solo Seco) 1AG
2AF Silte Argila Classificação
Textural dag.kg-1
P12 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels3,5 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol4
A1 0-3 10YR 4/3 Brown 14 65 9 12 Franco-Arenosa A2 3-15 10YR 4/3 Brown 14 62 11 13 Franco-Arenosa A3 15-50 2.5Y 5/2 Grayishbrown 16 68 9 7 Areia-Franca A4 50-85 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 14 72 8 6 Areia-Franca C2 85-120 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 12 73 9 6 Areia-Franca
P13 - Salic Haplorthels3 / Salic-Haplic Cryosol4 A 0-3 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 1 52 23 24 Franco-Argilo-Arenosa
AC 3-9 2.5Y 6/2 Light brownishgray 0 76 12 12 Franco-Arenosa C1 9-60 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 6 47 28 19 Franco C2 60-120 2.5Y 5/3 Light olivebrown 4 33 40 23 Franco
P14 - Salic Aquorthel3 / Oxyaquic-Salic Cryosol4
A 0-5 2.5Y 5/4 Light olivebrown 2 37 35 26 Franco CR 30-60 2.5Y 5/2 Grayishbrown 0 17 53 30 Franco-Argilo-Siltosa Cg 60-80 2.5Y 4/2 Darkgrayishbrown 1 30 47 22 Franco
P15 - Glacic Anhyorthels3 /Aridic-Glacic Cryosol4
A1 0-3 2.5Y 5/3 Light olivebrown 4 49 22 22 Franco-Argilo-Arenosa A1 3-8 2.5Y 5/4 Light olivebrown 10 62 16 12 Franco-Arenosa AC 8-20/30 2.5Y 5/4 Light olivebrown 27 43 19 11 Franco-Arenosa C1 20/30-60 2.5Y 5/3 Light olivebrown 1 44 31 24 Franco 2C2 60-100 2.5Y 5/2 Grayishbrown 1 34 43 22 Franco
P16 - Salic Psammorthel3 / Arenic-Salic Cryosol4 A1 0-3 5Y 5/2 Olive gray 8 38 31 23 Franco A2 3-15/20 5Y 6/2 Light olivegray 7 36 35 22 Franco-Argilo-Arenosa Bi 15/20-27/30 5Y 7/1 Light gray 6 39 39 16 Franco-Arenosa
BC1 27/30-35/40 5Y 7/1 Light gray 9 39 50 2 Franco-Arenosa C2 35/40-45 5Y 6/2 Light olivegray 11 40 48 1 Franco C3 45-80 5Y 6/2 Light olivegray 7 37 43 13 Franco
P17 - Typic Psammorthel3 / Arenic-Haplic Cryosol4
A1 0-3 5Y 6/2 Light olivegray 6 44 33 17 Franco Bi 30-45 5Y 6/2 Light olivegray 6 38 41 15 Franco BC 45-70 5Y 6/2 Light olivegray 5 40 36 19 Franco
P18 - Sulfuric Aquorthel3 / Oxyaquic-Salic Cryosol4
A1 0-3 2.5Y 5/3 Light olivebrown 1 52 33 14 Franco-Arenosa AC 3-8/10 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 0 53 31 16 Franco-Arenosa C1 8/10-55/66 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 0 65 26 9 Franco-Arenosa C2 55/66-100 2.5Y 5/1 Gray 0 64 25 11 Franco-Arenosa
P19 - Sulfuric Aquiturbel3 / Oxyaquic-Turbi Cryosol4
A1 0-5 2.5Y 5/3 Light olivebrown 0 62 22 16 Franco-Arenosa A2 5-10/15 2.5Y 4/3 Olive brown 0 56 29 15 Franco-Arenosa CA 10/15-30/35 2.5Y 5/3 Light olivebrown 0 69 29 2 Franco-Arenosa C1 30/35-55/60 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 0 71 28 1 Franco-Arenosa C2 55/60-100 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 1 66 32 1 Franco-Arenosa
P20 - Salic Anhyorthel3 / Aridic-Salic Cryosol4
A1 0-3 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 28 12 30 30 Franco-Argilosa A2 3-8 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 24 15 30 31 Franco-Argilosa Cc 8-18/20 2.5Y 6/3 Light yellowishbrown 33 9 27 31 Franco-Argilosa C2 18/20-50 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 40 9 27 24 Franco-Argilo-Arenosa C3 50-70 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 32 10 28 30 Franco-Argilosa
P21 - “Sulfuric” Anhyorthels3,5 / Gypsiric-Salic Crtoyosol4
A 0-50/55 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 25 53 11 11 Franco-Arenosa Cr1 50/55-70/75 2.5Y 6/4 Light yellowishbrown 12 57 29 2 Franco-Arenosa Cr2 70/75-120 2.5Y 6/2 Light brownishgray 31 29 22 18 Franco-Arenosa
1Areia Grossa; 2Areia fina; 3Classificação pela Soil Taxonomy; 4Classificação pela WRB/FAO; 5Termos entre aspas indicam nomenclatura não existente na Soil Taxonomy.
Em função da natureza pelítica/psamítica dos sedimentos, há pouca
expressividade de solos com caráter esquelético, característica recorrente
na Antártica Marítima onde predominam rochas ígneas (vulcânicas)
20
(MICHEL et al., 2006; SIMAS et al., 2008; FRANCELINO et al., 2011).
Apenas o perfil P6 apresenta mais que 40% de material grosseiro dentro dos
100 cm de profundidade (Figura 5), isso porque se desenvolve sobre uma
matriz arenosa com tilito com rochas variadas (quartzito, granito, gnaisse,
xisto verde).
Os solos da ilha apresentam, de forma geral, textura grosseira
(Tabela 2), tendo a TFSA composta principalmente por areia, seguida por
silte (textura franco-arenosa). Existem poucos horizontes argilosos, ora
herdados de lamelas argilosas do substrato, ora ligados a maior expressão
do intemperismo químico, com formação de argila. Portanto, a composição
granulométrica dos solos da ilha está intimamente relacionada a pouca
modificação do material de origem composto basicamente por arenitos e
siltitos intercalados por argilas ricas em sulfetos (ZINSMEISTER, 1982;
ELLIOT, TRAUTMAN, 1982; SADLER, 1988; MACELLARI, 1988).
Figura 5: Perfil P6 esquelético
A diferenciação entre horizontes é comumente clara a gradual, e
plana a ondulada. Nestes casos, os horizontes pedogenéticos acompanham
a diferenciação das camadas sedimentares dada pela orientação do próprio
sedimento (Figura 6). Outro fator de diferenciação entre os horizontes é a
oscilação de potencial de oxirredução. Por vezes, o permafrost, por estar
parcialmente cimentado, impede a difusão de oxigênio, restringindo a
oxidação à superfície (Figura 6), onde a existência de oxigênio livre e
microrganismos oxidam compostos de ferro e enxofre reduzidos (TATUR et
21
al., 1993). Existem ainda perfis com pouca diferenciação entre horizontes
(Figura 6). Nestes casos, existem duas explicações: (1) O material de origem
não possui suficiente conteúdo sulfetos ou compostos passiveis de
oxidação; (2) e/ou o perfil possui permafrost seco, não tendo, portanto,
flutuação acentuada no nível de umidade dentro do perfil.
Figura 6: Formas de diferenciação entre horizontes. Perfil P16, à esquerda, com diferenciação entre horizontes ligada aos estratos do sedimento; Perfil P7, no centro, com clara diferenciação entre horizontes devido a compostos passíveis de oxidação e; Perfil P3, à direita, com pouca diferenciação entre
horizontes.
Os solos da Ilha Seymour são, em sua maioria, oxidados e cromados,
principalmente em superfície (Tabela 2). Essa característica está relacionada
à já mencionada oxidação generalizada de camadas de material rico em
sulfetos e também aos horizontes fosfatizados. As cores mais alaranjadas e
cromadas nos solos associados a forte oxidação de sulfetos já foram
reportados por Michel et al. (2006), Simas et al. (2008), Francelino et al.
(2011) e Lelis de Souza et al (2012) na Antártica Marítima.
De acordo com interpretação integrada das características
morfológicas, físicas, químicas, mineralógicas, classificação e condições
ambientais específicas, os solos da Ilha Seymour foram agrupados em três
grupos principais de solos: solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e
siltitos; solos sulfatados e solos ornitogênicos. As informações gerais sobre
atributos morfológicos, físicos e químicos dos solos estudados estão nas
22
Tabelas 1, 2 e 4. Fotos de perfis representativos de cada grupo estão
apresentadas na Figura 7. A Tabela 3 sumariza algumas das características
químicas e físicas mais relevantes para a delimitação dos grupos de solos
da ilha, bem como apresenta as médias dessas variáveis e seus respectivos
desvios-padrão.
Figura 7: Fotos de perfis representativos de cada grupo de solos. À esquerda, solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos; no
centro, solos sulfatados e; à direita, solos ornitogênicos.
23
Tabela 3: Médias e desvios-padrão de alguns atributos químicos e físicos por grupo de solos
pH 2P
3Na
3K
3Ca
2+ 3Mg
2+ 3Al
3+ 4H+Al
5t
6T
8ISNa
9CE
10Ar + Sil
H2O mg.dm-3
cmolc.dm-3
% dS.m dag.kg-1
SOLOS ALCALINOS POUCO EVOLUÍDOS SOBRE ARENITOS E SILTITOS - 45 amostras
8,3 ± 0,93
71,9 ± 43,81
8,85± 7,95
0,90 ± 0,57
6,97 ± 3,20
6,99 ± 3,40
0,00 ± 0,01
0,26 ± 0,36
23,35 ± 9,63
23,61 ± 9,60
32,55 ± 18,81
20,68 ± 19,93
49,17 ± 13,46
SOLOS SULFATADOS - 26 amostras
5,49 ± 1,96
50,28 ± 74,56
7,20 ± 5,11
0,17 ± 0,24
9,54 ± 6,55
8,08 ± 3,65
3,35 ± 5,51
7,50 ± 9,33
28,34 ± 11,50
32,49 ± 13,69
24,90 ± 15,79
8,02 ± 13,45
45,55 ± 12,25
SOLOS ORNITOGENICOS - ZONA DE FOSFATIZAÇÃO11
- 12 amostras
6,65 ± 0,94
1805,35 ± 357,05
4,94 ± 3,65
2,99± 1,63
36,98 ± 45,87
3,56 ± 1,53
0,17 ± 0,28
6,14 ± 2,30
48,64 ± 41,77
129,61 ± 282,96
22,81 ± 20,08
6,00 ± 3,12
20,83 ± 5,66
SOLOS ORNITOGENICOS - ZONA DE SULFURIZAÇÃO12
- 7 amostras
5,84 ± 1,64
66,15 ± 56,23
0,92 ± 0,18
1,24± 0,59
18,54 ± 24,33
1,61 ± 1,07
0,25 ± 0,36
2,98 ± 2,15
22,57 ± 24,34
25,31 ± 23,05
8,41 ± 6,00
3,14 ± 0,69
20,85 ± 2,69
1Número de amostras consideradas; 2Extraído com melich-1; 3Cátions trocáveis; 4Extraído com acetato de cálcio 0,5 mol.L-1 à pH 7,0; 5Capacidade de troca catiônica efetiva; 6Capacidade de troca catiônica potencial; 7Saturação por bases; 8Índice de saturação por sódio; 9Condutividade elétrica; 10Argila + Silte; 11Horizontes com elevados teores de P indicando influência da fosfatização; 12Horizontes com baixos teores de P indicando não ter sofrido influência da fosfatização.
24
3.2. Solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos
Constitui o principal grupo de solos da ilha, composto pelos perfis P1,
P2, P3, P6, P9, P13, P14, P15, P16 e P20. Ao contrário dos demais solos,
estes não expressam características marcantes de modificação do substrato
sobre o qual se desenvolvem, sendo, portanto, considerados pouco
evoluídos pedogeneticamente. Isso se dá devido a fatores ambientais locais
e a própria natureza do substrato.
A morfologia destes solos conserva as características dos sedimentos
dos quais se originam (Tabela 1). A variação de cores acompanha a
variação encontrada nos sedimentos, constituindo de forma geral, solos
menos cromados que os outros grupos da ilha (Tabela 2). Observa-se, por
outro lado, a presença de lamelas de oxidação em pequenas áreas dentro
do perfil onde compostos passíveis de oxidação foram expostos ao oxigênio
da atmosfera. Tais lamelas sugerem feições geogênicas, pois já existiam no
sedimento original, e foram pouco alterados.
Constituem solos desde arenosos até esqueléticos (P6), como
observado na Tabela 02. São profundos (comumente maior que 100 cm),
como pouca diferenciação entre os horizontes, com estrutura composta,
geralmente geogênica e não apresentam feições de crioturbação (Tabela 2).
Revelam assim, características compatíveis de outras regiões frias e secas
na Antártica, típicas de deserto polar (BOCKHEIM, 1997).
São solos com teores bastante elevados de bases trocáveis,
principalmente Na e K, e com menor expressividade de Ca2+ e Mg2+. Todos
os solos desse grupo apresentam pH elevado, geralmente acima de 7,50,
chegando próximo a 10,0 (Tabela 4). Essa alcalinidade é resultado da
acumulação de sais e neutralização de possíveis fontes de acidez (sulfatos)
no perfil, observados pelos altos teores de bases trocáveis e pelos valores
de acidez (pH, Al3+, e H + Al), respectivamente. Possuem argilas de
atividade alta, são eutróficos e, apesar de alguns não serem propriamente
salic e natric, todos possuem significativos valores de CE e ISNa (Tabela 4).
25
Tabela 4: Caracterização química dos solos analisados Hor
Prof. (cm)
1pH
2P
2K
2Na
3Ca
3Mg
3Al
4H+Al
5SB
6t
7T
8V
9m
10ISNA
11COT
12CE
mg.dm-3
cmolc.dm-3
% dag.kg dS.m
P1 - Typic Anhyorthels14 / Aridic-Haplic Cryosol15 A 0-12 8,12 68,30 0,53 5,29 9,17 5,77 0,00 0,00 20,76 20,76 20,76 100,00 0,00 25,49 0,98 11,50
AB 12-20 8,55 57,50 0,44 3,23 6,52 4,02 0,00 0,00 14,21 14,21 14,21 100,00 0,00 22,76 0,39 6,37 Bi 20-42 5,60 26,60 0,38 3,23 5,66 4,89 0,10 1,60 14,16 14,26 15,76 89,80 0,70 22,68 0,78 4,39 BC 42-58 7,78 51,90 0,53 4,21 5,25 2,22 0,00 0,00 12,21 12,21 12,21 100,00 0,00 34,47 0,91 7,70 Cr 58-90 8,06 50,70 0,54 6,81 4,68 7,60 0,00 0,20 19,63 19,63 19,83 99,00 0,00 34,68 1,63 20,24
P2 - Salic Anhyorthels14 / Aridic-Salic Cryosol15 A 0-12 8,29 0,90 0,33 10,38 7,51 5,95 0,00 0,00 24,17 24,17 24,17 100,00 0,00 42,95 0,65 35,63
AB 12-20 8,82 0,60 0,34 3,88 4,52 4,46 0,00 0,00 13,20 13,20 13,20 100,00 0,00 29,42 0,39 11,21 Bi 20-42 8,32 0,70 0,18 2,15 4,67 4,85 0,00 0,00 11,85 11,85 11,85 100,00 0,00 18,15 0,39 9,03 BC 42-50 5,96 27,80 0,29 1,28 14,86 6,32 0,00 1,30 22,75 22,75 24,05 94,60 0,00 5,65 0,52 24,51 Cr 50-90 8,67 81,90 0,46 6,16 3,99 6,59 0,00 0,00 17,20 17,20 17,20 100,00 0,00 35,80 0,13 18,72
P3 - Salic Psammorthels14 / Arenic-Salic Cryosol15 A 0-10 5,45 38,80 5,45 38,80 7,13 8,07 0,00 1,00 29,29 29,29 30,29 96,70 0,00 46,54 0,39 41,04 Bi 10-30 5,75 37,80 5,75 37,80 7,12 7,35 0,00 1,30 23,82 23,82 25,12 94,80 0,00 37,22 0,65 22,80
Bi2 30-50 9,27 68,90 9,27 68,90 3,82 4,03 0,00 0,00 23,10 23,10 23,10 100,00 0,00 63,70 0,98 18,81 CR 50-120 9,45 69,90 9,45 69,90 4,22 3,57 0,00 0,00 28,03 28,03 28,03 100,00 0,00 70,27 0,33 26,79
P4 - Sulfuric Aquorthels14 / Oxyaquic-Salic Cryosol15 A 0-5 5,09 24,20 5,09 24,20 4,67 10,06 0,29 3,20 27,98 28,27 31,18 89,70 1,00 46,69 0,33 4,46
AC 5-35 7,14 27,90 7,14 27,90 25,14 9,87 0,00 0,20 43,81 43,81 44,01 99,50 0,00 19,99 0,65 4,14 C1 35-40 3,27 53,80 3,27 53,80 2,46 12,09 6,24 15,00 23,49 29,73 38,49 61,00 21,00 29,82 1,30 3,36
C2g 40-55 3,10 57,70 3,10 57,70 5,10 15,40 12,59 27,20 32,76 45,35 59,96 54,60 27,80 26,95 0,65 4,75 Cg 55-88 3,59 21,50 3,59 21,50 19,64 10,71 6,73 14,20 40,86 47,59 55,06 74,20 14,10 22,04 0,65 4,94
P5 - Salic Aquiturbels14 / Oxyaquic-Salic Cryosol15 A 0-6 4,88 34,20 4,88 34,20 11,35 5,50 0,20 3,20 28,92 29,12 32,12 90,00 0,70 40,49 0,52 36,01
ACg 6-20 4,32 25,10 4,32 25,10 3,90 6,13 0,49 5,20 20,62 21,11 25,82 79,90 2,30 49,69 0,65 25,46 C1 20-50 6,06 110,30 6,06 110,30 1,86 9,71 0,00 0,50 28,04 28,04 28,54 98,20 0,00 57,50 0,33 46,74
C2g 50-70 8,10 97,10 8,10 97,10 3,44 12,49 0,00 0,50 30,94 30,94 31,44 98,40 0,00 47,39 1,43 45,32 P6 - Typic Psammorthels14 / Arenic-Skeletic Cryosol15
A 0-5 8,40 33,30 8,40 33,30 13,60 6,21 0,00 0,20 23,17 23,17 23,37 99,10 0,00 12,99 0,78 4,09 AC 5-20 9,05 86,80 9,05 86,80 14,97 6,16 0,00 0,30 24,17 24,17 24,47 98,80 0,00 11,10 0,52 3,14 C2 20-40 8,88 83,70 8,88 83,70 11,16 4,20 0,00 0,50 17,86 17,86 18,36 97,30 0,00 11,97 0,39 3,42 C3 40-60 8,93 91,70 8,93 91,70 10,61 3,99 0,00 0,20 17,04 17,04 17,24 98,80 0,00 12,54 0,52 3,52 C4 60-80 8,88 7,80 8,88 7,80 11,36 3,88 0,00 0,20 17,46 17,46 17,66 98,90 0,00 10,99 0,39 3,80 C5 80-100 8,83 207,70 8,83 207,70 10,46 3,43 0,00 0,20 16,47 16,47 16,67 98,80 0,00 13,64 0,52 4,18
1Em água; 2Extraído com melich-1; 3Cátions trocáveis; 4Extraído com acetato de cálcio 0,5 mol.L-1 à pH 7,0; 5Soma de bases; 6Capacidade de troca catiônica efetiva; 7Capacidade de troca catiônica potencial; 8Saturação por bases; 9Saturação por alumínio; 10Índice de saturação por sódio; 11Carbono orgânico total; 12Condutividade elétrica; 13Fósforo remanescente; 14Classificação pela Soil Taxonomy; 15Classificação pela WRB/FAO.
26
Tabela 3: Caracterização química dos solos analisados - Continuação Hor
Prof. (cm)
1pH
2P
2K
2Na
3Ca
3Mg
3Al
4H+Al
5SB
6t
7T
8V
9m
10ISNA
11COT
12CE
mg.dm-3
cmolc.dm-3
% dag.kg dS.m
P7 - Sulfuric Aquiturbels14 / Oxyaquic-Salic Cryosol15 A 0-8 8,99 7,70 8,99 7,70 14,86 13,42 0,00 0,20 41,67 41,67 41,87 99,50 0,00 31,27 0,65 0,46 C 8-38 3,67 8,30 3,67 8,30 2,13 7,15 21,56 35,30 20,35 41,91 55,65 36,60 51,40 25,11 0,26 1,38
C2 38-60 7,49 22,20 7,49 22,20 23,29 8,89 0,00 1,00 47,76 47,76 48,76 97,90 0,00 32,07 1,04 5,05 P8 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels
14,16 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol15 A1 0-3 7,01 1927,70 7,01 1927,70 0,42 5,06 0,00 9,80 22,16 22,16 31,96 69,30 0,00 50,44 9,78 12,15 A3 8-20 7,34 1984,60 7,34 1984,60 1,94 6,75 0,00 4,70 18,70 18,70 23,40 79,90 0,00 32,98 4,56 6,82 C1 40-60 6,04 34,20 6,04 34,20 6,00 0,58 0,00 2,60 9,87 9,87 12,47 79,10 0,00 10,62 0,78 4,45 C2 60-80 4,25 11,30 4,25 11,30 3,72 0,58 0,29 5,00 6,94 7,23 11,94 58,10 4,00 16,00 0,39 3,23 C3 80-100 3,87 11,80 3,87 11,80 3,00 0,96 0,39 6,00 6,15 6,54 12,15 50,60 6,00 17,68 0,26 2,99
P9 - Lithic Psammaquents14 / Lithic-Areno Leptosol15 AC 0-2 8,56 11,50 8,56 11,50 6,50 2,10 0,00 0,20 8,79 8,79 8,99 97,80 0,00 0,77 0,65 64,40 C 2-20 8,54 10,40 8,54 10,40 4,04 1,85 0,00 0,20 6,43 6,43 6,63 97,00 0,00 4,58 0,78 45,31
P10 - “Ornithogenic” Lithic Psammaquents14,16 / Ornithic-Lithic Leptosol15
A1F 0-5 7,80 1079,20 7,80 1079,20 0,85 3,03 0,00 4,30 15,59 15,59 19,89 78,40 0,00 45,15 7,50 7,83 A2F 5-15 7,79 946,60 7,79 946,60 1,94 2,92 0,00 2,40 10,29 10,29 12,69 81,10 0,00 26,06 0,98 3,29 C/R 15-40 7,72 96,20 7,72 96,20 14,15 1,71 0,00 1,00 18,30 18,30 19,30 94,80 0,00 4,54 0,91 3,57 C 40-70 7,55 23,70 7,55 23,70 19,61 1,05 0,00 1,10 22,67 22,67 23,77 95,40 0,00 3,18 1,96 3,04
P11 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels14,16 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol15
A1 0-3 5,73 1943,60 5,73 1943,60 80,16 2,66 0,20 6,60 85,18 85,38 91,78 92,80 0,20 1,48 1,70 2,85 A2 3-12 5,23 2010,20 5,23 2010,20 87,76 2,83 0,78 9,80 93,05 93,83 102,85 90,50 0,80 1,47 2,74 2,49
AF3 12-25 5,35 2018,90 5,35 2018,90 150,00 2,71 0,78 8,90 154,66 155,44 1063,56 99,20 0,10 0,10 1,96 2,59 C1 40-80 4,02 124,90 4,02 124,90 6,78 3,34 1,07 5,00 11,64 12,71 16,64 70,00 8,40 5,88 0,26 2,06 C2 80-100 7,46 161,00 7,46 161,00 76,57 3,08 0,00 0,20 80,70 80,70 80,90 99,80 0,00 0,99 0,13 2,65
P12 - “Ornithogenic” Salic Aquorthels14,16 / Ornithic-Oxyaquic Cryosol15
A1F 0-3 7,51 1912,10 7,51 1912,10 3,70 3,27 0,00 3,70 21,56 21,56 25,26 85,40 0,00 44,27 6,20 8,94 A2F 3-15 7,54 1943,60 7,54 1943,60 1,31 4,06 0,00 5,30 20,29 20,29 25,59 79,30 0,00 50,80 5,87 9,24 A3F 15-50 6,87 2010,20 6,87 2010,20 32,74 5,98 0,00 5,00 45,92 45,92 50,92 90,20 0,00 10,11 2,61 7,80 A4F 50-85 6,20 1959,80 6,20 1959,80 25,75 1,36 0,00 5,80 32,62 32,62 38,42 84,90 0,00 9,22 1,70 5,38
C 85-120 5,54 1927,70 5,54 1927,70 57,29 2,13 0,29 7,40 61,69 61,98 69,09 89,30 0,50 1,69 1,96 2,65 P13 - Salic Aquorthels14 / Salic-Oxyaquic Cryosol15
A 0-3 7,89 210,60 7,89 210,60 6,30 7,38 0,00 0,20 27,79 27,79 27,99 99,30 0,00 48,85 0,26 43,51 AC 3-9 8,35 93,20 8,35 93,20 6,96 6,31 0,00 0,20 21,24 21,24 21,44 99,10 0,00 35,19 0,13 63,02 C1 9-60 8,06 71,00 8,06 71,00 6,84 8,96 0,00 0,20 24,15 24,15 24,35 99,20 0,00 32,30 1,04 25,37 C2 60-120 8,16 73,90 8,16 73,90 3,76 10,34 0,00 0,20 25,07 25,07 25,27 99,20 0,00 41,55 1,17 28,22
P14 - Salic Aquorthel14 / Oxyaquic-Salic Cryosol15 A 0-5 8,43 97,40 8,43 97,40 1,03 5,76 0,00 0,20 39,97 39,97 40,17 99,50 0,00 78,83 0,98 9,03
CR 30-60 7,90 93,20 7,90 93,20 5,86 6,87 0,00 0,20 30,36 30,36 30,56 99,30 0,00 56,55 1,17 4,81 Cg 60-80 8,24 87,10 8,24 87,10 4,61 5,98 0,00 0,00 25,44 25,44 25,44 100,00 0,00 55,07 2,35 4,24
27
Tabela 3: Caracterização química dos solos analisados - Continuação Hor
Prof. (cm)
1pH
2P
2K
2Na
3Ca
3Mg
3Al
4H+Al
5SB
6t
7T
8V
9m
10ISNA
11COT
12CE
mg.dm-3
cmolc.dm-3
% dag.kg dS.m
P15 - Glacic Anhyorthels14 /Aridic-Glacic Cryosol15 A1 03 8,88 88,50 8,88 88,50 8,78 7,31 0,00 0,20 20,80 20,80 21,00 99,00 0,00 20,75 0,33 0,50 A2 3-8 9,07 89,70 9,07 89,70 5,86 4,34 0,00 0,20 13,19 13,19 13,39 98,50 0,00 21,16 0,33 0,42 AC 8-20/30 8,98 93,20 8,98 93,20 6,34 3,81 0,00 0,20 11,92 11,92 12,12 98,30 0,00 14,27 0,98 0,39 C1 20/30-60 7,71 94,40 7,71 94,40 8,60 6,09 0,00 1,00 19,08 19,08 20,08 95,00 0,00 22,62 0,98 1,15
2C2 60-100 8,14 90,50 8,14 90,50 10,05 10,78 0,00 0,20 27,03 27,03 27,23 99,30 0,00 22,41 1,30 2,13 P16 - Salic Psammorthel14 / Arenic-Salic Cryosol15
A1 0-3 9,44 93,20 9,44 93,20 5,43 7,52 0,00 0,20 21,80 21,80 22,00 99,10 0,00 35,29 0,98 5,32 A2 3-15/20 8,87 113,60 8,87 113,60 5,90 8,27 0,00 0,20 23,11 23,11 23,31 99,10 0,00 34,23 0,65 12,26 Bi 15/20-27/30 8,46 95,00 8,46 95,00 7,62 8,59 0,00 0,20 21,67 21,67 21,87 99,10 0,00 21,93 0,91 15,68
BC1 27/30-35/40 8,18 93,20 8,18 93,20 11,96 10,25 0,00 0,20 28,86 28,86 29,06 99,30 0,00 19,48 0,78 24,89 C2 35/40-45 8,13 80,40 8,13 80,40 7,70 9,11 0,00 0,20 23,11 23,11 23,31 99,10 0,00 21,97 0,78 26,98 C3 45-80 8,39 138,50 8,39 138,50 5,04 10,62 0,00 0,20 25,36 25,36 25,56 99,20 0,00 32,91 0,78 30,40
P17 - Typic Psammorthel14 / Arenic-Haplic Cryosol15 A1 0-3 8,59 393,60 8,59 393,60 5,93 7,10 0,00 0,50 17,06 17,06 17,56 97,20 0,00 22,10 0,52 0,47 Bi 30-45 4,12 30,10 4,12 30,10 3,41 4,06 4,59 10,10 9,23 13,82 19,33 47,70 33,20 9,95 0,65 0,63 BC 45-70 6,02 109,00 6,02 109,00 6,63 8,64 0,00 2,10 18,82 18,82 20,92 90,00 0,00 13,09 1,04 1,96
P18 - Sulfuric Aquorthel14 / Oxyaquic-Salic Cryosol15 A1 0-3 4,69 24,20 4,69 24,20 6,00 3,50 0,39 4,00 17,37 17,76 21,37 81,30 2,20 43,93 0,78 3,17 AC 3-8/10 5,05 15,70 5,05 15,70 8,64 3,50 0,68 4,20 15,76 16,44 19,96 79,00 4,10 21,61 0,26 1,24 C1 8/10-55/66 8,20 75,20 8,20 75,20 3,13 10,41 0,00 0,20 16,12 16,12 16,32 98,80 0,00 15,96 1,63 2,18 C2 55/60-100 3,36 17,70 3,36 17,70 8,49 2,92 5,66 10,60 12,25 17,91 22,85 53,60 31,60 4,63 0,65 2,32
P19 - Sulfuric Aquiturbel14 / Oxyaquic-Turbi Cryosol15 A1 0-5 5,59 20,70 5,59 20,70 7,42 4,43 0,20 3,20 20,05 20,25 23,25 86,20 1,00 40,14 0,65 1,15 A2 5-10/15 8,16 19,00 8,16 19,00 11,28 4,79 0,00 0,60 20,29 20,29 20,89 97,10 0,00 20,73 0,65 1,39 CA 10/15-30/35 4,46 22,60 4,46 22,60 14,18 2,24 1,56 5,30 18,12 19,68 23,42 77,40 7,90 8,64 0,26 1,55 C1 30/35-55/60 3,37 7,80 3,37 7,80 7,91 3,53 4,78 10,00 12,38 17,16 22,38 55,30 27,90 5,47 0,52 1,86 C2 55/60-100 3,65 15,30 3,65 15,30 12,17 6,19 4,78 10,30 19,19 23,97 29,49 65,10 19,90 3,46 0,91 2,22
P20 - Salic Anhyorthel14 / Aridic-Salic Cryosol15 A1 0-3 8,78 46,50 8,78 46,50 8,90 13,40 0,00 0,00 42,80 42,80 42,80 100,00 0,00 46,99 0,39 76,28 A2 3-8 8,72 82,60 8,72 82,60 7,05 18,91 0,00 0,00 56,68 56,68 56,68 100,00 0,00 53,28 0,39 35,86 Cc 8-18/20 9,25 61,10 9,25 61,10 2,11 14,89 0,00 0,20 43,71 43,71 43,91 99,50 0,00 59,62 0,13 27,36 C2 18/20-50 9,37 65,90 9,37 65,90 2,29 11,32 0,00 0,00 35,98 35,98 35,98 100,00 0,00 60,74 0,39 25,97 C3 50-70 9,16 67,60 9,16 67,60 3,16 10,23 0,00 0,20 35,80 35,80 36,00 99,40 0,00 60,43 0,39 76,28
P21 - Sulfuric Anhyorthels14,16 / Gypsiric-Salic Crtoyosol15 A 0-50/55 8,63 23,00 8,63 23,00 9,47 7,43 0,00 0,20 17,95 17,95 18,15 98,90 0,00 5,84 0,91 0,42
Cr1 50/55-70/75 3,70 25,10 3,70 25,10 19,45 7,47 5,76 11,30 27,75 33,51 39,05 71,10 17,20 2,48 0,13 2,72 Cr2 70/75-120 3,00 36,20 3,00 36,20 14,63 15,38 16,49 27,50 32,47 48,96 59,97 54,10 33,70 5,03 0,91 5,63
28
As cargas desses solos são derivadas das cargas permanentes de
argilominerais do tipo 2:1, conforme indicam os valores muito baixos de H +
Al (Tabela 4). Cargas advindas da matéria orgânica são muito pouco
representativas, uma vez que os teores de COT não ultrapassam 1% em
todos os solos (Tabela 3). Além disso, não foi constatada formação
considerável de óxidos de ferro neste ambiente, outra fonte de cargas
dependente de pH no solo.
O DRX indica que a fração areia dos solos desse grupo é composta
principalmente por quartzo (picos em 3,34, 4,26, 2,46, 2,28 e 1,81 Å),
feldspato-K (4,25 e 3,20 Å) e em menor importância, por Ilita e mica (3,34,
9,98 e 4,48 Å) (Figura 9). Tais minerais já foram reportados por Simas et al.
(2006) em solos pouco intemperizados sobre substratos vulcânicos de áreas
livres de gelo da Antártica Marítima.
Figura 9: DRX da fração areia de horizonte representativo (P14 CR) de solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos. Ilt: Ilita/mica; Qz: quartzo;
e Fds: feldspato.
A fração argila é basicamente composta por clorita (3,33, 7,10, 14,2, e
2,82 Å), montmorillonita (4,46, 12,4 e 3,09 Å) e traços de quartzo (3,34 e
1,81 Å) e natrojarosita (5,05, 5,94, 3,12 e 3,06 Å). Os tratamentos químicos
diferenciais na argila corroboram a presença de esmectitas do tipo
montmorillonita na fração argila dos solos deste grupo. O pico de 14 Å deste
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 10 20 30 40 50 60 70
°2θ
Ilt/Q
z
Qz Qz
Ilt/
Fds
Qz
29
mineral se intensifica após saturação com Mg, expandindo para 18 Å,
quando saturado com Mg e solvatadas com glicerol. Quando saturadas com
K à temperatura ambiente, a 350°C e 550°C, os picos de 14 Å colapsaram
para 10 Å perdendo intensidade progressivamente, com o aumento da
temperatura, até desaparecer a 550°C (Figura 10).
Figura 10: DRX da amostra P14 CR, representativa do comportamento dos minerais de argila frente aos tratamentos químicos diferenciais. Mont (Montmorillonita).
Devido à heterogeneidade dos perfis provenientes de pequenas
nuances do material de origem e condições locais específicas, os solos
desse grupo reúnem uma grande variedade de classes. Eles foram
classificados como: Typic Anhyorthels, Salic Anhyorthels, Salic
Psammorthels, Lithic Psammaquents, Typic Psammorthels, Salic
Haplorthels, Salic Aquorthels e Glacic Anhyorthels (SSS, 2010). Seus
correspondentes na WRB-FAO Aridic-Haplic Cryosol, Aridic-Salic Cryosol,
Arenic-Salic Cryosol, Lithic-Salic Leptosol, Arenic-Skeletic Cryosol, Salic-
Haplic Cryosol,Salic-Oxyaquic Cryosol e Aridic-Glacic Cryosol (IUSS, 2006)
(Tabela 1).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
4 9 14 19 24 29 34 39 44 49
K a 550°C
K a 350°C
K
Mg + Glicerol
Mg
Mont.
°2θ
30
3.3. Solos sulfatados
Enquadram-se nesta classe os perfis P4, P5, P7, P17, P18, P19 e
P21 (Tabela 1). São os solos com maior expressão de intemperismo da ilha.
Originam-se a partir do intemperismo de sedimentos ricos em sulfetos, que
sofreram processo de oxidação (sulfurização) biologicamente mediado
(TATUR et al., 1993), com queda acentuada do pH do solo e a precipitação
de minerais secundários.
Existem duas situações distintas em relação aos solos sulfatados na
ilha. Uma delas refere-se aos solos que apresentam horizontes ácidos sobre
horizontes alcalinos indicando que parte desse sistema ainda não foi
completamente oxidado. Neste caso, enquadram-se o P5, P7, P17 e P18.
Parece ser o nível freático que condiciona essa disposição em que o
permafrost representa uma barreira para oxidação das camadas
subjacentes. Isso pode ser observado claramente em P5, P17 e P18.
Constatam-se abruptas mudanças nos valores de pH, indicando elevada
acidez nos horizontes oxidados sobre horizontes alcalinos nos quais ainda
há resquícios do sulfeto original (Tabela 4). No caso do perfil P7, um
horizonte acinzentado, alcalino, sobre o material oxidado, indica uma
descontinuidade. Parece que a erosão de solos a montante depositou
material sulfetado sobre o horizonte tiomórfico.
Alguns perfis (P4, P19 e P21), são generalizadamente ácidos,
indicando que a oxidação ocorreu em profundidade. Possivelmente, são
solos mais antigos ou nos quais não houve a presença de gelo no
permafrost ou, ainda, solos com camada ativa mais espessa.
A CTC em pH 7,0 é maior que a CTC efetiva para os horizontes onde
a oxidação de sulfetos e precipitação de sulfatos é ativa (Tabela 3). Ao
contrário dos solos alcalinos, as cargas nos solos ácidos, não advêm
somente dos minerais de argila silicatadas do tipo 2:1, mas também das
cargas dependentes de pH dos minerais pouco cristalinos de ferro,
subprodutos formados durante o processo de sulfurização, principalmente
óxidos de ferro como a ferrihidrita (FANNING, FANNING, 1989). Tal
característica foi reportada por Simas et al. (2006) e Simas et al. (2008) para
solos tiomórficos da Baía do Almirantado, Antártica Marítima.
31
Os solos desse grupo apresentam elevados teores de bases trocáveis
(Tabela 4), principalmente o Na, constituindo também solos com caráter salic
e natric (SSS, 2010; IUSS, 2006). Além disso, são eutróficos (à exceção do
P7 C1) e apresentam alguma saturação por alumínio (Tabela 3), produto do
rebaixamento do pH que solubiliza Al e Fe, indício de maior intemperismo e
lixiviação. Os valores de fósforo decaem acentuadamente devido ao
surgimento de novos sítios de adsorção deste elemento (Tabela 3).
Os perfis P4, P5, P7 e P19 apresentam maior restrição à drenagem,
devido sua posição na paisagem, apresentando feições discretas de
crioturbação como, por exemplo, o arredondamento de clastos. Neste grupo
de solos há presenta de patterned-ground. No entanto, como já mencionado,
tais feições são incompatíveis com o clima atual da ilha.
Dentre todos os grupos, este apresenta os solos com textura mais fina
(Tabela 3), tendo horizontes enquadrados nas classes texturais argila e
franco-argilosa, predominando horizontes franco-arenosos (Tabela 2),
situação similar ao que Michel et al. (2006) e Simas et al. (2008)
encontraram para solos sulfatados na Antártica Marítima. A maior presença
de partículas finas nesses solos indica um maior grau de desenvolvimento
pedogenético, uma vez que possuem importantes fontes de acidez e os
processos de intemperismo químicos são mais ativos.
A formação de horizontes ácidos mais intemperizados pode ser
identificada não somente pelos baixos valores de pH (Tabela 4), mas
também pela mudança abrupta da cor dentro do perfil (Tabela 2). Os cromas
encontrados nestes solos em Seymour são compatíveis aos observados por
Michel et al. (2006), Simas et al. (2006), Simas et al. (2008) e Francelino et
al. (2010) em solos sulfatados da Antártica Marítima.
De acordo com o DRX, a fração areia dos solos deste grupo é
composta principalmente por quartzo (3,35, 4,26, 2,46 e 1,81 Å), plagioclásio
(3,24 4,03 Å), feldspato potássico (3,76, 4,26 e 3,32 Å) e Ilita-mica (15,2, 5,0,
4,50, 3,01 e 2,51 Å).
A mineralogia da fração argila nos horizontes ácidos e oxidados
revela a presença de sulfatos como a natrojarosita (3,07, 5,94, 5,06 e 3,12
Å), com forte predominância em superfície (associado aos sais superficiais),
jarosita (3,08 e 3,11 Å), anidrita (3,49, 2,85 e 3,87 Å) e gipsita (6,65 e 3,04
32
Å), distribuídos ao longo do perfil. Gipsita e calcita estão associados a solos
com maiores teores de cálcio e pH mais elevados.
Foram identificados na fração argila de solos deste grupo, também
esmectita (15,7, 5,01 e 4,50 Å), vermiculita (14,5 e 7,14), clorita (3,52, 14,2 e
2,82), quartzo (1,81, 4,26 e 2,46 Å), plagioclásio (3,62, 3,17 e 2,95 Å),
espinélio magnesiano (2,02 e 2,85 Å) e calcita (3,04, 2,49 e 2,28 Å) (Figura
11). Os tratamentos químicos revelaram a presença de esmectitas do tipo
montmorillonita, já que o pico de 14 Å na amostra saturada com Mg desloca-
se para 18 Å após solvatação com glicerol. Nas amostras saturadas com K à
temperatura ambiente, o pico de 14 Å colapsa para 10 Å, perdendo
intensidade com aquecimento a 350°C e desaparecendo após aquecimento
a 550°C.
Figura 11: DRX da fração argila de perfil representativo dos solos sulfatado - perfil P4. Mnt: montmorillonita; Ver: vermiculita; Najar: natrojarosita; Jar: jarosita; Qtz: quartzo; Cal: calcita; Mg-Esp: espinélio magnesiano; e Plg: plagioclásio.
Em geral, na base dos perfis os picos das argilas 2:1 são mais
definidos e simétricos, indicando maior cristalinidade, tornando-se
progressivamente menos definidos em superfície até praticamente
desaparecer nos horizontes mais superficiais. Isso é resultado da baixa
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 10 20 30 40 50 60 70°2θ
P4 A
P4 C1
P4 C2
Mnt/
Ver
Ver
Jar
Najar Qtz
Qtz/
Cal
Ver Mg-Esp
Plg
33
estabilidade desses minerais em condições ácidas. Por outro lado, os
minerais sulfatados comportam-se de forma inversa - são mais cristalinos
em superfície do que em profundidade. Este resultado demostram de forma
didática o efeito na acidez gerada pela oxidação de sulfetos na
desestabilização dos aluminossilicatos, acentuando o intemperismo químico
neste ambiente desértico e gelado.
Conforme já exposto no presente trabalho, ocorrem solos onde o
horizonte ácido e oxidado apresenta transição abrupta em profundidade para
um horizonte acinzentado com pH alcalino (ex. P7), indicando a presença de
sulfetos em sub-superfície. A fração argila desses horizontes é composta
principalmente por sulfatos como alunita (2,99, 3,50 e 1,90 Å) e anidrita (3,50
e 2,85 Å), e por minerais silicatados do tipo 2:1 como esmectita (15,7, 5,01 e
4,50 Å) e clorita (3,52, 14,2 e 2,82). A alunita é bastante similar à jarosita,
porém é formada quando ocorre mistura de soluções contendo alumínio
dissolvido com sulfatos ácidos em aguas tamponadas com carbonatos,
geralmente em pH acima de 5,0 (BIGHAM, NORDSTROM, 2000). Observou-
se ainda resquícios dos sulfetos dos sedimentos originais parcialmente
preservados. Isso é indicado pela presença traços de pirita (2,42, 1,70 e 1,63
Å) mesmo que de forma discreta.
Nas camadas ácidas sobrejacentes a esse material, foram
observados minerais análogos aos encontrados nos sítios
generalizadamente ácidos. Sulfatos como jarosita, natrojarosita e anidrita e
argilominerais do tipo 2:1 como Ilita, além do quartzo.
Os solos sulfatados desenvolvidos na ilha Seymour foram
classificados como Sulfuric Aquiturbel, Salic Aquiturbels, Sulfuric Aquorthels,
Typic Psammorthel e “Sulfuric” Anhyorthels (SSS, 2010), pela Soil
Taxonomy, e Oxyaquic-Turbi Cryosol, Oxyaquic-Salic Cryosol, Arenic-Haplic
Cryosol e Gypsiric-Salic Cryosol (IUSS, 2006), pela WRB/FAO (Tabela 1).
Foi observado o processo de sulfurização em um perfil cujo
permafrost não possui água intersticial, pois apesar de apresentar
temperaturas abaixo de zero graus não foi observada a presença de gelo
(P21). Como a Soil Taxonomy não prevê essa combinação de condições,
sugere-se a inclusão do caráter sulfuric na Soil Taxonomy para solos em
34
regime climático árido (Anhyorthels) de regiões afetadas por permafrost
seco.
3.4. Solos ornitogênicos
Os solos fosfatizados da Ilha Seymour são representados no presente
trabalho pelos perfis P8, P10, P11 e P12. Os ninhais de pinguins ocupam os
terraços marinhos atuais, terraços marinhos soerguidos, assim como, áreas
a mais de 100 metros de altitude próxima ao mar. Existe uma gradação da
posição relativa do perfil em relação ao nível atual de nidificação.
De forma geral, os solos aqui estudados, desenvolvidos sob influência
de pinguins, possuem elevados teores de P (acima de 2000 mg.dm3),
principalmente em superfície (Tabela 4). Possuem elevados teores de bases
trocáveis, principalmente sódio e potássio, exceto o P11, exibindo o caráter
natric (SSS, 2010; IUSS, 2006) e com valores de CE elevados, sendo por
isso, considerados salic, (SSS, 2010; IUSS, 2006). Apesar de serem todos
eutróficos, apresentam os valores mais baixos de saturação por base dentre
os solos da ilha. São solos com elevada acidez potencial (H + Al),
proveniente da matéria orgânica em superfície, indicado pelos maiores
teores de COT dentre os solos estudados na ilha (Tabela 3).
Ao contrário do observado em outros sítios de fosfatização na
Antártica (UGOLINI, 1970; UGOLINI, 1972; CAMPBELL E CLARIDGE, 1987;
TATUR, 1989; MICHEL et al, 2006;. SIMAS et al, 2006; SIMAS et al., 2008;
FRANCELINO et al., 2010), os solos desenvolvidos sobre ninhais em
Seymour são em sua maioria (P8, P10 e P12) alcalinos e possuem
baixíssimos teores de Al3+ (Tabela 4). O pH alcalino indica que o material
orgânico aportado pelas aves é pouco decomposto, não tendo liberado ainda
muita acidez para o ambiente, resultado do clima seco. Os baixos ou nulos
teores de Al3+ são consequência do pH elevado, uma vez que tal elemento
não é solúvel em ambientes alcalinos.
Somente o perfil P11 é generalizadamente ácido o que indica que o
aporte de material orgânico é baixo atualmente e que o guano da superfície
já foi parcialmente decomposto. A mineralização do material orgânico
representa uma importante fonte de acidez em superfície para esse sistema.
35
Por outro lado, em sub-superfície, a acidez é derivada da oxidação de
sulfetos do substrato (também observado nos P8 e P12). Essa acidez
generalizada conferiu a esse perfil os maiores teores de Al3+ encontrados em
solos ornitogênicos da ilha.
Existe uma grande variedade nas fontes de cargas nos solos
ornitogênicos da ilha. São cargas permanentes quando proveniente dos
minerais silicatados do tipo 2:1, e dependentes de pH, quando são advindas
dos óxidos de ferro em sub-superfície (sulfurização) e da matéria orgânica e
fosfatos superficiais (fosfatização). Isso pode ser observado pela grande
diferença entre os valores de CTC efetiva e CTC a pH 7,0 (Tabela 4). Simas
et al. (2006) reportam que em certos solos ornitogênicos da Antártica
Marítima, mais de 50% da fração argila é composta por fosfatos de baixa
cristalinidade. Estes compostos altamente reativos também contribuem para
uma elevada acidez potencial.
Dentre os perfis analisados, somente o P12 demonstrou altos valores
de P em profundidade (Tabela 4). Os elevados teores de P difusamente
distribuídos no perfil (do topo até a base) indicam condições mais favoráveis
à lixiviação de P em profundidade. No entanto, o pH relativamente alto ao
longo de todo perfil indica que a estabilização microbiológica do guano ainda
não gerou a acidez tipicamente encontrada em solos ornitogênicos de
regiões mais úmidas da Antártica.
Depósitos recentes de guano normalmente apresentam pH alcalino
tornando-se progressivamente mais ácidos com a transformação microbiana
deste material, que libera ácidos fortes no solo como ácido nítrico e ácido
sulfúrico (TATUR et al., 1997; SCHAEFER et al., 2010).
O perfil P8 caracteriza-se pela pouca interação da fosfatização
superficial (aproximadamente 40 cm) com o substrato subjacente. Isso é
indicado pelos teores de P elevados em superfície, decrescendo
abruptamente em sub-superfície (Tabela 4). O pH alcalino em superfície
associado aos altos valores de P, indica pouca transformação do guano,
enquanto que em profundidade apresenta pH ácido e valores
acentuadamente menores de P (Tabela 4). Neste caso, a acidez sub-
superficial é atribuída à oxidação de sulfetos presente no material de origem,
conforme indica a presença de jarosita na fração argila destes horizontes.
36
Em ninhais ativos e em horizontes superficiais, a deposição contínua
de guano fresco, assim como o pisoteio dos pássaros inibe o
estabelecimento da vegetação e evolução da paisagem (TATUR, 1989;
TATUR et al., 1997). Os teores de matéria orgânica nos sistemas
fosfatizados na ilha são baixos (Tabela 3), quando comparados aos sistemas
ornitogênicos da Antártica Marítima (UGOLINI, 1970; UGOLINI, 1972;
CAMPBELL E CLARIDGE, 1987; TATUR, 1989; MICHEL et al, 2006;.
SIMAS et al, 2006; SIMAS et al., 2008; FRANCELINO et al., 2010). Isso se
deve ao clima seco que impede o desenvolvimento de comunidades
vegetais mais complexas e com maior produtividade primária. Foi observada
apenas a ocorrência de esparsos campos de Prasiola crispa, em áreas de
nidificação mais antiga, hoje abandonadas pelos pinguins.
Apesar do maior desenvolvimento pedogenético em função da acidez
e intemperismo químico nos solos ornitogênicos, estes apresentaram textura
grosseira (franco-arenosa), semelhante aos outros solos da ilha. Esse
comportamento foi reportado por Simas et al. (2008) em solos ornitogênicos
da Antártica Marítima. Tatur et al., (1997), relaciona o baixo teor de
partículas finas à acidólise de aluminossilicatos realizada pela acidez gerada
pela decomposição microbiana do guano fresco que produz ácidos nítrico e
sulfúrico.
Os solos ornitogênicos de Seymour têm uma morfologia bastante
particular. São mais brunados em superfície, acompanhando a profundidade
da fosfatização. Em sub-superfície podem ser pálidos pela presença de
areias glauconíticas ou amarelados pela oxidação de sulfetos. Além disso,
podem possuir zonas mais amareladas associadas a auréolas de oxidação
de materiais piritizados por todo perfil (Tabela 2). Possuem diferentes níveis
de decomposição de ossos e penas de aves, principalmente em superfície.
Possuem estrutura mais evoluída que os outros solos da ilha, uma vez que
possuem agentes cimentantes e agregantes como óxidos de ferro e matéria
orgânica e forte ação microbiológica (Tabela 1).
O perfil P9, apesar de situado próximo aos ninhais, mostra atributos
químicos e morfológicos que indicam não ter sofrido influência, pretérita ou
atual, da fosfatização.
37
O DRX indicou que a fração areia dos solos ornitogênicos da ilha de
forma geral é composta por quartzo (3,34, 4,23, 2,45, 2,27 e 1,81 Å),
mirabilita (3,21 e 3,12 Å), Ilita (1,97 e 3,34 Å), K-feldspato (2,91, 3,91 e 3,32
Å) e plagioclásio (4,01 e 3,17 Å).
A mineralogia da fração argila dos horizontes mais superficiais dos
perfis P8 e P12 é composta basicamente por minerais de baixa cristalinidade
e apatita (3,04 e 2,80 Å), indicada pela elevação da linha de base do
difratograma (Figura 12). A presença desse mineral indica que o aporte de
material orgânico pelas aves nessas áreas é ativo, uma vez que o guano
fresco é rico em apatita (TATUR, KECK, 1990). Não foram encontrados
minerais típicos de zonas de guano fresco como os relatados por Tatur e
Keck (1990), tais como strengita, variscita, leucofosfita etc.
Figura 12: DRX da fração argila representativo de horizonte formado por minerais de baixa cristalinidade de solos ornitogênicos (P8 A1). Ap: apatita.
Em sub-superfície, na chamada zona de fosfatização, não foi
identificado nenhum fosfato cristalino, indicando grau incipiente de evolução
do sistema ornitogênico de Seymour. Tal afirmativa é corroborada pela
presença de esmectitas (15,74, 5,01, 4,50, 3,02 e 2,50 Å), clorita (7,21, 14,3
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 10 20 30 40 50 60 70
°2θ
Ap
Ap
38
e 3,54 Å) e quartzo (3,34, 4,26, 2,46 e 1,81 Å), que permanecem sem ter
sido intemperizados.
Abaixo da zona de fosfatização, observou-se a presença de
esmectitas (4,50, 15,4 e 3,02), Ilita (1,98, 10,0 e 3,34 Å), anidrita (3,49 e 2,85
Å), barita (3,49 e 3,90 Å), jarosita (3,07 e 3,11 Å) e natrojarosita (5,06, 5,89,
3,12, 3,06 e 2,77 Å). A presença de tais sulfatos indica que a acidez desses
horizontes é advinda da oxidação de sulfetos do sedimento e não da
decomposição microbiológica do guano depositado pelas aves.
O P11 foi o único perfil que apresentou minerais fosfáticos cristalinos
na fração argila, tanto em superfície quanto na zona de fosfatização. Junto à
Ilita (15,2, 1,98, 3,34 e 2,46 Å), jarosita (3,07 e 3,12 Å), natrojarosita (5,08 e
3,12 Å) e anidrita (3,49, 2,85 e 2,09 Å), foram identificados picos de minyulita
(3,38, 3,07 e 2,38 Å), fosfato de alumínio frequentemente associado a áreas
de fosfatização mais avançada (Figura 13).
Figura 13: DRX da fração argila de horizonte de superficial de solo de pinguineira abandonada (P11 A1). Ilt: Ilita; Najar: natrojarosita; Jar: jarosita; e Min: minyulita.
Esse fato, associado a valores de pH mais ácidos e teores
relativamente altos de Al3+ (Tabela 4),sugere que este sítio consiste em uma
pinguineira abandonada, onde o processo de fosfatização teve condições de
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 10 20 30 40 50 60 70°2θ
Ilt
Jar NaJar
Min
39
avançar, com a acidificação do guano e formação de fosfatos secundários
cristalinos (TATUR, KECK, 1990; SIMAS et al., 2006).
Os solos desse grupo foram classificados como: Ornithic-Oxyaquic
Cryosol e Ornithic-Salic Leptosol (IUSS, 2006) (Tabela 1). A Soil Taxonomy
não reconhece o caráter ornitogênico como caráter classificador, não sendo,
portanto, tais solos passíveis de classificação neste sistema. Entretanto,
assim como em outros trabalhos realizados em áreas fostatizadas da
Antártica (TARNOCAI et al, 2004; MICHEL et al, 2006; SIMAS et al., 2007a;
SIMAS et al., 2008), sugere-se aqui a inclusão do caráter ornitogênico nesse
sistema para o melhor enquadramento de solos fosfatizados. Dessa forma,
os perfis aqui analisados seriam classificados como: “Ornithogenic” Salic
Aquorthels e “Ornithogenic” Lithic Psammaquents (SSS, 2010).
40
4. CONCLUSÕES
Os solos da Ilha Seymour são completamente distintos daqueles
encontrados na Antártica Marítima em termos das suas características
químicas e processos pedogenéticos atuantes. No entanto, de forma
semelhante aos solos de regiões mais úmidas da Antártica, observou-se que
a definição dos diferentes pedoambientes na ilha está intimamente
condicionada a influência do material de origem, sua natureza e constituição.
A partir das características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas,
observou-se a definição de três diferentes grupos de solos. Solos alcalinos
pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos; solos sulfatados e solos
ornitogênicos.
Os solos alcalinos pouco evoluídos sobre arenitos e siltitos constituem
o maior grupo de solos as ilha. Tais solos não expressam características
marcantes de modificação do substrato sobre o qual se desenvolvem,
sendo, portanto, considerados pouco evoluídos pedogeneticamente.
Os solos sulfatados constituem os solos com maior expressão de
intemperismo da ilha. Os baixos valores de pH, a formação de minerais
como jarosita e natrojarosita, cromas mais alaranjados e o maior conteúdo
de argila são alguns dos indícios da influência desse processo para a
evolução dos sistemas pedogenéticos desenvolvidos a partir de sedimentos
ricos em sulfetos marinhos na ilha.
O clima seco da ilha não favoreceu a evolução da fosfatização e
consolidação de ecossistemas ornitogênicos tal como são encontrados nas
áreas livres de gelo da Antártica Marítima. A interação do guano aportado
pelas aves é limitada a superfície pelo impedimento da lixiviação imposta
pelo clima. Além disso, a ocorrência de solos alcalinos, com baixos ou nulos
teores de Al3+ e a predominância de minerais silicatados do tipo 2:1 em
detrimento de fosfatos estáveis indicam a pouca modificação do guano
aportado pelas aves. Apenas um perfil apresentou algum indício de maior
grau de fosfatização, sendo considerado, portanto, área de nidificação
antiga.
41
A presença de horizontes ácidos sulfatados pobres em P, abaixo de
horizontes alcalinos com valores extremamente altos de P sugere o seguinte
modelo para a formação destes solos ornitogênicos: a existência de solos
ácidos tiomórficos sobre os quais foi depositado o guano. A reação alcalina
do guano fresco promoveu a neutralização da acidez pré-existente,
resultando na desestabilização dos sulfatos bem com dos fosfatos típicos do
guano fresco gerando fases predominantemente amorfas na zona
fosfatizada. O clima árido e a deposição relativamente recente do guano
resultaram em zonas fosfatizadas superficiais alcalinas com transição
abrupta para horizonte ácido.
A presença de minyulita no solo P11, sua maior acidez em superfície
com elevados teores de P e sua posição mais elevada na paisagem indicam
que este é o solo ornitogênico mais evoluído dentre os estudados no
presente trabalho.
Diversos traços da paisagem como descontinuidades pedogenéticas
sugerem uma condição paleoambiental mais úmida.
Os sistemas Soil Taxonomy e WRB/FAO não possuem critérios de
classificação adequados para classificar todos os solos desenvolvidos em
áreas de transição climática que sejam afetados por sais, fosfatização e
sulfurização.
42
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVAREZ V., V.H.; FONSECA, D.M. Definição de doses defósforo para a determinação da capacidade máxima deadsorção de fosfato e para ensaios de casa de vegetação.R. Bras. Ci. Solo, 14:49-55, 1990.
BIGHAM, J. M.; NORDSTROM, D. K. Iron and aluminum hydroxysulfates from acid sulfate waters. In: ALPERS, C. N.; JAMBOR, J. L.; NORDSTROM, D. K. ( Eds.), Sulfate Minerals - Crystallography, Geochemistry, and Environmental, 2000.
BOCKHEIM, J; TARNOCAI, C. Nature, occurrence and origin of dry permafrost. Permafrost -Seventh international conference (Proceedings), Yellowknife (Canada), Collection Nordicana No 55, 1998.
BOCKHEIM, J.G. Properties and Classification of Cold Desert Soils from Antarctica. Soil Sci. Soc. Am. J. v. 61, p.224–231. 1997.
CAMPBELL, I.B.; CLARIDGE, G.G.C. Antarctica: soils, weathering processes and environment. Elsevier-Amsterdam. 1987.
CHEN, P-Y. Table of key lines in X-ray powder diffraction patterns of minerals in clays and associated rocks. Indiana: Department of Natural Resources Geological Survey. 1997. 67p. (Paper 21).
CLARIDGE, G.G.C.; CAMPBELL, I.B. Some features of Antarctic soils and their relation to other desert soils. Trans. 9th I n f . Congr. Soil Sci. v. 4, p. 541-549, 1968.
CLARIDGE, G.G.C.; CAMPBELL, I.B. A comparison between hot and cold desert soils and soil processes. In: D.H, YAALON (ed). Aridic soils and geomorphic processes. Catena supplement: I. Braunschweig. p. 1-28, 1982.
CONVEY, P. Terrestrial ecosystem response to climate changes in the Antarctic. In: WALTHER, G.R; BURGA, C.A; EDWARDS, P.J. (eds). Fingerprints’ of climate change – adapted behavior and shifting species ranges. New York: Kluwer, p. 17-42, 2001.
COOK, A.J.; FOX, A.J.; VAUGHAN, D.G.; FERRIGNO, J.G. Retreating glacier fronts on the Antarctic Peninsula over the past half-century. Science, v. 308, p. 541-544, 2005.
COOKE. R.U.; SMALLEY, I.J. Salt weathering in deserts. Nature, v. 220, p. 1226-1217, 1968.
DENT, D. Acid Sulphate Soils: A Baseline for Research and Development.International LandReclamationInstitute Pub. 39. Wageningen, The Netherlands. 1986.
43
DUTRA, T.L. Paleofloras da Antártica e sua relação com os eventos tectônicos e paleoclimáticos nas altas latitudes do sul. Revista Brasileira de Geociências, v. 3, n. 34, p. 401-410, 2004
ELLENBERG, H. Vegetationecologyof Central Europe. Cambridge: Cambridge University Press, p. 731, 1988.
ELLIOT, D.H.; TRAUTMAN T, A. Lower Tertiary strata on Seymour Island, Antarctic Peninsula. In: CRADDOCK, C. (ed.) Antarctic Geoscience. Part II. Scotia Arc Region. Madison: Univ. Wisconsin Press, p. 287-297, 1982.
EMBRAPA- Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos. p. 212, 1997.
ERMOLIN, E.; DE ANGELIS, H. Procesos exógenos enel permafrost de laIsla Marambio (Seymour), Península Antártica. ActasXVºCongreso Geológico Argentino, Buenos Aires. T. II: p. 463-469, 2002.
FANNING, D. S.; FANNING, M. C. B. Soil Morphology, Genesis, and Classification. New York: John Wiley, 1989.
FERREIRA, T.O.; OTERO, X.L.; VIDAL-TORRADO, P.; MÁCIAS, F. R. Are mangrove forest substrates sediments or soils? A case study in southeastern Brazil. Catena, v. 70, p. 79-91, 2007a.
FERREIRA, T.O.; OTERO, X.L.; VIDAL-TORRADO, P.; MÁCIAS, F. R. Redox process in mangrove soil under Rhizophora mangle in relation to different environmental conditions. Soil Sci. Soc. Am. J.. v. 71, p. 484-491, 2007b.
FERRIANS, O.; JR., KACHADOORIAN, R.; GREENE, G.W. Permafrost and related engeneering problems in Alaska. United State Geological Survey Professional Paper 678. p. 37, 1669.
FRANCELINO, M.R.; SCHAEFER, C.E.G.R.; SIMAS, F.N.B.; FERNANDES FILHO, E.I.; SOUZA, J.J.L.L.; COSTA, L.M. Geomorphology and soils distribution under periglacial conditions in an ice-free area of Admiralty Bay, King George Island, Antarctica. Catena, p. 45-52, 2011.
FRENCH, H.M. Periglacial geomorphology in North America: Current research and future trends. Progress in Physical Geography, v. 11, p. 569-587, 1987.
FRENCH, H. M. The Periglacial Environment. 2nd ed. Canada: Longman, p. 341. 2001.
FUKUDA, M.; STRELIN, J.; SHIMOKAWA, K.; TAKAHASHI, N.; SONE, T.; TROMBOTTO, D. Permafrost occurrence of Seymour Island and James Ross Island, Antarctic Peninsula Region. In YOSHIDA, Y.; KAMINUMA, K.; SHIRAISHI, K. (eds) Recent progress in Antarctica earth science. Tokyo: Terrapub, p. 745–750, 1992.
44
HODKINSON, I.D.; WEBB, N.R.; BALE, J.S.; COULSON, S.J.; STRATHDEE, A.T. Global change and Arctic ecosystems: conclusions and predictions from experiments with terrestrial invertebrates on Spitsbergen. Arctic and Alpine Research, v. 30, p. 306–313, 1998.
IUSS WORKING GROUP WRB. World reference base for soil resources 2006. World Soil Resources Reports No. 103. Rome: FAO. 2006.
KITTRICK, J. A.; FANNING, D. S.; HOSSNER, L. R. (eds.). Acid Sulfate Weathering. Soil Sci. Soc. Am. Spec. Pub. n. 10, Soil Sci. Soc. Am., Madison, WI. 1982.
SOUZA, J.J.L.L.; SCHAEFER, C.E.G.R.; ABRAHÃO, W.A.; MELLO, J.W.V.; SIMAS, F.N.B.; SILVA, J.; FRANCELINO, M.R. Hydrogeochemistry of sulfate-affected landscapes in Keller Peninsula, Maritime Antarctica. Geomorphology, v. 138, dec. 2011.
MACELLARI, C.E. Stratigraphy, sedimentology, and paleoecology of Upper Cretaceous — Paleogene shelf-deltaic sediments of Seymour Island. — In: FELDMAN, R.M; WOODBURNE M.O. (eds). Geology and Paleontology of Seymour Island, Antarctic Peninsula. Geological Society of America Memoir, v. 169, p. 25-53, 1988.
MEHRA, J.P.; JACKSON, M.L. Iron oxids removal from solis and clays by a dithionite-citrate-bicarbonate system buffered with bicarbonate sodium. Clays Clay Miner. v.7, p.317-327, 1960.
MICHEL, R.F.M.; SCHAEFER, C.E.G.R.; DIAS, L.; SIMAS, F.N.B.; BENITES, V.; MENDONÇA, E.S. Ornithogenicgelisols (cryosols) from Maritime Antarctica: pedogenesis, vegetation and carbon studies. Soil Science Society of America Journal, v. 70, p. 1370–1376, 2006.
MUNSELL. Soil color charts. Baltimore: Macbeth Division of Kollmorgen Instruments Corporation, 1990.
MURPHY, J.; RILEY, J.P. A modified single solution method for determination of phosphate in natural waters. Anal. Chim. Acta, v. 27, p. 31-36, 1962.
NOZAL, F.; MONTES, M.; SANTILLANA, S.; MARTÍN-SERRANO, A. Cartografía Geomorfológica 1:10.000 en la Isla Marambio (Mar De Weddell). In: VI SIMPOSIO ARGENTINO Y III LATINOAMERICANO SOBRE INVESTIGACIONES ANTÁRTICAS - VI ARGENTINE AND III LATIN-AMERICAN SYMPOSIUM ON ANTARCTIC RESEARCH. 6, 2007, Argentina. Anais do VI Simposio Argentino Y III Latinoamericano Sobre Investigaciones Antárticas - VI Argentine And III Latin-American SymposiumonAntarcticResearch. Argentina: Dirección Nacional del Antártico / Instituto Antártico Argentino. 2007
OSTERKAMP, T.E. Establishing long-term permafrost observatories for active-layer and permafrost investigations in Alaska: 1977-2002. Permafrost and Periglacial Processes, v. 14, p. 331-342. 2003.
45
OSTROUMOV, V. Impact of freezing on distribution of ions in soil. Euro. Soil Sci., v. 5, p. 614-619. 1989.
REYNOLDS, J.M. The distribution of mean annual temperatures in the Antarctic Peninsula. British Antarctic Survey Bulletin, v. 54, p. 123-133. 1981.
RICHARDS, L.A. Diagnosis and Improvement of Saline and alkali Soils. United StatesDepartmentofAgriculture: Washington. 1954 (AgricultureHandbook No. 60)
RUIZ, H.A. Dispersão física do solo para análise granulométrica por agitação lenta. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 30. Recife - PE. CD-ROM. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. 2005a.
RUIZ, H.A. Incremento da exatidão da análise granulométrica do solo por meio da coleta da suspensão (silte + argila).RevistaBrasileira deCiência do Solo, v.29, p.297-300. 2005b.
SADLER P. Geometry and stratification of uppermost Cretaceous and Paleogene units on Seymour Island, northern Antarctic peninsula. — In: FELDMAN, R.M.; WOODBURNE, M.O. Geology and Paleontology of Seymour Island, Antarctic Peninsula. GeologicalSocietyofAmericaMemoir, v. 169, p. 303-320, 1988.
SCHAEFER, C.E.G.R.; ALBUQUERQUE, M A.; CAMPOS, J.C.F.; CHARMELO, L.L.; SIMAS, F.N.B. Elementos da Paisagem e Gestão da Qualidade Ambiental. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 21, n. 202, p. 20-44, 2000.
SCHAEFER, C.E.G.R.; SIMAS, F.N.B.; ALBUQUERQUE FILHO, M.R.; VIANA, J.H.M.; MICHEL, R.F.M.; TATUR, A. Fosfatização: Processo de formação de solos na Baía do Almirantado e implicações ambientais. p. 45–59. In: Ecossistemas Terrestres e Solos da Antártica Marítima. 1st edn. NEPUT. Viçosa. 2004.
SILVA BUSSO, A.; SÁNCHEZ, R.; FRESINA, M. CaracterizacióndelComportamientoHidrogelógicoenlaIsla Marambio, Antártida. Primer Congreso Mundial Integrado de Aguas Subterráneas. Abstracs, pag 292 en CD pag: . Fortaleza, Brasil. ALSHUD.AIH. 2000.
SILVA BUSSO, A. Aspectos Hidrológicos Superficiales y Subterráneosdel Área Norte de la Península Antártica, Boletín Geológico Minero, IGME, AIH, UNESCO, Madrid España, v. 114, n. 4, p. 419-432, 2004.
SIMAS, F.N.B.; SCHAEFER, C.E.G.R.; ALBUQUERQUE, M.A.; MICHEL, R.F.M.; DIAS, L.E.; BORGES, J.R.; PRATES, M.L. Atributos químicos de criossolos ornitogênicos da Baía do Almirantado, Antártica. p. 39–44. In: Ecossistemas Terrestres e Solos da Antártica Marítima. 1st edn. NEPUT. Viçosa. 2004.
46
SIMAS, F.N.B.; SCHAEFER, C.E.G.R.; MELO, V.F.; DE GUERRA, M.B.B.; SAUNDERS, M.; GILKES, R.J. Clay-sized minerals in permafrost-affected soils (Cryosols) from King George Island, Antarctica. Clays Clay Miner. v. 54, p. 721–736, 2006.
SIMAS, F.N.B.; SCHAEFER, C.E.G.R.; MELO, V.F.; DE ALBUQUERQUE-FILHO, M.R.; MICHEL, R.F.; PEREIRA, V.V.; GOMES, M.R.M. OrnithogenicCryosols from Maritime Antarctica: phosphatization as a soil forming process. Geoderma, v. 138, p. 191–203, 2007.
SIMAS, F.N.B.; SCHAEFER, C.E.G.R.; MELO, V.F.; ALBUQUERQUE-FILHO, M.R.; FRANCELINO, M.R.; FERNANDES FILHO, E.I. & COSTA, L.M. Genesis, properties and classification of Cryosols from Admiralty Bay, maritime Antarctica. Geoderma, v. 144, p. 116-122, 2008.
SLAVICH, P. G.; PETTERSON, G. H. Estimating the electrical conductivity of saturated paste extracts from 1:5 soil:water suspensions and texture. Australian Journal of Soil Research, v.31, p. 73–81, 1993.
SSSA, Soil Survey Staff. Keys to Soil Taxonomy, 11th ed. USDA-NRCS, Washington, DC. 2010.
TARNOCAI, C.; BROLL, G.; BLUME, H.P. Classification of permafrost-affected soils in the WRB. In: Kimble, J.M. (Ed.), Cryosols– Permafrost-Affected Soils. Springer-Verlag, Berlin, p. 637–657, 2004.
TATUR, A.; BARCZUK, A; del VALLE, R.; SLETTEN, R.; KICIŃSKA, E. Surface mineralization on Seymour Island, Antarctica. Polish Polar Research, Cidade, v. 14, n. 2, p. 153-168, 1993.
TATUR, A.; MYRCHA, A.; NIEGODZISZ, J. Formation of abandoned penguin rookery ecosystems in the maritime Antarctic. Polar Biol. v. 17, p. 405–417, 1997.
TATUR, A. Ornithogenic soils of the maritime Antarctic. Pol. Polar Res. v. 4, p. 481–532, 1989.
TATUR, A. Ornithogenic soils of the Maritime Antarctic: Taxonomic position. Pol Polar Stu. 24th Polar symposium. 1997.
TATUR, A.; A. MYRCHA. Changes in chemical composition of water running off from the penguin rookeries at Admiralty Bay Region (King George Island, South Shetlands, Antarctica). Polish Polar Res. v. 4, p. 113–128, 1993.
TATUR, A.; KECK, A. Phosphates in ornithogenic soils of the maritime Antarctic. Proc. N1PR Sump. Polar Biol., v. 3, p.133-150. 1990.
TURNER, J.; COLWELL, S.R.; MARSHALL, G.J.; LACHLAN-COPE, T.A.; CARLETON, A.M.; JONES, P.D.; PHIL, V.L.; REID, A.; IAGOVKINA S. Antarctic climate change during the last 50 years. Int. J. Climatol. v. 25, p. 279-294, 2005.
47
UGOLINI, F.C. Antarctic soils and their ecology. In: Holdgate, M.W. (Ed.), Antarctic Ecology, vol. 2, London: Academic Press, pp. 673–692, 1970.
UGOLINI, F.C. Ornithogenic soils of Antactica. p. 181–193. In: LLANO, G.A. (ed.) Antarctic terrestrial biology. Am. Geographies. Washington: Union Antact. Re, 1972.
UGOLINI, F.C., BOCKHEIM, J.G. Antarctic soils and soil formation in a changing environment: A review. Geoderma, v. 144, p. 1–8, 2008.
WELLER, G., Regional impacts of climate change in the Arctic and Antarctic. Annals of Glaciology, v. 27, p. 543–552, 1998.
WELLMAN, H.W.; WILSON, A.T. Salt weathering, a neglected geological erosive agent in coastal and arid environments. Nature v. 205, p.1097-1098, 1965.
YEOMANS, J.M.; BREMNER, J.C. A rapid and precise method for routine determination of organic carbon in soil. Commun. Soil Sci. Plant Anal. v. 19, p. 1467–1476, 1988.
ZINSMEISTER W.J. First U.S. expeditiontothe James Ross Island area, AntarcticPeninsula. Antar. Jour. U.S. v. 17, n. 5, p. 63 - 64, 1982.
48
ANEXOS
49
PERFIL 01
Data: 19/02/2011 Classificação: TypicAnhyorthels (SSS, 2010), Aridic-HaplicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM: Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K,512735 O, 2874368 S. Perfil coletado em: Corte de drenagem na plataforma mais recente de soerguimento da ilha e primeiro ponto de três de topossequência. Altitude: 8 m Formação geológica: Siltito/Arenito da formação Lopes de Bertodano Profundidade do permafrost: 60 cm seco Pedregosidade: Pedregosa Rochosidade: Ligeiramente Rochoso Relevo local:Plano (3-8%) Relevo regional:Suave ondulado Erosão: Forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Sem vegetação Clima: Continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-12 cm; franco argiloso siltoso, cascalhenta, arredondada; maciça pequena granular; ligeiramente duro, plástico e pegajoso; gradual e ondulada; 0. Obs.: horizonte claro, albitizado.
AB 12-20 cm; franco; cascalhenta, arredondada; maciça pequena a média blocos subangulares; macio, plástico e pegajoso a muito pegajoso; clara e ondulada; 0,1.
Bi 20-42 cm; franco; cascalhenta, arredondada; maciça pequeno blocos angulares; macio, plástico e pegajoso a muito pegajoso; clara e ondulada; 0,1.
BC 42-58 cm; franco; cascalhenta, arredondada; maciça pequena a média blocos angulares; macio, plástico e pegajoso a muito pegajoso; clara e ondulada; 0,2.
Cr 58-90 cm; franco; cascalhenta, arredondada; maciça pequena a média blocos angulares; macio, plástico e pegajoso a muito pegajoso; 0,3.
Obs.: Solo com evidencia de oxidação em superfície.
50
PERFIL 02
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 19/02/2011 Classificação: SalicAnhyorthels (SSS, 2010),Aridic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 0512733 O, 2874058 S. Perfil coletado em:Topo do segundo nível de soerguimento da ilha e segundo ponto da topossequência. Altitude: 36 m Formação geológica: Arenito e siltito da formação Lopes de Bertodano Profundidade do permafrost: 80 cm Pedregosidade: Muito pedregosa Rochosidade: Moderadamente rochoso Relevo local: Suave Ondulado (3-8 %) Relevo regional: Suave Ondulado Erosão: Forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Sem vegetação Clima: Continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-12 cm; franco argiloso siltoso e angular; pequeno granular; ligeiramente duro, plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e ondulada; 0,1.
AB 12-20 cm; franco argiloso siltoso e angular; pequeno granular; macio e muito friável, plástico e pegajoso; clara e ondulada; 0,1.
Bi 20-42 cm; franco argiloso arenoso e angular; médio blocos subangulares a granular; macio e muito friável, plástico e pegajoso; clara e ondulada; -0,1.
BC 42-50 cm; franco argiloso arenoso e angular; médio blocos subangulares a granular; macio e muito friável, plástico e pegajoso; abrupta e plana; -0,2.
Cr 50-90 cm; franco argiloso arenoso e angular; médio blocos subangulares a granular; macio e muito friável, plástico e pegajoso; -0,4.
Obs.: Solo na superfície crioplanada dissecação de nível intermediário. Sequência
de horizontes semelhantes ao P1, porém com estrutura menos desenvolvida. Presença de gelo intersticial abaixo de 80 cm.
51
PERFIL 03
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 20/02/2011 Classificação: SalicPsammorthels (SSS, 2010), Arenic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso21K, 513360 O, 2873796 S. Perfil coletado em:Terceiro nível de soerguimento e terceiro ponto da topossequência. Altitude: 60 m Formação geológica: Lopes de Bertodano Profundidade do permafrost: 50 cm Pedregosidade: Pedregosa Rochosidade: Ligeiramente rochoso Relevo local: Ondulado (8 - 20 %) Relevo regional:Suave ondulado Erosão: Muito forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Sem vegetação Clima: Continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-10 cm; franco argiloso; moderada pequena blocos subangulares a granular; duro e firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; francamente cimentado; transição clara e ondulada; -0,1.
Bi1 10-30 cm; franco argiloso arenoso; moderada media blocos subangulares; muito duro e firme a muito firme e plástico e pegajoso; gradual e ondulada; -0,1.
Bi2 30-50 cm; franco argiloso arenoso; moderada media a grande blocos subangulares a granular; duro e firme e plástico e pegajoso; 0,5.
CR 50-120 cm; franco argiloso arenoso; moderada media a grande blocos subangulares a granular; duro e firme e plástico e pegajoso; 0,4.
Obs.: Permafrost duro, com água e crosta de gelo
52
PERFIL 04
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 20/02/2011 Classificação: SulfuricAquorthels(SSS, 2010), Oxyaquic-SalicCryosol (IUSS, 2006) Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 514709 O, 2872998 S. Perfil coletado em:Rampa de sedimentos basálticos Altitude: 101 m Formação geológica: Saprolito de basalto em dique de basalto Profundidade do permafrost: 40-50 cm Pedregosidade: Muito pedregosa Rochosidade: Rochoso Relevo local: Suave ondulado Relevo regional: Montanhoso Erosão: Muito forte Drenagem: Imperfeitamente drenado Vegetação primária: Pouquíssimos liquens Clima: Continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-5 cm; fraca pequeno granular; ligeiramente duro e friável e ligeiramente plástico e pegajoso; transição gradual e ondulada; 1.1ºC
AC 5-35 cm; moderada pequeno granular; macio e friável e plástico e pegajoso; transição gradual e ondulada; 0.8ºC
C1 35-40 cm; apédica; macio e friável e plástico e pegajoso; transição clara; 0ºC C2g 40-55 cm; apédica; ligeiramente duro e friável e plástico e pegajoso;
transição clara e ondulada; -0.8ºC Cg 55-80 cm; apédica; ligeiramente duro e friável e plástico e pegajoso;
-1.1ºC Obs.: Solo desenvolvido de saprolito de basalto, com características ândicas,
incompatíveis.
53
PERFIL 05
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 20/02/2011 Classificação: SalicAquiturbels (SSS, 2010), Oxyaquic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21 K 514335 O, 2873173 S. Perfil coletado em:Fundo de vale em transição para o terraço.Playa glacial. Altitude:30 m Formação geológica: Sedimentos fluviais. Terraços fluviais em depósitos aluviais Profundidade do permafrost: 45-50 cm Pedregosidade: Ligeiramente pedregoso Rochosidade: Não rochoso Relevo local: Plano Relevo regional: Plano Erosão: Moderada Drenagem: Imperfeitamente drenado Vegetação primária: Sem vegetação Clima: Continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-6 cm; argila arenosa; maciça pequeno médio granular; ligeiramente duro e friável e plástico e pegajoso; gradual; 4.3 ºC
ACg 6-20 cm; argila arenosa; granular (criogênica); macio e friável e plástico e pegajoso; gradual; 3.8 ºC 10cm
Cg2 20-50 cm; franco argiloso siltoso; maciça pequeno médio granular (criogênica); macio e friável e plástico e pegajoso; gradual; 0.7 ºC 20cm; 0.5 ºC 30cm
Cg3 50-70 cm; franco argiloso siltoso; maciça pequeno médio granular (criogênica); macio e friável e plástico e pegajoso; 0.0ºC 50cm; -1.1 ºC 70cm
Obs.: Crosta salina de deserto polar. Solo com forte gradiente térmico. Solo com
padrões poligonais. Presença de fósseis em pequenos montes (rochosidade ?) espaçados de 10cm.
PERFIL 06
54
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 21/02/2011 Classificação: TypicPsammorthels (SSS, 2010), Arenic-SkeleticCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM: Ilha Seymour, Mar de Weddell, Fuso 21 K 516288 O, 2874476 S. Perfil coletado em: Perfil coletado em rampa se solifluxão em base La Meseta. Altitude: 103 m Formação geológica: Matriz arenito com tilito Profundidade do permafrost: 120 cm (seco) Pedregosidade: Extremamente pedregoso Rochosidade: Muito rochoso Relevo local: Ondulado Relevo regional: Ondulado Erosão: Forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Sem Clima: continental costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0 - 5 cm; franco arenoso, com cascalho; granular; friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual; 3.4 ºC.
AC1 5 - 20 cm; franco arenoso; grãos simples granular; friável, ligeiramente plástico ligeiramente pegajoso; gradual ondulada; 2.8 ºC.
C2 20 - 40 cm; franco arenoso com cascalho; grãos simples granular ; friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual ondulada; 2.2 ºC.
C3 40 - 60 cm; franco arenoso com cascalho; grãos simples granular; e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara plana; 1.8 ºC.
C4 60 - 80 cm franco arenoso com cascalho; grãos simples granular; e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara plana; 1.6 ºC.
C5 80 - 100 cm; franco arenoso com cascalho; grãos simples granular; e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara; 1.1 ºC.
Obs.: Rampa de solifluxão com canais ativos próximos. Dissecação em ravinas
que destrói nível de pedimentação em clima mais seco anterior. Matriz arenosa com tilito com rochas variadíssimas (quartizito, granito, gnaisse, xisto verde).
PERFIL 07
55
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/11/2011 Classificação: SulfuricAquiturbels (SSS, 2010), Oxyaquic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 515288 O, 2873537 S. Perfil coletado em: Canais de degelo Altitude: 34m Formação geológica: Sedimentos Quaternários (basálticos) Profundidade do permafrost: 42cm Pedregosidade: Moderadamente Pedregosa Rochosidade: Não Rochoso Relevo local: Suave Ondulado Relevo regional: Suave Ondulado Erosão: Muito Forte Drenagem: Imperfeitamente Drenado Vegetação primária: Sem Vegetação Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0 - 8 cm; franco argiloso; médio granular; macio e muito friável; não plástico e não pegajoso; abrupta e ondulada; 3.0 ºC.
C 8 - 38 cm; franco argiloso; médio granular; solto e muito friável; não plástico e não pegajoso; abrupta e ondulada; 0.9 ºC.
C2 38 - 60 cm; franco argiloso; médio grande blocos subangulares; duro e firme; não plástico e não pegajoso; -0.2 ºC.
Obs.: Solo cromado com ferrihidrita em C1 e permafrost “ice cemented”. Antiga
planície fluvial. Criossolo (Neossolo Regolítico).
56
PERFIL 08
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/02/2011 Classificação: “Ornithogenic” Salic Aquorthels (SSS, 2010), Ornithic-OxyaquicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 514948 O, 287234 S. Perfil coletado em:Terraço marinho em pinguineira na Praia da PuntaPinguino. Altitude: 8m Formação geológica: Arenito Glauconítico Profundidade do permafrost: Pedregosidade: Pedregosa Rochosidade: Ligeiramente Rochoso Relevo local: Suave Ondulado Relevo regional: Plano (Terraço Marinho Soerguido) Erosão: Forte Drenagem: Moderadamente Drenado Vegetação primária: Guano sem Prasiola Clima: Continental Oceânico
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0 - 3 cm; muito cascalhenta, arredondada, franco argiloso arenoso; moderada médio laminar; ligeiramente duro e friável/ firme; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e plana; 8.4 ºC.
A2 3 - 8 cm; cascalhenta subarredondado/ arredondado franco argilo arenoso; moderada médio/grande blocos subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e ondulada; 8.2 ºC.
A3 8 - 20 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e ondulada; 7.9 ºC.
A4 20 - 28 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 6.5 ºC.
A5 28 - 35 cm; textura; cascalhenta subarredondada/arredondada franco; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 5.6 ºC.
AC 35 - 40 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente
57
plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 4.8 ºC. C1 40 - 60 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso;
fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 3.2 ºC.
C2 60 - 80 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 1.3 ºC.
C3 80 - 100 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argilo arenoso; fraca médio/grande blocos subangulares; macio e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 0.7 ºC.
Obs.: Segundo nível de soerguimento da pinguineira. Aproximadamente 40cm de
horizonte ornitogênico subatual. Areias glauconíticas não mostram interação com guano acima do substrato.
PERFIL 09
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/02/2011 Classificação: LithicPsammaquents (SSS, 2010), Lithic-ArenoLeptosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 514948 O, 2870235 S. Perfil coletado em: Terceiro Nível de Soerguimento, PuntaPinguino. Altitude:8 m Formação geológica: Arenito Profundidade do permafrost: Sem permafrost Pedregosidade: Moderadamente Pedregosa Rochosidade: Rochoso Relevo local: Escarpado/Forte Ondulado Relevo regional:Suave ondulado Erosão: Muito Forte Drenagem: Excessivamente Drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
58
AC 0 - 2 cm; cascalhenta angular areia franca; solto e solto; não plástico e não pegajoso; gradual e plano; 11.1ºC.
C 2 - 20 cm; cascalhenta angular areia franca; solto e solto; não plástico e não pegajoso; gradual e plano; 2.1ºC. 20cm
Obs.: Fracamente nidificado. Sem permafrost dentro da seção de controle.
PERFIL 10
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/02/2011 Classificação: “Ornithogenic” LithicPsammaquents(SSS, 2010), Ornithic-LithicLeptosol(IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 514663 O, 2869749 S. Perfil coletado em:Nível mais Alto de Soerguimento da Pinguineira, PuntaPinguino. Altitude: 48m Formação geológica: Arenitos Tubáceos Profundidade do permafrost: sem permafrost Pedregosidade: Pedregosa Rochosidade: Rochoso Relevo local: Suave Ondulado Relevo regional: Erosão: Muito Forte Drenagem: Bem Drenado Vegetação primária: Raras Prasiolas Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1F 0- 5 cm; franco argilo arenoso; médio laminar/blocos subangulares; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e plana; 13.0 ºC.
A2F 5 - 15 cm; franco argilo arenoso; médio blocos subangulares/granular; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e irregular; 10.3 ºC.
C/R 15 - 40 cm; franco; não plástico e não pegajoso; clara e irregular; 3.7 ºC. C 40 - 70 cm; arenosa; não plástico e não pegajoso; 0.9 ºC.
Obs.: Solo Ornitogênico do topo da Pinguineira face Mar de Weddell. Fosfatização
59
rasa sobre a rocha. Fosfatização nas fraturas. Matéria orgânica iluvial. Matéria orgânica puramente derivada de Prasiolas ou dejetos. Cimentado por crosta de Prasiolas. Estrutura composta.
PERFIL 11
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/02/2011 Classificação: “Ornithogenic” Salic Aquorthels (SSS, 2010), Ornithic-OxyaquicCryosol (IUSS. 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 514730 O, 2869898 S. Perfil coletado em:Paleoninhal de Pinguineira na PuntaPinguino. Altitude: 22m Formação geológica: Areias Glauconíticas com Pirita Profundidade do permafrost: 80 - 100cm Pedregosidade: Ligeiramente Pedregosa Rochosidade: Ligeiramente Rochoso Relevo local: Suave Ondulado Relevo regional: Forte Ondulado Erosão: Forte/Muito Forte Drenagem: Moderadamente Drenado Vegetação primária: RarasPrasiolas Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0 - 3 cm; muito cascalhenta subarredondada franco argiloso; médio laminar; duro e firme; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e plana; 13.1 ºC.
A2 3 - 12 cm; muito cascalhenta subarredondada franco argiloso; médio blocos subangulares; duro e firme; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e ondulado; 7.4 ºC.
AF3 12 - 25 cm; cascalhenta subarredondada franco argilo arenoso; médio blocos subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e plana; 4.3 ºC.
A4 25 - 40 cm; cascalhenta subarredondada franco argilo arenoso; médio blocos
60
subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e plana; 2.5 ºC.
C1 40 - 80 cm; cascalhenta subarredondada franco argilo arenoso; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e plana; 0.0 ºC.
C2 80 - 100 cm; cascalhenta subarredondada franco argilo arenoso; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e plana; -0.3 ºC.
Obs.: Paleoninhal com fraca ocupação atual, sugerindo ocupação pretérita bem
maior. Pedras e seixos. Fraca interação com areia glauconítica do substrato. Pirita? Oxidada para jarosita.
PERFIL 12
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 22/02/2011 Classificação: “Ornithogenic” Salic Aquorthels (SSS, 2010), Ornithic-OxyaquicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 514970 O, 2870014 S. Perfil coletado em:Terraço Marinho Soerguido sobre Pinguineira na PuntaPinguino. Altitude: 3m Formação geológica: Areias Glauconíticas (Paleógeno). Profundidade do permafrost: Aproximadamente 1,2m Pedregosidade: Muito Pedregosa Rochosidade: Moderadamente Rochosa Relevo local: Suave Ondulado Relevo regional: Plano. Erosão: Forte Drenagem: Bem Drenado Vegetação primária: Rara Prasiola Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
61
A1 0 - 3 cm; muito cascalhenta subarredondada franco argiloso; moderado médio laminar; duro e firme; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e plana; 9.9 ºC.
A2 3 - 15 cm; muito cascalhenta subarredondada franco argiloso; moderada médio/grande blocos subangulares; duro e firme; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plana; 3.6 ºC.
A3 15 - 50 cm; cascalhenta subarredondada franco argilo arenoso; fraca grande blocos subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e plano; 3.4 ºC.
A4 50 - 85 cm; franco argilo arenoso; fraca blocos subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e ondulada; 1.6 ºC.
C 85 - 120 cm; franco arenoso; grãos simples; 0.5 ºC Obs.: Ornitogênese profunda no terraço marinho soerguido frontal com sais no
perfil até 85cm. Horizonte datável com 14C. o solo representa o sítio mais fortemente ocupado no passado. Fraca interação do material fosfático com as areias. Oxidação de pirita para jarosita.
PERFIL 13
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 23/02/2011 Classificação: SalicHaplorthels (SSS, 2010), Salic-HaplicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K. Perfil coletado em:Campo de montículos de erosão eólica em foz drenagem fluvioglacial. Formação geológica: Arenito Intercalado com Siltito - Deserto Polar Profundidade do permafrost: 120cm Pedregosidade: Moderadamente Pedregosa Rochosidade: Não Rochoso Relevo local: Ondulado Relevo regional: Ondulado Erosão: Muito Forte Drenagem: Bem Drenado Vegetação primária: Não Vegetação Clima: Continental Costeiro DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
62
A crosta
0 - 3 cm; cascalho/com cascalho; grãos simples/laminar; ligeiramente duro e friável; não plástico e não pegajoso; clara e plana; 8.9 ºC 5cm.
AC 3 - 9 cm; cascalho/com cascalho; grãos simples/laminar; macio e friável; não plástico e não pegajoso; gradual e plano; 4.7 ºC 10cm.
C1 9 - 60 cm; cascalho/com cascalho; grãos simples/laminar; ligeiramente duro e friável; não plástico e não pegajoso; gradual e plana; 3.9 ºC 20cm; 2.7 ºC 40cm; 2.1 ºC 60cm.
C2 60 - 120+ cm; cascalho/com cascalho; grãos simples/laminar; duro e friável; não plástico e não pegajoso; gradual e plana; 1.2 ºC 80cm; 0.1 ºC 100cm.
Obs.: Estrutura composta em A. crosta de sais fina e ablação eólica forte na
paisagem. Cimentação fraca em A.
PERFIL 14
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 23/02/2011 Classificação: SalicAquorthel (SSS, 2010), Oxyaquic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell.Fuso 21K, 513946 O, 2874440 S. Perfil coletado em: Aluvial do Cross Valley na saída (estuário) acima da maré mais alta Altitude: 3m Formação geológica: Sedimentos Aluviais Profundidade do permafrost: 120cm Pedregosidade: Não Pedregoso Rochosidade: Não Rochoso Relevo local: Plano Relevo regional: Plano Erosão: Extremamente Forte Drenagem: Mal Drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
63
A crosta
0 - 3 cm; argila arenosa; maciça pequena laminar; plástico e pegajoso; clara e plana; 5.5 ºC.
A1 0 - 5 cm argila arenosa; maciça pequena laminar; plástico e pegajoso; clara e plana; 5.5 ºC.
C1 5 - 30 cm; argila arenosa; maciça pequena blocos subangulares; plástico e pegajoso; clara e plana; 2.6ºC.
CR 30 - 60 cm; textura; estrutura; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; 1.5 ºC.
Cg 60 - 80+ cm; 0.4ºC. Obs.: Estrutura em C1 geogênica - siltito quebrado.
PERFIL 15
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 23/02/2011 Classificação: GlacicAnhyorthels (SSS, 2010), Aridic-GlacicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 514698 O, 2875137 S. Perfil coletado em:Canal fluvioglacial sobre arenito com lentes siltito. Altitude: 13 m Formação geológica: Arenito. Lentes siltito Profundidade do permafrost: 75-80 cm Pedregosidade: Pedregosa Rochosidade: Não rochoso Relevo local: Plano Relevo regional: Plano Erosão: Muito forte Drenagem: Moderadamente drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0 - 3 cm; muito cascalho subarredondada/arredondada franco argiloso siltoso; fraca médio laminar; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; abrupta e plana; 8.2 ºC 5cm .
A2 3 - 8 cm; cascalhenta subarredondada/arredondada franco argiloso siltoso;
64
fraca médio blocos subangulares; macio e muito friável; não plástico e não pegajoso; clara e ondulada; 4.2 ºC 20cm.
AC 8 - 20/30 cm; com cascalho subangular franco; fraca médio blocos subangulares; macio e muito friável; não plástico e não pegajoso; clara e ondulada; 1.9 ºC 40 cm.
C1 20/30 - 60 cm; clara e ondulada; 0.8 ºC 60 cm. 2C2 60 - 100 cm; gradual e ondulada; -0.3 ºC 80cm. Obs.: Solo com forte ablação eólica e permafrost em processo de degelação e
colapso. Presença de lamenas 20 cm de superfície de espraiamento eólico. Crosta salina em microdepressões.
PERFIL 16
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 24/02/2011 Classificação: SalicPsammorthel (SSS,2010), Arenic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 516662 O, 2874377 S. Perfil coletado em:No meio do platô da Formação La Meseta, sobre sedimentos conglomerados da mesma formação. Altitude: 207 m Formação geológica: sedimentos conglomerados da formação La Meseta Profundidade do permafrost: 40 cm Pedregosidade: Extremamente pedregosa Rochosidade: Moderadamente rochoso/rochoso Relevo local: Plano Relevo regional: Plano Erosão: Forte Drenagem: Moderadamente drenado/imperfeitamente drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0 - 3 cm; cascalho arredondada ; médio laminar ; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; clara e plana; 3.5 ºC 3 cm.
A2 3-15/20 cm; cascalhenta arredondada; médio bloco subangulares que se
65
desfaz em granular; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; clara e ondulada; 2.4ºC 10 cm.
Bi 15/20-27/30 cm; com cascalho/calhau arredondada; médio/grande bloco subangulares; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; gradual ondulada; 0.5 ºC 20 cm.
BC1 27/30-35/40 cm; com cascalho/calhau arredondada; médio/grande bloco subangulares; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; gradual ondulada; -0.1 ºC 30 cm.
C2 35/40-45; gradual ondulada -0.4 ºC 40cm C3 45-80; gradual ondulada -1.1 ºC 60 cm Obs.: Estrutura composta em Bi. BC1 e C2 fracamente cimentados. Presença de
gelo à 60cm.
PERFIL 17
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 24/02/2011 Classificação: TypicPsammorthel (SSS, 2010), Arenic-HaplicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 516740 O, 2873988 S. Perfil coletado em:Escarpa na borda do platô da formação La Meseta. Face Mar de Weddell. Altitude: 194 m Formação geológica: Profundidade do permafrost: 40-45 cm ondulado Pedregosidade: Muito pedregosa Rochosidade: Moderadamente rochoso Relevo local: Montanhoso Relevo regional: Montanhoso Erosão: Extremamente forte Drenagem: Imperfeitamente drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
66
A1 0-3 cm; cascalhenta e arredondada; laminar; clara e plana; 2 ºC 3 cm. A2 3/5-15 cm; com cascalho e arredondada; blocos subangulares que se
desfazem em granular; clara e ondulada; 2.8 ºC 10 cm. AB 15-30 cm; com cascalho e arredondada; blocos subangulares que se
desfazem em granular; clara e ondulada; 2.3 ºC 20 cm. Bi 30-45 cm; com cascalho e arredondada; blocos subangulares que se
desfazem em granular; clara e ondulada; 0.8 ºC 30 cm. BC 45-70 cm; com cascalho e arredondada; 0.0 ºC 40 cm; -0.1 ºC 60 cm. Obs.: Estrutura composta em A2, AB e Bi.
PERFIL 18
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 25/02/2011 Classificação: SulfuricAquorthel(SSS, 2010), Oxyaquic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 512063 O, 2874548 S. Perfil coletado em:Canal de degelo em colinas da formação Lopes de Bertodano. Altitude: 43 m Formação geológica: Formação Lopes de Bertodano Profundidade do permafrost: 70 cm Pedregosidade: Muito pedregoso Rochosidade: Rochoso Relevo local: Ondulado Relevo regional: Ondulado Erosão: Forte/muito forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0-3 cm; arredondada; moderada médio laminar; não plástico e ligeiramente pegajoso; clara e plana; 15.0 ºC.
AC 3-8/10 cm; arredondada; fraca médio blocos subangulares; não plástico e ligeiramente pegajoso; clara e ondulada; 8.7 ºC (10 cm).
C1 8/10-55/60 cm; arredondada; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e ondulada; 2.6 ºC (20 cm); 1.1 ºC (30 cm); 0.9 ºC (40 cm); 0.7 ºC (50
67
cm); -0.1 ºC (60 cm). C2 55/60-90/100 cm; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e
pegajosidade; -0.4 ºC (80 cm); -0.6 ºC (100 cm). Obs.: A fracamente cimentado. Presença de lamelas (C1 e C2) superficiais. Solo
muito oxidado. Possíveis lentes de material betuminoso. Permafrost “ice
cemented”. Horizonte com características de gleização. Muito cromado.
Camada betuminosa como fonte de S para o sistema. Zonas oxidadas no entorno. Cor indica permafrost a 45-60 cm.
PERFIL 19
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 25/02/2011 Classificação: SulfuricAquiturbel (SSS, 2010), Oxyaquic-TurbiCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 511761 O, 2874510 S. Perfil coletado em:Topo de colina sobre Formação Lopes de Bertodano. Altitude: 78 m Formação geológica: Formação Lopes de Bertodano Profundidade do permafrost: 70 cm duro, cimentado por gelo Pedregosidade: Extremamente pedregosa Rochosidade: Moderadamente rochoso Relevo local: Suave ondulado Relevo regional: Suave ondulado Erosão: Muito forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Raros liquens Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A 0-5 cm; moderada pequeno/média laminar; macio e solto; ligeiramente plástico e não pegajoso; clara e plana; 14.9 ºC (crosta).
A2 5-10/15 cm; fraca médio blocos subangulares; solto e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; clara e ondulada; 10.2 ºC (10 cm).
CA 10/15-30/35 cm; fraca médio blocos subangulares; ligeiramente duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e ondulada; 4.4 ºC (20cm); 1.9 ºC (30 cm).
68
C1 30/35-55/60 cm; fraca médio blocos subangulares; duro e friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; gradual e ondulada; 1.0 ºC (40 cm); 0.7ºC (50 cm); 0.3 ºC (60 cm).
C2 55/60-100 cm; fraca médio blocos subangulares; consistência solo seco e solo úmido e plasticidade e pegajosidade; 0.1 ºC (70 cm); -0.1 ºC (80); -0.2 ºC (100 cm).
Obs.: C1 e C2 fortemente cimentados (permafrost). Formação de sais próximo aos
clastos (gipsita ?). Material pouquíssimo denso. Zona de oxidação de Fe associado aos clastos. Horizonte A mais desenvolvido que os descritos ate então. Feições de oxidação de 100 a 50 cm sobre a matriz gleizada. Perfil apresenta forte bicromia de 10 cm ate a base, com núcleos de oxidação formando lamelas (ferrihidrita ?). Área com inicio de formação de solos com padrões. Gradiente de gleização da superfície para a base do perfil. Indicio de crioturbação de 30-60 cm (40 cm) pelo arredondamento dos clastos. Indícios de oxidação dentro do permafrost indicando ser um permafrost fóssil.
PERFIL 20
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 28/02/2011 Classificação: SalicAnhyorthel (SSS, 2010), Aridic-SalicCryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 515107 O, 2873741 S. Perfil coletado em:Borda de nível de sedimentos da Formação Sobral. Altitude: 49 m Formação geológica: Formação Sobral Profundidade do permafrost: 50 cm Pedregosidade: Moderadamente pedregoso Rochosidade: Não rochoso Relevo local: Suave ondulado Relevo regional: Forte ondulado Erosão: Muito forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
69
A1 0-3 cm; muito cascalhenta/cascalhenta subangular; moderada pequeno laminar; ligeiramente duro; 4.0 ºC (3 cm).
A2 3-8 cm; cascalhenta subangular; moderada/forte médio granular; macio; 2.5 ºC (5 cm).
Cc 8-18/20 cm; cascalhenta subangular; moderada médio/grande blocos subangulares; duro; 4.0 ºC (10); 3.5 ºC (20 cm).
C2 18/20-50 cm; cascalhenta subangular; moderada médio/grande blocos subangulares; duro; 3.3 ºC (30 cm); 0.6 ºC (40 cm); 0.0 ºC (50 cm).
C3 50-70 cm; cascalhenta subangular; moderada médio/grande blocos subangulares; muito duro; -0.7 ºC (70 cm).
Obs.: traços de horizonte petrocálcico. Presença de tufos, material sedimentar,
fóssil. Cimentação carbonática de C1 a C3. Solo com bicrômica acentuada. Presença de núcleos de material betuminoso. Trancos fósseis com aureola de oxidação tufos ? jarosita ? CaCO3 ?
PERFIL 21
DESCRIÇÃO GERAL
Data: 28/02/2011 Classificação: “Sulfuric” Anhyorthels (SSS, 2010), Gypsiric-Salic Cryosol (IUSS, 2006). Localização e coordenadas UTM:Ilha Seymour, Mar de Weddell. Fuso 21K, 516013 O, 2873145 S. Perfil coletado em: Topo Altitude:120 m Formação geológica: Profundidade do permafrost: 120 cm Pedregosidade: Muito pedregosa Rochosidade: Extremamente rochosa Relevo local: Forte ondulado Relevo regional: Montanhoso Erosão: Extremamente forte Drenagem: Bem drenado Vegetação primária: Clima: Continental Costeiro DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
A1 0-20/40 cm; grãos simples blocos subangulares; abrupta e ondulada; 4.2 ºC
70
(10 cm); 3.0 ºC (20 cm); 2.6 ºC (30 cm); 2.6 ºC (40 cm). 20/40-50/55 cm; grãos simples blocos subangulares; abrupta e ondulada; 2.5
ºC (50 cm). Cr1 50/55-70/75 cm; grãos simples blocos subangulares; clara e ondulada; 2.5 ºC
(60 cm); 2.4 ºC (70 cm). Cr2 70/75-120 cm; grãos simples blocos subangulares; clara e ondulada; 2.9 ºC
(90 cm); 2.9 ºC (80 cm); 2.4 ºC (90 cm); 1.9 ºC (100 cm). Obs.: Solos desenvolvidos sobre paleoregolito. Horizonte A com arenito silicificado
acima do campo de solos com padrões.
top related