formação moral
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PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR
FORMAÇÃO MORAL: O PAPEL DA ESCOLA
NA EDUCAÇÃO MORAL DA CRIANÇA
Viviane da Rocha
2010
Trabalho exigido como avaliação da Disciplina
Práticas Performativas na Relação Educativa,
sob orientação da Prof. Dra. Luciana Maria
Caetano da Pós – Graduação em Supervisão
Pedagógica E Formação de Formadores com
acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da
Educação.
Título: Formação Moral: O Silêncio da Escola
Autor: Viviane da Rocha
Instituição: Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil - Cotia SP -
2010
Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores
com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação
Docente Responsável - Prof. Dra. Luciana Maria Caetano
Formação Moral: O silêncio na escola
Em toda conduta humana existe uma transmissão de valores
subjacente, os agentes que incutem valores são muitos, como a família, a
escola, os meios de comunicação etc. A família e a escola, por sua própria
natureza e função social, são os âmbitos em que a criança desenvolve suas
capacidades e constrói um sistema de valores.
No Brasil ao se falar em Educação Moral as referencias são sempre em
relação à disciplina de Educação Moral e Cívica, criada e tornada obrigatória
durante o período da ditadura militar. Devido a sua aplicação com sentido
dogmático, com imposição de princípios e valores, no intuito de favorecer um
sistema de governo que praticava a obediência pela força, sem liberdade de
pensamento e para críticas a educação moral, com a mudança no sistema
político, foi abolida das escolas.
Diante deste quadro a família passa a ser pensada como a responsável
pela formação moral das crianças, o que não é suficiente, nem pode ser
somente feito pela família. De acordo com La Taille (2009, p. 231) “a família é
uma instituição privada, mas a moral também deve valer para o espaço
público”.
A família como instituição privada tende a proteger demais a criança e
muitas vezes reforçar atitudes que não são adequadas a situações sociais na
qual a criança precisa ser inserida. Assim podemos notar como a escola
precisa ser também um espaço para a educação moral das crianças, porque
será lá, que a crianças poderá encontrar oportunidades de conviver e
estabelecer novas relações de parceria, de apoio e de convivência, para assim
conviver em sociedade. No espaço público estão as condições para que o
exercício da moralidade contemple todas as suas características.
Na escola, as atitudes e valores estão presentes em todos os processos
de ensino e aprendizado: no modelo de relação entre os atores da instituição,
na realização de projetos, oficinas, momentos de recreação, no trabalho em
equipe, etc. São destes momentos que as relações de respeito, cooperação,
solidariedade são desenvolvidas e compreendidas para a vida em sociedade. A
criança observa como as pessoas se comportam, suas atitudes em relação ao
outro e a si próprio.
Atualmente vivemos um período de crise moral e ética. A família atribui à
escola a responsabilidade pela formação moral de seus filhos e a escola por
sua vez exige isso da família. É importante e preciso que se entenda que estas
duas instituições, família e escola, têm responsabilidades nesta formação. A
família por ser uma instituição privada tem suas contribuições, mas a escola
tem um papel também muito importante, por se tratar de uma instituição pública
que vai contribuir para a formação do individuo na vida em sociedade.
Não há preparo possível da pessoa para o exercício da cidadania sem
educação moral. Ser cidadão, ou seja, usufruir de direitos civis, sociais e
políticos e assumir deveres para com o Estado e a sociedade, transcendem a
dimensão moral, mas a inclui. Não se vê porque a escola poderia delegar
exclusivamente à família um item educacional que lhe cabe de direito e de
“dever”. Não há razão para se afirmar que a educação moral não é atribuição
da escola (se não for, nem a formação de cidadãos o seria).
Refletir sobre que valores se procura transmitir e se eles estão refletidos
nas atitudes cotidianas é o primeiro passo para desenvolver um projeto em que
os princípios universais se concretizem num caminho de apropriação e
construção.
Um dos norteadores para que a escola possa concretizar em sua prática
pedagógica uma ação mais efetiva e de grande necessidade na formação de
cidadãos, são os direitos humanos como um marco regulador da convivência.
Segundo Jares (2008, p.29):
“os direitos humanos significam o pacto mais sólido para uma
convivência democrática, além de representar o consenso
mais abrangente jamais conseguido na história da
humanidade sobre valores, direitos e deveres para viver em
comunidade”.
A escola tem como seu papel contribuir para a formação moral de seus
alunos e os direitos humanos trazem para esta formação um conjunto de
valores, princípios e normas de convivência capazes de colaborar e consolidar
uma educação onde o respeito e a dignidade serão decisivos para a
transformação da nossa sociedade atual para uma sociedade menos violenta e
mais democrática.
Em suas reflexões Yves de La Taille (2009), nos traz importantes
contribuições em apresentar a importância da escola na formação moral do
indivíduo. Nossa sociedade passa por transformações rápidas, onde os
conflitos estão cada vez mais presentes, com a desvalorização cada vez maior
pelo que é público, neste sentido vemos a necessidade da escola buscar um
posicionamento e ações mais efetivas em sua prática pedagógica, para
preparação das crianças na vida coletiva.
Com Jares (2008), temos uma perspectiva da realização deste trabalho,
nos Direitos Humanos pensado com um marco norteador, para uma pedagogia
da convivência, onde a dignidade e o respeito surgem como qualidades
básicas para uma convivência democrática.
É na escola com sua função social que a ética pedagógica encontra o
seu norte, possibilitando a construção de uma convivência humana pautada na
justiça, no respeito, na igualdade cívica, na dignidade da pessoa, na
democracia, na solidariedade.
Referencias Bibliográficas
Jares, X. R. (2008). Pedagogia da Convivência. E. M. Santana, Trad. São Paulo: Palas Athena. La Taille, Y. (2009). Formação Ética. Porto Alegre: ArtMed.
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