faça algo pequeno dinheiro em xeque o ajudante · falamos ingles, português e hebraico tel.: +972...
Post on 02-Dec-2020
0 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Av / Elul 5774 1
TESHUVÁFaça algo pequeno
DINHEIRO EM XEQUEO Ajudante
PERSONALIDADEMoise Safra z”l
Histórias do Segundo Templo
UNITED
COLORS
OF
OR ISRAELCOLLEGE
Boguer 2001 Makom - S.P.
Boguer 1990 KETER - Emp
Boguer 1998 MAC Construtora
Boguer 1992 LEPAPIER
Boguer 2007 ELETRIKA - Imp.
Boguer 2011 Yeshiva University - N.Y. Boguer 1995 - AMBOPET
Aluno 2014 9º ano Ensino Fundamental
Boguer 1994 Um dos Rabinos da Monte Sinai
Boguer 2011 Yeshivá Guevoha - GV - ADM
Aluno 2014 3º ano Ensino Médio
Boguer 1991 PARNASSÁ - Emp
Boguer 1993Rosh Kolel Birkat Avraham
Boguer 2012 - Yeshiva Kol Torá GV- Economia
Boguer 2003 FOA Construções
Yeshivá de Cotia
Av / Elul 5774 3
4 Av / Elul 5774
Exija o Selo de Supervisão Rabínica
Av / Elul 5774 5
Exija o Selo de Supervisão Rabínica
6 Av / Elul 5774
S F&Shimoni & Fink
Law Offices
Assessoria Jurídica em Israel
- Transações Imobiliárias - Financiamentos e investimentos
- Inventario e herança- Transações bancarias internacionais
- Sociedades internacionais
Falamos ingles, português e hebraicoFalamos ingles, português e hebraicoTel.: +972 543279018
Email: gershon@shimonifinklaw.comAsia House, 4 Weizmann Street
Tel Aviv 642329www.shimonifinklaw.com
Gershon Fink Adv.
Associated
São Paulo, Brazil
DR. CLAUDIO MAJOWKACRM-SP 86.368
R. Albuquerque Lins, 503 Cj. 51 l Higienópolis
Tel. (11) 3661-7998 l Tel/Fax: 3666-7075
Cel. (11) 99211-3849
E-mail: cmajowka@uol.com.br
•Clínica Médica •Gastroenterologia •Endoscopia
Atendemos particulares com reembolso
Léa MichaanPSICÓLOGA E PSICANALISTA
MESTRE EM PSICOLOGIA CLÍNICA
R. Emílio de Menezes, 76 - Cj. 52Higienópolis l Fone 2628-1439
Av / Elul 5774 7
Editorial
O Povo de Israel está pas-sando por momentos
difíceis contra um inimigo cruel, desuma-no e sem sensibilidade de valorização pela vida humana. Não dão valor a suas pró-prias vidas e tampouco à dos demais seres humanos.
Essas qualidades extremamente negativas
nos levam a sugerir que a forte arma para com-
bater este teste é reforçarmos nossa sensibili-
dade de valorização por nossas vidas e pelas
vidas dos nossos semelhantes.
Para valorizarmos cada minuto de nossas
vidas e entendermos o propósito de nossas al-
mas terem sido enviadas a este mundo, leia
a matéria “O Mundo Vindouro”. E na matéria
“Relógio Roubado”, veja um lindo exemplo de
valorização pelos sentimentos do próximo.
Sobre a sensibilidade em relação às neces-
sidades do próximo, nossos sábios dizem que o
Segundo Templo foi destruído por causa do ódio
gratuito. E que, corrigindo esta falha, teremos
o mérito de ver a grande salvação Divina e a
reconstrução do Templo Sagrado. Leia as histó-
rias de Camtsa e Bar Camtsa, Nero, Vespasiano
e Tito na matéria “Histórias do Segundo Tem-
plo”. Leia também a impressionante matéria
“Uma Grande Família Entre Sirenes e Enter-
ros”, segundo a qual já estamos corrigindo esta
falha, demonstrando que a união e a solidarie-
dade vêm se revelando o lado mais bonito do
Povo de Israel.
Outra arma poderosa do Povo de Israel é
a confiança inabalável no Todo-Poderoso. Em
todas as épocas e guerras Ele cuidou de nosso
povo e manifestou claramente Sua Providência
Divina. Não será diferente neste momento. So-
bre esta especial virtude, leia a matéria “Man-
ter a Confiança”.
Esta “arma” é uma característica maravi-
lhosa e constante nos corações judaicos. Recen-
temente estão sendo divulgados vídeos emocio-
nantes de soldados poucos instantes antes de
partirem para o combate. Centenas de soldados
dançando alegremente e cantando sua confian-
ça em D’us, Que sempre cuida do Povo de Israel.
Ainda sobre a virtude de confiar em D’us,
outro vídeo tocante chegou ao Brasil. É o depoi-
mento de um soldado israelense que transmite
as seguintes mensagens ao público brasileiro:
“Caros Amigos,
“Meu nome é Alexandre. Sou um soldado
do Exército de Israel. Nasci no Rio de Janeiro.
Sirvo em Gatsal Guivati e neste momento minha
unidade está em Gaza.
“Nosso povo está passando por momentos
difíceis... Nossa principal força, e da Tsavá, não
são as armas, os tanques, os aviões. A principal
força está em cima, com o Todo-Poderoso. Ele
é o provedor de toda nossa força. Vocês podem
verificar nos fatos do dia a dia quantos mila-
gres vêm acontecendo nesta operação. Mais de
1.000 mísseis foram disparados contra Israel e
apenas 10% atingiram algum alvo. E até agora
sofremos – infelizmente – pouquíssimas baixas
devido a esses mísseis.
“Uma das histórias que mais impressiona
é a de uma jornalista da BBC que perguntou a
um terrorista: ‘Vocês já dispararam centenas
de mísseis, mas apenas 10% acertaram algum
lugar. Como isso funciona? Vocês não fazem
cálculos? Não direcionam seus mísseis?’. E o
terrorista respondeu imediatamente: ‘Claro
que nós direcionamos os mísseis para os alvos,
mas o D’us deles desvia os mísseis!’.
“Se até um terrorista do Hamas crê, claro
que nós vamos crer – e crer muito mais! Assim,
devemos reforçar nossa fé em D’us e procurar
cada vez mais cumprir Sua vontade!
“Que passemos somente por bons momen-
tos e tenhamos grande sucesso, com a ajuda
de D’us!”.
8 Av / Elul 5774
27Educação “Um Verdadeiro Professor”.
Nesta EdiçãoNº 133
Capa:
Teshuvá Faça Algo Pequeno.Foto Rostislav Glinsky - Shutterstockc
Comemorando II, pág. 38.
55De Criança para Criança“Tenho Chance?”.Chayim Walder
Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.
30Av / Elul 5774 1
TESHUVÁFaça algo pequeno
DINHEIRO EM XEQUEO Ajudante
PERSONALIDADEMoise Safra z”l
Histórias do Segundo Templo
A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da
Congregação Mekor Haim.
Rua São Vicente de Paulo, 276 CEP 01229-010 - São Paulo - SP Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400
Fax: 11 3660-0404 e-mail: revista_nascente@hotmail.com
supervisão: Rabino Isaac Dichi
diretor de redação: Saul Menaged
colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland
e Silvia Boklis
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 11.500 exemplares
O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos
assinados são de inteira responsa bilidade de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou
de seus associados.
Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.
Expediente
38Comemorando II “Faça Algo Pequeno”.Rabino Yissochor Frand
51Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de Av e Elul.
14Atualidades“Uma GrandeFamília Entre Sirenes e Enterros”.Beatriz Hartman
Av / Elul 5774 9
34Truques eDicas“Bicarbonato de Sódio”.
20Comemorando I“Históriasdo segundo templo”.
47Leis e Costumes “Cadish”.Rabino I. Dichi
12Pensando Bem “Pensamentos.
42Visão Judaica “Mundo Vindouro”.
50Mussar“Manter a Confiança”.Rabino Zvi Miller
10Dinheiro em Xeque “O Ajudante”. A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.
15Personalidade “Moise Safra z”l”.
10 Av / Elul 5774
Dinheiro em Xeque
O AjudanteTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!
Efráyim era um homem idoso com muitos
problemas de saúde.Efráyim tinha uma mágoa muito grande em
relação ao seu filho único, que não se preocupa-
va com ele e com suas necessidades. No entanto,
felizmente, Hashem fez com que Levi entrasse
em sua vida.
Levi era um rapaz muito bondoso, com um
grande coração. Durante três anos Levi se com-
portou como um verdadeiro filho para Efráyim,
cuidando dele dia e noite... Até o dia em que
Efráyim faleceu.
Quando o testamento de Efráyim foi lido,
todos tiveram uma grande surpresa! Efráyim ha-
via deixado toda a sua fortuna, estimada em um
milhão de dólares, para Levi, seu fiel ajudante.
Tão logo tomou conhecimento do testamen-
to, Yehudá, o filho do Efráyim, foi ao bêt din – o
tribunal judaico. Yehudá reivindicou a herança
para si.
A argumentação de Yehudá reclamando a
herança foi a seguinte:
Efráyim só deixou o dinheiro para Levi por-
que imaginava que seu filho não ligava para ele;
porque imaginava que Yehudá não se importava
com o seu bem estar. Efráyim também imagina-
va que Levi cuidava dele de forma totalmente
altruísta e desinteressada. Mas nada disso era
verdade...
Yehudá afirmou ao bêt din que, apesar de
Levi ter sido um ótimo ajudante para seu pai,
tratando-o com muito respeito e carinho, ele es-
tava recebendo por isso. Yehudá afirmou que
todo mês pagava, em segredo, um salário de mil
dólares para que Levi cuidasse de seu pai, sem
que Efráyim soubesse.
Yehudá se importava com o bem estar de seu
pai. Procurou um bom ajudante, pagava-lhe um
bom salário, e acompanhava a situação de seu
pai frequentemente.
Sendo assim, agora ele pede ao bêt din que
revogue o testamento que transferiu a herança
para Levi, já que ela foi dada de forma equivo-
cada.
Para quem o bêt din deve declarar a heran-
ça? Para Levi, o bom ajudante? Ou para Yehudá,
o filho que contratou o ajudante?
O veredicto
Primeiramente o bêt din deve investigar as
afirmações de Yehudá. Deve verificar se real-
mente são verdadeiras. Se ele contratou Levi
para cuidar de Efráyim.
Se for constatado que as afirmações de Yehu-
dá são verídicas, é plausível decretar que o filho
fique com a herança.
No Shulchan Aruch (Chôshen Mishpat 183,
3) consta o seguinte caso: Um indivíduo envia
alguém para lhe comprar algo e este alguém aca-
ba comprando para si mesmo com o dinheiro de
quem o enviou. Neste caso, a compra pertence a
quem enviou, e não ao enviado. O motivo disso
é que a intenção do vendedor é vender apenas
para o dono do dinheiro.
No nosso caso, também podemos dizer que o
testamento feito por Efráyim tinha a intenção de
transferir a herança para o “dono do dinheiro”.
Av / Elul 5774 11
E a companhia de Levi foi proporciona-
da somente pelos mil dólares que seu
filho pagava todos os meses para ele.
Está escrito também no Shulchan
Aruch (Chôshen Mishpat 246, 1) que
sempre agimos de acordo com a inten-
ção do doador, mesmo que não tenha
sido explicitamente revelada por ele.
Vejamos o seguinte caso para elucidar
este princípio:
Um rapaz viaja para o exterior e,
depois de algum tempo, dizem ao seu
pai que ele morreu. O pai, imaginando
não ter mais filho, escreve um testa-
mento deixando todas as suas posses
para outra pessoa. O pai falece e a
herança é entregue para a outra pes-
soa. Então, certo dia o filho volta para
casa. A notícia do falecimento certa-
mente fora equivocada. Neste caso, o
testamento deixado pelo falecido pai
fica anulado. Se o pai soubesse que o
filho estava vivo, não teria dado todas
as suas posses para outra pessoa.
Aparentemente, nosso caso é simi-
lar. Efráyim, ao preparar seu testamen-
to, pensava que seu filho o abandonara.
Imaginava que Yehudá não se importa-
va com ele e não o ajudava. Mas poste-
riormente ficou constatado que Yehudá
o ajudava, pagando um salário para
Levi cuidar bem dele.
Sendo assim, caso os argumentos
de Yehudá sejam confirmados, toda a
herança deve ir para ele.
No entanto, o veredicto pode ser
diferente caso Levi tenha se oferecido
de livre e espontânea vontade para cui-
dar de Efráyim, sem receber nada em
troca. Neste caso, mesmo que o filho
quis gratificá-lo pagando a quantia de
mil dólares todos os meses, deve-se
verificar se Levi é uma pessoa rica, se
continuaria ajudando Efráyim mesmo
sem a ajuda do filho. Neste caso, toda
a herança ficaria com Levi.
Porém, se o bêt din constatar que
Levi só continuou a cuidar de Efráyim
devido ao salário que recebia do filho,
toda a herança deve ir para o filho.
Em resumo: se Levi serviu Efráyim
devido ao salário, a herança pertence
a Yehudá.
Do semanário “Guefilte-mail” (guefiltemail@gmail.com).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estu-dados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat
são facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode
alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na
prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.
Dinheiro em Xeque
12 Av / Elul 5774
PensamentosSe você não viu com seus olhos,
não abra a boca. Se você viu com seus olhos,
não pense que precisa abrir a boca.
É difícil manter a mente e a boca abertas ao mesmo tempo!
A voz do silêncio levanta-se acima de todas as outras. Rabi Yisrael Báal Shem Tov
Muitos amam a mentira, poucos amam a verdade; pois podemos amar a mentira de verdade,
mas não podemos amar a verdade de mentira. Rabi Yaacov Yitschac de Peshischa
Seu pensamento é seu, Sua palavra não é sua.
Um pensamento errado, um arrependimento e uma retificação levam três segundos;
uma palavra errada e um arrependimento levam dois segundos.
Pensando Bem
Av / Elul 5774 13Aceitamos todos os buffets casher
14 Av / Elul 5774
Atualidade
Uma Grande Família Entre Sirenes e Enterros
Falei hoje com meu filho – um soldado que está servindo o exército em
Gaza – e ele me disse que as boas novas são que ele não precisará comprar cuecas por alguns anos…
Nestes momentos difíceis, a união e a solidariedade
vêm se revelando o lado mais bonito do Povo de Israel.
Há alguns dias, alguém publicou que se procuravam
voluntários para acompanhar um soldado sem família
que foi ferido e estava internado no hospital. Em apenas
alguns minutos havia voluntários suficientes para levan-
tar o Globo Terrestre nos ombros!
Milhares de pessoas se organizam e tentam chegar o
mais próximo permitido dos campos de batalha, com o
objetivo de levar comida, sabonetes, cuecas e todo o tipo
de etceteras para os soldados.
Cada um tenta mimar os soldados a seu jeito – e
quanto mais, melhor. Uma família tratou de levar até eles
um carro pipa para que pudessem improvisar chuveiros
e tomassem banho no meio do deserto.
Um dos soldados que caiu em combate era cidadão
norte-americano e não tinha família aqui em Israel.
Bastou esse fato ser divulgado para que mais de 30 mil
pessoas, que nem o conheciam, se abarrotassem no ce-
mitério para prestar-lhe uma última homenagem.
Na porta de cada supermercado há um engradado
de metal. As pessoas que saem depositam, de forma vo-
luntária e anônima, um saco cheio de mantimentos para
serem entregues aos soldados.
Os hospitais para onde são levados os feridos estão
superlotados, não só de seus familiares, mas de pessoas
que vão visitar os feridos, rezar e até tocar violão ou
cantar para eles e com eles – para alegrá-los. Nas aveni-
das, manifestações espontâneas de milhares de pessoas
demonstram o orgulho que temos desses meninos que
arriscam a vida pelo Povo de Israel.
Outro dia assisti uma entrevista com um comandan-
te de uma das unidades do exército que, gentilmente,
tentava pedir para todos os presentes que diminuíssem
um pouco a entrega de guloseimas, bolos e doces, “pois
não queremos nos tornar um exército de diabéticos…”.
Existem muitas organizações que se preocupam em
prestar auxílio às famílias dos soldados que estão em
batalha. Fiquei sabendo de uma esposa de um soldado
que ligou para uma dessas organizações e pediu auxílio.
Quando a voluntária chegou, a esposa do soldado ficou
pasma ao saber que a própria voluntária tinha dois filhos
em combate – as duas sentaram juntas para dobrar a
roupa lavada e chorar juntas.
Agricultores do sul do país estão encontrando dificul-
dades para comercializar seus produtos. A cada vez que
toca a sirene, eles precisam sair correndo e têm 15 segun-
dos para chegar ao abrigo. Muitas pessoas se organizaram
para ajudar essas pessoas. Improvisaram pequenas feiras
para vender os produtos em muitas cidades do país. Além
disso, jovens voluntários estão ajudando na colheita, entre
uma sirene e outra, e entre um “bum” e outro. Caso os
frutos não sejam colhidos em tempo, tudo será perdido.
Há pouco tempo, divulgaram que uma unidade do
exército precisava de um gerador. Várias pessoas come-
çaram a disputar entre si quem teria o privilégio de fazer
essa doação.
As famílias que vivem em lugares próximo de Gaza
abrem suas casas para que os soldados possam tomar um
“banho de verdade” e lavam seus uniformes para ficarem
com “cheirinho de casa”.
Vivemos esses dias entre sirenes e enterros. Mas,
apesar da amarga dor de enterrar irmãos, nossa união
é algo inquebrantável. Nossa responsabilidade mútua e
amor gratuito estão inscritos no DNA de nossas almas e
é o que nos transforma de simples particulares em um
povo único – que verá grandes salvações justamente por
esse mérito.
Pelo mérito de poder ser chamado de “Uma Grande Família” o povo verá grandes salvações!
Beatriz Hartman
Av / Elul 5774 15
Personalidade
Moise SafraA comunidade judaica perde seu grande patrono, o generoso filantropo Moise Safra.
Moise Safra foi um gran-de benemérito da
comunidade judaica em Israel, no Brasil e em inúmeras partes do mundo. Estava profundamente en-volvido nos mais diversos assuntos da comunidade judaica brasileira. Gastava uma grande parte de seu tempo, dedicação e fortuna doan-do recursos para a construção e restauração de sinagogas, centros comunitários, hospitais, escolas, universidades e para projetos nas áreas de educação, saúde e justiça
social. Foi o responsável pela ma-nutenção de centenas de estudio-sos da Torá em yeshivot e colelim em Israel e em muitos outros paí-ses do globo.
Moise Yacoub Safra nasceu em
Beirute em 1934 e faleceu no último
dia 14 de junho, aos 80 anos, em São
Paulo. Era casado com a Sra. Chella
Safra Cohen e deixa cinco filhos: Ja-
cob, Ezra, Edmond, Esther e Olga.
Moise era filho de Jacob Safra,
aquele que deu início à grande fama
e bom nome da família Safra na fi-
lantropia. Jacob Safra faleceu em São
Paulo em maio de 1963.
A família Safra tem uma longa tra-
dição no mundo das finanças globais.
Seu ponto de partida foi o Oriente
Médio. Ainda no século IXX, fundou
na cidade de Alepo, na Síria, o Safra
Frères & Cie. A casa financeira, ins-
talada numa secular rota comercial,
dedicava-se a fazer empréstimos, ope-
rações de câmbio e com metais pre-
ciosos. Em pouco tempo, a instituição
expandiu-se para outras localidades,
como Alexandria, Istambul e Beirute.
Em 1920, Jacob fundou o Jacob Safra
Maison de Banque, em Beirute, no
Líbano.
Após enfrentar revoltas antisse-
mitas em Beirute com a criação do
Estado de Israel, em 1948, a família
16 Av / Elul 5774
Personalidade
decidiu que deixaria o país. Nos anos
50 Jacob mudou-se para o Brasil
acompanhado dos filhos. Três deles,
Edmond, Moise e Joseph participaram
da fundação do Banco Safra.
Moise Safra também fundou, em
1998, em São Paulo e Nova Iorque, a
M. Safra & Co, primeira empresa de
gestão de recursos totalmente inde-
pendente dos bancos da família. Ini-
cialmente, dedicou-se a gerir recursos
de parte da família, depois passou a
atuar também na gestão de recursos
de carteiras e fundos de investimentos
a terceiros. Desde 1999, seu prin-
cipal executivo é Ezra Moise Safra,
filho de Moise, mais conhecido como
Azuri Safra.
Chella Safra, viúva de Moise, é
uma mãe exemplar e dedicada à fa-
mília. É uma pessoa discreta, mas ex-
tremamente engajada em patrocinar o
bem-estar da comunidade judaica em
diversas partes do mundo. Conforme
publicado pela “Forbes Brasil”, foi
com o pai, que ajudava órfãos, que
Chella aprendeu as primeiras lições
da benemerência. Depois, ao lado do
marido, Moise, aprofundou-se ainda
mais nas tradições de sua família e de
seu povo.
Segundo David Feffer, presidente
do Conselho da Suzano Holding, “Moi-
se foi um grande pai, marido e avô,
além de líder familiar e comunitário,
que transmitiu bondade e ensinamen-
tos ao longo de sua vida. Uma grande
perda para todos nós”.
Lázaro de Mello Brandão, presi-
dente do conselho de administração
do Bradesco, afirmou: “Moise foi um
dos mais respeitados nomes do mun-
do das finanças nacional e interna-
cional. Acreditou e investiu no Brasil,
representando a melhor tradição do
Moise Safra colocando a mezuzá no prédio do Centro Comunitário Moise e Chella Safra na Congregação Mekor Haim em junho de 2012
Av / Elul 5774 17
Personalidade
Na inauguração do novo Centro Comunitário Moise e Chella Safra na Congregação Mekor Haim
setor bancário brasileiro. Nós nos
conhecíamos de longa data e lamenta-
mos muito a sua perda”.
No final do mês de julho, Azuri
Safra recebeu a NasceNte em seu es-
critório para uma agradável conversa:
Nascente: Como era o relaciona-
mento do seu pai com você e com seus
irmãos?
Azuri Safra: Era excelente. Ele
sempre esteve muito próximo de todos
os filhos e filhas. Sempre dedicou mui-
to tempo para a família. Apesar de que
eu sou o único dos filhos que mora no
Brasil, ele sempre viajou muito. Além
18 Av / Elul 5774
Personalidade
disso, falava com todos o dia inteiro.
Ele era o grande conselheiro de todos
nós. Sua experiência de vida, sabedo-
ria e calma não tinham preço! Sempre
o procurávamos pedindo conselhos.
Ele nunca impunha seu parecer à
força, mas com grande sensibilidade,
prudência e sensatez. Não gostava de
confrontos; valorizava os consensos.
Nascente: E quanto às amizades?
Azuri: Ele tinha muitos e bons
amigos. Sempre cultivou as amizades.
Amigos em vários círculos. Amigos
de infância que manteve até o final
da vida e amigos da colônia judaica.
Nunca esqueceu deles. E tinha outros
círculos de amizade no mundo dos ne-
gócios, no Brasil e no exterior. Tratava
os demais com grande respeito; e por
isso era muito querido entre todos. Os
amigos de negócios sempre respeita-
ram nossas tradições. Talvez ele foi
um grande “embaixador não oficial”
da comunidade judaica junto a essas
pessoas.
Nascente: Como era o relaciona-
mento dele com seus pais?
Azuri: Meu pai perdeu sua mãe
muito cedo; quando tinha apenas 6
ou 7 anos. Mas ele me contava que ela
era uma pessoa muito bondosa. Mui-
tas pessoas necessitadas pediam sua
ajuda em Beirute. Como ela não tinha
dinheiro em casa, ela dava roupas
de cama, pratarias e outros objetos.
Quando meu avô chegava em casa e
percebia a falta dos objetos, ele dizia
brincando: “Você quer distribuir nos-
sa prata? Então manda essas pessoas
para o escritório! (n.e.: Jacob Safra
fazia operações com metais preciosos
em Beirute).
Meu pai sempre falava de seu pai
com grande respeito. Até o final de
sua vida! Tamanha foi a boa influên-
cia que meu avô causou nele. E meu
avô faleceu há mais de 50 anos! Meu
pai usava muito expressões como:
“Meu falecido pai dizia isso... Dizia
aquilo.” Ele também falava: “Filho
de Jacob Safra não faz isso!”. O bom
exemplo do pai foi muito forte para
ele. A gente só valoriza essas coisas
quando já é mais velho... Ele também
foi um grande exemplo para mim,
para meus irmãos, irmãs e até para
meus filhos, que já entendem a bon-
dade dele.
Nascente: O que mais ele falava?
Azuri: Muitas vezes ele dizia o se-
guinte: “Nunca fazer é demais. Sempre
é de menos!”.
Nascente: Qual era a característi-
ca mais marcante de Moise Safra?
Azuri: Era fazer o bem aos de-
mais. E fazê-lo pessoalmente. Gos-
tava de envolver-se em cada causa,
de entender os problemas, as dificul-
dades. Gostava de visitar as institui-
ções necessitadas, verificar a melhor
forma de ajudar. Preocupava-se em
encontrar boas soluções, acompa-
nhava e torcia para que os projetos
fossem bem-sucedidos. Não era só
dar dinheiro! E ele não delegava essa
função para outras pessoas. Hoje,
nas grandes fundações, há comitês
que se ocupam de filantropia; mas na
prática eles ficam muito distante dos
necessitados.
Meu pai ajudava sempre partin-
do do pressuposto que as pessoas são
boas e que as causas são nobres. Aju-
dar o próximo lhe dava muito prazer.
Ele não encarava apenas como uma
obrigação ou algo que lhe reverteria
bênçãos e méritos. A filantropia pas-
sou a fazer parte de sua natureza, de
seu bem-estar.
Ele não gostava de ostentação.
Quando lhe diziam: “Por que você não
compra tal coisa?” Ele respondia: “En-
tre isso e dar para o pobre, prefiro dar
para o pobre”.
Nascente: Ele recebeu muitos tí-
tulos honorários...
Azuri: Não dá para imaginar os
títulos e placas que ele recebeu. Ele
gostava do título de honoris causa da
Yeshiva University de Nova Iorque,
do reconhecimento do Hospital Israe-
Karen Grabarz - Projetos de lâmpada LED (11)957572229projeto.karen@yahoo.com.br www.luminattiled.com.br
• Substituição de lâmpadas comuns por LED • Projetos e estudos luminotécnicos • Edifícios, residências, escritórios e mais!
Economia, durabilidade, menos calor e manutenção. Ligue e agende uma visita para análise.
Dê preferência a quem
colabora com a divulgação dos valores
judaicos
PRESTIGIEDê preferência
a quem colabora com a divulgação dos valores
judaicos
OS ANUNCIANTES DA
Av / Elul 5774 19
lita Albert Einstein, da UTI Neonatal
Chella e Moise Safra do Hospital São
Paulo e muitos outros.
Mas ele dizia que todas as causas
são nobres, tanto os grandes proje-
tos com placas e nomes em prédios,
quanto a ajuda no dia a dia das pes-
soas – que ninguém fica sabendo
– como orfanatos na Zona Leste ou
instituições pelo Brasil que cuidam
de crianças deficientes. E até hoje
ninguém sabe das inúmeras comu-
nidades desprovidas que receberam
sua atenção.
Ele gostava, particularmente, de
construir muitas micvaot. Fazia mui-
tas mesmo – até em Shangai e em Mô-
naco! Minha mãe tem uma grande lista
dos lugares.
Nascente: Algum projeto recente,
em especial?
Azuri: Ele teve a satisfação de
inaugurar muitos projetos novos em
Israel no último ano: sinagogas, es-
colas, universidades, museus... Ele
falava: “Faz rápido que eu quero ver
isso pronto logo!”, e realmente ficaram
prontos.
Mas há um grande projeto pelo
qual ele estava muito orgulhoso e, in-
felizmente, não conseguiu ver concluí-
do. É o Moise Safra Community Center,
em Nova Iorque. Atualmente a maioria
da comunidade sefaradi de Nova Ior-
que mora no Brooklyn. Mas recente-
mente começou a existir uma procura
por Manhattan. E essas pessoas não
dispõem de um centro comunitário lá
para contribuir com a manutenção de
nossas tradições; há apenas sinagogas.
É um projeto que está unindo várias
famílias em Nova Iorque. Meu pai teve
muito orgulho dessa iniciativa. Agora
quem está coordenando o projeto são
meus irmãos Jacob e Edmond, com a
ajuda de outras pessoas.
Nascente: Alguma lembrança
marcante dos últimos dias?
Azuri: Até os últimos momentos
de sua vida, ele se preocupou com as
pessoas necessitadas. Duas ou três
semanas antes de falecer, no Shabat,
uma sexta-feira à noite, minha esposa
perguntou a ele se havia algo que ele
gostaria de fazer a mais em sua vida.
E ele respondeu: “Gostaria de ter aju-
dado mais as pessoas”.
Nascente: Se ele estivesse aqui
agora, o que ele pediria para escrever
sobre sua vida, como exemplo de con-
duta para seus filhos e netos?
(Pausa e emoção). Acho que ele
gostaria de dizer que foi um homem
que respeitou os demais, um homem
correto, que seguiu o caminho da ho-
nestidade, ajudou e gostou de ajudar o
próximo.
Personalidade
20 Av / Elul 5774
Comemorando I
Histórias do Segundo TemploNo dia 17 do mês de tamuz ocorreram 5 trágicos acontecimentos ao povo judeu, entre os quais, o rompimento das muralhas de Jerusalém após o cerco efetuado pelos romanos à cidade. No dia 9 de av, outras cinco desgraças abateram o nosso povo, entre as quais, a destruição dos dois Templos Sagrados. Por isso, estas duas datas são recordadas até os nossos dias com grande pesar.Veja, a seguir, as circunstâncias que levaram à destruição do Segundo Templo.
Av / Elul 5774 21
Comemorando I
Vários historiadores se preo-cuparam em descrever
os motivos da destruição do Segundo Tem-plo, bem como as características políticas e territoriais daquela circunstância. Alguns destes relatos datam até mesmo da própria época da destruição, como o livro “Yossi-fon”, escrito por Yossef ben Matityáhu. To-dos estes relatos tomam como referência os fatos que levaram à tragédia com uma visão basicamente material do acontecimento.
Nossos sábios, por outro lado, procuraram
as causas dos eventos nas falhas espirituais do
povo. Assim, apontando os motivos espirituais
da destruição, ensinam-nos a corrigir o nosso
futuro aprendendo com os erros do passado.
Além disso, a Guemará nos mostra, sutilmente,
a interferência e a Providência Divina mesmo
nos momentos de dor do povo judeu.
Nossos sábios disseram que o Segundo Tem-
plo foi destruído por causa de sin’at chinam, um
ódio gratuito, sem sentido. A Guemará (Guitin
55b) descreve como este grave pecado não so-
mente foi o motivo espiritual que levou D’us a
permitir a destruição do Bêt Hamicdash, mas
também como o Todo-Poderoso fez com que este
fosse, na prática, o motivo que acabou ocasio-
nando a invasão de Jerusalém e a destruição do
Templo.
Camtsa e Bar Camtsa
O Império Romano estava em seu auge. Os
romanos dominavam grande parte do mundo
e impunham a todas as nações conquistadas a
sua cultura pagã. Um dos domínios do Império
Romano era a Terra de Israel. Nesta época, Is-
rael era dirigida por um governante designado
pelos romanos.
Maquete do Segundo Templo
22 Av / Elul 5774
Aconteceu, em certa oportunidade,
que um próspero judeu resolveu ofe-
recer uma grande festa na cidade de
Jerusalém. Na sua lista de convidados
estavam todos os sábios da cidade e
muitos amigos. Este homem possuía
um bom amigo chamado Camtsa e um
inimigo chamado Bar Camtsa. Quan-
do o homem ordenou que um de seus
empregados convidasse o seu amigo
Camtsa, este se equivocou e acabou
levando o convite para Bar Camtsa, o
inimigo.
Bar Camtsa ficou um tanto sur-
preso com o convite mas, apesar de
também manter em seu coração um
ódio profundo pelo anfitrião, resolveu
aceitar o convite, pensando que o ou-
tro desejava se desculpar. O anfitrião,
porém, ficou ainda mais surpreso ao
ver o inimigo Bar Camtsa em sua festa
e foi ter com ele:
– O que você faz em minha casa? –
perguntou o dono da casa. – Levante-se
e vá embora imediatamente!
– Eu achei que você tinha me convi-
dado para esta festa, mas agora perce-
bo que foi um engano – respondeu Bar
Camtsa. – Mas já que eu estou aqui, por
favor deixe-me ficar; não me envergo-
nhe e eu lhe pagarei todas as despesas
que eu der durante a festa, tudo o que
eu comer e beber.
– Não! – respondeu o anfitrião. – Vá
embora!
– Por favor! – pediu novamente Bar
Camtsa. – Não me envergonhe na fren-
te de todos e eu lhe pagarei até metade
de todas as despesas da festa.
Como o anfitrião continuou negan-
do o pedido do inimigo, Bar Camtsa,
muito envergonhado, ainda tentou fa-
zer uma última oferta:
– Deixe-me continuar aqui e eu
arcarei com todas as despesas desta
festa.
Mas o anfitrião permaneceu com
o seu ódio sem controle e, percebendo
que Bar Camtsa não sairia espontane-
amente, apanhou-o à força e jogou-o
para fora da casa.
Bar Camtsa, magoado e cheio de
rancor no coração, culpou os rabinos
presentes por sua vergonha: “Já que
eles assistiram a tudo e nada fizeram,
é porque concordaram e gostaram do
que aconteceu comigo. Eu me vingarei
de todos delatando-os ao imperador!”
Bar Camtsa foi até Roma e pediu
para ser recebido pelo César, alegando
que possuía uma informação importan-
tíssima para a segurança do império.
Quando o imperador o recebeu, Bar Ca-
mtsa lhe disse que os judeus estavam
preparando uma revolta contra Roma.
– Eu lhe darei uma prova – disse
Bar Camtsa – de que minhas palavras
são verdadeiras. Envie um animal para
que seja ofertado como sacrifício no
Templo de Jerusalém. Se os judeus se
negarem a sacrificá-lo, você saberá que
eles estão contra Roma.
O imperador concordou com a su-
gestão de Bar Camtsa e mandou um
animal para ser ofertado no Bêt Hami-
cdash. Pela lei judaica é permitido fazer
um corban que tenha sido oferecido por
um não judeu. No caminho, porém, Bar
Camtsa fez um corte na boca e no olho
do animal, inutilizando-o para o sacrifí-
cio. As leis que determinam quando um
animal é imperfeito para o sacrifício
eram diferentes entre os judeus e os ro-
manos. Para os romanos, um corte na
boca e no olho do animal era algo que
não o inutilizava como uma oferenda.
Assim, quando o animal enviado
pelo imperador romano chegou a Jeru-
salém, os sábios se viram num impas-
se. Alguns deles achavam que o animal
oferecido pelo imperador deveria ser
sacrificado, apesar de defeituoso, para
evitar a ira romana. Porém, um sábio
chamado Rabi Zecharyá ben Avkulas
sustentou a opinião de que isto faria
com que os judeus passassem a acre-
Aguardamos sua visita!!!
www.joiasevoce.com.br
Comemorando I
Dê preferência a quem
colabora com a divulgação dos valores
judaicos
PRESTIGIEDê preferência
a quem colabora com a divulgação dos valores
judaicos
OS ANUNCIANTES DA
Av / Elul 5774 23
ditar que pode-se sacrificar um animal
com defeitos. Os sábios acabaram con-
cordando com esta opinião e, por isso,
não aceitaram a oferenda.
Os sábios, então, cogitaram em ma-
tar Bar Camtsa, pois sabiam que ele os
denunciaria aos romanos e isso poderia
acarretar graves consequências para
todo o povo. Novamente Rabi Zecharyá
ben Avkulas interveio, alegando que,
se o matassem, todos pensariam que a
pena para quem traz um animal com
defeito para ser sacrificado é a morte.
Assim, os sábios permitiram que Bar
Camtsa fosse embora.
Quando Bar Camtsa voltou a Roma,
possuía o argumento que desejava e
conseguiu convencer o imperador de
que os judeus estavam realmente tra-
mando uma revolta. O imperador, en-
tão, enviou um de seus generais, Ne-
ron, para invadir a cidade e acabar com
a suposta rebelião.
Neron
Quando Neron se aproximou da
cidade, quis saber se a sua missão se-
ria levada a cabo com sucesso. Para
isso, lançou sorte, tentando descobrir
se conseguiria conquistar Jerusalém.
Primeiramente, Neron atirou fle-
chas para cima e em todas as direções.
As flechas sempre caíam apontando
para Jerusalém. Neron percebeu nisso
um sinal de que realmente Jerusalém
seria destruída. De qualquer forma,
ele não se contentou somente com este
sorteio e tentou novamente saber algo
sobre o futuro. Desta vez, Neron inter-
pelou uma criança judia que passava
pela rua e pediu-lhe que contasse algo
que estudara naquele dia. A criança lhe
disse que naquele dia havia estudado o
seguinte versículo do profeta Yechezkel
(25:14): “E realizarei Minha vingança
sobre Edom nas mãos de meu povo Yis-
rael”. Disso, Neron entendeu que um
dia D’us acabaria se vingando do mal
que Edom (o povo romano) havia feito
para Yisrael.
O oficial romano concluiu destas
duas previsões que realmente D’us
havia resolvido destruir Sua cidade,
Jerusalém; no entanto, quem a des-
truísse acabaria sendo castigado. Es-
tes eventos impressionaram o grande
general, causaram a sua renúncia do
exército e motivaram a sua conversão
ao judaísmo. Como recompensa pela
sua desistência em destruir Jerusalém,
a cidade sagrada, Neron teve o méri-
to de que um de seus descendentes se
tornaria um grande sábio do povo de
Israel: Rabi Meir Báal Hanês.
Um novo imperador
Quando o imperador romano to-
mou conhecimento de que Neron havia
desertado, enviou outro general, Ves-
pasiano, para tomar o seu lugar e con-
Comemorando I
24 Av / Elul 5774
quistar Jerusalém. Vespasiano cercou
a cidade de Jerusalém, que era rodea-
da por altas muralhas, e impediu que
se trouxesse quaisquer mantimentos
para dentro dela, deixando-a assim to-
talmente isolada.
Naquela época, viviam na cidade
de Jerusalém três homens muito ricos:
Nacdimon ben Gurion, Ben Calba Sa-
vua e Ben Tsitsit Hakêsset. Estes três
homens se ofereceram para sustentar
a cidade durante os anos que durasse
o cerco. Um deles prometeu prover a
cidade inteira com trigo e cevada ar-
mazenados em seus silos. O segundo
se comprometeu a fornecer óleo, sal e
vinho. O terceiro garantiu toda a ma-
deira que fosse necessária para cozi-
nhar e para o aquecimento durante o
inverno. Os depósitos de mantimentos
destes homens eram tão grandes que
a cidade poderia aguentar o cerco por
vinte e um anos.
Existia, no entanto, uma parte do
povo que não pretendia permanecer
dentro da cidade de braços cruzados:
os “biryonim”. Eles pretendiam sair da
cidade e guerrear contra os romanos.
Os sábios de Jerusalém, porém, sabiam
que seria inútil guerrear contra um po-
deroso império como o romano e pre-
tendiam tentar fazer um acordo de paz.
Os biryonim, no entanto, recusaram-se
a acatar as palavras dos rabinos. Para
forçar a guerra e impedir que o cerco
continuasse por mais tempo, eles quei-
maram todos os depósitos de trigo e
cevada.
Uma grande fome tomou conta de
Jerusalém. Não havia mais comida e
ninguém conseguia sair ou entrar na
cidade. Os biryonim impediam a sa-
ída e os romanos, a entrada. Quan-
do os sábios viram que logo a cidade
acabaria sendo invadida, começaram
a pensar em uma maneira de salvar o
que fosse possível para evitar o exter-
mínio total.
Um dos chefes dos biryonim, Aba
Sicra, era sobrinho do grande sábio
Rabi Yochanan ben Zacay. Rabi Yo-
chanan tentou convencer o rapaz de
que o caminho da paz com os roma-
nos era a melhor solução. Então Aba
Sicra explicou ao sábio que não pode-
ria ajudar muito, pois não havia como
convencer os demais companheiros a
desistir da guerra. Quando Rabi Yo-
chanan percebeu que realmente não
havia mais chances de uma salvação
total por meio de um acordo com os
romanos, resolveu que o melhor seria
tentar salvar o que fosse possível antes
da invasão.
Assim, Rabi Yochanan ben Zacay
decidiu sair da cidade escondido para
conversar com o general romano. Para
isso, contou com um plano concebido
por seu sobrinho. Apesar do cerco, ne-
nhum morto era enterrado em Jeru-
salém e, por isso, era permitido sair
da cidade para enterrar uma pessoa
recém-falecida. Assim, Rabi Yochanan
se fingiu de morto, foi colocado num
caixão e levado por seus alunos e pelo
próprio Aba Sicra para fora da cidade.
Quando já haviam se distanciado dos
últimos guardas, Rabi Yochanan saiu
do caixão e dirigiu-se para o acampa-
mento romano onde se encontrava o
general Vespasiano.
Quando foi levado à presença do
general, Rabi Yochanan ben Zacay o
saudou dizendo:
– Que a paz esteja convosco, rei!
Que a paz esteja convosco, rei!
– Você deveria ser condenado à
morte por dois motivos – respondeu
Vespasiano, que era apenas um gene-
ral do exército romano. – Em primeiro
lugar, porque me chamando de rei você
ofende o verdadeiro rei e o império ro-
mano. Em segundo lugar, se é como
você diz, que eu sou o rei, por que você
me procurou somente agora?
– Na realidade, já chegou o tempo
ANIMAÇÃO GARANTIADA PARAPARA SEU EVENTO JUDAICO
•CASAMENTOS •BRIT-MILAH•BAT E BAR-MITZVAH
Email: contato@simchaboys.com.br
Tel: (11) 99293-9994
Comemorando I
Av / Elul 5774 25
de você reinar – respondeu Rabi Yocha-
nan. – Eu digo isso porque está escrito
em nossa Torá que Yerushaláyim será
conquistada somente por um rei e não
por um homem comum. Quanto ao se-
gundo ponto, se eu não vim procurá-lo
até este momento não foi por vontade
própria, mas porque os biryonim não
deixam que ninguém saia da cidade.
Enquanto o general e o Rabi manti-
nham este diálogo, D’us, em Sua Provi-
dência, fez com que a previsão de Rabi
Yochanan fosse confirmada. Então, um
mensageiro chegou com a notícia:
– Ó grande Vespasiano! Nosso glo-
rioso César morreu há poucos dias e o
senado decidiu que você, Vespasiano,
será o novo rei.
O novo César ficou entusiasmado
com a notícia e surpreso com a grande
sabedoria do mestre judeu. Disse-lhe
então:
– Se eu permanecesse aqui, sábio
judeu, tentaria uma saída para o seu
problema e para o seu povo, diminuin-
do assim ao máximo os prejuízos. No
entanto, eu tenho que ir para Roma e
assumir os meus novos compromissos.
Outro homem virá para cá em meu lu-
gar e ele agirá como achar melhor. Po-
rém, como reconhecimento a você e à
sua sabedoria, peça agora o que quiser
e eu lhe darei.
Rabi Yochanan temeu pedir pelo
Templo e pela cidade de Jerusalém,
pois achou que se pedisse muito pode-
ria acabar sem nada. Assim, Rabi Yo-
chanan fez três pedidos mais simples:
– Dê-me a cidade de Yavne e seus
sábios. Preserve a família de príncipes
do sábio Raban Gamliel, que são des-
cendentes do Rei David. Envie médicos
que possam curar o sábio Rabi Tsadoc,
que durante 40 anos realizou jejuns
pela salvação de Jerusalém.
Os três pedidos de Rabi Yocha-
nan foram aceitos e, assim, o grande
sábio conseguiu salvar a semente do
povo por meio de suas bases: a Torá;
o reinado do Mashiach, que será um
dos descendentes do Rei David; e os
tsadikim.
O midrash conta que quando Rabi
Tsadoc foi levado à presença de Ves-
pasiano, Rabi Yochanan ben Zacay
também estava presente. Quando Rabi
Tsadoc entrou no recinto, Rabi Yocha-
nan se levantou em sinal de respeito
pelo grande sábio. Então Vespasiano
se surpreendeu e perguntou: “Será que
é para este velho fraco e repugnante
que você se levanta? Ao que respon-
deu Rabi Yochanan: “Eu lhe garanto,
Vespasiano, que se houvesse mais
uma pessoa como ele em Jerusalém,
você não conseguiria conquistá-la nem
mesmo com o dobro de soldados que
possui hoje.”
É interessante ressaltar aqui a Pro-
vidência Divina. O Todo-Poderoso fez
com que Rabi Yochanan se apresentas-
se ao César poucos instantes antes da
chegada da notícia de que Vespasiano
se tornaria o novo imperador. Se Rabi
Yochanan chegasse um pouco antes,
o mensageiro entraria com a notícia
somente depois da sua entrevista, sem
que Vespasiano pudesse se surpreen-
der com a sua sabedoria. Se Rabi Yo-
chanan chegasse um pouco depois, a
notícia já teria sido dada, o novo im-
perador estaria por demais ocupado
com os preparativos para a sua volta a
Roma e, provavelmente, nem receberia
o sábio.
A destruição do Templo
Com a volta de Vespasiano a Roma,
um novo general foi designado para li-
derar a conquista de Jerusalém. Seu
nome era Tito.
Tito era um general muito perver-
so. Ele negava que D’us podia interferir
nos assuntos terrenos, negava a Sua
presença na Terra. Para demonstrar
toda a sua aversão ao conceito de Di-
vindade, voltou-se contra tudo o que
era santo e puro. Tito invadiu o Bêt Ha-
micdash e violou o lugar mais santo do
mundo: pecou com uma mulher leviana
dentro do Côdesh Hacodashim.
Quando Tito rasgou com sua es-
pada a cortina que dividia o Côdesh
Hacodashim do outro recinto, chama-
do de Côdesh, D’us fez um milagre e
Paraneniza a Congregação pela divulgação dos valores
judaicos!
Comemorando I
26 Av / Elul 5774
começou a escorrer sangue dos panos
rasgados. Quando viu isso, Tito se reju-
bilou achando que havia matado o D’us
dos judeus.
O malvado general pegou esta mes-
ma cortina e fez com ela uma trouxa,
na qual colocou os objetos sagrados do
Templo para ostentar na sua chegada
a Roma.
O livro “Nêfesh Hachayim”, do
grande rabino Rav Chayim de Volod-
jin, explica que o poder que uma pes-
soa possui para interferir nos mundos
superiores é diretamente proporcional
à grandeza da sua alma. Assim sendo,
o Rav Chayim diz que um pequeno pe-
cado de um judeu tem um efeito muito
mais devastador sobre os mundos su-
periores do que o ato vergonhoso do
perverso Tito. Isso porque a alma de
um simples yehudi é extremamente
elevada e está em permanente contato
com os mundos celestiais, enquanto a
alma de Tito, pelo seu grau rebaixado,
não possuía quase contato com estes
mundos.
O castigo de Tito
O castigo de Tito por sua perversi-
dade foi amargo.
Quando ele voltava para Roma em
seu navio, começou uma grande tem-
pestade que ameaçou afundar a embar-
cação. Assustado, Tito gritou: “Parece
que o D’us dos judeus só tem poder nas
águas. Afundou o Faraó egípcio e Sisrá
na água e, agora, tenta afogar também
a mim, novamente no mar. Se Ele é re-
almente forte, que espere que eu suba
em terra firme e lá trave comigo uma
guerra.”
Neste momento o mar se acalmou
e uma voz provinda do céu dirigiu-se
ao coração de Tito: “Perverso filho de
um perverso, filho do filho de Essav,
o Perverso. Eu possuo uma pequena
criatura: mosquito é o seu nome. Suba
na terra e guerreie contra ela.”
Logo que Tito subiu à terra, um pe-
queno mosquito entrou por seu nariz e
alojou-se em seu cérebro. Durante sete
anos a pequena criatura ficou bicando
o cérebro daquele homem e causando-
-lhe terríveis dores de cabeça. Nenhum
médico de Roma conseguiu diagnosti-
car ou curar as misteriosas dores de
cabeça do poderoso general.
Certa vez, quando Tito passava por
uma ferraria, ouviu o bater do marte-
lo na bigorna e, por um momento, o
mosquito parou de bicar. Tito pensou
então ter encontrado o remédio para
a sua terrível doença. Desde então,
todos os dias, ferreiros se revezavam,
batendo ininterruptamente com o
martelo numa bigorna para acalmar a
sua dor. Se o ferreiro era um gentio,
Tito lhe pagava quatro moedas. Po-
rém, se o ferreiro era judeu, não lhe
pagava nada, dizendo: “Já lhe basta
que você presencie o sofrimento de teu
inimigo!”.
Depois de trinta dias, no entanto,
o milagroso tratamento parou de fazer
efeito e o mosquito recomeçou a bicar o
cérebro de Tito apesar do barulho dos
martelos.
Após sete anos, as insuportáveis
dores de cabeça terminaram por levar
Tito à morte. Antes de morrer, Tito or-
denou que o seu corpo fosse cremado e
as suas cinzas jogadas sobre os mares,
para que, assim, o D’us dos judeus não
pudesse encontrá-lo e julgá-lo por suas
atitudes.
Depois da sua morte, os médicos
romanos resolveram abrir a sua ca-
beça para tentar decifrar a causa da
estranha doença. Quando a abriram,
encontraram um mosquito do tamanho
de um pequeno pássaro.
O sofrimento de Tito em vida não
impediu o seu castigo após a morte.
A Guemará conta que Unkelos, que
era filho da irmã de Tito, antes de se
converter ao judaísmo, trouxe a alma
de Tito à Terra por meio de feitiçaria
e perguntou-lhe qual era o seu castigo.
Tito respondeu que, da mesma forma
que ele havia tentado escapar do jul-
gamento celestial, assim o castigavam.
Todos os dias as suas cinzas eram jun-
tadas e era refeito o seu corpo. Depois,
ele era queimado novamente e suas
cinzas jogadas nos sete mares.
www.fivebras.com.br Tel.: 11 3207-9444Saiba mais,acesse o site
Comemorando I
Av / Elul 5774 27
Um Verdadeiro ProfessorVocê costuma repreender seus filhos ou alunos em público por atos errados? Então leia esta impressionante história verídica!
Há muito tempo atrás, na época em que o Gaon Rabi Yechiel Mordechay
Gordon zt”l era o rosh yeshivá de Lomze, um dos seus melhores alunos ficou noivo. Era um jovem com muitas qualidades, estudioso da Torá e temente a D’us. No dia do seu noivado, o jovem pediu permissão para falar ao público presente.
Primeiramente, o jovem agradeceu a D’us por
todo o bem que sempre lhe proporcionou. Depois
agradeceu a seus pais por todo carinho, incentivo
e investimento na sua educação. Depois agradeceu
ao rosh yeshivá e aos seus professores. Finalmen-
te, terminou com um agradecimento especial ao
seu professor do 2° ano primário.
Percebendo o espanto das pessoas presentes,
por ter agradecido com tanta ênfase justamente
ao professor do 2° ano primário, o jovem explicou
que, se não fosse pela sensibilidade deste profes-
sor, não teria chegado onde chegou. Então, contou
a seguinte história:
“Quando eu tinha uns sete anos e estava no 2°
ano primário, havia na nossa turma um garoto cuja
família era muito rica. Certo dia, o garoto levou para
a sala de aula um valioso relógio de pulso, que havia
recebido de seus pais como presente de aniversário.
Educação
28 Av / Elul 5774
Os colegas ficaram com muita inveja já
que, naqueles dias, praticamente nenhu-
ma criança possuía um relógio de pulso.
“Na hora do recreio, o garoto saiu
da sala e esqueceu o relógio sobre a
mesa. Quando retornou, gritou espan-
tado: ‘Onde está o meu relógio!’.
“Era óbvio que um dos seus colegas
cobiçou o relógio e roubou-o.
“Um pequeno tumulto se formou.
Logo, o professor pediu para que todos
os alunos se levantassem e ficassem
parados ao lado de suas mesas com
os braços erguidos. De um em um ele
começou a revistar os bolsos e as mo-
chilas à procura do relógio.
“À medida em que minha vez de ser
revistado se aproximava, eu ia fican-
do cada vez mais apavorado, já que eu
era o ladrão... eu é que roubara aquele
relógio. O que seria de mim quando o
professor encontrasse o relógio no meu
bolso e toda a turma ficasse sabendo
que eu era o ladrão? Espalhariam a no-
vidade para toda a cidade! Seria uma
enorme vergonha para mim e toda a
minha família!
“A temida hora chegou. O professor
aproximou-se de mim e procurou na
minha mochila. Depois, colocou a mão
no meu bolso e... lá encontrou o valioso
relógio!
“A reação natural de alguém se-
ria anunciar em alto e bom som que
conseguiu finalmente encontrar o reló-
gio roubado. No entanto, ele não agiu
assim. Com grande sabedoria e bom
senso, ele deixou o relógio escorrer por
dentro da manga de seu paletó, sem
que ninguém percebesse.
“O professor continuou a ‘procu-
rar’ nos demais alunos e, ao final, dis-
se para todos: ‘Encontrei o relógio! No
entanto, gostaria que soubessem que
não foi nenhum de vocês que o roubou,
e sim o yêtser hará (a má inclinação)
que entrou num dos melhores alunos
da classe; e naquele instante o garoto
não pôde se sobrepor a ele. Porém, es-
tou certo que de hoje em diante, se o
yêtser hará vier incitá-lo novamente a
cometer um ato não correto, ele conse-
guirá vencê-lo!’.”
O noivo terminou de contar esta
história e acrescentou:
“Agora vocês entendem por que eu
sou tão grato a este professor. Se ele
não tivesse agido com daquela forma
tão maravilhosa, se tivesse dito naquele
instante que encontrara o relógio, eu
não saberia o que fazer de tanta ver-
gonha e humilhação... e sabe-se lá que
destino eu poderia tomar! Graças à ge-
nialidade daquele verdadeiro professor,
fui salvo de um grande vexame.
“Sendo assim, por esta razão eu
preciso agradecer-lhe do fundo do meu
coração e declarar que, devido à sua
atitude, pude continuar no caminho
correto e chegar onde cheguei.”
Guefilte-mail
Educação
Av / Elul 5774 29
Nossa GenteNascimentos• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: R. Alexandre Guz, R. Ariel Wajnryt, R. Sanny Sonnenreich, Asher Mishali, Chaim Benzaken, Daniel Frischman, Daniel Gurt, Joe Cohen, Levi Itzchak Yom Tov e Jacques Dayan.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: R. Chaim Dichi, Alexandre Yaacov Morgensztern, David Silva, Itschac Faour, Morris Khafif e Tsahi Levi.
No berit milá do filho de Asher Mishaly
No berit milá do filho de Levi Itzchak Yom Tov
Foto
: M
ujan
o
Veja 8 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Veja 13 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal
31
Nossa Gente
No berit milá do filho do Jacques Dayan
Veja 19 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
32 Av / Elul 5774
Nossa Gente
No siyum massêchet dos grupos que estudam com o Sr. Yaacov Kassab
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Chaim Shmuel Pripas, Daniel Strimber, Gabriel Douek, Mauricio Tawil, Maurizio Khalifeh e Yehuda Grankiewicz.
Bar Mitsvá
Veja 17 fotos e 5 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Av / Elul 5774 33
Nossa Gente
No berit milá do filho de Chaim Benzaken
Entrega do Shás aos jovens da kitá tet da Escola Maguen Avraham
Casamentos• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Korik e Shulman (Eliezer e Aliza).• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Laniado e Khafif (Efraim e Debby), Hallak e Laniado (Alberto
e Ruth), Feldman e Cohen (Marcelo e Mali), Moscowitz e Michaan (Shmulik e Yael), Battat e Goldschmidt (David e Mijal), Twersky e Reichmann (Chaim Moishe e Liby), Lancry e Manobla (Avraham e Tamar), Calik e Harari (David e Rachel), Kierszenbaum e Hershler (Akiva e Shira), Carnevale e Didio (Ariel e Miriam),Berditchevski e Malu (Meir Daniel e Chana Rivka), Freeman e Halpern (Chanina e Deby), Guttman e Waldmann (Pinchas e Toiva), Kaszirer e Reichmann (David e Chany).
Veja 10 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Veja 14 fotos no Nossa Gente do Portal
34 Av / Elul 5774
Bicarbonato de SódioPouca gente sabe o quanto o bicarbonato de sódio comprado em farmácias e supermercados pode ser útil em casa. Ele é um item não tóxico, barato, versátil e um ótimo agente de limpeza. Veja a seguir algumas dicas dos benefícios do uso de bicarbonato de sódio sem qualquer contra indicação.
Banho de cães - Para deixar seu
cachorro cheirando melhor, polvilhe na
pele do animal um pouco de bicarbona-
to de sódio antes de escovar os fio, logo
após o banho.
Curar feridas de fungos em cães
- Aplique bicarbonato de sódio diluído
em um pouco de água com a ajuda de
um algodão três vezes por dia durante
nove dias.
Curar picadas e aliviar a coceira
- Faça uma pasta grossa de bicarbo-
nato de sódio com água e aplique so-
bre as picadas de insetos para reduzir
o inchaço e a coceira. O bicarbonato
é um composto alcalino que ajuda a
neutralizar o pH da pele, contendo a
inflamação e, consequentemente, ali-
viando a dor
Deixar carpete cheiroso - Se você
tem animais de estimação em casa – ou
Truques e Dicas
Av / Elul 5774 35
pouca ventilação e luz natural – e o seu
carpete fica com cheiro ruim, coloque
o bicarbonato numa peneira grande e
pulverize. Deixe agir por dez minutos
e aspire. Não use vassoura, apenas o
aspirador, para evitar borrões brancos.
Repita conforme a necessidade.
Deixar panelas e assadeiras
brilhando - Nem precisa esfregar; é
só cobrir a região queimada com o bi-
carbonato, umedecer com água e dei-
xar agir por duas horas. A mancha sai
sem esforço e ainda deixa a superfície
brilhante. A técnica vale para vasilhas
de alumínio, inox, vidro e também pode
ser aplicada em torneiras.
Deixar tecidos claros de novo -
Com o tempo, panos de prato, roupas
de cama, colarinhos de camisas e rou-
pas brancas de algodão e linho aca-
bam ficando com um tom amarelado,
que não sai com lavagens simples e dá
uma impressão de peças malcuidadas.
Resolva o problema fervendo esses te-
cidos por 1 hora. Para cada litro de
água, acrescente 3 colheres de sopa
de bicarbonato de sódio e 1 colher de
sopa rasa de sal. Depois, enxágue bem
em água fria corrente e seque normal-
mente.
Desentupir ralos - Acabe com a
gordura que se acumula no encana-
mento da pia da cozinha e pode causar
entupimentos. Coloque no ralo men-
salmente 1/2 xícara de chá de bicar-
bonato, seguido de 1 xícara de chá de
vinagre. Espere a espuma da reação
química diminuir e então enxágue com
água quente.
Desinfetar um estofado depois de
derramar líquidos - Após limpar um
derramamento de líquido no sofá ou
cadeira com estofado e a área estiver
completamente seca, polvilhe um pou-
co de bicarbonato de sódio no local,
deixe agir por 15 minutos e passe o as-
pirador de pó para tirar o mau cheiro.
Higienizador multiuso - O bicar-
bonato de sódio é um bactericida e
pode ser empregado para lavar tábuas
de carne, cascas de frutas e legumes,
pias, cestos de lixo e fogões. Faça a se-
guinte receita: coloque 3 colheres de
sopa de bicarbonato de sódio mais 1/2
colher de sopa de hipoclorito de sódio
em 1 litro de água. Deixe de molho por
duas horas e depois enxágue.
Lavar lingeries brancas de nylon
Deixe de molho por dez minutos em 1
litro de água com um 1 colher de chá
de bicarbonato de sódio após a lava-
gem normal. Não enxágue e seque na
sombra.
Truques e Dicas
36 Av / Elul 5774
Reserve o seu espaço na edição de
Rosh Hashaná
Informações: (11)3822-1416
revista_nascente@hotmail.com
Limpar bancadas de pias - Aplique
o bicarbonato de sódio com uma espon-
ja ou pano limpo úmido para limpar
as áreas de preparação de alimentos.
Isso fará com que bactérias não per-
maneçam no local e a região fique mais
limpa e sem manchas.
Limpar brinquedos do bebê - Dis-
solva quatro colheres de sopa de bicar-
bonato de sódio em um litro de água e
use a solução para limpar os brinque-
dos com uma esponja, enxaguando e
depois colocando ao sol.
Limpar cafeteira de aço inox - Es-
fregue bem com uma esponja molhada,
usando uma solução de bicarbonato de
sódio com água morna na proporção de
um para quatro.
Limpar cinzeiros - Polvilhe bicar-
bonato de sódio sobre a parte inferior
do cinzeiro para tirar o cheiro e deixe
lá enquanto é usado.
Limpar equipamento de pesca
Limpe toda a engrenagem do seu equi-
pamento de pesca, para ajudar a tirar
manchas e conservar, usando uma
solução de quatro colheres de sopa de
bicarbonato de sódio para um litro de
água.
Limpar esponjas de uso na limpe-
za - As esponjas usadas para limpar os
objetos de casa também precisam ser
lavadas. Para retirar o mal cheiro de
mofo, mergulhe as esponjas em qua-
tro colheres de sopa de bicarbonato de
sódio com um litro de água morna.
Limpar geladeira - Evite o chei-
ro característico e desagradável da
geladeira mantendo uma vasilha com
bicarbonato de sódio aberta em uma
das prateleiras, num cantinho. Ele ab-
sorve os odores durante três meses.
Após esse período, troque o produto.
Você também pode usar bicarbonato
de sódio num pano úmido para fina-
lizar a limpeza interna da geladeira e
do freezer, pois essa técnica tem efeito
bactericida.
Limpar micro-ondas - Use o bi-
carbonato de sódio com uma esponja
limpa e úmida para limpar o interior e
exterior do seu micro-ondas, além de
tirar manchas novas ou antigas.
Limpar panelas - Para ajudar a
tirar restinhos de alimentos que ficam
grudados nas panelas, use uma solução
feita com uma boa quantidade de bi-
carbonato de sódio com detergente e
água quente. Deixe descansar por 15
minutos antes de lavar.
Limpar pisos e azulejos de banhei-
ros - Para tirar manchas de gordura e
deixar seu azulejo mais limpo, coloque
meia xícara de bicarbonato em um bal-
de de água morna. Use uma esponja ou
um pano molhado para limpar. O piso
vai ficar limpo e sem manchas.
Limpar prata e deixar joias bo-
nitas e brilhantes - Faça uma pasta
usando três 3 partes de bicarbonato de
sódio para uma parte de água. Esfre-
gue a joia com bastante cuidado usan-
do a pasta com auxílio de uma flanela.
Esta dica também vale para objetos de
decoração e itens da cozinha que tam-
bém são de prata.
Limpar pratos com manchas - Use
duas colheres grandes de bicarbonato
de sódio com um pouco do seu deter-
gente comum para eliminar a gordura
e alimentos deixados nos pratos e ter
uma louça mais limpa.
Limpar superfícies de aço inox -
Aplique uma mistura feita com bicar-
bonato de sódio dissolvido com álcool
etílico (o álcool comum de cozinha), até
formar uma pasta, tipo pasta cristal.
Use um pano macio ou uma bucha de
nylon para passar na superfície. Faça-
o sempre de maneira suave, utilizando
passadas longas e uniformes no senti-
do do acabamento polido, caso houver.
Evite esfregar com movimentos cir-
culares. Depois enxágue com bastan-
te água, preferencialmente morna, e
seque com pano macio.
VENDE-SEAPTO DE 330m²,
RECÉM-REFORMADO, 20º ANDAR (COM ELEVADOR DE SHABAT),
EM FRENTE À SINAGOGA MEKOR HAIM
R. São Vicente de Paula, 329DIRETO COM O PROPRIETÁRIO
MARIANE, HORÁRIO COMERCIALTEL. 3660 0333
Truques e Dicas
Av / Elul 5774 37
Limpar tapetes mais profunda-
mente - Antes de usar o aspirador de
pó, jogue um pouco de bicarbonato de
sódio sobre o tapete para deixar sair
aquela sujeirinha que persiste em ficar
entre os fios do tapete.
Limpar vasilhas plásticas com
manchas - Esfregue os recipientes
plásticos com uma esponja com bi-
carbonato de sódio. Para as manchas
mais difíceis, deixe a vasilha de molho
com uma mistura de quatro colheres de
sopa de bicarbonato de sódio para uma
colher de água.
Manter o bom cheiro nos armári-
os e closets - Deixe uma caixa aberta
de bicarbonato de sódio em um canto
do seu armário para retirar maus chei-
ros, principalmente do bolor de mofo.
Tirar manchas de axilas das rou-
pas - Misture o bicarbonato de sódio
com peróxido de hidrogênio e deixe a
camisa ou camiseta de molho por vári-
as horas ou durante toda a noite, até
que a cor amarelada desapareça.
Tirar mal cheiro de latas de lixo
Esta receita vale para latas de lixo de
banheiro, cozinha e outras. Coloque um
pouco de bicarbonato de sódio antes de
lavar a lata de lixo e deixe descansar
por ao menos meia hora. Depois, é só
lavar com um copo de bicarbonato para
um litro de água. Antes de colocar o
saco de lixo, deixe um pouco de bicar-
bonato de sódio no fundo da lixeira.
Tirar mau cheiro de ralo de pia -
Polvilhe meia xícara de bicarbonato no
ralo e depois jogue água morna.
Tirar manchas de chá em bules -
Mergulhe seu bule manchado em um
balde com um quarto de xícara de bi-
carbonato de sódio e um litro de água
morna durante uma noite inteira antes
de lavar.
Tirar manchas de gasolina - O
forte cheiro de gasolina fica em roupa,
estofados e tapetes muito depois de se-
cos. Para tirar o cheiro ruim, despeje
um pouco de bicarbonato de sódio di-
retamente sobre a mancha e esfregue
com água.
Tirar manchas de óleo na ga-
ragem - Despeje um pouco de bicar-
bonato de sódio diretamente sobre a
mancha e esfregue com uma escova
molhada.
Tirar manchas de paredes e
móveis - Polvilhe um pouco de bicar-
bonato de sódio em uma esponja úmi-
da e passe diretamente nas paredes e
móveis para tirar manchas.
Tirar manchas de roupas - Na sua
máquina de lavar, coloque uma xíca-
ra de bicarbonato de sódio para uma
máquina cheia de roupas de até 6 qui-
los. As roupas ficarão sem mofo, sem
manchas e sem sujeira.
Tirar manchas de sangue - mer-
gulhe o tecido em uma mistura de
bicarbonato de sódio e peróxido de
hidrogênio e deixe de molho por vári-
as horas ou durante a noite. Teste o
produto em um tecido colorido antes
de aplicar.
Tirar mofo do banheiro - Limpe a
cortina de box e os azulejos do banhei-
ro com bicarbonato de sódio aplicado
em uma esponja molhada. O mofo sai
com facilidade e demora bem mais a
aparecer de novo – mesmo em casas
de praia, onde a umidade favorece o
problema. Funciona tão bem quanto os
caros produtos de limpeza específicos
para esse uso, com a vantagem de não
ter o mesmo cheiro forte e não custar
caro.
Tirar odor ruim dos pés - Abra
um desodorante spray (não aerossol)
e coloque dentro uma colher de chá de
bicarbonato de sódio. Use diretamente
nos pés e o mau cheiro desaparece.
Tirar odor ruim dos sapatos -
coloque uma camada de bicarbonato
de sódio dentro dos sapatos e deixe du-
rante a noite. Retire pela manhã e todo
o mau cheiro terá desaparecido.
Truques e Dicas
38 Av / Elul 5774
Faça Algo PequenoEstamos nos aproximando do mês de elul, que antecede os yamim noraim – quando comemoramos Rosh Hashaná e Yom Kipur. É necessário entrarmos no espírito destes dias. Mas como fazemos isso?
Nossos ancestrais não neces-sitavam preparativos;
ao aproximar-se esta época do ano, eles sen-tiam na própria pele o temor desses dias.
Certa vez, na primeira noite que se recita as
selichot no mês de elul, as orações começariam
às quatro horas da madrugada. Às duas horas, o
rabino, que morava em cima da sinagoga, ouviu
um barulho e pensou que era um ladrão. Ele des-
ceu rapidamente, encontrou um judeu sentado
em um banco e indagou-o:
– O que você está fazendo aqui? Ainda faltam
duas horas para começar as selichot!
O judeu, que era um homem simples, res-
pondeu:
– Como é possível dormir num dia desses?!
Isso acontece também em nossos dias. Para
os judeus que vieram da Europa e do Oriente,
pessoas que conviveram com grandes sábios,
para eles não há problema em entrar no espírito
destes dias.
Mas até nós, se meditarmos no julgamento
celestial que ocorre em Rosh Hashaná e Yom
Kipur, podemos facilmente entrar neste clima.
No dia de Rosh Hashaná devemos nos cons-
cientizar de que somos como pobres que nada
têm. O comentarista Rashi explica que os judeus
que se sentem, no início do ano, desta forma,
como pessoas destituídas, e pedem a piedade do
Todo-Poderoso, terminarão o ano ricos.
Quando o Rabino Chayim Friedlander –
mashguíach da yeshivá de Ponevitch – estava
num hospital tratando do câncer que lhe afetava,
mandou para seus alunos uma carta mencionan-
do os conceitos acima, aprendidos da Guemará.
Nesta carta, escreveu também que teve a opor-
tunidade de sentir a bondade de Hashem, que
salva da morte e dá nova vida; que ele próprio
era um exemplo do que significa sentir-se “como
pobres”. As pessoas pensam que estão com saú-
de e que estão seguras, mas tudo não passa de
uma ilusão. Suas vidas estão pendentes por um
fio – “teluyim al belimá” – como consta nas ora-
ções de Rosh Hashaná.
Entramos no ano novo sem saber o que nos
espera. Tudo o que possuímos – posses, dinheiro,
família – não está garantido. Se temos nesse ano
não significa que continuaremos a ter no próxi-
mo! Todas as coisas acontecem exclusivamente
pela bondade de D’us. Nada é garantido. Pessoas
conscientes disto agem de forma diferente.
Qualquer indivíduo que já acompanhou um
parente ao hospital sabe que estes momentos
ficam marcados. Na sala de espera fica-se em
companhia de parentes de outras pessoas que
passarão por cirurgias. Alguns, que antes da
operação encontravam-se sentados normal-
mente, depois de uma hora começam a chorar.
Outros ficam num estado de choque tão grande,
que precisam ser amparados por amigos. Estas
pessoas ficam compenetradas porque sabem o
que está na “balança”. Estão cientes do perigo.
Comemorando II
Av / Elul 5774 39
Elas têm pleno conhecimento do que
significa “ser pobre” e de que nada
está garantido. Mesmo a declaração
da enfermeira: “Tudo está correndo
bem” ou “Tudo está correndo muito
bem” faz muita diferença. Ela parece
nervosa ou serena? Nesta hora perce-
bemos que possuímos algo mais su-
blime no que se apoiar. Nós podemos
pegar um livro de “Tehilim” e proferir
suas sagradas palavras: “Bem-aventu-
rado o povo cujo D’us é o Senhor.” Nós
temos um D’us a Quem nos dirigir!
Este conceito, de como a condição
humana é frágil, foi o tema de um dis-
curso de teshuvá dos mais fortes que já
existiram, constituído de apenas nove
palavras. No século passado, uma co-
munidade americana tinha como ra-
bino um sábio da Lituânia capaz de
discursar horas e horas, mencionan-
do trechos de guemarot, sem mesmo
precisar olhar dentro delas – o Rabi-
no Yaacov Yossef. Era comum ele dar
uma palestra especial no Shabat dos
Dez Dias de Penitência – Shabat Teshu-
vá. Nesta oportunidade compareciam
pessoas de todos os pontos da cidade.
Certo ano, o rabino sofreu um
acidente vascular cerebral. Sua fala e
motricidade foram afetadas e o povo
estava ansioso em saber se ele poderia
falar no Shabat Teshuvá. Ele decidiu
que faria o discurso assim mesmo.
Uma grande multidão compareceu;
muitos passaram o Shabat em Man-
hattan somente para ouvi-lo. Nesta
oportunidade, entretanto, por causa
do derrame, ele permaneceria senta-
do em vez de ficar de pé e usaria uma
Guemará em vez de discursar de cor.
Finalmente chegou o grande mo-
mento. Ele se dirigiu lentamente ao
púlpito e iniciou o seu discurso: “A
Guemará diz...” e silenciou . Tentou ou-
tra vez: “A guemará diz...” e continuou
o silêncio. Uma terceira tentativa: “A
guemará diz...” e, novamente, silêncio.
Ele, então, começou a chorar e disse:
“Eu tinha preparado o discurso, mas
não consigo me lembrar qual era o
tema...”. E, chorando copiosamente,
terminou suas palavras: “Vejam, meus
amigos, como é frágil a existência hu-
mana. Hoje você está aqui e, amanhã,
quem sabe o que virá?”
Na realidade, nada temos. Depen-
demos exclusivamente de D’us.
Outra questão é: Quanto vale a
nossa teshuvá – a decisão de retornar
ao caminho correto?
A teshuvá contém dois fundamen-
tos básicos.
O primeiro é que nós, como seres
humanos, temos a capacidade de mu-
dar. Podemos melhorar de fato. Essa
é a essência na qual estão baseados
os Dez Dias de Teshuvá, entre Rosh
Hashaná e Yom Kipur.
O “Midrash Eliyáhu Zuta” diz:
“Por que foi dado um novo alento, um
verdadeiro presente Divino, para os
judeus nesses dias? Graças ao mérito
de Avraham Avínu no que diz respei-
to a dois aspectos da sua história: em
relação aos dez testes pelos quais ele
passou e foi bem sucedido e por ter
suplicado a D’us que salvasse toda a
população de Sedom caso lá existis-
sem ao menos 10 justos.”
Devemos aprender o caminho es-
piritual de Avraham, que foi subjugan-
do os testes Divinos e galgou um nível
espiritual após o outro.
Mas poderíamos pensar que isso
só funciona com os tsadikim. Quanto
a nós, simples mortais, o que podemos
fazer? Não temos capacidade de evo-
luir desta forma!
O segundo aspecto citado pelo mi-
drash, ou seja, o mérito de Avraham
ter se importado com os habitantes
de Sedom, responde a esta pergunta.
Avraham chegou a implorar a D’us
que salvasse toda a cidade caso exis-
Comemorando II
40 Av / Elul 5774
tissem lá dez justos. Como ele teve a
audácia de argumentar com D’us para
salvar pessoas tão más, tão levianas?
Avraham acreditava que até estas pes-
soas poderiam melhorar sua condu-
ta. Se houvessem alguns justos, eles
poderiam influenciar toda a região.
D’us concordou com o seu argumento
e respondeu que, de fato, se existissem
os justos, a cidade não seria destruída.
Esse é o primeiro fundamento da
teshuvá: que você pode – e deve – mu-
dar, crescer!
O segundo é baseado na resiliên-
cia – o poder de recuperação. Os seres
humanos podem cair e levantar várias
vezes. O Rei Shelomô diz: “Sete vezes
cai o tsadic e se levanta.” O tsadic não
é uma pessoa que nunca pecou. Ele
pode ter pecado, mas soube levantar.
Essa é a mensagem que o Rav
Hutner certa vez escreveu para um
de seus alunos. O aluno se queixara
de seu estado espiritual, dizendo que
estava cansado e que não crescia mais
espiritualmente. O rabino respondeu:
“Não desanime! ‘Sete vezes cairá.’ Mas
é preciso lutar, cair e depois se levan-
tar. Pois só caindo é que se pode me-
lhorar. Perca algumas batalhas, mas
vença a guerra. É isso que disse o Rei
Shelomô.”
Nesta mesma carta, o Rav Hutner
menciona sobre os livros e biografias
existentes com histórias de tsadikim.
Felizmente, hoje nós podemos oferecer
aos nossos filhos biografias de tsadi-
kim, coisa que antigamente não havia.
Mas diz o Rav Hutner que estes livros
têm uma falha, um desserviço, pois
transmitem uma falsa imagem das
pessoas. Estes livros delineiam gran-
des homens como se fossem pessoas
fora da realidade do mundo, com se
fossem anjos que nunca erraram. Isso
não é real. Nossa reação ao ler isso é
de exclamar: “Ele não é normal!”, “Ele
é um ser extraterrestre!” Precisamos
estar cientes que eles eram humanos
e travaram suas batalhas, suas lutas,
seus desafios.
Quanto maior é a pessoa, maior é o
seu instinto negativo. Essa é a grande-
za – o tsadic cai, regride, mas levanta
e se torna uma pessoa melhor.
Rabi Levi Yitschac de Berditchev
disse que devemos aprender três coi-
sas de um bebê:
1. Quando acontece algo ao bebê,
ele chora para o seu pai.
2. Um bebê está sempre ocupado,
nunca está de mãos vazias.
3. Quando um bebê cai, ele logo
se levanta.
Se esta última capacidade é uma
condição do ser humano, então é a
marca registrada dos judeus em espe-
cial. Derrubam-nos constantemente;
mas o versículo diz “am seridê charev”
– uma nação de sobreviventes.
Consta na Guemará, no Tratado de
Berachot: “Quiseram inserir a passa-
gem da Torá relativa a Parashat Balac
para ser recitada no meio do Shemá
Yisrael.”
O que há de tão significativo nesta
porção? Nela consta o seguinte ver-
so que Bil’am disse quando profeti-
zou para o Povo de Israel (Bamidbar
23:24): “Hen am kelavi yacum vechaari
yitnassá – Eis um povo que como um
jovem leão levanta e como um leão se
ergue.” Bilam nos definiu precisamen-
te: somos como um leão que se levanta
vigorosamente. Diz o “Sefat Emet” que
este é exatamente o motivo pelo qual
queriam inserir esta passagem para
ser recitada no Shemá Yisrael, já que
é um grande louvor para o nosso povo.
O “Midrash Tanchumá” cita que
nós podemos estar “adormecidos nas
mitsvot”, mas levantamo-nos como o
leão. Essa qualidade é que nos man-
teve vivos centenas de anos no exílio.
Quantos povos queriam nos aniquilar
Comemorando II
Av / Elul 5774 41
Leis e Costumes
e nós sempre nos levantamos energi-
camente!
Somos realmente uma nação que
renasce das cinzas. Todos os que pas-
saram pelo Holocausto sabem muito
bem o que significa isso. Após tudo o
que um ser humano passou nos horro-
res da guerra, ele ainda está rodando
por aí clamando, com orgulho, que é
um judeu. Essa é a base da teshuvá.
Se eles não se deram por vencidos, nós
também não podemos nos dar! Caímos
sim, mas precisamos levantar.
Todos os anos, na véspera de Yom
Kipur, admitimos que queremos nos
tornar melhores maridos, melhores
esposas. Mas não basta falar; façamos
algo concreto neste sentido! Mesmo
um pequeno passo. Que tal, por exem-
plo, resolver que quinta-feira à noite
ajudaremos a esposa a arrumar as
crianças antes de irem dormir? Faça
seu cônjuge se sentir melhor com algo
concreto, algo pequeno. Uma pequena
vitória, mas real! Cresçamos espiritu-
almente.
Lógico que nós gostaríamos de
nunca mais falar lashon hará – male-
dicência; mas isto é algo muito gran-
de. Então, escolha um dia por semana
para não falar mais lashon hará. Por
exemplo: Shabat. Assim, Shabat não
se falará dos outros. Imagine como
nossas sinagogas ficariam silenciosas!
Decida algo análogo em relação a con-
versas paralelas durante as orações.
Pode parecer estranho não conversar
apenas numa oração, mas isso se as-
semelha ao báal teshuvá que diz ao
rabino: “Eu estou começando a obser-
var as leis de cashrut em casa. No en-
tanto, nos negócios não consigo deixar
de almoçar com os clientes durante as
reuniões.”
O rabino certamente o orientará
a não deixar de seguir a cashrut em
casa. Ainda assim, recomendará que,
aos poucos, deixe de almoçar fora
mesmo nos negócios.
Sejamos mais cuidadosos com re-
lação à tsedacá. Será que realmente
estamos dando os 10% que temos obri-
gação? Dê tsedacá para as escolas,
mesmo que você já esteja pagando a
mensalidade integral.
Vencer, crescer, batalhar, este
deve ser nosso lema!
Também no estudo da Torá pode-
mos progredir passo a passo. Fixe um
horário para uma aula, mesmo que bre-
ve. Escolha um tema fácil, mas estude!
Esta é, enfim, a lição de teshuvá
que Avraham nos legou: o ser humano
pode e deve mudar!
Ketivá vachatimá tová!
Baseado em discurso do Rabino Yissachar Frand,
de Baltimore – EUA
Comemorando II
42 Av / Elul 5774
O Mundo VindouroO que são o Mundo Vindouro, o Paraíso e o seu oposto, os dias da redenção e a ressurreição dos mortos?
Visão Judaica
A contínua existência da alma depois de abandonar o corpo é o que cha-
mamos “vida após a morte”.Esta existência acontece no Olam Habá, o
“Mundo Vindouro”, que é o mundo das almas
(“mundo” aqui não denota uma idéia de lugar).
No mundo das almas o espírito pode alcançar
um grau de devoção a D’us que não tem pos-
sibilidade de atingir enquanto está ligado ao
corpo.
Utilizamos a expressão “Mundo Vindouro”
como sinônimo do termo “mundo das almas”,
no qual a alma existe após a morte. Isto está
de acordo com a opinião de Rambam (Hilchot
Teshuvá, cap. 8). O Ramban (Sháar Haguemul,
cap 8-10) se opõe ao Rambam, mas reconhece
eventualmente que sua discrepância é somente
semântica, ou seja, que se manifesta com res-
peito ao significado das expressões, e não com
respeito à ideia em si.
Na realidade, o período em que a alma re-
side no corpo é de crucial importância, pois é
ele que determina o destino da alma no Mundo
Vindouro, que é eterno.
Este é todo o propósito de nossa vida neste
mundo. Por meio da misericórdia de D’us com
Suas criaturas, é-nos dada a oportunidade de
merecer Sua eterna benevolência por nossas
ações e livre arbítrio. D’us dá ao homem a ca-
pacidade para ser mau e o rodeia de tentações.
Quando o homem as supera, realiza ações usu-
fruindo de seu livre arbítrio e é recompensado
merecidamente. Isto é a imensurável impor-
tância de nossa vida neste mundo e levou nos-
sos sábios, de abençoada memória, a dizerem
que “uma hora de arrependimento (teshuvá)
e boas ações neste mundo é melhor que todo
o Mundo Vindouro” (Pirkê Avot, 4). Somente
neste mundo uma pessoa pode ganhar créditos
para beneficiarem-no na vida eterna – no Mun-
do Vindouro. Daí a advertência da Torá (Deva-
rim 4:15): “Cuidem muito de vossas almas”, e
por esta razão todos os preceitos – exceto três
– devem ser transgredidos quando a vida está
em risco.
Mas, apesar de toda a sua importância, este
mundo não é adequado para que a alma rece-
ba nele sua recompensa ou resida nele para
sempre. Analisando nossa condição nesta vida,
verificamos que não é possível D’us ter criado
o homem somente para ela.
Rabi Moshê Chayim Luzatto explica o se-
guinte:
“O que é a vida do homem neste mundo e
Av / Elul 5774 43
quem é realmente feliz e está tranquilo
durante sua vida? Nossos anos aqui
se limitam a setenta, ou até oitenta, e
estão carregados de fadiga, iniquidade
e de toda a classe de angústias e do-
enças, sofrimentos e aflições, seguidos
da morte. É raro encontrar um entre
mil cuja vida está cheia de gozo e paz
verdadeira. E mesmo aquele que vive
cem anos, morre e desaparece deste
mundo.
“Além do mais, se o propósito da
Criação tivesse sido em função deste
mundo, não teria sido necessário pro-
ver o homem de uma alma tão vital
e exaltada... em especial porque ela
não encontra o bem-estar nos praze-
res materiais do mundo... Por conse-
quência, D’us seguramente não teria
dado existência a Suas criaturas com
uma finalidade que se contradiga com
a sua natureza (Messilat Yesharim,
cap. 1).”
Sendo assim, nossos sábios, de
abençoada memória, disseram: “Não
há recompensa neste mundo” e inter-
pretaram as palavras (Devarim 7:11)
“guarda os mandamentos, os estatutos
e os juízos que Eu te ordeno hoje para
que os cumpras” da seguinte maneira:
“Hoje (neste mundo) – para cumpri-
-los; e amanhã (no Mundo Vindouro)
para receber sua recompensa”.
Em seus Treze Princípios (prefácio
de “Chêlec”) Rambam também afirma,
em seu décimo terceiro princípio, que
os conceitos de recompensa e castigo
se referem ao Mundo Vindouro.
Vida no Mundo Vindouro
Não podemos sentir ou perceber
nossa recompensa no Mundo Vindouro.
Todos os comentaristas concor-
dam que nem a recompensa, nem o
castigo que nos esperam, são físicos.
Os fogos do Guehinam (n.e.: lugar para
onde vão as almas que precisam de
purificação) não são fogos no sentido
comum da palavra, pois “não possuem
uma forma real que possa ser perce-
bida, já que o fogo deste mundo não
incendeia a alma” (Ramban, Sháar
Haguemul, cap. 5).
Nossa existência neste mundo blo-
queia nosso entendimento dos verda-
deiros prazeres do espírito, conforme
explica o Rambam (comentários sobre
a mishná, Chêlec e Hilchot Teshuvá,
cap 8): “No mundo do espírito, que é
o Mundo Vindouro, nossas almas es-
tarão cheias de conhecimento do Cria-
dor... e este prazer é indivisível, inex-
plicável e incomparável. Como disse o
profeta (Tehilim 31:20): ‘Quão grande
é Teu bem, que tens guardado para os
que Te reverenciam’.”
Rambam também cita os nossos
sábios (Berachot 34b), dizendo: “To-
dos os profetas predisseram somente
os dias da Redenção, mas em rela-
ção ao Mundo Vindouro, (Yeshayáhu
64:3): ‘Isto que D’us tem preparado
Visão Judaica
44 Av / Elul 5774
ALAMEDA BARROS, 735TELEFONE 3826-1366
www.sefer.com.br
para a pessoa que O obedece, ninguém
o viu, nem mesmo os profetas, somen-
te o próprio D’us’”, e também: “Não há
comida, nem bebida, nem banho, nem
relações maritais no próximo mundo,
mas os justos estarão sentados osten-
tando coroas sobre suas cabeças e se
deliciarão com o esplendor da Presen-
ça Divina”.
Nesta última afirmação, “coroas
sobre suas cabeças” significa a vida
após a morte por meio da contínua
existência da realização intelectual de
uma pessoa. Rambam explica isto em
Hilchot Teshuvá: “Isto (estas coroas
são) um entendimento (dáat) que eles
(os justos) obtiveram, em virtude do
qual foi-lhes outorgada a vida no Mun-
do Vindouro.”
Disto fica claro que este entendi-
mento, a aderência da alma a D’us, é
o resultado direto dos atos de cada in-
divíduo neste mundo. Quanto mais ele
nutre a sua alma, mais assegura a sua
existência e iluminação. Quanto mais
preserva a pureza da sua alma e não
se deixa seduzir pelos pecados deste
mundo nem persegue bens materiais,
tanto mais se une a D’us. Portanto, a
recompensa no Mundo Vindouro não é
uma remuneração recebida em paga-
mento por seus atos, mas sim de fato,
cada indivíduo, ele mesmo, prepara e
cria seu próprio Mundo Vindouro.
A essência do Guehinam é a ter-
rível mágoa da alma por não poder
alcançar a D’us porque está indevi-
damente unida ao materialismo deste
mundo. Seus pecados não a habilitam
a alcançar a exaltação espiritual. O
Guehinam representa o pesar da alma
pela grande distância que a separa de
D’us e da mágoa por haver sido des-
prezada como consequência de seus
próprios atos.
Como poderia sentir-se uma pes-
soa que jogasse fora um pacote e,
posteriormente, descobrisse que con-
tinha diamantes valendo milhões?
Que angústia deve sentir uma pessoa
que perde a oportunidade de ganhar o
Prêmio Nobel? Quem pode descrever
o pesar de alguém que, por sua ne-
gligência, não conseguiu um remédio
que poderia ter salvado a vida de um
ente querido?
E estas são somente pobres apro-
ximações da terrível sensação de re-
morso que é o Guehinam. De fato, tra-
ta-se do “Mundo da Verdade”, e não
pode haver maior justiça que o próprio
pecado ser o castigo do pecador.
Rambam prossegue a sua inter-
pretação explicando que “o prazer do
esplendor da Divina Presença” signi-
fica que “as almas sentem prazer por
entenderem e perceberem a existência
de D’us e, como os anjos, por entende-
rem e perceberem a Sua realidade. O
bem maior e o objetivo final é incor-
porar-se a esta exaltada companhia e
ater-se neste nível. Nenhum outro bem
é análogo ou comparável a este”.
O conhecimento de D’us e a devo-
ção a Ele são os maiores e autênticos
prazeres, e nada se lhes pode compa-
rar. Todos os prazeres que conhecemos
são insignificantes em comparação a
eles. “Vivemos no mundo físico e, por-
tanto, podemos compreender somente
seus depreciáveis e efêmeros prazeres.
Mas o prazer espiritual é eterno. Ele
existe para sempre, não é efêmero e
não existe relação ou conexão alguma
entre estes dois prazeres” (Rambam,
cap. Chêlec).
Tudo o que temos dito pode ser
percebido somente por meio de um
processo de raciocínio intelectual. Nos-
sas mentes entendem que deve existir
um prazer excessivo de devoção por
D’us, mas não podemos senti-lo. Tal-
vez, contudo, possamos experimentar
uma diminuta insinuação de sentimen-
to do tipo “Mundo Vindouro”. Eis aqui
como se define o Shabat de uma forma
apropriada (Berachot 57:2): “Uma se-
xagésima parte do Mundo Vindouro”;
ou ainda (conforme o sidur): “Uma es-
pécie de Mundo Vindouro é o dia de
descanso”. O Shabat proporciona um
sentimento de alegria do espírito, de
exaltação da alma. Algo desta espécie
também pode ser experimentado por
uma pessoa que realiza um ato de ca-
Visão Judaica
Av / Elul 5774 45
ridade, particularmente se isto acar-
retar esforço ou sacrifício. Se a pessoa
realiza uma ação importante, como
por exemplo salvar uma vida pondo
em risco a sua própria, seguramente
conhecerá um sentimento maravilhoso
desta espécie.
Toda pessoa passa por momentos
lindos. Em geral, estão ligados a fortes
emoções – um dia no qual recebe boas
notícias, livra-se de um perigo, realiza
um sonho muito desejado ou uma pro-
eza incomum.
Também a nação tem seus belos
momentos, nos quais cada elemento
sente prazer e tem a sensação de es-
tar flutuando no ar, como quando foi
libertado o Muro das Lamentações, em
Israel.
Ilustrações desta classe podem
nos dar uma leve idéia do que signi-
fica exaltação do espírito. Mas este
prazer não é nada comparado com os
prazeres do Mundo Vindouro. Isto foi
expresso com vivacidade pelo Rabino
Eliyáhu Desler no primeiro capítulo de
sua obra “Michtav Meeliyáhu”:
“Nossos sábios dizem (Pirkê Avot
5:22) que ‘uma hora de regozijo no
Mundo Vindouro é melhor que toda
a vida neste mundo’. Se pudéssemos
somar as horas dispersas e os minu-
tos de prazer e de regozijo de toda a
vida de uma pessoa, e conseguísse-
mos concentrá-las em um minuto... e
acrescentássemos todas as horas de
prazer experimentadas por todos os
amigos desta pessoa... e juntássemos
toda a felicidade experimentada por
todas as gerações dos homens desde o
começo da Criação até o final dos tem-
pos... então adquiriríamos um grau de
felicidade mundana seguramente im-
possível de ser superado”. Ainda as-
sim, ‘a satisfação do Mundo Vindouro’
a supera.”
O Mundo Vindouro não é simples-
mente a vida que conhecemos acresci-
da de mais prazeres; é uma experiên-
cia de uma classe totalmente distinta.
Tentar explicar estes conceitos é como
se tentássemos explicar a uma pessoa
cega e surda que poderia ver e ouvir
se seus sentidos não estivessem pre-
judicados. Que seria uma vida total-
mente diferente – não obscura nem si-
lenciosa, mas repleta de luz e música.
Portanto, não é de se espantar que o
judeu que ora regularmente, suplique
com fervor:
“Que seja a vontade do Todo-Pode-
roso, o Senhor de nossos patriarcas,
que observemos os Seus preceitos nes-
se mundo e seja-nos permitido viver,
ver e herdar benevolência e bendição
nos dias do Mashiach e a eternidade
do Mundo Vindouro.”
do livro “El Hamecorot” Publicado com autorização
Visão Judaica
Vai Viajar?(11) 3667-4402
(11) 97203-8111(11) 99840-3518
Dani / Ester
Menores preços, melhores conexões
levtur18@gmail.com
LEV TUR
Reserve o seu espaço na edição de
Rosh Hashaná
Informações: (11)3822-1416
revista_nascente@hotmail.com
46 Av / Elul 5774
NASCENTEEquipe especializada em diagramação, impressão e distribuição. Equipe especializada em diagramação, impressão e distribuição.
Fone: 11 3822-1416Fone: 11 3822-1416Leia a Revista
Av / Elul 5774 47
CadishQuais são os tipos de Cadish e suas leis.
Os quatro tipos de Cadish
Existem quatro tipos de Cadish que são re-
citados diariamente durante as orações nas si-
nagogas com a presença do minyan:
a) Chatsi Cadish - Recita-se apenas de Yit-
gadal até “daamiran bealma veimru amen”.
b) Cadish Yatom (Yehê Shelamá Rabá)
- Recita-se o Chatsi Cadish acrescido dos
parágrafos Yehê Shelamá Rabá e Ossê Shalom.
Este Cadish é recitado após a leitura de al-
guma passagem do Tanach (Torá, Neviim ou
Ketuvim) que contenha ao menos três versículos
c) Cadish Derabanan (Al Yisrael) - Reci-
ta-se o Chatsi Cadish acrescido dos parágrafo
Al Yisrael, Yehê Shelamá Rabá e Ossê Shalom.
Vide a tradução completa deste Cadish – que
contém os outros dois cadishim citados acima –
no final desta matéria.
Este Cadish é recitado após algum estudo
da Torá Oral (Torá Shebáal Pê). É costume reci-
tar antes deste Cadish o trecho Rabi Chananyá
Ben Acashyá Omer ou Taná Devê Eliyáhu. Por
isso, após o estudo de Mishná, dizemos Rabi Ch-
ananyá Ben Acashyá Omer antes de recitar o
Cadish Derabanan.
d) Cadish Titcabal (Cadish Shalem) - Reci-
ta-se o Chatsi Cadish acrescido dos parágrafos
Titcabal, Yehê Shelamá Rabá e Ossê Shalom.
O Cadish Titcabal deve ser recitado unica-
mente pelo chazan sempre que se termina uma
fase das orações.
Os avelim (enlutados) e os que estão na se-
mana do aniversário de falecimento de um pa-
rente devem recitar juntos o Cadish Yatom (Yehê
Shelamá Rabá) e o Cadish Derabanan (Al Yisra-
el). Este é o costume dos sefaradim.
Há sefaradim que costumam que os avelim
recitem também o Chatsi Cadish junto com o
chazan (oficiante que conduz as orações). Neste
caso, o chazan deverá pronunciá-lo com eles.
Cadish no 1º ano de falecimento
É de grande valor recitar Cadish em
memória dos falecidos. Os livros sagrados tra-
zem, em nome do grande cabalista Ari z”l, que
o motivo de se dizer Cadish após a morte de um
parente é para elevar sua alma.
Considera-se que o indivíduo que não reci-
ta o Cadish em memória de seus pais está de-
preciando-os. Sendo assim, não deverá perder
sequer um só Cadish.
É costume que, após o falecimento do pai ou
da mãe, nos onze primeiros meses, o filho recite
o Cadish na sinagoga com minyan, durante as
três orações diárias.
O costume sefaradi é que na primeira se-
mana do décimo segundo mês não se recita o
Cadish, recomeçando na segunda semana do
décimo segundo mês até o final deste, inclusi-
ve na data do falecimento do primeiro ano. A
Leis e Costumes
Rabino Isaac Dichi
NASCENTEEquipe especializada em diagramação, impressão e distribuição. Equipe especializada em diagramação, impressão e distribuição.
Fone: 11 3822-1416Fone: 11 3822-1416Leia a Revista
48 Av / Elul 5774
partir desse momento, deverá recitá-lo
na época do aniversário do falecimen-
to a cada ano, conforme o calendário
judaico.
O costume ashkenazi é recitar o
Cadish apenas nos onze meses segu-
intes ao falecimento. Se, por exemplo,
a morte ocorreu em oito de cheshvan,
deve-se recitar o Cadish até Minchá
(inclusive) do dia sete de Tishri. Em
Arvit do dia oito de Tishri não deverá
mais recitá-lo. A partir desse momen-
to, deverá recitá-lo somente na data do
aniversário do falecimento (yortsait) a
cada ano (conforme o calendário judai-
co). Este exemplo se refere a um ano
de doze meses.
Cadish pelos outros parentes
Não somente pelos pais se recita
o Cadish, mas também pelos outros
parentes sobre os quais guardamos
as leis de avelut (irmão, irmã, esposa,
filho e filha).
Quem tiver pais vivos não deverá
dizer os cadishim que são ditos pelos
enlutados se seus pais se opuserem a
isso. Porém, os cadishim que fazem
parte das orações e são ditos pelo cha-
zan (oficiante), como o Chatsi Cadish e
o Cadish Titcabal ou Shalem, poderão
ser ditos por quem tiver seus pais vivos
sem que eles possam se opor.
No caso de o falecido não ter deixa-
do filhos que possam recitar o Cadish,
a família deverá incumbir alguém que
o faça. Neste caso será preferível re-
munerar o homem que estiver recitan-
do o Cadish.
Na data do falecimento a cada ano
Os sefaradim costumam começar
a recitar o Cadish a partir de Arvit do
Shabat (sexta-feira) que antecede a
data do aniversário do falecimento até
a oração de Minchá (inclusive) do dia
do aniversário do falecimento.
Se a data do aniversário do fale-
cimento coincidir com o Shabat, a le-
itura do Cadish terá início a partir de
Arvit do Shabat anterior até Minchá
do Shabat do yortsait.
O costume dos ashkenazim é sem-
pre recitar o Cadish somente no dia
do aniversário do falecimen to (yortsa-
it) nas três orações: Arvit, Shachrit e
Minchá.
Se alguém se esqueceu de recitar o
Cadish no dia do aniversário do faleci-
mento de seus pais, poderá fazê-lo em
qualquer outro dia.
Costuma-se visitar o túmulo dos
pais cada ano na data de aniversário
do falecimento – esta data é denomi-
nada “yortsait” (jahrzeit). Nesta opor-
tunidade recita-se os seguintes mizmo-
rim do Tehilim: 33, 15, 17, 72, 91, 104,
130 e os versículos referentes às letras
do nome do falecido no capítulo 119.
Posteriormente os sefaradim recitam a
Hashcavá (Hamerachem Al Col Beriyo-
tav) e Cadish. Os ashkenazim recitam
o El Malê Rachamim (uma prece em
sua memória) e Cadish.
Observação: Só é permitido recitar
o Cadish havendo dez homens maio-
res de treze anos (minyan) presentes
próximos ao túmulo. Caso contrário é
proibido recitá-lo.
Conduta ao recitar o Cadish
É necessário concentrar-se ao ou-
vir qualquer um dos cadishim e res-
ponder em voz alta, mas não mais alta
que a do pronunciante.
Deve-se tomar um cuidado excessi-
vo em não conversar durante o Cadish.
O Mishná Berurá cita três episódi-
os para demonstrar a gravidade de
quem conversa em momentos proibi-
dos:
a) Traz em nome de Massêchet
Dêrech Êrets que Rav Chamá viu
Leis e Costumes
Av / Elul 5774 49
Eliyáhu Hanavi com milhares de ca-
melos carregados com “nervosismo e
fúria” para castigar aqueles que con-
versam durante os trechos proibidos.
b) O Sêfer Chassidim conta sobre
um chassid que viu no sonho um ou-
tro chassid com a fisionomia pálida.
O primeiro perguntou ao segundo por
que ele estava com o rosto pálido e este
respondeu que era porque conversava
enquanto o chazan recitava (na noite
de Shabat) Vaychulú, Bircat Meen She-
va e Cadish.
c) O livro Matê Moshê cita um mi-
drash sobre um sábio que apareceu
a seu aluno no sonho. O mestre tinha
uma mancha na testa e o aluno inda-
gou sobre o motivo da mancha. Então
o mestre respondeu que não se cuida-
va de não falar enquanto o chazan re-
citava Cadish.
O Mishná Berurá conclui que mes-
mo pensar em divrê Torá é proibido
durante o Cadish, pois é necessária
uma grande concentração ao respon-
der os amenim do Cadish. E para isso
não há diferença qual tipo de Cadish
está sendo recitado.
É costume que todos os avelim fa-
lem juntos o Cadish, simultaneamen-
te, na mesma velocidade, sem que
um se antecipe ao outro. Há, porém,
congregações que usam o sistema de
revezamento.
Quem recita o Cadish deve estar de
pé, com os pés juntos, em direção a Je-
rusalém (em S. Paulo, para o nordeste)
– normalmente o aron nas sinagogas
está nesta posição.
Ao chegar atrasado à sinagoga,
não sendo possível iniciar o Cadish
junto com os demais, não deverá pro-
nunciá-lo pela metade, mas sim aguar-
dar os próximos cadishim.
Caso tenham começado a recitar o
Cadish com a presença de dez pessoas
(vide cap. 17 par. 7) e durante o Cadish
alguns retiraram-se (o que não deveri-
am ter feito), caso restarem ao menos
seis pessoas, deve-se dar continuidade
à leitura do Cadish.
É costume que um jovem menor
de treze anos que tenha perdido o
pai ou a mãe recite o Cadish na si-
nagoga junto com o chazan ou junto
com outro adulto que esteja falando
o Cadish.
Da mesma forma que é proibido
passar na frente de alguém que esteja
rezando a Amidá, também é proibido
passar na frente de alguém que esteja
recitando o Cadish. Se houver neces-
sidade, poderá passar somente depois
de o pronunciante já ter recitado as
palavras “daamiran bealma veimru
amen”.
Ao responder o amen do Cadish
antes de yehê Shemêh rabá, deve-se
fazer uma pausa entre o amen e yehê
Shemêh rabá, pois o amen se refere ao
assunto anterior.
Para os sefaradim, que (confor-
me orientação do Ari z”l) respondem
yehê Shemêh rabá até “daamiran
bealma”: Caso o chazan já esteja pro-
nunciando as palavras “berich Hu” e
o indivíduo ainda não tiver termina-
do de recitar yehê Shemêh rabá até
daamiran bealma, não deverá res-
ponder amen.
Portanto, o chazan, ou a pessoa
que estiver recitando o Cadish, de-
verá dar um tempo antes de começar
a frase yehê Shemêh rabá, para que o
público consiga concluir até daamiran
bealma antes que ele diga berich Hu.
Assim todos poderão responder amen
quando ele chegar a berich Hu.
Quem recita o Cadish deve cur-
var um pouco a cabeça e o corpo nos
primeiros cinco trechos do Cadish an-
tes de cada amen do público, ou seja,
nas palavras: “Shemêh rabá”, “vica-
rev meshichêh”, “veimru amen”, “De-
cudshá berich Hu” e “veimru amen”.
Este é o costume dos sefaradim.
Tradução do Cadish
Exaltado e santificado seja o Seu
grande Nome (os demais respondem:
amen) no Universo que criou de acordo
com a Sua vontade. Que Ele estabeleça
Seu reinado, faça brotar Sua salvação
e aproxime o advento do Seu Mashia-
ch (amen) em vossas vidas e em vossos
dias e na vida de toda a Casa de Israel,
pronta e rapidamente em tempo próxi-
mo e dizei amen (amen).
Seja Seu Nome grandioso abençoa-
do para sempre e para a eternidade.
Seja abençoado, louvado, glorificado,
enaltecido, sublimado, honrado, ele-
vado e elogiado o Nome do Santo, ben-
dito é Ele (amen), acima de todas as
bênçãos, cânticos, louvores e consolos
que possam ser proferidos no Universo
e dizei amen (amen).
Aqui termina o Chatsi Cadish.
Sobre Israel, sobre nossos mestres,
sobre seus discípulos, sobre os discípu-
los de seus discípulos, que se dedicam
ao estudo da Torá sagrada, neste lugar
e em qualquer outro lugar, sobre nós,
eles e vós haja graça, favor (bondade)
e misericórdia, proporcionados pelo
Dono dos Céus e da Terra e dizei amen
(amen).
Que haja muita paz emanada dos
Céus, vidas, fartura, remição, conso-
lo, libertação, cura, redenção, perdão,
expiação, conforto e salvação para nós
e para todo o Seu povo de Israel e dizei
amen (amen).
Aquele que estabelece paz nas
Suas Alturas Celestiais, Ele, com Sua
misericórdia, estabeleça paz sobre nós
e sobre todo o Seu povo Israel e dizei
amen (amen).
Do livro “Vaani Tefilá”.Todas as fontes pesquisadas são citadas
na referida obra.Os interessados podem adquirir
gratuitamente um exemplar na secretaria da Congregação.
Leis e Costumes
50 Av / Elul 5774
Mussar
Manter a ConfiançaSeu crescimento pessoal depende dos maravilhosos ensinamentos do mussar
O Rei David ensinou no Tehilim (40:5): “Feliz é a pessoa
que põe sua confiança no Todo-Poderoso e não se volta aos arrogantes ou desonestos”.
Certa vez, um homem rico encontrou um tra-
balhador desempregado que estava muito triste.
– Ouça – disse o homem rico. – Venha traba-
lhar comigo durante três meses e eu lhe pagarei
um bom salário!
– Muito obrigado, mas eu não posso fazer
isso – respondeu o homem desempregado. – Eu
tinha uma boa função na empresa de meu pa-
trão por vários anos. Ele me dispensou tempo-
rariamente, mas vai precisar de mim em poucas
semanas. Portanto, se eu lhe disser que tenho
outro emprego ou me apresentar a ele somente
depois que terminar de trabalhar para o senhor,
ele contratará outra pessoa e acabarei perdendo
esta oportunidade. Prefiro passar por alguns me-
ses difíceis a perder um emprego permanente!
Da mesma forma, D’us é o nosso Criador e
supre todas as nossas necessidades em todos
os dias de nossas vidas. Ocasionalmente, pode
ocorrer de Ele nos colocar em uma situação fi-
nanceira complicada. Durante esses tempos di-
fíceis, podemos ser tentados a nos envolver em
algum negócio que soa muito lucrativo, mas que
carece de integridade.
O homem desempregado da história acima
teve o discernimento de perceber que, se pe-
gasse um emprego temporário, perderia o per-
manente. Nós devemos raciocinar da mesma
forma. Se estivermos em uma posição financeira
apertada, é importante pensarmos com clareza.
Apesar da tensão da situação, seria contrapro-
ducente nos envolvermos em um negócio sus-
peito ou arriscado.
Nós temos um bom Patrão e devemos confiar
sempre em Seu apoio.
É melhor suportar os desafios de um período
difícil, e manter a integridade, do que entrar em
aventuras questionáveis.
Se mantivermos uma confiança inabalável
no Todo-Poderoso, Que é misericordioso e bon-
doso, Ele voltará a ter compaixão de nós. Ele
nos tirará deste teste difícil, voltando a prover
nossas necessidades com tranquilidade, como
diz o versículo: “Feliz é a pessoa que põe sua
confiança no Todo-Poderoso”.
Baseado no livro “Ahavat Chêssed”, do Chafets Chayim,
Rabi Yisrael Meir Kagan (Polônia, 1839-1933)
Rabino Zvi Miller
Av / Elul 5774 51
Av 28 de Julho de 2014 a 26 de Agosto de 2014
5774
JEJUM - TISH’Á BEAVTerça-feira, dia 5 de agosto. Início: segunda, às 17h44m. Término: terça, às 18h16m.(Horários para a cidade de São Paulo).Nove de Av é o aniversário de 5 trágicos acontecimentos da história judaica:
• D’us decretou que os homens com mais de 20 e menos de 60 anos de idade não entrariam na Terra Prometida. Isso foi consequência de terem pecado no episódio dos espiões enviados à Terra de Israel no final do primeiro ano no deserto, após o Êxodo do Egito. Em vez de entrarem na Terra de Israel depois de um ano no deserto, levariam 40 anos. Nestes quarenta anos no deserto, todos os homens com mais de 20 e menos de 60 anos na oportunidade do pecado morreriam. As mortes ocorreriam somente em um dia a cada ano – no dia 9 de av.
• Foram destruídos os dois Templos Sagrados. O Primeiro Templo foi destruído pelos babilônios e o Segundo, pelos romanos.
• No ano de 134 da Era Comum, quando o Império Romano estava sob o domínio de Adriano, a grande cidade de Betar sucumbiu, último reduto de Bar Cochvá, e morreram dezenas de milhares de pessoas. Esta tragédia foi considerada igual à destruição do Templo.
• Tornus Rufus, o Malvado, passou o arado no local e ao redor do Templo, cumprindo assim a profecia (Yirmeyáhu 26:18 e Michá 3:12): “Tsiyon será lavrada como um campo”.
TU BEAVSegunda-feira, 11 de agosto.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (em São Paulo, conforme costume sefaradi): Madrugada de domingo, dia 3 de agosto, a partir da 1h50m.
Final: Domingo, 10 de agosto, até as 20h12m (em São Paulo).
ROSH CHÔDESHSegunda-feira, 28 de julho.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit. Acrescenta-se a oração de Mussaf.
Datas & Dados
52 Av / Elul 5774
ROSH CHÔDESH Terça e quarta-feira, dias 26 e 27 de agosto.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit. Acrescenta-se a oração de Mussaf.
SELICHOT – PRIMEIRO DIASefaradim: Quinta-feira, 28 de agosto.
Ashkenazim: domingo, 21 de setembro (no primeiro dia, costumam recitar selichot
a partir de chatsot, o meio da noite de sábado.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUAInício (conforme costume sefaradi): Segunda-feira, 1º de setembro, a partir de 18h26m (horário para São Paulo).Final: Manhã de terça-feira, dia 9 de setembro, até as 6h10m da manhã (horário para São Paulo).
Elul 27 de Agosto de 2014 a 24 de Setembro de 2014
5774
Datas & Dados
Av / Elul 5774 53
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT E YOM TOV EM SÃO PAULO01 de agosto - 17h24m08 de agosto - 17h27m15 de agosto - 17h30m22 de agosto - 17h32m29 de agosto - 17h35m05 de setembro - 17h37m
12 de setembro - 17h39m19 de setembro - 17h41m24 de setembro - 17h43m25 de setembro - a partir de 18h43m26 de setembro - 17h44m3 de outubro - 17h46m
PARASHAT HASHAVUA 02 de agosto - Parashat: Devarim Haftará: Chazon Yesha´yáhu09 de agosto - Parashat: Vaetchanan Haftará: Nachamu Nachamu Ami16 de agosto - Parashat: Êkev Haftará: Vatômer Tsiyon23 de agosto - Parashat: Reê Haftará: Aniyá Soará30 de agosto - Parashat: Shofetim Haftará: Anochi Anochi06 de setembro - Parashat: Ki Tetsê Haftará: Roni Acará13 de setembro - Parashat: Ki Tavô Haftará: Cúmi Ôri20 de setembro - Parashat: Nitsavim - Vayêlech Haftará: Sôs Assis Bashem27 de setembro - Parashat: Haazínu Haftará: Shuva Yisrael04 de outubro - Parashat: Acharê Mot (Yom Kipur) Haftará: Veamar Sôlu Sôlu11 de outubro - Parashat: Reê Atá Omer Elay (Chol Hamoed Sucot) Haftará: Vehayá Bayom Hahu
HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê). Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil). e 08h45m (ashkenazim). Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m.Minchá - De domingo a quinta - 15min. antes do pôr do sol.Arvit - De domingo a quinta - 10 min. após o pôr-do-sol e 19h00m.
02 de agosto - 17h00m09 de agosto - 17h00m16 de agosto - 17h05m23 de agosto - 17h05m30 de agosto - 17h10m06 de setembro - 17h10m13 de setembro - 17h15m20 de setembro - 17h15m27 de setembro - 17h20m
01 de agosto - 17h24m08 de agosto - 17h27m15 de agosto - 17h30m22 de agosto - 17h32m29 de agosto - 17h35m05 de setembro - 17h37m12 de setembro - 17h39m19 de setembro - 17h41m26 de setembro - 17h44m
MINCHÁ DE ÊREV SHABAT MINCHÁ DE SHABAT
Datas & Dados
Próximas Comemorações Judaicas1º dia de Rosh Hashaná (1/tishri/5775) .........25/set/14.........Quinta
2º dia de Rosh Hashaná (2/tishri/5775).........26/set/14 ...........Sexta
Jejum Tsom Guedalyá (4/tishri/5775).............28/set/14 .....Domingo
Yom Kipur (10/tishri/5775)...............................4/out/14........Sábado
1º dia de Sucot (15/tishri/5775).........................9/out/14.........Quinta
2º dia de Sucot (16/tishri/5775).....................10/out/14...........Sexta
Hoshaná Rabá (21/tishri/5775)......................15/out/14 ........Quarta
Shemini Atsêret (22/tishri/5775)....................16/out/14.........Quinta
Simchat Torá (23/tishri/5775).........................17/out/14...........Sexta
1º dia de Chanucá (25/kislev/5775)...............16/dez/14........Quinta
Jejum Assará Betevet (10/tevet/5775)............17/dez/14 ..........Sexta
Tu Bishvat (15/shevat/5775)...............................4/fev/15 .......Quarta
Jejum Taanit Ester (13/adar /5775)...................4/mar/15 ......Quarta
Purim (14/adar /5775) ......................................5/mar/15.......Quinta
Shushan Purim (15/adar /5775)........................6/mar/15 .........Sexta
1º dia Pêssach (15/nissan/5775).......................4/abr/15 ......Sábado
2º dia Pêssach (16/nissan/5775).......................5/abr/15....Domingo
7º dia Pêssach (21/nissan/5775).....................10/abr/15..........Sexta
8º dia Pêssach (22/nissan/5775).....................11/abr/15 ......Sábado
Lag Baômer (18/iyar/5775)...............................7/mai/15 .......Quinta
1º dia de Shavuot (6/sivan/5775)....................24/mai/15...Domingo
2º dia de Shavuot (7/sivan/5775)....................25/mai/15....Segunda
Jejum 17 de Tamuz (17/tamuz/5775)...................4/jul/15 .....Sábado
Jejum Tish’á Beav (10/av/5775)..........................26/jul/15...Domingo
54 Av / Elul 5774
Datas & Dados
Tabela de Horários •Av / Elul 5774
São Paulo
Dia Zeman Tefilin
Nets Hachamá (nasc. Sol)
Alot Hashá-
charChatsot
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-
do-sol)
Minchá Guedolá de alot
a tsetdo nets à shekiá
de alot a tset
do nets à shekiá
de alot a tset (72m)
de alot a tset
do nets à shekiá
do nets à shekiá
de alot a tset
Sete
mb
ro
5:545:535:535:525:525:515:515:505:505:495:485:485:475:465:465:455:445:435:435:425:415:405:395:395:385:375:365:355:345:335:335:325:315:305:295:285:275:265:255:245:235:225:215:205:195:185:175:165:155:145:135:125:115:105:095:085:075:065:05
6:446:436:436:426:426:416:416:406:406:396:386:386:376:366:366:356:346:336:336:326:316:306:296:296:286:276:266:256:246:236:236:226:216:206:196:186:176:166:156:146:136:126:116:106:096:086:076:066:056:046:036:026:016:005:595:585:575:565:55
9:289:289:289:279:289:279:279:269:269:269:259:259:249:249:249:239:239:229:229:229:219:209:209:209:199:189:189:179:169:169:169:159:149:149:139:129:129:119:109:109:099:089:089:079:069:069:059:049:049:039:029:029:019:009:008:598:588:588:57
10:2310:2310:2310:2210:2310:2210:2210:2210:2210:2110:2110:2110:2010:2010:2010:1910:1910:1810:1910:1810:1710:1710:1610:1610:1610:1510:1510:1410:1410:1310:1310:1310:1210:1210:1110:1110:1010:0910:0910:0810:0810:0710:0710:0610:0610:0510:0410:0410:0310:0310:0210:0210:0110:0010:009:599:599:589:58
12:1312:1312:1312:1212:1312:1212:1312:1212:1312:1212:1212:1212:1212:1212:1212:1212:1212:1112:1212:1112:1012:1012:1012:1012:1012:1012:1012:0912:0812:0812:0812:0812:0812:0812:0712:0712:0612:0612:0612:0612:0512:0512:0412:0412:0412:0412:0312:0212:0212:0212:0212:0212:0112:0012:0012:0012:0012:0011:59
12:4312:4312:4312:4212:4312:4212:4312:4212:4312:4212:4212:4212:4212:4212:4212:4212:4212:4112:4212:4112:4012:4012:4012:4012:4012:4012:4012:3912:3812:3812:3812:3812:3812:3812:3712:3712:3612:3612:3612:3612:3512:3512:3412:3412:3412:3412:3312:3212:3212:3212:3212:3212:3112:3112:3112:3012:3012:3012:29
13:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0813:0713:0813:0813:0713:0713:0713:0713:0713:0713:0713:0613:0613:0613:0613:0613:0613:0513:0513:0513:0513:0413:0413:0413:0413:0413:0313:0313:0313:0313:0213:0213:0213:0213:0113:0113:0113:0113:0113:0013:0013:0013:00
8:428:428:428:428:418:418:418:418:408:408:408:408:398:388:388:388:378:378:378:368:368:368:358:348:348:348:338:328:328:318:318:308:308:298:288:288:278:268:268:258:248:248:238:228:228:218:208:208:198:188:188:178:168:168:158:148:148:138:12
8:548:548:548:548:538:538:528:528:528:528:518:528:518:508:508:508:498:498:488:488:488:47 8:468:468:468:458:458:448:438:438:438:428:428:418:408:408:398:388:388:378:368:368:358:348:348:338:328:318:318:308:298:298:288:278:278:268:258:258:23
9:459:459:459:459:449:449:449:449:449:449:439:439:439:429:429:429:419:419:419:409:409:409:399:399:399:389:389:379:379:369:369:369:359:359:349:349:339:329:329:319:319:309:309:299:299:289:279:279:269:269:259:259:249:239:239:229:229:219:20
12:5312:5312:5312:5312:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5412:5312:5412:5412:5412:5312:5312:5412:5312:5312:5312:5312:5312:5312:5212:5212:5212:5212:5212:5212:5112:5112:5112:5112:5112:5012:5012:5012:5012:4912:4912:4912:4912:4812:4812:4812:4812:4812:4712:4712:4712:4712:4612:4612:46
5:345:335:335:335:325:325:315:315:305:305:295:295:285:275:275:265:255:255:245:235:235:225:215:205:205:195:185:175:165:155:155:145:135:125:115:105:095:085:075:065:055:045:035:025:015:004:594:584:574:564:554:544:534:524:514:504:494:484:46
2829303112 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 141516171819202122232425262728293031010203040506070809101112131415161718192021222324
16:3316:3316:3416:3416:3516:3516:3616:3616:3716:3716:3616:3716:3716:3716:3816:3816:3916:3916:3916:3916:3916:3916:4016:4016:4116:4116:4116:4116:4116:4216:4216:4216:4316:4316:4216:4316:4316:4316:4416:4416:4416:4416:4416:4416:4516:4516:4516:4516:4616:4516:4516:4616:4616:4616:4716:4716:4616:4716:47
16:4916:4916:4916:4916:5016:5016:5116:5116:5216:5216:5216:5216:5216:5216:5316:5316:5416:5416:5516:5516:5516:5516:5516:5516:5616:5616:5716:5716:5716:5716:5716:5716:5816:5816:5816:5916:5816:5816:5916:5916:5916:6016:6016:6017:0017:0017:0017:0017:0117:0117:0117:0117:0117:0117:0217:0217:0217:0317:02
17:4217:4317:4317:4317:4417:4417:4517:4517:4617:4617:4617:4717:4717:4817:4817:4817:4917:4917:5017:5017:5017:5117:5117:5117:5217:5217:5317:5317:5317:5417:5417:5417:5517:5517:5517:5617:5617:5617:5717:5717:5717:5817:5817:5817:5917:5917:5917:5918:0018:0018:0018:0118:0118:0118:0218:0218:0218:0318:03
Ag
ost
o
Av / Elul 5774 55
De Criança Para Criança
“Tenho Chance?”Chayim Walder
Meu nome é Uzi.Sou um garoto forte! Todos têm medo de mim, porque eu sempre bato nos ou-
tros.Os adultos me perguntam por que eu bato tanto nos outros meninos, mas eu não
respondo, porque eles não me compreendem. E também porque eu mesmo não sei o motivo.
Ontem bati no Moshê.Moshê sempre foi um garoto preguiçoso e, de repente, ficou aplicado nos estudos.
Agora o professor o elogia a toda hora.No recreio, bati nele. Simplesmente fiquei com inveja dele. O professor me casti-
gou por causa disso, Moshê está de mal comigo e o resto dos garotos me odeiam faz tempo.
56 Av / Elul 5774
Infantil
Vou muito mal nos estudos porque a maioria das vezes não entendo o que o pro-fessor ensina. Eu até que me esforço, mas não entendo.
O professor diz que eu não me esforço, mas não é verdade. Não consigo.Quem me dera ser como Avishay! Avishay entende tudo!Avishay é o melhor aluno da classe. Ele sempre responde às perguntas do profes-
sor que eu, às vezes, nem entendo.Avishay é um garoto silencioso. Ele nunca se orgulha de nada. Eu gosto dele, mas
ele nunca me dá atenção. Eu gostaria de me sentar ao seu lado e ser aplicado como ele. Eu gostaria que toda a classe gostasse de mim como gosta dele. Mas ninguém se importa comigo. Todos acham que eu quero ser um garoto mau. Todos acham que eu quero bater por bater...
Não é verdade!Eu quero ser amigo de todos. Eu quero que todos queiram ser meus amigos. Mas
isso nunca ocorrerá! Porque eles têm medo de mim.Quem me dera que alguém explicasse a eles que sou um garoto como todos os
demais, alguém que só está procurando uma chance de mudar.Gostaria tanto que brincassem comigo, que me visitassem em casa, que o profes-
sor me dissesse uma boa palavra, que meus pais me elogiassem!Mas ninguém brinca comigo, pois têm medo de apanhar de mim.O professor não me diz nada positivo, porque sempre faço coisas negativas. Meus
pais não têm por que me elogiar – eu só lhes trago problemas...Pareço forte e corajoso por fora, mas acho que sou um simples coitado.Às vezes, de noite, em silêncio, eu choro. Mas, durante o dia, ninguém me verá
chorando! Para que ninguém pense que estou chorando, eu também bato – para que pensem que sou forte.
Dê preferência a quem
colabora com a divulgação dos valores
judaicos
PRESTIGIEDê preferência
a quem colabora com a divulgação dos valores
judaicos
OS ANUNCIANTES DA
Av / Elul 5774 57
Infantil
Mas a verdade – só eu e vocês sabemos.Pensei várias vezes em ir pedir desculpas a todos os amigos nos quais bati e pro-
meter que não repetirei meus atos. Mas sempre tive vergonha. Tenho medo que riam de mim.
Ontem o professor falou sobre fazer teshuvá.Ele disse que todo judeu, mesmo que tenha cometido pecados, pode aproveitar o
mês de elul para pedir perdão a D’us e àquele a quem prejudicou.O professor disse que D’us só perdoa os pecados cometidos contra outras pesso-
as depois de se pedir perdão a elas.Depois disso, o professor propôs que cada um pegasse a lista dos garotos da
classe e pedisse perdão a cada um. Ele disse que aquele que se recusa a perdoar, D’us também Se recusa a perdoá-lo.
Decidi aproveitar a oportunidade. Tomei coragem, aproximei-me de alguns alunos, os quais havia ferido no decorrer do ano, e pedi perdão.
Vocês ficarão surpresos, mas eles me perdoaram sem problemas! Um deles até me deu um tapinha no ombro e disse: “Eu sempre quis ser seu amigo, mas pensava que você não queria”.
Foi muito difícil dar este primeiro passo; mas depois que comecei, sinto-me muito bem.Amanhã pedirei perdão a todos os alunos da classe.O mês de elul é uma oportunidade para fazer teshuvá. Quero aproveitar esta
oportunidade!Vocês acham que eu tenho chance?
Tradução de Guila Koschland Wajnryt
Permissões exclusivas para a Nascente.
58 Av / Elul 5774
Av / Elul 5774 59
60 Av / Elul 5774
top related