exmo. sr. dr. juiz de direito da 1ª vara de recuperaÇÃo
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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E
FALÊNCIAS DO FORO CENTRAL DA CIDADE DE SÃO PAULO
Recuperação Judicial nº 1017248-55.2020.8.26.0100
ANC Projetos e Empreendimentos Imobiliários Ltda. e Amari
Projetos e Empreendimentos Imobiliários Ltda. (“Recuperandas”), já qualificadas
nos autos de sua recuperação judicial em epígrafe, vêm expor e requerer o que segue.
Após inúmeras rodadas de negociações, as Recuperandas tiveram a
oportunidade de ouvir e entender as principais preocupações e pleitos de seus
credores.
A fim de atender os pedidos de seus inúmeros credores, as
Recuperandas elaboraram o anexo 1º aditivo ao plano de recuperação judicial, já em
versão consolidada.
Assim, esperam as Recuperandas terem atendido aos anseios de seus
credores ao tempo em que possibilitam a continuidade de sua atividade empresarial.
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Como consistentemente feito durante este processo, as Recuperandas
permanecem à disposição de seus credores para tratar do assunto.
Nestes termos, Pedem Deferimento. São Paulo, 20 de setembro de 2021.
Tiago Schreiner Lopes OAB/SP 194.583
Guilherme França OAB/SP 324.907
Maurício Luis Souza OAB/SP 434.449
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1º ADITIVO AO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
VERSÃO ADITADA E CONSOLIDADA
de
(1) ANC PROJETOS E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., pessoa jurídica
de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 07.366.098/0001-44, e (2) AMARI
PROJETOS E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 07.366.188/0001-35, ambas com sede na Rua
Diogo Moreira, 132, conj. 1.302, Pinheiros, São Paulo/SP, CEP 05423-010 (“Recuperandas”).
Processo nº 1017248-55.2020.8.26.0100
São Paulo, 20 de setembro de 2021
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ÍNDICE
1. SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................. 4
1.1 DEFINIÇÕES ....................................................................................................................... 4
1.2 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO ...................................................................................... 8
1.2.1 CLÁUSULAS E ANEXOS ....................................................................................................... 8
1.2.2 TÍTULOS .............................................................................................................................. 8
1.2.3 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 8
1.2.4 PRAZOS ............................................................................................................................... 8
1.3 RESUMO DOS MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL ................................................ 8
1.3.1 REESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS ...................................................................... 9
1.3.2 REESTRUTURAÇÃO DOS CRÉDITOS CONCURSAIS ................................................................ 9
1.3.3 NOVAÇÃO ........................................................................................................................... 9
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................... 9
2.1 HISTÓRICO ......................................................................................................................... 9
2.2 RAZÕES DA CRISE .......................................................................................................... 10
3. REESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS .................................................. 11
4. REESTRUTURAÇÃO DOS CRÉDITOS CONCURSAIS ........................................... 13
4.1 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS ....................................................... 13
4.2 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS COM GARANTIA REAL .......................................... 15
4.3 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS ................................................. 15
4.4 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS ME E EPP ................................................................... 19
4.5 DISPOSIÇOES COMUNS AO PAGAMENTO DOS CREDORES ................................. 19
4.5.1 DATA DE VENCIMENTO DAS PARCELAS ............................................................................ 20
4.5.2 MEIOS DE PAGAMENTO ..................................................................................................... 20
4.5.3 CONTAS BANCÁRIAS DOS CREDORES ................................................................................ 20
Datas de Pagamento ..................................................................................................... 20
4.5.4 INCLUSÃO, ALTERAÇÃO NA CLASSIFICAÇÃO OU VALOR DOS CRÉDITOS ........................... 20
5. EFEITOS DO PLANO ..................................................................................................... 21
5.1 VINCULAÇÃO DO PLANO ............................................................................................. 21
5.2 NOVAÇÃO ........................................................................................................................ 21
5.3 QUITAÇÃO ........................................................................................................................ 21
5.4 RECONSTITUIÇÃO DE DIREITOS ................................................................................ 21
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5.5 RATIFICAÇÃO DE ATOS ................................................................................................ 22
5.6 DESCUMPRIMENTO DO PLANO .................................................................................. 22
5.7 ADITAMENTOS, ALTERAÇÕES OU MODIFICAÇÕES DO PLANO ......................... 23
5.8 PROTESTOS, APONTAMENTOS E EXECUÇÕES ....................................................... 23
6. DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................. 23
6.1 CONTRATOS EXISTENTES E CONFLITOS ................................................................. 23
6.2 ANEXOS ............................................................................................................................ 23
6.3 COMUNICAÇÕES ............................................................................................................ 23
6.4 DIVISIBILIDADE DAS PREVISÕES DO PLANO ......................................................... 24
6.5 LEI APLICÁVEL ............................................................................................................... 24
6.6 ELEIÇÃO DE FORO ......................................................................................................... 24
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1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 DEFINIÇÕES
Os termos utilizados em letras maiúsculas, sempre que mencionados no Plano, terão os
significados que lhes são atribuídos nesta cláusula. Tais termos serão utilizados, conforme
apropriado, na sua forma singular ou plural, no gênero masculino ou feminino, sem que, com
isso, percam o significado que lhes é atribuído.
1.1.1 “Administrador Judicial”: significa ACFB Administração Judicial Ltda., representada
pela advogada Antonia Viviana Santos de Oliveira, inscrita na OAB/SP sob o nº 303.042, com
endereço na Alameda Joaquim Eugênio de Lina, 187, Conjunto 34, 3º Andar, Jardim Paulista
– São Paulo – CEP 01331-000, endereço eletrônico contato@acfb.com.br, conforme nomeado
pelo Juízo da Recuperação Judicial.
1.1.2 “Assembleia-geral de Credores”: significa a Assembleia Geral de Credores realizada nos
termos do Capítulo II, Seção IV da LRF.
1.1.3 “Aprovação do Plano”: significa a aprovação do Plano nos termos do art. 451 ou art. 582
da LRF, respeitado o disposto nos arts. 553 e 564 da LRF.
1.1.4 “Créditos”: significam todos os Créditos Trabalhistas, Créditos Quirografários e Créditos
ME e EPP, assim como as correspondentes obrigações existentes na Data do Pedido.
1 Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. 2 Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. 3 Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei. 4 Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação.
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1.1.5 “Créditos ME e EPP”: significam os Créditos Sujeitos detidos por microempresas ou
empresas de pequeno porte, definidos conforme a Lei Complementar nº 123/2006, nos termos
do art. 41, inciso IV5 da LRF.
1.1.6 “Créditos Quirografários”: significam os Créditos Sujeitos previstos no art. 41, inciso III6.
1.1.7 “Créditos Trabalhistas”: significam os Créditos Sujeitos, de natureza trabalhista e/ou
acidentária, existentes (vencidos ou vincendos) na data da distribuição do pedido de
recuperação judicial.
1.1.8 “Créditos Sujeitos”: significam os créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial e
ao previsto neste plano, existentes (vencidos ou vincendos) na data do pedido de recuperação
judicial, sejam eles líquidos ou ilíquidos na data do pedido de recuperação. Estão
compreendidos nos Créditos Sujeitos aqueles por força de decisões judiciais, operações, títulos,
contratos, fatos, atos ou quaisquer negócios jurídicos ou relações obrigacionais celebradas ou
havidas com as Recuperandas ou pelas Recuperandas até a data do pedido de recuperação
judicial, ainda que reconhecido por sentença posterior à data do pedido de recuperação judicial,
em qualquer caso, incluídos ou não na relação de credores.
1.1.9 “Credores”: significam as pessoas físicas ou jurídicas titulares de Créditos, que estejam
ou não relacionadas na Lista de Credores.
1.1.11 “Credores ME/EPP”: significam os credores titulares de Créditos enquadrados como ME
e EPP.
1.1.12 “Credores Quirografários”: significam os credores titulares de Créditos Quirografários.
1.1.14 “Credores Trabalhistas”: significam os credores titulares de Créditos Trabalhistas.
1.1.15 “Credores Sujeitos”: significam os credores titulares de Créditos Sujeitos.
5 Art. 41. (...) IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. 6 Art. 41. (...) III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
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1.1.16 “Data de Homologação”: significa a data em que for publicada no Diário Oficial a
decisão que homologar o Plano de Recuperação Judicial.
1.1.17 “Data do Pedido”: significa a data em que o pedido de recuperação judicial foi
protocolado pelas Recuperandas, ou seja, 27/02/2020.
1.1.18 “Dia Útil”: significa para fins deste Plano, que dia útil será qualquer dia da semana, que
não seja sábado, domingo ou feriado na cidade de São Paulo – SP, ou que, por qualquer motivo,
não haja expediente bancário na referida cidade.
1.1.20 “Juízo da RJ”: significa o Juízo da Primeira Vara de Falência e Recuperações Judiciais
do Fórum Central Cível de São Paulo - SP.
1.1.21 “Laudo de Avaliação dos Bens e Ativos”: significa o laudo de avaliação dos bens e ativos
nos termos do artigo 53, cf. inciso III7 da LRF.
1.1.22 “Laudo Econômico-Financeiro”: significa o laudo econômico-financeiro elaborado nos
termos do artigo 53, cf. inciso II8 da LRF.
1.1.23 “LRF”: significa a Lei que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária (Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, conforme
alterada pela Lei 14.112/2020).
1.1.24 “Plano de Recuperação Judicial” ou “Plano” ou “PRJ”: significa este documento,
apresentado pelas Recuperandas em atendimento ao art. 53 da LRF.
1.1.25 “Recuperação Judicial”: significa o processo de recuperação judicial autuado sob nº
1017248-55.2020.8.26.0100, em curso perante a Primeira Vara de Falência e Recuperações
Judiciais do Fórum Central Cível de São Paulo-SP.
7 Art. 53. (...) III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Como já abordado na Recuperação Judicial, existe falta de prestação de informações pela Urbplan, o que impede a elaboração de um laudo atualizado acerca dos lotes existentes. 8 Art. 53. (...) II – demonstração de sua viabilidade econômica.
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1.1.26 “Recuperandas”: tem o significado atribuído no preâmbulo deste PRJ.
1.1.27 “Taxa Referencial” ou “TR”: significa a taxa calculada com base em amostra constituída
das 20 maiores instituições financeiras do País, assim consideradas em função do volume de
captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário (CDB/RDB), com
prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos
múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas. É divulgada pelo
Banco Central do Brasil – BACEN, e para fins deste Plano, será considerada a variação em um
período de um mês.
1.1.28 “Lote”: Significa a fração ideal pertencente às Recuperandas nos loteamentos fechados
desenvolvidos em parceria entre as Recuperandas e a Urbplan.
1.1.29 “Laudo”: Significa o laudo de avaliação elaborado pela empresa Appraisal em
15/01/2019, por meio do qual foi realizada a avaliação do loteamento Santa Maria Nature e
precificação do m² dos lotes do referido loteamento, constante às fls. 675/687 dos autos desta
Recuperação Judicial.
1.1.30 “Valor do m²”: Significa o valor referente ao m² dos lotes que serão oferecidos como
pagamento àqueles Credores Quirografários que optem pela Opção B de pagamento,
observando o loteamento em que localizados.
1.1.31 “Valor do Lote”: Significa o valor dos Lotes que serão oferecidos como pagamento
àqueles Credores Quirografários que optem pela Opção B de pagamento, obtido pela
multiplicação do Valor do m² pela metragem constante da matrícula de cada um dos lotes.
1.1.32 “Saldo Remanescente”: Significa eventual diferença entre o valor do Crédito
Quirografário e o Valor do Lote.
1.1.33 “Lote Adicional”: Significa o novo Lote que será dado em pagamento ao Credor
Quirografário que opte pela dação em pagamento, caso exista eventual Saldo Remanescente.
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1.2 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO
1.2.1 CLÁUSULAS E ANEXOS
Exceto se especificado de forma diversa, todas as cláusulas e anexos mencionados neste Plano
referem-se a cláusulas e anexos deste Plano. Referências a cláusulas ou itens deste Plano
referem-se também às respectivas subcláusulas e subitens deste Plano.
1.2.2 TÍTULOS
Os títulos das cláusulas deste Plano foram incluídos exclusivamente para referência e não
devem afetar sua interpretação ou o conteúdo de suas previsões.
1.2.3 REFERÊNCIAS
As referências a quaisquer documentos ou instrumentos incluem todos os respectivos aditivos,
consolidações, anexos e complementações, exceto se de outra forma expressamente previsto.
Disposições Legais
As referências a disposições legais e leis devem ser interpretadas como referências a essas
disposições tais como vigentes nesta data ou em data que seja especificamente determinada
pelo contexto.
1.2.4 PRAZOS
Todos os prazos previstos neste Plano serão contados em dias corridos, na forma determinada
no art. 132 9 do Código Civil, desprezando-se o dia do começo e incluindo-se o dia do
vencimento. Quaisquer prazos deste Plano cujo termo final caia em um dia que não seja um Dia
Útil serão automaticamente prorrogados para o primeiro Dia Útil subsequente.
1.3 RESUMO DOS MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Nos termos do art. 5010 da LRF as Recuperandas destacam os seguintes meios de recuperação
que serão utilizados para viabilizar a superação de crise econômica e financeira.
9 Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 10 Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros (...)
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1.3.1 REESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS
As Recuperandas adotarão novas estratégias de atuação, assim como um novo plano de
negócios, podendo definir, dentre outras diretrizes: (i) localização de um novo parceiro de
negócios para finalização dos loteamentos; (ii) novas práticas de planejamento, programação e
controle das obras e comercialização dos lotes (iii) finalização dos loteamentos em andamento
e comercialização das unidades com maior eficiência; e (iv) a redução de custos e despesas,
para melhoria do resultado, conforme descrito na cláusula 3.
1.3.2 REESTRUTURAÇÃO DOS CRÉDITOS CONCURSAIS
É indispensável que as Recuperandas possam, no âmbito da recuperação judicial e dentro dos
limites estabelecidos pela LRF e por este Plano, reestruturar as dívidas e equalizar os encargos
financeiros contraídos perante os credores concursais. As Recuperandas elaboraram uma forma
de pagamento aos Credores Sujeitos e se utilizarão, dentre outros, de prazos e condições
especiais para o pagamento de cada um dos credores, conforme previsto na cláusula 4 adiante.
1.3.3 NOVAÇÃO
Este Plano novará todos os Créditos Sujeitos, previstas para serem equalizadas em novos
termos, de acordo com as propostas da cláusula 4 adiante. A novação de dívidas, prevista no
art. 5911 da LRF, significa a substituição da dívida anterior por nova dívida, com a aprovação
deste Plano, conforme também está contido na cláusula 5.2. Deste modo, os credores têm plena
ciência de que os valores, prazos, termos e/ou condições de satisfação dos seus créditos serão
alterados por este Plano, em preferência às condições que deram origem aos seus respectivos
créditos.
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
2.1 HISTÓRICO
Trata-se de pedido de recuperação judicial realizado pelas empresas Recuperandas ANC
Projetos e Empreendimentos Imobiliários e Amari Projetos e Empreendimentos Imobiliários.
As Recuperandas têm sua atividade no setor de loteamentos imobiliários, até então mediante
parceria estabelecida com o “Grupo Urblan”, em recuperação judicial.
11 Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1o do art. 50 da Lei.
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As Recuperandas têm origem familiar. Em 2002 o referido grupo familiar celebrou, na condição
de proprietários das terras, contrato de parceria para implantação de loteamento na Comarca de
Jandira, em conjunto com as empresas Scopel Empreendimentos e Obras S.A. e DESIM
Desenvolvimento Imobiliário Ltda. Em 2006, o referido contrato de parceria foi aditado e as
pessoas físicas foram substituídas pelas Recuperandas. A Scopel é, em linhas gerais, a antiga
denominação da Urbplan.
No entanto, diferente do pactuado, a Urbplan deixou de adimplir com as suas obrigações
contratuais, de modo que os adquirentes dos lotes deixaram de receber seus imóveis no período
estipulado contratualmente, gerando um enorme volume de ações movidas contra as
Recuperandas e, consequentemente, um enorme passivo a ser reestruturado.
2.2 RAZÕES DA CRISE
Em adição ao mencionado acima, para compreensão das questões que levaram às Recuperandas
à crise, necessário mencionar, de maneira resumida a estrutura de implementação e
comercialização dos lotes.
Desde a idealização do projeto, planejou-se a construção de moradias de primeira residência
em loteamentos fechados, a ser realizada em 03 (três) fases, denominadas: Fase I – Reserva
Santa Maria; Fase II – Reserva Santa Maria Nature; e Fase III.
Em relação à Fase I – Reserva Santa Maria, embora tenha sido realizada a implementação do
projeto e comercialização dos lotes, fato é que houve equívocos na gestão por parte da Urbplan,
o que gerou uma série de ações judiciais contra as Recuperandas, e que atualmente geram
também um enorme passivo.
Em relação à Fase II – Reserva Santa Maria Nature, experimentou-se uma situação ainda pior.
Embora a comercialização dos lotes tenha sido realizada de forma integral no período de 03
(três) meses, fato é que a SPE 04 (subsidiária da Urbplan) abandonou o empreendimento
injustificadamente, impossibilitando a finalização do empreendimento e entrega dos lotes aos
adquirentes.
Como consequência, não foi possível que a Fase III fosse iniciada, tendo em vista que não
houve a finalização da fase anterior.
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Com os atrasos ocasionados pela Urbplan, os adquirentes passaram a rescindir os contratos de
compra e venda e ajuizar ações, gerando um grande contencioso e um relevante passivo
pecuniário às Recuperandas.
Não bastasse toda a situação já descrita, a Urbplan, de forma inacreditável, simplesmente
deixou – e ainda deixa – de repassar às Recuperandas o pagamento que lhes cabe da parceria,
nos termos do contrato
Assim, facilmente se depreende as razões da crise, todas atribuíveis ao Grupo Urbplan: seus
descumprimentos contratuais infelizmente afetaram terceiros, os consumidores, que ajuizaram
inúmeras ações em face das Recuperandas e do Grupo Urbplan, hoje em recuperação judicial.
A Urblan, que deveria arcar com a sua responsabilidade pelo empreendimento perante o
mercado consumidor, não o fez.
Esse passivo, já dificilmente gerenciável pelas Recuperandas, se tornou de impossível
pagamento frente à supracitada absurda apropriação, pela Urbplan, dos valores das vendas das
unidades que pertenceriam, por contrato, às Recuperandas.
3. REESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS
O Plano visa permitir que as Recuperandas (i) adotem as medidas necessárias para a
reestruturação; (ii) preservem a manutenção de empregos, diretos e indiretos, após as
adequações necessárias, e os direitos dos Credores (tal como novados na forma deste Plano),
sempre com o objetivo de permitir o soerguimento e a superação da atual crise econômico-
financeira; e (iii) continuem em sua atuação para implementação de seus loteamentos, que tem
excelente apelo comercial, como pôde ser verificado da avaliação prévia da Administradora
Judicial. A reestruturação do plano de negócios visa:
Retomada da comercialização de lotes: Considerando os inadimplementos contratuais da
Urbplan, as Recuperandas vêm, com seu próprio esforço comercial e conhecimento do mercado
imobiliário da região, realizando a comercialização de seus lotes. A aprovação e homologação
do Plano de Recuperação Judicial será benéfica não só para reestruturar os passivos mas
também para otimizar essa frente de atuação, visto que a existência da recuperação judicial
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impacta negativamente na negociação. Com a aprovação e homologação do plano as
Recuperandas terão um ambiente de venda muito mais propício. Em razão dessa insegurança
por parte de determinados consumidores a situação relativa à comercialização dos lotes foi
levada ao conhecimento do Juízo em que se processa a Recuperação Judicial (fls. 2.126/2.129),
tendo sido proferida decisão às fls. 2.268 reconhecendo tal possibilidade.
As Recuperandas estão buscando se aproveitar de um momento de aquecimento do mercado
imobiliário na região em que localizado o loteamento, tendo em vista os benefícios por ela
oferecidos. Com efeito, em época em que o trabalho telepresencial se tornou uma realidade e
as pessoas buscam lugares com mais tranquilidade e maior qualidade de vida como moradia e
local de trabalho ao mesmo tempo, a distância dos loteamentos das Recuperandas para a cidade
deixou de ser um problema para muitos consumidores. O local se tornou muito mais atrativo, o
que permitiu essa nova frente de atuação direta das Recuperandas na comercialização de lotes.
Foi inclusive com base nesse fator que as Recuperandas decidiram endereçar no presente
aditivo uma opção de pagamento aos Credores Quirografários por meio da dação em pagamento
dos lotes, visto que, após negociações junto a esses, viu-se um grande interesse na recepção dos
lotes como forma de pagamento de seus créditos.
É justamente nesse cenário que as Recuperandas darão início a uma 2ª etapa de abertura e venda
dos lotes, a fim de aumentar a sua receita e, consequentemente, preservar a atividade
empresarial já desempenhada.
Importante salientar que a aprovação do Plano virá em ótimo momento, possibilitando que se
observe um volume maior de vendas e de maneira ainda mais eficiente. Isso porque, como já
dito, parte dos interessados ainda se mostram receosos na aquisição dos lotes em razão da
Recuperação Judicial. Ou seja, a aprovação do PRJ trará mais conforto aos novos adquirentes,
o que significará um incremento na receita das Recuperandas e importante reforço na
manutenção de suas atividades.
Recebimento dos repasses por parte do Grupo Urbplan: por meio da recuperação judicial
as Recuperandas esperam também poder, em benefício da continuidade de sua atividade e do
pagamento dos credores, voltar a receber as devidas prestações de contas por parte do Grupo
Urbplan e os repasses devidos pela comercialização dos lotes.
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Aliás, foi reconhecida recentemente pelo E. TJSP a obrigação de a Urbplan realizar às
Recuperandas os repasses que lhe são de direito por força do contrato de parceria celebrado
entre as partes, devendo ainda realizar a devida prestação de contas acerca dos lotes
comercializados e eventuais despesas incorridas. A decisão foi proferida pela C. 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial do TJSP no âmbito do AI nº 2236313-44.2020.8.26.0000.
Vendas de lotes: após a aprovação do Plano de Recuperação, considerando as vendas de lotes
em andamento e com a retomada das vendas, considerando os lotes livres após eventuais dações
em pagamento.
4. REESTRUTURAÇÃO DOS CRÉDITOS CONCURSAIS
Para que as Recuperandas possam alcançar o almejado soerguimento financeiro e operacional,
é indispensável a reestruturação dos Créditos Sujeitos, que ocorrerá, essencialmente, por meio
da concessão de prazos e condições especiais de pagamento para as obrigações, vencidas e
vincendas, e equalização dos encargos financeiros, nos termos das subcláusulas a seguir.
4.1 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS
4.3.1 Os Créditos Trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses
anteriores à Data do Pedido serão pagos em até 30 (trinta) dias após a Data de Homologação,
até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, nos termos do art. 54, parágrafo
único, da LRF.
4.3.2 Os Créditos Trabalhistas de baixo valor, assim considerados como inferiores a R$
2.000,00, serão pagos integralmente em até 10 dias da Data de Homologação.
4.3.3 Os demais Créditos Trabalhistas serão pagos de acordo com as Opções A e B abaixo, a
serem livremente escolhidas por cada Credor Trabalhista conforme item 4.3.4 abaixo.
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• 4.3.3.A Opção A (Pagamento em dinheiro)
Os Credores Trabalhistas que elegerem a Opção A serão pagos em até 12 meses, observado
que, conforme permitido pelo Enunciado XIII do Grupo de Câmaras Reservadas de Direito
Empresarial e art. 83, I, da Lei nº 11.101/2005, será aplicado o limite de 160 (cento e sessenta)
salários mínimos e não de 150 (cento e cinquenta salários mínimos) para otratamento
preferencial dos créditos de natureza trabalhista (ou a estes equiparados).
Assim, de acordo com a Opção A os Créditos Trabalhistas serão pagos em até 12 meses,
limitados a 160 (cento e sessenta) salários mínimos, sendo o eventual saldo excedente pago de
acordo com uma das condições de pagamento previstas aos Credores Quirografários, conforme
opção a ser realizada pelo Credor Trabalhista.
O prazo de pagamento se inicia após o exercício da opção e (i) a partir da Data de Homologação,
no que diz respeito aos Créditos Trabalhistas já incluídos na relação de credores ou (ii) a partir
do trânsito em julgado da decisão do Juízo da Recuperação que determinar a inclusão do Crédito
Trabalhista na relação de credores.
• 4.3.3.B Opção B (Aquisição de lote)
Os Credores Trabalhistas que elegerem a Opção B poderão utilizar seu Crédito Trabalhista para
aquisição de um ou mais lotes do loteamento Reserva Santa Maria Nature. Para tanto, será
considerado como critério de precificação o laudo elaborado pela empresa Appraisal em
15/01/2019, por meio do qual se avaliou que o valor do m² do lote equivale a R$ 464,51
(quatrocentos e sessenta e quatro reais e cinquenta e um centavos – “Valor do m²”).
As despesas relativas à outorga de escritura, tais como, mas não se limitando, a impostos, custas
e emolumentos, serão de responsabilidade do Credor Trabalhista.
Eventual saldo remanescente em favor do Credor Trabalhista será pago (i) por meio da
aquisição de novo lote, se o Crédito Trabalhista por suficiente (ou o Credor Trabalhista
complementar o pagamento conforme acordado com as Recuperandas), ou (ii) por meio da
Opção A de pagamento dos Credores Quirografários, conforme previsto na cláusula 4.3 abaixo.
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4.3.4 As Opções A e B supra deverão ser eleitas pelos Credores Trabalhistas, inclusive cujos
Créditos Trabalhistas serão contingentes, ilíquidos ou sub judice, no prazo de até 12 (doze)
meses da Data de Homologação, na forma da cláusula 6.3. Considerando que a Opção A exige
provisionamento de fluxo de caixa e a Opção B depende da existência de lotes livres, o não
exercício no citado prazo permitirá que as Recuperandas aloquem o Credor Trabalhista na
Opção que for mais adequada ao seu fluxo de caixa e ao seu processo de soerguimento.
4.2 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS COM GARANTIA REAL
Não existem no momento Credores com Garantia Real. Caso sejam reconhecidos credores nesta
condição, serão pagos conforme estabelecido aos Credores Quirografários.
4.3 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS
4.3.1 Os Credores Quirografários adquiriram lotes e, tendo em vista os atrasos nas obras,
ajuizaram ações judiciais que culminaram com o passivo desta classe. É inegável que a
responsabilidade é do Grupo Urbplan, a quem cabia todos os estudos, aprovação e a execução
das obras, bem como a quem cabia indenizar os adquirentes por eventuais inadimplementos.
As disposições contratuais relativas à implantação do loteamento impediam qualquer forma de
ingerência das Recuperandas em relação à entrega dos lotes, razão pela qual não poderiam ser
penalizadas pelos inadimplementos do Grupo Urbplan.
Em determinadas demandas as Recuperandas foram incluídas no polo passivo e
responsabilizadas integral e solidariamente com base no Código de Defesa do Consumidor. Na
maioria delas as Recuperandas propuseram acordos objetivando o pagamento conforme a
proporção de responsabilidade considerando o proveito econômico que têm na comercialização
dos lotes nos termos dos contratos firmados com o Grupo Urbplan, ou seja, 26,66% no que diz
respeito à Fase 2 (Reserva Santa Maria Nature) e 15,12%, 13,33%, 10,80% ou 3,13% no que
diz respeito à Fase 1 (Reserva Santa Maria). Em inúmeros casos houve a celebração de acordo
nesse patamar.
Assim, para preservar a lógica contratual e financeira do contrato de parceria, bem como
impedir que determinados credores sejam beneficiados em detrimento daqueles que tiveram seu
direito de crédito limitado à participação contratual das Recuperandas ou, ainda celebraram
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acordo nessa proporção, as Recuperandas propõem o pagamento integral do débito
considerando sua responsabilidade.
Aliás, frise-se que, como sabido, a Urbplan também está em recuperação judicial (processo nº
1041383-05.2018.8.26.0100, em trâmite perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações
Judiciais do Foro Central Cível de São Paulo-SP, sendo que os Credores Quirografários da
presente Recuperação Judicial são comuns à recuperação judicial da Urbplan, de modo que os
Credores Quirografários poderão garantir o recebimento da integralidade de seu crédito por
meio de habilitação a ser feita nos autos da recuperação judicial da Urbplan.
Em adição, existe inclusive previsão nas cláusulas 16.3 e seguintes do plano de recuperação
judicial da Urbplan possibilitando aos seus credores a utilização do valor de seu crédito para
aquisição dos lotes. Ou seja, ainda que o Credor Quirografário opte pela dação em pagamento
do Lote na presente Recuperação Judicial, estará esse autorizado a receber o percentual
remanescente do lote da Urbplan por meio da utilização do valor de seu crédito para aquisição
do mesmo o que não poderá ser recusado ou negado pela Urbplan, sob pena de configuração de
descumprimento do seu próprio PRJ, nos termos do §1º do artigo 61 da LRF.
Feitas as devidas considerações, e considerando a limitação do percentual de responsabilidade
das Recuperandas, os Créditos Quirografários serão pagos observando a sistemática abaixo:
• 4.3.2.A Opção A (pagamento em dinheiro):
1. Em caso de Credor Quirografário em cuja ação tenha sido reconhecida a
responsabilidade parcial das Recuperandas na proporção de 26,66%, haverá o
pagamento integral;
2. Em caso de Credor Quirografário em cuja ação tenha sido reconhecida a
responsabilidade integral das Recuperandas, será aplicado deságio de 73,34%.
Os pagamentos serão feitos em 24 parcelas semestrais, a serem pagas após um período de 2
anos de carência, com correção pela Taxa Referencial e juros de 1% ao ano.
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Os Créditos Quirografários poderão ainda ser quitados com a dação em pagamento de imóveis,
conforme “Opção B” de pagamento abaixo.
• 4.3.2.B Opção B (dação em pagamento):
Nessa opção de pagamento os Credores Quirografários serão pagos por meio de dação em
pagamento, observando a sistemática abaixo estabelecida e o respectivo percentual que cabe às
Recuperandas em cada um dos empreendimentos por força dos Contratos de Parceria
celebrados com a Urbplan e que serão aplicados aos Créditos Quirografários para fins de dação
em pagamento, quais sejam: (a) o percentual de 26,66% para adquirentes do Loteamento Santa
Maria Nature (fase II) e (b) os percentuais de 15,12, 13,33%, 10,80% ou 3,13% em relação ao
loteamento Reserva Santa Maria e (fase I). Dessa forma, as Recuperandas pretendem viabilizar
a dação em pagamento de 100% de cada lote, em conjunto com a URBPLAN – nos termos do
seu plano de recuperação judicial já aprovado – observada a respectiva limitação de
responsabilidade nos Contratos de Parceria.
Valor do Lote: Será considerado como critério de precificação do Lote o laudo elaborado pela
empresa Appraisal em 15/01/2019 (“Laudo”), por meio do qual se avaliou que o valor do m²
do Lote equivale a R$ 464,51 (quatrocentos e sessenta e quatro reais e cinquenta e um centavos
– “Valor do m²”). Sendo assim, o valor do Lote será obtido por meio da multiplicação da
metragem constante da matrícula do Lote pelo Valor do m² (“Valor do Lote”), observando-se
sempre a limitação da fração ideal pertencente às Devedoras, conforme descrito acima.
Para lotes do loteamento Reserva Santa Maria (fase I), será observado o seguinte critério: (i)
Lotes com área de até 600m² (seiscentos metros quadrados): Será utilizado o valor de R$ 600,00
(seiscentos reais) por metro quadrado; e (ii) Lotes com área superior a 600m² (seiscentos metros
quadrados): Será utilizado o valor de R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais) por metro
quadrado.
Débitos: Os débitos relativos a taxas associativas e IPTU dos Lotes observará a seguinte
sistemática, a depender do Valor do Lote dado em pagamento:
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• Caso o valor do Crédito Quirografário, já considerando o percentual de limitação de
responsabilidade das Recuperandas mencionada acima de acordo com cada loteamento, seja
menor que o Valor do Lote, o pagamento das dívidas de IPTU e taxas associativas poderá ser
somado ao Crédito Quirografário e abatido do Valor do Lote. Neste caso, o Credor
Quirografário ficará responsável pela quitação dos débitos junto à Associação dos Proprietários
em Residencial Reserva Santa Maria e Reserva Santa Maria Nature e Prefeitura Municipal de
Jandira;
• Caso o valor do Crédito Quirografário, já considerando a limitação de responsabilidade
das Recuperandas, seja maior que o Valor do Lote, o pagamento das dívidas de IPTU e Taxas
Associativas será de responsabilidade das Recuperandas, que deverão quitar a dívida conforme
Plano de Recuperação Judicial, no caso da dívida ser concursal, e/ou obter a
quitação/parcelamento da dívida fiscal.
Saldo Remanescente pós dação em pagamento. Na hipótese de existir valor excedente ao
Valor do Lote (“Saldo Remanescente”), após a dação em pagamento dos lotes e sempre
observada a limitação de responsabilidade das Recuperandas conforme acima mencionado, o
Credor Quirografário poderá optar pelas seguintes formas de pagamento:
Recebimento do Saldo Remanescente em Dinheiro: Pagamento em 24 parcelas semestrais, a
serem pagas após um período de 2 anos de carência, com correção pela Taxa Referencial e juros
de 1% ao ano.
Recebimento do Saldo Remanescente em Lote Adicional: Nessa opção, o Credor
Quirografário poderá optar por receber o Saldo Remanescente por meio da dação em pagamento
de Lote adicional (“Lote Adicional”), aplicando-se as mesmas regras quanto às taxas
associativas, dívidas de IPTU, e observadas as condições adicionais abaixo:
• Caso o valor do Lote Adicional seja igual ao Saldo Remanescente, observando-se o
Valor do M², o credor receberá um Lote Adicional, sendo que eventual crédito que sobejar será
pago por meio do Recebimento Saldo Remanescente 1 – Pagamento em Dinheiro ou Saldo
Remanescente em Lote Adicional, neste último caso, respeitado o disposto abaixo.
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• Caso o valor do Lote Adicional seja inferior ao Saldo Remanescente, o Credor
Quirografário ficará obrigado a pagar às Recuperandas a diferença entre o valor do Lote
Adicional e o Saldo Remanescente, conforme condições de pagamento a serem acordadas entre
as partes.
• 4.3.3.C Opção C: Aquisição de Lotes
O Credor Quirografário poderá, ainda, utilizar o valor de seu Crédito Quirografário para
amortizar eventual saldo devedor decorrente do financiamento de Lote, na seguinte condição:
O saldo devedor poderá ser parcelado em até 120 meses, com correção pelo IPCA e juros de
6% ao ano.
4.3.4 Nas Opções B e C, as despesas relativas à outorga de escritura, tais como, mas não se
limitando, a impostos, custas e emolumentos, serão de responsabilidade do Credor
Quirografário, sendo que o Lotes dados em pagamento na Opção B ou que venha a ser
adquiridos na Opção C, deverão corresponder aos loteamentos originalmente adquiridos.
4.3.5 Os credores deverão manifestar seu exercício de escolha pelas opções de pagamento
acima descritas no prazo de 30 dias corridos da Data de Homologação, por meio de
comunicação escrita a ser enviada ao e-mail indicado na cláusula 6.3 deste Plano. Decorrido
este prazo, caberá às Recuperandas, a seu exclusivo critério, alocar o credor em uma das opções
de pagamento supra.
4.4 PAGAMENTO DOS CRÉDITOS ME E EPP
Os Créditos ME e EPP serão pagos integralmente no prazo de um mês, a contar da Data de
Homologação.
4.5 DISPOSIÇOES COMUNS AO PAGAMENTO DOS CREDORES
As Recuperandas pagarão os créditos na forma deste Plano. As disposições a seguir aplicar-se-
ão a todos os credores das Recuperandas, independentemente da classe, naquilo que lhes
couber.
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4.5.1 DATA DE VENCIMENTO DAS PARCELAS
Todos os prazos de vencimento de parcelas previstas neste Plano terão como base de início a
Data de Homologação.
4.5.2 MEIOS DE PAGAMENTO
Os Créditos serão pagos aos Credores por meio da transferência direta de recursos à conta
bancária do respectivo Credor, por meio de documento de ordem de crédito (DOC) ou de
transferência eletrônica disponível (TED). O comprovante do valor creditado a cada Credor
servirá de prova de quitação do respectivo pagamento.
4.5.3 CONTAS BANCÁRIAS DOS CREDORES
Os credores devem informar suas respectivas contas bancárias para esse fim, mediante
comunicação eletrônica endereçada as Recuperandas, nos termos da cláusula 6.3.
Os pagamentos que não forem realizados em razão de omissão do Credor em informar seus
dados bancários, com no mínimo 30 (trinta) dias de antecedência da data do primeiro pagamento
previsto, não serão considerados como um evento de descumprimento do Plano. Não haverá a
incidência de juros, multas ou quaisquer encargos moratórios caso qualquer pagamento deixe
de ser realizado em razão da omissão do Credor em informar tempestivamente seus dados
bancários.
Datas de Pagamento
Os pagamentos deverão ser realizados nas datas dos respectivos vencimentos, tendo como base
o dia da Data de Homologação. Na hipótese de qualquer pagamento deste Plano estar previsto
para ser realizado em um dia que não seja considerado Dia Útil, o referido pagamento deverá
ser realizado, conforme o caso, imediatamente no próximo Dia Útil.
4.5.4 INCLUSÃO, ALTERAÇÃO NA CLASSIFICAÇÃO OU VALOR DOS CRÉDITOS
Na hipótese de se verificar eventual alteração na classificação ou valor de qualquer Crédito
decorrente de decisão judicial transitada em julgado ou acordo entre as partes, a classificação
ou o valor alterado do Crédito será pago na forma prevista neste Plano, a partir do trânsito em
julgado da decisão judicial ou da celebração do acordo entre as partes. Neste caso, as regras de
pagamento do valor alterado de tais Créditos, notadamente quanto à incidência de correção
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monetária e eventuais juros, passarão a ser aplicáveis apenas a partir do referido trânsito em
julgado ou da data da celebração do acordo entre as partes.
Se houver inclusão de qualquer Crédito Sujeito após a Data de Homologação, os períodos de
carência serão contados a partir da data do trânsito em julgado da decisão que reconheceu o
crédito.
5. EFEITOS DO PLANO
5.1 VINCULAÇÃO DO PLANO
As disposições deste Plano vinculam as Recuperandas e os Credores, e os respectivos
cessionários e sucessores, a partir da Data de Homologação.
5.2 NOVAÇÃO
Este Plano acarretará a novação dos créditos concursais anteriores ao pedido, conforme a
previsão contida no art. 59 da LRF e obrigam as Recuperandas e todos os Credores sujeitos.
5.3 QUITAÇÃO
Os pagamentos realizados na forma estabelecida neste Plano acarretarão, de forma automática
e independentemente de qualquer formalidade adicional, ampla, geral e irrestrita quitação de
todos os créditos de qualquer tipo e natureza contra as Recuperandas, inclusive juros, correção
monetária, penalidades, multas e indenizações.
Tendo em vista que os Credores ajuizaram medidas judiciais em face das Recuperandas, e em
algumas os Credores foram parcialmente vencidos, as Recuperandas se responsabilizarão por
eventuais honorários sucumbenciais impostos em desfavor dos Credores, exclusivamente no
que diz respeito aos honorários sucumbenciais de titularidade de advogados que representaram
as Recuperandas no processo.
5.4 RECONSTITUIÇÃO DE DIREITOS
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Na hipótese de convolação da Recuperação Judicial em falência, no prazo de supervisão
estabelecido no art. 6112 da LRF, os Credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas
condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados
os atos validamente praticados no âmbito da Recuperação Judicial, observado o disposto nos
arts. 61, § 2º13, e 7414 da LRF.
5.5 RATIFICAÇÃO DE ATOS
A aprovação deste Plano representará a concordância e ratificação das Recuperandas e dos
Credores de todos os atos praticados e obrigações contraídas no curso da Recuperação Judicial,
incluindo, mas não se limitando a todos os atos e todas as ações necessárias para integral
implementação e consumação deste Plano e da Recuperação Judicial, cujos atos ficam
expressamente autorizados, validados e ratificados para todos os fins de direito, inclusive e
especialmente dos arts. 6615, 74 e 13116 da LRF.
Ficam as Recuperandas autorizadas a entabular dação em pagamento de imóveis para pagar
Créditos Quirografários, caso exista concordância entre as Recuperandas e o respectivo Credor
Quirografário, havendo posterior prestação de contas ao Administrador Judicial.
5.6 DESCUMPRIMENTO DO PLANO
Para fins deste Plano, nos termos do art. 190 do Código de Processo Civil, estará efetivamente
caracterizado seu descumprimento caso as Recuperandas, após o recebimento de notificação
enviada por parte prejudicada em decorrência de descumprimento de alguma obrigação do
Plano, não sanem referido descumprimento no prazo de até 60 (sessenta) dias contado do
recebimento da notificação. Nesse caso de não saneamento, as Recuperandas deverão requerer
ao Juízo, no prazo de 3 (três) Dias Úteis, a convocação de Assembleia-geral de Credores, no
12 Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. 13 Art. 61. (...) § 2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. 14 Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei. 15 Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial. 16 Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I a III e VI do art. 129 desta Lei que tenham sido previstos e realizados na forma definida no plano de recuperação judicial será declarado ineficaz ou revogado.
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prazo de 30 (trinta) dias, com a finalidade de deliberar acerca da medida mais adequada para
sanar o descumprimento.
5.7 ADITAMENTOS, ALTERAÇÕES OU MODIFICAÇÕES DO PLANO
Aditamentos, alterações ou modificações ao Plano podem ser propostos a qualquer tempo após
a Data de Homologação, desde que tais aditamentos, alterações ou modificações sejam aceitos
pelas Recuperandas e aprovadas pela Assembleia-geral de Credores, nos termos da LRF.
Aditamentos posteriores ao Plano, desde que aprovados nos termos da LRF, obrigam todos os
Credores a ele sujeitos, independentemente da expressa concordância destes com aditamentos
posteriores. Para fins de cômputo, os Créditos deverão ser atualizados na forma deste Plano e
descontados dos valores já pagos a qualquer título em favor dos Credores.
5.8 PROTESTOS, APONTAMENTOS E EXECUÇÕES
A aprovação e homologação deste Plano implicará: (i) a extinção de qualquer protesto efetuado
por qualquer Credor em relação a Créditos Sujeitos; (ii) a exclusão do registo e/ou apontamento
no nome de qualquer das Recuperandas nos órgãos de proteção ao crédito e (iii) a extinção das
ações de execução de Créditos sujeitos à Recuperação Judicial, incluindo seus incidentes.
6. DISPOSIÇÕES GERAIS
6.1 CONTRATOS EXISTENTES E CONFLITOS
Na hipótese de conflito entre as disposições deste Plano e as obrigações previstas nos
instrumentos contratuais anteriores à data de assinatura deste Plano, o Plano prevalecerá.
6.2 ANEXOS
Todos os anexos a este Plano são a ele incorporados e constituem parte integrante do Plano. Na
hipótese de haver qualquer inconsistência entre este Plano e qualquer anexo, o Plano
prevalecerá.
6.3 COMUNICAÇÕES
Todas as notificações, requerimentos, e outras comunicações às Recuperandas, requeridas ou
permitidas por este Plano, inclusive o que se refere a informação das contas bancárias, conforme
cláusula 4.5.3, para serem eficazes, deverão ser feitas por escrito e serão consideradas realizadas
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quando enviadas por e-mail e, cumulativamente, por carta com AR. Todas as comunicações
devem ser endereçadas da seguinte forma, exceto se de outra forma expressamente prevista
neste Plano, ou, ainda, de outra forma que venha a ser informada pelas Recuperandas aos
Credores:
contatorj@anc-amari.com.br
e, cumulativamente,
Rua Diogo Moreira, 132, conj. 1.302, Pinheiros, São Paulo/SP, CEP 05423-010
6.4 DIVISIBILIDADE DAS PREVISÕES DO PLANO
Na hipótese de qualquer termo ou disposição do Plano ser considerada inválida, nula ou
ineficaz, os demais termos e disposições do Plano devem permanecer válidos e eficazes, salvo
se, a critério das Recuperandas, a invalidade parcial do Plano comprometer a capacidade de seu
cumprimento, caso em que as Recuperandas poderão requerer a convocação de nova
Assembleia-geral de Credores para deliberação de eventual novo Plano ou aditivo ao Plano.
6.5 LEI APLICÁVEL
Os direitos, deveres e obrigações decorrentes deste Plano deverão ser regidos, interpretados e
executados de acordo com as leis vigentes na República Federativa do Brasil, tendo como base
sempre a LRF.
6.6 ELEIÇÃO DE FORO
Todas as controvérsias ou disputas que surgirem ou estiverem relacionadas a este Plano serão
resolvidas pelo Juízo da RJ.
São Paulo, 20 de setembro de 2021
ANC PROJETOS E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
AMARI PROJETOS E EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.,
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