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Jean Phillipe
Descomplicando a colorimetria e a correção de cor
Todos os direitos reservados. eduK.com.br Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a
autorização prévia e expressa do autor (artigo 29). www.eduk.com.br
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Caro aluno, Este material contém as informações do curso Descomplicando a colorimetria e a correção de cor. Ele é exclusivo para os alunos que adquirem o curso. É uma forma de prestigiar o autor e possibilitar que o projeto eduK multiplique cada vez mais conhecimento. Ao adquirir o curso você pode acessar todo conteúdo, assistir aos vídeos quantas vezes quiser e receber o certificado após a aprovação na avaliação final.
Sucesso é aprender sempre!
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A LEI DA COR
A maioria das pessoas não pensa no fato de que a cor é uma fascinante, complexa e linda combinação de luz e pigmento. Pintores, fotógrafos e outros artistas usam isso para expressar sua criatividade, mas a cor é apenas explicada em termos científicos e teorias. Colorir os cabelos é uma forma de acentuar/atenuar o tom de pele, a cor dos olhos e de ajudar a expressar a personalidade.
Teoria da luz A teoria da luz se aplica no sentido de que, quando colorimos a fibra capilar, estamos trabalhando num material que é translúcido na natureza. Os princípios que governam a cor – nomenclatura, luz e pigmento – se aplicam à coloração capilar também. A luz reflete pela superfície do cabelo, o que afeta como nós percebemos sua cor final. O corante nos produtos de coloração trabalha em conjunto com o pigmento natural do cabelo humano de uma forma que também fica à mercê dos princípios da coloração. Características da cor As três principais características da cor são: matiz, saturação e altura de tom.
Matiz é o nome dado à uma cor, por exemplo, vermelho, laranja e azul.
Saturação é o percentual de matiz em uma cor: um percentual baixo de vermelho resulta
no rosa.
Altura de tom é a quantidade de luz que gradua uma cor, por exemplo: rosa tem maior
graduação de luz do que o vermelho intenso.
A luz branca O cientista Isaac Newton é quem leva os créditos com a descoberta sobre o raio solar ser composto de diferentes comprimentos de onda. Refletido em um prisma triangular, a luz branca apresenta um arco-íris de cores contínuas variando do vermelho para o laranja, amarelo para verde, então do azul para o anil e finalmente o violeta. Cada cor tem seu próprio comprimento de onda. Vermelho é o maior e violeta o menor.
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Como nossos olhos percebem a luz e a cor?
Nossos olhos funcionam como uma câmera. A córnea é responsável pelo foco, a íris
acomoda a intensidade da luz e a retina tira as fotos e transfere para o cérebro.
Quando a luz branca brilha em um objeto, parte das ondas de luz é absorvida, outras são
refletidas e dispersadas, outras ainda podem ser transmitidas – como resultado de uma
única estrutura atômica do objeto. Cabelos vermelhos, por exemplo, absorvem todas as
ondas exceto as quentes, que são transmitidas, e é por isso que o cabelo vermelho é
VERMELHO!
O esquema de cores consiste em três cores primárias: azul, vermelho e amarelo.
AZUL VERMELHO AMARELO
Elas são chamadas de primárias porque qualquer outra cor visível é produzida por elas.
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Existem 3 cores secundárias: violeta, laranja e verde. Estas cores são produzidas pela
combinação de duas cores primárias em igual proporção:
AZUL+VERMELHO VERMELHO+AMARELHO AMARELO+AZUL VIOLETA LARANJA VERDE
As cores terciárias são a combinação de cores primárias com suas vizinhas secundárias.
As seis combinações que formas as terciárias são: amarelo-laranja, vermelho-laranja,
vermelho-violeta, azul-violeta, azul-verde e amarelo-verde.
Essas cores são organizadas em uma roda de cores. Está é uma ferramenta muito usada
pelos coloristas, pintores e outros artistas que trabalham com cor.
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Uma cor primária é posicionada do lado oposto da cor secundária que contém as duas
primárias necessárias para criar o equilíbrio. Ou seja, misturando uma cor primária com
sua secundária oposta temos a cor neutra, que em colorimetria capilar é o marrom.
As cores terciárias que se opõem também resultam no marrom quando misturadas, visto
que a terciária oposta sempre contém uma primária e uma secundária necessária para
tal resultado.
Essas cores opostas, que quando misturadas se neutralizam são chamadas
complementares.
A roda das cores ainda pode ser relacionada com os reflexos da coloração capilar,
modificando em partes sua nomenclatura. O vermelho, permanece com seu nome
original, já o azul, chamamos de acinzentado, o amarelo, dourado; o violeta, irisado; o
laranja, acobreado; e o verde, mate.
Cor quente / cor fria
A roda das cores é dividida em cores quentes e frias. Cores em que o azul predomina são tons frios. O azul é o mais frio e mais escuro das primárias, quando se combina com qualquer outra cor resulta num tom mais forte, frio e escuro.
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Cores que são predominantemente vermelhas ou amarelas são de tons quentes. Quando o vermelho é adicionado a uma mistura, o resultado é um tom quente. O amarelo é a mais clara das cores primarias, por isso quando misturamos amarelo com outras cores, o resultado é um efeito muito mais claro e brilhante. Altura de tom e fundo de clareamento A roda das cores é a ferramenta mais importante quando vamos formular uma coloração para os cabelos, mas além desta, dois fatores são de suma importância: altura de tom, fundo de clareamento. Todos já sabemos que o pigmento natural do fio é a melanina, e que ela pode ser encontrada em duas formas: eumelanina e feumelanina. Eumelanina é o pigmento granuloso, tem maior tamanho, as cores principais deste pigmento são o azul e o vermelho, encontram-se mais concentrados no cabelo, e por isso também são mais fáceis de despigmentar. Feumelanina são os pigmentos difusos, predominantemente amarelos, de menor tamanho, encontram-se mais espalhados pelo fio, sendo mais difíceis de despigmentar. Ambos os pigmentos estão contidos no fio, portanto enxergamos a cor neutra, o marrom. Sendo que na eumelanina vemos maior concentração de vermelho e azul, já na feumelanina temos maior concentração de amarelo. A altura de tom, neste caso, diz respeito à graduação de luz que vemos no marrom que compõe o pigmento natural do fio de cabelo. Ele pode variar de 1 a 10, como vemos abaixo:
1 – PRETO 2 - CASTANHO ESCURÍSSIMO 3 – CASTANHO ESCURO 4 – CASTANHO 5 – CASTANHO CLARO 6 – LOURO ESCURO 7 – LOURO 8 – LOURO CLARO 9 – LOURO MUITO CLARO 10 – LOURO CLARÍSSIMO
Já para entender o fundo de clareamento precisamos ficar atentos ao fato de que a despigmentação acontece gradualmente. Quando fazemos uma descoloração, por exemplo, vemos a cor do fio mudando. As três cores primárias, mais o laranja, participam deste processo.
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Muitas empresas desconsideram o azul, este é o pigmento mais sensível a oxidação, é o primeiro que some, quase que instantaneamente. Segue a tabela:
AZUL VIOLETA VERMELHO VERMELHO ALARANJADO LARANJA LARANJA AMARELADO AMARELO AMARELO CLARO AMARELO MUITO CLARO
Como somamos estas informações para trabalhar com colorimetria?
Levaremos todos os fatores aprendidos até agora para oferecer um serviço de coloração, podemos seguir o simples passo-a-passo:
1. Determine a altura de tom natural do cabelo da cliente (use um guia de cores para
resultado mais exato, aceite opiniões de colegas de trabalho, lembre que cada um tem
uma percepção diferente de cor). Não deixe de considerar a porcentagem de brancos, a
textura, a condição e a densidade do cabelo.
2. Ouça sua cliente sobre a cor que ela deseja, verifique e analise as possibilidades, seja
sincero, se a cor for atingível: ótimo! Caso contrário cheguem a um senso comum que
não desagrade a cliente, nem danifique o cabelo.
3. Pense no fundo de clareamento correspondente à altura de tom que você precisa chegar.
4. Escolha a nuance que precisa ser aplicada, lembre-se, para resultados naturais use a
roda das cores e o princípio das cores complementares para abafar o fundo de
clareamento. O fundo de clareamento não é um vilão, muitas vezes ele pode ajudar a
intensificar a cor desejada.
Mas e os cabelos brancos? O cabelo branco é uma grande preocupação para a maioria das clientes: é mais difícil de cobrir, visto que é mais grosso e impermeável.
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Vários fatores, além da idade podem trazer à tona os cabelos brancos. Existem muitas teorias sobre como eles acontecem, porém a única certeza que se tem é que esses cabelos não possuem mais melanina. Também devemos levar em consideração os cabelos grisalhos, que são os cabelos que tiveram uma queda na produção de melanina, resultando numa despigmentação gradual da cor. A porcentagem de cabelos brancos influencia na escolha da nuance da coloração. A aplicação da cor deve ser iniciada pela área de maior porcentagem de cabelos brancos. Ao determinar a formula perfeita devemos sempre considerar:
1. Resistência: o cabelo branco é muito mais resistente à cor, por conta disso a aplicação
correta, com um bom depósito, deve ser seguida à risca.
2. Adicionar tons quentes: se o desejo é um tom quente, não tenha medo. Quando não
adicionamos tons quentes à uma mistura para cabelos brancos o resultado será mais frio
e não tão natural.
3. Descer um tom na base: quando pintamos uma parede branca, o resultado será bem
mais claro do que se tivéssemos aplicado a mesma cor numa parede prá colorida. Com
o cabelo branco é a mesma coisa. Por essa razão, recomenda-se descer um tom na base
nas maiores porcentagens de brancos.
Formulando a coloração para cabelos brancos:
Porcentagem de brancos Cor base Nuance escolhida – Reflexo
Mais de 25% 1/2 1 1/2
25% a 50% 1 1
50% a 75% 1 1/2 1/2
75% a 100% 1 3/4 1/4
Verifique o portfólio da empresa, a maioria oferece produtos especiais, com condições ímpares para cobertura de brancos. Mudança de cor Devemos ficar atentos a formulação da cor quando a cliente deseja mudar o reflexo ou a altura de tom de um cabelo previamente colorido. Alguns reflexos são imcompatíveis entre si. Quando a mudança é de um reflexo quente para outro reflexo quente ela pode acontecer mais facilmente, exceto quando o vermelho sobressai demais. Como já vimos previamente, o vermelho possui duas forças: o pigmento tem tamanho grande e a luz sempre favorecerá o vermelho, visto que o comprimento de onda de luz desse reflexo é o maior. Portanto quando precisamos atenuar o vermelho, ou usamos uma complementar forte, no caso o verde, ou fazemos uma limpeza de cor. Quando o reflexo azul está sobressaindo, obrigatoriamente
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precisaremos de uma limpeza de cor. Os maiores casos de incompatibilidade de reflexos acontecem com o azul, visto que ele sempre vai esfriar a cor do cabelo. Os componentes de uma coloração É muito importante compreender os componentes dos produtos de coloração.
Corante: Existem dois tipos, os oxidativos e os diretos. Corante oxidativos são partículas
extremamente pequenas e sem cor agem em presença de oxigênio (peróxidos) e
penetram pela cutícula até o córtex com a ajuda de uma substância alcalina, como a
amônia. Os corantes diretos são partículas pré-coloridas que revestem a superfície do
fio e não precisam da reação com o peróxido de hidrogênio.
Oxidante: Para que os corantes oxidativos formem moléculas de cor, uma oxidação deve
acontecer. Oxidação é um processo químico de liberação de oxigênio, este reage com os
corantes para formar a cor. O peróxido de hidrogênio é o oxidante que predomina no
ramo de colorações. Ele pode ser considerado uma água “super oxigenada” e é
categorizada em volumes (10, 20, 30 e 40). Estes volumes representam a quantidade de
gás oxigênio contida no peróxido, é uma medida de concentração, também diz respeito
a quantos tons de clareamento eu posso alcançar.
Volume Porcentagem Clareamento
10 3% Até ½ tom
20 6% Até 2 tons
30 9% Até 3 tons
40 12% Até 4 tons
Agente alcalino: O peróxido de hidrogênio sozinho não vai clarear o cabelo pois está
estabilizado num pH entre 2.5 e 4.5, apenas com um agente alcalino temos uma reação química
que afeta os corantes e o pigmento natural do fio.
O agente alcalino mais comum é a amônia, além de aumentar o pH do peróxido e liberar o oxigênio, ela incha a fibra, facilitando a penetração dos corantes pela cutícula e camadas do córtex. A etanolamina pertence a outro grupo de agentes alcalinos que também é usado nas colorações. A combinação do peróxido com um agente alcalino quebrará algumas pontes dessulfurizas encontradas no córtex do fio. Numa coloração, cerca de 10% dessas pontes são quebradas, numa descoloração ou num aumento muito grande de altura de tom, de 15% a 20% são
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destruídas permanentemente. Este dano é inevitável, mas o equilíbrio pode ser restaurado com produtos de tratamento Tipos de coloração:
Permanente: O corante utilizado aqui é o oxidativos, sempre em conjunto com um
peróxido e um agente alcalino. Depois da reação química entre eles, o corante formará
uma nova molécula de cor que se fixará entre as proteínas do fio, tomando lugar do
pigmento natural que já foi oxidado neste meio tempo. A coloração permanente clareia
e colore ao mesmo tempo, esses dois processos ocorrem simultaneamente.
Demi-permanente e semi permanente: As duas compartilham algumas
características, ambas não clareiam, trabalham apenas com depósito de coloração e são
usadas apenas para acentuar ou atenuar tonalidades ou maquiar cabelos brancos.
Também chamados tonalizantes, proporcionam um resultado de tom sobre tom.
Entretanto existem algumas diferenças entre eles. As demi-permanentes possuem
apenas corantes oxidativos e devem ser misturadas com peróxido de baixa volumagem.
Algumas marcas trazem formulam com agentes alcalinos mais fortes, proporcionando
num clareamento mínimo, mas a maioria não clareia tom. Já as semipermanentes
possuem apenas os corantes diretos, que não necessitam de oxidante para revelar a cor.
Temporária: Formulados com oxidantes diretos ainda maiores que afetam apenas a
superfície da haste. Atinge apenas a camada cuticular, sai rapidamente com as lavagens
consecutivas.
O que é descoloração?
A descoloração é o rompimento da cadeia de pigmentos responsáveis pela cor natural dos cabelos. Ela acontece quando o agente descolorante (o oxigênio contido no peróxido de hidrogênio ou água oxigenada) reage com o pigmento existente no fio de cabelo, removendo-o por meio de uma reação de oxidação, descaracterizando a cor natural. Tal reação precisa de um ambiente suficientemente alcalino que permita abertura das escamas do cabelo e favoreça a ação do oxigênio contido no oxidante.
No processo de descoloração, os pós descolorantes usados possuem compostos à base de persulfato (de amônia ou potássio), um eficaz agente alcalinizante. O persulfato possui duas funções básicas: inchar a fibra de tal modo que se permita a entrada do agente oxidante e liberar
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o oxigênio contido neste oxidante. O persulfato, portanto, modifica a estrutura dos cabelos e, consequentemente, pode sensibilizá-los.
Compatibilidade química entre coloração alisamentos/relaxamentos Temos que ficar atentos ao histórico da cliente. Uma anamnese detalhada é sempre importante, a consultoria que se faz antes do processo é de suma importância. O histórico químico dessa cliente fará toda a diferença no resultado final da cor e na domesticidade e saúde desse fio. A forma dos cabelos A proteína do cabelo é chamada queratina. Ela é constituída por 15 aminoácidos, entre eles, o que mais se faz presente é a cistina. Cisteína é o nome dado aos pares de cistina ligados por pontes dissulfúricas. As cadeias de proteína do fio se ligam aos pares, estas ligações são responsáveis pela integridade da proteína e pela coesão de seus aminoácidos, são forças intermoleculares. Podemos encontrar três tipos de ligações: ligações de hidrogênio, ligações salinas e ligações dissulfúricas. As ligações de hidrogênio são sensíveis às altas temperaturas, devido a isto podemos alterar a forma dos cabelos temporariamente quando aquecemos os fios, elas se recompõem na presença de água. As ligações salinas são quebradas na presença de água, seja em meio ácido ou alcalino, a ruptura destas ligações é um dos principais fatores do inchaço da fibra quando se faz um processo químico nos fios. Por vezes o cabelo fica pobre em ligações salinas, tornando-se ressecado. As ligações dessulfurizas são as mais importantes, quando falamos em alisamentos e relaxamentos, é com elas que devemos estar atentos. Elas são as maiores responsáveis pela forma dos cabelos, além de fazerem a ligação entre o aminoácido de maior incidência na queratina. Apenas um agente redutor químico é capaz de desagregá-la. A deformação é permanente. Agentes redutores: Temos dois grupos principais, quando falamos em mudança de forma: Hidróxidos: indicados para os cabelos mais crespos e resistentes. São os agentes mais fortes.
Sua ação modifica não só a estrutura física, mas também a estrutura química dos fios. Estes
redutores transformam as ligações dissulfúricas em ligações de “lantionina”. Temos no
mercado o hidróxido de guanidina, de sódio, de lítio e de potássio. Os hidróxidos são
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compatíveis entre si, mas incompatíveis com os tioglicolatos. Eles também são
incompatíveis quimicamente com as colorações que possuem componentes metálicos e com
os descolorantes. No caso de outras colorações, o problema da incompatibilidade está na
ação do peróxido, acima de 20 volumes o nível de oxidação é muito rápido, e a única ligação
forte que o cabelo tinha (dissulfúrica) foi reduzida a uma mais fraca (lantionina).
Tioglicolatos: usados em cabelos menos resistentes ou mais lisos. São agentes mais fracos,
eles apenas quebram as ligações dissulfúricas. Após uma ação mecânica as cadeias são
reconstruídas (neutralização) na nova forma dada. A neutralização da nova forma
geralmente é feira por um peróxido de hidrogênio, que por conter pH ácido (2,5-4,5) fecha
com facilidade as cutículas do fio. Temos no mercado fórmulas com tioglicolato de amônio,
de etanolamina e de arginina, todos são compatíveis entre si, mas incompatíveis com as
outras químicas, assim como os hidróxidos.
*ESPECIAL LOUROS* Clareamento: O fato crucial no cabelo louro, o fato que faz com que ele seja tão diferente dos outros processos de cor, é que a cor desejada não pode ser escolhida da forma normal. As mechas em uma tabela de cores não mostram um resultado final quando se fala em clareamento A base existente e a nuance desejada decidirão se é possível atingir a nuance em apenas um passo usando uma super clareadora ou se é necessário descoloração e matização
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Louro neutro: Louros Neutros contém um pigmento neutro, um mix de azul, vermelho e amarelo em proporções iguais que se anulam Como eles contém menos pigmentos que outras nuances, proporcionam melhor poder de clareamento Louro frio: Essa categoria de acinzentado, cendré e perolado é perfeita para os tons frios ou neutros Não são a melhor opção para cobrir brancos ou cabelos muito porosos. Louro quente: Bege, dourado, rosé e pêssego são cores que se somam aos pigmentos contribuintes para criar um louro ainda mais quente. Tabela:
ESTUDO DE CASO 1 Louro ficou muito quente Razões:
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1. O cabelo era muito escuro: o fundo de clareamento não foi neutralizado
2. A nuance escolhida foi muito clara e/ou faltou neutralização
Soluções:
1. Use uma nuance dos Criativos Pastéis para neutralizar o fundo de clareamento.
2. Faça mechas para atingir o clareamento desejado.
Prevenção: Para neutralizar perfeitamente um fundo de clareamento, selecione uma nuance que contém os pigmentos complementares corretos em boa quantidade
ESTUDO DE CASO 2 Cliente quer um louro platinado: O primeiro passo entender que não devemos descolorir um cabelo até que ele fique branco.
• Um cabelo platinado corresponde á altura de tom 10, seu fundo de clareamento é o
amarelo claro.
• Faça a descoloração com um oxidante baixo, para ajudar no controle e obter um
resultado uniforme.
• Preste atenção no cabelo já previamente descolorido, ele pode danificar facilmente.
• Para neutralizar utilize uma nuance que matize o amarelo claro e “esfrie” o cabelo,
levando ao tom platinado.
Nota: • Todo cabelo platinado tem a cor cinza quando molhado, não se desespere na hora de
matizar esse cabelo
• A técnica de mechas utilizada terá impacto forte no resultado final
Como atingir louro em bases mais escuras que 6:
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Recomendações:
• O primeiro passo é aplicar descolorante
• Comece aplicando pelas áreas que mais precisam de clareamento
• Comprimento e pontas primeiro
• Quando tiver atingido um um nível claro de dourado é hora de aplicar o produto nas
raízes
• Assim que o nível de clareamento for alcançado, enxágue o produto, lave com shampoo
e use condicionador para finalizar o processo.
• Aplique o tom desejado
Nota:
• Certifique-se de não enxaguar o descolorante muito cedo
• Tons frios são absorvidos mais rapidamente por cabelos porosos e pontas ressecadas
Receita para Limpeza de cor:
Opção com maior potencial de clareamento :
Proporção de Mistura: 1:4
1 parte pó descolorante + 4 partes Loção Ativadora 3%
Opção mais suave:
Proporção de mistura : 1:2
1 parte pó descolorante + 2 partes shampoo
LEITURA EXTRA
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CORES
Revisão Bibliográfica dos livros: Arte e percepção visual: uma psicologia da visão
criadora: nova versão / Rudolf Arnheim; tradução de Ivonne Terezinha de Faria. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002. Artigo fonte: “Learning about Color” encontrado no site
www.pcimag.com/Articles
A cor resulta na mais eficiente dimensão de discriminação. Não se pode ter certeza que
alguém vê uma cor da mesma maneira que outra pessoa. É apenas seguro afirmar que a
percepção de cor é a mesma, visto que todos temos o mesmo tipo de retina e o mesmo sistema
nervoso.
Toda aparência visual deve sua existência à claridade e cor. Somos sensíveis o bastante para
distinguir diferenças sutis de tons entre si, mas quando é preciso identificar de memória uma
cor, nossa capacidade de discriminação é bem limitada – reconhecemos mais as primárias, as
secundárias e suas combinações.
A constância da cor é auxiliada pelo fato de que a retina se adapta à iluminação dada. As
cores de um artista estão mais a mercê da iluminação que predomina, enquanto suas formas
são pouco afetadas por ela. Uma cor em plena luz do dia não pode ser interpretada sob uma
fonte luminosa diferente, a cor muda, e com ela sua expressão e organização.
Rorschach diz, embasado em suas pesquisas, que pessoas alegres respondem à cor,
enquanto pessoas depressivas respondem à forma. Numa aplicação mais literal de suas teorias
ele conclui que a cor produz uma experiencial essencialmente emocional enquanto a forma
corresponde ao controle intelectual.
COMO AS CORES ACONTECEM
Newton explica as cores como devidas às propriedades dos raios que compõem as fontes
luminosas. Goethe proclamou a contribuição dos meios físicos e superfícies encontradas pela
luz quando ela viaja de sua fonte aos olhos do observador.
Todos os sistemas de teoria da cor e todos os procedimentos práticos para a produção das cores
baseiam-se no princípio de que um pequeno número de matizes é suficiente para produzir, por
combinação, um número completo ou suficientemente amplo delas.
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COR QUENTE E COR FRIA
A distinção entre cores quentes e cores frias é bastante comum. Os artistas usam estes termos,
e referências a eles são encontrados em livros sobre a teoria da cor.
As cores primárias fundamentais dificilmente podem ser chamadas de quentes ou frias. Seria
um vermelho puro claramente mais quente do que um azul puro? É um amarelo puro frio ou
quente? Mas a qualidade de temperatura parece ser mais significativa quando aplicada à
mistura de uma cor. A opinião dele é que não a cor principal, mas a cor no sentido da qual ela
se desvia pode determinar o efeito.
A COR E SUAS CLASSIFICAÇÕES
Falar sobre cor sem citar a escola Bauhaus é praticamente impossível.
O círculo cromático esquematizado por Johannes Itten, professor da escola Bauhaus, sendo
figura dominante na primeira fase desta, é a melhor forma de analisar as cores pigmentos e
suas relações em geral. Nele temos as cores primárias, secundárias e complementares.
Podemos classificar como cor primária aquela que é pura e indivisível e que não pode ter seu
tom obtido por alguma mistura de cores; as cores primárias fundamentais são o azul, o
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vermelho e o amarelo. O conceito de cor secundária se encontra no resultado da mistura de
quaisquer duas cores primárias; o alaranjado provém da mistura do vermelho com o amarelo
em iguais proporções, o verde do azul e do amarelo também em iguais proporções, bem como
o roxo do vermelho e do azul. As cores terciárias aparecem nos tons resultantes de misturas
entre as primárias e as secundárias, bem como nas diferentes proporções que pode surgir no
processo de criação das cores secundárias.
As cores complementares são aquelas que se encontram opostas no círculo cromático. O
complemento de uma cor primária será uma cor secundária, e vice e versa. O uso das cores
complementares implica no equilíbrio de um trabalho artístico. Ao falar de cor-pigmento,
podemos citar que as cores complementares são muito úteis para matizar, ou seja, acentuar ou
equilibrar o tom de seu complemento (o azul matiza o amarelo, por exemplo).
A COR E SEUS SIGNIFICADOS
Voltando ao conceito de que cor é um fenômeno da ótica, onde os raios refletidos resultam na
diferença entre tons podemos dar início ao significado da cor em si. Esse significado é formado
ainda quando somos bebê, e não mudam desde então. Já o modo como as cores afetam o ser
humano e as respostas que elas implicam são diferentes ao longo das fases da vida. Quando
adultos os seres humanos são afetados pelas cores de duas maneiras: em algumas situações as
respostas são automática, involuntárias e naturais. a outra resposta diz respeito à
aprendizagem e às experiências cotidianas.
O vermelho exprime o desejo de tocar, aumento de apetite, pressão sanguínea e temperatura.
Emocionalmente falando, essa cor remete à paixão, sexo, ódio, luxúria e revolução. O rosa nos
remete à doçura e inocência. O alaranjado traz consigo o conceito de ousadia e vitalidade.
Amarelo representa o estímulo à memória, visto que é cor mais difícil de ser processada pelo
olho. O verde, com sua facilidade de processamento, nos leva ao sentimento
de conforto, relaxamento, renovação e recuperação. O azul tem caráter acolhedor, pois exprime
confiança e autoestima. O roxo transmite características do azul e do vermelho além de
estimular a imaginação. O preto é constantemente ligado ao luto, embora passe a informação
Jean Phillipe
Descomplicando a colorimetria e a correção de cor
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de sofisticação e luxo; é uma cor neutra que carrega a forte característica do mistério. O branco
indica pureza, limpeza e paz. O marrom indica proteção além das características do laranja mais
brandas. O acinzentado, apesar de estar ligado à inteligência, inspira confusão, pois nos remete
ao senso de comportamento e disciplina.
O artigo que serve como fonte desse capítulo ainda traz algumas dicas básicas sobre contraste,
valorização e intensificação de cor. Ao entrar em confronto com o livro de Rudolf Arnheim
podemos concluir que tais características das cores mudam de acordo com a cor de fundo com
a qual certa cor se relaciona.
Cores claras aparecem mais quando colocadas em contraste com preto ou cores escuras, e
vice e versa.
Cores escuras parecem ainda mais escuras quando postas contra cores claras, e vice e versa.
Quando duas cores são postas lado a lado elas se valorizam e parecem mais intensas do que
analisadas separadamente.
** Este material foi inteiramente produzido pelo autor do curso “Descomplicando a colorimetria e correção de cor”, Jean Philippe, Visagista e Terapeuta Capilar.
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