entrevista tecnica delphi
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TECNICA DELPHI
A Técnica DELPHI
O método Delphi teve seu nome baseado no antigo oráculos de Delfos, lugar
sagrado na Grécia antiga, onde se anunciavam predições sobre o futuro.
É uma técnica de previsão projetada, projetada para conhecer com antecipação a
probabilidade de eventos futuros, por meio da solicitação e coleta sistemática da opinião
de especialistas em um determinado assunto.
O primeiro experimento conhecido envolvendo a técnica Delphi data de 1948 e
relacionava-se com predições de resultados de corridas de cavalo. Posteriormente a
técnica foi utilizada como procedimento de pesquisa tecnológica por Norman Dalkey e
Olaf Helmer na RAND Corporation no início dos anos 60 (Dalkey e Helmer, 1963), que
buscavam direcionar seus esforços de pesquisa na melhoria do uso de predições de
especialistas nas tomadas de decisão.
A técnica Delphi foi desenvolvida como um método para aumentar a acurácia
das pesquisas relacionadas a predição de eventos futuros como também a estimação de
parâmetros desconhecidos. Tem sido aplicada em uma grande variedade de problemas
como pesquisas tecnológicas, planejamentos regionais, pesquisas médicas,
planejamento educacional, sistemas de informação, pesquisas de indústria química,
produtividade de programação, entre outras.
Trata-se de uma técnica qualitativa de pesquisa que busca deduzir, refinar e
gerar uma opinião final a partir de um grupo de especialistas.
Basicamente trata-se de uma série de questionários para organizar opiniões e
respostas de um painel formado por especialistas da área em estudo, sendo muito
utilizada como instrumento para agregar julgamentos individuais. Consegue deduzir
rápida e eficientemente respostas relacionadas a um certo problema utilizando para isto
especialistas que devem trazer conhecimentos, autoridade e idéias para estas respostas.
Diferente de outros métodos de pesquisa e planejamentos, o objetivo da Delphi
não é deduzir uma simples resposta ou chegar ao consenso mas obter respostas e
opiniões de alto nível de qualidade para uma dada questão apresentada ao painel de
especialistas.
As características básicas da técnica podem então ser resumidas como:
Anonimato: Os participantes não se interagem diretamente mantendo-se desconhecidos
perante aos demais. Esta característica permite evitar as situações descritas
anteriormente relacionadas a grupos de interação;
Feedback: Os resultados dos questionários são resumidos e devolvidos aos
participantes para que estes validem novamente suas opiniões. O objetivo básico do
feedback é distribuir todas as informações disponíveis e geradas pelo grupo entre seus
participantes. Consiste de um resumo estatístico das respostas do grupo sendo que este
resumo pode variar de medidas estatísticas simples (média, mediana, etc.) até uma
análise completa das distribuições;
Iterações: Cada vez que os participantes respondem ao questionário tem-se um round.
A técnica consiste de sucessivos rounds cuja quantidade é fixada antecipadamente ou
determinada de acordo com um critério de consenso do grupo ou estabilização dos
julgamentos individuais. A acurácia por sua vez possui seu maior aumento entre o
primeiro e segundo round. A literatura sugere que número de rounds varie entre 2 e 10.
Os participantes do processo devem ser especialistas na área em estudo.
O processo inicia-se através de um questionário. Os resultados deste primeiro
round são resumidos e, junto com seu feedback, um novo questionário é apresentado
aos participantes pedindo-lhes que revalidem as opiniões de seu primeiro questionário.
Nos rounds seguintes os participantes cujas respostas desviam-se da maioria são
questionados sobre a razão de suas opiniões extremas. Um conjunto destas razões é
devolvido aos participantes dando-lhes a oportunidade de reconsiderar sua opinião ou
resposta do round anterior. O processo contínua até que chegue-se ao consenso
pretendido pela pesquisa. Este consenso, não é o objetivo principal da técnica sendo,
portanto, determinado pela relação custo benefício gerada pela utilização de sucessivos
rounds para a pesquisa.
O quadro 1 apresenta as vantagens e desvantagens relacionadas a técnica Delphi:
QUADRO 1 – Vantagens e desvantagens da técnica Delphi
VANTAGENS DESVANTAGENS
Permitem aos participantes permanecerem anônimos Julgamentos referem-se ao grupo selecionado que
pode não ser representativo
Econômica (baixo custo de aplicação) Tendência a eliminar posições extremas e forçar
um consenso médio.
Isenta de pressão social, influência de personalidade e
dominação individual
Necessidade de mais tempo em comparação com
outras técnicas como grupos nominais.
Leva a distribuição de informação e ao debate entre os
participantes
Não deve ser visto como a solução final
Conduz ao pensamento independente e evolução
gradual das opiniões
Requer habilidades em comunicação escrita
Um painel bem selecionado pode fornecer uma
perspectiva analítica ampla dos problemas locais e
relacionados
Requer tempo adequado (cerca de 30 a 45 dias
para a realização de um processo com dois rounds)
e comprometimento dos participantes
Pode ser usada para alcançar consenso entre grupos
hostis entre si
O fluxograma abaixo ilustra um processo Delphi clássico:
FIGURA 1 - Processo Delphi
Definição do Problema
Determinação do conhecimento necessário dos participantes do processo
Seleção dos participantes
Preparação do questionário
Distribuição do questionário
Análise das respostas do questionário
O consenso foi obtido?
Produção das informações necessárias e tabulação das respostas
Preparação do próximo questionário
Compilação das respostas e apresentação dos resultados.
NÃO
SIM
A aplicação da técnica Delphi, seguindo o modelo apresentado na figura 1, conta
basicamente com os seguintes passos:
Elaboração de uma lista inicial de requisitos associados ao assunto ou tema pesquisado;
Seleção dos participantes do painel de especialistas e verificação da disponibilidade e
interesse em participar da pesquisa;
Encaminhamento aos participantes da lista inicial de requisitos solicitando que
classifiquem cada requisito presente na lista como importante (ou não) , de acordo com
a própria experiência e conhecimento;
Análise das respostas do 1º round, selecionando-se entre os requisitos da lista inicial
aqueles cujo nível de importância pertençam ao interquartil da amostra; os requisitos
selecionados formarão uma segunda lista que será encaminhada, juntos com sugestões
dos participantes, novamente aos membros do painel.
Elaboração e encaminhamento da segunda lista aos participantes do painel solicitando
que priorizem os requisitos apresentados.
Análise das respostas do 2º round, selecionando-se entre os requisitos da segunda lista
aqueles cujo nível de importância pertençam ao último quartil da segunda lista para
formarem, junto com os requisitos do último quartil da lista inicial, a lista de requisitos
de comparação.
Realização novamente do processo, tantos rounds quanto forem necessários, ate se obter
um consenso. Se parte-se de uma lista inicial bem montada, obtem-se o consenso em
média em 3 rounds.
Conclusão
A técnica Delphi ajuda a reduzir a parcialidade nos dados e evita que alguém
possa indevidamente influenciar o resultado. Pode ser usada para obter qualquer tipo de
consenso entre pessoas.
Riscos podem ser identificados entrevistando-se gerentes de projeto ou
especialistas no assunto. A pessoa responsável pela identificação de riscos pode colocar
o especialista a par do projeto, e fornecer informação tal como a WBS e a lista de
hipóteses. Os especialistas (entrevistados) identificam riscos no projeto baseados em
suas experiências, informações do projeto, e outras fontes que considerem úteis.
Referências
1. OLIVEIRA, J. S. P. ; COSTA, Maíra Murrieta ; WILLE, Marina Ferreira de
Castro ; MARCHIORI, P. Z. . Introdução ao Método Delphi. Curitiba: Mundo
Material, 2008 (manual didático).
2. WRIGHT, James Terence Couter; GIOVINAZZO, Renata Alves. Delphi uma
ferramenta de apoio ao planejamento prospectivo. Caderno de pesquisas em
Administração, v. 01, nº 12, 2000.
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