domÉstica legal©stico... · dor doméstico solicitar atestado de boa conduta e atestado de saúde...

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MARIO AVELINO

DOMÉSTICA LEGAL

COMO GASTAR MENOS NO EMPREGODOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Copyright by © Mario Avelino, 2008Direito desta edição -Mario Alberto Avelino, 2016

AutorMario Avelino

DiagramaçãoAugusto César Duarte Rodrigues

CapaThiago Corrêa

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio sem a expressa autorização do autor.

CPI-BRASIL CATALOGAÇÃO NA FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Avelino, Mario, 1956¬FGTS – Como gastar menos no empregodoméstico dentro da lei – 2016

ISBN: 978-85-900317-4-1Prefixo Editorial: 900317¬¬

1. Emprego Doméstico. 2 . Brasil – Política Social – 3. Brasil – Direito Trabalhista, I. Título,

A Lei Complementar 150 de 01/06/2015, que regulamentou os novos direitos dos empregados domésticos garantidos pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional) DAS DOMÉSTICAS, faz um ano em nesta data, 01/06/2016.

Em homenagem ao aniversário de um ano desta Lei, o Insti-tuto Doméstica Legal em parceria com o Portal Doméstica Legal, lança este livro, que tem por objetivo evitar que o empregador doméstico tenha gastos desnecessários com seu empregado do-méstico. Com isso, também evitar que o empregador doméstico demita seu empregado doméstico, por achar que o mesmo está muito caro.

Outro objetivo é mostrar ao empregador doméstico que o mais barato é ter o empregado dentro da Lei com a carteira de trabalho assinada.

As dicas aqui ensinadas são trechos do livro “PEC das Do-mésticas – Novos direitos e deveres de Patrões e Empregados”. Clique aqui, e veja o menu completo do livro com todos os seus capítulos. Para adquirir o livro com modelos de contratos, reci-bos, modelos de acordos, etc., clique na capa abaixo.

APRESENTAçãO DO LIVRO

4 | MARIO AVELINO

IMPORTANTE PARA FACILITAR A LEITURA DESTE LIVRO

Esta é uma obra em arquivo eletrônico (PDF), o que significa que você poderá imprimir e acessar outros sites simultaneamen-te para enriquecer ainda mais a sua leitura. Para isto, recomenda-mos que se mantenha conectado à internet.

Existem alguns textos marcados em amarelo para chamar a atenção.

Para maior economia do cartucho de tinta em caso de impres-são são deste livro, o autor recomenda a configuração da impres-são em página dupla.

O Sumário oferece sistema de navegação por links. Clicando em qualquer dos títulos, você será redirecionado para a página correspondente.

| 55 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

SUMÁRIO

1 – O que é um empregado doméstico? .....................................................62 – O que é um empregador doméstico? ................................................ 103 – Diaristas .................................................................................................... 134 – É mais barato ter um empregado doméstico ou um diarista? ................................................................................................ 175 – Custo de em empregado “dentro da lei”versus um “fora da lei” .................................................................................. 206 – Admissão ................................................................................................... 457 – Vale transporte, descontar 6% ............................................................. 498 – Horas Extras ............................................................................................ 519 – Banco de Horas....................................................................................... 5910 – Quem paga as faltas por doença é o INSS ..................................... 6911 – Adicional Noturno ............................................................................... 7312 – Jornada de Trabalho ............................................................................ 7913 – Folha de Ponto ...................................................................................... 8914 – Jornada de trabalho parcial ................................................................ 9115 – Adicional de viagem ............................................................................. 9316 – Afastamentos ......................................................................................... 9617 – 13º Salário ............................................................................................ 10318 – Multas .................................................................................................... 11819 – INSS ....................................................................................................... 12720 – FGTS ..................................................................................................... 14021 – Imposto de renda ............................................................................... 15022 – Contribuição Sindical ........................................................................ 15223 – eSOCIAL .............................................................................................. 15624 – Demissão .............................................................................................. 16125 – Treinamento ......................................................................................... 18426 – Benefícios ............................................................................................. 18627 – Portal Doméstica Legal ..................................................................... 18828 – Instituto Doméstica Legal ................................................................ 19729 – Lei complementar 150 ...................................................................... 201 Outras obras do Autor ............................................................... 224 Curriculum do Autor ..................................................................227

6 | MARIO AVELINO

O primeiro passo para se gastar menos no emprego domés-tico, é saber quem é o empregado doméstico, seus direitos e de-veres.

De acordo com o artigo 1º. da Lei Complementar 150

Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à fa-mília, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

De forma contínua é o trabalho efetuado sem intermitência, não-eventual, não-esporádico, e que visa atender às necessida-des diárias da residência, da pessoa ou da família, ou seja, é um trabalho que deve ocorrer pelo menos três dia na semana. Pode durar um mês, alguns meses ou anos.

É um trabalho sem fins lucrativos para o empregador, visto que esse não tem lucro com o serviço desse empregado.

É um trabalho sem fins lucrativos para o empregador, visto que este não tem lucro com o serviço que lhe é prestado.

São considerados como empregados domésticos arrumadei-ra, babá, caseiro (quando o sítio ou local de trabalho não pos-sua finalidade lucrativa), copeiro, cozinheiro, cuidador de idoso, dama de companhia, empregada(o) doméstica(o), enfermeira(o), faxineira(o), garçom, governanta, jardineiro(a), lavadeira, mari-

1- O QUE É UM EMPREGADO DOMÉSTICO?

| 77 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

nheiro, mordomo, motorista particular, passadeira, enfim, todo empregado que, exercendo atividade de natureza contínua, preste serviços que não resultem em lucro para o empregador, pessoa física ou família.

Empregado doméstico legal é o profissional ciente de seus direitos e obrigações, que não trabalha sem carteira assinada e detém os mesmos direitos dos demais trabalhadores, em especial ao direito à carteira assinada, à aposentadoria, ao piso salarial mensal de um salário-mínimo ou do seu estado, a horário de tra-balho regular e aos benefícios previdenciários.

1.2 – DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO

I. Carteira de trabalho assinada;II. Receber mensalmente, pelo menos, o salário-mínimo;III. Irredutibilidade salarial, a não ser que haja redução da

jornada de trabalho (veja o item 4.3);IV. Gozo de férias anuais de trinta dias, com mais 1/3 de abo-

no de férias, sobre o salário recebido;V. 13º salário com base na remuneração (fração igual ou su-

perior a 15 dias trabalhados);VI. Jornada de trabalho diária máxima de 8 horas, e 44 ho-

ras semanais;VII. Descanso para almoço de, no mínimo, uma hora e, no

má- ximo, duas horas para uma jornada diária de 8 horas;VIII. Horas extras com adicional de 50% em dias úteis de tra-

balho e dobrada em caso de trabalho nos dias de repou- so ou feriados;

8 | MARIO AVELINO

IX. Adicional noturno de 20% se trabalhar no período das 22 às 5 horas;

X. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;XI. Multa de 40% sobre o saldo do FGTS, em caso de demis-

são sem justa causa pelo empregador;XII. Até três meses de seguro-desemprego em caso de demis-

são sem justa causa pelo empregador;XIII. Repouso semanal remunerado (preferencialmente aos

domingos); Carteira de trabalho assinada;XIV. Receber mensalmente, pelo menos, o salário-mínimo;XV. Irredutibilidade salarial, a não ser que haja redução da

jornada de trabalho (veja o item 4.3);XVI. Gozo de férias anuais de trinta dias, com mais 1/3 de abo-

no de férias, sobre o salário recebido;XVII. 13º salário com base na remuneração (fração

igual ou superior a 15 dias trabalhados);XVIII. Jornada de trabalho diária máxima de 8 horas, e

44 ho- ras semanais;XIX. Descanso para almoço de, no mínimo, uma hora e, no

má- ximo, duas horas para uma jornada diária de 8 horas;XX. Horas extras com adicional de 50% em dias úteis de tra-

balho e dobrada em caso de trabalho nos dias de repou- so ou feriados;

XXI. Adicional noturno de 20% se trabalhar no período das 22 às 5 horas;

XXII. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;XXIII. Multa de 40% sobre o saldo do FGTS, em caso de

demis- são sem justa causa pelo empregador;

| 99 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

1.3 – O QUE O EMPREGADO DOMÉSTICO NãO TEM DI-REITO

O empregado doméstico não tem direito ao PIS Programa de Integração Social.

1.4 – OBRIGAçõES DO EMPREGADO DOMÉSTICO

I. Apresentar, no momento da admissão: (a) a sua Carteira de Trabalho e Previdência Social; (b) atestado de boa conduta; e atestado de saúde, a critério do empregador”;

II. Executar os trabalhos para os quais foi contratado;III. Não faltar;IV. Ser pontual;V. Assinar os recibos de pagamento;VI. Avisar com trinta dias de antecedência sua saída do em-

prego;VII. Manter o sigilo e a privacidade da família do emprega-

dor;VIII. Tratar empregador e demais familiares com respeito e

educação.

10 | MARIO AVELINO

2- O QUE É UM EMPREGADOR DOMÉSTICO?

CAPÍTULO 2

O segundo passo para se gastar menos no emprego domés-tico, é saber o que é um empregador doméstico, seus direitos e deveres.

De acordo com o artigo 1º. da Lei Complementar 150

Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finali-dade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

O art. 3º do Decreto de Lei nº 71.885, de 1973, conceitua em- pregador doméstico como a pessoa da família que admita, a seu ser- viço, o empregado doméstico.

O empregador doméstico legal é a pessoa física ou família que contrata um empregado doméstico, na forma prevista na lei:

I. Assina a carteira de trabalho do empregado desde o pri- meiro dia;

II. Paga em dia o salário do empregado;III. Recolhe o INSS, o FGTS, a antecipação da multa de 40%

e o seguro acidente de trabalho em dia;IV. Investe na melhoria contínua do empregado doméstico;V. Permite que o mesmo estude;VI. Valoriza seu empregado;VII. Mantém um ambiente de respeito e dignidade.

| 1111 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

O empregador não pode ser pessoa jurídica sob qualquer for- ma, inclusive a Lei de Terceirização de Mão de Obra, que está sendo discutida no Congresso Nacional (até o mês de maio/2015), exclui o empregado doméstico, só se aplicando para empregados de empresas.

2.1 – DIREITOS DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

São direitos do empregador doméstico:

I. Que o empregado doméstico faça o trabalho para o qual foi contratado;

II. Que o empregado cumpra seu horário de trabalho;III. Que o empregado faça seu trabalho com compromisso,

atenção e eficácia;IV. Que o empregado doméstico corresponda a confiança

nele depositada;

A Lei nº 5.859, de 1972, estabelece que é direito do emprega- dor doméstico solicitar atestado de boa conduta e atestado de saúde do empregado, no momento da admissão (art. 2º).

2.2 – OBRIGAçõES DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

São obrigações do empregador doméstico:

V. Assinar a carteira de seu empregado doméstico;VI. Pagar, no mínimo, o salário-mínimo e em dia, ou o piso

12 | MARIO AVELINO CAPÍTULO 2

do estado nos casos do Paraná, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo;

VII. Pagar férias, 13º salário, vale-transporte;VIII. Recolher o INSS;IX. Recolher o FGTS;X. Recolher a antecipação de multa de 40%, em caso de de-

missão sem justa causa;XI. Recolher o Seguro Acidente de Trabalho; XII. Investir em prevenção de acidentes e na saúde do em-

pregado;XIII. Investir na melhoria de seu empregado, entre outras,

como veremos nos capítulos adiante.XIV. Emitir recibos dos pagamentos efetuados ao empregado

e guardá-los todos.

| 1313 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

3- DIARISTAS

Outro passo importante para gastar menos é saber o que é uma Diarista.

3.1 – O QUE É UMA DIARISTA?

Diarista é a pessoa autônoma que presta serviço no máximo duas vezes por semana para o mesmo contratante, e recebe o pa-gamento no dia em que efetuou o serviço. Ele presta serviço de natureza não-contínua e por conta própria, o que denota a inde-pendência e a eventualidade de sua atividade.

Ele se diferencia do empregado doméstico que desenvolve um trabalho contínuo, subordinado a um empregador. Assim, se a pessoa trabalha no mínimo três dias por semana para o mesmo empregador, ela não é diarista e sim um empregado doméstico, que deve ter a carteira de trabalho assinada, com todos os direi-tos determinados pela lei.

O diarista deve se inscrever junto ao INSS e contribuir, men-

salmente, para garantir seus direitos previdenciários, como apo- sentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade etc.

Sua contribuição deve ser recolhida até o dia 15 de cada mês e deve corresponder ao pagamento de uma alíquota de 20% sobre, no mínimo, um salário-mínimo por mês (R$ 157,60), ou de 11% para a contribuição simplificada sobre um salário-mínimo (R$ 86,68), usando como base de cálculo o salário-mínimo do ano de 2015, que é de R$ 788,00.

14 | MARIO AVELINO

3.2 – O DIARISTA PODE CONTRIBUIRIR COMO MICROEMPREEN-

DEDOR INDIVIDUAL AO INSS PAGANDO APENAS 5% SOBRE UM

SALÁRIO-MÍNIMO.?

Desde janeiro de 2015, o diarista pode ser um Microempre- endedor Individual – MEI e, com isso com apenas 5% (cinco por cento) para o INSS, pagando apenas R$ 39,40 (trinta e nove reais e quarenta centavos) por mês.

Nessa forma de contribuição, a alíquota é reduzida de 11% para 5% sobre o valor do salário-mínimo, o que significa que em vez de contribuir para o INSS com R$ 86,68 (calculados com base no salário-mínimo vigente em 2015 de R$ 788,00), ele pode con- tribuir com R$ 39,401.

A contribuição para o INSS garante ao diarista os seguintes benefícios previdenciários:

I. Auxílio-doença − 12 meses de contribuição;II. Salário-maternidade − 10 meses de contribuição;III. Auxílio por acidente de trabalho sem carência;IV. Auxílio-reclusão − sem carência;V. Pensão por morte − sem carência;VI. Aposentadoria por tempo de contribuição − 180 meses

de contribuição;VII. Aposentadoria por idade − mulher aos 60 anos e homens

aos 65 anos − 180 meses de contribuição.

1 Em função do alto custo da contribuição para o INSS para os trabalha- dores diaristas, estima-se que somente 600 mil diaristas, dos dois milhões existentes hoje no Brasil, sejam contribuintes do INSS, o que corresponde a 30% da categoria. A opção por essa forma de contribuição é menos onerosa para o diarista e pode inibir os que não contribuem e não são segurados pela Previdência Social.

| 1515 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

VIII. Aposentadoria por invalidez − 12 meses de contribuição.

3.3 – CUIDADOS DO CONTRATANTE AO CONTRATAR UM DIA-

RISTA

Ao contratar um diarista, é recomendável que o empregador: Analise, cuidadosamente, a natureza do trabalho a ser executa-do, para não ter dúvidas se ele configura ou não vínculo empre-gatício, ou seja, se se trata de empregado doméstico ou diarista; Exija que o diarista seja contribuinte do INSS como autônomo e comprove, mensalmente, que realizou essa contribuição. Con-tribuindo para o INSS o trabalhador ratifica a sua condição de autônomo ou dia- rista e tem seus direitos previdenciários prote-gidos, como apo- sentadoria, auxílio-doença, salário-maternida-de e outros direitos. Para o empregador, esse recolhimento por parte do diarista pode evitar o insucesso em eventual ação na Justiça do Trabalho.

Ao exigir a comprovação de que o trabalhador fez sua inscri- ção no INSS como contribuinte autônomo, o empregador dimi- nui a possibilidade de ocorrência de demanda trabalhista futura e, caso ela ocorra, elimina a hipótese de haver sentença equivo- cada quanto ao vínculo empregatício do diarista.

3.4 – PROCEDIMENTOS NA HORA DA CONTRATAçãO

• Estabelecer os serviços a serem feitos na diária;• Combinar o preço da diária, já incluindo o vale-transporte

se houver, e se vai ter refeição, ou se o diarista tem que tra- zer de sua casa;

16 | MARIO AVELINO

• Verificar se o diarista é contribuinte da Previdência Social, ou seja, se contribui como autônomo. É mais uma tranqui- lidade para se evitar reclamações trabalhistas;

• Pegar referências;• Fazer uma Declaração de Início de Diarista;• Quando não quiser mais continuar com o diarista, fazer

uma Declaração de Término de Diarista.

3.5 – PAGAMENTO DA DIÁRIA

O pagamento da diária tem que ser feito no dia.Deve-se pegar sempre um recibo assinado no ato do paga-

mento.O diarista não pode fazer mais que duas diárias por semana e

em dias alternados.

3.6 – CONTROLE DE PAGAMENTO DE DIARISTAS PELO PORTAL

DOMÉSTICA LEGAL

Através do portal Doméstica Legal , o contratante de diaris- ta tem GRATUITAMENTE toda a gestão de pagamento de seu funcionário. Emite-se recibos de pagamento, decla- ração de diarista de início, declaração de diarista no término da relação de trabalho, além de manter um histórico financeiro de todos os pagamentos realizados.

| 1717 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Uma grande questão que muitos empregadores se questio-nam.

A partir da regulamentação dos novos direitos dos emprega- dos domésticos, que trabalha a partir de três dias na semana para uma mesma família ou pessoa física, é um empregado doméstico e tem que ter a carteira de trabalho assinada. Até dois dias na se- mana é um diarista e não tem a carteira de trabalho assinada.

Para quem precisa ter um funcionário pelo menos três dias na semana, não tenho dúvidas em afirmar que é mais barato ter um empregado doméstico. Por quê?

Vamos pegar como exemplo uma empregada que ganha R$ 1.000,00 (mil reais) por mês (ver os custos no item 2.1 do Capítulo 2), sem considerar o vale-transporte, que pode existir ou não. O empregador gastará por mês R$ 1.463,33 já considerando 1/12 avos de férias mais 1/3 do abono de férias mais 1/12 avos de 13º salário.

Vamos considerar um diarista que cobra R$ 120,00 por dia, sem contar com o vale-transporte, pois quando ele gasta com con- dução normalmente é cobrado à parte. Os custos são:

4- É MAIS BARATO TER M EMPREGADO DOMÉSTICO OU UM

DIARISTA?

18 | MARIO AVELINO

Quantidade de dias na semana

Custo mês, considerando uma diária = R$ 120,00

Custo de um empregado que

trabalha 5 dias na semana e ganha R$

1.000,00 por mês

Diferença do diarista para o empregado

domésticoPara quem precisa

somente por dois dias da semana

8 diárias no mês = R$ 960

R$ 1.463,33 (-) R$ 503,33

Para quem precisa somente por três dias

da semana

12 diárias no mês R$ 1.440,00

R$ 1.463,33 (-) R$ 23,33

Para quem precisa somente por quatro

dias da semana

16 diárias no mês = R$ 1.920,00

R$ 1.463,33 (+) R$ 456,33

Para quem precisa somente por cinco dias

da semana

20 diárias no mês = R$ 2.420,00

R$ 1.463,33 (+) R$ 856,67

É importante observar:1– Se o empregador doméstico usar o modelo completo na Declaração Anual de Imposto de Renda, ele ressarcirá o INSS

recolhido em R$ 75,30 (considerando o salário-míni- mo atual de R$ 788,00), o que reduz o custo do empregado para R$ 1.418,03.

2– Tem muito empregador dizendo que vai pôr umas duas ou três diaristas para cobrir a semana. Se uma pessoa de confiança já é difícil, imagine:

• Duas ou três pessoas diferentes, cada uma com uma có- pia da chave da sua casa?

• Seu filho ou pessoa idosa convivendo com pessoas dife- rentes durante a semana?

• Se quebrar ou sumir alguma coisa, quem foi dos dois diarista contratados?

• E se resolverem entrar com uma ação na justiça? O em- pregador poderá ter várias ações em vez de uma.

• E, finalmente, um deixando o serviço para o outra.O empregador terá uma economia, mas estará perdendo o

| 1919 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

conforto de ter uma pessoa que diariamente está cuidando de sua casa, lavando, cozinhando etc. E a mulher que trabalha fora, terá ainda a jornada dupla ao chegar do trabalho.

Resumindo: sua casa poderá se tornar uma bagunça e trará uma boa dor de cabeça. Não aconselho ninguém a fazer esta eco- nomia, que pode se tornar muito cara.

RESPOSTA FINAL: dependendo da quantidade de dias que se precisa de um trabalhador doméstico, É MUITO MAIS BA- RATO TER UM EMPREGADO DOMÉSTICO QUE UM DIA- RISTA.

20 | MARIO AVELINO

É importante destacar, que o aumento de custo do emprega-dor doméstico com a nova Lei, foi de apenas 8% (oito por cento) a partir de outubro de 2015, sendo:

1 – INSS, que passou de 12% para 8%, diminuindo em 4%. Esta diminuição foi graças a campanha de Abaixo Assinado “Le-galize sua doméstica e pague menos INSS” do Instituto Domés-tica Legal;

2 – Seguro Acidente de Trabalho de 0,8%;3 – FGTS de 8%;4 – Antecipação da Multa de 40% do FGTS em caso de de-

missão Sem Justa Causa pelo Empregador. É importante desta-car, que se o empregado doméstico pedir demissão, falecer, for demitido Por Justa causa, o dinheiro da Multa volta para o em-pregador doméstico.

Outro aspecto importante, é que o empregador doméstico, que usar o Modelo Completo na Declaração Anual de Ajuste do Imposto de Renda, poderá restituir o INSS recolhido durante o ano.

Resumindo, o aumento de 8%, deu ao empregado doméstico direitos justos e dignos como qualquer outro trabalhador, tais como FGTS, Seguro Desemprego, Seguro Acidente de Trabalho, sem onerar muito o empregador doméstico.

Não vale a pena ter um empregado doméstico na informali-dade, pois os custos e riscos da informalidade podem ficar muito

5- CUSTO DE EM EMPREGADO “DENTRO DA LEI” VERSUS UM “FORA

DA LEI”

| 2121 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

caro, além de prejudicar seu empregado doméstico e se prejudi-car.

O Quadro I apresenta a relação de custos de um empregado dentro e fora da Lei, tomando como exemplo uma pessoa que recebe um salário de R$ 1.000,00 e R$ 120,00 de vale-transporte.

Quadro IComparação entre os custos de um empregado remunerado con-

forme determina a Lei versus à revelia da Lei

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

1.1 − Salário. 1.000,00 1.000,00

1.2 − INSS do empregador (8%). 80,00 0,00

1.3 − FGTS (8%). 80,00 0,00

1.4 − Provisionamento da multa em caso de demissão sem justa causa (3,2%). 32,00 0,00

1.5 − Seguro acidente de trabalho (0,8%). 8,00 0,00

Subtotal 1.200,00 1.000,00

Descontos do empregado.1.6 − INSS (8%) − não considerado como custo mensal, mas se houver uma ação trabalhista o empregador informal vai ter que pagar a parte do empregado.

0,00 80,00

1.7 – Se houver vale-transporte, encarecerá nos dois casos, só que o empregador fora da Lei não terá o ressarcimento de 6%.

(-) 60,00 (+) 60,00

Total do custo mensal do empregador = Mais 20% sobre o salário pago. 1.200,00 1.140,00

2 − Provisionamento dos custos anuais no mês.2.1 − 1/12 avos de 13º salário. 83,33 0,00

22 | MARIO AVELINO

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

2.2 − 1/12 avos de férias. 83,33 0,00

2.3 − 1/12 avos de 1/3 de férias. 27,78 0,00

Subtotal 194,44 0,002.4 − INSS (8%) + FGTS (8%) + Provisionamento multa por demissão sem justa causa (3,2%) + 0,8% de Seguro Acidente de Trabalho = 20%.

38,89 0,00

Total do provisionamento mensal =Mais 23,33% sobre o salário pago. 233,33 0,00

3 − Total do custo mensal + provisionamento 13º salário e férias =Mais 49,33% sobre o salário pago.

1.493,33 1.140,00

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

4 − Custo a mais do empregador LEGAL. 353,33

5 − Se o empregador doméstico usar o Mo-delo na Declaração Anual de Imposto de Renda, ele restitui no próximo ano o INSS recolhido tendo como base o salário-míni-mo federal, que em 2015 é de R$ 788,00.

- 75,30

5.1 − Custo a mais do empregador LEGAL se deduzir o INSS no Imposto de Renda anual.

278,03 = 1.418,03

6 – Para o empregador que banca o INSS do empregado doméstico e não desconta os 6% do vale-transporte.

6.1 − É uma obrigação do empregado doméstico contribuir com o INSS, cujo desconto varia de 8% a 11% de acordo com o salário recebido. Nada impede do empregador passar a descontar o INSS do empregado para compensar o aumento de custo do FGTS.= - 8% a – 11%.

80,00

| 2323 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

7.1.1 − Pagamento de férias, 13º salário, caso não tenha comprovante. 194,40

7.1.2 − Recolhimento do INSS parte do empregador + a do empregado (16%) + multa de 20% e juros e correção monetária por atraso.

235,00

7.1.3 − Recolhimento do FGTS + provisionamento de multa + multa por atraso de 10% + juros e correção monetária.

135,00

Subtotal 564,40

7.1.4 − Custo mensal a mais do emprega-dor ILEGAL em relação ao LEGAL. 271,07

7.1.5 − Custo por ano a mais do emprega-dor ILEGAL em relação ao LEGAL. 3.252,84

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

6.2 – É um direito do empregador doméstico descontar 6% (seis por cento) do salário do empregado para ressarci-mento do vale-transporte. Este valor está limitado ao valor da compra. = - 6%.

60,00

6.3 – Total que pode ser descontado para diminuir as despesas com o aumento dos custos com a aprovação da regulamenta-ção dos novos direitos. = - 14% a 17%.

- 140,00

6.4 – Se deduzir R$ 293,33 (item 4) de R$ 140,00 (item 6.3), o custo do empregador doméstico passa para:

153,33 = 1.353,33

7 − Possíveis custos do empregado ILE-GAL em caso de uma ação trabalhista.

7.1 – Custos mensais

24 | MARIO AVELINO

Custos no mês Dentro da Lei (R$)

Fora da Lei (R$)

7.2 − Custos quando ocorrer a ação trabalhista, para o exemplo de um empregado com um ano de trabalho.

7.2.1 − Direitos Trabalhistas + INSS e FGTS não recolhidos 3.252,84

7.2.2 − Advogado para se defender, de acordo com o valor da ação. Para uma ação de R$ 10.000,00, pois neste momento o advogado do empregado pedirá, também, horas extras etc.

1.000,00

7.2.3 − Multa por descumprimento da Lei, pelo menos: 678,00

7.2.4 − Possível indenização em caso de aposentadoria por invalidez, que pode chegar a mais de R$ 512.000,00 de acordo com a idade do empregado doméstico.

512.200,00

Possível custo Total a mais do emprega-dor ILEGAL 517.130,84

5.1 – AçõES TRABALHISTAS

AÇÕES TRABALHISTAS contra empregadores domésticos podem constituir uma mina de ouro para alguns advogados que ficam junto aos sindicatos fazendo propaganda boca a boca entre os clientes que já defenderam em ações, e assim os processos es-tão crescendo cada vez mais.

Há uma conversa que pode ser chamada de o “canto da se- reia”, na qual o advogado diz para o empregado doméstico que, caso assine uma autorização para entrar com uma ação traba-lhis- ta, ele receberá, no mínimo, uns R$ 15.000,00 sem nenhuma des- pesa, além de dizer que o empregador era um explorador.

| 2525 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Esses advogados, em geral, já têm uma ação padrão, na qual normalmente só trocam os nomes do empregado e do emprega- dor, e os dados pessoais do reclamante e do reclamado. Nessas ações vão pedir tudo, o que de fato o empregado tem direito e o que não tem.

Além de constituírem uma dor de cabeça para os emprega- dores, não é raro que os empregados que se deixam levar por esses profissionais também sejam iludidos quanto ao valor de suas respectivas causas, recebendo, ao final da ação, baixo valor de indenização. Há casos, em que o advogado pede em indeni- zações de R$ 50.000,00, objetivando fazer um acordo que, muitas vezes, é fechado por R$ 3.000,00, e ainda parcelado.

5.1.1 – AçõES TRABALHISTAS MAIS COMUNS

No Capítulo 5 foram mostradas situações em que normal- mente o empregador comete falhas, dando espaço para uma re- clamação trabalhista. Existem cinco tipos bem distintos de ação trabalhista no emprego doméstico:

I. O empregador não assinou a carteira de trabalho e não tem comprovante dos pagamentos realizados;

É a mais comum. Nesse caso, podem ser reclamados todos os benefícios devidos ao empregado, tais como férias, 13º salário dos últimos cinco anos, aviso-prévio, recolhimento do INSS (in- clusive a parte do empregado, que neste caso dá 20%, 12% do empregador mais 8% do empregado) vale-transporte.

Como não há comprovação do valor do salário recebido pelo empregado, esse valor pode ser alterado para maior ou mesmo

26 | MARIO AVELINO

alegado que o empregador não pagava o salário mensal.Dependendo do tempo em que o empregado trabalhou na

casa do empregador, alguns chegam a pedir mais de R$ 30.000,00.II. O empregador não assinou a carteira de trabalho e tem

comprovante dos pagamentos realizados;Neste caso, podem ser requeridos os mesmos benefícios do

item anterior. Se o empregador possuir os recibos de pagamento de salário, vale-transporte, férias, 13º salário e rescisão, e tiver um bom advogado, normalmente será condenado a recolher so- mente o INSS com sua parte e a do empregado, além do FGTS.

III. O empregador assinou a carteira de trabalho e não tem comprovante dos pagamentos realizados;

O advogado do empregado doméstico pode pedir as mesmas coisas do primeiro item deste tópico, com o objetivo de chegar a um acordo.

IV. O empregador assinou a carteira de trabalho e tem com- provante dos pagamentos realizados;

Neste caso, o empregador só perde a ação se tiver um péssimo advogado de defesa e, ainda, tem o direito de pedir que a parte perdedora pague as custas judiciais do seu advogado.

V. O empregador não tem um controle de ponto (livro, fo- lha de ponto ou outro tipo de controle).

A partir do direito a horas extras e o adicional noturno, não há dúvidas que crescerá o número de ações pedindo este direito, mesmo que o empregado não o tenha. A Lei obriga o controle de ponto. Para se prevenir, é importante que o empregador do-mésti- co faça algum controle de ponto que, mensalmente, seja assinado pelo empregado. Mesmo que o empregador só tenha um funcio- nário, é obrigatório ter um controle de ponto que

| 2727 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

tenha assinatura do mesmo. O Portal Doméstica Legal oferece várias formas de controle de ponto, inclusive a Folha de Ponto Inteligente, que é GRATUITA. Mais detalhes podem ser vistos no Capítulo 16.

5..1.2 – PRAZO DE PRESCRIçãO PARA SE ENTRAR COM UMA

AçãO TRABALHISTA

Quando o empregado tem a carteira de trabalho assinada e até dois anos de tempo de serviço, após sair do emprego, e entrar com uma ação trabalhista (a partir da data de entrada do proces- so), os direitos retroagem aos últimos cinco anos de trabalho.

Observações:I. O INSS e o FGTS tem prazo de prescrição de cinco

anos. Exemplo: no caso de um empregado que trabalhou vinte anos, o empregador será condenado a recolher os últimos cinco anos, no máximo. Recomendo o empregador a regularizar todo o tempo de trabalho para não prejudicar o empregado doméstico;

II. Quando não tem a carteira assinada, o prazo para reclamar, a princípio, conta a partir da data de saída do empre-go, mas por não ter nenhuma comprovação, esse tempo pode até ultrapassar os dois anos previstos.

5..1.3 – QUANTO CUSTA UM ADVOGADO TRABALHISTA?

Normalmente, os advogados cobram entre um e dois salários- mínimos do empregador doméstico, uma vez que na maioria das vezes a ação é resolvida em uma única audiência, e as partes che- gam a um acordo.

28 | MARIO AVELINO

Acordo quer dizer que o empregador perdeu a ação, mas pa-gou menos do que o pedido. Quando o advogado do emprega- do doméstico pede valores elevados, este custo pode subir para mais de R$ 2.000,00.

Para o empregado doméstico, normalmente, não há custo, pois os advogados cobram honorários advocatícios de 30% sobre o que ganhar.

5.1.4 – REPRESENTANTE EM UMA AçãO TRABALHISTA

Não existe preposto para representar uma pessoa física em uma ação trabalhista. No caso, se o empregador está impossibili-tado de comparecer a audiência, ele deve fazer uma procuração por instrumento público, lavrada em cartório, com poderes espe-cíficos para o representante na ação. Esta procuração é feita em qualquer cartório, devendo comparecer o empregador e a pessoa a quem ele deseja passar a procuração.

5.2 – MULTAS

5.2.1 – MULTAS POR DESCOMPRIMENTO DA LEI

A lei 5.859, de 1972, alterada pela recente Lei nº 12.964, de 08 de abril de 2014, dispõe em seu art. 6º sobre as multas aplicáveis aos empregadores, no caso de descumprimento das disposições legais que regem as relações de trabalho do empregado domés-tico:

Art. 6º. E. As multas e os valores fixados para as infrações pre-vistas na Consolidação das Leis do Trabalho − CLT, aprovada pelo De-

| 2929 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

creto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, aplicam-se, no que couber, às infrações ao disposto nesta Lei.

§ 1º. A gravidade será aferida considerando-se o tempo de serviço doempregado, a idade, o número de empregados e o tipo da infração.

§ 2º. A multa pela falta de anotação da data de admissão e da remuneração do empregado doméstico na Carteira de Trabalho e Pre-vidência Social será elevada em pelo menos 100% (cem por cento).

§ 3º. O percentual de elevação da multa de que trata o § 2º deste artigo poderá ser reduzido se o tempo de serviço for reconhecido volun-tariamente pelo empregador, com a efetivação das anota- ções pertinen-tes e o recolhimento das contribuições previdenciá- rias devidas.

A multa deve ser paga para o empregado doméstico prejudi- cado.

Aplicam-se ao empregador doméstico todas as multas aplicá- veis às empresas, de acordo com o tipo de falta ocorrida, confor- me tabela abaixo:

Apesar da Lei Complementar 150 ter revogado a lei 5857/72, onde se inclui os artigos 6-E, com base no artigo 19 da Lei Com-plementar 150, que diz que a CLT está subsidiada diretamente a Lei Complementar 150.

30 | MARIO AVELINO

Multas por Infrações a Legislação TrabalhistaInfração Dispositivo

infringidoQuantidade de

UFIR

Em reais,multiplicado

por R$ 1,0641 ‒valor congelado

da UFIR

Observações

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Falta de anota-ção da CTPS CLT art. 29 378,284 378,284 R$ 402,53 R$ 402,53 ---

Falta de registro de empregado CLT art. 41 378,284 756,568 R$ 402,53 R$ 805,06

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

Extravio ou inutilização da

CTPSCLT art. 52 189,1424 189,1424 R$ 201,27 R$ 201,27 ---

Retenção da CTPS CLT art. 53 189,1424 189,1424 R$ 201,27 R$ 201,27 ---

| 3131 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Infração Dispositivoinfringido

Quantidade deUFIR

Em reais,multiplicado

por R$ 1,0641 ‒valor congelado

da UFIR

Observações

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Duração do trabalho

CLT art. 57a 74 37,8285 75,657 R$ 40,25 R$ 80,50

Dobrado nareincidência,oposição ou

desacato

Salário-mínimo CLT art. 76a 126 37,8285 75,657 R$ 40,25 R$ 80,50 Dobrado na

reincidência

FériasCLT art.

129 a152

160,0000 320,0000 R$ 170,26 R$ 340,52

Por em-pregado,

dobrado na reincidência,embaraço ou

resistência

Segurança do trabalho.

Valerá a partir do momento

que forem regulamentadas

as normas de segurança dotrabalho pelo Ministério do

Trabalho

CLT art. 154 a200

630,4745 630,4745 R$ 670,89 R$ 670,89

Valor máxi-mo na reinci-

dência,embaraço,resistência,artifício ousimulação

Trabalho do menor

CLT art. 402 a441

378,2847 756,568 R$ 402,53 R$ 805,06

Por menorirregular atéo máximo de

1.891,4236UFIR,

dobrada na reincidência

Anotação inde-vida na CTPS CLT art. 435 378,2847 378,2847 R$ 402,53 R$ 402,53 ---

32 | MARIO AVELINO

Infração Dispositivoinfringido

Quantidade deUFIR

Em reais,multiplicado

por R$ 1,0641 ‒valor congelado

da UFIR

Observações

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

Atraso pa-gamento de

salário

CLT art. 459, Art.4º, § 1º

160,0000 160,0000 R$ 170,26 R$ 170,26Por empre-

gadoprejudicado

Não pagamento de verbas resci-sórias no prazo

previsto

CLT art. 477, § 6º 160,0000 160,0000 R$ 170,26 R$ 340,52

Por em-pregado

prejudicado + multa de

1 (um) salá-rio, corrigi-do, para o

empregado

13º salário Lei nº4.090/62 160,0000 320,0000 R$ 170,26 R$ 170,26

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

Vale-transporte Lei nº7.418/85 160,0000 320,0000 R$ 170,26 R$ 170,26

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

FGTS: falta de depósito.

Uma vez san-cionada a lei nº 7.156/2010,

a mesma passa a valer para

quem optou em depositar o

FGTS, e valerá para todo

empregador doméstico,

quando o mes-mo se tornar obrigatório

Lei nº8.036/90,Art. 23, I

10,0000 20,0000 R$ 10,64 R$ 21,28

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

| 3333 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Infração Dispositivoinfringido

Quantidade deUFIR

Em reais,multiplicado

por R$ 1,0641 ‒valor congelado

da UFIR

Observações

Mínimo Máximo Mínimo Máximo

FGTS: Apresen-tar informações

com erro ou omissões. Uma

vez sancio-nada a Lei nº

7.156/2010, pas-sa a valer para quem optouem depositar

o FGTS, e valerá para todo

empregador doméstico,

quando o mes-mo se tornar obrigatório

Lei nº8.036/90,art. 23,

III

2,0000 4,0000 R$ 2,13 R$ 4,26

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

FGTS: Deixar de efetuar os

depósitos apósa notificação. Uma vez san-cionada a Lei nº 7.156/2010, passa a valer para quem

optou em depo-sitar o FGTS, e

valerá para todo empregador doméstico,

quando o mes-mo se tornar obrigatório.

Lei nº8.036/90,art. 23, V

10,0000 20,0000 R$ 10,64 R$ 21,28

Por em-pregado,

dobrado na reincidência

34 | MARIO AVELINO

Com a extinção da UFIR, e como até o momento não houve manifestação do MTE a respeito, deve-se utilizar a última UFIR oficial divulgada: R$ 1,0641.

Com base nas multas acima, um empregador doméstico pode ser condenado a pagar só em multas o valor de R$ 2.139,40, se o juiz considerar que ele cometeu várias infrações, conforme exemplo abaixo:

É importante destacar que o objetivo da multa é, primeiro, estimular a FORMALIDADE, E NÃO PUNIR, o que torna im- portante a correção do indexador da multa, pois quanto maior o valor da multa, mais inibirá a INFORMALIDADE.

Em conclusão, vê-se que é mais barato ter um empregado do- méstico dentro da Lei do que fora da Lei. Nesse último caso, além da multa, pagam-se os direitos trabalhistas, advogado para

Motivo da multa Valor da multaFalta de registro do empregado R$ 402,53Extravio ou inutilização da carteira de trabalho R$ 201,27Retenção da carteira de trabalho R$ 201,27Duração do trabalho R$ 40,25Pagar menos que o salário-mínimo, quando o empregado doméstico trabalhar no mínimo cinco dias por semana

R$ 40,25

Não pagar férias R$ 170,26O empregado doméstico ser menor de 18 anos R$ 402,53Atraso no pagamento de salário R$ 170,26Não pagamento de verbas rescisórias no prazo previsto R$ 170,26

Não pagamento do 13º salário R$ 170,26Não pagamento do vale-transporte R$ 170,26TOTAL R$ 2.139,40

| 3535 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

se de- fender, despesas do advogado do empregado doméstico, além do vexame de ter que ir à Justiça e gastar tempo.

5.3 – FISCALIZAçãO NO EMPREGO DOMÉSTICO

A LEI COMPLEMENTAR 150/2015 estabelece os seguintes procedi- mentos para a fiscalização do emprego doméstico:

Art. 44. A Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, passa a vi- gorar acrescida do seguinte art. 11-A:

Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-fiscal do Trabalho, do cumprimento das normas que regem o trabalho do empregado domésti-co, no âmbito do domicílio do empregador, dependerá de agendamento e entendimento prévios entre a fiscalização e o em- pregador.

§ 1º. A fiscalização deve ter natureza prioritariamente orienta-dora.

§ 2º. Será observado o critério de dupla visita para lavratura dE autos de infração, salvo quando for constatada infração por falta de ano-tação na CTPS ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resis-tência ou embaraço à fiscalização.

§ 3º. Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Audi- tor-fiscal do Trabalho far-se-á acompanhar pelo empregador ou por al-guém de sua família por ele designado.

§ 4º. Em face da suspeita de ocorrência de trabalho escravo, de tortura, maus tratos e tratamento degradante, de trabalho infan- til ou de qualquer violação dos direitos fundamentais do indiví- duo, pode ser requisitada, mediante justificativa fundamentada, autorização judicial para a realização de inspeção compulsória no local de prestação do ser-viço doméstico.

36 | MARIO AVELINO

A redação proposta no PLP respeita o inciso XI do artigo 5º da Constituição Federal, que determina:

A casa é asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo pe- netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.

5.4 – VALE A PENA SER UM EMPREGADOR DOMÉSTICO “FORA

DA LEI”?

NÃO! Em muitos casos, quando o empregado doméstico não tem carteira assinada, o empregador paga o 13º salário e o valor referente a um terço de férias e “economiza” os valores referen-tes ao pagamento do INSS, do FGTS e do Seguro Acidente de Trabalho que, somados, correspondem a R$ 200,00 por mês.

No entanto, se o empregado entrar na Justiça com uma recla-mação, o empregador corre os riscos de pagar em dobro as férias, o 13º salário, o aviso-prévio, dentre outros, arcar com gastos com advogado e pagar multas trabalhistas por descumprimento da Lei. Isso sem falar da dor de cabeça, da perda de tempo e dos desgastes emocional e social por ter que responder a uma ação trabalhista, pelo custo e o pelo desgaste de perder horas ou dias de trabalho para resolver a demanda trabalhista, pelo estresse de se sentir injustiçado porque pagou o que o empregado tinha direito e pelo sentimento de ter sido traído por uma pessoa de confiança que ele considerava “até parte da família”. Há, tam-bém, o risco de o empregado adoecer ou de se tornar inválido, seja por um acidente ou por doença, e o empregador não poder

| 3737 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

manter o pagamento de um salário ou de uma aposentadoria. E, finalmente, o prejuízo de perder um empregado doméstico, em quem se depositou confiança, e ter que começar tudo de novo, procurando por um novo funcionário.

: Em resumo: O BARATO SAI CARO. NÃO VALE A PENA.

Quadro IVantagens de cumprir a Lei e desvantagens de não cumpri-la

Desvantagens de ter um empre-gado doméstico fora da Lei

Vantagens de ter um emprega-do doméstico dentro da Lei

Desgaste emocional e social por ter que responder a uma ação trabalhista.

Não ter o “fantasma” de uma ação trabalhista.

O estresse de se sentir injustiça-do porque pagou tudo o que o empregado tinha direito, além de ajudá-lo e, no final, sentir-se traído por uma pessoa que eraconsidera-da parte da família.

Cumprir o mínimo exigido pela Lei e pela responsabili-dade social do empregador doméstico, que é o trabalhador se sentir seguro, digno e respei-tado como cidadão.Ter uma relação transparente e duradoura.

Dor de cabeça: o custo e o des-gaste de perder horas ou dias de trabalho para resolver a demanda trabalhista.

Não ter o risco de sofrer ame-aças de ações na justiça pelo empregado.

Prejuízo de perder um empregado doméstico, em quem se depositou confiança, e ter que começar tudo de novo, procurando por um novo funcionário.

Ter um empregado satisfei-to, que pode apresentar uma carteira assinada e sentir-se seguro.

38 | MARIO AVELINO

Risco de o empregado adoecer ou de tornar inválido, seja por um acidente ou por doença. Neste caso, ter que pagar os meses de afastamento.

Não ter custos de salário ou hospitais em caso de doença ou hospitalização, pois o empre-gado está segurado pelo INSS.

No caso de afastamento por doença ou por invalidez, quem paga o salário é o INSS, já a partir do primeiro dia de afas-tamento.No caso de afastamento por maternidade, quem paga o salário dos meses afastados é o INSS, inclusive os avos do 13º salário.

5.5 – COMO FORMALIZAR O EMPREGADO DOMÉSTICO QUE

ESTÁ NA ILEGALIDADE

5.5.1 – PROCEDIMENTOS LEGAIS

I. Assinar a carteira de trabalho com data retroativa a ad- missão;

Estar contribuindo com a apo-sentadoria de seu empregado.

Gastos com advogados para se defender. Correr o risco de ser condenado a pagar uma indeniza-ção que pode chegar a mais de R$ 500.000,00, no caso do empregado ficar inválido em caso de acidentes ou doença grave.

Poder estar em paz e tranquilo.

| 3939 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

II. Fazer todos os recibos de pagamento mensal, férias, 13º salário e vale-transporte, se houver, e principalmente fa- zer com que o empregado assine todos os recibos;

Cuidados a serem observados: (a) os recibos devem ter a data em que realmente foram feitos os pagamentos, e (b) os valores devem ser calculados de acordo com o salário e a tabela de INSS da época.As tabelas de INSS e Imposto de Renda mudam, nor- malmente, uma vez por ano, no dia primeiro de janeiro.

III. Recolher o INSS referente a todos estes pagamentos, in-clusive sobre o 13º salário e férias, que tem o adicional de 1/3;

IV. Atualizar a carteira de trabalho com as alterações sala- riais, férias, afastamentos etc.

Isso é tarefa para um especialista em recursos humanos, uma vez que além de ser trabalhoso, é delicado, devendo ser dotado de precisão para evitar futuros problemas.

O Portal Doméstica Legal − www.domesticalegal.com.br − permite que o empregador faça todo este trabalho pela internet, além de oferecer a terceirização para execução deste serviço.

5.5.2 – REGULARIZAçãO DAS DÍVIDAS COM O INSS USANDO

O REDOM

A regularização do INSS constitui um dos maiores custos para a legalização do empregado1. O empregador deve recolher

1 1 O Programa de Recuperação Previdenciária dos Empregadores Domés- ticos – REDOM, permite o refinanciamento de todos os débitos existentes do empregado e do empregador doméstico, conforme as seguintes regras:(a) Eliminação total da multa de 20% pelo atraso do pagamento, 60% dos juros de mora e eliminação dos encargos legais e advocatícios; (b) Limite de parcelas de até 120 meses; (c) Valor mínimo de cada parcela é de R$ 100;

40 | MARIO AVELINO

todas as parcelas do INSS relativas ao seu empregado, que dei-xou de pagar.

Com o REDOM, haverá um parcelamento em até 120 meses, com:

• Anistia total da multa de 20% por atraso;• Redução de 60% dos juros de mora;• Anistia das despesas advocatícias.

Exemplo:Para um empregador doméstico que deve 5 (cinco) anos de

INSS, e sempre pagou um salário-mínimo por mês, seu débito sem o REDOM seria de R$ 12.393,06, se fosse pagar tudo no dia 19 de maio de 2015.

Com o REDOM, seu débito reduziu para R$ 9.509,31, sendo pago em 95 parcelas de R$ 100,10, uma redução de R$ 2.882,71, equivalente a menos 23,26%. É mais um estímulo para que o em-pregador assine a carteira de trabalho com a data real de admis-são.

Para solicitar o parcelamento do REDOM, o empregador do- méstico terá até o dia 28 de setembro de 2015, ou seja, 120 dias a contar da data em que foi sancionada a Lei Complementar 150.

(d) Prazo para o empregador doméstico FORMAL ou INFORMAL aderir ao RE-DOM, em até 120 dias a contar da data de aprovação do REDOM;(e) Serão parcelados débitos do empregador e do empregado até o mês de março de 2013; (f) O empregado doméstico tem que ter a carteira de tra- balho assinada com a data de admissão e o salário; (h) O empregador que atrasar injustificadamente até três parcelas, terá cancelado o parcelamento do financiamento. Valerá a pena aderir ao REDOM, pois o em-pregador doméstico que deixou de recolher o INSS do seu empregado terá uma eco- nomia muito grande.

| 4141 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Mais detalhes, veja os artigos 39 a 41 da Lei Complementar 150 no Anexo 2.1.

5.5.3 – MULTAS POR ATRASO NO RECOLHIMENTO

O não recolhimento do INSS implica em multa de 20% sobre o valor não recolhido, e a partir daí juros de mora mais correção monetária.

5.5.4 – ACORDO ENTRE EMPREGADOR E EMPREGADO DOMÉS-

TICOS

Quando o empregador estiver em débito com seu emprega- do, ele deve negociar como serão realizados os pagamentos, em especial, as férias e o 13º salário.

A lei retroage os direitos do trabalhador aos cinco últimos anos, no caso de uma ação trabalhista. É importante que o em- pregador pague todos os débitos não quitados, negociando com o empregado para evitar a propositura de uma ação trabalhista, denúncias e pagamento de multas.

Como fazer:I. Assinar a carteira de trabalho com data retroativa a ad-

missão;II. Fazer recibo e pegar a assinatura de férias, 13º salário,

além dos recibos de pagamentos mensais de todos os meses tra-balhados.

Pelo Portal Doméstica Legal — www.domesticalegal.com.br − o empregador poderá calcular.

42 | MARIO AVELINO

5.6 – REDOM – PROGRAMA DE RECUPERAçãO PREVIDENCIÁ-

RIA DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS

Foi criado pela Lei Complementar 150 para estimular os em-pregadores a regularizarem o INSS não recolhido de seus empre-gados domésticos, e principalmente estimular os empregadores domésticos informais a assinarem a carteira de trabalho de seus empregados domésticos.

De acordo com o artigo 41 da Lei Complementar 150, o em-pregador teria até o dia 30 de setembro de 2015 para aderir ao REDOM, e com isso teria as seguintes vantagens:

a) Parcelamento em até 120 cento e vinte meses) dos débi-tos com o INSS existentes com vencimento até o dia 30/04/2013. O valor mínimo da parcela era de R$ 100,00;

b) Isenção de 100% da multa por recolhimento em atraso;c) Redução de 60% (sessenta por cento) dos juros de mora

por atraso.Em função do boicote da Secretária da Receita Federal, so-

mente 13.500 empregadores domésticos em todo pais aderiram ao REDOM. A expectativa era que pelo menos um milhão de em-pregadores domésticos informais aderissem ao programa.

O boicote da Receita Federal foi:1) O REDOM só refinancia débitos do INSS no emprego até

o dia 30/04/2013, o que significa até a competência do mês de março de 2013. Os débitos de abril/2013 até a presente data não terão os estímulos do:

a) parcelamento em até 120 meses, b) anistia da Multa por atraso, c) redução em 60% dos Juros de Mora por atraso, e

| 4343 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

d) redução total dos encargos legais e advocatícios; 2) O prazo que a Lei Complementar 150/2015 deu de 120 dias,

serão de apenas 10 dias, pois o empregador deverá aderir entre os dia 21 e o dia 30 de setembro/2015;

3) Uma burocracia e exigência de vários documentos que mui-tos empregadores não cumprirão em apenas 8 (oito) dias úteis;

4) Pelo Artigo 7º. da Portaria 1.302, ela muda a Lei Comple-mentar 150/2015, estabelecendo que só tem a isenção da Multa, a redução de 60% dos Juros de Mora, o empregador que pagar a VISTA, quando pelos artigos 39 a 41 da Lei Complementar 150/2015, estas deduções é também para quem optar pelo PAR-CELAMENTO ou seja, mais um golpe para aumentar a arreca-dação;

5) Que no formulário de adesão ao REDOM (ver anexos 1 e 2), seja substituído o texto que diz “Declara ainda estar ciente de que o presente pedido e pagamento dos débitos no âmbito do REDOM não importa reconhecimento, pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), da concessão de benefícios requeridos junto a esse órgão”, que e um verdadeiro ABSURDO e CRUEL-DADE, o empregador pagar um débito para seu empregado do-méstico estar segurado, e ao mesmo tempo não ter a garantia de reconhecimento deste pagamento pelo INSS, para efeito de benefícios ao empregado. O texto apresentado é aproveitava da BOA FÉ do empregador e o empregado doméstico, um verda-deiro CRIME que tem que foi denunciado pelo Instituto Domés-tica Legal, mas, infelizmente acabou em PIZZA.

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Neste momento, tramita na Justiça Federal a primeira ação de um empregador doméstico, exigindo que a Receita Federal par-cela seu débito em 120 meses, com a isenção de 100% da Multa e redução de 60% dos Juros de Mora, o que irá gerar uma econo-mia de R$ aproximadamente R$ 7.500,00 para este empregador doméstico. Esta ação foi feita através de advogados do Instituto Doméstica Legal.

Sugiro, ao empregador doméstico que queira regularizar o INSS em atraso de seu empregado, a também entrar com uma ação na justiça, do obrigando o governo a respeitar os direitos do cidadão brasileiro.

| 4545 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

6- ADMISSãO

Quais os passos para se fazer uma admissão dentro da Lei, evitar custo de Aviso Prévio, restituir a multa de 40% do FGTS?

6.1 – ExAME MÉDICO ADMISSIONAL

Com a aprovação da PEC das domésticas em abril de 2013, uma das obrigações do empregador doméstico, que ainda não foi normatizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, é a re-aliza- ção dos exames médicos admissional, periódico e demis-sional.

Mesmo que esse procedimento ainda não esteja normatizado, é recomendável a todo empregador que, antes de admitir o em-pre- gado doméstico, requisite um exame médico admissional para ver se o mesmo está apto a desenvolver as atividades para as quais será contratado.

Isso pode evitar, por exemplo, a contratação de um empre- gado com problemas de saúde que podem ser agravados com o desempenho de atividades para o qual não está apto, gerando afastamentos por doença e outros problemas.

Estes exames são feitos em clínicas de medicina e segurança do trabalho e custam em média R$ 30,00.

O exame admissional, assim como o periódico e o demissio-nal, é pago pelo empregador doméstico.

46 | MARIO AVELINO

6.2 – CONTRATO DE ExPERIêNCIA

É fundamental que na admissão do empregado doméstico se faça um contrato de trabalho, que pode ser por prazo indetermi- nado, ou de experiência.

É recomendável que o empregador faça, inicialmente, um con- trato de experiência, que pode ser prorrogado uma única vez, não ultrapassando o prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser de:

• 30 dias;• 30 dias, prorrogados por mais 60 dias;• 45 dias;• 45 dias, prorrogados por mais 45 dias;• 60 dias;• 60 dias, prorrogados por mais 30 dias;• 90 dias.O contrato de experiência deve ser anotado na carteira de tra-

balho em Anotações Gerais. No caso de rescisão contratual por parte do empregador antes

de terminar o período de experiência, o mesmo deve indenizar o empregado com a metade do salário que falta até o término do contrato.

Caso seja pedida a demissão pelo empregado doméstico antes do término do contrato, ele terá de indenizar o empregador do- méstico com a mesma multa.

Rescindindo o contrato no término da experiência, o empre- gador não terá que pagar o aviso-prévio.

A mesma situação se aplica ao empregado: todas as outras ver- bas rescisórias (saldo de salário, 13º salário proporcional, fé-

| 4747 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

rias pro- porcionais acrescidas de 1/3) serão pagas na rescisão do contrato.

6.3 – CONTRATO DE ExPERIêNCIA POR PRAZO DETERMINADO

0

De acordo com o Inciso II do Artigo 4º. Da Lei Complementar 150, é facultada a contratação, por prazo determinado do em-pregado doméstico para atender necessidades familiares de na-tureza transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato interrompido ou suspenso.

De acordo com o Inciso II do Artigo 4º. Da Lei Complementar 150, é facultada a contratação, por prazo determinado do em-pregado doméstico para atender necessidades familiares de na-tureza transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato interrompido ou suspenso.

As vantagens do contrato por prazo determinado, é que no término, o empregador:

a) Não terá o custo de indenizar o Aviso Prévio de 30 dias;b) Terá o ressarcimento da Multa de 40% do FGTS, que foi

depositada durante a vigência do contrato.O empregado, sacará o FGTS depositado no término do con-

trato.De acordo com os artigos 6º. a 7º. da Lei Complementar 150,

caso o contrato seja rescindido antes do prazo estabelecido, a parte que rescindiu o contrato pagará a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o término do con-trato.

Exemplos:

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Uma empregada que vai substituir outra em caso de Afasta-mento por Licença Maternidade, Acidente de Trabalho, ou Do-ença. Contratar um Cuidador de Idoso para cuidar de um pessoa em estado terminal.

| 4949 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

7- VALE TRANSPORTE, DESCONTAR 6%

O Vale Transporte é um direito do empregado doméstico, mas é um direito do empregador descontar até 6% (seis por cento) do salário do empregado a título de ressarcimento, o que diminui o custo no emprego doméstico.

O VALE-TRANSPORTE é devido ao empregado no desloca-mento da residência para o trabalho e vice-versa, podendo ser descontados 6% do salário do empregado, limitado ao valor da compra do mês. Exemplo: um empregado doméstico que ganhe R$ 1.000,00 por mês, e gaste R$ 7,00 por dia para ir e vir da casa do seu empregador. Supondo-se que ele trabalhe de segunda a sábado, o que dá seis dias na semana, e se pretende comprar o vale-transporte para o mês de junho de 2015, que tem 25 dias úteis, teremos:

Vale-transporte = 25 dias * R$ 7,00 => R$ 175,00 Desconto no-salário do mês de junho de 2013 = R$ 1.000,00 * 6 / 100 = R$ 60,00

Neste caso, o custo total do empregador será de: R$ 175,00 – R$ 60,00 => R$ 115,00.

O vale-transporte deve ser pago no último dia útil do mês que antecede o mês de competência, munido do recibo de entrega do valor total da passagem (veja um modelo no anexo 7.4.6), sendo o recibo assinado pelo empregado mensalmente.

Exemplo: o vale-transporte do mês de junho de 2015 deve ser entregue ou pago até o dia 28 ou 29 de maio, caso o empregado trabalhe ao sábado.

50 | MARIO AVELINO

Na admissão do empregado, caso ele use vale-transporte, terá de ser preenchido o documento intitulado Termo de uso de vale- transporte (veja o anexo 7.15), que é um documento legal no qual o empregado declara quais os meios de transporte que usa para ir e vir de sua casa ao trabalho, e vice-versa, e o respectivo preço. Caso ele não use vale-transporte, pelo fato de dormir no trabalho ou morar perto, deve ser assinado o Termo de não uso de vale- transporte (veja o anexo 7.1.6).

Importante: apesar do Decreto nº 95.247, de 17 de novembro de 1987, proibir o pagamento do vale-transporte em dinheiro, esta condição, no caso do emprego doméstico, sempre foi aceita. Com a regulamentação da PEC das domésticas, o vale-transporte oficialmente pode ser entregue em dinheiro, com assinatura de recibo (veja o modelo no anexo 7.4.6).

Muitos empregadores não descontam os 6% (seis por cento) do vale-transporte sobre o salário, objetivando beneficiar o em- pregado doméstico, o que é muito bom.

Neste caso, aconselha-se a descontar no recibo de pagamento, como manda a Lei, e reembolsar por fora, pegando um recibo, pois em uma ação trabalhista os advogados colocam como be-nefício e querem incluir o valor não descontado para efeito de cálculo rescisório como férias, 13º salário e aviso-prévio.

| 5151 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

8- EVITAR HORAS ExTRAS

A hora extra, é o que mais encarece uma relação de trabalho, pois ela incidirá para os encargos do INSS, Seguro Acidente de Trabalho FGTS e antecipação da Multa de 40% do FGTS, além de média para pagamento do 13º. Salário, férias e rescisão.

8.1 – O QUE É HORA ExTRA?

Hora extra é o pagamento pela jornada de trabalho feita além da contratada.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o limite diário é de duas horas extras. Pela Lei Complementar não é citado limite, pois pelas características do emprego do-méstico, pode ocorrer dias com a necessidade de mais de duas horas.

O ideal é evitar que o empregado doméstico faça horas ex-tras, pois sai caro.

8.2 – COMO SE CALCULA E QUANTO CUSTA A HORA ExTRA?

Propõe a Lei Complementar 150/2015, em seu art. 2º; §§ 1º, 2º e 3º.Art. 2º. A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8

(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o dis-posto nesta Lei.

§ 1º. A remuneração da hora de serviço extraordinária será, no míni-mo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal.

52 | MARIO AVELINO

§ 2º. O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 220 (duzentos e vinte) horas, salvo se o contrato estipular jornada mensal infe- rior, que resulte em divisor diverso.

§ 3º. O salário-dia normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 30 (trinta) e servirá de base para pagamento do repouso remunerado e dos feriados trabalhados.

Fórmula de cálculo da hora extra

Hora Extra = (((salário-mês / Carga horária mensal) * (Percen-tual da hora extra / 100) + (salário-mês / Carga horária mensal) * Número de horas extras trabalhadas.

Fórmula simplificada:Hora Extra = ((Salário-mês / Carga horária mensal) * (Percen-

tual da hora extra) * Número de horas extras trabalhadas.Onde:

a) Salário-mês: salário contratual atual do empregado do- méstico;

b) Carga horária mensal: quantidade de horas trabalhadas por mês. Normalmente, para o trabalhador mensalista que traba-lha oito horas por dia e cinco dias na semana, a quantidade é de 220 horas. Pode ser menor. Por exemplo, de 180 horas para quem trabalha seis horas por dia;

c) Percentual da hora extra: normalmente é de 50% duran-te os dias úteis de trabalho, e de 100% em dias de descanso sema-nal remunerado (domingos e feriados);

d) Número de horas extras trabalhadas: é a quantidade de horas extras trabalhadas no mês.

| 5353 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Exemplo: um empregado que fez 44 horas extras no mês, a 50%, que tem uma carga horária mensal de 220 horas e ganha R$ 900,00 por mês:

Hora extra = (((R$ 900,00 / 220) * (50 / 100) + (R$ 900,00/ 220) * 44 →((R$ 4,09) * (0,50) + (R$ 4,09) * 44 →(R$ 2,05 + R$ 4,09) * 44 →R$ 6,14 * 44 → R$ 270,16.Aplicando a fórmula simplificada teremos: Hora extra =

((R$900 / 220) * 1.50) * 44 → ((R$4,09) * 1.50) * 44 →R$6,14 * 44 ' R$270,16.Observações:a) A hora extra incide para o cálculo do Descanso (ou Re-

pou- so) Semanal Remunerado − DSR;b) A hora extra incide pela média para o cálculo de férias e

13º salário;c) A hora extra incide para o cálculo do INSS, FGTS, Im-

pos- to de Renda, antecipação da multa de 40% sobre o FGTS e Seguro Acidente de Trabalho (que também faltam ser regula-mentados) que, a princípio, totaliza 20% para o em- pregador;

d) A hora extra também incide pela média para o cálculo de aviso-prévio na demissão, caso o empregado seja demiti- do sem justa causa.

54 | MARIO AVELINO

Fórmula de cálculo de hora extra, com adicional noturno

Quando a hora extra é feita no horário das 22 às 5 horas, deve ser adicionado mais 20% de adicional noturno.

Neste caso, a fórmula para calcular será:Hora extra = (((salário-mês / Carga horária mensal) * (Percen-

tual da hora extra) * (Percentual do adicional noturno) * Número de horas extras trabalhadas.

Onde:a) Salário-mês: salário contratual atual do empregado do-

méstico;b) Carga horária mensal: quantidade de horas trabalhadas

por mês. Normalmente, para o trabalhador mensalista que traba-lha oito horas por dia e cinco dias na semana, a quantidade é de 220 horas. Pode ser menor. Por exemplo, de 180 horas para quem trabalha seis horas por dia;

c) Percentual da hora extra: normalmente é de 50% durante os dias úteis de trabalho e 100% em dias de descanso se- manal remunerado (domingos e feriados);

d) Percentual do adicional noturno: percentual estabeleci-do do adicional noturno, que normalmente é de 20%;

e) Número de horas extras trabalhadas: é a quantidade de horas extras trabalhadas no mês.

Exemplo: um empregado fez cinco horas extras em horário no- turno no mês a 50%, e com adicional noturno de 20%. Ele tem uma carga horária mensal de 220 horas e ganha R$ 900,00 por mês.

Hora extra = ((R$900 / 220) * (1.50) * (1.20) * 5 →((R$4,09) * 1.50 * 1,20) * 5 →

| 5555 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

R$7,36 * 5 → R$36,82.

Fórmula de cálculo do Descanso Semanal Remunerado − DSR

Descanso Semanal Remunerado (DSR) é a média de horas ex- tras que o empregado doméstico faz nos dias de descanso (nor-

malmente aos domingos e feriados) caso trabalhasse.Uma fórmula simples, aceita pela Justiça do Trabalho, é divi-

dir por seis o valor das horas extras que será pago.O motivo de se dividir por seis é que, na média anual cada mês

terá cinco dias de descanso. Se dividirmos um mês de trinta dias por cinco dias de descanso, teremos: 6 → 30 / 5 = 6.

Fórmula de cálculo: DSR = Total calculado de horas extras / 6. Onde o total calculado de horas extras é o somatório de to- das as horas extras pagas no mês, pois além destas a 50%, pode também haver horas extras a 100% (trabalhadas em dias de des-

canso).Pegando o exemplo do cálculo onde o trabalhador recebeu

R$270,16, referente às 44 horas trabalhadas no mês, teremos:DSR = R$270,16 / 6 → R$45,03Custo total da hora extra no mês. Pegando o exemplo acima de 44 horas em um mês, teremos:

56 | MARIO AVELINO

• Situação antes da regulamentação da PEC das Domésticas. Aumento médio de 46,96% mês:

• Situação com a regulamentação da PEC das domésticas, com o FGTS, antecipação da multa de 40% sobre o FGTS e o Seguro Acidente de Trabalho. Neste caso, o INSS do empre- gador usado é de 8% com base sanção da Lei Complementar 150/2015, caso

Item Valor Acumulado

Aumento percentual

sobre o salário

mensal deR$ 900,00

1 – Horas extras R$ 270,16 R$ 270,16

2 – DSR R$ 45,03 R$ 45,03

SUBTOTAL R$ 315,19 35,02%

3 – INSS = 12% R$ 37,82 R$ 353,01

TOTAL DO MÊS R$ 353,01 39,22%ANUAL, SE O TRABALHADOR FIZER TODO MÊS

44 HORAS EXTRAS4 – Média para 13º salário R$ 29,42 R$ 383,43

5 – Média para férias + 1/3 de férias R$ 39,23 R$ 422,66

TOTAL DO ANO R$ 422,66 46,96%EM CASO DE DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA, AINDA HAVERÁ INCIDÊNCIA PELA MÉDIA PARA O AVISO-PRÉVIO. Divide-se a média dos últimos 12 meses, igual ao cálculo do 13º salário.

R$ 29,42 Mais 3,27%

| 5757 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

não se reduza o INSS para 6%, conforme item 3 abaixo. Aumento médio de 50,20% no mês:

Item Valor Acumulado

Aumento percentual

sobre o salário

mensal de R$900,00

1 – Horas extras R$ 270,16 R$ 270,16

2 – DSR R$ 45,03 R$ 45,03

SUBTOTAL R$ 315,19 35,02%

3 – INSS = 8% R$ 25,22 R$ 340,41

4 – FGTS = 8% R$ 25,22 R$ 365,635 – Antecipação da multa de 40% do FGTS = 3,2% R$ 10,09 R$ 375,02

6 – Seguro Acidente de Trabalho = 0,8% R$ 2,52 R$ 378,24

TOTAL DO MÊS R$ 378,24 42,03%ANUAL, SE O TRABALHADOR FIZER TODO MÊS

44 HORAS EXTRAS4 – Média para 13º salário R$ 31,52 R$ 409,76

5 – Média para férias + 1/3 de férias R$ 42,03 R$ 451,79

TOTAL DO ANO R$ 451,79 50,20%EM CASO DE DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA, AINDA HAVERÁ INCIDÊNCIA PELA MÉDIA PARA O AVISO-PRÉVIO. Divide-se a média dos últimos 12 meses, igual ao cálculo do 13º salário.

R$ 31,52 Mais 3,50%

58 | MARIO AVELINO

8.3 – COMPENSAçãO DA HORA ExTRA COM BANCO DE HORAS OU COMPENSAçãO NO MêS

Caso o empregador necessite que o empregado doméstico faça horas extras, para evitar os custos adicionais mostrados, pode haver compensação usando-se o banco de horas. A vanta-gem da compensação ou do banco de horas é que a hora extra será compensada na relação de um para um, sem o adicional de 50%, além de não haver incidências de INSS, FGTS, antecipação da multa de 40% do FGTS, Seguro Acidente de Trabalho, além de média para 13º salário, férias e aviso-prévio.

De acordo com convenções ou acordos coletivos entre os sin-dicatos de empregados e empregadores domésticos, pode ser feita a compensação das horas extras no mês ou em banco de horas. Caso não exista a Convenção Coletiva, prevalece a Lei Complementar 150/2015, que prevê a compensação e o banco de horas. Neste momento, já existem duas Convenções Coletivas no Estado de São Paulo. Veja o Capítulo 18 − Banco de horas e compensação da jornada de trabalho.

A compensação das horas extras no mês ou no banco de horas tem que ter a concordância do empregado e deve existir um termo de acordo assinado entre as partes.

| 5959 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

9- BANCO DE HORAS

Já que tem que haver as horas extras, o Banco de Horas é uma forma de diminuir o custo das horas extras, permitindo a com-pensação das 40 horas excedentes no mês, ou a prorrogação do pagamento das mesmas.

O chamado “banco de horas” caracteriza-se como a arma-ze- nagem de horas trabalhadas, além da jornada normal diária de trabalho, sem o pagamento do adicional de hora extra (no míni- mo, 50%). Para adotar o banco de horas deverá existir um acordo por escrito. Veja um modelo no anexo 7.3.2.

Ou seja, compensa-se uma hora extra por uma hora nor-mal, devendo tal excesso ser compensado pela sua correspon-dente di- minuição em outros dias de trabalho (inclusive faltas e atrasos), de tal forma que não exceda o período máximo de um ano, isto é, 12 meses de sua realização.

O banco de horas foi instituído pela Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998, e tem por princípio diminuir os custos das em- presas com o pagamento do adicional de 50% das horas extras, além dos custos de Descanso Semanal Remunerado ‒ DRS, INSS, FGTS, e média para férias e 13º salário, o que onera em média 150,80%, conforme abaixo:

Exemplo: para um empregado que ganha um salário men-sal de R$ 2.200,00 com uma carga horária de 220 horas, temos:

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O artigo 59 da CLT (Consolidação das Lei do Trabalho) prevê o banco de horas em seus parágrafos 2º, 3º e 4º, conforme abaixo:

Art. 59. A duração normal do trabalho pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado ou mediante contrato co-letivo de trabalho.

Item Valor Acumulado

1 – Valor da hora normal R$ 10,00 (R$ 2.200,00 / 220) R$ 10,00

2 – Valor da hora extra R$ 15,00 (R$ 10,00 x 1,50) R$ 15,00

3 – Descanso (Repouso) Semanal Remunerado ‒ DSR

R$ 2,50 (R$ 15 / 6) R$ 2,50

4 – SUBTOTAL – 1 hora extra + DSR R$ 17,50 R$ 17,50

5 – INSS do empregador = 12% R$ 2,10 (R$ 17,50 x 1,12) R$ 19,60

6 – FGTS (atualmente opcional) = 8% R$ 1,40 (R$ 17,50 x 1,08) R$ 21,00

7 – TOTAL GASTO NO MÊS = 110% R$ 11,00 (R$ 21 – R$ 10,00)

8 – Média para 13º salário = 1/12 avos = 8,333% R$ 1,75 (R$ 21,00 x 0,08333) R$ 22,75

9 – Média para férias + 1/3 de Abono = 1/12 avos = 11,10%

R$ 2,33 (R$ 21,00 x 0,1110) R$ 25,08

10 – CUSTO TOTAL MÉDIO ANUAL DE 1 HORA EXTRA = 150,80%

R$ 15,08 (R$ 25,08 – R$ 10,00)

| 6161 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

§ 2º. Pode ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

§ 3º. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na for-ma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.

§ 4º. Os empregados, sob o regime de tempo parcial, não pode-rão prestar horas extras. Regime de Tempo Parcial é quando a Jornada de Trabalho Semanal é de no máximo 25 horas.

9.1 – DIFERENçA ENTRE BANCO DE HORAS E REGIME DE COMPENSAçãO

Não confundam ambos os institutos. O banco de horas, por sua excepcionalidade e por refletir em maiores riscos à saúde e à segurança do trabalhador, deve estar amparado em norma cole-tiva, enquanto que o regime de compensação, em tese, propicia vantagens ao trabalhador por racionalizar seu tempo e, por isso, se opera por simples acordo bilateral.

O Portal Doméstica Legal (www.domesticalegal.com.br) dis-ponibiliza gratuitamente o “Sistema de Ponto Inteligente”, onde o empregador doméstico emite a folha de ponto mensal e geren-cia o banco de horas e a compensação de horas.

62 | MARIO AVELINO

Pela Lei Complementar 150/2015, de acordo com o artigo 2º, o banco de horas será da seguinte forma:

§ 4º. Pode ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regi-me de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia.

§ 5º. No regime de compensação previsto no § 4º: I – será devido o pagamento, como horas extras, na forma do

§ 1º, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho;

II – das 40 horas referidas no inciso I, poderão ser deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês;

III – o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 (um) ano.

§ 6º. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que te-nha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § 5º, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não com-pensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da Rescisão.

§ 7º. Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que os empregados que moram no local de trabalho nele permaneçam não serão computados como horário de trabalho.

§ 8º. O trabalho prestado em domingos e feriados, não compen-sado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

| 6363 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

9.2 – SUGESTãO DE BANCO DE HORAS PELA PROPOSTA DE EMENDA DO INSTITUTO DOMÉSTICA LEGAL

O Instituto Doméstica Legal – IDL ‒ discorda da proposta aci-ma, pois obriga que as primeiras 40 horas sejam pagas no mês, e somente o excedente às 40 horas poderão ser compensadas no banco de horas.

Pela proposta do IDL, o banco de horas tem que ser da manei-ra como é feito por todos os sindicatos, em Convenção Coletiva, onde se compensam as faltas e atrasos.

E se após o período de vigência do banco de horas houver ho-ras excedentes, as mesmas devem ser pagas com o adicional de horas extras estabelecido.

O período pode variar de acordo com a Convenção Coletiva estabelecida entre os sindicatos dos empregados e dos emprega-dores domésticos.

Caso não exista Convenção Coletiva entre os sindicatos, pre-valece incisos I, II e III do § 5º do Artigo 2º. da Lei Complementar 150/2015, conforme abaixo:

Inciso I – será devido o pagamento, como horas extras na forma

do § 1º, das horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho. Inciso II ‒ das horas extras referidas no Inciso I, poderão ser

deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução de horário normal de trabalho, folgas, faltas não abonadas e atrasos.

Inciso III – o saldo de horas que excederem as horas normais de que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado, no período máximo de um ano.

64 | MARIO AVELINO

9.3 – CONVENçõES COLETIVAS NO EMPREGO DOMÉSTICO COM BANCO DE HORAS

Até a presente data, já foram assinadas duas Convenções Co-letivas no emprego doméstico:

a) Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo – Sindoméstica/SP (Laboral) – e o Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo – SEDESP (Patronal) ‒, vigência de 01/09/2013 a 31/08/2014.

b) Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos de Jundiaí e Região (Laboral) e o Sindicato dos Empregado-res Domésticos de Campinas e Região (Patronal), vigência de 01/01/2014 a 31/12/2014.

Ver detalhes em www.sedcar.com.br.Segue abaixo a cláusula de banco de horas desta Convenção

Coletiva: Cláusula décima quinta ‒ banco de horas ‒ compensação

de horário de trabalho

Fica instituído o banco de horas que deve ser implantado me-diante acordo coletivo com o Sindicato Profissional – SINDOMESTICA JUNDIAÍ ‒, adaptando-o às necessidades de cada empregador, restan-do obrigatória a anuência do Sindicato Patronal – SEDCAR.O acordo coletivo para banco de horas terá validade de 12 (doze) meses a contar da data da celebração do acordo.As partes, com base no art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, no art. 59 da CLT e seus parágrafos, com a redação dada pela Lei nº 9.601, de 21/01/1998, instituem o banco

| 6565 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

de horas, que será regido por um sistema de débito e crédito, conforme condições abaixo:

A. Considera-se, para efeito de aplicação do banco de horas, a jornada semanal de trabalho prevista no contrato de trabalho do empre-gado.

B. As horas excedentes ao estabelecido na letra “A” serão tra-tadas como crédito, enquanto as horas a menos serão computadas como débito dos empregados.

C. As partes consideram horas a menos os atrasos na jornada de trabalho, as ausências injustificadas, as saídas antecipadas.

D. Serão também computadas, para efeito de aplicação desta cláusula, as horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados; os dé-bitos de que tratam a alínea “c” desta cláusula poderão ser compensa-dos com horas trabalhadas aos sábados, domingos e feriados.

E. As compensações de que tratam este acordo devem ocorrer no período máximo de 6 (seis) meses, a contar do fato gerador.

F. Não ocorrendo a compensação das horas no período de até 6 (seis) meses do fato gerador, a hora trabalhada deve ser paga pelo empregador com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o sa-lário-base do empregado.

G. As horas trabalhadas, as ausências e os atrasos serão compu-tados como crédito e/ou débito de horas, devendo o empregador, a cada mês, quando do pagamento dos salários, entregar ao empregado um re-latório das horas trabalhadas, no qual será assinalado o débito/crédito do empregado.

H. O saldo crédito/débito do empregado será solvido a qualquer momento antes do prazo de 6 (seis) meses, da seguinte forma:

1. Quanto ao saldo credor: a. Com a redução da jornada diária;

66 | MARIO AVELINO

b. Com a supressão de trabalho em dias da semana; c. Mediante folgas adicionais; d. Através de prorrogação do período de gozo de férias; e. Abono de atrasos e faltas não justificadas; f. Dispensas ou férias coletivas a critério do emprega-

dor; g. Pagamento do saldo de horas extras com os adicionais

respectivos. 2. Quanto ao saldo devedor: a. Prorrogação da jornada diária; b. Trabalhos aos sábados, domingos e feriados; c. Desconto na sua remuneração. I. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha

havido a compensação, ou o pagamento das horas, o empregado fará jus ao pagamento das mesmas, calculadas sobre o valor do salário-base da rescisão. Na hipótese de saldo negativo, o empregador pode efetuar o correspondente desconto no pagamento das verbas rescisórias.

J. Caso o empregado se negue a prorrogar sua jornada, para quitar o saldo negativo de horas devidas, dentro do prazo de 6 (seis) meses, desde que comprovada a recusa por testemunhas; inclusive as pessoas que residam na residência do empregador (parentes ou não), pode acarretar em desinteresse ao trabalho.

9.4 – COMPENSAçãO DE JORNADA DE TRABALHO

O regime de compensação, em tese, propicia vantagens ao em-pregado por racionalizar seu tempo e, por isso, se opera por sim-ples acordo bilateral.

| 6767 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

A compensação de horas é feita na proporção de uma hora por outra hora normal.

A compensação de um dia de trabalho, mesmo que seja um domingo (quando dia de descanso semanal remunerado) ou fe-riado, será feita de um dia por outro dia.

Caso o empregador resolva pagar o dia trabalhado em dinhei-ro, deve-se pagar o mesmo em dobro, multiplicando o dia por dois, da seguinte forma: dia de descanso pago = salário / 30 x 2 x Número de dias trabalhados

Exemplo: para um empregado que ganha R$ 900,00 por mês e que trabalhou num feriado:

Dia de descanso trabalhado pago = R$ 900,00 / 30 x 2 x1 = R$60,00

Súmula nº 85 do TST (Tribunal Superior do Trabalho) ‒ Compensação de jornada de trabalho:

I – A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 ‒ primeira parte ‒ alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II – O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000).

III – O mero não atendimento das exigências legais para a com-pensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes a jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo de-vido apenas o respectivo adicional. (ex-Sumula nº 85 ‒ segunda parte ‒ alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).

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IV – A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultra-passarem a jornada semanal normal devem ser pagas como horas extra-ordinárias e, quanto aquelas destinadas a compensação, deve ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 – inserida em 20.06.2001).

V – As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao re-gime compensatório na modalidade ‘banco de horas’, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.

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Quem paga as faltas por motivo de doença desde o primeiro dia de ausência é a Previdência Social, e não o empregador do-méstico.

Um dos grandes custos do empregador doméstico, é abonar a falta por atestado médico, ou seja, ele não desconta a falta.

De acordo com o Inciso I do artigo 72 do Decreto 3.048 de 6/05/1999 abaixo, toda a falta abonado por motivo médico, quem paga é a Previdência Social.

Art. 72. O auxílio-doença consiste numa renda mensal calcula-da na forma do inciso I do caput do art. 39 e será devido:

I - a contar do décimo sexto dia do afastamento da ativi-dade para o segurado empregado, exceto o doméstico;

Para que isso ocorra, deve-se adotar os seguintes passos:1 – Empregador doméstico:No pagamento do mês irá descontar as faltas por motivo mé-

dico, na rubrica Desconto falta abonada Afastamento por Do-ença. Neste caso o empregado terá o desconto da(s) falta(s), e deverá pedir o reembolso a Previdência Social.

2 – Empregado DomésticoQuando receber o Atestado Médico com os dias de abono,

deve ligar para o telefone 135 da Previdência Social e marcar uma perícia médica para validar o Atestado Médico. Normal-mente é marcado em 15 (quinze dias).

10- QUEM PAGA AS FALTAS POR DOENçA É O INSS

70 | MARIO AVELINO

Na data e hora agendada, o empregado deverá ir no Posto da Previdência com o Atestado Médico (tem que ter o CRM do médico para ter validade),, Comprovante de Residência, Carteira de Trabalho e Identidade, para aprovação pela perícia. Uma vez aprovado o Abono Médico, o empregado receberá o reembolso das faltas em média entre 15 a 20 dias úteis. Neste valor estará descontado o INSS do empregado referente aos dias pagos pela Previdência.

O pagamento será feito pela Previdência Social em forma de Ordem de Pagamento nominal ao empregado doméstico, que ele irá receber conforme o Banco de escolha por ele no dia da perícia.

Exemplo de Recibo de Pagamento Mensal, de uma emprega-da que faltou três dias por doença, e que ganha R$ 1.200,00 por mês.

Recibo de PagamentoVencimentos:- Salário (30 dias).............................................. R$ 1.200,00Descontos:- Dias Inativos (3 dias) .................................... R$ 120,00- Desconto de INSS .......................................... R$ 78,40- Total de Descontos ........................................ R$ 198,40Líquido .............................................................. R$ 1.001,60-----------------------------------------------------------------------------Observações Importantes:1 – O empregador não terá custo de INSS e nem de FGTS so-

bre os dias afastados.2 – A remuneração informada ao DAE para cálculo dos en-

cargos neste exemplo, será de R$ 1.080,00 (Salário de R$ 1.200,00

| 7171 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

– Faltas de R$ 120,00). Neste caso, o DAE (Documento de Arreca-dação do eSocial) será de R$ 302,40, sendo:

- INSS empregado (8%) ............................................ R$ 86,40- INSS empregador (8%) ........................................... R$ 86,40- Seguro Acidente de Trabalho (0,8%) .................... R$ 8,64- FGTS (8%) ................................................................. R$ 86,40- Antecipação da Multa de 40% (3,2%) ................... R$ 34,56- Total do DAE ........................................................... R$ 302,40. 3 – Deverá ser anotada na Carteira de Trabalho em Anotações

Gerais, os dias de afastamento. 3.1 – Exemplo 1: A empregada teve três dias de afastamento

nos dias 10/05/2016, 18/05/2016 e 23/05/2016. Neste caso colocar:

Anotações GeraisAfastamento por doença nos dias 10/05/2016, 18/05/2016 e

23/05/2016.--------------------------------------------------Assinatura do empregador doméstico

3.2 – Exemplo 1: A empregada ficou afastada no período de 18/05/2016 a 27/06/2016. Neste caso colocar:

Anotações GeraisAfastamento por doença no período de 18/05/2016 a

27/06/2016.--------------------------------------------------Assinatura do empregador doméstico

72 | MARIO AVELINO

Normalmente, quando são poucos de afastamento (de 1 a 4 ou 5 dias), os empregadores domésticos para não conhecerem esta situação, ou para que a empregada não falte o dia de ir ao Posto da Previdência Social para a perícia, e ainda se ausentar para receber o reembolso, preferem não descontar estes dias.

Recomendo que neste casos, descontem os dias, principal-mente quando for um período longo. Para não prejudicar a em-pregada, pois o reembolso da Previdência Social pode levar até mais de um mês, ou meses, recomendo aos empregadores do-mésticos fazerem um Adiantamento de Salário para o emprega-do doméstico, e descontar este Adiantamento quando o empre-gado receber o dinheiro da Previdência Social.

4 – O empregador doméstico, terá ainda o direito de ressarcir o Vale Transporte dos dias não trabalhados integralmente, Neste caso, sugiro quando o empregador retornar ao trabalho, anteci-par o Vale Transporte do próximo período deduzindo os dias de ausências. No Vale Transporte de junho/2016, o empregador dará menos três dias.

| 7373 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

11- ADICIONAL NOTURNO

O adicional noturno só deve ser utilizado quando de fato há uma necessidade, pois é mais uma situação que onera o custo da folha de pagamento, pois ele incidirá para os encargos do INSS, Seguro Acidente de Trabalho FGTS e antecipação da Multa de 40% do FGTS, além de média para pagamento do 13º. Salário, férias e rescisão. Dormir no trabalho não dá direito ao adicional noturno.

De acordo com o artigo 14 da Lei Complementar 150/2015, considera-se adicional noturno o trabalho realizado no horário das 22 às 5 horas, tendo um adicional mínimo de 20%, e a hora noturna tem 52 minutos e trinta segundos.

Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado entre as vinte e duas horas de um dia e às cinco horas do dia seguinte.

§ 1º. A hora de trabalho noturno terá duração de cinquenta e doisminutos e trinta segundos.§ 2º. A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no

mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.§ 3º. Em caso de contratação pelo empregador, de empregado

exclusivamente para desempenhar trabalho noturno, o acréscimoserá calculado sobre o salário anotado na Carteira de Trabalho eda Previdência Social.

74 | MARIO AVELINO

§ 4º. Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem perí-odos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.

11.1– QUEM TEM DIREITO AO ADICIONAL NOTURNO?

Somente empregados domésticos que trabalham no horário das 22 às 5 horas, como, por exemplo, cuidadores de idosos, ba-bás, motoristas etc.

O empregado doméstico que dorme no emprego neste horá-rio não tem direito ao adicional noturno.

11.2– COMO CALCULAR O ADICIONAL NOTURNO?

Para calcular o adicional noturno, usa-se a seguinte fórmula: Adicional noturno = ((salário-mês / Carga horária mensal) * Per-centual do adicional Noturno) *

Número de horas noturnas trabalhadas

Onde:a) Salário-mês: salário contratual atual do empregado do-

méstico;b) Carga horária mensal: quantidade de horas trabalhadas

por mês. Normalmente, para o trabalhador mensalista que traba-lha oito horas por dia e cinco dias na semana, a quantidade é de 220 horas. Pode ser menor. Por exemplo, de 180 horas para quem trabalha seis horas por dia;

| 7575 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

c) Percentual do adicional noturno: normalmente é de 20%, podendo ser modificado por acordos ou convenções coletivas entre os sindicatos de empregados e empregadores domésticos;

d) Número de horas noturnas trabalhadas: é a quantidade de horas noturnas trabalhadas no mês.

Exemplo: um empregado que tem jornada noturna parcial, que trabalha das 17 às 23 horas e 45 minutos, tem uma carga horária mensal de 220 horas e ganha R$ 900,00 por mês, teremos:

• Ele, todo dia, faz duas horas noturnas, das 22 às 23 horas e 45 minutos;

• Neste caso, multiplicamos 30 (dias) x 2 = 60 horas notur-nas por mês. O motivo de multiplicar por 30, e não só nos dias de trabalho, é que neste caso serão considerados os domingos e feriados, que são os dias de Descanso Semanal Remunerado (DSR);

Cálculo do adicional noturno

= ((R$900 / 220) * 0,20) * 60 →((R$4,09) * 0,20) * 60 →

(R$0,818 * 60) →Valor a pagar de Adicional Noturno = R$49,08.

Observações:• Neste caso, já está calculado o Descanso Semanal Remune-

rado ‒ DSR;• Estas 60 horas mensais incidirão pela média para o cálculo

de férias e 13º salário;

76 | MARIO AVELINO

• O adicional noturno incide para o cálculo do INSS, FGTS, antecipação da multa de 40% sobre o FGTS e Seguro Aci- dente de Trabalho (que também faltam ser regulamenta-

dos) que, a princípio, totaliza 20% para o empregador domés-tico;

• Também será base para o cálculo do Imposto de Renda, que é um desconto do trabalhador. Neste exemplo, o trabalha- dor está isento do desconto, pois a remuneração total é de R$ 949,08 – 75,93 (desconto do INSS do empregado) = R$ 873,15, que é in-ferior a R$ 1.787,77 (valor isento no ano de 2014).

Exemplo: um empregado com jornada noturna total, que tra- balha das 22 às 6 horas (contam-se nove horas diárias, pois neste caso há uma hora para refeição), que possui uma carga horária mensal de 220 horas e ganha R$ 900,00 por mês, teremos:

Neste caso, simplesmente se aplica 20% sobre o salário men- sal, ficando: adicional noturno = R$900 * 0,20 = R$ 180.

Observações:• Neste caso, já está calculado o Descanso Semanal Remune-

rado ‒ DSR;• No cálculo das férias e do 13º salário somam-se os 20% do

adicional noturno para ter o salário total. Neste caso, a base de cálculo será: salário = R$ 900,00 + adicional noturno de R$ 180,00 = Base de cálculo = R$ 1.080,00.

• O adicional noturno incide para o cálculo de INSS, FGTS, antecipação da multa de 40% sobre o FGTS e Seguro Aci- dente de Trabalho (que também faltam ser regulamenta- dos), que a princípio totaliza 20% para o empregador do- méstico;

• Também será base para o cálculo do Imposto de Renda, que é um desconto do trabalhador. Neste exemplo, o trabalha- dor

| 7777 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

também está isento do desconto, pois a remuneração total é de R$ 1.080,00 – 86,40 (desconto do INSS do empregado) = R$ 993,60, que é inferior a R$1.787,77 (valor isento no ano de 2014).

• Neste caso, por determinação do parágrafo 3º do artigo 14 da Lei Complementar 150/2015, deve-se anotar na carteira de trabalho, em “Anotações Gerais”, da seguinte forma: “O acrés-cimo de 20% (ou outro percentual) do adicional noturno no será calculado sobre o salário contratual pelo fato do em- pregado trabalhar exclusivamente em jornada noturna”.

Exemplo: um empregado que faz adicional noturno eventual, que trabalha das 9 às 18 horas, tem uma carga horária mensal de 220 horas e ganha R$ 900,00 por mês. Neste mês, houve uma troca de horário e foram feitas oito horas noturnas, teremos:

8 horas de adicional noturnoCálculo do adicional noturno =

((R$ 900,00 / 220) * 0,20) * 8 →((R$ 4,09) * 0,20) * 8 →

(R$ 0,818 * 8) →Valor a pagar de Adicional Noturno = R$ 6,54.

• Cálculo do Descanso (ou Repouso) Semanal Remunera-do (DSR) sobre o adicional noturno, que é igual a: DSR sobre adicional noturno = Valor do adicional noturno dividido por 6; DSR sobre Adicional Noturno = R$ 6,54 / 6 → R$ 1,09.

Observações:• Neste caso, o descanso semanal remunerado foi calculado à

parte, em função das horas noturnas serem eventuais;

78 | MARIO AVELINO

• O adicional noturno incide para o cálculo do INSS, FGTS, antecipação da multa de 40% sobre o FGTS e Seguro Aci- den-te de Trabalho (que também faltam ser regulamentados que, a princípio, totaliza 20% para o empregador doméstico;

• Será base para o cálculo do Imposto de Renda, que é um desconto do trabalhador. Neste exemplo o trabalhador está isen-to do desconto, pela remuneração total do mês ser inferior a R$ 1.787,77 (valor isento no ano de 2014).

11.3– CÁLCULO DO ADICIONAL NOTURNO AUTOMÁTICO

PELO PORTAL DOMÉSTICA LEGAL

Todos os cálculos apresentados nos exemplos acima, inclusi-ve descanso semanal remunerado e médias para cálculo de férias e 13º salário são feitos automaticamente pelo Portal da Domésti-ca Legal − www.domesticalegal.org.br.

| 7979 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

12 - JORNADA DE TRABALHO

Através de uma jornada de trabalho bem planejada, usando os limites de intervalo para refeição, e até pagando-se horas ex-tras, o empregador doméstico pode ter um custo menor no em-prego doméstico.

Desde o dia 2 de abril de 2013, com a aprovação da Emenda Constitucional nº 72, conhecida como PEC das domésticas, está em vigor a jornada de trabalho de oito horas por dia, limitada a 44 horas semanais. O excedente a esta jornada dá direito ao recebimento de horas extras ao empregado doméstico, conforme Incisos XIII e XVI do artigo 7º da Constituição Federal:

Constituição Federal, art. 7º. XIII ‒ duração do trabalho nor- mal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro sema- nais, facultada a compensação de horários e a redução da jor- nada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).

XVI ‒ remuneração do serviço extraordinário superior, no míni-mo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).

Esta foi a maior mudança no emprego doméstico, por com- bater a cultura escravagista ainda presente no seio da socieda-de brasileira. Manter um trabalhador sem jornada de trabalho é uma prática típica de escravidão.

A Emenda Constitucional nº 72/2013 estabeleceu, também, o intervalo para descanso e refeição, de no mínimo uma hora, e de no máximo duas horas.

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Estas mudanças, no primeiro, momento geraram muita con-fusão entre empregadores e empregados domésticos. Surgiu, então, a necessidade de o empregador manter um controle de ponto, cujo principal objetivo é o controle das horas trabalhadas para, assim, pagar corretamente seu empregado, além de se pre- venir de possíveis ações trabalhistas que reivindiquem o paga- mento de horas extras.

Como pode ser visto no Capítulo 17, a hora extra encarece muito o custo médio do empregado doméstico, e o ideal é se evi- tar que o empregado a faça.

A jornada de trabalho deve ser especificada no contrato de trabalho ou experiência.

Entre dois horários de trabalho deve haver um período mí-nimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Esse des-canso está previsto na CLT e no artigo 15 da Lei Complementar 150/2015.

12.1- INTERVALO DE REPOUSO OU REFEIçãO

O descanso para repouso ou refeição é de, no mínimo, uma hora diária e, no máximo, duas horas, para empregados que tra- balham mais de seis horas diárias. Para quem trabalha até seis horas diárias, o intervalo é de, no mínimo, 15 minutos. Neste item o empregador doméstico tem uma forma de evitar as ho-ras ex- tras. De acordo com o artigo 13 da Lei Complementar 150/2015, os horários de intervalo de repouso ou refeição são:

Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora, e, no má- ximo,

| 8181 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo es- crito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.

§ 1º. No caso de empregado que resida no local de trabalho, o pe- ríodo de intervalo pode ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.

§ 2º. No caso de modificação do intervalo, na forma do § 1º, é obrigatória a sua anotação no registro diário de horário, vedada sua pré-notação.

12.2- JORNADA NORMAL

Sugestão, para o empregador que precisa que o empregado faça 12 horas corridas diárias:

I. Se o empregado não trabalha aos sábadosa) Compensar as quatro horas do sábado durante a se-

mana. Por exemplo: fazer uma hora a mais de segun- da a quinta;b) Dividir os 240 minutos por cinco dias, o que dá mais 48

minutos por dia, de segunda a sexta;c) Dar o intervalo de descanso ou refeição de duas horas.

Com as medidas acima, o empregado terá uma jornada total de 10 horas e 48 minutos por dia, o que irá gerar o pagamento diário de 1 hora e 12 minutos por dia.

Em um mês de 22 dias úteis, o empregado fará um total de 26 horas e 24 minutos.

II. Se o empregado trabalha aos sábadosNeste caso, se o empregador der duas horas de intervalo de

repouso ou refeição, o empregado terá uma jornada de trabalho

82 | MARIO AVELINO

diária de 10 horas, o que irá gerar a necessidade de mais duas horas extras por dia.

Em um mês de 22 dias, a soma é de 44 horas mensais.

12.3- QUANDO O EMPREGADO DORME NO TRABALHO

Quando o empregado dorme no trabalho, uma forma de evi- tar horas extras é dividir os intervalos de repouso ou refeição em dois períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, uma hora, até o limite de quatro horas por dia, de acordo com a necessidade do empregador.

Para um empregador que trabalha o dia inteiro, assim como o seu cônjuge, recomenda-se adotar a seguinte jornada de trabalho para o empregado:

• Entrada às 9 horas;• Saída para refeição (almoço) às 12 horas = 3 horas de tra-

balho;• 1º intervalo de refeição das 12 às 13 horas = 1 hora de re-

feição;• Trabalho das 13 às 16 horas = 3 horas de trabalho;• 2º intervalo das 16 às 19 horas = 3 horas de refeição;• Jornada final da 19 às 21 horas = 2 horas de trabalho.• Total de 12 horas, sendo:• Trabalho = 8 horas;• Repouso ou refeição = 4 horas, desmembrados em dois pe-

ríodos de, no mínimo, uma hora.

| 8383 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

12.4- JORNADAS REDUZIDAS

Quando o empregador precisar que seu empregado te- nha uma jornada menor que oito horas de trabalho, recomen- da-se que ele se oriente pela redação contida no art. 3º da Lei Comple-mentar 150/2015:

Art. 3º. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte e cinco) horas semanais.

§ 1º. O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação aos emprega- dos que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.

§ 2º. A duração normal do trabalho dos empregados em regime de tempo parcial pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre em-pregador e empregado, aplicando-se lhes, ainda, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.

§ 3º. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada pe- rí-odo de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

I ‒ 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal supe-rior a 22 (vinte e duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas;

II ‒ 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal supe- rior a 20 (vinte) horas, até 22 (vinte e duas) horas;

III ‒ 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho sema-nal su- perior a 15 (quinze) horas, até 20 (vinte) horas;

IV ‒ 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 (quinze) horas;

V ‒ 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez) horas;

84 | MARIO AVELINO

VI ‒ 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.

12.5- JORNADA DE 12 HORAS POR 36 HORAS

Existe a jornada de trabalho de 12 horas por 36 de descanso.A Lei Complementar 150/2015, em seu artigo 10, prevê essa

situação, conforme abaixo.Essa é uma jornada adotada, em geral, para cuidadores de

ido- sos ou pessoas portadoras de necessidades especiais. Veja mode- lo do Acordo de Jornada de 12 x 36 horas no anexo 7.1.9.

Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre es- sas, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indeniza-dos os intervalos para repouso e alimentação.

§ 1º. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso se-manal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão consi- derados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art.

73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o art. 9º da Lei nº 605,de 5 de janeiro de 1949.

§ 2º. Os efeitos do disposto no caput e no § 1º deste artigo tam- bém se aplicam às atividades desempenhadas pelos empregados enqua-drados na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, e às demais atividades que por sua natureza indispensável possuam o mesmo regime de horá-rio.

| 8585 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Neste caso, o empregado trabalha um dia e descansa outro, sendo que:

a) O descanso para refeição ou descanso de uma hora já esta incluído na jornada de 12 horas;

b) O dia de descanso semanal remunerado, que normal-men- te deve ser aos domingos, já está incluído na jornada;

c) Se o dia de trabalho cair em um dia de feriado, o empre-ga- do descansará neste dia.

Exemplo: no caso de um trabalhador que trabalha das 8 às 20 horas, tem uma hora de almoço, das 12 às 13 horas, e começou a trabalhar no dia 3 de fevereiro de 2014, o mês ficou da seguinte forma:

13/02/2014 Quinta-feira Trabalha das 8 às 20 horas

14/02/2014 Sexta-feira Descansa

15/02/2014 Sábado Trabalha das 8 às 20 horas

16/02/2014 Domingo Descansa

17/02/2014 Segunda-feira Trabalha das 8 às 20 horas

19/02/2014Quarta-feira – Feriado Municipal onde ele trabalha

Descansa, pois o feriado caiu em um dia de trabalho.

20/02/2014 Quinta-feira Descansa

21/02/2014 Sexta-feira Trabalha das 8 às 20 horas

22/02/2014 Sábado Descansa

23/02/2014 Domingo Trabalha das 8 às 20 horas

24/02/2014 Segunda-feira Descansa

25/02/2014 Terça-feira Trabalha das 8 às 20 horas

26/02/2014 Quarta-feira Descansa

27/02/2014 Quinta-feira Trabalha das 8 às 20 horas

28/02/2014 Sexta-feira Descansa

86 | MARIO AVELINO

01/03/2014 Sábado Trabalha das 8 às 20 horas

02/03/2014 Domingo Descansa

03/03/2014 Segunda-feira Trabalha das 8 às 20 horas

04/03/2014 Terça-feira ‒ Carnaval

Descansa. Neste feriado não houve impacto para o empregador, pois caiu em um dia de descanso.

05/03/2014 Quarta-feira Trabalha das 8 às 20 horas

06/03/2014 Quinta-feira Descansa

07/03/2014 Sexta-feira Trabalha das 8 às 20 horas

08/03/2014 Sábado Descansa

09/03/2014 Domingo Trabalha das 8 às 20 horas

12.7- JORNADA DE CUIDADOR DE IDOSOS

Normalmente, os empregadores que têm cuidadores de ido- sos, possuem a necessidade de jornadas de 12 horas de trabalho diário, o que acarreta em média duas horas de horas extras. Para não precisar pagá-las, o empregador doméstico pode propor ao seu empregado algumas opções:

a) Fazer uma jornada de 12 por 36 horas semanais, confor-me artigo 10 da Lei Complementar 150;

b) Aumentar para duas horas o intervalo de refeição ou almoço.

Caso o cuidador trabalhe, por exemplo, três ou quatro dias na semana, pode ser adotada uma jornada de 10 horas, mais duas de intervalo de refeição ou almoço, pois neste caso estaria se compen- sando as horas não trabalhadas do limite de 44 horas semanais.

| 8787 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

12.8- JORNADA DE CUIDADOR DE IDOSOS

Para se conciliar as necessidades do empregador com a jor- nada de trabalho do caseiro de sítio ou casa de praia, pode-se propor a ele que o descanso semanal remunerado na semana seja durante um dia de semana e não aos sábados ou domingos. Isso pode contribuir para que o caseiro esteja disponível nos dias em que, normalmente, o empregador mais precisa dele.

Essa medida é amparada pela lei, desde que:a) Se o caseiro for mulher, pelo menos um dia de repouso no

mês deve ser em um domingo; eb) Se for homem, pelo menos um dia de repouso deve ser

no domingo, de sete em sete semanas.A jornada de trabalho deve constar do contrato.Quando o caseiro já trabalha para o empregador, e o domin-

go é o dia normal de descanso, nada impede que o empregador mude o dia de repouso, contanto que seja de comum acordo com o empregado, e esse novo descanso semanal passe a constar do contrato de trabalho.

A jornada de trabalho deve constar do contrato.Quando o caseiro já trabalha para o empregador, e o domin-

go é o dia normal de descanso, nada impede que o empregador mude o dia de repouso, contanto que seja de comum acordo com o empregado, e esse novo descanso semanal passe a constar do contrato de trabalho.

88 | MARIO AVELINO

12.9- JORNADA DO MOTORISTA

Os motoristas, dependendo da necessidade do empregador doméstico, podem ter jornadas bem variáveis. Para que não haja a necessidade de pagar horas extras, sugere-se o seguinte:

a) Se o motorista não trabalhar no sábado, compensar as quatro horas deste da durante a semana;

b) Dar duas horas de almoço ao motorista, com isso ter-se-á uma jornada total de dez horas, sendo oito horas de trabalho e duas de descanso.

12.10- DESCONTO POR FALTAS E ATRASOS

As faltas não abonadas dão direito ao empregador doméstico de descontar no pagamento do mês.

Pode-se, também, compensar no mês ou em banco de horas.Os atrasos também podem ser descontados, compensados no

mês ou em banco de horas.O uso do banco de horas depende de convenção ou acordo

coletivo, que são celebrados pelos sindicatos de trabalhadores e empregadores domésticos.

Não havendo ainda uma convenção ou acordo coletivo de sin- dicatos, prevalece o estabelecido na Lei Complementar 150/2015.

| 8989 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

13 - FOLHA DE PONTO

É a única segurança do empregador para evitar amanhã pa-gar horas extras, ou valores indevidos em caso de uma Ação Tra-balhista.

O artigo 12 da Lei Complementar 150/2015 torna obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idô-neo, de acordo com o mesmo artigo.

Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do em-pregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

O empregador doméstico é obrigado a ter um controle de ponto, seja um livro, uma folha de ponto ou outro meio qual- quer, onde o empregado assina mensalmente o documento dan- do o seu de acordo.

O objetivo é o empregador ter um documento que com- prove a jornada de trabalho realizada pelo empregado, caso haja algu-ma ação trabalhista reclamando pagamento de horas extras.

Pelo site da Doméstica Legal, o empregador doméstico tem três opções para fazer este controle de ponto:

1ª) Impressão da folha de ponto, onde o empregado domésti-co irá preencher os horários de entrada e saída, e assinar. GRA-TUITO.

2ª) Sistema de folha de ponto inteligente, onde é impressa a folha de ponto em branco para o empregado preencher durante

90 | MARIO AVELINO

o mês. Depois o sistema fará a tabulação de horas extras, adi-cional noturno, faltas, atrasos, compensações ou banco de horas. GRATUITO.

3ª) Sistema de ponto por telefone fixo, onde o empregado, através do telefone fixo da residência do empregador domésti-co, ligará para avisar que chegou ou saiu do trabalho. Com isso, o sistema gera as marcações fazendo a tabulação da frequência do mês automaticamente, permitindo o em- pregador fazer os ajustes que se façam necessários, como abonos, compensações, banco de horas etc. O sistema gera a folha de pagamento do mês, onde o empregado e o em- pregador assinam dando o de acordo. Serviço PAGO.

Existem outros meios no mercado, que em breve o portal Do-méstica Legal também oferecerá, como:

4ª) Marcação de ponto usando o telefone celular. Neste caso precisa-se ter um Smartphone com acesso à internet e função GPS. Normalmente é PAGO.

5ª) Relógio de ponto eletrônico, onde o empregado domésti-co, através de um crachá ou impressão digital, gera as marcações de entrada e saída. PAGO.

| 9191 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

14 - JORNADA DE TRABALHO PARCIAL

Quando o empregador precisar que seu empregado tenha uma jornada menor que oito horas de trabalho, recomenda-se que ele se oriente pela redação contida no art. 3º da Lei Comple-mentar 150/2015:

Art. 3º. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte e cinco) horas semanais.

§ 1º. O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação aos emprega- dos que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.

§ 2º. A duração normal do trabalho dos empregados em regime de tempo parcial pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre em-pregador e empregado, aplicando-se lhes, ainda, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.

Outra vantagem, é que o período de férias será menor de acordo com a carga horária semanal, conforme o parágrafo 3º. do artigo 3º. abaixo:

§ 3º. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

VII ‒ 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal supe-rior a 22 (vinte e duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas;

VIII ‒ 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal supe-

rior a 20 (vinte) horas, até 22 (vinte e duas) horas;

92 | MARIO AVELINO

IX ‒ 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal supe-rior a 15 (quinze) horas, até 20 (vinte) horas;

X ‒ 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 (quinze) horas;

XI ‒ 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez) horas;

XII ‒ 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.

| 9393 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

15 - ADICIONAL DE VIAGEM

O Adicional de Viagem, é um pagamento a maior de 25% (vinte e cinco) por cento sobre as horas normais e horas extras em que o empregado esteja fora do seu local de trabalho, acom-panhando o empregador em viagens, sejam no Brasil ou no exte-rior. Este adicional tem incidência de INSS, FGTS, etc.

Empregados no exercício de funções de babás e cuidadores de idosos ou portadores de necessidade especiais, muitas vezes,

são solicitados a acompanhar seus empregadores em viagens, inclusive para o exterior.

É importante que o empregador doméstico, sabendo que pode haver esta necessidade, já posicione o empregado domésti-co e já inclua essa situação no contrato de trabalho, no de experi-ência, ou faça um acordo de acompanhamento em viagem (veja no anexo 7.3.5).

Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observa- do o art. 2º.

§ 1º. O acompanhamento do empregador em viagem será condi-cionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes.

§ 2º. A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal.

94 | MARIO AVELINO

§ 3º. O disposto no § 2º deste artigo pode ser, mediante acordo, convertido em acréscimo no banco de horas a ser utilizado a critério do empregado.

• Caso tenha havido horas extras feitas neste período, as mesmas poderão ser compensadas.

Cálculo do adicional de viagem de 25% = ((salário-mês /

220) *0,25) * quantidade-horas-adicional-viagem.

Exemplo: no caso de uma babá que ganha R$ 1.200,00 de salário, e que durante o mês trabalhou 136 horas (17 dias, 8 ho-ras por dia) em viagem, o cálculo do adicional de viagem será o seguinte:

Adicional de viagem= ((R$ 1.200,00 / 220) * 0,25) * 136 →

(R$ 5,45 * 0,25) * 136 →(R$ 1,36 * 136) = R$ 185,45.

• Sobre estes valores incidirão INSS, FGTS e Seguro Acidente de Trabalho.

• No cálculo de horas extras a 50% (cinquenta por cento) fei-tas em viagem, com adicional de viagem de 25%, pode-se multi-plicar cada hora extra por 87,50% da hora da jornada normal de trabalho ou aplicar a fórmula:

(((salário-mês / 220) * 1,25) * 1,50) * quantidade-horas-extras- viagem.

| 9595 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Exemplo: no caso de uma babá que ganha R$ 1.200,00 de sa-lário, e que durante o mês fez 20 horas extras durante viagem, o cálculo do valor a ser pago em horas extras serão o seguinte:

Horas extras com adicional de viagem((R$ 1.200 / 220) * 1,25) *1,50) * 20 →

((R$ 5,45 * 1,25) * 1,50) * 20 →((R$ 6,81 * 1,50) * 20 →

R$ 10,22 * 20 = R$ 204,40.

• Sobre estes valores incidirão INSS, FGTS e Seguro Acidente de Trabalho.

96 | MARIO AVELINO

16 - AFASTAMENTOS

Saber quais são os custos de acordo com o tipo de afastamen-to é muito importante para evitar despesas desnecessárias, ou pagamentos indevidos tais como INSS, FGTS, etc.

O empregado doméstico pode, durante seu período de tra- balho, ter vários afastamentos, motivados por doença; materni- dade; acidente do trabalho; serviço militar; ou a pedido dele, por motivos particulares.

Cada situação tem suas particularidades e gera direitos e obri- gações para o empregador doméstico e para o empregado.

Uma observação muito importante é que o empregado do- méstico, como qualquer outro trabalhador, não pode ser demiti- do se estiver afastado ou em férias. Somente quando retornar ao trabalho.

No site da Previdência Social − www.previdencia.gov.br − o empregador encontra o esclarecimento de todas as dúvidas, o endereço de todas as agências de atendimento da Previdência e

vários serviços que eliminam o trabalho de sair de casa, além da rapidez e eficiência.

16.1- AFASTAMENTOS LEGAIS QUE NãO GERAM DESCONTO DE

SALÁRIO E NEM PERDA DE FÉRIAS

| 9797 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

De acordo com o artigo 473 da CLT: “O empregado pode dei- xar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário”, nas se- guintes situações:

Art. 473 da CLT:(....)I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do côn-

juge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua de- pendência econômica;

II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;III – por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no

decor- rer da primeira semana;IV – por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho,

em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar

eleitor, nos termos da lei respectiva;VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exi-

gências do serviço militar;VII – nos dias em que estiver comprovadamente realizan-

do pro- vas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de en- sino superior;

VIII – pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que com- parecer a juízo.

16.2 - AFASTAMENTOS LEGAIS POR DOENçA

Durante o período em que o empregado estiver afastado por doença, em gozo de auxílio-doença previdenciário, ele deve ser

98 | MARIO AVELINO

considerado em licença não remunerada, ficando suspenso o con- trato de trabalho enquanto durar o benefício.

O empregado doméstico afastado por auxílio-doença previ- denciário recebe o benefício a contar da data do início da incapa- cidade e enquanto permanecer incapaz, suspendendo-se, dessa forma, o contrato, a partir de seu afastamento.

Nestes termos, o prazo do aviso-prévio é suspenso a partir do afastamento do empregado, retomando-se a contagem dos três dias finais no momento do respectivo retorno ao trabalho.

Observações:• O benefício pode ser solicitado nas agências da Previdência

Social mediante a apresentação dos seguintes documentos:• Número de Identificação do Trabalhador − NIT (PIS/ PA-

SEP);• Carteira de trabalho;• Atestado médico, exames de laboratório, atestado de inter-

nação hospitalar, atestado de tratamento ambu- latorial, dentre outros que comprovem o tratamento médico;

• CPF.• A marcação do exame médico pericial para ppoder entrar

com o numero 135 ou em benefício pode ser feita pela inter- net, através do site www.previdencia.gov.br, que por sinal é muito mais rápido, além de evitar a perda de tempo em ter que ir aos postos da Previdência.

• O INSS paga os dias de afastamento por doença desde o pri-meiro dia, diferente das empresas que têm que pagar os primei-ros 15 dias. Para isso, o empregado deve apresentar o atestado médico à perícia e a mesma aprovar o afastamen- to. Neste caso, o empregador doméstico deve colocar no recibo de pagamento

| 9999 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

do mês “falta por doença”. Esta falta não conta para efeito de férias, pois ela foi abonada.

Importante:• Durante o período de afastamento, o empregador deixa de

contribuir para o INSS, contribuindo somente no mês de início do afastamento ou de retorno, caso o empregado te- nha traba-lhado algum dia nesses meses.

• Para fazer jus ao benefício, é necessário que o empregado já tenha um mínimo de 12 contribuições previdenciárias. Es- sas 12 contribuições não precisam ter sido feitas no mesmo emprego; podem acumular contribuições do empregado em outro empre-go.

• Caso o empregado ainda não tenha este tempo, o empre- ga-dor não é obrigado a pagar o salário ao empregado do- méstico.

16.3 - AFASTAMENTO POR LICENçA-MATERNIDADE

O empregado doméstico tem direito à licença-maternidade, podendo ser 28 dias antes e 92 dias depois do parto, totalizando 120 dias.

O parto antecipado não provoca alteração nos prazos.Pelo Regulamento dos Benefícios da Previdência Social (art.

98), o salário-maternidade da segurada, empregada doméstica. será pago diretamente pela Previdência Social, tendo uma renda mensal igual ao seu último salário de contribuição.

O salário de contribuição é o salário mensal do empregado, sobre o qual é descontada a alíquota do INSS.

A empregada doméstica gestante não goza de estabilidade no emprego.

100 | MARIO AVELINO

Embora não seja devido, o pagamento de remuneração du- rante o período de afastamento por licença-maternidade por par- te do empregador, o mesmo fica obrigado a recolher a contribui- ção previdenciária no valor de 8% do salário que seria devido ao empregador.

Quando for quitado o pagamento da 2ª parcela do 13º salário da empregada doméstica, devem ser deduzidos os 4/12, referen- tes aos 120 dias em que a mesma esteve afastada por licença-ma- ternidade.

A demissão da empregada doméstica no curso da gestação garante a ela, por parte do empregador, o pagamento de uma indenização equivalente a 120 dias de salário.

O INSS só paga a licença-maternidade para a empregada que estiver trabalhando.

A indenização deve ser paga juntamente às outras verbas res- cisórias contidas no Termo de Rescisão de Contrato. O benefício pode ser solicitado nas agências da Previdência Social ou via in- ternet.

Os documentos necessários são:• Último comprovante de recolhimento;• Número de Identificação do Trabalhador − NIT (PIS/PA-

SEP);• Atestado médico original ou original e cópia da certidão de

nascimento da criança;• Carteira de trabalho;• Cópia e original da certidão de nascimento;• CPF do empregador e do empregado, se houver.

| 101101 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

16.4 - AFASTAMENTO POR ACIDENTE DE TRABALHO

O empregado doméstico não tem a cobertura do afastamen- to por acidente de trabalho, o que é uma grande injustiça, tanto com o empregado quanto com o empregador doméstico.

Um dos motivos é que a categoria que mais sofre acidentes de trabalho é justamente a do empregado doméstico, em virtude de não ter uma qualificação e, na maioria das vezes, total desconhe- cimento dos riscos do trabalho e como se prevenir.

Os empregados domésticos são os que mais frequentam os se- tores de urgência dos hospitais, principalmente as ortopedias, com pé e braço quebrados.

A partir de outubro 2015 a empregada domestica passou a ter direito ao acidente de trabalho , o medico devera fornecer o numero do CID .

O empregador devera comunicar o CAT através de formulá- rio ou pelo o programa próprio. Ver paginaa 419.

16.5 - AFASTAMENTO POR SERVIçO MILITAR

O empregado doméstico menor tem o dever e a obrigação de se alistar nas forças armadas.

Durante o período em que ele estiver prestando o serviço mili- tar, o empregador doméstico tem que mantê-lo no empre-go. Nes- se período, não há custos para o empregador, nem de salário, nem de contribuição previdenciária.

O empregado tem o direito de receber no final do ano seu 13º

salário proporcional aos meses trabalhados nesse exercício.

102 | MARIO AVELINO

Para efeito de férias, o artigo 132 da CLT determina que o tem- po de trabalho anterior a apresentação do empregado para ser- viço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 90 dias, a partir da data em que se verificar a respectiva baixa.

16.6 - AFASTAMENTO A PEDIDO DO EMPREGADO

Neste caso, é uma opção do empregador doméstico aceitar o pedido, que deve ser feito por escrito e assinado.

Caso o empregador aceite, ele terá somente a obrigação de manter o emprego.

Pelas características do emprego doméstico, normalmente o procedimento é o empregado pedir a demissão sem justa cau- sa, com dispensa ou não do aviso-prévio, e o empregador pagar seus direitos rescisórios, pois quem precisa de um empregado doméstico, não dá para ficar sem, e o novo empregado pode ser um bom empregado.

No futuro, quando o ex-empregado quiser voltar, o emprega- dor estará sem nenhum compromisso.

16.7 - ATUALIZAçãO DA CARTEIRA DE TRABALHO

e Em caso de qualquer um desses afastamentos, é necessário atu- alizar a carteira de trabalho em “Anotações Gerais”, colocan-do o motivo do afastamento, as datas de início e de retorno. Veja um modelo no anexo 6.3.

| 103103 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

17 - FÉRIAS

Evitar dar férias fora de prazo, que pode acarretar pagamento em dobro, como também saber que elas podem ser partidas em dois períodos, e que as faltas não abonadas e justificadas duran-te o período aquisitivo podem diminuir o número dos dias de férias. E ainda, que um afastamento por mais de seis meses por doença e outros motivos podem gerar a perda das férias

17.1 - DIREITO ÀS FÉRIAS

O artigo 17 da Lei Complementar 150 estabelece as regras do pagamento de férias.Caso o empregador aceite, ele terá somente a obrigação de manter o emprego.

Art. 17. O empregado doméstico terá direito a férias anuais re- muneradas de 30 (trinta) dias, salvo o disposto no § 3º do art. 3º, com acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família.

§ 1º. Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remunera- ção relativa ao período incompleto de férias, na proporção de uM doze avos por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze)

dias.§ 2º. O período de férias poderá, a critério do empregador, ser

fracionado em até 2 (dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos.

104 | MARIO AVELINO

§ 3º. É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 4º. O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo.

§ 5º. É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nelepermanecer durante as férias.§ 6º. As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze)

meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.Desde a edição da Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006, as fé-

rias dos empregados domésticos passaram de 20 dias úteis para 30 dias corridos1.

Todo o assunto de férias referente ao emprego doméstico é tratado de acordo com a CLT.

Artigo 129 da CLT;Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período

de férias, sem prejuízo da remuneração.

17.2 - ATUALIZAçãO DA DA CONCESSãO DE ÉPOCA DAS FÉ-

RIAS

Dispõe a CLT sobre o assunto: Artigo 134 da CLT:As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só pe-

ríodo, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o em- pregado tiver adquirido o direito.

1 Antes havia a polêmica de ser 20 dias úteis ou 30 dias corridos, em fun- ção da Lei nº 5.859, que ficava muitas vezes a critério dos juízes nas reclama- ções trabalhistas, ora dando sentenças para 20 dias úteis, ora dando 30 dias corridos.

| 105105 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

§ 1º. Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não pode ser inferior a 10 (dez) dias corridos.

§ 2º. Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cin- quenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.

17.3 - O AVISO DE FÉRIAS

O aviso de férias deve ser assinado com trinta dias de antece- dência. Veja o modelo no anexo 7.4.2.2.

Artigo 135 da CLT: A concessão das férias será participada, por escrito, ao empre- gado,

com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.

§ 1º. O empregado não pode entrar no gozo das férias sem que apre-sente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão.

Artigo 136 da CLT:A época da concessão das férias será a que melhor consulte os inte-

resses do empregador.§ 1º. Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo es- ta-

belecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.

§ 2º. O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

17.4 -MÉDIA DE HORAS ExTRAS E ADICIONAL NOTURNO

106 | MARIO AVELINO

As horas extras, repouso semanal remunerado e adicional no- turno incidem pela média no pagamento das férias. O Portal Do- méstica Legal faz os cálculos das médias de acordo com a Lei.

17.4.1 - ExEMPLO DE CÁLCULO DE MÉDIA DE HORAS ExTRAS

PARA O PAGAMENTO DE FÉRIAS

Uma empregada doméstica que ganha R$ 905,00 por mês, tra-balha 44 horas semanais e fez durante o período aquisitivo de férias (março de 2014 a fevereiro de 2015) as seguintes quantida- des de horas extras:

Observações:1 – (*) Mensalmente quando se paga horas extras, deve-se pa-

gar o repouso (descanso) demanal remunerado sobre as horas extras, que corresponde aos domingos (ou dias de

Mês/AnoQuantidade de

horas extras(horas/minutos)

Repouso Semanal

Remunerado – RSR (*)

(horas/minutos)

Total

03/2014 44,00 7,20 51,2004/2014 40,00 6,40 46,2005/2014 36,00 6,00 36,0006/2014 0,00 0,00 0,0007/2014 12,00 2,00 14,0008/2014 0,00 0,00 0,0009/2014 28,00 4,40 32.4010/2014 30,00 5,00 35,0011/2014 32,00 5,20 37,2012/2014 20,00 3,20 23,2001/2015 0,00 0,00 0,0002/2015 30,00 5,00 35,00Total 272,00 45,20 317,20

Média = 272 / 12 (**) 22,40 3,45 26.25 (***)

| 107107 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

folga) e feriados do mês. O cálculo é feito dividindo-se a quantidade de horas/minutos por 16,66;

2 – (**) A média é calculada somando-se o total de horas extras no período aquisitivo e dividindo este total por 12, mesmo que em alguns meses não se tenha feito horas extras, como é o caso do exemplo nos meses de junho e agosto de 2014 e janeiro de 2015;

3 – (***) A média total (horas extras + RSR) foi igual a 26,25 (vinte e seis horas e vinte e cinco minutos). No cálculo (item 4 abaixo), em vez de usar 26,25, foi usado 26,42 em função de transformar os 40 minutos e horas centesimais. Neste caso, foi dividido 25 por 60 (total de minutos de uma hora), o que dá 0,42;

4 – A média de horas calculadas será transformada em valores da seguinte forma:

Salário mensal / 220 * 1.5 * (médias de horas extras + RSR), aplicando no exemplo acima temos:

Média de horas extras para férias = R$ 905,00 / 220 => R$ 4,11* 1.5 => R$ 6,17 * 26,42 => R$ 163,01;

5 – No caso o salário para pagamento de férias será R$ 905,00 (salário mensal) + R$ 163,01 (Média de horas extras + RSR), que totaliza R$ 1.068,01;

6 – No exemplo acima, a empregada receberá: Vencimentos: • Férias .......................................,......: R$ 1.068,01 • 1/3 de férias ...................................: R$ 356,00 ___________

• Total dos vencimentos .................: R$ 1.424,01 Descontos:

108 | MARIO AVELINO

• INSS (9%) ......................................: R$ 128,16 ___________

• Líquido recebido ..........................: R$ 1.295,85;7 – Se o empregado fez horas de adicional noturno durante o

período, será aplicada a mesma fórmula. Caso ele faça sem-pre oito horas diárias de adicional noturno, basta aplicar 20% (vinte por cento) sobre o salário. No exemplo acima teremos: R$ 905,00 * 0,20 = R$ 181,00 de adicional noturno, que somados ao salário de R$ 905,00 totaliza R$ 1.086,00.

17.5 – FÉRIAS PAGAS EM DOBRO

O empregador tem até 11 meses, após vencer o período aqui-sitivo, para conceder as férias a seu empregado doméstico. Caso ultrapasse este período, terá de pagar as férias em dobro, ou seja, o empregado gozará os 30 dias e ainda receberá a indenização de 30 dias de salário.

Artigo 137 da CLT:Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata

o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º. Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha

concedido as férias, o empregado pode ajuizar reclamação pedindo a fi-xação, por sentença, da época de gozo das mesmas.

§ 2º. A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário-mínimo da região, devida ao empregado até que seja cum-prida.

§ 3º. Cópia da decisão judicial transitada em julgado será reme-tida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.

| 109109 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Exemplo de concessão de férias: para um empregado domés-tico que foi admitido em 5 de maio de 1999, o primeiro período de férias seria:

• Período aquisitivo: De 05/05/1999 a 04/05/2000;• Período possível de gozo de férias: de 05/05/2000 a 05/04/2001,

pois iniciando em 05/04/2001, que é o limite máximo para não dobrar as férias, os 30 dias de gozo terminariam em 04/05/2001, ou seja, um dia antes de terminar o novo perío-do de férias;

• Período de gozo: sugere-se sempre que se comece no pri-meiro dia útil do mês, embora as férias possam começar a qualquer dia de acordo com a conveniência do empregador e do empregado, não podendo nunca começar em domin-gos e feriados.

O segundo período de férias seria:• Período aquisitivo: de 05/05/2000 a 04/05/2001;• Período possível de gozo de férias: de 05/05/2001 a 05/04/2002,

pois iniciando em 05/04/2002, que é o limite máximo para não dobrar as férias, os 30 dias de gozo terminariam em 04/05/2002, ou seja, um dia antes de terminar o novo perío-do de férias;

E assim por diante.17.6 – AS FALTAS DIMINUEM O DIREITO AO NÚMERO DE

DIAS DE FÉRIAS?

É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empre-gado ao serviço.

O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.

110 | MARIO AVELINO

Artigo 130 da CLT:Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de

trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao ser-

viço mais de 5 (cinco) vezes; II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6

(seis) a 14 (quatorze) faltas; III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15

(quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte

e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

Faltas abonadas para efeito de fériasArtigo 131 da CLT:

Não pode ser considerada falta para efeito de férias, a ausência do empregado:

I – nos casos referidos no art. 473; II – durante o licenciamento compulsório do empregado por

motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percep-ção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;

III – por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atesta-da pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS;

IV – justificada pela empresa (leia-se empregador doméstico), entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do cor-respondente salário;

V – durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e

| 111111 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

VI – nos dias em que não haja serviço.

17.7 – PERDA DO DIREITO ÀS FÉRIAS

Dispõe o art. 133 da CLT sobre a perda de direito às férias:Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período

aquisitivo: I – deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessen-

ta) dias subsequentes a sua saída; II – permanecer em gozo de licença, com percepção de salários,

por mais de 30 (trinta) dias; III – deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais

de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos ser-viços da empresa; e

IV – tiver recebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.

§ 1º. A interrupção da prestação de serviços deve ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social.

§ 2º. Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.

§ 3º. Para os fins previstos no inciso III deste artigo, a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.

112 | MARIO AVELINO

17.8 – PAGAMENTO DAS FÉRIAS

O pagamento das férias deve ser realizado até dois dias antes do empregado entrar em gozo, sendo acrescida de mais 1/3 de abono de férias, instituído pela Constituição Federal. O empre-gador pode comprar ainda 1/3 das férias do empregado como abono pecuniário.

Artigo 142 da CLT:O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe

for devida na data da sua concessão.

17.9 – COMPRA DE 1/3 DAS FÉRIAS – ABONO PECUNIÁRIO (veja alguns modelo no anexo 7.4.2.1)

Os Parágrafos 3º e 4º do Artigo 17º da Lei Complementar 150, tratam do Abono Pecuniário:

§ 3º. É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 4º. O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo.

Artigo 144 da CLT: O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o

concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regu-lamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 (vinte) dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho.

| 113113 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Artigo 145 da CLT: O pagamento da remuneração das férias é, se for o caso, o do

abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.

Parágrafo único. O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do término das férias.

17.10 – ExEMPLOS DE CÁLCULO DE FÉRIAS

Seguem abaixo alguns exemplos de cálculo de férias de um empregado doméstico, realizados a partir de um salário hipoté-tico de R$ 1.000,00.

Exemplo 1: Férias de trinta dias sem venda de 1/3 – Abono Pecuniário.

Vencimentos:• Férias ........................................,......: R$ 1.000,00• 1/3 de férias ....................................: R$ 333,33 ___________

• Total dos vencimentos...................: R$ 1.333,33Descontos:• INSS .................................................: R$ 106,67 ___________

• Líquido recebido ............................: R$ 1.226,66Observações:• Os 30 dias de férias são antecipação de salário. Quando o

empregado retornar ao trabalho, não receberá novamente o mês de salário. O próximo pagamento será somente no próximo mês.

114 | MARIO AVELINO

• Exemplo: o empregado entrou de férias no dia 01/06/2005; recebeu as férias + 1/3 no dia 30/05/2005 e em outro recibo recebeu o pagamento do mês de maio de 2005, ou seja, rece-beu dois salários. O próximo pagamento será referente ao mês de julho, que será pago somente no dia 31 de julho ou dia 5 de agosto, conforme o dia estabelecido de pagamento. Exatamente 60 dias depois.

• A contribuição do INSS do empregador é de 8% sobre as férias + 1/3 de férias. No exemplo acima, o valor a ser reco-lhido é de R$ 106,67.

Exemplo 2: Férias de 20 dias com venda de 1/3 – Abono pe-cuniário.

Vencimentos:• Férias 20 dias..................................: R$ 666,67• 1/3 de férias ....................................: R$ 222,22• Abono pecuniário .........................: R$ 333,33• 1/3 sobre abono pecuniário .........: R$ 111,11 ___________

• Total dos vencimentos...................: R$ 1.333,33Descontos:• INSS ................................................: R$ 71,11 ___________

• Líquido recebido ...........................: R$ 1.262,23Observações:• Considerando que neste caso o empregado também en-

trou de férias em 01/06/2005, ele retornará ao trabalho em 21/06/2005, dez dias antes, e deve receber o salário referen-te a estes 10 dias;

| 115115 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

• O abono pecuniário não incide para efeito de INSS e nem FGTS, caso o empregado deposite.

Exemplo 3: Férias de 20 dias com venda de 1/3 – abono pecu-niário e desconto de pensão alimentícia.

Caso exista desconto de pensão alimentícia, a mesma incide sobre todos os vencimentos. Exemplo: supondo que no exemplo acima, um empregado doméstico pague 20% do seu salário líqui-do à pensionista, teríamos o seguinte recibo:

Vencimentos:• Férias 20 dias..................................: R$ 666,67• 1/3 de férias ...................................: R$ 222,22• Abono pecuniário .........................: R$ 333,33• 1/3 sobre abono pecuniário .........: R$ 111,11 ___________

• Total dos vencimentos..................: R$ 1.333,33Descontos:• INSS ................................................: R$ 106,67• Pensão Alimentícia .......................: R$ 245,33 ___________

• Total dos descontos ......................: R$ 352,00• Líquido recebido ...........................: R$ 981,33

17.11 – DIREITO ÀS FÉRIAS NA DEMISSãO

Quando o empregado é demitido ou pede demissão, sem ser por justa causa, ele tem direito a:

I. Férias indenizadas: férias vencidas e não gozadas, acresci-das de 1/3;

116 | MARIO AVELINO

II. Férias proporcionais: representam os meses trabalhados e que não completaram um ano, acrescidas de 1/3. Cada mês trabalhado de, no mínimo 15 dias, chamamos de um avo. O avo se conta a partir do dia de admissão.

Exemplo: o empregado foi admitido no dia 10/05/2001. O pri-meiro avo é do dia 10/05/2001 até o dia 09/06/2001, e assim por diante. Supondo que ele seja demitido no dia 23/08/2002, teria direito a um período de férias indenizadas, período aquisitivo de 10/05/2001 a 09/05/2002, e férias proporcionais de 3/12 avos, que seriam os avos de:

1º avo: de 10/05/2002 a 09/06/2002;2º avo: de 10/06/2002 a 09/07/2002, e3º avo: de 10/07/2002 a 09/08/2002.

O quarto avo ele não teria direito, pois do dia 10/08/2002 até o dia 23/08/2002 seriam apenas 14 dias de trabalho, e são necessá-rios 15 dias para se fazer um avo.

17.12 – ATUALIZAçãO DA CARTEIRA DE TRABALHO

Antes do empregado sair de férias, é necessário que a carteira de trabalho seja atualizada colocando-se o período aquisitivo e o período de gozo de férias.

17.13 – O PORTAL DOMÉSTICA LEGAL NAS FÉRIAS

| 117117 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Por meio do Portal Doméstica Legal, o empregador domés-tico pode fazer, automaticamente, todo o processo de cálculo de férias, com cálculo e emissão dos recibos de férias e aviso de férias, guia de recolhimento do INSS, guia de recolhimento do FGTS e Imposto de Renda se houver, e ainda atualiza a carteira de trabalho na parte de férias.

Tudo isso sem precisar entender nada de férias, pois o Domés-tica Legal é o Departamento Pessoal do empregador doméstico.

118 | MARIO AVELINO

18 - 13º SALÁRIO

Evitar multas por pagamento em atraso, ou pagamentos in-devidos, além de prazos de recolhimento dos impostos, é mais uma forma de evitar gastos além dos devidos com o 13º. Salário. Também os afastamentos podem gerar pagamento a menos do 13º. Salário.

O 13º salário corresponde à fração de 1/12 avos da remune-ração integral devida ao empregado em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, sendo a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho e contado como mês integral.

Deve ser pago em duas parcelas da seguinte forma:

18.1 – PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA

O pagamento da primeira parcela do 13º salário deve ocor-rer entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, como adiantamento do 13º salário, sendo o valor metade do salário re-cebido pelo empregado no mês anterior.

Para o pagamento da primeira parcela do 13º salário, deve-se respeitar o limite máximo de até 30 de novembro de cada ano.

O pagamento referente à primeira parcela pode ser efetuado por ocasião das férias do empregado, isso se o mesmo requisitar no mês de janeiro, ou o empregador não se opuser de pagar por ocasião das férias, sem a prévia solicitação.

| 119119 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

18.2 – PAGAMENTO DA SEGUNDA PARCELA

O pagamento ao empregado da segunda parcela do 13º salário deve ser feito até o dia 20 de dezembro de cada ano, descontando o valor antecipado, pago a título de primeira parcela.

Exemplo 1: empregado admitido em 02/01/2003, e que não te-nha, em um determinado mês, faltas não justificadas superior a 15 dias, fará jus a 12/12 avos de 13º salário.

Exemplo 2: empregado admitido em 19/04/2003 que sem as de-vidas faltas injustificadas, faria jus a 08/12 avos no dia 20/12/2003. Não foram considerados os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, visto que o empregado só trabalhou 12 dias.

18.3 – CÁLCULO DE MÉDIA DE HORAS ExTRAS E ADICIONAL NOTURNO

As horas extras, repouso semanal remunerado e adicional no-turno incidem pela média no pagamento do 13º salário. O Portal Doméstica Legal faz os cálculos das médias de acordo com a Lei.

As horas extras, repouso semanal remunerado e adicional noturno incidem pela média no pagamento das férias. O Portal Doméstica Legal faz os cálculos das médias de acordo com a Lei.

18.3.1 – ExEMPLO DE CÁLCULO DE MÉDIA DE HORAS ExTRAS

PARA O PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO

Uma empregada doméstica que ganha R$ 905,00 por mês, tra-balha 44 horas semanais e fez durante o ano (janeiro de 2014 a dezembro de 2014) as seguintes quantidades de horas Extras:

120 | MARIO AVELINO

Observações:1 – (*) Mensalmente quando se paga horas extras tem que se

pagar o repouso (descanso) semanal remunerado sobre as horas extras, que corresponde aos Domingos (ou dias de folga) e feriados do mês. O calculo é feito dividindo-se a quantidade de horas/minutos por 16,66;

2 – (**) A média é calculada somando-se o total de horas ex-tras do ano e dividindo este total por 11 (pois o mês de dezembro ainda não foi considerado), mesmo que em alguns meses não se tenha feito horas extras, como é o caso do exemplo nos meses de abril, junho e novembro de 2014;

Mês/AnoQuantidade de

horas extras(horas/minutos)

Repouso Semanal

Remunerado – RSR (*)

(horas/minutos)

Total

01/2014 44,00 7,20 51,2002/2014 40,00 6,40 46,2003/2014 36,00 6,00 36,0004/2014 0,00 0,00 0,0005/2014 12,00 2,00 14,0006/2014 0,00 0,00 0,0007/2014 28,00 4,40 32.4008/2014 30,00 5,00 35,0009/2014 32,00 5,20 37,2010/2014 20,00 3,20 23,2011/2015 0,00 0,00 0,0012/2015 (***) ainda não foi tabulada

30,00 5,00 35,00

Total 242,00 40,20 282,20Média = 272 / 11 (**) 22,00 3,40 25,40 (****)

| 121121 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

3 – (***) O mês de dezembro não foi considerado, pois ainda está em curso. Neste caso, a média é calculada fazendo a somatória de horas extras até o mês de novembro e divi-dindo por 11;

4 – (****) A média total (horas extras + RSR) foi igual a 25,40 (vinte e cinco horas e quarenta minutos), no cálculo (item 5 abaixo), em vez de usar 25,40, foi usado 25,66 em função de transformar os 40 minutos e horas centesimais. Nes-te caso, foi dividido 40 por 60 (total de minutos de uma hora), o que dá 0,67

5 – A média de horas calculadas serão transformadas em va-lores da seguinte forma:

Salário mensal / 220 * 1.5 * (médias de horas extras + RSR), aplicando no exemplo acima temos:

Média de horas extras para férias = R$ 905,00 / 220 => R$ 4,11* 1.5 => R$ 6,17 * 25,67 => R$ 158,38;

6 – No caso, o salário para pagamento de 13º salário será de R$ 905,00 (salário mensal) + R$ 158,38 (Média de horas extras + RSR), que totaliza R$ 1.063,38;

7 – No exemplo acima, a empregada receberá de 13º salário somando a primeira e a segunda parcela, um total de:

Vencimentos: • 13º salário ............................,......: R$ 1.063,38 __________

• Total dos vencimentos..............: R$ 1.063,38 Descontos: • INSS (8%) ...................................: R$ 85,07 __________

• Líquido recebido .......................: R$ 978,31

122 | MARIO AVELINO

8 – Se o empregado fez horas de adicional noturno du-rante o período, será aplicada a mesma fórmula. Caso ele faça sempre oito horas diárias de adicional noturno, basta aplicar 20% (vinte por cento) sobre o salário. No exemplo acima teremos: R$ 905,00 * 0,20 = R$ 181,00 de adicional noturno, que somados ao salário de R$ 905,00 totaliza R$ 1.086,00.

18.4 – DESCONTOS E IMPOSTOS

Sobre o valor pago ao empregado a título de 13º salário, devem ser descontados o INSS e o Imposto de Renda (quando houver). Esses descontos incidem apenas na segunda parcela do 13º.

Quando o empregador recolhe o FGTS para o seu empregado, o valor referente ao 13º salário deve ser depositado no pagamen-to da primeira e da segunda parcela.

Caso haja desconto de pensão alimentícia, o mesmo deve ser feito também na primeira e na segunda parcela.

18.5 – CONTRIBUIçãO PARA A PREVIDêNCIA SOCIAL, SOBRE O 13º SALÁRIO

O pagamento da contribuição para a Previdência Social deve ser realizado somente quando for quitada a segunda parcela do 13º salário. O procedimento é o mesmo adotado para os paga-mentos mensais para o INSS e incide sobre o valor total do 13º salário, sem o desconto da primeira parcela.

É importante observar que o desconto do INSS sobre o 13º salário é independente do salário do mês de dezembro, não po-

| 123123 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

dendo juntar os dois, pois, neste caso, poderia alterar a alíquota de incidência do trabalhador, que varia de 8% a 11%.

A contribuição do empregador é de 8% (oito por cento) sobre o valor total da segunda parcela.

O recolhimento será feito pelo Super SIMPLES Doméstico. O governo ainda vai informar como será o procedimento de reco-lhimento.

18.6 – RECOLHIMENTO DO FGTS E IMPOSTO DE RENDA

Caso o empregador recolhe FGTS em nome de seu empre-gado doméstico, o FGTS sobre o 13º salário deve ser recolhido da mesma forma que o pagamento mensal, sendo que na GFIP – FGTS, será colocado o mês 13.

18.7 – ExEMPLOS DE CÁLCULO DE 13º SALÁRIO

Seguem abaixo exemplos de cálculos da primeira e segunda parcelas de 13º salário, com base em um salário de R$ 1.000,00.

18.7.1 – O EMPREGADO TRABALHOU O ANO INTEIRO E TEM

DIREITO A 12/12 AVOS DE 13º SALÁRIO• Primeira parcela com direito a 12/12 avos.

Vencimentos:• Primeira parcela do 13º salário ..................: R$ 500,00 _________

• Líquido recebido ..........................................: R$ 500,00Observação: não há desconto do INSS, nem Imposto de Renda,

no caso de o empregado ganhar um salário sujeito a tributação.

124 | MARIO AVELINO

• Segunda parcela com direito a 12/12 avos.Vencimentos:• Segunda parcela do 13º salário ..................: R$ 1.000,00 __________

• Total dos vencimentos .................................: R$ 1.000,00Descontos:• INSS ................................................................: R$ 40,00• Adiantamento da 1ª parcela do 13º salário: R$ 500,00 __________

• Total de descontos ........................................: R$ 540,00 __________

• Líquido recebido ..........................................: R$ 460,00Observações:• A contribuição do INSS do empregador é de 8% sobre o 13º

salário. No exemplo acima, o valor a ser recolhido é de R$ 80,00.

• O INSS do empregado doméstico neste exemplo foi calcu-lado na alíquota de 8%.

18.7.2 – O EMPREGADO ADMITIDO EM MARçO DO ANO DE

2015 RECEBERÁ 9/12 AVOS, E AINDA TEM DESCONTO

DE 20% DE PENSãO ALIMENTÍCIA

Vencimentos:• Primeira parcela do 13º salário: 9/12 ...........: R$ 416,67 _________

• Total dos vencimentos....................................: R$ 416,67Descontos:• Pensão alimentícia 20% .................................: R$ 83,33

| 125125 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

_________

• Total de descontos ..........................................: R$ 83,33 _________

• Líquido recebido ............................................: R$ 333,34

• Segunda parcela com direito a 9/12 avos, pois o empregado foi admitido no dia primeiro de março deste ano e ainda tem desconto de pensão alimentícia de 20%.Vencimentos:• Segunda parcela do 13º salário: 9/12.............: R$ 833,33 _________

• Total dos vencimentos.....................................: R$ 833,33Descontos:• INSS ..................................................................: R$ 66,67• Adiantamento da 1ª parcela do 13º salário..: R$ 416,67• Pensão alimentícia 20%...................................: R$ 70,00 _________

• Total de descontos ..........................................: R$ 553,34 _________

• Líquido recebido .............................................: R$ 279,99Observações:• O cálculo foi feito da seguinte maneira: 13º salário = salário-atual / 12 x meses trabalhados, onde no

exemplo acima, temos: 13º salário = R$ 1.000,00 / 12 => 83,33 * 9 => R$ 833,33.

• A pensão alimentícia foi 20% do total do 13º salário, menos o INSS e o desconto da primeira parcela, paga em novembro.

126 | MARIO AVELINO

18.8 – O PORTAL DOMÉSTICA LEGAL NO 13º SALÁRIO

O empregador doméstico pode acessar o Portal Doméstica Le-gal e realizar, automaticamente e a qualquer momento, o cálculo de seus recolhimentos sobre o 13º pago ao seu empregado, com cálculo e emissão dos recibos da primeira e da segunda parcela, guia de recolhimento do INSS, guia de recolhimento do FGTS e Imposto de Renda, se houver. Tudo isso sem precisar entender nada de 13º salário, pois o Doméstica Legal é o departamento pessoal do empregador doméstico.

| 127127 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

19 - INSS

Não atrasar o recolhimento do INSS para evitar multas e juros de mora. Em que situações há incidências do INSS para evitar recolhimentos indevidos.

O INSS é uma contribuição de caráter obrigatório, do empre-gador e do empregado doméstico.

19.1 – COMO REGISTRAR O EMPREGADO NO INSS

Quando o empregado não possuir a inscrição no INSS, que é o Número de Inscrição Social – NIS (ver modelo no anexo 7.1.11), o empregador deve orientá-lo a fazer esse registro, que pode ser realizado pela internet, através do site ou diretamente nas agên-cias do INSS.

Observação: antes o trabalhador tinha o NIT (Número de Identificação do Trabalhador), em função da obrigatoriedade do FGTS. Houve há alguns meses esta mudança. Se o trabalhador possuir o cadastramento no PIS ou PASEP não precisará ter o NIS, mas se possuir somente o NIT, será obrigado a fazer o ca-dastramento para ter o NIS.

Para fazer a inscrição pela internet, devem ser seguidas as se-guintes instruções:

I. Entrar no endereço ;II. Clicar em Serviços ao Cidadão;

128 | MARIO AVELINO

III. Clicar em Inscrição na Previdência Social − Con-tribuinte Filiado e Não Filiado;

IV. Clicar em Contribuinte Não Filiado;V. Fazer a inscrição on-line, seguindo as orienta-

ções do site. Se o empregado já houver trabalhado antes com carteira as-

sinada, não há necessidade de fazer novo cadastramento junto ao INSS, pois ele deve possuir o Número de Identificação do Tra-balhador − NIT −, o número do PIS ou do PASEP, ou o registro como Contribuinte Individual (autônomo).

19.2 – LOCAL DE INSCRIçãO PARA A PREVIDêNCIA E DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

Para o empregado inscrever-se junto à previdência, são neces-sários os seguintes documentos:

I. Carteira de identidade; II. Cadastro de pessoa física – CPF; III. Carteira de trabalho e previdência social − CTPS (infor-

mação obrigatória para o empregado doméstico);IV. Comprovante de endereço; V. Título de eleitor; VI. Carteira de habilitação, se possuir; VII. Certidão de nascimento ou casamento.

| 129129 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

19.3 – CONTRIBUIçãO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

O empregador deve recolher a sua parte mensalmente ao INSS, chamada de contribuição patronal, e a parte do seu empregado, descontada do salário mensal.

Até o mês de setembro de 2015, a contribuição do emprega-dor doméstico será de 12% (doze por cento) sobre a remuneração paga no mês (salário + horas extras, adicional noturno, menos faltas e outros vencimentos e descontos que houver). A partir de outubro de 2015, a contribuição do empregador doméstico passará para 8% (oito por cento), uma redução de 4% (quatro por cento)1:

19.4 – CONTRIBUIçãO DO EMPREGADO DOMÉSTICO

O valor da contribuição do empregado vai depender da re-muneração recebida no mês (salário + horas extras + adicional noturno − faltas, atrasos etc.), e pode variar de 8%, 9% ou 11%. Abaixo, a tabela de INSS vigente no ano de 2015.

Salário de contribuição Percentual de desconto

Até R$ 1.399,12 8%

De R$ 1.399,13 a R$ 2.331,88 9%

De R$ 2.331,89 a R$ 4.663,75 11%

1 O Projeto de Lei nº 7.082/2010 (do Instituto Doméstica Legal), que propôs a redu-ção do INSS do empregador doméstico de 12% para 6%, e do empregado doméstico para uma alíquota única de 6% em vez de 8%, 9% ou 11%, foi aprovado pelo Congres-so Nacional em 11/11/2014, depois de seis anos de tramitação, mas no dia 18/12/2014, a presidente Dilma Rousseff vetou o Projeto de Lei, em vez de sancioná-lo em Lei, e infelizmente em março de 2015, o Congresso Nacional manteve o veto presidencial.

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19.5 – QUANDO E COMO RECOLHER O INSS?

Até a competência do mês de setembro de 2015, o recolhimen-to da contribuição do empregador e do empregado ao INSS deve ser feito todo dia 15 do mês subsequente ao desconto. A partir da competência do mês de outubro de 2015, o vencimento será todo dia 7 do mês seguinte à competência.

Se o dia 15 ou o dia 7 (a partir de outubro/2015) não houver expediente bancário, recolhe-se no primeiro dia útil.

Exemplo: O recolhimento do mês de janeiro de 2015 deveria ter sido fei-

to no dia 15 de fevereiro de 2015. Como o dia 15 caiu no domin-go, o recolhimento poderia ser realizado até dia 16 de fevereiro, segunda-feira.

O recolhimento do INSS do mês de novembro pode ser feito no dia 20 de dezembro, junto com a parcela incidente sobre o 13º salário2. Se o dia 20 de dezembro não for dia útil, deverá se pagar antecipadamente.

Observações:a) O valor do desconto do INSS deve constar em todos os re-

cibos de pagamento de salário do empregado; ainda que o empre-gador tenha pago integralmente o INSS e não tenha descontado o valor, de fato, do pagamento do empregado;

b) É importante lembrar que sobre férias e o abono de 1/3 de férias também incide a contribuição previdenciária;

2 A partir da regulamentação da PEC das domésticas, o recolhimento deverá ser fei-to em uma Guia Única (SIMPLES doméstico) e passará a ser no dia 7 do mês seguinte ao de referência do pagamento.

| 131131 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

c) Em caso de afastamento do empregado doméstico por licença-maternidade, o empregador deve fazer o reco lhimento do INSS de 8%. A parte da contribuição do empregado já vem descontada no pagamento do benefício, feito pela Previdência Social;

d) No caso de afastamento por doença, o empregador doméstico não terá que recolher o INSS no mês em que o em-pregado estiver afastado. Sua obrigação é recolher o INSS sobre os dias trabalhados no mês de afastamento e no mês de retorno;

e) Até a competência setembro/2015, o INSS será recolhido através da GPS – Guia Previdência Social (veja anexo 8.1). A par-tir da competência do mês de outubro/2015, o reco lhimento será através do Super Simples Doméstico (veja o Capítulo 11).

19.6 – RESTITUIçãO DO INSS NO IMPOSTO DE RENDA DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

Desde o ano-base de 2006, o empregador doméstico que usa o Modelo Completo na declaração anual de ajuste do Imposto de Renda, pode deduzir o valor da contribuição patronal relativa ao seu empregado, que foi recolhido durante o ano. A Lei nº 9.2503, de 26 de dezembro de 1995, autoriza o empregador doméstico a fazer essa dedução até o exercício de 2019, ano-base 2018.

Para deduzir o INSS, o empregador deve indicar o CPF do empregado. Além disso, ele pode deduzir a contribuição pa-

3 A Lei nº 9.250, de 1995 foi alterada pela Lei nº 11.324 de 19 de julho de 2006, que introduziu a possibilidade dessa dedução até o ano de 2012. A Lei nº 12.469, de 26 de agosto de 2011 alterou novamente a Lei nº 9.250, de 1995, para estender o prazo até 2015.

132 | MARIO AVELINO

tronal de apenas um empregado doméstico, ainda que tenha mais de um.

O valor restituído tem como base o salário-mínimo federal. Em 2014, exercício 2015, o limite de restituição foi de R$ 1.152,88.

O site www.domesticalegal.com.br disponibiliza uma fer-ramenta, chamada “Calculadora do Empregador”, que auxilia a realização do cálculo correto do valor a ser recolhido a título de contribuição do empregado, que pode variar de acordo com a data de admissão, a data de demissão, os períodos de afasta-mento (caso o empregado tenha sido afastado durante o ano) e o salário-mínimo federal de cada mês.

19.7 – COMO RECOLHER O INSS EM ATRASO

Os meses atrasados até abril de 2015 poderão ser refinancia-das pelo REDOM (veja o item 7.3 do Capítulo 7 deste livro). As guias de INSS em atraso de maio/2015 a setembro/2015 podem ser impressas diretamente pelo site da Previdência Social, já sain-do calculadas com juros e multa do período desejado.

Seguem abaixo as instruções para a emissão da guia:1. Acesse;2. Clicar em Serviços ao Cidadão;3. Clicar em Cálculo da Guia da Previdência So-

cial – GPS;4. Selecionar a categoria Doméstico; digitar o nú-

mero de identificação, confirmar o cadastro e a operação;5. A partir daí, seguir as instruções do sistema.

| 133133 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

A partir da competência outubro/2015, o recolhimento pas-sou a ser através da Guia DAE (Documento de Arrecadação do eSocial).

19.8 – BENEFÍCIOS DO INSS PARA O EMPREGADOR DOMÉSTICO

I. Pagamento do salário em caso de afastamento por doen-ça, já a partir do primeiro dia, caso o empregado tenha no míni-mo 12 meses de contribuição ao INSS;

II. Pagamento do salário-maternidade durante 120 dias, em caso de afastamento por licença-maternidade. O INSS tam-bém paga os 4/12 avos do 13º salário referente a este período;

III. A tranquilidade que o empregado está segurado para efeito de aposentadoria, seja por tempo de contribuição, por in-validez ou por idade;

IV. A tranquilidade de saber que, em caso de morte do em-pregado, os filhos receberão a pensão por morte.

V. A eliminação do fantasma de uma ação trabalhista;VI. Cumprir sua obrigação como empregador, respeitando

e dando dignidade ao seu empregado doméstico.VII. Restituição do INSS na Declaração de Ajuste Anual

do Imposto de Renda para quem usa o Modelo Completo.

19.9 – BENEFÍCIOS DO INSS PARA O EMPREGADO DOMÉSTICO

I. Salário-família;II. Salário-maternidade;

134 | MARIO AVELINO

III. Auxílio-doença;IV. Auxílio por Acidente de Trabalho. Veremos no item

8.12 deste capítulo como proceder;V. Auxílio-reclusão;VI. Pensão por morte;VII. Aposentadoria por tempo de contribuição;VIII. Aposentadoria por idade;IX. Aposentadoria por invalidez.

19.10 – SALÁRIO-FAMÍLIA

19.10.1 – QUEM TEM DIREITO AO SALÁRIO-FAMÍLIA?

Todo empregado doméstico que tenha filhos com idade até 14 anos, ou filhos inválidos (neste caso, não há limite de idade) tem direito a receber, mensalmente, para auxiliar no sustento dos filhos, uma cota de salário-família. O Portal Doméstico Le-gal fará a baixa automaticamente quando o filho atingir 14 anos, cessando o pagamento do salário-família referente a este filho.

São equiparados aos filhos os enteados e tutelados, desde que estes não possuam bens suficientes para o próprio sustento, de-vendo a dependência econômica de ambos ser comprovada;

Se o pai e a mãe trabalham, ambos recebem a cota de salário-família;

Não existe carência de contribuição para o pagamento do salá-rio-família. Ou seja, é pago a partir do primeiro mês de trabalho;

O pagamento da cota do salário-família cessa no mês seguinte ao filho completar 14 anos, no caso de falecimento ou na cessação da incapacidade do filho inválido.

| 135135 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

É necessária a apresentação da certidão de nascimento do fi-lho para o empregador doméstico.

Com base no ano de 2015, só tem direito ao salário-família os empregados que ganham até R$ 1.089,72.

19.10.2 – QUAL O VALOR DO SALÁRIO-FAMÍLIA?

Durante o ano de 2015, o valor da cota do salário-família foi de:

Faixa salarial Valor da cota

Recebeu até R$ 725,02 R$ 37,18

De R$ 725,03 a R$ 1.089,72 R$ 26,20

19.10.3 – COMO É PAGO O SALÁRIO-FAMÍLIA?

O salário-família é pago pelo empregador doméstico no reci-bo de pagamento de salário mensal, a partir da apresentação da certidão de nascimento do filho e do preenchimento e assinatura do Termo de Responsabilidade − Concessão de Salário-família.

O valor das cotas pagas será ressarcido mensalmente ao em-pregador doméstico no recolhimento mensal do INSS, e a partir de outubro/2015 através da Guia DAE.

Quando o empregado estiver recebendo auxílio-doença ou aposentado, o benefício será pago diretamente pela Previdência Social. O cálculo das cotas de salário-família, emissão do Termo de Responsabilidade, controle da cessão do salário-família por idade do filho e controle de vacinação é feito automaticamente pelo Portal Doméstica Legal − www.domesticalegal.com.br.

136 | MARIO AVELINO

19.10.4 – DOCUMENTOS NECESSÁRIOS QUE DEVEM SER

ENTREGUES AO EMPREGADOR E PREENCHIDOS PARA SE

TER DIREITO AO SALÁRIO-FAMÍLIA

Para que o empregado tenha direito as cotas de Salário Família, ele deve apresentar a Certidão de Nascimento dos filhos com idade até 14 anos, e se o filho for Portador de Necessidade Especial não há idade limite. Deverá ainda assinar o Termo de Responsabilidade - Concessão de Salário Família (anexo 7.2.1).

19.11 – AUxÍLIO POR ACIDENTE DE TRABALHO

É o benefício a que tem direito os segurados e seguradas quan-do sofrem um acidente, do qual resultam sequelas que reduzem temporariamente ou permanentemente a capacidade do traba-lho. Este direito só começará a vigorar a partir do mês de outu-bro de 2015.

É concedido aos que recebiam auxílio-doença previdenciário (sem relação com o seu trabalho) ou acidentário, resultante de um acidente de trabalho.

Ele é caracterizado a partir do momento que o funcionário sai de sua casa para o trabalho até retornar para a mesma.

Quando o empregado é afastado por acidente de trabalho, o empregador é obrigada a:

I. Continuar depositando o INSS do empregador;II. Recolher o FGTS;III. Pagar o 13º salário dos meses em que ele estiver

afastado;

| 137137 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

IV. Dar estabilidade de um ano ao empregado após o retor-no ao trabalho. Até o presente momento, o empregado domésti-co não tem direito a este benefício;

A Lei Complementar 150/2015, estabeleceu este bene-fício: Atualmente, quando um empregado doméstico sofre um acidente de trabalho, ele é afastado por doença e a vantagem para o empregador doméstico é de não ter custos com depósito do INSS de 12%;

V. Caso tenha optado em depositar o FGTS, o depósito é suspenso;

VI. O 13º salário dos meses afastados é pago pelo INSS;VII. O poder de demitir o empregado, se assim o quiser,

após o retorno às atividades laborais, pois ele não tem a estabili-dade de um ano no trabalho.

O Instituto Doméstica Legal está trabalhando no Congresso Nacional para que, pelo menos, os custos de INSS e de 13º salário continuem sendo bancados pela Previdência Social, pois quando o empregado se afasta, normalmente o empregador doméstico contrata outro trabalhador, e ele não tem a capacidade financei-ra, como uma empresa, de arcar com os custos do funcionário afastado mais os custos do novo empregado. Caso esteja de acor-do, dê seu voto no site www.domesticalegal.org.br.

19.12 – SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO – SATPara pagar o Seguro Acidente de Trabalho – SAT, o emprega-

dor doméstico, a partir de outubro de 2015, pagará uma contri-buição mensal de 0,8% (oito décimos por cento) sobre a remune-ração (salário, horas extras, 13º salário, férias etc.). Exemplo: para um empregado doméstico que recebe um salário mensal de R$

138 | MARIO AVELINO

905,00 (piso salarial no Estado de São Paulo em 2015), o depósito é de R$ 7,24.

O SAT tem por objetivo cobrir as despesas do pagamento do auxílio por acidente de trabalho. Até o mês de setembro de 2015, este seguro não existia. O recolhimento mensal do SAT será feito através do Super Simples Doméstico de Guia Única, juntamente ao INSS, ao FGTS, ao Seguro Acidente de Trabalho e ao Imposto de Renda, se houver, que é o SIMPLES doméstico.

19.13 – MUDANçA NO INSS PARA O EMPREGO DOMÉSTICO A PARTIR DA LEI COMPLEMENTAR 150/2015

As mudanças no emprego doméstico foram:I. Redução do INSS do empregador doméstico de 12% para

8%;II. Eliminação do abatimento do INSS no Imposto de Ren-

da para quem usa o Modelo Completo na Declaração Anual de Ajuste do Imposto de Renda. Esta dedução iria até o exercício 2015, ano-base 2014;

III. O empregado passa a ter direito ao salário-família e ao auxílio por acidente de trabalho, quando afastado por este motivo;

IV. Criação da alíquota de 0,8% para pagamento do Seguro Acidente de Trabalho − SAT;

V. A responsabilidade do recolhimento do INSS passa a ser do empregador doméstico.

O recolhimento passa a ser feito a partir de uma única guia (SIMPLES doméstico), onde o empregador recolhe o INSS, o Se-guro Acidente do Trabalho, o FGTS, a antecipação da multa de 40% sobre o saldo do FGTS, em caso de demissão sem justa cau-

| 139139 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

sa, e o imposto de renda descontado do empregado doméstico, quando ocorrer.

140 | MARIO AVELINO

20 - FGTS

Não atrasar o recolhimento do FGTS para evitar multas e juros de mora. Em que situações há incidências do FGTS para evitar recolhimentos indevidos. Em situação de demissão o em-pregador doméstico pode restituir a Multa de 40% do FGTS re-colhida durante o contrato de trabalho.

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço − FGTS ‒ é uma espécie de poupança que o empregador faz em nome do empre-gado. Ele é uma garantia financeira para o empregado em caso de demissão sem justa causa, aposentadoria etc.

Tal poupança é depositada na Caixa Econômica Federal, que atualiza os seus valores no dia 10 de cada mês. O valor mensal a ser depositado corresponde a 8% sobre o salário pago ao empre-gado doméstico. Ela rende juros anuais de 3%, mais atualização monetária mensal com base na TR − Taxa de Referência.

Até o mês de setembro de 2015, o recolhimento do FGTS será opcional ao empregador doméstico. A partir da competência do mês de outubro de 2015, ele passa a ser obrigatório, conforme Inciso IV do artigo 34 da Lei Complementar 150 (ver anexo 2.1). Não há recolhimento obrigatório do FGTS anterior ao mês de ou-tubro de 2015. A Lei não retroage à data de admissão do empre-gado doméstico.

| 141141 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

A opcionalidade do FGTS está prevista na Lei nº 10.208 de 23/03/20011:

Lei nº Art. 3º-A. É facultada a inclusão do empregado doméstico

no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço − FGTS, de que trata a Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, mediante requerimento do empregador, na forma do regulamento.

Decreto nº 3.361, de 10 de fevereiro de 2000 Art. 1º. O empregado doméstico pode ser incluído no Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço − FGTS, de que trata a Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, mediante requerimento do empregador, a partir da competência março do ano 2000.

§ 1º. Para efeito deste Decreto, o requerimento consistirá na apresentação da guia de recolhimento do FGTS, devidamente preen-chida e assinada pelo empregador, na Caixa Econômica Federal − CEF ou na rede arrecadadora a ela conveniada.

§ 2º. Efetivado o primeiro depósito na conta vinculada, o em-pregado doméstico será automaticamente incluído no FGTS.

1 Na verdade, foi o Decreto nº 3.361, de 10 de fevereiro de 2000, quem previu a possibilidade de recolhimento para o empregado doméstico. Em 2001, a Lei nº 10.208 alterou a Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972 para incluir a previsão do benefício.A partir da regulamentação da PEC das Do-mésticas, o FGTS passará a ser obrigatório, e além dos 8% de depósito, tam-bém será depositado mais 3,2%, que têm por objetivo provisionar a multa de 40% em caso de demissão sem justa causa pelo empregador doméstico. Caso o empregado não seja demitido sem justa causa pelo empregador (pe-diu demissão, morte, aposentadoria por invalidez, demissão por justa cau-sa), esta poupança compulsória será devolvida ao empregador doméstico com juros e atualização monetária, que rendeu durante o período. O valor recebido será contado a partir da comunicação de saída do empregado pelo empregador doméstico.

142 | MARIO AVELINO

Art. 2º. A inclusão do empregado doméstico no FGTS é irretra tável com relação ao respectivo vínculo contratual e sujeita o em-pregador às obrigações e penalidades previstas na Lei 8.036, de 1990.

20.1 – BENEFÍCIOS DO FGTS PARA O EMPREGADO DOMÉSTICO

O primeiro grande benefício para o empregado de ter uma conta de FGTS aberta pelo seu empregador junto à Caixa Eco-nômica Federal é ser titular de uma conta de poupança, onde, a cada ano, seu empregador deposita o equivalente a um salário bruto. Ou seja, para um empregado que ganha R$ 1.000,00 por mês, após cinco anos de trabalho terá um saldo equivalente a pelo menos R$ 5.400,00.

20.2 – SITUAçõES EM QUE O EMPREGADO PODE SACAR SEU FGTS

O empregado doméstico pode sacar o seu FGTS nas seguintes situações:

I. Demissão sem justa causa;II. Término do contrato por prazo determinado;III. Aposentadoria;IV. Necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de

desastre natural causado por chuvas ou inundações que te-nham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecida, por meio de portaria do Governo Federal;

V. Falecimento do trabalhador. Neste caso, quem saca são os dependentes legais;

| 143143 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

VI. Ter o titular da conta vinculada com idade igual ou superior a 70 anos;

VII. Quando o trabalhador ou seu dependente for porta-dor do vírus HIV;

VIII. Quando o trabalhador ou seu dependente for acome-tido de Neoplasia Maligna (câncer);

IX. Permanência da conta por três anos ininterruptos sem depósito, para os contratos rescindidos até 13 de julho de 1990 e, para os demais contratos, a permanência do trabalhador por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS;

X. Rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;XI. Rescisão do contrato por extinção total ou parcial

da empresa;XII. Decretação de nulidade do contrato de trabalho nas

hipóteses previstas no art. 37 ‒ II, da Constituição Federal, quan-do mantido o direito ao salário;

XIII. Rescisão do contrato por falecimento do empregador individual;

XIV. Utilização na compra da casa própria;XV. Aplicação em Fundo Mútuo de Privatização – FMP,

que foi usado em 2000 para compra de Cotas da Petrobras, e em 2002 para compra de Cotas da Vale. Esta opção não existe mais;

XVI. Pagamento de prestação/amortização/liquidação de saldo devedor do SFH.

20.3 – COMO CADASTRAR O EMPREGADOR DOMÉSTICO?

Será criado um processo simplificado através do E-Social para cadastrar o empregador doméstico.

144 | MARIO AVELINO

Caso o empregador tenha feito a opção de depositar o FGTS antes de outubro de 2015, não pode se retratar, sendo obrigado a manter o empregado no regime até o término de seu contrato de trabalho.

Para que o empregador doméstico possa efetuar o recolhi-mento, ele deve estar inscrito no INSS através do CEI (Cadastro Específico Individual), na categoria especial de “Empregador do-méstico”. A matrícula CEI pode ser feita pela internet no endere-ço www2.dataprev.gov.br/ceiweb/cadastraSenhaIdentificador.view.

20.4 – COMO CADASTRAR O EMPREGADO DOMÉSTICO?

Acredito que haverá também a simplificação do cadastramen-to do empregado doméstico pelo E-Social.

Atualmente (antes de outubro/2015), o empregador deve ve-rificar se seu empregado doméstico já possui cadastro junto ao INSS. Neste caso ele terá o NIT (Número de Identificação do Trabalhador) ou o PIS/PASEP, caso tenha trabalho antes em uma empresa. Se ele não possuir, deve-se ir ao site da Caixa Econômi-ca Federal, clicar na opção Downloads e imprimir o formulário de cadastramento no NIS – Número de Identificação Social. Este formulário deverá ser entregue em qualquer agência da Caixa Econômica Federal (veja modelo no anexo 7.1.11).

Após ter efetuado seu cadastro no CEI e o cadastro do empre-gado doméstico no NIS, o empregador deve guardar os números, pois serão utilizados para o preenchimento da sua GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social).

A inclusão se dará por opção do empregador, que se efetivará com o recolhimento do primeiro depósito em conta vinculada,

| 145145 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

aberta para este fim específico em nome do trabalhador na CEF (Caixa Econômica Federal).

O cadastramento pode ser feito em uma agência da Caixa ou pela internet. Na agência, o empregador deve apresentar os se-guintes documentos: DCN − Documento de Cadastramento do NIS − assinado e o comprovante de matrícula no CEI do respon-sável pelo cadastramento.

Para fazer o cadastramento pela internet, o empregador deve acessar o site http://www.esocial.gov.br/.

20.5 – COMO RECOLHER O FGTS?

20.5.1 – DEPÓSITO

O empregador fica obrigado a depositar, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida ao empregado doméstico no mês anterior ao re-colhimento.

20.5.2 – PRAZO DE RECOLHIMENTO

O depósito para o FGTS deve ser recolhido até o dia 7 de cada mês subsequente ao que foi pago. Não havendo expediente ban-cário, deve ser antecipado imediatamente para o dia anterior em que haja expediente.

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20.5.3 – FORMA DE RECOLHIMENTO2

A partir de outubro de 2015, quando o FGTS passou a ser obri gatório, o recolhimento é através da Guia DAE (veja Capítu-lo 11).

Atualmente, o recolhimento deve ser feito por meio da Guia DAE , disponível no site do eSocial ou no Portal da Doméstica Legal (através da integração).

O empregador deve manter sua via arquivada pelo prazo de trinta anos, para fins de controle e fiscalização. Cada formulário da GFIP (ver anexo 8.2.2) abrigará apenas uma competência.

Observação: a contribuição correspondente a 8% é devida em relação ao pagamento da 1ª e da 2ª parcela do 13º salário, bem como em relação às férias acrescidas de mais 1/3.

No caso de férias, a competência será o mês de gozo das mes-mas, independentemente de o pagamento ter sido realizado no mês anterior.

No site da Caixa Econômica Federal (http://www.grfem-pregadodomestico.caixa.gov.br/), o empregador poderá cal-culo a guia de FGTS antes de outubro de 2015.

2 A partir da regulamentação da PEC das Domésticas, o recolhimento será feito através de uma Guia Única (SIMPLES doméstico), onde também será recolhido o INSS, o Seguro Acidente de Trabalho e a provisão da mul-ta de 40% em caso de demissão sem justa causa pelo empregador. O re-colhimento é em duas vias: a 1ª via do caixa/banco conveniado e a 2ª via do empregador.

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20.5.4 – COMO RECOLHER O FGTS EM ATRASO?

O recolhimento em atraso do FGTS gera multa, juros e atuali-zação monetária. Estes correspondem ao rendimento que essa poupança deveria ter, se tivesse sido depositada no prazo3.

Para recolher o FGTS em atraso, o empregador deve entrar no site da Caixa Econômica Federal − http://www.grfempre-gadodomestico.caixa.gov.br/ − e seguir os seguintes passos:

1. Clique no botão mensal2. Preencher os dados do empregador3. Preencher os dados do empregado4. Ver item 8.2.1

Este programa pode ser usado mensalmente, inclusive para fazer o recolhimento no prazo.

20.6 – RECOLHIMENTO DE 3,2% – ANTECIPAçãO DA MULTA DE 40% DO FGTS

O empregador doméstico recolherá mensalmente junto com o FGTS mais 3,2% (três inteiros, dois por cento) a título de an-tecipação da multa de 40% do FGTS em caso de demissão sem justa causa pelo empregador doméstico. O objetivo é fazer uma poupança prévia, para se evitar não ter o dinheiro disponível

3 Já a multa que rende juros e correção monetária vai toda para o governo, e o tra-balhador, que é o prejudicado, não recebe nenhum centavo. Isso acontece desde a criação do FGTS, em janeiro de 1967. Só para o leitor ter uma ideia, este dinheiro vai para uma conta chamada Patrimônio Líquido do FGTS, que atualmente está em mais de R$ 18 bilhões, dinheiro este gerado a partir da poupança do trabalhador.

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em caso de demissão sem justa causa, e com isso evitar possíveis ações trabalhistas.

O recolhimento passa a vigorar a partir da competência do mês de outubro de 2015, e será feito através da Guia DAE (veja o Capítulo 11).

De acordo com o parágrafo 1º do artigo 22 da Lei Comple-mentar 150, caso o empregado seja demitido por justa causa, sem justa causa, término de contrato de experiência ou prazo deter-minado, falecimento, ou aposentadoria, os depósitos referentes a essa antecipação, corrigidos com juros de 3% (três por cento) ao ano mais atualização monetária (mesmo rendimento do FGTS) serão resgatados (sacados) pelo empregador doméstico.

De acordo com o parágrafo 2º do artigo 22 da Lei xx.xxx, caso o empregado seja demitido por culpa recíproca, que é quando tanto o empregado quanto o empregador têm culpa na demis-são, o empregado sacará somente 20% da multa que foi anteci-pada e o empregador doméstico resgatará os outros 20%. Quem decide a culpa recíproca é o Juiz do Trabalho em função de uma ação trabalhista de justa causa.

20.6.1 – SAQUE DA ANTECIPAçãO DA MULTA DE 40% PELO EMPREGADO DOMÉSTICO

Se o empregado doméstico for demitido sem justa causa pelo empregador doméstico, ao sacar o FGTS, automaticamente tam-bém sacará a multa de 40% que foi antecipada pelo empregador doméstico. A princípio, o procedimento será o mesmo do saque do FGTS. Qualquer mudança será formalizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego ou pela Caixa Econômica Federal.

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Para os empregadores domésticos que já depositam o FGTS, haverá o depósito da multa de 40% sobre o saldo mais os rendi-mentos dos depósitos feitos até o mês de setembro de 2015.20.6.2 – RESGATE DA ANTECIPAçãO DA MULTA ANTECIPADA

PELO EMPREGADOR DOMÉSTICO, CASO O EMPREGADO NãO SEJA DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA

O empregador doméstico apresentará o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho – TRCT, devidamente pago e quitado à Cai- xa Econômica Federal, preencher um formulário RDF para dar entrada no processo junto a caixa econômica

20.7 – MULTA DE 40% DO FGTS PARA O EMPREGADOR QUE DEPOSITAVA O FGTS ANTES DE OUTUBRO DE 2015

Para o empregador doméstico que optou em depositar o FGTS antes da obrigatoriedade deste, se no futuro ele demitir o em-pregado doméstico sem justa causa, deverá depositar a multa de 40% (quarenta por cento) sobre o saldo existente até o dia 10/09/2015.

O recolhimento será feito através da GRRF – Guia de Recolhi-mento Rescisório do FGTS – GRRF (veja o modelo no anexo 8.3).

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21 - IMPOSTO DE RENDA

O Imposto de Renda não é um custo do empregador doméstico, é descontado do empregado doméstico, normalmente quando ganha um valor acima de R$ 2.100,00 por mês.

O Imposto de Renda na fonte é um desconto que incide sobre o salário líquido do empregado doméstico, feito pelo seu empre-gador.

No ano de 2015, haverá esse desconto para o empregado do-méstico cujo salário líquido for superior a R$ 1.868,22, conforme tabela abaixo:

Tabela de Imposto de Renda na fonte – Em vigor desde 01/01/2015

Para se calcular o Imposto de Renda a ser deduzido, em pri-meiro lugar, é preciso calcular o salário ou renda líquida do tra-balhador. Para isso, deve-se subtrair do valor do salário devido as seguintes despesas:

a) Pagamento do INSS;b) Pagamento de pensão alimentícia, quando houver;

Base de cálculo mensal Alíquota Parcela a deduzir do IR

Até R$ 1.868,22 Isento -De R$ 1.868,23 até R$ 2.799,86 7,5% R$ 140,11De R$ 2.799,87 até R$ 3.733,19 15% R$ 350,11De R$ 3.733,20 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 630,09

Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 863,33

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c) Dedução dos valores relativos a dependentes; ed) Deduções feitas no salário do empregado decorrente

de faltas e atrasos.O valor a deduzir por dependente é de R$ 187,80.O menor valor passível de ser recolhido na fonte é de R$ 10,00.

Abaixo deste valor, devem ser acumuladas as novas retenções até atingir o valor mínimo de R$ 10,00.

Neste momento, o documento para recolhimento do Imposto de Renda retido do empregado é o DARF – Documento de Ar-recadação de Receitas Federais (veja o anexo 8.4). Nos próximos 120 dias, este recolhimento será feito pela Guia DAE. Em uma única guia será recolhido INSS, FGTS, Seguro Acidente de Tra-balho e Imposto de Renda (veja o Capítulo 11).

O responsável pelo recolhimento é o empregador doméstico.O Portal Doméstica Legal disponibiliza uma ferramenta que

faz o cálculo automático do Imposto de Renda.

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22 - CONTRIBUIçãO SINDICAL

A Contribuição Sindical, na realidade é um imposto, pois o empregado é obrigado a contribuir um dia de salário por ano. Já o empregador doméstico, terá uma contribuição de acordo com valores a serem definidos pelo sindicato patronal. Para que haja a contribuição, os sindicatos tem que estarem registrados no Mi-nistério do Trabalho.

Pela Lei Complementar 150, haverá a Contribuição Sindical dos empregados e dos empregadores domésticos:

Art. 19. Observadas as peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplicam as Leis nº 605, de 5 de janeiro de 1949, nº 4.090, de 13 de julho de 1962, nº 4.749, de 12 de agosto de 1965, e nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e, subsidiariamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

A contribuição sindical é uma contribuição social obrigatória a todos que participem de determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, independentemente de serem ou não associados a um sindicato.

A contribuição sindical está prevista dos artigos 578 a 591 da CLT. Possui natureza tributária e é recolhida compulsoriamente pelos empregadores no mês de janeiro e pelos trabalhadores no mês de abril de cada ano. Tal contribuição deve ser distribuída,

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na forma da lei, aos sindicatos, às federações, às confederações e à Conta Especial Emprego e Salário, administrada pelo Ministé-rio do Trabalho e Emprego – MTE.

O objetivo da cobrança é o custeio das atividades sindicais, e os valores destinados à Conta Especial Emprego e Salário inte-gram os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

22.1 – CONTRIBUIçãO DO EMPREGADO DOMÉSTICO

A contribuição sindical do empregado doméstico correspon-de a um dia de salário por ano. É descontada no pagamento do mês de março de cada ano. O documento de recolhimento é a GRCSU – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urba-na, usada para recolhimento da Contribuição Sindical do empre-gado doméstico (veja o anexo 8.5). Exemplo: para um emprega-do doméstico que ganha R$ 900,00, o desconto é de R$ 30,00, ou seja, contribuição sindical = salário / 30.

Observações:a) Se o empregado estiver afastado no mês de março, o des-

conto deve ser feito no mês seguinte ao mês de seu retorno.b) Se o empregado tiver sido admitido após o mês de mar-

ço, e não tiver tido, neste ano, o desconto da contribuição sindical, o desconto deve ser feito no mês seguinte a admissão.

c) Se a admissão tiver sido no mês de dezembro, o descon-to deve ser feito no mês de janeiro do ano seguinte.

d) O recolhimento da contribuição sindical deve ser feito até o último dia do mês seguinte ao mês do desconto. Normal-mente será no último dia de abril, quando o desconto tiver ocor-rido no mês de março.

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e) Geralmente os sindicatos enviarão a Guia de Recolhi-mento da contribuição sindical para o empregador doméstico, que é feita pela GRCSU – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana. O recolhimento deve ser feito na Caixa Econô-mica Federal.

f) O Portal Doméstica Legal faz o desconto automático da contribuição sindical e já emite a GRCSU.

22.2 – CONTRIBUIçãO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

O valor da contribuição sindical do empregador doméstico é definido pelo sindicato do empregador, e o recolhimento deve ser feito até o dia 31 de janeiro de cada ano. O documento de recolhimento é a GRCSU – Guia de Recolhimento da Contribui-ção Sindical Urbana, usada para recolhimento da Contribuição Sindical do empregador doméstico (veja o anexo 8.6). Com base na Convenção Coletiva feita pelo Sindicato dos Empregadores Domésticos de Campinas e Região, o valor estabelecido para o ano de 2014 foi de:

Número de empregados domésticos

Valor da contribuição sindical anual

1 R$ 30,002 R$ 45,003 R$ 60,004 R$ 70,00

Mais de 4 empregados R$ 80,00

Observações:• Normalmente os sindicatos enviam a Guia de Recolhi-

mento da Contribuição Sindical para o empregador doméstico,

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que é feita pela GRCSU – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana. O recolhimento deve ser feito na Caixa Econô-mica Federal.

• O Portal Doméstica Legal dispõe de uma ferramenta que faz o desconto automático da contribuição sindical e já emite a GRCSU.

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23 - ESOCIAL

O eSocial até o momento é um gerador de Guia de Reco-lhimento do INSS, Seguro Acidente de Trabalho, FGTS, Anteci-pação da Multa de 40% do FGTS, e Imposto de Renda se hou-ver. Existe ainda muitos erros, que podem gerar recolhimentos a maior ou a menor, prejudicando empregados e empregadores domésticos.

A Lei Complementar 150/2015 estabeleceu o Simples Domésti-co (veja os artigos 31 a 35 da Lei Complementar 150 no anexo 2.1), que é o recolhimento em um único documento do INSS, FGTS, antecipação da multa de 40% do FGTS, Seguro Acidente de Tra-balho e o Imposto de Renda, caso este tenha sido descontado do empregado. O recolhimento será até o dia sete do mês seguinte ao da competência. Os valores das parcelas previstas no art. 34 desta Lei, não recolhidos até a data do vencimento, irão se sujei-tar a incidência de encargos legais na forma prevista na legisla-ção do imposto sobre a renda.

Esta guia será impressa através do Portal E-Social – ww.eso-cial.gov.br –, como também através de portais que fazem o sis-tema de folha de pagamento de empregados domésticos, como por exemplo o Doméstica Legal.

No momento que este livro foi lançado, em junho de 2015, ainda não havia o modelo da guia DAE.

De acordo com os artigos 31 a 35 da Lei Complementar 150, o Super SIMPLES doméstico funciona da seguinte forma:

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Art. 31. É instituído o regime unificado de pagamento de tri-butos, de contribuições e dos demais encargos do empregador domés-tico (Guia DAE), que deverá ser regulamentado no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de entrada em vigor desta Lei.

Art. 32. A inscrição do empregador e a entrada única de da-dos cadastrais e de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais no âmbito do Simples Doméstico dar-se-ão mediante registro em sistema eletrônico a ser disponibilizado em portal na internet, conforme regula-mento.

Parágrafo único. A impossibilidade de utilização do sistema eletrônico será objeto de regulamento, a ser editado pelo Ministério da Fazenda e pelo agente operador do FGTS.

Art. 33. O Simples Doméstico será disciplinado por ato con-junto dos Ministros de Estado da Fazenda, da Previdência Social e do Trabalho e Emprego que disporá sobre a apuração, o recolhimento e a distribuição dos recursos recolhidos por meio da Guia DAE, observadas as disposições do art. 21 desta Lei.

§ 1º. O ato conjunto a que se refere o caput deverá dispor tam-bém sobre o sistema eletrônico de registro das obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais e sobre o cálculo e o recolhimento dos tributos e encargos trabalhistas vinculados ao sistema ESOCIAl.

§ 2º. As informações prestadas no sistema eletrônico de que trata o § 1º:

I – têm caráter declaratório, constituindo instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e encargos trabalhistas delas resultantes e que não tenham sido recolhidos no prazo consignado para pagamento; e

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II – deverão ser fornecidas até o vencimento do prazo para pa-gamento dos tributos e encargos trabalhistas devidos na Guia DAE em cada mês, relativamente aos fatos geradores ocorridos no mês anterior.

§ 3º. O sistema eletrônico de que trata o § 1º deste artigo e o sis-tema de que trata o caput do art. 32 substituirão, na forma regulamen-tada pelo ato conjunto previsto no caput, a obrigatoriedade de entrega de todas as informações, formulários e declarações a que estão sujeitos os empregadores domésticos, inclusive os relativos ao recolhimento do FGTS.

Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento men-sal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores:

I – 8% (oito por cento) a 11% (onze por cento) de contribuição previdenciária, a cargo do segurado empregado doméstico, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II – 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenci-ária para a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos termos do art. 24 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

III – 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho;

IV – 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; V – 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), na forma do

art. 22 desta Lei; e VI – imposto sobre a renda retido na fonte de que trata o inci-

so I do art. 7º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se incidente. § 1º. As contribuições, os depósitos e o imposto arrolados nos

incisos I a VI incidem sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada empregado, incluída na remuneração a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, e a Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

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§ 2º. A contribuição e o imposto previstos nos incisos I e VI do caput deste artigo serão descontados da remuneração do empregado pelo empregador, que é responsável por seu recolhimento.

§ 3º. O produto da arrecadação das contribuições, dos depósitos e do imposto de que trata o caput será centralizado na Caixa Econômica Federal.

§ 4º. A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos iden-tificadores do recolhimento, disponíveis no sistema de que trata o § 1º do art. 33, transferirá para a Conta Única do Tesouro Nacional o valor arrecadado das contribuições e do imposto previstos nos incisos I, II, III e VI do caput.

§ 5º. O recolhimento de que trata o caput será efetuado em instituições financeiras integrantes da rede arrecadadora de receitas fe-derais.

§ 6º. O empregador fornecerá, mensalmente, ao empregado do-méstico cópia do documento previsto no caput.

§ 7º. O recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, e a exigência das contribuições, dos depósitos e do imposto, nos valores definidos nos incisos I a VI do caput, somente serão devidos após 120 (cento e vinte) dias da data de publicação desta Lei.

Art. 35. O empregador doméstico é obrigado a pagar a remu-neração devida ao empregado doméstico e a arrecadar e a recolher a contribuição prevista no inciso I do art. 34, assim como a arrecadar e a recolher as contribuições, os depósitos e o imposto a seu cargo discri-minados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência.

§ 1º. Os valores previstos nos incisos I, II, III e VI do caput do art. 34 não recolhidos até a data de vencimento sujeitar-se-ão à incidên-

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cia de encargos legais na forma prevista na legislação do imposto sobre a renda.

§ 2º. Os valores previstos nos incisos IV e V, referentes ao FGTS, não recolhidos até a data de vencimento serão corrigidos e terão a incidência da respectiva multa, conforme a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990.

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24 - DEMISSãO

Quais os motivos de demissão, quais são os direitos do em-pregado, e como fazer a rescisão, para não ter custos indevidos.

A Parte Final de uma relação trabalhista se concretiza com a rescisão do contrato de trabalho e com o pagamento dos direitos do trabalhador.

A rescisão pode ser por iniciativa do empregador, do empre-gado, ou por situações como aposentadoria, abandono de em-prego, ou morte do empregador ou do empregado.

Nesses casos, é necessário distinguir duas situações: a do em-pregado doméstico que tem a carteira de trabalho assinada e está protegido pela lei e a do empregado que não tem carteira assina-da, mas que mesmo assim tem os mesmos direitos do primeiro, mesmo que os pagamentos que receba sejam informais.

O primeiro passo é que a parte que deseja rescindir o contrato comunique a outra parte por escrito.

Dispõe a CLT sobre a demissão imotivada de empregado:Artigo 477 da CLT:

É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipu-lado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.

§ 2º deste artigo – O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato,

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deve ter especificado a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas.

§ 4º deste artigo – O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação da rescisão do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto, quando o pagamento somente pode ser feito em dinheiro.

Nenhum empregado pode ser demitido estando afastado ou em gozo de férias.

O empregador pode demitir uma empregada doméstica grá-vida, desde que a indenize do mês da dispensa até o quinto mês de vida do nascimento do bebê.

24.1 – ExAME MÉDICO DEMISSIONAL

Um procedimento recomendável ao empregador doméstico, no processo de demissão de seu empregado é a realização do exame médico demissional; ou seja, antes de demitir o emprega-do doméstico, pedir que o mesmo faça um exame médico, para ver se não há algum problema que poderia ter sido adquirido no desempenho de suas funções, pois neste caso, isso pode até inviabilizar a demissão.

Estes exames são feitos em clínicas de medicina e segurança do trabalho e custam em média R$ 30,00. O exame demissional é pago pelo empregador doméstico.

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24.2 – CÁLCULO DA MAIOR REMUNERAçãO PARA RESCISãO

As horas extras, repouso semanal remunerado e adicional no-turno incidem pela média no pagamento das férias, 13º salário e aviso-prévio, e é o que chamamos de maior remuneração para o cálculo de rescisão, onde soma-se a existência de outros venci-mentos como, por exemplo, o empregado que tem uma gratifi-cação de R$ 100,00. O Portal Doméstica Legal faz os cálculos das médias de acordo com a Lei.

O cálculo para achar a média, para efeito de rescisão, normal-mente leva em consideração os últimos 12 meses trabalhados.

24.2.1 – ExEMPLO DE CÁLCULO DE MÉDIA DE HORAS ExTRAS

PARA COMPOR A MAIOR REMUNERAçãO

Uma empregada doméstica foi demitida em 05/03/2015, ga-nhava R$ 905,00 por mês, trabalhava 44 horas semanais e nos últimos 12 meses (março de 2014 a fevereiro de 2015) computou as seguintes quantidades de horas extras:

Mês/AnoQuantidade de

horas extras(horas/minutos)

Repouso Semanal

Remunerado – RSR (*)

(horas/minutos)

Total

03/2014 44,00 7,20 51,2004/2014 40,00 6,40 46,2005/2014 36,00 6,00 36,0006/2014 0,00 0,00 0,0007/2014 12,00 2,00 14,0008/2014 0,00 0,00 0,00

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Observações:1 – (*) Mensalmente quando se paga horas extras tem que se

pagar o repouso (descanso) semanal remunerado sobre as horas extras, que corresponde aos domingos (ou dias de folga) e feriados do mês. O cálculo é feito dividindo-se a quantidade de horas/minutos por 16,66;

2 – (**) A média é calculada somando-se o total de horas extras no período aquisitivo e dividindo este total por 12, mesmo que em alguns meses não se tenha feito horas extras, como é o caso do exemplo nos meses de junho e agosto de 2014 e janeiro de 2015;

3 – (***) A média total (horas extras + RSR) foi igual a 26,25 (vinte e seis horas e vinte e cinco minutos). No cálculo (item 4, abaixo), em vez de usar 26,25, foi usado 26,42 em função de transformar os 40 minutos e horas centesimais. Neste caso foi dividido 25 por 60 (total de minutos de uma hora), o que dá 0,42;

4 – A média de horas calculadas serão transformadas em va-lores da seguinte forma:

Salário mensal / 220 * 1.5 * (médias de horas extras + RSR), aplicando no exemplo acima, teremos:

09/2014 28,00 4,40 32.4010/2014 30,00 5,00 35,0011/2014 32,00 5,20 37,2012/2014 20,00 3,20 23,2001/2015 0,00 0,00 0,0002/2015 30,00 5,00 35,00Total 272,00 45,20 317,20

Média = 272 / 12 (**) 22,40 3,45 26.25 (***)

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Média de horas extras para a maior remuneração = R$ 905,00 / 220 => R$ 4,11* 1.5 => R$ 6,17 * 26,42 => R$ 163,01

5 – No caso, a maior remuneração será de R$ 905,00 (salário mensal) + R$ 163,01 (Média de horas extras + RSR), que totaliza R$ 1.068,01;

6 – Se o empregado fez horas de adicional noturno duran-te o período, será aplicada a mesma fórmula. Caso ele faça sempre oito horas diárias de adicional noturno, basta aplicar 20% (vinte por cento) sobre o salário. No exemplo acima teremos: R$ 905,00 * 0,20 = R$ 181,00 de adicional noturno, que somados ao salário de R$ 905,00 totaliza R$ 1.086,00.

24.3 – DESCONTO MÁxIMO PERMITIDO

Descontos compensatórios podem ser decorrentes de emprés-timos, prejuízos causados, dentre outros.

Descontos legais são aqueles fixados por lei, tais como: INSS, Imposto de Renda, vale-transporte, pensão alimentícia e faltas.

O limite máximo de descontos em uma rescisão está condicio-nado ao total de vencimentos que o empregado receber. O pará-grafo 5º do artigo 477 da CLT estabelece que:

Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não pode exceder o equivalente a 1 (um) mês de remune-ração do empregado.

Em tese, significa que se um empregado doméstico ganha R$ 1.000,00 por mês, não pode ter um desconto ou descontos com-pensatórios superiores ao seu salário.

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Isso significa que os descontos não podem ser maiores que os vencimentos.

Exemplo: um empregado que ganhava R$ 1.000,00 por mês foi demitido sem justa causa e no momento da rescisão tinha um empréstimo que faltava pagar de R$ 2.200,00 e um desconto de R$ 150,00 de telefonemas interurbanos, totalizando R$ 2.350,00

É comum haver, no emprego doméstico descontos a serem fei-tos, por empréstimos concedidos pelo empregador ou por prejuí-zos causados pelo empregado que ultrapassam este limite de um salário. Nessa situação, é justo que seja descontado até o saldo máximo de rescisão que o empregado tenha a receber.

• Total dos vencimentos da rescisão: ..................: R$ 2.000,00• Total de descontos legais (INSS, vale-transporte) .....................................: R$ 200,00 __________

• Líquido para descontos compensatórios ........: R$ 1.800,00• Total dos descontos permitidos ........................: R$ 1.800,00 __________

• Líquido a receber na rescisão ............................: R$ 0,00

Neste exemplo, o empregador teve um prejuízo de R$ 550,00 (R$ 2.350,00 – R$ 1.800,00). Portanto, é aconselhável que o empre-gador evite fazer adiantamentos ou empréstimos superiores ao salário pago ao empregado.

24.4 – LOCAL DA HOMOLOGAçãO DA RESCISãO

Dispõe o artigo 477 da CLT:

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§ 1º. O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo sindi-cato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho.

§ 2º. Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos pre-vistos neste artigo, a assistência será prestada pelo representante do Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na falta ou impedimento destes, pelo Juiz de Paz.

§ 3º. O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o trabalhador e empregador. Portaria 15 de 2012 caixa econômica.

No emprego doméstico, não há obrigatoriedade de homolo-gação no Ministério do Trabalho ou no sindicato. No entanto, é aconselhável que, nos casos de rescisões, nas quais as partes este-jam em discordância, deve-se fazer a homologação no sindicato das empregadas domésticas de sua cidade, caso exista.

Em caso de inexistência do sindicato, recomenda-se que o empregador se dirija à Delegacia Regional do Trabalho de sua localidade ou até ao Juiz de Paz, conforme o parágrafo 3º descrito acima.

24.5 – QUANDO HOUVE RECOLHIMENTO DO FGTS EM FAVOR DO EMPREGADO DOMÉSTICO

Para poder sacar o FGTS, a Caixa Econômica Federal exige que o empregado apresente o Termo de Rescisão (recibo) carim-bado pela Delegacia Regional do Trabalho local. Com as guias DAE e seus documentos : carteira de trabalho ,CPF e compro-vante de enderenço.

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24.6 – PRAZOS PARA PAGAMENTO DA RESCISãO

Dispõe o art. 477, § 6º da CLT:O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão

ou recibo de quitação deve ser efetuado nos seguintes prazos:a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; oub) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso-prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

24.7 – PENALIDADES POR ATRASO

Dispõe o art. 477, § 8º da CLT:A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infra-

tor a multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devida-mente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, compro-vadamente, o trabalhador der causa à mora.

No caso do empregador doméstico, não existe multa prevista, no caso de rescisão contratual, cabendo a esse pagar somente o valor de um salário (último salário em carteira) em favor do em-pregado.

No entanto, o valor de pagamento dessa obrigação pode ser alterado, a critério do juiz em caso de uma reclamação trabalhista.Por isso é importante, se houver a impossibilidade do emprega-do receber no prazo, depositar o dinheiro em sua conta bancária ou pegar assinatura de testemunhas que afirmem que o empre-gado não compareceu para receber o pagamento no prazo

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24.8 – AVISO-PRÉVIO

Os artigos 487 a 491 da CLT dispõe sobre o aviso-prévio: Art. 487. Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo

motivo, quiser rescindir o contrato deve avisar a outra da sua resolu-ção com a antecedência mínima de:

II – 30 (trinta) dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa.

§ 1º. A falta do aviso-prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.

§ 2º. A falta de aviso-prévio por parte do empregado dá ao em-pregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.

§ 6º. O reajustamento salarial coletivo, determinado no cur-so do aviso-prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mes-mo que tenha recebido antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Art. 488. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

Parágrafo único. É facultado ao empregado trabalhar sem a re-dução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que pode faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso I, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação.

Art. 489. Dado o aviso-prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar

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o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.

Parágrafo único. Caso seja aceita a reconsideração ou continu-ando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso não tivesse sido dado.

Art. 490. O empregador que, durante o prazo do aviso-prévio dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida.

Art. 491. O empregado que, durante o prazo do aviso-prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo.

24.9 – ADICIONAL DE TRêS DIAS DE AVISO-PRÉVIO POR ANO TRABALHADO, QUANDO DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA PELO EMPREGADOR DOMÉSTICO,

LEI 12.506 DE 11/10/2011

Quando o empregado é demitido sem justa causa pelo empre-gador doméstico, para cada ano de trabalho ele recebe mais três dias de indenização. Esta indenização está limitada a 60 dias, que equivale a vinte anos de trabalho.

Estes dias contarão para cálculo de avos de 13º salário e férias, o que poderá dar no máximo mais dois meses de avos.

| 171171 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

24.10 – DEMISSãO POR INICIATIVA DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

Quando a decisão de demitir o empregado partir do empre-gador, esse último fica obrigado aos seguintes pagamentos:

I. Quando a demissão é sem justa causa, com o aviso-pré-vio trabalhado, o pagamento devido ao empregado será com-posto das seguintes parcelas:

• Saldo de salário, dias efetivamente trabalhados;• Três dias de aviso-prévio adicional para cada ano traba-

lhado, limitados a 60 dias quando o empregado tiver vinte ou mais anos de trabalho;

• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-rias;

• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abono de férias;

• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano;• Indenização de 40% sobre o saldo do FGTS, caso deposi-

te o Fundo;• Comunicado de dispensa, para receber o seguro-de-

semprego, caso exista um mínimo de 18 (dezoito) contribuições no FGTS. O seguro-desemprego para o empregado doméstico terá apenas três meses, limitado a um salário-mínimo.

II. Quando a demissão é sem justa causa, com dispensa do aviso-prévio, o pagamento devido ao empregado será compos-to das seguintes parcelas:

• Saldo de salário por dias efetivamente trabalhados;• Aviso-prévio equivalente a um mês de salário;

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• 3 dias de aviso-prévio adicional para cada ano trabalha-do, limitados a 60 dias quando o empregado tiver vinte ou mais anos de trabalho;

• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abono de férias;

• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-rias;

• 1/12 de 13º salário sobre aviso-prévio indenizado;• Indenização de 40% sobre o saldo do FGTS, caso deposi-

te o Fundo;• Comunicado de dispensa, para receber o seguro-de-

semprego, caso exista um mínimo de 18 contribuições no FGTS.O aviso-prévio gera mais um avo para efeito de férias.III. Quando a demissão se der ao final do contrato de expe-

riência, os valores devidos ao empregado são:• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescida de 1/3 de abono de fé-

rias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano.IV. Quando a demissão se der antes do término do contrato

de experiência, são devidas ao empregado as seguintes parcelas:• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescida de 1/3 de abono de férias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano;• Indenização de 50% dos dias que faltam para terminar.Exemplo: em um contrato de 90 dias, que seja rescindido

no 70º dia. Como faltam 20 dias para os 90 totais, a indenização será de 10 dias de salário

| 173173 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

V. Quando a demissão for por justa causa e houver menos de um ano de trabalho, é devido ao empregado apenas o saldo de salário.

VI. Quando a demissão for por justa causa de um empre-gado com mais de um ano de trabalho:

• Saldo de salário;• Férias vencidas + 1/3 de abono de férias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados.VII. Quando a demissão for por motivos de justa causa da-

dos pelo empregador doméstico:O artigo 27 da Lei Complementar 150/2015 propõe os se-

guintes motivos de demissão por justa causa dados pelo empre-gador doméstico:

Art. 27. Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei: I – submeter idoso, enfermo, pessoa com deficiência ou criança

sob cuidado direto ou indireto do empregado a maus tratos; II – cometer ato de improbidade; III – praticar incontinência de conduta ou mau procedimento; IV – condenação criminal do empregado, passada em julgado,

caso não tenha havido suspensão da execução da pena; V – desídia* (falta de cuidado ou de atenção = DESLEIXO,

NEGLIGÊNCIA) no desempenho das respectivas funções; VI – embriaguez habitual ou em serviço; VII – violação de fato ou circunstância íntima do empregador

doméstico ou de sua família; VIII – ato de indisciplina ou de insubordinação; IX – abandono de emprego, assim considerada a ausência

injustificada ao serviço por, pelo menos, 30 (trinta) dias corridos;

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X – ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas pra-ticadas no serviço contra qualquer pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

XI – ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas pra-ticadas contra o empregador doméstico ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

XII – prática constante de jogos de azar.

24.11 – DEMISSãO POR INICIATIVA DO EMPREGADO DOMÉSTICO

Se a decisão de demissão partir do empregado, o empregador fica obrigado a pagar as seguintes parcelas:

I. Quando a demissão for sem justa causa, com o aviso-prévio trabalhado:

• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescida de 1/3 de abono de fé-

rias;• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abono

de férias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano.II. Quando a demissão for por justa causa e mais de um

ano de trabalho:• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescida de 1/3 de abono de fé-

rias;• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abo-

no de férias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano.

| 175175 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

III. Quando a demissão for sem justa causa, com aviso-pré-vio indenizado

• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abo-

no de férias;• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-

rias.• Desconto: com aviso-prévio indenizado, o empregado

paga um mês de salário ao empregador, que será descontado em rescisão.

IV. Quando a demissão for por término do contrato de ex-periência:

• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-

rias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano.V. Quando a demissão for antes do término do contrato

de experiência:• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-

rias;• 13º salário proporcional aos meses trabalhados no ano.• Desconto: indenização de 50% dos dias que faltam para

terminar o contrato de experiência. Exemplo: em um contrato de 90 dias, que seja rescindido no 70º dia, como faltam 20 dias para os 90 totais, haverá um desconto de 10 dias de salário.

VI. Quando a demissão for por justa causa pelo emprega-do doméstico

• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;

176 | MARIO AVELINO

• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abono de férias;

• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-rias;

• 13º salário proporcional. O artigo 27 da Lei Complementar 150/2015, estabelece os

seguintes motivos de pedido de demissão do empregado domés-tico por justa causa:

Paragrafo único. O contrato de trabalho pode ser rescindido por culpa do empregador quando:

I – forem exigidos serviços superiores às forças do empregado doméstico, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato;

II – o empregado doméstico for tratado pelo empregador ou sua família com rigor excessivo ou de forma degradante;

III – o empregado doméstico correr perigo manifesto de mal considerável;

IV – o empregador não cumprir as obrigações do contrato; V – o empregador ou sua família praticar, contra empregado

doméstico ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e da boa fama; VI – o empregador ou sua família ofender o empregado domésti-

co ou sua família fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

VII – o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra mulheres de que trata o art. 5º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

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24.12 – DEMISSãO POR APOSENTADORIA DO EMPREGADO

No caso de rescisão do contrato de trabalho motivada por aposentadoria do empregado, o empregador deve pagar as se-guintes parcelas:

• Saldo de salário dos dias efetivamente trabalhados;• Férias indenizadas, se houver, acrescidas de 1/3 de abono

de férias;• Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 de abono de fé-

rias;• 13º salário proporcional.

24.13 – DEMISSãO POR CULPA RECÍPROCA

De acordo com o § 2º. do artigo 22º da Lei Complementar 150: § 2º. Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores pre-

vistos no caput será movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.

Nesse caso, são parcelas devidas pelo empregador ao empre-gado:

• Saldo de salário;• Férias vencidas + 1/3 de abono de férias;• 50% do 13º salário proporcional;• Multa de 20% sobre o saldo do FGTS, caso o empregador

deposite o Fundo de Garantia.

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24.14 – MORTE DO EMPREGADOR DOMÉSTICO

A Lei nº 5.859/72 e seu Decreto Regulamentador de nº 71.885/73, que dispõem sobre a profissão de empregado doméstico, nada preveem acerca da morte do empregador doméstico e suas con-sequências.

O Artigo 8º da CLT, prevê que: As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na fal-

ta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e nor-mas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

Com base nesse artigo, é possível identificar duas situações e possíveis soluções:

I. Se o empregado doméstico presta serviço a uma única pessoa, cabe ao espólio pagar seus direitos. Nesse caso, deve-se fazer uma rescisão como se o empregado tivesse pedido demis-são sem justa causa, com dispensa do aviso-prévio.

II. Se o empregado doméstico exerce suas atividades no âmbito residencial de uma família, a relação de emprego perma-nece íntegra, visto que ocorreu a morte de uma pessoa física que, por motivos financeiros ou hierárquicos, na sociedade familiar, foi identificada como empregador, porém não era a única pessoa a se valer da prestação de serviços do referido trabalhador. Daí ocorre uma verdadeira sucessão trabalhista.

| 179179 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Nesta hipótese, os membros sobreviventes devem eleger um novo empregador, visto que não existe “empregador coletivo”, procedendo a alteração na CTPS do empregado, por meio de anotação na parte destinada às “Anotações Gerais”.

A partir daí, este novo empregador responde pelas obriga-ções cabíveis, inclusive relativamente ao tempo anterior a altera-ção, não prevalecendo a faculdade de manter ou não o vínculo de emprego, conforme análise anterior, ou a extinção do contrato motivada pelo falecimento.

24.15 – MORTE DO EMPREGADO DOMÉSTICO

Quando houver a morte do empregado doméstico, o empre-gador deve fazer uma rescisão e pagar em cotas iguais aos de-pendentes habilitados perante a Previdência Social e, na falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.

Neste caso, deve-se fazer uma rescisão como se o empregado tivesse pedido demissão sem justa causa, com dispensa do avi-so-prévio.

24.16 – ABANDONO DE EMPREGADO

Se o empregado não aparece no emprego há mais de trinta dias, deve-se seguir os seguintes passos, nesta ordem:

I. Tentar entrar em contato com o empregado ou com pa-rentes, para saber o que aconteceu, pois o empregado pode ter sido atropelado, falecido etc.;

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II. Se ele não for encontrado, envia-se um telegrama e re-gistra-se a carta de abandono do emprego em cartório de títulos e documentos;

III. Calcula-se uma rescisão, por motivo de justa causa.IV. Vai-se até um banco oficial efetuar uma ordem de paga-

mento em nome deste empregado. O banco irá lhe orientar sobre todo o procedimento;

V. O banco notificará o empregado doméstico para que o mesmo compareça para o recebimento;

VI. O empregado vindo receber no banco, e não havendo nenhuma contestação, tornará o assunto liquidado;

VII. Se o empregado não aparecer, ou aparecer e recusar o pagamento, deve-se, por meio de um advogado, propor uma ação de consignação em pagamento na Justiça do Trabalho. Isso significa que o devedor tem o dever de cumprir a obriga-ção no tempo, lugar e forma ajustados, mas tem, por outro lado, o direito de receber do credor a quitação do débito.

A consignação judicial só é necessária se, além do di-nheiro, tiver de devolver documentos e objetos pessoais. Caso contrário, basta o recurso de depositar no banco oficial.

24.17 – ATUALIZAçãO DA CARTEIRA DE TRABALHO

Na folha do contrato de trabalho, onde o empregador domés-tico admitiu o empregado, deve-se colocar a data de saída e as-sinatura.

Atualiza-se, também, as alterações de salários e férias.

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24.18 – SEGURO-DESEMPREGO

A partir do dia 28/08/2015, todo trabalhador demitido Sem Justa Causa pelo empregador doméstico tem direito ao Seguro Desemprego. Em 26/08/2015, o Conselho Delibe-rativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, através da Resolução 754, regulamentou as regras para o pagamento do Seguro Desemprego do empregado domés-tico, para atender o Artigo 26 da Lei Complementar 150. As regras são:

1 – Quem tem direito:1.1 – Ter trabalhado pelo menos 15 meses nos últimos

24 meses. Não precisa ter sido em único emprego. A partir da segunda solicitação tem que ter trabalhador no mínimo 15 meses;

1.2 – Não pode estar recebendo qualquer benefício continuado da Previdência Social, com exceção de Pensão por Morte ou Auxílio Acidente;

1.3 – Não possuir qualquer renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

2 – Número de Parcelas e Valor do Seguro:2.1 – No máximo três parcelas;2.2 – Valor de um Salário Mínimo Federal cada par-

cela.3 – Onde dar entrada no pedido:O trabalhador solicita o benefício nas SRTE - Superin-

tendências Regionais do Trabalho e Emprego, SINE – Siste-ma Nacional de Emprego, agências credenciadas da Caixa e

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outros postos credenciados pelo MTE – Ministério do Tra-balho e Emprego.

4 – Documentos necessários:4.1 – Carteira de Trabalho com a data de baixa;4.2 – Termo de Rescisão do Contrato com o motivo

de Demissão sem Justa Causa pelo empregador, ou demis-são por Justa Causa pelo Emprego;

4.3 – CPF;4.4 – Carteira de Identidade ou outro documento de

identificação que tenha a foto;4.5 – Número do PIS/PASEP, ou NIT (Número de

Identificação do Trabalhador), ou leve uma cópia da Guia de recolhimento do INSS, ou Guia DAE, onde tem o número de identificação do trabalhador.

5 – Prazo para solicitar:A solicitação deve ser feita no prazo de 7 a 90 dias

contados da data de demissão e as demais a cada intervalo de 30 dias, contados da emissão da parcela anterior.

6 – Prazo para receber:O pagamento da primeira parcela do seguro-desem-

prego será agendado para 30 dias após a data de requeri-mento do benefício, e as demais a cada intervalo de 30 dias.

O segurado deverá receber cada parcela no prazo má-ximo de 67 dias, a partir da disponibilidade do saque.

7 – Onde receber:Se você tiver conta Poupança (013) ou conta Cai-

xa Fácil (023), a parcela será creditada automaticamente em sua conta.

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O benefício pode ser retirado em qualquer Unidade Lotérica, Correspondente Caixa Aqui, no Autoatendimento da Caixa, mediante uso do Cartão do Cidadão, com senha cadastrada, ou ainda nas Agências da Caixa .

24.19 – MODELOS DE CARTAS DE DEMISSãO E RECIBOS DE RESCISãO

Para o empregador doméstico demitir ou o empregado do-méstico pedir demissão, existem vários modelos de cartas e co-municados, além do termo de rescisão.

24.20 – O PORTAL DOMÉSTICA LEGAL E SEU APOIO AO PROCESSO DE DEMISSãO DO EMPREGADO

Através do Portal Doméstica Legal, o empregador doméstico faz todo este processo automaticamente, no conforto da sua casa, a qualquer momento, com cálculo e emissão do recibo de resci-são e cartas necessárias, guia de recolhimento do INSS, guia de recolhimento do FGTS e Imposto de Renda, se houver. Tudo isso sem precisar entender nada de cálculo de rescisão, pois o Domés-tica Legal é o departamento pessoal do empregador doméstico.

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25 - TREINAMENTO

Investir em treinamento de seus empregados domésti-cos, é diminuir despesas, melhorar a qualidade dos servi-ços, gerando satisfação e fidelização do empregado domés-tico. Outo ponto importante, permitir que seu empregado estude.

Existe empregadas e empregados domésticos experientes, mas não existe empregado doméstico pronto de acordo com o gosto do empregador doméstico.

O empregado vai melhorando a partir de orientações do empregador doméstico, como por exemplo:

• Como gosta da comida, com mais ou menos sal;• Como quer a arrumação do quarto;• Como gosta que passe as roupas, ou que roupas não de-

verá passar;• Etc..

O treinamento de um empregado doméstico, pode ser dado pelo empregador, ou contratar empresas ou pessoas especiali-zadas em treinamento no emprego doméstico de acordo com a função e tarefas que vai executar.

Existem cursos, de como arrumar um a casa, quarto, como passar, como limpar sem desperdiçar material de limpeza, ou estragar a roupa, de cozinheira, de boas maneiras, de como ar-rumar uma mesa, de direitos e deveres trabalhistas, etc. Para encontrar estes cursos, sugiro entrar no Google, e colocar curso

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ou treinamento de empregada doméstica, ou babá, ou cuidador de idosos, de acordo com a sua necessidade. Inclusive existem vários cursos que são grátis.

Acredito que, treinar o empregado doméstico é um bom in-vestimento, onde quem irá ganhar mais é o empregador domés-tico e sua família, como também o empregado doméstico, que se sentirá mais valorizado.

RESUMINDO, VALE A PENA INVESTIR EM TREINAR O SEU EMPREGADO DOMÉSTICO.

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26 - BENEFÍCIOS

A Lei Complementar (LC) 150, não obriga o empregador a dar nenhum benefício, tais como seguro de vida, seguro saúde, plano odontológico, previdência privada, cesta básica, etc.

Um benefício pode se tornar obrigatório em função de Convenções e Acordos Coletivos sindicais. Atualmente, os em-pregados de alguns municípios de São Paulo tem um Seguro de Vida garantido em Convenção Coletiva.

O empregador doméstico tem total liberdade de dar qual-quer benefício ao empregado doméstico. É importante que o em-pregador doméstica faça recibo de qualquer benefício que dê a seu empregado doméstico.

Caso o empregador queira dar algum benefício e descon-tar parte do custo no salário do empregado doméstico, tem que haver a concordância do empregado através de documento es-crito, e o limite de desconto é de até 20% (vinte por cento) do salário contratual, conforme o Parágrafo 1º. Do artigo 18 da Lei Complementar 150.

§ 1o É facultado ao empregador efetuar descontos no salá-rio do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de segu-ro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário.

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O Portal Doméstica Legal oferece os seguintes benefícios, que podem ser contratados pelos empregadores domésticos para seus empregados.

1 – Seguro de Vida Pró Doméstica

É um Seguro de Vida para o empregado doméstico, que garante os seguintes benefícios para ele ou seus dependentes em caso de invalidez ou morte.

• Garantia de Morte de R$ 10.000,00;• Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente de

até R$ 10.000,00;• Assistência funeral de até R$ 2.000,00;• Seis meses de cesta básica de R$ 200,00.

A seguradora é a Previsul da Caixa Econômica Federal.

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27 - PORTAL DOMÉSTICA LEGAL O DEPARTAMENTO PESSOAL DO

EMPREGADOR DOMÉSTICO www.DOMESTICALEGAL.COM.BR

Doméstica Legal o Departamento Pessoal do Empregador Doméstico

Departamento Pessoal é o setor responsável pelo seu empregado doméstico, desde sua admissão até sua demissão. O D.P., como é conhecido, possui, basicamente, 4 setores com atribuições distintas: admissão, controle/manutenção, orientação trabalhista e demissão.

Como Setor de Admissão, damos orientação na fase de recrutamento e seleção do empregado doméstico, de acordo com a sua necessidade. Primeiro verifica-se o perfil profissiográfico (são todas as atribuições, características profissionais do empregado) que você está procurando no futuro empregado. O

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empregador receberá um manual com orientação de direitos e deveres do patrão e do empregado doméstico.

Faremos o registro de admissão do empregado doméstico conforme a legislação trabalhista vigente, o cadastramento no sistema da Doméstica Legal, no eSocial, o Contrato de Experiência/Contrato, Termo de Uso de Vale Transporte, Atualização da Carteira de Trabalho, Orientação dobre jornada de trabalho, Folha de Ponto, etc.

Será designador um Consultor, que será responsável pelo envio de toda a documentação de admissão por e-mail.

Setor de Controle e Manutenção, terá um consultor responsável mensalmente pela confecção da folha de pagamento, férias, 13º. Salário, recibo de Vale Transporte, bem como do controle da jornada de trabalho, salários, pagamentos de todos os impostos pertinentes aos funcionários, fluxo de frequência e todas as rotinas trabalhistas.

Setor de Orientação Trabalhista, onde o empregador doméstico terá toda orientação sobre as Leis no emprego doméstico, tirando dúvidas jurídicas.

Setor de Desligamento ou demissão tem por finalidade cuidar de todo o processo de quitação de trabalho do empregado doméstico, elaborando sua rescisão do contrato de trabalho, orientações para homologação, saque do FGTS, recebimento do Seguro Desemprego, etc.

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27.1 – POR QUE UM DEPARTAMENTO PESSOAL PARA O EMPREGADOR DOMÉSTICO?

O empregador doméstico tem praticamente todas as obriga-ções de uma empresa. Para cumpri-las, sem risco de errar, preci-saria ser um especialista em folha de pagamento, acompanhar as legislações trabalhista e tributária, o que oneraria seu custo como empregador, além de principalmente não ter tempo para isso. O Portal Doméstica Legal tem por objetivo ser o departamento pessoal do empregador doméstico, no qual o empregador, pela internet, faz o controle de ponto, imprime todos os documentos e recibos de pagamento exigidos pela Lei, além de ter consultoria jurídica e suporte operacional.

Em junho de 2014, eu criei o Portal Doméstica Legal para fa-cilitar a vida do empregador doméstico que quer ter um empre-gado dentro da Lei. Atualmente mais de 13 mil empregadores domésticos em todo o Brasil fazem a folha de pagamento mensal-mente de mais de 15 mil empregados domésticos. Nestes mais de 11 anos de existência, além dos 13 mil empregadores domésticos atuais, mais de 11 mil empregadores já foram clientes do portal.

Tudo isso a partir de um custo mensal de R$ 10,65. Importante: durante trinta dias qualquer empregador poderá

usar o Doméstica Legal gratuitamente, sem custo ou compromis-so, e receber mensal e gratuitamente o Jornal Doméstica Legal, com assuntos e novidades sobre o emprego doméstico.

Existem três formas de usar este serviço:1) Via Internet: onde no máximo em cinco minutos por

mês, o empregador entra no site, digita seu código de usuário e senha e executa todas as suas obrigações como patrão. Emite

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recibos e documentos, já citados, de qualquer lugar onde esteja conectado, seja na sua casa, no trabalho, na casa de um amigo, a qualquer hora, 24 horas por dia, 365 dias no ano. Os únicos tra-balhos adicionais são: dar aumento anual, programar as férias e mudar algum dado cadastral ou funcional, seu ou de seu em-pregado. O resto é pagar o salário, o vale-transporte e recolher o INSS, o FGTS e o Imposto de Renda, se houver.

2) Por e-mail: o empregador doméstico recebe mensal-mente em sua casa por e-mail todos os recibos de pagamento e documentos necessários, inclusive a Guia DAE, e as guias de INSS, do FGTS, do Imposto de Renda (se houver) e contribuição sindical quando houver.

3) Pelo Correio: o empregador doméstico recebe mensal-mente em sua casa, pelo correio, todos os recibos de pagamento e documentos necessários, inclusive a Guia DAE, e as Guias de INSS, FGTS, Imposto de Renda (se houver) e Contribuição Sin-dical quando houver.

Você ainda dispõe por e-mail ou telefone:1) De consultoria jurídica: qualquer dúvida será respondi-

da por telefone ou e-mail pelos nossos advogados;2) De suporte operacional: para tirar dúvidas operacio-

nais do sistema ou do dia a dia como empregador.No caso de suporte por telefone, funcionamos no horário

das 9 às 18 horas, de segunda à sexta-feira, com exceção de fe-riados.

27.2 – SERVIçOS ADICIONAIS DO PORTAL DOMÉSTICA LEGAL

192 | MARIO AVELINO

Além do empregador doméstico fazer a folha de pagamento de seu empregado, o portal Doméstica Legal tem os seguintes serviços adicionais:

27.2.1 – REGULARIZAçãO DE RECIBOS DE PAGAMENTOS EM

ATRASO

Fazemos todos os recibos de pagamento mensal, férias, 13º salário desde a admissão do empregado, além do recibo de res-cisão. O empregador recebe pelo correio todos estes recibos para ter sua documentação sempre em dia.

27.2.2 – CONSULTORIA PRESENCIAL

O empregador marca uma hora, onde um consultor irá tirar todas as suas dúvidas.

27.2.3 – REGULARIZAçãO DE INSS EM ATRASO

Fazemos todas as guias de recolhimento em atraso do INSS, inclusive já com o REDOM, que é o programa de refinanciamen-to do INSS não recolhido.

27.2.4 – REGULARIZAçãO DE FGTS EM ATRASO E PAGAMENTO

DA MULTA RESCISÓRIA

Para o empregador que optou em depositar o FGTS antes da regulamentação e deixou de recolher alguns meses. Além do pro-

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cesso de pagamento da multa de 40% e saque para o trabalhador quando este é demitido sem justa causa.

27.2.5 – SISTEMA DE PONTO FIxO POR TELEFONE

É um sistema onde o empregado doméstico registra os pon-tos de entrada e saída através do telefone fixo na residência do empregador doméstico, que é o local de trabalho. As marcações são armazenadas no site do Portal Doméstica Legal, onde ficam disponíveis para consulta. O sistema apura a frequência de en-trada e saída do empregado, totalizando horas extras, adicional noturno, faltas e atrasos do mês, imprimindo no final a folha de ponto tabulada, além do controle de banco de horas, se houver.27.3 – BENEFÍCIOS PARA O EMPREGADO DOMÉSTICO

COMO PLANOS DE SAÚDE, ODONTOLÓGICO E SEGURO DE VIDA PARA O EMPREGADO DOMÉSTICO

O Portal Doméstica Legal oferece convênios para Planos de Saúde, Odontológico e Seguro de Vida para o empregador do-méstico que queira dar este benefício a seu empregado, a um preço mais em conta em relação ao mercado.

27.4 – O QUE VOCê PODE FAZER GRATUITAMENTE NO

PORTAL DOMESTICA LEGAL

194 | MARIO AVELINO

27.4.1 – ORIENTAçãO DOS DIREITOS E DEVERES DOS

EMPREGADORES E DOS EMPREGADOS

Orientação desde a admissão até a demissão de um emprega-do doméstico.

27.4.2 – FOLHA DE PONTO INTELIGENTE

Impressão de folha de ponto mensal e tabulação das horas extras, adicional noturno, faltas e atrasos.

27.4.3 – PAGAMENTO DE DIARISTAS

Para não caracterizar vínculo empregatício com direito as fé-rias, 13º salário, recolhimento de INSS e outros direitos legais, é importante que o diarista preste serviço, no máximo, duas vezes por semana e receba no dia da diária. Para isso, o Doméstica Legal gera um recibo para cada diária realizada, que deve ser as-sinado pelo diarista. Além disso, emite a Declaração de Diarista no início e no término da relação de trabalho e mantém um histó-rico financeiro com todos os pagamentos realizados, permitindo que o empregador reemita, a qualquer momento, os recibos dos pagamentos realizados.

27.4.4 – CALCULADORA

Onde o empregador, fornecendo o salário líquido que deseja pagar a empregada, obtém o valor do salário bruto a ser registra-do na carteira profissional com todos os custos projetados de INSS, de vale-transporte, de 13º salário e de férias na média mensal.

| 195195 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

27.4.5 – LEGISLAçãO

O empregador encontra todas as Leis e Decretos que regula-mentam a relação de patrão e empregado doméstico;

27.4.6 – TIRE SUAS DÚVIDAS

Esclarece todos os procedimentos a serem adotados, desde a admissão até a demissão do empregado doméstico, como afastar, cadastrar no INSS, recolher o FGTS, o que é um diarista, quais os vencimentos e descontos que podem ser pagos ou descontados do doméstico etc.;

27.4.7 – NOTÍCIAS SOBRE O EMPREGO DOMÉSTICO

Recebe periodicamente em seu e-mail todas as novidades e mudanças no emprego doméstico.

27.4.8 – wEB TV DOMÉSTICA LEGAL

Uma TV pela internet para o emprego doméstico, com vídeos de orientação, entrevistas e tudo sobre o assunto.

27.4.9 – TEM MAIS

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Relação de sindicatos de empregados domésticos existentes no país, tabelas de cargos domésticos, INSS, Imposto de Renda, salários-mínimos desde 1980, vantagens e desvantagens de ter um empregado na Lei e um não registrado. Enfim, tudo que o empregador doméstico precisa para não ter dores de cabeça com reclamações trabalhistas, e ter uma relação saudável e duradou-ra com seu empregado.

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28 - INSTITUTO DOMÉSTICA LEGAL

O Instituto Doméstica Legal é uma organização não governa-mental, que tem como missão a melhoria do emprego doméstico para os empregados e para os empregadores. Ele é e sempre foi patrocinado pelo Portal Doméstica Legal.

Fundei o IDL oficialmente em 2009, apesar de existir desde maio de 2005, quando iniciou a campanha de abaixo-assinado “Legalize sua doméstica e pague menos INSS”, que levantou mais de 75 mil assinaturas em todo Brasil. Esta campanha propôs as seguintes mudanças no emprego doméstico:

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1 – Redução do INSS do empregador doméstico de 12% para 6%, e o do empregado doméstico para uma alíquota única de 6% no lugar das atuais 8%, 9% ou 11%.

Em 11/11/2014, depois de dez anos de luta, o Congres-so Nacional aprovou o Projeto de Lei nº 7.082/2010, baseado no Projeto de Lei do Senado 161/2009 de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko, mas infelizmente no dia 08/12/2014, a pre-sidente Dilma Rousseff vetou o projeto integralmente. No dia 12/03/2015, o Congresso Nacional manteve o veto presidencial. Mas somos vitoriosos, pois este projeto foi a base da redução do INSS do empregador doméstico de 12% para 6%.

2 – Multa para o empregador doméstico que não cumpre a Lei

Em 8/04/2014 foi aprovada a Lei nº 12.964, baseada no Projeto de Lei do Senado 159/2009 de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko. Esta Lei vigora desde 7/08/2014, e tem por principal objetivo encarecer a informalidade para estimular os empregadores a assinarem a carteira de trabalho de seus empre-gados domésticos.

3 – Definição do trabalhador diarista O Projeto de Lei do Senado PLS 160/2009 de autoria da

ex-senadora Serys Slhessarenko, propôs a definição que traba-lhador diarista como aquele que trabalha até dois dias por se-mana, o que conseguimos na nova Lei de Regulamentação do emprego doméstico. Independente desta vitória, aguardamos desde 10/05/2010 a aprovação do Projeto de Lei nº 7.279/2010 (origem PLS 160/2009) na Câmara, que foi aprovado na Comis-são de Trabalho, Administração e Serviços Públicos – CTASP, e desde 27/06/2013 está parado na Comissão de Seguridade Social

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e Família da Câmara dos Deputados, um verdadeiro descaso, pois o Projeto também propõe a redução do INSS do trabalha-dor diarista de 11% para 5%. Estima-se que de dois milhões de diaristas, somente 600 mil são contribuintes do INSS. Apesar do descaso da CSSF, desde janeiro de 2015, o diarista já pode contri-buir com o INSS na alíquota de 5% (cinco por cento), bastando se inscrever como Microempreendedor Individual – MEI, que pode ser feito através do site do SEBRAE – www.sebrae.com.br.

4 – Refinanciamento da dívida do INSS do empregador doméstico

Mais uma vitória do IDL ao ser aceito pelo senador Ro-mero Jucá o refinanciamento da dívida do INSS do empregador doméstico FORMAL e INFORMAL, criando o REDOM a fim de estimular a assinatura da carteira de trabalho e a regularização do INSS do trabalhador doméstico. O REDOM foi baseado no Projeto de Lei do Senado PLS 447/2009 de autoria do senador Garibaldi Alves Filho, aprovado no Senado em 18/11/2009. Foi enviado para a Câmara dos Deputados em dezembro de 2009, onde virou o Projeto de Lei nº 6.707/2010, que está até hoje para-do na Comissão de Seguridade Social e Família – CSSF da Câma-ra. O importante é que foi aprovado na Regulamentação.

5 – Dedução no Imposto de Renda pelo empregador do-méstico das despesas de Plano de Saúde e Odontológico de seu empregado doméstico

O Projeto de Lei do Senado PLS 194/2009, de autoria do ex-senador César Borges, foi aprovado no Senado em 27/04/2010. Em 19/04/2010, foi para a Câmara dos Deputados como Projeto de Lei nº 7.341/2010 e desde esta data está parado na Comissão de Finanças e Tributação – CFT da Câmara dos Deputados.

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Além da campanha acima, o IDL teve um papel muito impor-tante na regulamentação da Proposta de Emenda Constitucional – PEC das Domésticas, defendendo uma Lei JUSTA, EQUILI-BRADA e EXEQUÍVEL para empregados e empregadores, tendo como principal foco a redução dos custos do empregador do-méstico, o que foi conseguido com a redução do INSS do empre-gador de 12% para 8%.

Durante todo o processo de votação no Congresso Nacional, participou de audiências públicas, propôs várias mudanças e correções no Projeto de Lei, sempre visando uma Lei que estimu-lasse a FORMALIDADE e evitasse DEMISSÕES, o que acredito que foi conseguido.

O IDL sente-se vitorioso por esta luta que foi árdua, mas que valeu a pena por seus resultados, e principalmente pelo Brasil ter decretado a LEI ÁUREA NO EMPREGO DOMÉSTICO para os empregados e também para os empregadores domésticos.

Mais detalhes, como vídeos de audiências públicas, propos-tas, entrevistas e notícias, visite o Portal Doméstica Legal em www.domesticalegal.org.br.

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29 - LEI COMPLEMENTAR 150 – REGULAMENTOU OS NOVOS

DIREITOS DA PEC DAS DOMÉSTICAS.

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos JurídicosLEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 1º DE JUNHO DE 2015

Mensagem de vetoDispõe sobre o contrato de trabalho doméstico; altera as Leis

no 8.212, de 24 de julho de 1991, no 8.213, de 24 de julho de 1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009, de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezem-bro 1995; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congres-so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO IDO CONTRATO DE TRABALHO DOMÉSTICO

Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial des-tas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Conven-

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ção no 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com oDecreto no 6.481, de 12 de junho de 2008.

Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o dis-posto nesta Lei.

§ 1o A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal.

§ 2o O salário-hora normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 220 (duzentas e vinte) horas, salvo se o contrato estipular jornada mensal inferior que resulte em divisor diverso.

§ 3o O salário-dia normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 30 (trinta) e servirá de base para pagamento do repouso remunerado e dos feriados trabalhados.

§ 4o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia.

§ 5o No regime de compensação previsto no § 4o: I - será devido o pagamento, como horas extraordinárias, na forma

do § 1o, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horá-rio normal de trabalho;

II - das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, poderão ser de-duzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês;

III - o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras ho-ras mensais de que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 (um) ano.

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§ 6o Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § 5o, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensa-das, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão.

§ 7o Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de trabalho.

§ 8o O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repou-so semanal.

Art. 3o Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais.

§ 1o O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral.

§ 2o A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre em-pregador e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 2o, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.

§ 3o Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

I - 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas;

II - 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas, até 22 (vinte e duas) horas;

204 | MARIO AVELINO

III - 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas, até 20 (vinte) horas;

IV - 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 (quinze) horas;

V - 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 (dez) horas;

VI - 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou infe-rior a 5 (cinco) horas.

Art. 4o É facultada a contratação, por prazo determinado, do em-pregado doméstico:

I - mediante contrato de experiência; II - para atender necessidades familiares de natureza transitória e

para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso.

Parágrafo único. No caso do inciso II deste artigo, a duração do contrato de trabalho é limitada ao término do evento que motivou a contratação, obedecido o limite máximo de 2 (dois) anos.

Art. 5o O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias.

§ 1o O contrato de experiência poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa) dias.

§ 2o O contrato de experiência que, havendo continuidade do ser-viço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente es-tabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado.

Art. 6o Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado é obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

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Art. 7o Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o, o empregado não poderá se desligar do contrato sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

Parágrafo único. A indenização não poderá exceder aquela a que teria direito o empregado em idênticas condições.

Art. 8o Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o, não será exigido aviso prévio.

Art. 9o A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigato-riamente apresentada, contra recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e, quando for o caso, os contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o.

Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trin-ta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

§ 1o A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal re-munerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensa-dos os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.

§ 2o (VETADO). Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o

empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o.

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§ 1o O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes.

§ 2o A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal.

§ 3o O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado.

Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do emprega-do doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empre-gador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.

§ 1o Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.

§ 2o Em caso de modificação do intervalo, na forma do § 1o, é obri-gatória a sua anotação no registro diário de horário, vedada sua preno-tação.

Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

§ 1o A hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

§ 2o A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.

§ 3o Em caso de contratação, pelo empregador, de empregado ex-clusivamente para desempenhar trabalho noturno, o acréscimo será cal-

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culado sobre o salário anotado na Carteira de Trabalho e Previdência Social.

§ 4o Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem perío-dos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o dispos-to neste artigo e seus parágrafos.

Art. 15. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve haver período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Art. 16. É devido ao empregado doméstico descanso semanal remu-nerado de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, prefe-rencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados.

Art. 17. O empregado doméstico terá direito a férias anuais remu-neradas de 30 (trinta) dias, salvo o disposto no § 3o do art. 3o, com acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família.

§ 1o Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de um doze avos por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

§ 2o O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fra-cionado em até 2 (dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos.

§ 3o É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 4o O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo.

§ 5o É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nele per-manecer durante as férias.

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§ 6o As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, hi-giene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem.

§ 1o É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do em-pregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário.

§ 2o Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

§ 3o As despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos.

§ 4o O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na pró-pria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza, não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia.

Art. 19. Observadas as peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplicam as Leis nº 605, de 5 de janeiro de 1949, no 4.090, de 13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agosto de 1965, e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e, subsidiariamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Parágrafo único. A obrigação prevista no art. 4º da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, poderá ser substituída, a critério do emprega-

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dor, pela concessão, mediante recibo, dos valores para a aquisição das passagens necessárias ao custeio das despesas decorrentes do desloca-mento residência-trabalho e vice-versa.

Art. 20. O empregado doméstico é segurado obrigatório da Previ-dência Social, sendo-lhe devidas, na forma da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, as prestações nela arroladas, atendido o disposto nesta Lei e observadas as características especiais do trabalho doméstico.

Art. 21. É devida a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo Conselho Curador e pelo agente operador do FGTS, no âmbito de suas competências, conforme disposto nos arts. 5o e 7o da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, inclusive no que tange aos aspectos técnicos de depósitos, saques, devolução de valores e emissão de extra-tos, entre outros determinados na forma da lei.

Parágrafo único. O empregador doméstico somente passará a ter obrigação de promover a inscrição e de efetuar os recolhimentos referen-tes a seu empregado após a entrada em vigor do regulamento referido no caput.

Art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado, destinada ao pagamento da indeniza-ção compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao empregado doméstico o disposto nos §§ 1o a 3o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

§ 1o Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de tér-mino do contrato de trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado doméstico, os valores previstos no caput serão movimentados pelo empregador.

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§ 2o Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos no caput será movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.

§ 3o Os valores previstos no caput serão depositados na conta vin-culada do empregado, em variação distinta daquela em que se encontra-rem os valores oriundos dos depósitos de que trata o inciso IV do art. 34 desta Lei, e somente poderão ser movimentados por ocasião da rescisão contratual.

§ 4o À importância monetária de que trata o caput, aplicam-se as disposições da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, e da Lei no 8.844, de 20 de janeiro de 1994, inclusive quanto a sujeição passiva e equipa-rações, prazo de recolhimento, administração, fiscalização, lançamento, consulta, cobrança, garantias, processo administrativo de determinação e exigência de créditos tributários federais.

Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.

§ 1o O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador.

§ 2o Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

§ 3o A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empre-gado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço.

§ 4o A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empre-gador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo res-pectivo.

| 211211 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

§ 5o O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.

Art. 24. O horário normal de trabalho do empregado durante o avi-so prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

Parágrafo único. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas no caput deste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias corridos, na hipótese dos §§ 1o e 2o do art. 23.

Art. 25. A empregada doméstica gestante tem direito a licença-ma-ternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salá-rio, nos termos da Seção V do Capítulo III do Título III da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

Parágrafo único. A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Dis-posições Constitucionais Transitórias.

Art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada.

§ 1o O benefício de que trata o caput será concedido ao empregado nos termos do regulamento do Conselho Deliberativo do Fundo de Am-paro ao Trabalhador (Codefat).

§ 2o O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das demais sanções cíveis e penais cabíveis:

212 | MARIO AVELINO

I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro em-prego condizente com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações ne-cessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego; ou

IV - por morte do segurado. Art. 27. Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei: I - submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com

deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado; II - prática de ato de improbidade; III - incontinência de conduta ou mau procedimento; IV - condenação criminal do empregado transitada em julgado, caso

não tenha havido suspensão da execução da pena; V - desídia no desempenho das respectivas funções; VI - embriaguez habitual ou em serviço; VII - (VETADO); VIII - ato de indisciplina ou de insubordinação; IX - abandono de emprego, assim considerada a ausência injustifica-

da ao serviço por, pelo menos, 30 (trinta) dias corridos; X - ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas

em serviço contra qualquer pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

XI - ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador doméstico ou sua família, salvo em caso de legíti-ma defesa, própria ou de outrem;

XII - prática constante de jogos de azar.

| 213213 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Parágrafo único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do empregador quando:

I - o empregador exigir serviços superiores às forças do empregado doméstico, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato;

II - o empregado doméstico for tratado pelo empregador ou por sua família com rigor excessivo ou de forma degradante;

III - o empregado doméstico correr perigo manifesto de mal consi-derável;

IV - o empregador não cumprir as obrigações do contrato; V - o empregador ou sua família praticar, contra o empregado do-

méstico ou pessoas de sua família, ato lesivo à honra e à boa fama; VI - o empregador ou sua família ofender o empregado doméstico ou

sua família fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

VII - o empregador praticar qualquer das formas de violência domés-tica ou familiar contra mulheres de que trata o art. 5o da Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Art. 28. Para se habilitar ao benefício do seguro-desemprego, o tra-balhador doméstico deverá apresentar ao órgão competente do Ministé-rio do Trabalho e Emprego:

I - Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão cons-tar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data de dispensa, de modo a comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses;

II - termo de rescisão do contrato de trabalho;

214 | MARIO AVELINO

III - declaração de que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e

IV - declaração de que não possui renda própria de qualquer nature-za suficiente à sua manutenção e de sua família.

Art. 29. O seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados da data de dispensa.

Art. 30. Novo seguro-desemprego só poderá ser requerido após o cumprimento de novo período aquisitivo, cuja duração será definida pelo Codefat.

CAPÍTULO IIDO SIMPLES DOMÉSTICO

Art. 31. É instituído o regime unificado de pagamento de tributos, de contribuições e dos demais encargos do empregador doméstico (Sim-ples Doméstico), que deverá ser regulamentado no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de entrada em vigor desta Lei.

Art. 32. A inscrição do empregador e a entrada única de dados ca-dastrais e de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais no âmbi-to do Simples Doméstico dar-se-ão mediante registro em sistema eletrô-nico a ser disponibilizado em portal na internet, conforme regulamento.

Parágrafo único. A impossibilidade de utilização do sistema eletrô-nico será objeto de regulamento, a ser editado pelo Ministério da Fazen-da e pelo agente operador do FGTS.

Art. 33. O Simples Doméstico será disciplinado por ato conjunto dos Ministros de Estado da Fazenda, da Previdência Social e do Traba-lho e Emprego que disporá sobre a apuração, o recolhimento e a distri-buição dos recursos recolhidos por meio do Simples Doméstico, observa-das as disposições do art. 21 desta Lei.

| 215215 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

§ 1o O ato conjunto a que se refere o caput deverá dispor também sobre o sistema eletrônico de registro das obrigações trabalhistas, pre-videnciárias e fiscais e sobre o cálculo e o recolhimento dos tributos e encargos trabalhistas vinculados ao Simples Doméstico.

§ 2o As informações prestadas no sistema eletrônico de que trata o § 1o:

I - têm caráter declaratório, constituindo instrumento hábil e su-ficiente para a exigência dos tributos e encargos trabalhistas delas re-sultantes e que não tenham sido recolhidos no prazo consignado para pagamento; e

II - deverão ser fornecidas até o vencimento do prazo para pagamento dos tributos e encargos trabalhistas devidos no Simples Doméstico em cada mês, relativamente aos fatos geradores ocorridos no mês anterior.

§ 3o O sistema eletrônico de que trata o § 1o deste artigo e o sistema de que trata o caput do art. 32 substituirão, na forma regulamentada pelo ato conjunto previsto no caput, a obrigatoriedade de entrega de to-das as informações, formulários e declarações a que estão sujeitos os em-pregadores domésticos, inclusive os relativos ao recolhimento do FGTS.

Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores:

I - 8% (oito por cento) a 11% (onze por cento) de contribuição pre-videnciária, a cargo do segurado empregado doméstico, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

II - 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a cargo do empregador doméstico, nos termos do art. 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;

III - 0,8% (oito décimos por cento) de contribuição social para finan-ciamento do seguro contra acidentes do trabalho;

IV - 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS;

216 | MARIO AVELINO

V - 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), na forma do art. 22 desta Lei; e

VI - imposto sobre a renda retido na fonte de que trata o inciso I do art. 7o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se incidente.

§ 1o As contribuições, os depósitos e o imposto arrolados nos incisos I a VI incidem sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada empregado, incluída na remuneração a gratificação de Natal a que se refere a Lei no 4.090, de 13 de julho de 1962, e a Lei no 4.749, de 12 de agosto de 1965.

§ 2o A contribuição e o imposto previstos nos incisos I e VI do caput deste artigo serão descontados da remuneração do empregado pelo em-pregador, que é responsável por seu recolhimento.

§ 3o O produto da arrecadação das contribuições, dos depósitos e do imposto de que trata o caput será centralizado na Caixa Econômica Federal.

§ 4o A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos identi-ficadores do recolhimento, disponíveis no sistema de que trata o § 1o do art. 33, transferirá para a Conta Única do Tesouro Nacional o valor arrecadado das contribuições e do imposto previstos nos incisos I, II, III e VI do caput.

§ 5o O recolhimento de que trata o caput será efetuado em institui-ções financeiras integrantes da rede arrecadadora de receitas federais.

§ 6o O empregador fornecerá, mensalmente, ao empregado domés-tico cópia do documento previsto no caput.

§ 7o O recolhimento mensal, mediante documento único de arreca-dação, e a exigência das contribuições, dos depósitos e do imposto, nos valores definidos nos incisos I a VI do caput, somente serão devidos após 120 (cento e vinte) dias da data de publicação desta Lei.

| 217217 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Art. 35. O empregador doméstico é obrigado a pagar a remuneração devida ao empregado doméstico e a arrecadar e a recolher a contribuição prevista no inciso I do art. 34, assim como a arrecadar e a recolher as contribuições, os depósitos e o imposto a seu cargo discriminados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência.

§ 1o Os valores previstos nos incisos I, II, III e VI do caput do art. 34 não recolhidos até a data de vencimento sujeitar-se-ão à incidência de encargos legais na forma prevista na legislação do imposto sobre a renda.

§ 2o Os valores previstos nos incisos IV e V, referentes ao FGTS, não recolhidos até a data de vencimento serão corrigidos e terão a inci-dência da respectiva multa, conforme a Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

CAPÍTULO IIIDA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E TRIBUTÁRIA

Art. 36. O inciso V do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.30...................................................................................................................................................................... V - o empregador doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a

contribuição do segurado empregado a seu serviço, assim como a parce-la a seu cargo, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência;

....................................................................................” (NR) Art. 37. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com

as seguintes alterações: “Art.18........................................................................................................................................................................

218 | MARIO AVELINO

§ 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei.

....................................................................................” (NR) “Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do traba-

lho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

..................................................................................” (NR) “Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro So-

cial (INSS) considerará caracterizada a natureza acidentária da inca-pacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivado-ra da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.

........................................................................................... § 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não

aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recur-so, com efeito suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da Previdência Social.” (NR)

“Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil se-guinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limi-te máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

.................................................................................” (NR)

| 219219 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

“Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições:

I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, in-clusive os domésticos, e dos trabalhadores avulsos;

II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contri-buições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, especial e facultativo, refe-ridos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13.” (NR)

“Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusi-ve o decorrente de acidente do trabalho, serão computados:

I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalha-dor avulso, os salários de contribuição referentes aos meses de contri-buições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empre-gador doméstico, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis, observado o disposto no § 5o do art. 29-A;

II - para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal do auxílio-acidente, consi-derado como salário de contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria, nos termos do art. 31;

..................................................................................” (NR) “Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao traba-

lhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a conces-são do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor de seus salários de contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários de contribuição.” (NR)

220 | MARIO AVELINO

“Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acordo com o dis-posto no art. 35, deve ser reajustada como a dos benefícios correspon-dentes com igual data de início e substituirá, a partir da data do reque-rimento de revisão do valor do benefício, a renda mensal que prevalecia até então.” (NR)

“Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à Previdência Social manter cadastro dos segurados com todos os informes necessários para o cálculo da renda mensal dos benefícios.” (NR)

“Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa e pelo empregador domés-tico como licenciado.

................................................................................” (NR) “Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado

empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66.

...................................................................................” (NR) “Art.67........................................................................... Parágrafo único. O empregado doméstico deve apresentar apenas a

certidão de nascimento referida no caput.” (NR) “Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou

pelo empregador doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivan-do-se a compensação quando do recolhimento das contribuições, confor-me dispuser o Regulamento.

§ 1o A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as cópias das certidões correspondentes, para fiscalização da Previdência Social.

..............................................................................” (NR)

| 221221 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

Art. 38. O art. 70 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.70......................................................................... I - ........................................................................................................................................................................... d) até o dia 7 do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos ge-

radores, no caso de pagamento de rendimentos provenientes do trabalho assalariado a empregado doméstico; e

e) até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, nos demais casos;

................................................................................” (NR)

CAPÍTULO IVDO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS (REDOM) Art. 39. É instituído o Programa de Recuperação Previdenciária

dos Empregadores Domésticos (Redom), nos termos desta Lei. Art. 40. Será concedido ao empregador doméstico o parcelamento

dos débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relativos à contribuição de que tratam os arts. 20 e 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, com vencimento até 30 de abril de 2013.

§ 1o O parcelamento abrangerá todos os débitos existentes em nome do empregado e do empregador, na condição de contribuinte, inclusive débitos inscritos em dívida ativa, que poderão ser:

I - pagos com redução de 100% (cem por cento) das multas aplicá-veis, de 60% (sessenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre os valores dos encargos legais e advocatícios;

II - parcelados em até 120 (cento e vinte) vezes, com prestação míni-ma no valor de R$ 100,00 (cem reais).

222 | MARIO AVELINO

§ 2o O parcelamento deverá ser requerido no prazo de 120 (cento e vinte) dias após a entrada em vigor desta Lei.

§ 3o A manutenção injustificada em aberto de 3 (três) parcelas im-plicará, após comunicação ao sujeito passivo, a imediata rescisão do par-celamento e, conforme o caso, o prosseguimento da cobrança.

§ 4o Na hipótese de rescisão do parcelamento com o cancelamento dos benefícios concedidos:

I - será efetuada a apuração do valor original do débito, com a inci-dência dos acréscimos legais, até a data de rescisão;

II - serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as parcelas pagas, com a incidência dos acréscimos legais, até a data de rescisão.

Art. 41. A opção pelo Redom sujeita o contribuinte a: I - confissão irrevogável e irretratável dos débitos referidos no art.

40; II - aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas; III - pagamento regular das parcelas do débito consolidado, assim

como das contribuições com vencimento posterior a 30 de abril de 2013.

CAPÍTULO VDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 42. É de responsabilidade do empregador o arquivamento de documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, enquanto essas não prescreverem.

Art. 43. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho.

Art. 44. A Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 11-A:

| 223223 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

“Art. 11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cum-primento das normas que regem o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador, dependerá de agendamento e de entendimento prévios entre a fiscalização e o empregador.

§ 1o A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientado-ra.

§ 2o Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.

§ 3o Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado.”

Art. 45. As matérias tratadas nesta Lei Complementar que não sejam reservadas constitucionalmente a lei complementar poderão ser objeto de alteração por lei ordinária.

Art. 46. Revogam-se o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009, de 29 de março de 1990, e a Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972.

Art. 47. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 1o de junho de 2015; 194o da Independência e 127o da

República. DILMA ROUSSEFF

Marivaldo de Castro PereiraTarcísio José Massote de Godoy

Manoel DiasCarlos Eduardo Gabas

Miguel RossettoGiovanni Benigno Pierre da Conceição Harvey

Eleonora Menicucci de OliveiraEste texto não substitui o publicado no DOU de 2.6.2015

224 | MARIO AVELINO

EMPREGADAS DOMÉSTICAS X PATROAS (2006)Lançado em 2006 pela Editora SuperÚtil, mostra ao emprega-

dor doméstico e ao empregado doméstico:• O passo a passo, desde a admissão ate a

demissão de um empregado doméstico;• Os direitos e deveres do empregador e

do empregado doméstico;• As vantagens de ter um empregado do-

méstico na Lei.

O FUTURO DO EMPREGO DOMÉSTICO NO BRASIL (2011)

Lançado em 2011 em formato e-book (li-vro eletrônico) pelo Instituto Doméstica Legal – www.domesticalegal.org.br. Com base no andamento da PEC em 2011, faço uma pro-jeção de como seria o emprego doméstico de acordo com as mudanças que ocorressem na Lei. O livro pode ser baixado gratuitamente em www.domesticalegal.org.br

LIVROS SOBRE EMPREGO DOMÉSTICO

| 225225 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

CARTILHA “DIREITOS E DEVERES DIARISTAS E CONTRATANTES (2014)

Lançado em novembro de 2014 pelo Por-tal Doméstica Legal – www.domesticalegal.com.br. É um Cartilha prática, que ensina diaristas e contratantes de diaristas, os seus direitos e deveres, para terem uma relação saudável, e não terem problemas legais. A cartilha pode ser baixada gratuitamente em www.domesticalegal.com.br/cartilha_dia-rista.

CARTILHA PEC DAS DOMÉSTICAS - DIREITOS E DE-VERES DE PATRÕES E EMPREGADOS (2015)

Lançado em junho de 2015 pelo Portal Doméstica Legal – www.domesticalegal.com.br. É um pequeno resumo deste livro, mostra a empregadores e empregados do-mésticos seus direitos de acordo com a Lei Complementar 150 de 01/06/2015, que regu-lamentou o emprego doméstico. A cartilha pode ser baixada gratuitamente em www.domesticalegal.com.br/cartilha.

226 | MARIO AVELINO

CARTILHA PEC DAS DOMÉSTICAS - DIREITOS E DE-VERES DE PATRÕES E EMPREGADOS (2015)

O livro é um manual prático, que aju-da o empregador e o empregado domés-tico a conhecer os seus direitos e deveres, além da legislação do setor e compreender tudo o que mudou com a regulamenta-ção da PEC das Domésticas através da Lei Complementar 150 de 01/06/2015. Além de orientar Diaristas e Contratantes de diaris-tas sobre seus direitos e deveres. Disponí-vel em www.domesticalegal.com.br/livro

| 227227 COMO ECONOMIZAR NO EMPREGO DOMÉSTICO DENTRO DA LEI

CURRICULUM DO AUTOR

Mario Avelino é administrador de empresas e analista de sistemas com mais de 45 anos de experiência em Departamen-to Pessoal e em desenvolvimento de sistemas de Folha de Paga-mento para empresas e empregadores domésticos. Há mais de 30 anos dedica-se a pesquisas e estudos sobre o Fundo de Garantia e o emprego doméstico. É fundador das ONG’s Instituto Fundo Devido ao Trabalhador (antigo Instituto FGTS Fácil) e Instituto Doméstica Legal. Considerado um dos maiores especialistas em FGTS e emprego doméstico, Avelino é sempre requisitado para dar esclarecimentos sobre o assunto na imprensa. Já participou de reportagens e matérias no Fantástico, Jornal Nacional, Progra-ma Mais Você, Bom dia RJ, RJ no Ar, Jornal Hoje, Globo News, Sem censura, Conexão Futura e muitos outros jornais, revistas, etc.. Também já ministrou vários cursos e palestras sobre os te-mas.

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CRÍTICAS E SUGESTõES PARA MELHORAR O LIVRO

Caro leitor, participe da próxima edição do livro, mandando suas críticas, sugestões e/ou problemas para melhorar o livro na próxima edição.

Envie pelo e-mail livro@domesticalegal.org.br.

Grato,Mario Avelino

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