dois irmãos - milton hatoum

Post on 20-Dec-2014

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Milton Hatoum

Profª Vivian Trombini

Nasceu em Manaus. Estudou em Brasília e formou-se em Arquitetura em São Paulo.

Viajou para a Espanha, a fim de aprimorar seus estudos em arquitetura

Foi para a França onde estudou literatura comparada.

Tornou-se professor de literatura francesa no Brasil e professor de literatura e escritor residente nas principais universidades americanas.

Autor de 4 romances e ganhador dos mais importantes prêmios de literatura no Brasil e do mundo.

Escrito no ano de 2000 Escrito em estilo enxuto e ao mesmo tempo

repleto de sutilezas A trama gira em torno da tumultuada

relação entre gêmeos, Yaqub e Omar, em uma família de origem libanesa que vive em Manaus

O ambiente que forma o pano de fundo da história é o de imigrantes que se dedicam ao comércio, numa cidade que vê aprofundar-se sua decadência, após o período de grande efervescência econômica e cultural vivido no início do século XX. 

Narrativa não linear, com avanços e recuos no tempo

Morte de Zana - “Meus filhos já fizeram as pazes?”

Yaqub voltando ao Brasil do Líbano – 2ª guerra

Ódio de berço

Lívia – pivô de ódio entre irmãos.Baile: Yaqub leva a irmã Rânia para casa enquanto Omar aproxima-se de Lívia.

Vingança: Em uma sessão de cinema na casa de vizinhos, Lívia beija Yaqub e Omar corta o rosto do irmão com uma garrafa.

Yaqub é mandado para o Líbano.

De volta ao Brasil, Yaqub revela-se ótimo matemático.

Omar torna-se desordeiro e irrequieto. – Liceu – Antenor Laval

Yaqub vai para São Paulo e torna-se engenheiro.

Omar bebe e se envolve com inúmeras mulheres, uma delas é Dália, dançarina de um grupo amazonense.

Omar vai para São Paulo por imposição da mãe. – 6 anos depois.

Yaqub paga-lhe um quarto de pensão. Omar envolve-se com a empregada de

Yaqub para entrar em sua casa. Omar depreda as fotos do irmão e da

esposa, Lívia, além de roubar-lhe dólares e o passaporte.

Omar vai para os EUA.

Yaqub vai visitar a família em Manaus. Nael, o narrador, percebe Yaqub e sua mãe, a índia Domingas de mãos dadas e desconfia que ele pode ser seu pai.

Omar volta para Manaus e se envolve com contrabando – Pau Mulato.

Ele some e a mãe vai buscá-lo – subjetificação.

Nael apaixona-se por Rânia, com quem tem uma só noite de amor.

Zana pede para que Nael acompanhe Omar em suas noitadas, a fim de protegê-lo.

Omar fecha-se em luto pela morte do professor Antenor Laval.

Yaqub vai para Manaus e fica em hotel com a esposa

Halim passa cada vez mais tempo fora de casa, até que uma madrugada chega e morre no sofá.

Omar desfere longos xingamentos ao corpo do pai.

Omar torna-se amigo de um indiano chamado Rochiram, o qual quer construir um hotel em Manaus.

Zana conta isso para Yaqub, que vai para Manaus e associa-se a Rochiram.

Yaqub aparece em sua casa, deita-se na rede e pede que Domingas sente ao seu lado.

Omar vê a cena e quase mata o irmão, contudo, é impedido por Nael e outros.

Omar rasga os projetos do irmão para a construção do hotel e o fracasso gera imensa dívida de Omar e Yaqub com o indiano.

Domingas fica doente e morre, revelando ao filho que ele é fruto de um estupro cometido por Omar.

Omar foge para não pagar a dívida e o indiano pede a casa da família como pagamento.

Rânia prepara um bangalô para ela e a mãe e deixa uma espécie de edícula da casa para Nael, “tua herança”.

Como Yaqub denunciou o irmão para a polícia, assim que ele reaparece, é preso e agredido pela polícia. – quase 3 anos de prisão.

Nael relata que Yaqub morre tempos depois e que, após sair da cadeia Omar o encontra, como se fosse pedir-lhe perdão. No entanto recua.

UEMSobre o romance Dois irmãos, de

Milton Hatoum, assinale o que for correto.

01) O narrador desse romance não segue a cronologia dos episódios que narra, mas constrói seu texto com idas e vindas temporais, em um ir e vir que exige atenção do leitor para acompanhar seu percurso complexo. Sua narração se pauta pelas conversas que teve com várias personagens da trama, muitas vezes sobre os mesmos temas, que são retomados inúmeras vezes ao longo da narrativa, recontados, revistos, revisitados. A trama se torna cada vez mais densa e reiterativa, como ocorre com a memória, base do trabalho desse narrador.

02) O início do romance mostra a personagem Rânia em uma situação que será retomada perto do fim da narrativa, unindo as duas pontas do romance. Nas últimas páginas, o narrador apenas tecerá considerações sobre as personagens, sem concluir seus destinos pessoais. Ao fazer isso, cria-se um romance circular ou em espiral, sem desfecho definitivo, com final em aberto em relação às personagens principais.

04) O romance é narrado em primeira pessoa, por um narrador que participa da ação, mas não figura como um dos protagonistas da história narrada. Isso pode ser comprovado pelo fato de sua relação com as demais personagens ser explicitada aos poucos ao longo do texto. No início do romance, não sabemos quem é o narrador, apenas inferimos que não é nenhum dos gêmeos (Omar e Yaqub), nem sua mãe (Zana), nem o pai (Halim), nem a empregada (Domingas). Bem adiante, saberemos que é o filho de Domingas com um dos gêmeos e, bem perto do fim, que se chama Nael.

08) O espaço no romance Dois irmãos é o de uma Manaus entre a representação de seus recursos naturais e a crueza dos bairros periféricos, marcados pela pobreza, às vezes pela miséria. Em nenhum caso ocorre a idealização desse espaço, que diz muito sobre as personagens que ali circulam e vivem. Apesar disso, o espaço não determina ou limita as possibilidades de desenvolvimento dessas personagens. Yaqub, por exemplo, muda-se para São Paulo, cursa a Escola Politécnica e se torna um engenheiro respeitado.

16) Milton Hatoum é um dos principais nomes da literatura brasileira da primeira metade do século XX, com uma obra não muito vasta, mas de grande força e importância. Colocou a região Norte, em especial sua Manaus, no mapa dos grandes romances regionalistas dos anos 1930-1945, período também conhecido como 2ª geração modernista, contemporâneo que é dos nordestinos José Lins do Rego e Graciliano Ramos, bem como do gaúcho Érico Veríssimo.

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