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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A AVALIAÇÃO E A REPETÊNCIA FATORES DE DESMOTIVAÇÃO – VISÃO DO ALUNO
GILCILENE GOMES DE CASTRO FRANZOL
PROFESSOR ORIENTADOR:
MARIA DA CONCEIÇÃO MAGGIONI POPPE
FORMOSA-GO JANEIRO/ 2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A AVALIAÇÃO E A REPETÊNCIA FATORES DE DESMOTIVAÇÃO – VISÃO DO ALUNO
GILCILENE GOMES DE CASTRO FRANZOL
Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia Institucional. Professora Orientadora: Maria da Conceição M. Poppe
.
FORMOSA-GO JANEIRO/ 2009
Dedico o resultado desse trabalho a todos
que me ajudaram de forma direta ou
indireta, e principalmente à minha família
que sempre me apoiou em todos os
momentos.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelos maiores ensinamentos.
A família, pelas raízes.
A vida, pelas oportunidades e desafios.
A Deus, por estar aqui.
Especial agradecimento as pessoas que mais amo por me apoiarem nos
momentos mais difíceis e que tanto acrescentam na minha felicidade.
O meu muito obrigado.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Avaliar é medir conhecimentos........................................................ 30
Gráfico 02: O uso somente da prova como forma de avaliação........................ 31
Gráfico 03: Prova como referência para medir conhecimentos......................... 32
Gráfico 04: A orientação sobre os critérios de avaliação.................................. 33
Gráfico 05: Na avaliação o importante é o resultado final ................................. 33
Gráfico 06: Todas as atividades devem ser avaliadas pelo professor .............. 34
Questão 01 – Para o professor avaliar é medir conhecimento.......................... 35
Questão 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das
avaliações ..........................................................................................................
36
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09
CAPÍTULO I – A AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO
APRENDIZAGEM..............................................................................................
11
1.1. MODALIDADES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL ................................... 15
1.1.1. Avaliação Diagnóstica ............................................................................. 17
1.1.2. Avaliação Formativa................................................................................. 17
1.1.3. Avaliação Somativa................................................................................. 20
1.2. OS EQUÍVOCOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO ................................ 21
1.3. PRINCIPAIS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL..................... 22
1.4. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR ............................................... 23
CAPÍTULO II – AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA...................... 25
2.1. A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM ........................................... 26
2.2. A AUTO-ESTIMA NA PSICOPEDAGOGIA ................................................ 28
2.3. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O RESGATE DA AUTO-ESTIMA.. 29
CAPÍTULO III – PROCEDIMETNOS METODOLÓGICOS ............................... 30
3.1. COLETA DE DADOS ................................................................................. 30
3.2. ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................. 30
3.3. RESULTADOS DA PESQUISA .................................................................. 36
CONCLUSÃO.................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 40
ANEXO............................................................................................................... 41
RESUMO O estudo teve por finalidade abordar um dos temas mais polêmicos dentro do
sistema educacional, a ação avaliativa e a sua repercussão na prática pedagógica,
no processo de ensino do professor e de aprendizagem do aluno. Vários estudos
têm sido feitos, visando detectar a valorização que é dada ao ato avaliativo,
caracterizar o tipo de avaliação, quais os critérios e os instrumentos mais
comumente usados. Faz parte, ainda, de seus objetivos abordar os itens: Tipo de
avaliação, critérios, percepção do aluno sobre o processo avaliativo. Esse estudo
contou com a colaboração de 50 alunos do 5º ao 9º ano de uma escola da rede
pública de ensino, que responderam ao questionário elaborado, cuja abordagem
relacionou-se a forma como o aluno analisa e avalia a atuação, os métodos e
critérios do professor. Os resultados apontam para o fato de que a maioria dos
professores, do universo pesquisado, ainda está preso à questão quantitativa da
avaliação, usando como instrumento a prova, e que são poucos os que avaliam o
processo, e que esclarecem os alunos sobre os critérios usados para dar a nota ou
menção.
Palavras-chave: Avaliação – critérios – instrumentos – aspecto qualitativo e
quantitativo.
METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa será desenvolvida tendo como proposta a
pesquisa bibliográfica, referenciando nos autores: Cury (2003), Hoffmann (1998-
2003), Luckesi (2002|, Turra (1982), Poope (2007), sobre avaliação, e ainda,
Barbosa (2001), Goulart (2007), Escott (2001) sobre as contribuições da
psicopedagogia para a motivação dos alunos e o resgate da auto-estima, dentre
outros que trazem conceitos sobre auto-estima e motivação para aprendizagem.
Na parte da pesquisa de campo, o objeto da pesquisa será a percepção que
os alunos têm da avaliação na sua escola. Para tanto será usado como instrumento
questionário contendo seis questões objetivas, sobre a avaliação: prática, critérios e
métodos. Serão escolhidos 50 alunos do ensino fundamental (6º ao 9º ano) sem
discriminação de série ou faixa etária, pois o que se espera é justamente ter uma
visão geral sobre o método avaliativo da escola e a satisfação/insatisfação do aluno.
O objetivo da pesquisa tanto bibliográfica, quanto a pesquisa de campo é
identificar pontos falhos no processo de avaliação. A análise dos resultados será
baseada na abordagem quantitativa/qualitativa, sobre os quais serão elaboradas as
considerações sobre o estudo.
INTRODUÇÃO
A educação encontra dois sérios problemas considerados como as principais
causas da evasão e da repetência, trata-se da forma como, ainda nos dias atuais, a
escola se posiciona em relação a ação avaliativa. Muitas dessas escolas ainda
utilizam os métodos tradicionais de “medir” e “classificar”, os conhecimentos e a
aprendizagem do aluno.
A multirepetência vai criando nos alunos um péssimo conceito sobre si
mesmo, o que contribui para eles se sintam desmotivados para aprender, ou mesmo
para freqüentar as aulas. Dessa forma após uma série de dificuldades o aluno, na
maioria das vezes fica segregado, rotulado em seu próprio ambiente de
aprendizagem. Essa desmotivação gerada pela baixa auto-estima vai precisar ser
trabalhada, através de atividades, jogos, dinâmicas ou brincadeiras que façam com
que o aluno volte a se interessar e predispondo para aprender.
A proposta desse trabalho é buscar construir referencial teórico sobre
avaliação métodos e instrumentos, para melhor compreensão, tendo dessa
condições de fazer estudo comparativo sobre o que é proposto na literatura e a
forma como o professor vem promovendo a ação avaliativa na escola.
Sabendo-se que os alunos com dificuldade de aprender, sentem-se
desmotivados e com péssimo conceito de si mesmo, busca-se averiguar de que
forma a psicopedagogia pode contribuir para sanar os problemas enfrentados pela
escola, tendo em vista os altos índices de evasão escolar., causados direta ou
indiretamente pelo tradicionalismo no processo avaliativo adotados, causando a
desmotivação dos alunos?
Esse estudo justifica-se tendo em vista que a concepção errônea que alguns
professores e as escolas têm de que avaliação deve se prender aos aspectos
quantitativos, sem levar em conta quaisquer outros instrumentos ou critérios
avaliativos. Essa problemática tem sido apontada por alguns autores como
responsáveis pelo aumento dos índices de reprovação e evasão escolar.
É interesse da psicopedagogia analisar, dentro das instituições, a forma como
o processo de avaliação pode estar contribuindo para a incidência de altos índices
de reprovação, de falta de motivação por parte dos alunos para aprender e interagir.
Portanto, são objetivos desse estudo identificar quais fatores, dentro do
processo de avaliação, estão contribuindo para desmotivar os alunos para a
aprendizagem, fazendo que aumente a incidência nos casos de reprovação.
O estudo fica divido em duas etapas, na primeira buscar-se-á na literatura
conceitos, definições, aplicabilidade de avaliação: métodos e instrumentos, tendo
como referência : Cury (2003), Hoffmann (1998-2003), Luckesi (2002|, Turra (1982),
Poope (2007), sobre avaliação, e ainda, Barbosa (2001), Goulart (2007), Escott
(2001) sobre as contribuições da psicopedagogia para a motivação dos alunos e o
resgate da auto-estima. O resultado da pesquisa bibliográfica será distribuído em
dois capítulos, sendo que o primeiro capítulo destina-se a avaliação dentro do
processo de ensino-aprendizagem e no segundo às contribuições da
psicopedagogia.
Na segunda parte, ou seja a pesquisa de campo, que faz parte do terceiro
capítulo, será feita uma pesquisa tendo como referência a opinião de 50 alunos,
escolhidos aleatoriamente dentro de uma escola de ensino fundamental (6º ao 9º
ano), que responderam um questionário com seis questões sobre a percepção dos
alunos sobre o método de avaliação, critérios e instrumentos. A análise dos dados
será qualitativa, pois dessa espera-se alertar os professores sobre o grau de
satisfação dos alunos e a repercussão da satisfação/insatisfação e como isso pode
influenciar na auto-estima e motivação de cada um.
CAPÍTULO I
A AVALIAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
Para entender-se e ter uma visão ampla sobre a avaliação que vem
acontecendo nas escolas, precisa-se antes de tudo saber como os principais autores
e pesquisadores da educação, principalmente aos que se refere à polemica situação
da prática avaliativa dentro do processo de ensino do professor e de aprendizagem
por parte dos alunos, faz-se necessário que pesquise, analise, questione e traga
para discussão a realidade de sala de aula, através da percepção de professores e
alunos sobre a nova proposta de avaliação sob a perspectiva do construtivismo,
como pode ser visto no texto abaixo:
A avaliação é compreendida como um conjunto de atuações que tem função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Acontece contínua e sistematicamente através da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno. Possibilita conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da escolaridade.( Síntese dos PCNs, 2000, 12)
De acordo com Dalben (1998, 91), tradicionalmente a avaliação escolar enquanto um campo teórico de conhecimento centrou-se por um tempo, nos estudos sobre o rendimento escolar dos alunos e nos resultados dos processos de aprendizagem. Originou-se daí a concepção predominante de avaliação escolar como um processo de medida de desempenho em face de objetivos educacionais prévios, numa perspectiva técnica, com ênfase na representação quantificada do conhecimento adquirido através de notas e conceitos. Essa visão embora faça parte do sistema tradicional de ensino, ainda hoje vigora nas escolas como forma de estabelecer critérios e de determinar instrumentos avaliativos em nossas escolas, tanto na rede pública quando nas escolas particulares.
(...) A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua de sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho, e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados e reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio. (Síntese dos PCNs,2000 ,12-13)
Utilizar a avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades
didáticas requer que ela seja interpretada não como um momento estático, mas
antes como um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de
construção de conhecimento.
De acordo com os estudos de Dalben (1998: 91), sem muitas opções, os
professores procuram, concentrar seus esforços nos procedimentos de avaliação,
buscando elaborar instrumentos diversificados e de diferentes naturezas. Eles
sabem que medir a aprendizagem apenas por meio de provas ajuda pouco e que
discutir a avaliação, significa também, e sobretudo, discutir a aprendizagem, o
ensino, o currículo, o projeto pedagógico da escola, o sistema escolar, a formação
do professor e as políticas educacionais como um todo.
De acordo com os autores acima citados, diante desse cenário, situamos um
conflito fundamental, nas últimas duas décadas, representando pelo questionamento
desse campo referencial de análise e de construção dos processos de constituição
escolar. Gerados pela constatação dos altos índices de evasão e repetência,
trazendo encaminhamentos opostos, para as políticas de avaliação e para as
propostos educativas a ela relacionadas.
Sobre os critérios de avaliação podemos afirmar que avaliar significa emitir
um juízo de valor sobre a realidade que se questiona, seja sobre a realidade que se
questiona, seja a propósito das exigências de uma exigência que se projetou realizar
sobre ela, seja a propósito de suas conseqüência. Tendo essa afirmação como
base, fica evidenciada a necessidade de que a atividade de avaliação exige critérios
claros. Essa clareza de critérios visa facilitar a atuação do professor e o
entendimento do aluno.
A definição dos critérios de avaliação deve considerar aspectos estruturais de
cada realidade, isso fica bem explícito na Síntese dos Parâmetros Curriculares,
detectar isso nos exemplos, onde muitas vezes, seja por conta da repetência ou de
um ingresso tardio na escola, os alunos podem apresentar ritmos diferentes de
aprendizagens, cabe também ao professor levar em conta a influência do contexto,
do momento e das condições de ensino e de aprendizagem.
A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as
melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma
análise dos professores a respeito das diferentes capacidades dos alunos, que
permitirão o aproveitamento nas séries ou ciclos seguintes. Para tal decisão é
importante considerar simultaneamente aos critérios de avaliação, os aspectos de
sociabilidade e de ordem emocional, onde a perspectiva de avaliação deve levar em
conta o global e não somente as partes do processo de desenvolvimento do aluno.
Como instrumentos podemos citar as provas, as atividades de individuais ou em
grupo, os relatórios de desenvolvimento, a atuação e participação do aluno na sala
de aula, listas de controle, dentre outras. (ANDRÉ, 1999)
A partir da análise sobre o resultado dos estudos realizados por André (1999),
chegamos as principais concepções acerca dos dados que queremos investigar no
nosso contexto próximo, visando avaliar se também em nossas escolas
encontramos as divergências sobre o ato avaliativo. Para tanto nos embasamos nos
conceitos que a autora usou como referência para o desenvolvimento do seu
trabalho em A Pedagogia da Diferença (1999).
A partir da reflexão feita sobre os resultados a que a pesquisadora chega
acerca do que esses estudiosos definem sobre avaliação, o processo, os critérios e
os instrumentos, nos leva a ter clareza sobre a necessidade de que seja feita uma
revisão sobre as práticas avaliativas, que embora saibamos que trata-se de uma
tarefa complexa e que deve ser encarada num processo contínuo de
redimensionamento, principalmente no cotidiano de sala de aula e no cotidiano do
aluno e do professor.
Dentre os vários tipos de avaliação feitas nas escolas tanto pública, quanto
privada pode-se citar o que nos afirma Luckesi (2003: 91), para uma prática de
avaliação na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como
propõe a Lei de Diretrizes e Base, no país. Processual quer dizer contínua,
permanente, todos os dias e todas as horas.Todavia sabemos que as condições
materiais e de ensino, em nosso país, quer sejam nas escolas públicas ou
particulares, são perversas: excesso de estudantes por turma, material de apoio
inadequado ou insuficiente, excessiva heterogeneidade dos estudantes, baixos
salários dos educadores, salas de aulas inadequadas, etc... Assim sendo as
escolas têm optados pelo modelo misto, que leva em consideração, de um lado o
processo e, de outro , momentos fixos de avaliação. Podemos, portanto, concluir
que ao mesmo tempo, ele seria formativo e somativo.
Entre os equívocos na avaliação, o mais comum é tornar a avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. Nesse caso o professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usa a nota como instrumento de controle. Aqui pode-se perceber o perfil do professor que se vangloriam por deter o poder de aprovação ou reprovação. Destaca-se assim a falsa idéia o maior índice de reprovação deve-se a um trabalho de qualidade docente. Tal idéia é descabida porque atribuição de notas visa apenas o controle formal, com objetivo classificatório e não educativo.
Outro equivoco é a utilização da avaliação como recompensa par a os bons
alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados, é quando o professor
usa as notas como armas de intimidação e ameaça e prêmios para outros. Ainda
nos dias atuais é comum dar ou tirar pontos conforme o comportamento do aluno.
Nessas circunstâncias, o professor exclui o seu papel, que é o de assegurar as
condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimulados e
aprendam sem a necessidade de intimidação.
Pode-se aqui também citar a preocupação com o professor que confiam
demais no seu olho clinico, que na maioria das vezes já condena os alunos nos
primeiros meses letivos, na maioria das vezes reprovando o aluno antes da hora,
isolando os alunos pelo simples fato do achismo.
A partir daí surgiram propostas que procuram eliminar os erros da escola
tradicional, alternando a organização e estrutura da escola, e construindo uma nova
concepção de avaliação escolar. Questionam a partir daí as provas escolares que
induzem a esse tipo de aferição usualmente empregados como única forma de
avaliação confiável. Discutem o mau uso dessas provas e a má elaboração desses
instrumentos.
Cabe, também avaliar a utilidade e aplicabilidade dos tipos de critérios e de
instrumentos que, atualmente fazem parte das praticas avaliativas de nossas
escolas. Os equívocos mostram duas posições extremas em relação á avaliação
escolar: sendo tendenciosos para apenas aspectos quantitativos ou apenas
qualitativos. No primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida, no
segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade. O entendimento correto de
avaliação deve-se considerar a relação, ou mesmo o equilíbrio, entre os aspectos
qualitativos e quantitativos.
1.1. MODALIDADES DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
As modalidades de avaliação tem sido um tema analisado e discutido em
todos os âmbitos do sistema educacional, visto que ela esta presente em todas as
ações desenvolvidas nas salas de aula, no processo de ensino aprendizagem, na
relação professor e aluno, etc.
Justamente por ser um tema de suma importância para a educação é que
esse assunto assume uma proporção gigantesca, e tem requerido estudos e
pesquisas, visando buscar formas de repensar os procedimentos e a forma como
estão sendo feitos e quais as conseqüências dessa ação no aumento dos índices de
repetência e evasão escolar. Para que esse objetivo seja alcançado faz-se
necessário que se avalie a opinião do aluno e do professor, de todos os tipos de
instituições para ter essa exata compreensão.
Portanto cabe, justamente, aos professores do ensino superior aprofundar
seus conhecimentos sobre a ação avaliativa, seu processo, critérios, métodos e etc.
Tendo em vista que são eles formadores de opinião, cabe a eles o trabalho de
formação e informação. Dessa forma entende-se que a melhor forma de conseguir
esse intento é levar o conhecimento sobre as modalidades de avaliação, a
compreensão da importância do uso de métodos compatíveis com a nova
perspectiva da educação proposta pela LDB – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (CURY, 2003).
Bloom, Hasting e Madaus (1971) In Poppe (2003), dividem a avaliação em
três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa. É importante ressaltar que
essas denominações foram estabelecidas de acordo com a função que assumem,
ou seja: a função de diagnóstico corresponde à modalidade de avaliação
diagnóstica, a função de controle corresponde à modalidade de avaliação formativa
e a função de classificação corresponde à avaliação somativa.
MODALIDADE E FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
MODALIDADE FUNÇÃO PROPÓSITO (para que usar)
ÉPOCA (quando aplicar)
Diagnóstica
Diagnosticar
Verificar a presença ou ausência de pré-requisitos para novas aprendizagens. Detectar dificuldades
Início do ano ou semestre letivos, ou no início de uma unidade de ensino.
específicas de aprendizagem, tentando identificar suas causas.
Formativa
Controlar
Constatar se os objetivos estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecer dados para aperfeiçoar o processo Ensino-aprendizagem.
Durante o ano letivo, isto é, ao longo do processo ensino-aprendizagem.
Somativa
Classificar
Classificar os resultados de aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecido.
Ao final de um ano ou semestre letivos, ou ao final de uma unidade de ensino.
Fonte: Adaptado de HAYDT (1997)
Antes de falar especificamente de cada uma dela é preciso entender que o
uso conjugado dessas três modalidades (diagnóstica, formativa e somativa), com
suas respectivas funções, citadas acima, tende a garantir a eficiência do processo
de avaliação e a eficácia do processo de ensino-aprendizagem.
Pois de acordo com Haydt (1997), a avaliação não deve ser um fim, mas um
meio: para o aluno deve ser um meio de corrigir erros e fixar respostas certas; para o
professor, é um meio de aperfeiçoar seus procedimentos de ensino. Desse modo, a
forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor e suas relações
com o aluno. A partir da abordagem sobre cada das modalidades e funções da
avaliação, pode-se ir construindo a definição a construção de cada uma delas.
1.1.1. Avaliação Diagnóstica
Assim como outras formas de avaliação, a avaliação diagnóstica envolve a
descrição, a classificação e a determinação do valor de algum aspecto do
comportamento do aluno. Essa modalidade de avaliação pode ser usada para
determinar o grau em que um aluno domina os objetivos previstos para iniciar uma
unidade de ensino, uma disciplina ou um curso, para verificar se existem alunos que
já possuem o conhecimento e as habilidades previstos, para poder orientá-los a
novas aprendizagens, para constatar interesses, possibilidades, necessidades, para
individualizar o ensino numa mesma classe, ou para transferir o aluno para uma
classe mais adequada. A avaliação diagnóstica também possibilita a constatação de
insuficiências, problemas específicos de aprendizagem. Na medida em que essa
avaliação facilita a discriminação das dificuldades do aluno e do grupo, ela contribui
para a avaliação formativa. (POPPLE, 2003, p. 12).
1.1.2. Avaliação Formativa
A questão fundamental que essa modalidade de avaliação envolve, é
determinar se o aluno domina gradativa e hierarquicamente cada etapa da instrução.
Para que a avaliação formativa se processe é necessário: selecionar objetivos e
conteúdos e distribuí-los em pequenas unidades de ensino; formular esses objetivos,
com vistas à avaliação, em termos de comportamento observável; tomar como
referência (para formulação de objetivos e construção de questões) um quadro ou
esquema teórico, que facilite a identificação de áreas de dificuldades ou
insuficiências; feedback freqüente tanto do professor quanto do aluno.
Isto é, utilização da informação para corrigir erros, ou para reforçar
comportamentos bem sucedidos. Os objetivos estipulados devem ser alcançados
antes de prosseguir para uma etapa subseqüente de ensino-aprendizagem. Quando
for constatado que o aluno ainda não alcançou os objetivos propostos, o professor
deve lhe propiciar outros meios para o alcance desses objetivos.
De acordo com Hoffmann (2003), na avaliação formativa podem-se selecionar
alternativas corretivas (terapêuticas) de ensino-aprendizagem. Alternativas
terapêuticas são procedimentos variados de ensino que se destinam a sanar de
modo específico a insuficiência constatada. Outros procedimentos de ensino-
aprendizagem podem ser utilizados, como um estudo-dirigido, ou até mesmo uma
nova explicação do professor, em que variem os recursos utilizados ou o modo de
ensinar.
No caso das provas, depois de atribuídos os valores ou os conceitos,
conforme o caso e a escola, tem se revelado algo bastante produtivo fazer um
levantamento estatístico do desempenho da turma na avaliação em questão. Dá um
certo trabalho, principalmente no início, depois nos acostumamos, e os alunos nos
cobram as tabelas. Esse levantamento consiste em controlar, a partir de anotações,
quantos alunos acertam e quantos erraram cada questão da prova.
Com esses números em mãos, se você possui um computador, fica mais fácil
Basta lançar as informações no Microsoft Excel. Se o objetivo é mostrar o índice de
acertos, por exemplo, basta lançar o número da questão em uma célula (quadrinho)
e o número de acertos que ela teve na célula ao lado.
Assim sucessivamente até o final, número da questão abaixo de número de
questão, número de acertos abaixo de número de acertos, até o final da prova.
Depois basta selecionar todas as informações, ou seja, as duas colunas que foram
criadas e clicar em assistente de gráfico na barra de ferramentas padrão; dentro
dessa opção é só escolher o gráfico mais atraente e seguir as instruções do próprio
programa, que são apresentadas automaticamente.
Uma outra opção é fazer com eles esse levantamento, rapidinho, no quadro.
A partir dos resultados é possível localizar a(s) questão (ões) que apresentou (aram)
maior grau de dificuldade, portanto maior número de erros, e investigar com os
alunos o que provocou esse saldo. Esse é um trabalho bem interessante e muito
produtivo.
Quanto aos trabalhos, infelizmente muitos professores ainda os pedem e
sequer lêem o que os alunos escreveram. É fato que, na maioria das vezes, o
trabalho mesmo é para nós, mas, se o solicitamos, não faz sentido não lermos em
fazermos os apontamentos necessários. Do lado dos alunos, quando pedimos um
trabalho sobre um determinado tema com data marcada para a entrega, o que,
geralmente, acontece? Não raro recebemos cópias de textos facilmente
encontráveis na internet ou de trechos de enciclopédias, se o aluno não tem acesso
à rede. Qual é o valor dessa atividade para o aluno? Há docentes ainda que dão a
nota estabelecida para aquela tarefa simplesmente pelo fato de ela ter sido
entregue: entregou, recebeu a nota. O que o aluno aprendeu com isso? Colega,
pedir um trabalho que não será lido não faz sentido, além de desqualificar o
profissional diante do aluno.
Se o problema é o tempo escasso que não permite a leitura dos trabalhos na
íntegra, e este realmente, na maioria dos casos, é o maior entrave, que tal, de posse
do trabalho do aluno ou da equipe, dar alguns minutos (que varia de acordo com o
conteúdo pedido inicialmente) para que eles exponham alguns dos conceitos
mínimos da pesquisa? Isso forçará um entendimento do assunto trabalhado. Se o
aluno sequer leu o trabalho, terá que fazê-lo nesse momento, para poder apresentá-
lo.
Além disso, sabemos que o fato de falar em público exige alguns cuidados
como postura e uso de vocabulário adequados. Essa é uma atividade que nos
propicia a observação de muitos pontos. Mas não esqueça, se você nunca ensinou
como falar em público, nunca treinou uma leitura com o aluno lá na frente, em pé,
não pode querer avaliar imaginando que ele sabe porque já viu muita gente falando
em público.
A hora de entregar as avaliações é um momento ímpar, não delegue essa
tarefa a um aluno (porque sempre há aquelas que se oferecem: Posso entregar?).
Nada disso, este é um momento entre nós e nosso aluno, cada um de uma vez. É
nesse momento que podemos tecer comentários, orientar, auxiliar, colocar-nos à
disposição, parabenizar. É preciso que o professor saiba explorar esse momento
valioso de interação, valorizar os avanços que o aluno vai conseguindo é de suma
importância para que ele se sinta estimulado para novos conhecimentos.
É importante que o aluno aprenda a partir de seus erros, e para isso é
fundamental que o professor se dedique a correção, aos comentários, ao
entendimento do processo que o aluno foi construindo para chegar ao determinado
resultado.
1.1.3. Avaliação Somativa
É também chamada de classificatória ou tradicional. A avaliação somativa é
um processo de descrição e julgamento para classificar os alunos ao final de uma
unidade, semestre ou curso, segundo níveis de aproveitamento que se expressam
em graus (notas) ou conceitos. Requer a definição de objetivos, geralmente
realizada mais em termos de conteúdos, e procedimentos de medidas, como provas
de dissertação, testes objetivos, etc.
É importante destacar que a avaliação diagnóstica e a avaliação formativa
podem contribuir para a avaliação somativa, basta que o professor, durante o
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, utilize os recursos das duas
primeiras, empregando ao final a avaliação somativa.
A partir da reflexão feita sobre os resultados a que a pesquisadora chega
acerca do que esses estudiosos definem sobre avaliação, o processo, os critérios e
os instrumentos, nos leva a ter clareza sobre a necessidade de que seja feita uma
revisão sobre as práticas avaliativas, que embora saibamos que trata-se de uma
tarefa complexa e que deve ser encarada num processo contínuo de
redimensionamento, principalmente no cotidiano de sala de aula e no cotidiano do
aluno e do professor.
Dentre os vários tipos de avaliação feitas nas escolas tanto pública, quanto
privada pode-se citar o que nos afirma Luckesi (2003: 91), Para uma prática de
avaliação na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como
propõe a Lei de Diretrizes e Base, no país. Processual quer dizer contínua,
permanente, todos os dias e todas as horas.
Todavia sabemos que as condições materiais e de ensino, em nosso país,
quer sejam nas escolas públicas ou particulares, são perversas: excesso de
estudantes por turma, material de apoio inadequado ou insuficiente, excessiva
heterogeneidade dos estudantes, baixos salários dos educadores, salas de aulas
inadequadas, etc... Assim sendo as escolas têm optados pelo modelo misto, que
leva em consideração, de um lado o processo e, de outro , momentos fixos de
avaliação. Podemos, portanto, concluir que ao mesmo tempo, ele seria formativo e
somativo.
1.2. OS EQUÍVOCOS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Entre os equívocos na avaliação, o mais comum é tomar a avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos. Nesse caso o professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e usa a nota como instrumento de controle. Aqui pode-se perceber o perfil do professor que se vangloriam por deter o poder de aprovação ou reprovação. Destaca-se assim a falsa idéia o maior índice de reprovação deve-se a um trabalho de
qualidade docente. Tal idéia é descabida porque atribuição de notas visa apenas o controle formal , com objetivo classificatório e não educativo.
Outro equivoco é a utilização da avaliação como recompensa par a os bons
alunos e punição para os desinteressados ou indisciplinados, é quando o professor
usa as notas como armas de intimidação e ameaça e prêmios para outros. Ainda
nos dias atuais é comum dar ou tirar pontos conforme o comportamento do aluno.
Nessas circunstâncias, o professor exclui o seu papel, que é o de assegurar as
condições e meios pedagógico-didáticos para que os alunos sejam estimulados e
aprendam sem a necessidade de intimidação.
A partir daí surgiram propostas que procuram eliminar os erros da escola
tradicional, alternando a organização e estrutura da escola, e construindo uma nova
concepção de avaliação escolar. Questiona-se a partir daí as provas escolares que
induzem a esse tipo de aferição usualmente empregado como única forma de
avaliação confiável. Discutem o mau uso dessas provas e a má elaboração desses
instrumentos.
Cabe, também avaliar a utilidade e aplicabilidade dos tipos de critérios e de
instrumentos que, atualmente fazem parte das praticas avaliativas de nossas
escolas. Os equívocos mostram duas posições extremas em relação á avaliação
escolar: sendo tendenciosos para apenas aspectos quantitativos ou apenas
qualitativos . No primeiro caso, a avaliação é vista apenas como medida, no
segundo caso, a avaliação se perde na subjetividade. O entendimento correto de
avaliação deve-se considerar a relação, ou mesmo o equilíbrio, entre os aspectos
qualitativos e quantitativos.
1.3. PRINCIPAIS ASPECTOS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Robert Stake em 1967 apontou o aspecto formal e informal da avaliação
educacional, afirmando que:
A Avaliação Educacional tem seu aspecto formal e informal. Reconhecemos o aspecto informal da avaliação em sua dependência dos objetivos implícitos, das normas intuitivas e dos julgamentos subjetivos, O aspecto formal da avaliação encontra-se evidenciado em sua dependência dos objetivos precisamente formulados, das comparações controladas, dos instrumentos fidedignos. (Stake, apud TURRA, et aI., 1982, p176).
Alguns autores definem a avaliação priorizando seu aspecto formal,
enfatizando sua dimensão de medida, por exemplo:
Avaliação significa atribuir um valor a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de natureza social ou científica. (Bradfield e Moredock, apud TURRA et aI., 1982, p177).
Outros autores embora não ignorem a dimensão de medida da avaliação,
levam em consideração, também, seu aspecto informal, reconhecendo-a como
ferramenta para ajudar o aluno a caminhar no seu processo de aprendizagem, como
por exemplo:
A avaliação é um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem; inclui uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de “papel e lápis”; é um auxílio para clarificar os objetivos significativos e as metas educacionais, e é um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados; é um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada, etapa por etapa do processo ensino-aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudanças devem ser feitas para garantir sua efetividade; é ainda um instrumental da prática educacional para verificar se procedimentos alternativos são ou não igualmente efetivos ao alcance de um conjunto de fins educacionais; envolve uma coleta sistemática de dados, por meio dos quais se determinam as mudanças que ocorreram no comportamento do aluno, em função dos objetivos educacionais e em que medida estas mudanças ocorrem (Bloom, Hasting, Madaus apud TURRA, et aI., 1982, p177).
Com isso, observamos que variam as opiniões do que seja avaliação.
Algumas concepções enfatizam a dimensão de medida, outras focam seu aspecto
de julgamento e existem outras que, embora, reconheçam sua dimensão de medida,
não deixam de ressaltar o juízo de valor, o julgamento implicado na avaliação.
Portanto, podemos perceber que existem diferentes maneiras de entender a
avaliação educacional, bem como existem diferentes funções para a mesma. A
seguir trataremos de aprofundar alguns aspectos pertinentes às funções gerais e
específicas da avaliação educacional.
1.4. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR
Um dos aspectos mais discutidos sobre o ato de avaliar está relacionado à
escolha dos critérios para julgar ou medir conhecimentos, não somente no que se
relaciona aos métodos e instrumentos, mas sobretudo a necessidade que existe de
que o professor participe o aluno da opção feita e de como ele vai desenvolver o
processo e o que espera com essa atividade.
Sobre os critérios de avaliação podemos afirmar que avaliar significa emitir
um juízo de valor sobre a realidade que se questiona, seja sobre a realidade que se
questiona, seja a propósito das exigências do que se projetou realizar sobre ela, seja
a propósito de suas conseqüência. Tendo essa afirmação como base, fica
evidenciado a necessidade de que a atividade de avaliação exige critérios claros.
Essa clareza de critérios visa facilitar a atuação do professor e o entendimento do
aluno.
A definição dos critérios de avaliação deve considerar aspectos estruturais de
cada realidade, detectar isso nos exemplos, onde muitas vezes, seja por conta da
repetência ou de um ingresso tardio na escola, os alunos podem apresentar ritmos
diferentes de aprendizagens, cabe também ao professor levar em conta a influência
do contexto, do momento e das condições de ensino e de aprendizagem. O mais
importante é que o aluno se sinta envolvido no processo.
A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as
melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma
análise dos professores a respeito das diferentes capacidades dos alunos, que
permitirão o aproveitamento nas séries ou ciclos seguintes. Para tal decisão é
importante considerar simultaneamente aos critérios de avaliação, os aspectos de
sociabilidade e de ordem emocional, onde a perspectiva de avaliação deve levar em
conta o global e não somente as partes do processo de desenvolvimento do aluno.
Como instrumentos podemos citar as provas, as atividades de individuais ou em
grupo, os relatórios de desenvolvimento, a atuação e participação do aluno na sala
de aula, listas de controle, dentre outras. (ANDRÉ, 1999)
CAPÍTULO II
AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA
A auto-estima é um dos assuntos em maior evidência na área educacional
hoje. Modismo? Certamente que não. Trata-se sem sombra de dúvidas de um
despertar para sua importância e sua influência na atuação psicopedagógica.
Casos e mais casos comprovam, a todo momento, como a atenção à auto-
estima do aluno tem contribuído para transformar histórias de fracasso em histórias
de sucesso. Ao se procurar entender a problemática da auto-estima no âmbito
educacional, não há como negar a presença das mais variadas influências, a
começar pelos contextos sócio-econômico e cultural.
As dificuldades de aprendizagens dos alunos geralmente estão ligadas à falta
de motivação dos mesmos, tendo em vista o fator motivacional e a importância do
mesmo para desenvolver a auto-estima positiva do aluno, percebe-se que se ela for
trabalhada adequadamente por profissionais da educação: professores e
psicopedagogos, a possibilidade de reverter o quadro é enorme.
Um dos fatores que mais contribuem para a falta de auto-estima do aluno é
certamente a repetência. A reprovação, na maioria das vezes causa no aluno um
enorme desgaste, deixando desestimulado, é nesse momento que percebe-se a
conotação de castigo que a reprovação assume no contexto do aluno.
Se essa reprovação esta associada aos problemas gerados pela avaliação,
somente quantitativa e classificatória, remanescente da escola tradicional, ela
certamente vai gerar no aluno uma insatisfação, e se no próximo ano não houver um
redimensionamento na prática pedagógica do professor ou na sua ação avaliativa,
no que se refere aos métodos e critérios, essa insatisfação contribui para que o
aluno abandone a escola, ou ainda, ele não consiga estímulos suficientes para
superar a sensação de “fracasso” e ser capaz de aprender.
O fracasso escolar e a caracterização da dificuldade de aprendizagem do
aluno fazem parte dos estudos e da busca incessante de solução pela
psicopedagogia, sendo portanto, uma das principais funções da psicopedagogia dar
suporte ao professor que detecta esse tipo de problema, relacionados aos alunos,
em sala de aula, e posteriormente encaminha esse aluno à equipe para avaliação e
atendimento.
Tendo em vista as considerações acima, o presente trabalho investiga a
influência da auto-estima no processo de ensino-aprendizagem e suas perspectivas
no processo psicopedagógico, relacionando-a com alguns comportamentos
essenciais do ser humano.
2.1. A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM
A Psicopedagogia é a área que estuda e lida com aprendizagem e as suas
dificuldades. Enquanto a didática se preocupa com a “arte de ensinar”, a
psicopedagogia preocupa-se com a “arte de aprender”. Portanto está ligada à
aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem evolui e que
fatores interferem.
Paim (1985), destaca que a prática psicopedagógica vem colocando questões
que ainda são pouco discutidas e de manejo um pouco difícil. Isso acontece porque
o paciente, o sujeito com dificuldade de aprendizagem, apresenta um
comprometimento que envolve, na maioria das vezes, diferentes profissionais, uma
vez que estas dificuldades podem advir de aspectos afetivos, cognitivos,
instrumentais e do meio.
O que se propõe é uma prática psicopedagógica alicerçada em diferentes
teorias e na própria experiência profissional do psicopedagogo. Desta forma, o seu
trabalho consistirá em propor ao sujeito a realização de diferentes tarefas e
acompanhá-lo na execução das mesmas, tendo como foco as suas diferentes
reações.
Escott (2001), In Peoppe (define como o psicopedagogo como o profissional
que auxilia na identificação e resolução dos problemas no processo de aprender,
estando capacitado a lidar com as dificuldades de aprendizagem, um dos fatores
que tem levados as escolas a enfrentar a multirepetência e a evasão escolar,
principais causas da marginalidade social.
O psicopedagogo precisa compreender principalmente como a criança passa
para ele suas dificuldades, para depois, então, preocupar-se com o ensino. Acredita-
se ser de suma importância a construção de vínculos baseados na confiança
recíproca e no respeito mútuo, o que irá favorecer o desenvolvimento do olhar e da
escuta psicopedagógica.
De acordo com Escott (2001), poderão exercer a profissão de Psicopedagogo
no Brasi, sendo os portadores de certificado de conclusão em curso de
especialização em Psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por
escolas ou instituições autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação
pertinente.
Um aspecto importantíssimo do psicopedagogo é o diagnóstico
psicopedagógico para que psicopedagogos e professsores possam atuar juntos, nos
procedimentos para sanar os problemas apresentados, pelos alunos encaminhados
para atendimento é de suma importância, pois será fator determinante para o êxito
ao processo. Paim (1985), ressalta a importância do diagnostico para se determinar
o prognóstico, a partir das propostas de intervenção, quais os procedimentos
educacionais, comportamentais e psicológicos serão necessários para cada caso.
O diagnóstico psicopedagógico é composto dos aspectos do passado, do
presente (diagnóstico) e do futuro (prognóstico) e o psicopedagogo segue uma ou
outra direção, dependendo do caso que está sendo estudado. O essencial é a
descrição e a sua localização contextual. Desse modo, devemos analisar a queixa
sob o ponto de vista: do tempo e do espaço; da vida familiar; da vida escolar; da
vida no meio social; do patológico ou clinico.
Esse processo tem como objetivo: descrever e compreender as dificuldades
do sujeito; analisar os diferentes resultados obtidos nas técnicas utilizadas com o
sujeito (aluno), e ainda, formular recomendações a fim de atender às dificuldades de
aprendizagem dos mesmos. Analisar e repensar formas de melhorar a auto-estima
dos alunos, que por estarem passando por dificuldades de aprendizagem ou de
adaptação, certamente, estarão tendo problemas em relação a sua auto-estima,
muitas vezes gerado por um conceito negativo de si mesmo.
2.2. A AUTO-ESTIMA NA PSICOPEDAGOGIA
O indivíduo que apresenta dificuldade de aprendizagem ou de adaptação
tende a apresentar uma baixa auto-estima, e é justamente nesse aspecto que a
psicopedagogia pode influenciar de forma positiva, pois a medida que o sujeito
recebe a contribuição para auxiliar na solução desses problemas, recuperação
também a seu auto-conceito positivo.
Branden (1995) afirma que “A auto-estima é a disposição para experimentar a
si mesmo como alguém competente para lidar com os desafios básicos da vida e ser
merecedor da felicidade”.
E, destaca ainda que:
A prática de atividades criativas favorece ao aluno a oportunidade de vivenciar novas experiências que vão contribuir para o seu ajustamento,
realização pessoal e seu engajamento sociocultural. (BRADEN, (1994) In CETEB, 2000, p.7)
Auto-estima é a vivência de sermos apropriados à vida, sentirmos a vida,
estando bem com ela. Mais especificamente, auto-estima é a confiança em nossa
capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida.
A confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de sermos
merecedores, dignos, qualificados em expressar nossas necessidades e desejos e
desfrutar os resultados de nossos esforços. Moysés (2001; p.18) faz um paralelo
entre auto-conceito e auto-estima ela diz que: “auto-conceito é a percepção que a
pessoa tem de si mesma, ao passo que a auto-estima é a percepção que ela tem do
seu próprio valor”.
Isto nos leva a concluir que a auto-estima é fruto da percepção que a pessoa
tem de si mesmo. E todo processo de percepção, está sujeito a uma série de fatores
externos e internos a própria pessoa. São as informações que vamos guardando no
nosso cotidiano, a nosso respeito, dito por terceiros, formando assim os primeiros
,passos do nosso auto-conceito. Juntando a elas estão as nossas avaliações dos
nossos desempenhos, das nossas ações, das habilidades e características
pessoais. E é assim que vai nascendo a nossa estrutura cognitiva, tanto do aspecto
físico, social e psicológico.
2.3. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O RESGATE DA AUTO-ESTIMA
Para que o aluno possa resgatar a sua auto-estima, geralmente o aluno cria
um conceito negativo sobre si mesmo a partir do momento que sente-se incapaz de
aprender ou ter o mesmo rendimento do restante da turma, é preciso que o
professor lhe mostre uma nova visão do processo de aprender, reproduzir a
aprendizagem e se auto-avaliar durante o processo.
É preciso que professor e aluno compreendam que ato de avaliar não se
encerra na configuração do valor de quantidade atribuído ao objeto numa trilha
dinâmica de ação. Provas e exames implicam em julgamento, com conseqüente
exclusão; a avaliação pressupõe acolhimento, tendo em vista a transformação num
ato amoroso.
De acordo com Luckesi (1999), a avaliação escolar com um ato amoroso
pode ser entendida na medida em que a avaliação passa a ter como objetivo
diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da
aprendizagem satisfatória que integre todas as suas experiências de vida. Pode-se
assegurar que seja a forma de oferecer condições de encontrar o caminho para
obter melhores resultados na aprendizagem.
A avaliação escolar conduzida de forma inadequada pode possibilitar a
repetência e como conseqüência a evasão. Enfim, uma avaliação escolar realizada
com desvios pode estar contribuindo significativamente para um processo que
inviabiliza a democratização do ensino. Testes mal elaborados, leitura inadequada,
uso insatisfatório dos resultados e autoritarismo, esses são fatores que tornam a
avaliação um instrumento que abala a auto-estima do aluno, por isso atualmente
fala-se em qualificação e não em classificação, pois se a avaliação for usada sem
fins de auxiliar o avanço e o crescimento do educando ela passa a não ter sentido,
na proposta da educação atual.
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1. COLETA DE DADOS
A pesquisa de campo com o intuito de complementar a pesquisa bibliográfica,
tendo como proposta estabelecer relação entre teoria e prática, teve como objeto a
percepção que os alunos têm da avaliação na sua escola. Para tanto foi usado como
instrumento um questionário contendo seis questões objetivas, sobre avaliação:
prática, critérios e métodos.
O universo foi uma escola de educação fundamental da rede pública de
ensino, a amostra foi de 50 alunos escolhidos aleatoriamente, do 6º ao 9º ano, sem
discriminação de série ou faixa etária, visto que o que se espera é ter uma visão
geral sobre o método avaliativo da escola e a satisfação/insatisfação do aluno.
3.2. ANÁLISE DOS DADOS
QUESTÃO 01 – Para o professor avaliar é medir conhecimentos
16%
40%14%0%
30%SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 01 – Avaliar é medir conhecimentos Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Os resultados apontam para o fato de que 40% dos alunos consideram que o
professor, quase sempre, usa os instrumentos de avaliação para medir
conhecimentos, e ainda afirmam que 16% sempre usam esses recursos, é
importante analisar que se somados os totais de respostas positivas alcança-se
obtém-se um total de 70%, o que indica que na visão dos alunos os professores
estão conduzindo a avaliação de uma forma errada, classificando em vez de
qualificando.
QUESTÃO 02 – É correto usar somente a prova mensal ou bimestral como de forma de avaliação
16%
14%
24%6%
40%
SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 02 – O uso somente da prova como forma de avaliação Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Nessa questão os alunos optaram por 40% de opção para nunca, ou seja,
entende-se que eles afirmam que os professores usam outros recursos senão as
provas mensal e bimestral como forma de avaliação de aprendizagem. O resultado,
nessa questão, não pode ser considerado bom, pois 54% dos alunos afirmam os
professores usam esses recursos: sempre(16), quase sempre(14) e às vezes(24).
Retornando a revisão da literatura pode-se comprovar que: a avaliação
escolar conduzida de forma inadequada pode contribuir para o aumento do índice de
repetência e a evasão escolar.
QUESTÃO 03 – A nota da prova serve como referência para medir conhecimentos
10%
30%
40%
0%20% SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 03 – Prova como referência para medir conhecimentos Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
A resposta dos participantes, optando por 40% de às vezes e 30% de quase
sempre, perfazendo um total de 70% , vem comprovar o fato de que a escola ainda
está presa ao tradicionalismo da “lápis e papel”, o que vai contra a proposta da
avaliação continua, defendida por Luckesi (2003: 91), “para uma prática de avaliação
na escola, o ideal seria uma prática de “avaliação processual”, como propõe a Lei de
Diretrizes e Base, no país.
Entendendo que Avaliação Processual quer dizer contínua, permanente,
todos os dias e todas as horas, portanto somente 20% dos alunos afirmam que
nunca os professores vão usar somente a nota da prova como única referência para
medir conhecimentos.
Mesmo, somente 10% dos alunos tendo respondido que sempre o professor
usa a prova como referência para medir notas, é preciso estar atento para as
respostas dessa questão, pois às vezes e quase sempre são tipos como opções de
afirmação.
QUESTÃO 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações
0%0% 20%
16%64%
SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 04 – A orientação sobre os critérios de avaliação Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Uma das questões mais polêmicas, pelo resultado apresentado, foi sobre o
fato do professor orientar ou participar ao aluno sobre os critérios de correção e
avaliação, sabendo-se que é fundamental que o aluno participe do processo. Isso
fica bem claro quando 64% dos alunos responderem que o professor nunca faz este
tipo de orientação ou esclarecimento.
QUESTÃO 05 – Na avaliação o professor deve levar em conta somente o resultado final
40%
20%10%
0%
30%SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 05 : Na avaliação o importante é o resultado final Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
O fato de que 40% dos alunos acreditam que o professor considera que é
sempre importante levar em conta o resultado final do processo de avaliação, e
ainda que 20% considera que quase sempre o professor usa essa estratégia, o
somatório representa a maioria dos alunos, por isso pode ser considerado como um
aspecto a ser re-avaliado, visto que existe a necessidade de que o professor seja
consciente da importância de avaliar todo o processo.
QUESTÃO 06 – Todas as atividades desenvolvidas pelo aluno devem ser avaliadas
pelo professor
64%
36%
0%0%0% SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÁS VEZES
RARAMENTE
NUNCA
Gráfico 06 – Todas as atividades devem ser avaliadas pelo professor. Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Essa questão traz para o trabalho uma importante discussão, ou seja,
reconhecer que o professor preciso estar atento para o tipo de avaliação que esse
está desenvolvendo em sua prática, se levarmos em conta Luckesi, dentre outros
que defende a avaliação processual, vamos perceber que esse critério do professor
pode trazer grandes prejuízos para o aluno.
E, se 64% dos alunos fazem a opção por sempre, eles estão conscientes da
importância do processo como um todo, analisando os resultados percebe-se que
todos os alunos concordam que a avaliação deve ser abrangente e continuada ,
envolvendo todas as atividades desenvolvidas, e não somente estar relacionadas a
provas ou exames.
QUESTÃO 01 - Para o professor avaliar é medir conhecimentos
5
8
10
12
0
2
4
6
8
10
12
14
6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO
Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Levando em conta as repostas dos alunos, usando como recurso as
respostas dos grupos, os alunos do 9º ano optaram por responder que para os
professores avaliar é medir conhecimentos. É importante reconhecer que o índice de
opções vai diminuir em relação à série que o aluno estuda, isso pode ser um
indicativo de que o professor do 5º ano, por exemplo se dedique mais a acompanhar
o processo de ensino-aprendizagem do aluno.
Agrupando as respostas dos alunos por série percebe-se que o aluno, quando
mais esclarecido maior também passa a ser seu poder de questionamento, pois ele
já é capaz de entender que dos métodos, critérios e instrumentos que o professor
utilizar vai depender a valorização que ele vai ser capaz de quantificar/qualificar sua
avaliação.
Reconhece-se a importância dessa pesquisa, voltada para averiguar a
percepção do aluno sobre a ação avaliativa e a prática pedagógica do professor,
pois refere-se a um olhar diferenciado, é como ver o outro lado da questão. Se o
aluno já tem a percepção do que vem sendo feito e julgar e opinar
QUESTÃO 04 – O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações
87
10
25
0
5
10
15
20
25
30
6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO
Fonte: Pesquisa de campo – Escola “Y” - Turmas do Ensino Fundamental
Nessa questão percebe-se uma alteração na opinião dos alunos, a maioria
dos alunos do 9º ano consideram que são orientados sobre os critérios de avaliação
do professor, e que os alunos do 7º são os que menos consideram-se esclarecidos
sobre o assunto, pelos professores.
Considerando esse resultado distinto da primeira fase da pesquisa, percebe-
se que não existe uma relação entre as respostas, no que se refere à questão
anterior, isso é em relação ao esclarecimento e a escolaridade.
3.3. RESULTADOS DA PESQUISA Levando-se em conta as respostas do questionário pelos alunos, pode-se
concluir que, os professores ainda estão presos à alguns equívocos na avaliação, e
os aspectos que ficaram mais evidente, refere-se às polêmicas que sempre estão na
pauta da discussão, quando o tema refere-se a prática avaliativa em educação: a) a
orientação sobre os critérios usados pelo professor e b) a avaliação desvinculada da
prática no decorrer do processo.
Isso fica caracterizado quando a maioria dos alunos faz a opção de que
sempre ou quase sempre o professor não discute ou orienta o aluno sobre os
critérios de avaliação com os alunos, e isso vale para atividades do cotidiano, quanto
às provas ou testes.
Outro aspecto é o fato do professor não estar atento para a necessidade de
acompanhar o desenvolvido do ano, no decorrer do processo, valorizando avanços e
progressos, analisando as razões que provavelmente pode estar levando o aluno ao
erro, reconhecendo limitações e dificuldades, re-avaliando a prática pedagógica e
avaliativa do professor.
Analisando os resultados de cada uma das questões e estabelecendo um
paralelo entre a revisão da literatura e a pesquisa de campo, pode-se concluir que :
muito do que se relaciona a evasão e a repetência na educação brasileira está
relacionado a concepções arcaicas que os professores, ainda cultivam sobre o ato
de avaliar. È preciso, sobretudo, re-avaliar a prática de avaliação defendida por
professores que ainda não se conscientizaram que a avaliação precisa acompanhar
o processo.
Nota-se, através das respostas, que o aluno independente de série, já é
capaz de avaliar e diagnosticar pontos falhos, como pode-se perceber através das
respostas sobre a necessidade de que o aluno seja esclarecido sobre os critérios
que o professor vai desenvolver para chegar ao resultado final – a nota.
CONCLUSÃO
A avaliação da aprendizagem é uma atividade constante na prática educativa,
portanto deve ser constantemente avaliada e re-avaliada pelo professor, pois a
forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor e a
compreensão que ele tem da ação avaliativa dentro do processo de ensino-
aprendizagem.
Baseado nas pesquisas fica claro que a avaliação ela subsidia o professor
com elementos fundamentais, para uma reflexão continua sobre a sua prática, a
partir dos resultados o professor deve levar em conta os critérios e métodos que
vem usando, retomando os aspectos que precisam ser revistos. Se ela for
processual o professor vai ter a exata noção do que precisa ser re-avaliado no
processo de ensino-aprendizagem do aluno.
Para o aluno a avaliação deve ser uma tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades, portanto reconhece-se a importância que
tem para o aluno a compreensão dos critérios usados pelo professor, e ainda que,
ele receba do professor as orientações, no decorrer do processo sobre a
aprendizagem e as etapas que está vencendo, e quais os critérios que o professor
está usando para avaliá-lo.
No decorrer da revisão bibliográfica ficaram evidentes vários aspectos, que
precisam ser amplamente discutido e re-avaliado pelo professor na sua prática,
considera-se de suma importância destacá-lo, pois eles trouxeram esclarecimentos
importantíssimos para a conclusão do trabalho. A avaliação consiste na coleta de
dados quantitativos e qualitativos, é importante que o professor tenha essa
consciência, e sobretudo que é preciso que tenham critérios definidos para essa
prática.
E, ainda que é a avaliação apresenta três funções, dentro do processo de
ensino-aprendizagem, diagnosticar, controlar e classificar, e que relacionado a essas
funções, existem três modalidades de avaliação: diagnóstica; formativa e somativa.
A pesquisa de campo teve como objetivo avaliar a percepção do ano do 6º ao
9º ano do ensino fundamental da rede pública (Escola Y), sobre a forma como vem
sendo desenvolvida a prática avaliativa na escola. A amostra representada por
50(cinqüenta) alunos, trouxe, através do resultado da pesquisa vários aspectos
sobre os critérios e principalmente sobre a orientação de como esse processo vem
sendo conduzido pelos professores.
Os resultados das pesquisas com os alunos apontam para as seguintes
conclusões: os professores ainda estão muito presos a avaliação quantitativa,
baseado somente em provas e exames, e que na maioria das vezes não é
valorizado o processo de aprender do aluno, visto que na maioria dos casos o
professor não acompanha o processo, valorizando as etapas a medida que vão
sendo vencidas pelos alunos.
Considera-se que os objetivos da proposta de averiguar e analisar a avaliação
nessa escola, através da visão do aluno, sobre a prática avaliativa do professor
foram alcançados, visto que os alunos foram capazes de reconhecer os pontos
falhos e identificá-los. E, a proposta é justamente essa trazer para a discussão a
opinião do aluno, reconhecer a importância da capacidade do aluno de analisar e
avaliar o processo de avaliação que esta sendo desenvolvido na escola, pois ele faz
parte integrante do mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GOULART, Denise. Psicopedagogia Institucional . Curitiba: IBPEX, 2007.
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MASETO, Marcos Tarcisio (org.). Docência na Universidade. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998.
PAULA, Anna B. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira – Didática e Avaliação em Língua Portuguesa. Anna Beatriz Paula e E Rita do Carmo Polli da Silva. Curitiba: IBPEX, 2008.
POPPE, Maria. Avaliação Educacional. Caderno de Psicologia do Desenvolvimento e Dificuldades de Aprendizagens. Mód. VII. Curso de Pós Graduação. Projeto “A Vez do Mestre”. Rio de Janeiro: UCAM, 2003 TURRA, M. G. Clodia et. al. Planejamento de Ensino e Avaliação. Porto Alegre: Sagra, 1982
INSTRUMENTO DE PESQUISA
QUESTIONÁRIO PARA DIAGNÓSTICO
A AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DO ALUNO SOBRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Prezado aluno analisando o processo de avaliação que acontece na sua escola, dê sua opinião levando em conta a ação avaliativa dos professores de modo geral.
Avaliação sobre o uso de instrumentos e critérios de avaliação
NUNCA
RARAMEN
TE
ÀS VEZES
QUASE
SEMPRE
SEMPRE
01
Para o professor avaliar é medir conhecimentos
02
É correto usar somente a prova mensal ou bimestral como de forma de
avaliação
03
A nota da prova serve como referência para medir conhecimentos
04 O seu professor orienta sobre os critérios de correção das avaliações
05 Na avaliação o professor deve levar em conta somente o resultado final
06 Todas as atividades desenvolvidas pelo aluno devem ser avaliadas pelo
professor
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