do sentimento de dó

Post on 29-Dec-2015

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Dó(lat dolu) 1 Compaixão, lástima, comiseração. 2 Tristeza. 3 Luto: Vestido de dó.

Comiseração

s.f. Que sente comiseração pelos problemas alheios; que sente pena pelo sofrimento de outra(s) pessoa(s); misericórdia.(Etm. do latim: commiseratio.onis)

O que acontece com quem não conhece música? Não aprendeu e não ouve, não estuda ou não experiencia? Ouve qualquer estilo pouco refinado, nada trabalhado, com uma mensagem estúpida e acha bom. O que se passa na cabeça de um médico, vendedor de carro ou um músico quando olha para um prédio lindo de se ver? Acha maravilhoso e ponto. Não sabe se o encanamento está bom (pra isso, precisa-se do encanador, acho eu), não sabe se a estrutura foi bem montada (acho que deve precisar de um arquiteto). O que um psicólogo ouve quando alguém está falando de física quântica? Vozes.

Existe, de certa forma, uma ciência em tudo isso. Anos de estudo, pesquisa, análise, discussão e replicações.

A sua pergunta envolve, no mínimo, duas questões fundamentais. Uma: o que é dó. Já começa fudendo tudo porque, apesar de existir um dicionário e definições acadêmicas, as coisas vão se perdendo e cada um acha o que aprendeu a achar. Nomear sentimento é uma dos aprendizados mais difíceis. Alguns vão mais fundo, outros não. A outra é: como posso responder essa questão? Com a minha própria experiência? Com a observação das experiências dos outros? Com os dois? Com ciência? Talvez, a junção de todas essas pode ser a mais interessante.

Por isso, deixo um pouco da contribuição da ciência e outro pouco de mim...

Eu, Celina, acho que sentir dó, pena, comiseração, piedade, compaixão, dói. E dói, também, porque a gente acredita que tá doendo no outro. Afirmar ser superior ou inferior não é tão importante. Dó (e todos os seus sinônimos) é um sentimento que exige sensibilidade. E isso, a gente sabe que não é tão comum. Agora, a ciência (e, na minha opinião, combinada com muita sensibilidade):

É comum ouvir-se que “não se deve ter pena dos outros”. Afirmações desse tipo parecem emergir da incompreensão dos fatores determinantes do

sentimento de pena, equívoco que autorizaria tal avaliação valorativa dessa classe de sentimento.Assim, o observador (a pessoa que sente pena de alguém) deve: 1. identificar que algum evento aversivo atingiu, atinge ou atingirá o outro Por exemplo, o outro pode ter sido abandonado por alguém a quem está afetivamente ligado.2. identificar que a ocorrência do evento tem, necessariamente, função aversiva para o outro, mas não tem que ser aversivo para o observador. 3. discriminar que aquilo que é aversivo para si mesmo é o sofrimento do outro e não, necessariamente, o evento que atinge a este. Assim, deve ser enfatizado que o observador fica sob controle do sentimento (de sofrimento, de dor, de angústia etc.) do outro e não sob controle do evento em si, pois tal evento não precisa ser (e, em geral, não o é) aversivo para ambos.4. discriminar que a pessoa que sofre não possui repertório comportamental que a habilite para evitar ou para eliminar o evento aversivo, isto é, não apresenta comportamento de fuga-esquiva eficaz.5. discriminar que o observador também não possui repertório de comportamento que possibilite impedir que o outro sofra o impacto do evento aversivo.6. constatar que a pessoa que sofre tem função reforçadora positiva para o observador, pois se assim não o fosse, o sofrimento do outro poderia não ter função aversiva para ele.“O sentimento de pena tem subjacente outros dois sentimentos: sensibilidade à dor do outro (‘sofro pela dor dele’); e impotência  para minimizar a nossa dor (‘a dele e a minha’).” (Hélio José Guilhardi)

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