distribuição espacial de árvores exóticas nopaulorosa/gema/images/stories/monografias/... · o...
Post on 25-Jan-2019
217 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE GEOGRAFIA
Distribuição espacial de árvores exóticas no
Campus I da UFPB: o caso das mangueiras
Raniere Batista de Medeiros
João Pessoa, PB Setembro de 2008
Raniere Batista de Medeiros
Distribuição espacial de árvores exóticas no
Campus I da UFPB: O caso das mangueiras
Monografia apresentada ao Curso de
Geografia da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito para obtenção do
grau de bacharel em Geografia.
Orientador Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
João Pessoa, PB
Setembro de 2008
MEDEIROS, Raniere Batista de
Distribuição espacial de árvores exóticas no Campus I da UFPB: O caso das mangueiras.
MEDEIROS, Raniere Batista de, João Pessoa - PB. UFPB,
2008
Raniere Batista de Medeiros
Distribuição espacial de árvores exóticas no
Campus I da UFPB: O caso das mangueiras
Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Geografia, aprovada pela seguinte banca examinadora:
____________________________________________
Ms. Prof. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Orientador
____________________________________________
Profa.Esp. Maria Odete Teixeira do Nascimento
UNAVIDA/ UVA
_____________________________________________
Ms. Geóg. Maria José Vicente de Barros
Conselheira do CREA-PB no COPAM
João Pessoa, _____/_____/_____
Agradecimentos
A minha mãe biológica, Irenilza Lira de Medeiros, pelo amor que tem me dado
desde o meu nascimento.
A minha mãe adotiva e avó, Camila Batista de Medeiros, pelo ato de amar
duas vezes a mesma pessoa, como neto e filho adotivo.
A minha filha Débora Menezes de Medeiros, pelo incentivo moral e acreditar
em tudo que eu pretendia alcançar.
Ao meu orientador, professor Ms prof. Paulo Roberto de Oliveira Rosa, pelos
conhecimentos transmitidos, dedicação na orientação deste trabalho monográfico e
cobrança na procura da perfeição dos resultados.
A Maria José Vicente de Barros, Ms Geógrafa, que mesmo não sendo
orientadora deste trabalho, contribuiu com seus conhecimentos referentes ao meio
ambiente.
A Cristiano R.P.B. Saraiva, que durante a pesquisa de campo mostrou o seu
verdadeiro valor de companheiro e a sua dedicação com o trabalho.
A Conrad Rosa, Geógrafo e mestrando, pela sua boa vontade de colaborar
com a transmissão de conhecimentos científicos.
A Liése Carneiro Sobreira, Geógrafa e mestranda, por ter de maneira muito
atenciosa e responsável, contribuído com um pouco de sua experiência em
mapeamento.
Ao amigo, Geógrafo e professor de Inglês, José Ailton Soares, que durante o
transcorrer do curso na UFPB, mostrou ser companheiro e multiplicador de
conhecimentos.
O POEMA DA PAZ
O dia mais belo? Hoje. A coisa mais fácil? Equivocar-se. O obstáculo maior? O medo. A raiz de todos os males? O egoísmo. A distração mais bela? O trabalho. A pior derrota? O desalento. Os melhores professores? As crianças. A primeira necessidade? Comunicar-se. O que faz feliz? Ser útil aos demais. O maior mistério? A morte. O pior defeito? O mau humor. A coisa mais perigosa? A mentira. O sentimento pior? O rancor. O presente mais belo? O perdão. O mais imprescindível? O lar. A estrada mais rápida? O caminho correto. A sensação mais grata? A paz interior. O resguardo mais eficaz? O sorriso. O melhor remédio? O otimismo. A maior satisfação? O dever cumprido. A força mais potente do mundo? A fé. As pessoas mais necessitadas? Os pais. A coisa mais bela de todas? O amor. (Madre Teresa de Calcutá)
Resumo
O Campus I da UFPB está localizado dentro de uma área de Mata Atlântica e ainda apresenta resquícios dela, divididos em fragmentos. Dentro da UFPB, além de existirem fragmentos da Mata Atlântica, também contêm exóticas como é o caso das mangueiras, árvores importadas da Índia. Essas árvores estão sendo ultimamente responsáveis por abrigar um fungo causador de uma doença que pode ser nocivo para a mata nativa. O “mal do recife” ou a “seca da mangueira” é uma doença que tem matado com freqüência as mangueiras e pode causar sérios danos ao bioma da Mata Atlântica. O objetivo do trabalho foi realizar um inventário das mangueiras na UFPB, realizando seu mapeamento. Para tanto, foi efetuado trabalhos de campo utilizando mapa da UFPB, suta, trena etc., quando contabilizamos e localizamos as mangueiras, que posteriormente, em gabinete foram plotadas para um mapa em meio digital. Na pesquisa realizada foram encontradas 203 árvores exóticas da espécie Manguífera Indica L., das quais, algumas apresentam sintomas da doença. É interessante que os gestores da UFPB, a partir do mapeamento realizado, passem a monitorar as mangueiras existentes, suprimindo as que apresentarem a citada doença, bem como que substituam essas por indivíduos nativos da Mata Atlântica.
Palavras chaves: Mata Atlântica, Manguífera Indica L, mal do recife.
SUMÁRIO
1 Introdução 11
2 Abordagem teórico conceitual 12
2.1 A mata atlântica e sua devastação 14
2.2 Os sistemas naturais e os problemas com as espécies exóticas 16
2.3 A introdução de espécies exóticas no Brasil e a proteção dos
recursos naturais
18
2.4 A mangueira e suas características 21
3 Métodos e Técnicas 25
3.1 Apresentação histórica e caracterização em termos gerais da
área estudada
25
3.2 Metodologia 29
4 Resultados e discussões 33
4.1 Resultados obtidos no setor 1 33
4.2 Resultados obtidos no setor 2 37
4.3 Resultados obtidos no setor 3 42
4.4 Resultados obtidos no setor 4 46
4.5 Resultados obtidos no Campus i da ufpb 50
5 Considerações finais 55
Bibliografia 57
Lista de siglas
Universidade Federal da Paraíba UFPB Secretaria de Meio Ambiente Semam Paraíba PB Universidade Federal de Campina Grande UFCG Centro de Ciências e Tecnologia CCT Centro de Humanidades CH Centro de Ciências Biológicas e da Saúde CCBS Centro de Formação de Professores CFP Centro de Saúde e Tecnologia Rural CSTR Centro de Ciências Exatas e da Natureza CCEN Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes CCHLA Centro de Ciências da Saúde CCS Centro de Ciências Sociais Aplicadas CCS Centro de Educação CE Centro de Tecnologia CT Centro de Ciências Jurídicas CCJ Centro de Ciências Agrárias CCA Centro de Formação de Tecnólogos CFT Centro de Ciências Aplicadas e Educação CCAE Núcleo de Pesquisa e Processamento de Alimentos NUPPA Área de Proteção Ambiental APA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Ministério do meio ambiente MMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
IBAMA
Diretoria de Florestas (do IBAMA) DIREF Empresa Brasileira de Pesquisas Agronômicas EMBRAPA Cooperativa Cultural Universitária da Paraíba CODISMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA
Lista de Figuras
Figura 01: A Mata Atlântica na época do descobrimento 15 Figura 02: Floração da magueira. 22 Figura 03: Manga. 23 Figura 04: Mangueira adulta. 23 Figura 05: Semente do tipo drupa. 24 Figura 06: UFPB – Campus I. 25 Figura 07: A mancha urbana da cidade João Pessoa com destaque o Campus I da UFPB
Figura 08: Areas de Proteção Ambiental (APA) do Campus I da UFPB Figura 09: Mapa com coordenadas para endereçar as mangueiras 28 Figura 10: Suta artesanal Figura 11 – Planta do Campus I da UFPB seccionada em quatro setores para melhor se elaborar o inventário
Figura 12: Localização das Mangueiras no setor 1.
Figura 13: Gráfico da concentração espacial dos indivíduos no setor 1 Figura 14 Mangueira com o galho quebrado em frente a CODISMA 37 Figura 15: Localização dos indivíduos exóticos – mangueiras – no setor 2 40 Figura 16: Concentração espacial das mangueiras no setor 2. 40 Figura 17: Resto de poda de uma mangueira infectada em frente ao HU. 42 Figura 18: Muda de mangueira plantada recentemente 42 Figura 19: Localização dos indivíduos exóticos – mangueiras – no setor 3 44 Figura 20: Gráfico da concentração espacial dos indivíduos no setor 3. 44 Figura 21: Árvore já podada e brotando 45 Figura 22 e 23: Árvore com os galhos secando, já sem folhas em ângulos diferentes 47 Figura 24: Localização das mangueiras no setor 4 48 Figura 25: Concentração espacial dos indivíduos no setor 4. 48 Figura 26: Muda com diversos brotos lado-a-lado, formando uma touceira 49 Figura 27 – Distribuição das mangueiras (Manguífera Indica L) no Campus I da UFPB.
Figura 28: Gráfico da concentração espacial das mangueiras por setores Figura 29 e 30 : Mangueiras secando - “mal do Recife” – no estacionamento do CT
Lista de Quadros
Quadro 01: Mangueiras localizadas no Setor 01 33 Quadro 02: Mangueiras localizadas no Setor 02 37 Quadro 03: Mangueiras localizadas no Setor 03 42 Quadro 04: Mangueiras localizadas no Setor 04 46 Quadro 05: Resultados gerais das mangueiras encontradas no Campus I 50
1 INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica é um dos diversos tipos de vegetação do Brasil. Estava
presente do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, seguindo todo o litoral no
momento da chegada dos Portugueses no dia 22 de abril de 1.500, conduzidos por
uma Esquadra que tinha como Comandante Pedro Álvares Cabral. Sua área de
domínio abrangia os Estados Nordestinos, do Sudeste, do Sul e do Centro Oeste do
País, de forma parcial ou total, como Goiás com 3% e Espírito Santo com 100% de
sua área coberta e os demais Estados com uma porcentagem com valores entre
estes. Ela também cobria parte do Estado do Mato Grosso do Sul, com 14% de sua
vegetação. O Estado da Paraíba tinha na época do descobrimento 12% de sua
vegetação total sendo de Mata Atlântica. Nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará,
Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Rio
Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo havia uma maior
porcentagem dessa mata. A sua área total original abrangia 15% do Território
Nacional, com mais 1.290.000 km2. Após a derrubada de parte dessa vegetação,
restaram apenas 7,35% de sua área original.
O Campus I da UFPB está localizado dentro de uma área de Mata
Atlântica e ainda apresenta resquícios dela, divididos em fragmentos. Dentro da
UFPB, além de existirem fragmentos da Mata Atlântica, também contêm exóticas
como é o caso das mangueiras, árvores importadas da Índia. Essas árvores estão
sendo ultimamente responsáveis por abrigar um fungo causador de uma doença que
pode ser nocivo para a mata nativa. O “mal do recife” ou a “seca da mangueira” é
uma doença que tem matado com freqüência as mangueiras e pode causar sérios
danos ao bioma da Mata Atlântica.
O presente trabalho monográfico tem por finalidade localizar, caracterizar
e inventariar as árvores exóticas, especificamente as mangueiras, existentes dentro
do Campus I da Universidade Federal da Paraíba/João Pessoa-PB, para quando
concluído o inventário, discutir a respeito de suas utilidades, permanência ou
substituição por árvores nativas.
2 ABORDAGEM TEÓRICO CONCEITUAL
Parte integrante de um trabalho monográfico, o arcabouço é de suma
importância na sua constituição, onde a partir das concepções teóricas,
precisamente dos conceitos empregados, como também de alguns termos que
sejam adotados, oriundos de outras Ciências, possa se compreender melhor a
essência do trabalho realizado.
É necessário, neste trabalho, entender alguns conceitos, que por sua
natureza estarão presentes em cada momento, através das descrições, mapas,
fotografias, relatos, tabelas e etc.
Conceitos como de Descrição e Localização, Estruturas, Demografia,
Densidade, Intensidade, Limites e Limiares, Legislação e Inventário, são as bases
deste trabalho. Esses conceitos levam o trabalho a uma metodologia descritiva,
base fundamental nos estudos de Ecologia e Biogeografia. Assim, conceitos
bastante utilizados como limites e limiares, inventário e localização são de extrema
importância para se entender uma área a ser estudada. Dolfuss (1996, p.18) diz que,
“localizar consiste em indicar as coordenadas geodésicas (latitude, longitude,
altitude), mas consiste sobretudo em definir o sítio e a posição”. O sítio representa o
receptáculo territorial de um elemento do espaço. Descrição é antes de mais nada a
definição da paisagem descrita a partir de suas formas. “As formas decorrem dos
dados do meio ambiente natural ou são conseqüências da intervenção humana que
imprime seu selo no espaço”. Assim a paisagem que é composta de elementos
geográficos que se articulam uns com os outros, são indispensáveis para darem a
sua definição.
As estruturas são definidas de várias maneiras. Em Dolfus (1996, p.34)
diz que, “Uma estrutura é um elemento do espaço, individualizado e localizado, mas
cuja evolução é regida por sistemas que organizam tanto do interior como do
exterior”. Esta definição de estrutura é essencialmente aplicável para este estudo,
põem não se despreza outras definições existentes, oriundas de outras ciências que
se identifique com os estudos do meio ambiente.
Seguindo o raciocínio de Hemmert (1982, p. 134) pode-se entender que a
demografia consiste em registrar todos os membros de uma espécie em uma área,
levando em consideração idade e classes. Assim sendo, o estudo relativo aos
indivíduos exóticos neste trabalho monográfico.
Baseado no entendimento do conceito de demografia, pode-se entender
que a densidade e a intensidade é parte integrante do resultado desse conceito.
Para se entender melhor, Dolfuss (1982, p. 95) diz que, “intensidade é o grau de
força, de atividade ou potência de um fenômeno ou de um processo que se exprime
por unidade de tempo e de superfície...”, Já a densidade é conceituada como sendo
“o número de espécies, de indivíduos de cada espécie, de cada geração por unidade
de superfície, a maneira pela qual se garante a cobertura do solo durante ou de
acordo com as estações”.
O limite é a fronteira que divide o espaço físico. É algo que pode ser
alterado pelo homem. Pode ser também sinônimo de território, dependendo da
interpretação da leitura feita e os critérios adotados.
“O conhecimento dos limites é imprescindível à compreensão da organização dos sistemas, quer sejam regidos por dados naturais, quer representem uma conseqüência da ação humana” (DOLFUSS, 1973).
O Limiar é a descontinuidade de um sistema. Quando um sistema procura
outro nível de base, é por que o seu limite foi ultrapassado. Assim sendo, ele se
modifica, principalmente na paisagem, que é o seu maior indicador ou em outros
aspectos, como por exemplo, a formação de um microclima diferente. Segundo
Dolfuss (1973, p. 102) “todo sistema é regido por limiares, alguns marcados por
descontinuidades no espaço, e outros intervindo no tempo”.
Outro conceito bastante utilizado é o de Inventário que Para Rollet &
Queiroz, 1998 in Manuais Técnicos em Geociências (1991, P.39) citado por Jacome
(2007) “Um inventário florestal trata da descrição quantitativa e qualitativa da
floresta.
O inventário pode ser quantitativo, no registro da quantidade de indivíduos
em uma determinada área; e qualitativo, registrando o tipo de espécie destes
indivíduos ali existentes. Um exemplo a ser dado, é um inventário realizado em cima
de registros de uma área em que as árvores virão a ser suprimidas. “Irá verificar a
quantidade de indivíduos existentes naquela área e as espécies encontradas, onde
o objetivo de projetar esse inventário é de facilitar a obtenção informações”.
2.1 A MATA ATLÂNTICA E SUA DEVASTAÇÃO
Quando Cabral aportou na Ilha de Vera Cruz, como foi denominada de
início, encontrou populações humanas, silvícolas, que foram denominados de índios
e uma floresta bastante densa. A partir do contato com esses povos indígenas,
inicia-se o processo de colonização Portuguesa e a sua exploração comercial que
começou com a retirada de madeira, principalmente o pau-brasil, cuja árvore deu
origem, posteriormente, ao nome do Brasil. Essa madeira de cor vermelha hoje é
encontrada com raridade nos resquícios da Mata Atlântica Brasileira. Outras
madeiras como a sucupira, jacarandá e peroba, também foram alvos dos
exploradores e colonizadores
Portugueses.
Com a chegada dos
portugueses há mais ou menos
500 anos atrás a paisagem
dominante na costa brasileira era
densa e exuberante Floresta
Atlântica, com árvores de grande
porte. Este ecossistema estendia-
se a partir do litoral, penetrando o
continente em direção ao interior
por extensões variadas, de acordo
com as características geográficas
e climáticas (FIG 01). Entretanto, a
floresta não era intocada quando
chegaram os europeus, estima-se
que em 1500 havia cerca de dois a
quatro milhões de índios no Brasil
e uma grande parte deles vivia na
Mata Atlântica.
Figura 01: A Mata Atlântica na época do descobrimento Fonte: DEAN, 1996.
Fatores econômicos como a derrubada da mata para dar lugar ao plantio
agrícola, principalmente ao cultivo da cana-de-açúcar e a criação de gado, foram
decisivos na ocupação e devastação da floresta. Com o surgimento de grandes
engenhos, o desmatamento foi sendo intensificado e a floresta devastada
gradativamente, modificando e transformando paisagem local.1
No Nordeste Brasileiro a sua devastação foi muito grande, onde se iniciou
a colonização que começa no litoral, adentrando a mata em direção ao Oeste do
país. Logo, restam poucos fragmentos desse ecossistema no Nordeste, que aos
poucos foram sendo substituídos pela expansão agrícola.
Existem vários fatores que estão exercendo pressão sobre fragmentos de
Mata Atlantica como exemplo a disseminação de árvores exóticas. A expansão da
monocultura de árvores exóticas pode ser responsável pelo declínio e até mesmo a
extinção de espécies da fauna e da flora nativa através de impactos diretos, ou seja,
perda da biodiversidade e fragmentação da biota proporcionando o insulamento ao
nivel do indivíduo e das comunidades vegetais devido a sua competição.
1 (//pt.wikipedia.org/wiki/Mata_atl%C3%A2ntica)
2.2 OS SISTEMAS NATURAIS E OS PROBLEMAS COM AS
ESPÉCIES EXÓTICAS
Os sistemas naturais oscilam em torno de uma situação média – estado
conhecido como equilíbrio dinâmico. De acordo com Drew (1986, p. 26)
“efetivamente, os sistemas mudam com o tempo, mas em longa duração como por
exemplos alterações do clima e colonização de vegetais. Os sistemas naturais parecem
estáticos, na sua maioria, mas apenas para efeitos estatísticos”. Nesse sentido, ainda que
a flora de um campo possa variar em espécies, tipo e abundância no curso dos anos
em decorrência a flutuações climáticas e de pastoreios, de modo geral o caráter da
flora permanecerá constante, a menos que uma ou mais das variáveis dominantes
(clima, solo, população) imponha uma alteração ambiental perdurável e de largas
proporções. Entretanto se aplicar ao sistema um esforço externo suficiente na
intenção de mudar, então todo ele pode estabelecer um novo equilíbrio dinâmico.
De acordo com o autor, “todos os sistemas naturais possuem um elo fraco
na cadeia de causa e efeito” (Drew, 1986, p. 26). Assim, a introdução de uma planta
ou animal estranhos, eliminação de um fator condicionante com a introdução de um
novo componente no ambiente começam a causar a desintegração de alguns
sistemas naturais com uma rápida e irreversível modificação em seu todo.
Um dos assuntos mais abordados sobre conservação ambiental em áreas
urbanas e naturais é a busca pelo conhecimento sobre as árvores exóticas e seus
efeitos nos ambientes em que são introduzidas.
Os problemas associados à introdução de espécies em ambientes onde
antes não existiam constituem hoje uma questão importante na área de conservação
da biodiversidade. As árvores exóticas são espécies arbóreas, oriundas de outros
países ou continentes que não pertencem à flora do país. Elas foram introduzidas no
território nacional com fins ornamentais, madeireiros, aromáticos, medicinais,
sombreamento ou para obtenção de produtos extrativos, como frutos, sementes
oleaginosas ou comestíveis.
De acordo com Fontana (2003) “a introdução de espécies exóticas pode
levar espécies animais, vegetais e até ecossistemas inteiros à extinção”. Essa
preocupação sobre introdução de espécies exóticas em sistemas abertos vem
fazendo florescer estudos por toda parte. Os principais impactos observados são o
grande consumo de água, ocupação do espaço de espécies nativas levando à perda
de biodiversidade, transformação de ecossistemas abertos2 em ecossistemas
fechados.
Segundo Wins (1989) citado por; Pinto-coelho, (2000, p.39) diz que nesse
caso ocorre competição interespecífica – entre organismos de diferentes espécies –
entretanto ele propôs critérios que estabelecem uma escala gradual de certeza para
se afirmar se duas espécies estão em competição:
a) Existência de padrão biogeográfico do tipo “tabuleiro-de-xadrez” , no qual a
presença de uma espécie em dado local praticamente garante a ausência da
outra;
b) Existência de sobreposição no uso de recurso potencialmente limitante;
c) Existência de competição intra-específica;
d) O uso de recurso por uma espécie dificulta seu uso pela outra;
e) Uma ou mais espécies é negativamente afetada pela outra;
outras hipóteses (predação?) não podem explicar satisfatoriamente os
padrões biogeográficos observados.
2 Sistema aberto é o que recebe energia do meio externo e devolve energia para o meio externo.
Sistema fechado é o que recebe energia e não devolve para o meio (autocontenção) Drew, David (1996)
2.3 A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS NO BRASIL E A
PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Com a prática do mercantilismo, foram introduzidas varias espécies
exóticas em diversas regiões do mundo inclusive no Brasil a exemplo de Ciriguela
(Spondias purpúrea L), jaqueiras (Artocarpus beterophyllus), Abacate (Persea
nubrigena Var), mangueiras (Mangífera Indica L) entre outras. Estas plantas
adaptaram-se rapidamente a este ambiente, de maneira que hoje ocupam não
apenas os locais em que são cultivadas com intenção econômica, mas também
onde passaram a ocorrer espontaneamente, passando a competir com a vegetação
nativa.
Uma espécie exótica quando introduzida não carrega consigo todo o
ecossistema no qual vivia, ela chega num ambiente novo, sem predadores naturais,
sem a sazonalidade do sistema, sem as condições que a controlavam e impediam
com que crescesse absurdamente em número a ponto de causar problemas. Sendo
assim, um ecossistema é como um jogo e nesse jogo cada ser vivo é uma peça
muito importante com lugar e função definidos. Assim, cada um desses seres é
fundamental para o jogo da vida. Porém esses seres vivos estranhos ao ambiente
podem desequilibrar o ecossistema.
Segundo Abreu et al (2005), as plantas exóticas, atualmente, invadem
ecossistemas em todo o Mundo. Fora de seus ambientes originais e em ambientes
perturbados, determinadas espécies não-nativas podem ter estabelecimento e
propagação favorecidos, por exemplo, a ausência de inimigos naturais e o fato de
que as espécies nativas já devem apresentar mecanismos reguladores de
populações, fica evidente o risco representado pelas exóticas.
Nas últimas décadas, os investimentos em plantações de árvores exóticas
para fins comerciais no Brasil tem tornado cada vez mais freqüente, a forma usada
tanto pelo governo como também pelas empresas produtoras de celulose, de
associar o plantio comercial de monoculturas de árvores à idéia de 'florestamento' ou
de 'reflorestamento'. Entretanto, uma área onde se concentram milhares de árvores
de uma mesma espécie e onde a nenhum outro tipo arbóreo é dada a chance de
crescer e se desenvolver não deve ser relacionada a uma área florestal, muito
menos ainda a uma floresta brasileira. No nosso país, uma área de floresta
apresenta relações entre flora e fauna bem mais complexas e uma biodiversidade
bem mais abundante. Ou seja, o plantio comercial de monoculturas de árvores
exóticas deve ser desassociado da idéia de florestar, sendo bem mais aceitável a
idéia de plantações de árvores endêmicas.
A legislação brasileira aos poucos vem se fortalecendo no sentido de
proteção dos ecossistemas naturais. Tomando com base a Constituição Federal, em
seu Capítulo VI, que trata a respeito do meio ambiente é interessante destacar:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: I- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. (grifo nosso)
Além do que versa a Constituição Federal, outras Leis e Decretos
também auxiliam ou reforçam o que está escrito na Carta Magna referente ao meio
ambiente. A Política Nacional do Meio Ambiente é de extrema importância para a
sobrevivência das florestas brasileiras, seus ecossistemas e tudo o que nele está
contido. Para dar suporte a essa Política a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981,
dispõe:
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; (grifo nosso)
No que se refere à Mata atlântica é interessante destacar a Lei Nº 11.428,
de 22 de dezembro de 2006 que Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação
nativa do Bioma Mata Atlântica e dá outras providências que em seu artigo 3º define
os termos para a Lei.
Art. 3o Consideram-se para os efeitos desta Lei:
IV – prática preservacionista: atividade técnica e cientificamente fundamentada, imprescindível à proteção da integridade da vegetação nativa, tal como controle de fogo, erosão, espécies exóticas e invasoras.
De acordo com o disposto acima, pode-se entender que espécies
exóticas é de cunho ameaçador e para o seu controle, deve ser cultivada em
ambientes propícios a experiências, que detenham com rigor a sua disseminação.
É mister saber que de uma forma compensadora, a reposição florestal é
em casos que requer sua aplicação, uma verdadeira aliada do meio ambiente, além
de que tal reposição beneficia o ecossistema natural, contemplando-o com
indivíduos nativos, amparados em Lei que prioriza o uso de plantas endêmicas. Para
tanto, a Lei peculiar dispõe da seguinte forma:
Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, Art. 19.
§ 3o No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização de espécies nativas.
Seguindo as Diretrizes Legais impostas pela Constituição Federal e
demais Leis existentes relativas a preservação e recuperação de ambientes
naturais, A Universidade Federal da Paraíba criou o “Plano Diretor da UFPB”, que
entre outras atribuições, caracteriza a preocupação existente dentro do Campus I
concernente ao Meio Ambiente e estabelece parâmetros para a utilização e uso de
seu território.
O Plano Diretor na seção IV que trata das diretrizes específicas do meio
ambiente assim afirma:
Art. 27 – A Política de Meio Ambiente do Campus I respeitará as seguintes diretrizes: I – Garantir a promoção e a manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o Meio Ambiente como um patrimônio a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista a coletividade; II – Participar do planejamento da racionalização do uso do solo, da água, do ar, da cobertura vegetal e da fauna; III – Participar do planejamento e da fiscalização do uso dos recursos naturais e ambientais; IV - Participar da proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas; V - Participar do controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI – Prever incentivos ao estudo e a pesquisa de tecnologias voltadas à proteção de recursos ambientais ao seu uso racional e à sua proteção; VII - Participar do monitoramento da qualidade ambiental; X - Promover o plano de manejo dos corpos florestais visando a sustentabilidade ambiental e a maior produção de oxigênio com a captura de carbono.
2.4 A MANGUEIRA E SUAS CARACTERÍSTICAS
A mangueira é uma árvore de grande porte que podendo chegar até 30
m de altura com copa densa e frondosa com um raio de aproximadamente de 10
metros. Suas folhas são perenes, com tamanho entre 15 e 35 centrimentro de
comprimento e entre 6 e 16
centimentros de largura
dependendo da espécie de
mangeira. Sua floração ocorre
entre Junho e Julho (FIG 02).
Entre 4 a 5 meses após a sua
floração, as mangas estão
prontas para o consumo, ou seja,
maduras. As mangueiras
possuem raízes do tipo tabular,
ou seja, são mais superficiais do
que profundas.
Esta árvore pertence ao gênero Mangifera, que inclui cerca de 35
espécies de árvores da família Anacardiaceae ( família botânica representada por
70 gêneros e cerca de 600 espécies). São conhecidas por suas espécies frutíferas.
Entre elas a manga (Mangifera sp.) originária da Ásia e nativas do sul e do sudeste
asiático desde o leste da Índia até às Filipinas e introduzidas com sucesso no Brasil,
que segundo Pinto e Ferreira, (1995) citado por Sousa (2005) “a mangueira foi
introduzida no Brasil no século XVI, onde a espécie que é mais difundida é a
Mangifera indica”.
Árvore frutifera cujos frutos são
conhecidos como mangas (FIG 03), os frutos da
mangueira se apresentam de várias formas e
tamanhos, e são conhecidas por vários nomes, a
exemplo de manga espada do manquito e da manga
rosa. A manga espada apresenta uma forma
alongada e quando madura, uma coloração verde e
amarela; o manguito apresenta uma forma arredondada cuja coloração, quando
Figura 02: Floração da magueira.
Figura 03: Manga.
madura, é amarela e a manga rosa que é a maior delas, apresenta quando madura
uma coloração de cor rosa.
Árvore é uma planta
permanentemente lenhosa de
grande porte (FIG 04). Por grande
porte, embora não exista uma
definição consensual, costuma-se
entender uma altura mínima de
seis metros na maturidade. As
árvores têm ramos secundários, o
que as distingue das palmeiras
portanto apenas as
gimnospermas.
O nome da fruta vem da palavra malayalam popularmente conhecida por
manga e foi popularizada na Europa pelos portugueses que conheceram a fruta
através das trocas de especiarias feitas com nativos.
disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore data de acesso: quinta-feira,
05/06/08 (às15h30min).
A manga é uma fruta
do tipo drupa de apenas uma
semente (FIG 05) de coloração
variada: amarelo, laranja e
vermelha, sendo mais amarelada
no lado que sofre insolação direta
e esverdeada no lado que recebe
insolação indireta. Normalmente,
quando a fruta ainda não está
madura, sua cor é verde, mas
isso depende da forma de cultivo
e da especie da fruta. A polpa é suculenta e muito saborosa, em alguns casos
fibrosa, doce, encerrando uma única semente grande no centro.3 As mangas são
2- a semente da manga é conhecida popularmente por caroço. Na área rural, alguns populares consomem os frutos da manga
in natura, chupando ou comendo com as cascas, pois eles acham que dessa forma a manga tem mais sabor.
Figura 04: Mangueira adulta
Figura 05: Semente do tipo drupa.
usadas na alimentação das mais variadas formas, sendo mais consumida ao
natural.
As mangueiras podem ser consideradas como uma espécie não só
exótica, mas uma planta exótica invasora, pois se identifica com o conceito
enunciado:
Espécies exóticas invasoras são organismos (plantas, animais e microrganismos) que uma vez introduzidos em um novo ambiente, se estabelecem passando a desenvolver populações autoregenerativas e após um período de tempo invadem o ambiente causando impactos ecológicos e/ou econômicos e/ou sociais negativos. O processo de invasão biológica tende a causar inestimável perda de biodiversidade e, por isso, é considerado pela União Internacional para Conservação da Natureza como a segunda causa de extinção de diversidade biológica. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cies_ex%C3%B3ticas_invasoras)
3 MÉTODOS E TÉCNICAS
3.1 APRESENTAÇÃO HISTÓRICA E CARACTERIZAÇÃO EM TERMOS
GERAIS DA ÁREA ESTUDADA
O estudo deste trabalho monográfico foi realizado dentro do espaço geográfico,
antropizado, existente na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I,
situado no Bairro do Castelo Branco, na cidade de João Pessoa – Paraíba. (FIG 06)
Figura 06: UFPB – Campus I.
A UFPB teve sua origem no ano de 1934, na cidade de Areia – PB, da
primeira escola de nível superior, denominada de Escola de Agronomia do Nordeste.
Após passar por vários processos e a criação de diversas instituições Estaduais de
ensino, é que no ano de 1955, quando existiam cerca de onze escolas de nível
superior, foi criada através da Lei Estadual nº 1.366, datada de dezembro de 1955, a
Universidade da Paraíba. Cinco anos mais tarde esta Universidade foi Federalizada
através da Lei 3.835, datada de 13 de dezembro de 1960 e denominada
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A Universidade Federal da Paraíba é uma Instituição Autárquica de
regime especial de ensino, pesquisa e extensão, vinculada ao Ministério da
Educação. Até pouco tempo a UFPB era estruturada a partir do Campus I,
funcionando na cidade de João Pessoa (Fig. 07); Campus II, funcionando na cidade
de Campina Grande; Campus III, na cidade de Areia; Campus IV, na cidade de
Bananeira; Campus V, na cidade de Cajazeiras; Campus VI, na cidade de Sousa e
Campus VII, na cidade de Patos.
Através da Lei nº 10.419, datada de 09 de abril de 2002, foi criada a
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), desmembrando parte da UFPB.
A UFCG passou a funcionar com os seguintes Campi: Campus I, na cidade de
Campina Grande, contendo o Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), o Centro de
Humanidades (CH) e o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS); Campus
II, na cidade de Cajazeiras, contendo o Centro de Formação de Professores (CFP) e
Campus IV, na cidade de Patos, contendo o Centro de Saúde e Tecnologia Rural
(CSTR).
A partir do desmembramento da UFCG, a UFPB passou a ter a seguinte
estrutura: Campus I, na cidade de João Pessoa, contendo o Centro de Ciências
Exatas e da Natureza (CCEN), Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
(CCHLA), Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Ciências Sociais
Aplicadas (CCS), Centro de Educação (CE), Centro de Tecnologia (CT) e Centro de
Ciências Jurídicas (CCJ), este último Centro ainda em construção dentro do Campus
e funcionando ainda na Faculdade de Direito, situada na praça João Pessoa, centro,
vizinho ao Palácio da Redenção; Campus II, na cidade de Areia, contendo o Centro
de Ciências Agrárias (CCA); Campus III, na cidade de Bananeiras, contendo o
Centro de Formação de Tecnólogos (CFT) e o Campus IV, na cidade de
Mamanguape e Rio Tinto, contendo o Centro de Ciências Aplicadas e Educação
(CCAE). Disponível em: www.ufpb.br/historico.html
De acordo com o Plano Diretor (2007), Campus Universitário Compreende
o Campus I da UFPB e o NUPPA. O Campus I integra a Macrozona da Cidade
Universitária e a Macrozona de Expansão da Paisagem Natural. Macrozona da
Cidade Universitária é a porção do território do Campus apropriada
predominantemente às funções urbanas, definidas a partir das áreas já urbanizadas,
respeitadas as atividades e restrições constantes do Estatuto da UFPB.
Figura 07 – A mancha urbana da cidade João Pessoa com
destaque o Campus I da UFPB
Fonte: NASCIMENTO, m. Odete T. do. Monografia de
graduação - DGEOC
Macrozona de Expansão da Paisagem Natural é a porção do território do
Campus destinada à proteção ambiental dos Remanescentes de Mata Atlântica, dos
mananciais existentes e das cabeceiras de drenagens, sendo imprópria ao
desenvolvimento urbano, devendo respeitar as atividades e restrições constantes do
Estatuto da UFPB.
O Núcleo de Pesquisa e Processamento de Alimentos (NUPPA) citado no
Plano Diretor, pertence ao Centro de Tecnologia da UFPB e está localizado na
estrada que dá acesso à praia da Penha, a partir do bairro de Mangabeira. Este
último compartimento não constituiu parte integrante neste estudo de pesquisa.
Baseado no Plano Diretor da UFPB, o Campus ocupa uma área de
aproximadamente 104 hectares, em que, de acordo com a proposta do plano Diretor
do Campus I da UFPB, o seu território está compartilhado em 3 (três) Unidades
Territoriais, onde estas foram definidas com base nas diretrizes do Estatuto da
UFPB. Daí, têm-se definidas as seguintes unidades, constituídas por Centros
Acadêmicos, Florestas e Jardins (Região Funcional) e Órgãos Suplementares
(Região Nodal). As áreas de florestas são divididas em 12 Áreas de Proteção
Ambiental (APA) em que são constituídas por núcleos remanescentes de Mata
Atlântica (FIG 08).
Figura 08: Areas de Proteção Ambiental (APA) do Campus I da UFPB. Fonte: Plano Diretor em tramitação (2007).
Do ponto de vista geográfico, a UFPB está situada de acordo com as
Regiões Fisiográficas na que compreende Litoral e Zona da Mata e de acordo com
as Microrregiões homogêneas, no Litoral Paraibano.
Do ponto de vista Geológico predomina a formação barreiras – arenitos
variegados, do cenozóico (terrenos que se formaram a partir de setenta milhões de
anos atrás).
O relevo está ligado ao clima, predominando o domínio quente e úmido
litorâneo, com temperaturas medias anuais entre 24ºC e 27ºC, com índices
pluviométricos em torno de 900 mm a 1.800 mm/ano.
O clima predominante, de acordo com a classificação de Koeppen é As’
(quente e úmido com chuvas de outono e inverno). (Atlas geográfico da Paraiba –
1985-SEC/PB).
Segundo o diagnostico florestal do Estado da Paraíba (2004) os meses
mais chuvosos são junho e julho, dentro do período chuvoso que é de março até
setembro e o mês mais seco de todos é o mês de novembro.
A vegetação predominante é Latifoliada Perenifólia Costeira (Mata
Atlântica). Entre as espécies arbóreas, aparecem: Ocotea glomerata (louro);
Hymenaea martiana H. (jatobá); Parkia pendula Benth (visgueiro); Bowdichia
virgilioides Hook (sucupira); Caesalpinia echninata Lam. (pau-brasil); Tabebuia
crysotricha Stande ( pau-d’arco amarelo).
3.2 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados mapas do
Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), confeccionados pelo
geógrafo Conrad Rosa, Mestrando e membro da equipe responsável pelo
treinamento, que ministrou no dia 13 de junho deste ano, após a realização das
pesquisas bibliográficas, o primeiro treinamento específico, Coordenado pelo
professor Ms. Paulo Rosa, com a finalidade de capacitar a equipe envolvida em
trabalho de campo a executar tal tarefa e outras afins.
A equipe composta por Raniere Batista de Medeiros, Liése Carneiro
Sobreira, Cristiano R. P. B. Saraiva, Leif Linden e Mônica Ceragioli, estes dois
últimos da Universidade de Yale – Estados Unidos da América, foi orientada a iniciar
os trabalhos a partir da localização de cada indivíduo no Campus I, neste caso a
mangueira, usando o mapa produzido com coordenadas métricas nos eixos de X e Y
com quadrantes correspondentes a 25m x 25m no terreno, equivalente a
aproximadamente uma copa de árvore pesquisada (FIG.09).
Foi sugerida a construção de um instrumento de medição para verificar o
diâmetro de cada indivíduo exótico localizado no Campus I. O instrumento proposto
a ser confeccionado denominado de suta, espécie de paquímetro artesanal grande
(FIG. 10), sem a régua, cujas medidas foram feitas
com o auxílio de um pedaço de trena – fita métrica
– que foi grampeada na haste horizontal do
paquímetro, para servir de escala de medição e
conseqüentemente fazer o papel da régua. Este
rústico instrumento foi projetado em forma de
rascunho, onde em seguida o protótipo seria
produzido de maneira bem rudimentar pelo fato de utilizar em sua construção o
material que já se tinha em laboratório, bem como, devido ao trabalho para o qual
seria utilizado não exigir muita perfeição.
A suta foi feita com pedaços de madeira encontrados no Campus,
precisamente ripas com 3 cm de largura por 1cm de espessura, com tamanho de
aproximadamente 1,20m cada pedaço de madeira e quando terminado ficou com
uma base de 1m de comprimento por 50cm de altura em cada uma das hastes,
sendo uma haste móvel e outra fixa para possibilitar a mais perfeita leitura possível
dos indivíduos, através do movimento de abertura proporcionado pelo instrumento,
dando um real sentido às medidas feitas. A suta foi utilizada da mesma forma que se
usa um paquímetro profissional. Este instrumento foi fabricado pelo Sr. Cristiano,
que trabalha na equipe do laboratório chefiado pelo professor Paulo Rosa.
Figura 10: Suta artesanal
No dia 20 de junho foi ministrado outro treinamento, por Conrad e Alisson,
sob a orientação do Professor Paulo Rosa, com a finalidade de instruir a equipe de
campo, agora composta por Raniere Batista de Medeiros, Cristiano R.P.B. Saraiva,
Mônica Ceragioli e Mauro Barreto da Silva a utilizar o instrumento GPS (Global
Position Sistem), com a função de localizar as coordenadas geográficas através das
latitudes e longitudes, onde cada indivíduo exótico está plantado. O GPS como foi
demonstrado pelos instrutores, é um instrumento de precisão quanto a sua medida,
porém, sua utilização pode apresentar, neste estudo, distorções num raio de
aproximadamente 5 metros. Isto se dá devido a fatores como a rede de eletricidade,
que produz campo magnético; construções feitas à base de concreto, que interfere
na emissão de sinais; nuvens, proximidade de mata densa, chuva e outros que
possam causar interferência na captação de coordenadas pelo instrumento. Nesse
sentido foi orientada a utilização da trena e do mapa elaborado para localizar os
indivíduos, utilizando pontos já conhecidos no mapa. Para facilitar o trabalho de
campo, dividiu-se o Campus universitário em quatro setores: Setor 1 – Nordeste;
Setor 2 Sudeste; Setor 3 Sudoeste e Setor 4 Noroeste (FIG 11).
FIG. 11 – Planta do Campus I da UFPB seccionada em quatro setores para melhor se elaborar o inventário
SETOR 1 -
Nordeste
SETOR 2 -
Sudeste
SETOR 3 - Sudoeste
SETOR 4 -
Noroeste
Outro instrumento apresentado foi o clinômetro, que serve para medir a
declividade, no entanto, também utilizado para fazer medições concernentes a altura
de árvores, usando a fórmula: Tangente do ângulo x distância da árvore até o
observador + altura do olho do observador até o chão. A tangente do ângulo é obtida
pelo clinômetro a partir do momento que o observador, fazendo a leitura com o
instrumento, inclina o clinômetro olhando através de uma pequena luneta,
direcionando-o para a ponta da copa da árvore, de maneira que forma-se um ângulo
de 90º no encontro da árvore com o solo e um outro ângulo formado do ponto que se
encontra o observador, obtido pela leitura de um pêndulo existente no instrumento,
que se move acionado pela sua mão, através de um botão/trava que, enquanto se
faz o enquadramento da visada com o instrumento em relação a árvore, esse
pêndulo projeta o ângulo da tangente sobre a escala, em graus, que existe no
instrumento para tal finalidade uma vez feito o enquadramento, medido a distância
do indivíduo até o observador e obtido o ângulo, pode ser feito o calculo para se
obter a altura da árvore.
Para que houvesse uma maior agilização nos cálculos, foi necessária a
utilização de uma pequena calculadora científica, que por sua vez agiliza o calculo
de tangente, tornado mais eficiente e eficaz o emprego da técnica com economia de
tempo. Uma trena profissional, usada geralmente por Engenheiros, também foi
utilizada, com a finalidade de medir a distância nas diversas situações. Neste
treinamento foi ensinado a localizar os indivíduos utilizando também pontos
anteriormente existentes e que não sejam passíveis de serem removidos sem
necessidade, como é o caso das construções tipo Reitoria, Biblioteca, Laboratório e
outros que já estão localizados no mapa da Universidade. Esta técnica consiste em
localizar o indivíduo a partir do instante que o GPS falhar em sua leitura e precisão.
A partir disso, uma vez identificado o indivíduo, faz-se a medição da distância dele
até um local previamente escolhido pelo pesquisador.
As pesquisas em campo são necessárias para poder obter a localização
de cada indivíduo exótico – mangueira – e catalogá-las de acordo com a altura,
diâmetro, população jovem e adulta. Foram necessários 05 dias para concluir os
trabalhos de campo. Cada indivíduo localizado foi imediatamente plotado no mapa,
que foi confeccionado com essa finalidade.
O primeiro trabalho de campo realizado com a finalidade de coletar os
dados, foi no dia 22/07/2008, a equipe foi formada por Raniere, Cristiano e Mônica,
que de posse dos instrumentos necessários começaram a catalogação pelo Setor 1,
precisamente Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), onde neste dia
foram identificados indivíduos da espécie manguifera.Também eram observados os
indícios de doenças que pudessem ser identificados a olho nú, como é o caso do
fungo conhecido como “mau do Recife” e outros que estivessem presentes e
facilmente identificáveis. Em seguida foram catalogados os indivíduos dos Setores 2,
3 e 4, em dias alternados. A pesquisa finalizou-se no dia 01/08/2008.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 RESULTADOS OBTIDOS NO SETOR 1
Após a coleta dos dados referentes a cada indivíduo, passamos a plotar
cada um deles no mapa, que por sua vez possibilitou a geração do Quadro 01.
Quadro 01: Mangueiras localizadas no Setor 01 ORD. IND.
COORD. “Y”
COORD. “X”
ALTURA DIÂMETRO OBSERVACÕES
01 28 34 15 m 30 cm CCEN
02 17 33 11 m 35 cm CCEN
03 19 34 7 m 15 cm CCEN
04 21 32 12 m 33 cm CCEN
05 28 26 15 m 90 cm Biblioteca
06 24 15 7 m 10 cm Próximo ao CA
07 28 11 9 m 26 cm CCHLA
08 27 9 12 m 81 cm CCHLA
09 26 9 10 m 28 cm CCHLA
10 25 9 10 m 35 cm CCHLA
11 25 7 8 m 30 cm CCHLA
12 25 7 10 m 52 cm CCHLA
13 24 8 2 m 7 cm CCHLA
14 24 8 1,80 m 6 cm CCHLA
15 22 9 8 m 66 cm CE
16 22 9 12 m 31 cm CE
17 22 9 14 m 33 cm CE
18 19 8 7 m 22 cm CCSA
19 19 6 9 m 7 cm CCSA
20 16 8 5 m 14 cm CCSA
21 16 33 13 m 66 cm CCEN
22 16 31 9 m 25 cm CCEN
23 17 31 8 m 28 cm CCEN
24 18 33 12 m 26 cm CCEN
25 18 33 12 m 35 cm CCEN
26 18 33 12 m 40 cm CCEN
27 19 32 12 m 56 cm CCEN
28 19 32 12 m 24 cm CCEN
29 19 28 6 m 11 cm CCEN
30 17 28 5 m 7 cm CCEN
31 17 29 3 m 6 cm CCEN
32 17 28 3 m 3 cm CCEN
33 16 25 11 m 36 cm CCEN
34 17 23 9 m 25 cm CCEN
35 16 22 3 m 4 cm CCEN
36 21 14 15 m 50 cm CA
37 20 14 2 m 15 cm CA
38 20 14 6 m 29 cm CA
39 16 5 10 m 50 cm CT – Lab. Energia Solar (LES)
40 4 4 10 m 38 cm CT
41 4 3 8 m 30 cm CT
42 4 3 12 m 50 cm CT
43 6 6 7 m 38 cm CT
44 6 7 10 m 56 cm CT
45 7 6 6 m 30 cm CT
46 7 7 11 m 74 cm CT
47 7 7 8 m 57 cm CT
48 7 6 4 m 35 cm CT
49 10 6 11 m 90 cm CT
50 10 7 10 m 70 cm CT
51 10 8 9 m 68 cm CT
52 9 3 6 m 38 cm CT
53 10 3 1 m 3 cm CT
54 10 3 9 m 45 cm CT
55 11 3 5 m 30 cm CT
56 11 3 5 m 34 cm CT
57 12 3 10 m 71 cm CT
58 12 3 5 m 41 cm CT
59 13 3 7 m 36 cm CT
60 14 8 7 m 80 cm CT
61 15 12 7 m 24 cm CT
62 15 15 8 m 15 cm CCEN
63 16 18 5 m 25 cm CCEN (Codisma)
64 15 18 8 m 31 cm CCEN (Codisma)
65 12 22 5 m 12 cm CCEN (Biotério)
66 12 26 6 m 16 cm CCEN (Biotério)
67 15 24 8 m 40 cm CCEN (Biotério)
68 15 27 4 m 10 cm CCEN (Bib. Nova)
69 17 31 9 m 27 cm CCEN
70 9 3 6 m 50 cm CT
71 16 11 11m 50 cm CCSA
72 13 10 12 m 60 cm CT
73 13 10 12 m 50 cm CT
74 22 14 4 m 10 cm CA
75 30 22 1,70 m 5 cm CCEN
A plotagem realizada através da interseção do ponto dos eixos “Y” e
“X”está representada na Figura 12. A concentração da distribuição está
representada na Figura 13.
Figura 12: Localização das Mangueiras no setor 1.
Figura 13: Gráfico da concentração espacial dos indivíduos no setor 1
O número total de mangueiras localizadas e plotadas no mapa foi de 75
(setenta e cinco) árvores. Como resultado desta pesquisa de campo neste dia
22/07/2008, obtivemos os seguintes resultados referentes às medidas de altura e
diâmetro: Com relação à altura, a média encontrada entre as árvores é de 8,20
metros, sendo a maior árvore com 15metros de altura e a menor com 1 metro de
altura. Com relação ao diâmetro, a média encontrada é de 35,01cm, sendo a árvore
que apresentou o maior diâmetro mediu 90 cm e a que apresentou menor diâmetro
mediu 3 cm.
Nesta unidade aproximadamente 1,33% dos indivíduos encontram-se
dentro da mata, isso considerando que a mata começa a partir da cerca de arame,
que é o marco divisor. De acordo com ordem
cronológica da tabela acima, as árvores de nº
52, 60 e 70, localizadas no Centro de
Técnologia (CT), estão secando, a de nº 71,
localizada no Centro de Ciências Sociais
aplicadas, já apresentou sintomas de “mal do
Recife” ou “seca da mangueira”. A árvore de nº
63, localizada em frente a CODISMA quebrou
um dos galhos, expondo a sua doença (FIG 14).
Localizada em frente à copiadora a árvore citada, tempos atrás alojou um enxame
de aripuá e cupins, inclusive um galho dela havia quebrado há algum tempo atrás.
Figura 14: Mangueira com o galho quebrado em frente a CODISMA
4.2 RESULTADOS OBTIDOS NO SETOR 2
A plotagem no mapa que serve de referência para a pesquisa foi feita tão
logo terminou a coleta de todos os dados obtidos nos dois dias de pesquisa e
consequentemente a confecção do quadro 02.
Quadro 02: Mangueiras localizadas no Setor 02 ORD. IND.
COORD. “Y”
COORD. “X”
ALTURA
DIÂMETRO
OBSERVACÕES
01 28 39 15 m 32 cm Central telefónica
02 28 42 2,50 m 10 cm CCS
03 28 45 2 m 12 cm CCS
04 28 45 2 m 14 cm CCS
05 27 48 4 m 34 cm CCS
06 26 47 8 m 48 cm CCS
07 25 47 8 m 34 cm CCS
08 24 48 3,50 m 17 cm CCS
09 24 51 2 m 10 cm CCS
10 23 50 3 m 12 cm CCS
11 22 51 5 m 37 cm CCS
12 22 53 6 m 27 cm CCS
13 21 51 8 m 22 cm CCS
14 22 55 12 m 77 cm CCS
15 24 55 1,70 m 4 cm CCS
16 24 55 1,30 m 3 cm CCS
17 24 52 3 m 10 cm CCS
18 24 50 5 m 24 cm CCS
19 24 49 8 m 25 cm CCS
20 24 49 6 m 12 cm CCS
21 26 48 7 m 72 cm CCS
22 25 48 6 m 22 cm CCS
23 25 49 5 m 10 cm CCS
24 26 49 8 m 55 cm CCS
25 26 49 0,80 m 4 cm CCS
26 26 49 6 m 17 cm CCS
27 26 49 7 m 42 cm CCS
28 26 49 8 m 42 cm CCS
29 26 50 4 m 20 cm CCS
30 25 50 2 m 5 cm CCS
31 25 49 8 m 60 cm CCS
32 25 50 2,50 m 7 cm CCS
33 25 51 5 m 37 cm CCS
34 26 51 2,50 m 14 cm CCS
35 24 54 2 m 4 cm CCS
36 27 51 9 m 52 cm CCS
37 27 51 5 m 18 cm CCS
38 28 53 1 m 2 cm CCS
39 29 53 1 m 3 cm CCS/HU
40 29 53 0,80 m 3 cm CCS/HU
41 30 53 1,60 m 4 cm CCS/HU
42 30 53 0,20 m 1 cm CCS/HU
43 31 54 1,90 m 7 cm CCS/HU
44 33 54 0,40 m 2 cm CCS/HU
45 33 54 0,80 m 3 cm HU
46 35 56 6 m 67 cm HU
47 34 56 5 m 46 cm HU
48 34 57 0,30 m 2 cm HU
49 34 57 6 m 40 cm HU
50 33 58 7 m 37 cm HU
51 33 60 8 m 22 cm HU
52 33 59 0,40 m 1 cm HU
53 33 59 1,80 m 5 cm HU
54 31 60 5 m 18 cm HU
55 31 60 5 m 18 cm HU
56 31 60 5 m 18 cm HU
57 30 61 8 m 27 cm HU
58 30 61 8 m 50 cm HU
59 26 55 2 m 10 cm HU
60 35 58 2 m 5 cm HU / Casa do estudante.
61 35 57 1,20 5 cm HU / Casa do estudante
62 36 55 0,90 m 3 cm HU / Casa do estudante
63 36 55 2,50 10 cm HU / Casa do estudante
64 36 54 0,40 m 2 cm HU / Casa do estudante
65 35 54 0,25 m 2 cm HU / Casa do estudante
66 35 53 0,50 m 3 cm HU / Casa do estudante
67 35 51 2,50 m 7 cm HU / Casa do estudante
68 35 51 2,20 7 cm CCS/B. Prof.Arnaldo T de Melo
69 35 51 2 m 5 cm CCS/B. Prof.Arnaldo T de Melo
70 29 45 1,50 m 4 cm CCS
71 32 40 10 m 22 cm Prefeitura
72 32 40 10 m 32 cm Prefeitura
73 34 37 2,30 m 5 cm Construção Núcleo.
74 34 37 0,70 m 4 cm Construção Núcleo.
75 33 40 10 m 35 cm CCS/Ed Física
76 33 40 10 m 32 cm CCS/Ed Física
77 33 40 14 m 36 cm CCS/Ed Física
78 33 59 8 m 68 cm HU
79 29 41 1,60 m 3 cm Prefeitura /Sv Gerais
A ordem de cada indivíduo segue uma seqüência alterada, não estando
precisamente relacionada por cada Centro ou prédio.
Na figura 15 está representada a distribuição das mangueiras no setor 2.
Já a figura 16 representa a concentração desses indivíduos no setor.
Figura 15: Localização dos indivíduos exóticos – mangueiras – no setor 2
O número total de indivíduos localizados e plotados no mapa no setor 2, é
de 79 (setenta e nove) árvores, somados dos dois dias de pesquisa. Como
resultado, obtivemos as seguintes médias referentes às medidas de altura e
diâmetro: Com relação à altura, a média encontrada entre as árvores é de 4,45
metros, sendo a maior árvore com 15 metros de altura e a menor com 0,20 metro ( o
correspondente a 20 centímetros) de altura. Com relação ao diâmetro, a média
encontrada é de 20,5 cm, sendo a árvore que apresentou o maior diâmetro mediu 68
centímetros e a que apresentou menor diâmetro mediu 1 centímetro.
Vale salientar que a média entre as alturas dos indivíduos teve um
resultado baixo devido ao número de mudas existentes. O indivíduo de número 78,
de acordo com a tabela acima, já foi podada
por apresentar visíveis sintomas de “mal do
Recife”. A árvore está localizada em frente ao
portão principal do HU, nas coordenadas “Y”
34 e “X” 59. a foto nº 1 mostra os restos do
material podado próximo da guarita principal
do Hospital Universitário, sem que as
providências de retirada e queima tenham
sido tomadas por quem de direito (FIG 17).
Figura 16: Concentração espacial das mangueiras no setor 2.
Figura 17: Resto de poda de uma mangueira infectada em frente ao HU
O Sr. Rogério, que trabalha numa Empresa que presta serviços para a
UFPB/HU, falou que tem conhecimento sobre a doença
que ataca as mangueiras, denominada de “mal do
Recife”. Ele disse que segundo um documentário que
assistiu na Tv, “esta doença foi descoberta por um
Padre da cidade de Recife, Pernambuco, e que tem se
alastrado por diversos locais. Segundo ele, a doença
“parece” que foi importada, vindo em outra planta,
adaptando-se com facilidade no nosso clima e
passando a ter a mangueira como o seu principal
hospedeiro”. Outro dado importante é que mesmo com
a detectação de indivíduos da espécie Manguífera
contaminados, ainda continua-se plantando mudas
dessa árvore (FIG 18)..
Figura 18: Muda de mangueira plantada recentemente
4.3 RESULTADOS OBTIDOS NO SETOR 3
Neste dia de pesquisa foram coletados dados referentes apenas a 23 (vinte e
três indivíduos) da espécie manguifera. Todos esses indivíduos foram localizados
nas coordenadas “Y” e “X” e plotados no mapa, possibilitando a geração do quadro
03.
Quadro 03: Mangueiras localizadas no Setor 03
ORD.
IND.
COORD.
“Y”
COORD.
“X”
ALTURA
DIÂMETRO
OBSERVACÕES
01 38 57 0,70 m 2 cm Casa do Estudante
02 38 57 0,30 m 1 cm Casa do Estudante
03 37 57 5 m 12 cm Casa do Estudante
04 38 54 5 m 14 cm Casa do Estudante
05 38 54 4 m 25 cm Casa do Estudante
06 40 49 4,50 m 15 cm Creche
07 40 49 7 m 60 cm Creche
08 49 43 2 m 10 cm Campo de futebol
09 49 44 0,50 m 3 cm Campo de futebol
10 51 47 5 m 17 cm Ginásio
11 45 51 1,80 m 5 cm Ginásio
12 47 50 6 m 12 cm Ginásio
13 46 48 15 m 90 cm Ginásio
14 44 47 7 m 27 cm Ginásio/piscina
15 37 46 6 m 27 cm Ginásio/ginástica
16 38 43 5 m 11 cm Ed. Fisica/Campo/vestuario.
17 38 43 14 m 78 cm Ed. Fisica/Campo/vestuario.
18 39 43 14 m 50 cm Ed. Fisica/Campo/vestuario.
19 38 40 10 m 43 cm Ed. Fisica/Adra poliesportiva
20 40 38 9 m 59 cm Ed. Fisica/Musculação
21 40 36 8 m 54 cm Ed. Fisica/Musculação
22 37 38 0,50 m 3 cm Ed. Fisica/prox. a pista
23 37 38 1,20 m 5 cm Ed. Fisica/prox. a pista
Neste setor não foi encontrado nenhum indivíduo objeto deste estudo
dentro da mata. A Figura 19 denota a distribuição das mangueiras no setor 3 e a
Figura 20 denota a concentração desses indivíduos no referido setor.
Figura 19: Localização dos indivíduos exóticos – mangueiras – no setor 3
Figura 20: Gráfico da concentração espacial dos indivíduos no setor 3.
O número total de indivíduos localizados e plotados no mapa na área 3, é
de 23 (vinte e três) árvores. Como resultado, obtivemos as seguintes médias
referentes às medidas de altura e diâmetro: Com relação à altura, a média
encontrada entre as árvores é de 5,67 metros, sendo a maior árvore com 15 metros
de altura e a menor com 0,30 metro de altura.
Com relação ao diâmetro, a média encontrada
é de 27,08 cm, sendo a árvore que
apresentou o maior diâmetro mediu 90
centímetros e a que apresentou menor
diâmetro mediu 1 centímetro. Foram
encontradas neste setor 03 (três) árvores com
sintomas de doença, a de nº 16, a de nº 17 e
a de nº 19. Com relação às árvores
estudadas, podemos observar que elas,
mesmo estando com sintomas de doença ou
mesmo já tendo sido podada por casa dela,
continua a brotar normalmente (FIG 21).
A situação acima demonstrada na
foto indica que a árvore mesmo estando com
sintomas de doença, continua a se ramificar, contudo não significa uma recuperação
e sim, que a sua morte ocorre lentamente.
Figura 21: Árvore já podada e brotando
4.4 RESULTADOS OBTIDOS NO SETOR 4
Os resultados da pesquisa neste dia somaram um total de 26 (vinte e
seis) indivíduos da espécie manguifera. Todos esses indivíduos foram localizados
nas coordenadas “Y” e “X” e plotados no mapa, possibilitando a geração do Quadro
04.
Quadro 04: Mangueiras localizadas no Setor 04
ORD.
IND.
COORD.
“Y”
COORD.
“X”
ALTURA
DIÂMETRO
OBSERVACÕES
01 31 36 2 m 6 cm Prox. Reitoria
02 36 33 0,40 m 2 cm Prox. Reitoria
03 36 33 0,20 m 2 cm Prox. Reitoria
04 35 32 7 m 32 cm Reitoria
05 32 31 11 m 30 cm Reitoria
06 34 31 10 m 28 cm Reitoria
07 34 30 11 m 64 cm Reitoria (doente)
08 30 30 0,40 m 3 cm Reitoria
09 30 29 1 m 2 cm Reitoria/ em frente
10 30 24 2 m 7 cm Centro de Convivencia
11 30 20 2 m 12 RU
12 30 19 0,80 m 3 cm Cx D’agua principal
13 29 19 1,20 m 7 cm Cx D’agua principal
14 30 17 14 m 7 cm Cx D’agua principal
15 33 16 8 m 30 cm Bloco de Artes
16 29 12 14 m 60 cm Bloco de Música
17 38 18 10 m 22 Cx Econômica/ por trás
18 38 18 10 m 16 cm Cx Econômica/ por trás
19 37 20 1,10 m 3 cm Pracinha à esq. do Sindicato
20 37 20 1 m 4 cm Pracinha à esq. do Sindicato
21 39 21 2 m 3 cm Núcleo de documentário
22 39 21 1 m 3 cm Núcleo de documentário
23 38 28 8 m 48 cm Sede da Segurança (doente)
24 38 30 6 m 15 cm Sede da Segurança (na mata)
25 38 30 2,20 m 7 cm Sede da Segurança (na mata)
26 32 31 0,80 m 3 cm Reitoria
Durante a coleta pudemos verificar que neste setor dois indivíduos estavam
dentro da mata, que é separada da parte antropizada por, geralmente, uma cerca de
arame. Próximo a estas duas árvores localizadas na mata, verificamos que há uma
árvore com sintomas de doença (FIG 22 e 23).
Figura 22 e 23: Árvore com os galhos secando, já sem folhas em ângulos diferentes
Pudemos observar, também, que comparando com os demais setores este
possui um número inferior a 1ª e 2ª setores já estudados e com os dados coletados.
A Figura 24 demonstra a localização das mangueiras no Setor 4,
enquanto que a Figura 25 demonstra a concentração dos indivíduos no setor.
Figura 24: Localização das mangueiras no setor 4
O número total de indivíduos localizados e plotados no mapa no setor 4, é de
26 (vinte e seis)
árvores. Como
resultado, obtivemos as
seguintes médias
referentes às medidas
de altura e diâmetro:
Com relação à altura, a
média encontrada entre
as árvores é de 4,88
metros, sendo a maior
árvore com 15 metros
de altura e a menor
com 0,50 metro de altura. Com relação ao diâmetro, a média encontrada é de 16,11
cm, sendo a árvore que apresentou o maior diâmetro mediu 90 centímetros e a que
Figura 25: Concentração espacial dos indivíduos no setor 4
apresentou menor diâmetro mediu 1 centímetro.
Neste setor aproximadamente 8% dos indivíduos encontram-se dentro da
mata, isso considerando que a mata começa a partir da cerca de arame, que é o
marco divisor.
A Figura 26 é uma muda com diversos
brotos, mostra que aparentemente não existe um
padrão uniforme de forma de crescimento para
esse tipo de indivíduo, assim como ocorre com o
eucalipto, que segue um padrão único de
crescimento. Daí, vemos que esse tipo de
indivíduo tem um padrão diversificado de forma
para o seu crescimento. Mesmo assim, é de fácil
identificação, pois a árvore possui características
já citadas anteriormente.
Figura 26: Muda com diversos brotos lado-a-lado, formando uma touceira
4.5 RESULTADOS OBTIDOS NO CAMPUS I DA UFPB
Concluída a pesquisa em dias alternados e com resultados peculiares a
cada setor, foi possível construir uma tabela contendo todos os resultados somados
e especificados de acordo o número total de indivíduos exóticos – mangueiras –
existente no Campus da UFPB (Quadro 05).
Quadro 05: Resultados gerais das mangueiras encontradas no Campus I
Numero total de indivíduos da espécie Manguifera encontrados 203 indivíduos
Altura do maior indivíduo encontrado 15 metros
Altura do menor indivíduo encontrado 0,20 metro
Diâmetro do maior indivíduo encontrado 90 centímetros
Diâmetro do menor indivíduo encontrado 1 centímetro
Média geral de altura dos indivíduos 5,8 metros
Média geral de diâmetro dos indivíduos 9,87 centímetros
Número de indivíduos com sintomas de doença encontrados 10 indivíduos
Percentual aproximado de indivíduos encontrados infectados 4,92 %
Percentual aproximado de indivíduos encontrados dentro da mata 1,47 %
A tabela nos dá uma conclusão final que apresenta um resultado baixo
referente à média geral de altura dos indivíduos. Isso se dá por que existem muitas
árvores pequenas, que são consideradas mudas. A média geral do diâmetro dos
indivíduos também apresenta resultados baixos, devido à mesma questão.
O percentual de indivíduos doentes constata que a presença de doenças
nas mangueiras existe e pode se alastrar. Pode-se levar em conta que os indivíduos
identificados com o sintomas de doença são os que se apresentavam visivelmente
como mostrados em algumas fotos. No entanto, outros indivíduos podem estar
infectados sem que os sintomas ainda tenham aparecido, tanto nos adultos como
nas mudas, pois a infecção da planta se desenvolve de forma lenta e gradual.
Como conclusão, pode-se representar um mapa do Campus I, contendo
todas as Mangueiras espacializadas (FIG 27), bem como um gráfico com a
quantidade de mangueiras por setores (FIG 28).
Essa grande quantidade de Mangueiras presentes na UFPB constitui uma
ameaça às espécies nativas da Mata Atlântica. Embora seja uma árvore bela e
frondosa cujo fruto pode ser apreciado de várias formas inclusive pelos animais da
Mata Atlântica, há algumas restrições para a sua disseminação no Campus, tendo
em vista que isso poderá ocasionar problemas de ordens diversas, caso haja uma
invasão da espécie dentro dos fragmentos, como já foram registrados alguns casos
nos trabalhos de campo.
A difusão dessas árvores exóticas pode causar danos aos frágeis
ecossistemas nativos.
Diversas doenças
atacam as plantações
de mangueira como
exemplo “mal do
recife” (FIG 29 e 30)
que infeccionam as
mangueiras. A
infecção dessas
árvores é causada
pelo fungo (ceratocytis fimbriata) a sua infecção pode ocorrer através da copa ou
das raízes e em qualquer estado de desenvolvimento da planta.
Quando a infecção ocorre através da copa, a seca da planta inicia- se
Figura 28: Gráfico da concentração espacial das mangueiras por setores
Figura 29 e 30 : Mangueiras secando - “mal do Recife” - no estacionamento do CT
pelos galhos finos da parte externa, progredindo lentamente em direção ao tronco,
até atingi-lo, matando toda a planta. Esse sintoma só consegue infectar a copa se
for introduzido.
Desta forma, o principal disseminador é um besouro, normalmente
encontrado sob o córtex de galhos e troncos. Os sintomas do mal do recife são o
amarelecimento, a murcha e a seca dos galhos, que geralmente tem início num
ramo da extremidade da copa. Os sintomas da seca da mangueira ou “mal-do-
Recife” podem ser confundidos com os causados por outro fungo
denominado Lasiodiplodia theobromae e vice-versa. A diferença está na infecção de
fora para dentro do lenho, causada pelo último, e de dentro do lenho para fora,
quando causada pelo primeiro. Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria
de Meio Ambiente (SEMAM) o “Mal do Recife” é um dos fungos mais difíceis de
tratar, devido à agilidade com que se espalha.
O principal agente transmissor que é o coleóptero “Hypocryphalus
mangiferae”, também é conhecido popularmente como “broca-da-mangueira”. É um
besouro muito pequeno, de coloração castanha, que em sua fase adulta mede cerca
de 1mm. Seu ciclo de vida é entre 17 a 30 dias. A mangueira é a única planta
hospedeira desse coleóptero. A sua origem provavelmente é a mesma da manga.
Disponível em: http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2313.pdf
O controle preventivo mais coerente é através da medida de exclusão, ou
seja, com auxílio de medidas legais de Defesa Vegetal, para impedir que a doença
entre em áreas ou regiões isentas do problema. Como exemplo de medida de
exclusão, recomenda-se impedir o transporte e a recepção de mudas produzidas em
locais onde a doença ocorre para locais em que não ocorre.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agronômicas
(EMBRAPA)– método do carbono - A substituição da mangueira por arvores nativas
é justificada a partir do estudo feito por seus pesquisadores sobre a absorção e
fixação de carbono, diz que tal absorção está relacionada diretamente a espécie,
taxa de crescimento, longevidade, sítio, clima etc. e, considerando que a mangueira
não é endógena, como também que a Mata Atlântica é uma floresta secundária,
propícia a fixar o carbono.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a obtenção de todos os resultados colhidos nas pesquisas, como
também a conclusão final dos estudos teóricos referentes às mangueiras,
associando tais estudos aos indivíduos desse tipo existentes no Campus I da UFPB
e levando em consideração que primordialmente a manguifera é uma árvore exótica,
como também que este tipo de indivíduo está servindo como vetor para a
disseminação do fungo que produz a doença conhecida como “seca da mangueira”
ou “mal do recife” pode de forma “silenciosa” passar para as áreas de proteção
ambiental ou mesmo outras áreas compostas de nativos da Mata Atlântica.
É de relevante importância que medidas de prevenção sejam adotadas
impreterivelmente, no tocante a relação de proximidade desses indivíduos com os
remanescentes da Mata Atlântica e medidas de contenção nos setores onde existem
indicadores da doença, para que não seja necessário tomar posteriormente medidas
de contenção dentro da própria Mata Atlântica, talvez já tardia. A medida de
prevenção mais plausível no momento poderia ser a retirada dos indivíduos
infectados ou não e sua imediata substituição por árvores (ainda em forma de muda)
nativas, na proporção de 3 (três) por 01(um), assim como é estabelecido pela
legislação.
Convém ressaltar que os dados obtidos nesta pesquisa foi um forte
indicador no tocante à existência de indivíduos contaminados, como também
apresentaram dados que comprovam a necessidade de retirada desses indivíduos
para beneficiar o ecossistema natural.
Pode-se considerar também, que esses indivíduos plantados e
disseminados dentro da UIFPB, não são de cunho econômico (assim como acontece
em plantações de fazendas e granjas, que se procura manter um controle químico e
biológico) para garantir quaisquer tipos de arrecadação para a Universidade, nem
são de cunho social, pois não existe nenhum suporte que ateste esses
procedimentos, contudo, aparentam ser simplesmente de natureza paisagística, já
que além dessa espécie de indivíduos, existem outras diferentes, porém também
exóticas. Nesse sentido, deve-se salientar que o paisagismo é de fundamental
importância, inclusive para se coibir a poluição visual, no entanto, em se tratando de
vegetação, o ideal e benéfico é o uso da plantas nativas.
É necessário que se estabeleça programas e estudos que venham a nos
fornecer subsídios realmente consistentes, dando uma base de como se deve
manejar esses fragmentos, como poderá intervir nessas áreas.
BIBLIOGRAFIA
ABREU, R. RODRIGUES, M. Plantas exóticas, verdadeira ameaças aos ecossistemas, 2005. BARBOSA, José da Cunha. Avanços e recuos da paisagem florestal no território do Campus I I da UFPB. Monografia de graduação (37 f). UFPB, 1999. BARROS, Maria José Vicente de. Estrutura das formações vegetais na Reserva Biológica Guaribas – PB. Monografia de graduação (67 f). UFPB, 2002. Disponível em: http://www.ccen.ufpb.br/paulorosa/Documentos/Monografias_grad/MonoMaria.pdf. Acesso em agosto de 2008.
BARROS, Maria José Vicente de. Estudo da cobertura vegetal do município de Areia-PB: subsídios para a gestão ambiental. Dissertação de mestrado (82 f). UFPB, 2005. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaPeriodicoForm.do. Acesso em agosto de 2008
Branco, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. 29 ed. São Paulo. Moderna, 1997. (coleção polêmica). BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.. Brasília. BRASIL. Decreto nº 3.179, de 21 de outubro de 1999. Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.. Brasília.
DEAN, Warren. A ferro e fogo: história da devastação da Mata Atlântica brasileira. Trad. Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
DOLFUSS, Olivier. Análise Geográfica. Tradução Heloysa de Lima Dantas. Difusão Européia do Livro, Col. Saber Atual, 1973.
GEORGE, Pierre. et. al. A geografia ativa. Difusão Européia do Livro, São Paulo. 1966. GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA. Atlas Geográfico do Estado da Paraíba. João Pessoa: Secretaria da Educação / Governo do Estado da Paraíba / UFPB/Grafset, 1985. JÁCOME, Elis Silva de Almeida. João Pessoa - PB. Áreas propícias ao repovoamento vegetal endêmico no território da cidade universitária da UFPB no Campus I. UFPB, Monografia (Graduação em Geografia) Centro de Ciências
Exatas e da Natureza. Departamento de Geociências. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa – Campus I. 2007.
PINTO-COELHO, Ricardo Motta, Fundamentos em ecologia – Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
REMMERT, Hermann. Ecologia: tradução Maria Ferri Soares Veigal. São Paulo: EPU: Springer: Ed. Universidade de São Paulo. 1982.
RIZZINI, Carlos Toledo. E Walter B. Mors. Botânica econômica brasileira. São Paulo, EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1976. VARNIER, Jacques. O meio Ambiente. Tradução: Marina Appenzeller. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1994.
Internet
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_atl%C3%A2ntica
http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2313.pdf
http://www.paraiba.com.br/noticia.shtml?6366
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia22/AG01/arvore/AG0.html
www.ufpb.br/historico.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Legisla%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cies_ex%C3%B3ticas_invasoras
http:sistemasdeprodução.cnptia.br/FontesHTML/Manga/CultivoMangueira/doenças.h
tm#metodologia
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=313
top related