dispersao 1 ufra

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FRUTOS E SEMENTES: MORFOLOGIA PARA A

DISPERSÃO

UFRA10 e 14 de dezembro de 2012

Belém - Pará

Conceitos Básicos

Dispersão: Transporte dos diásporos

(unidade de dispersão Van der (Pijl, 1969)) da planta

mãe até um novo local, através de vetores bióticos

ou abióticos.

Síndrome de dispersão: conjunto de características estruturais dos diásporos que indicam a adaptação da planta aos agentes dispersores abiótico ou bióticos

Conceitos Básicos

Inga sp. (“ingá”)

Legume indeiscente

Extrato epidémico da testa

Ormosia paraensis Ducke (“tento”)

Legume

arilo mimético

semente

Fruto

Gustavia augusta L. (“jeniparana”)

Pixídio indeiscente

Copaifera duckei Dwyer. (“copaíba”)

Legume

s

1 cm

Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. (“cumaru”)

drupa

baga uniloculada

Platonia inisignis Mart. (“bacuri”)

endocarpo

pirênio

Dispersão: Adaptações evolutivas

A hipótese de fuga: a dispersão é o transporte do

diásporo para longe da árvore matriz a fim de aumentar a

chance de sobrevivência da plântula.

Diásporos das árvores tropicais = maiores chances de

sobreviver quando carregadas para longe, do que quando

deixados próximos a árvore matriz.

Possibilita maiores vantagens para escapar da

competição e predação próximo à planta-mãe.

É um processo fundamental na distribuição, diversidade,

regeneração e sucessão das plantas de florestas tropicais.

A dispersão pode ser abiótica e/ou biótica.

Dispersão: Adaptações evolutivas A – Abiótica

Refere-se aos propágulos

disseminados por agentes do

ambiente, tais como o vento

(anemocoria) e a água

(hidrocoria).

Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica

A 1. – Anemocoria

Transporte de suas estruturas

reprodutivas pelo ar em movimento.

É comum em espécies de

ecossistemas campestres ou árvores

emergentes de ecossistemas

florestais.

Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica . . .

Os diásporos anemocóricos caracterizam-se por serem pequenos e leves, classificam-se em três tipos:

Esporocórica – esporos diminutos Briófitas e

Pteridófitas.

Pterocórica – sementes ou frutos alados.

Pogonocórica – sementes ou frutos plumosos.

Hecistopteris pumila

Chorisia speciosaPtero- gr. pterón ou pluma de asa

4.3.2.1. Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica

A 2. – Hidrocoria

Disseminação mediante a

ação da água de rios, mares...

Adaptação de espécies

típicas de áreas alagadas

(várzea e igapós).

Exemplos: buriti (Mauritia

flexuosa) e mamorana (Pachyra

aquatica)

Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica

Existem ainda mecanismos de disseminação de

propágulos que são executados pela própria planta, tem-

se:

Barocoria - Queda dos frutos e

sementes em conseqüência do

próprio peso - por gravidade,

produzindo disseminação a curtas

distâncias.

Exemplo: Fruto da Castanha do Pará,

embora as sementes sejam efetivamente

dispersadas por roedores (dispersão

secundária)

Adaptações evolutivas da dispersão - A – Abiótica

Balocoria – Dispersão

mecânica em que as

sementes/frutos são

ejetados ou expulsos –

deiscência explosiva.

Exemplo: Hevea sp.

(seringueira) – esta espécie

possui ainda adaptações para

flutuar – dispersão secundária.

Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.

A semente e/ou o fruto dispersadas(os) por um

agente biótico (animal).

Comumente chamada de zoocoria,

O mais importante mecanismo na evolução

da dispersão, já que envolve características

adaptativas e seletivas para as espécies.

Três principais tipos de zoocoria:

Endozoocoria, Sinzoocoria e Epizoocoria

Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.

B 1. Endozoocoria

Ocorre a ingestão de sementes, frutos ou partes dos

frutos

Por aves, macacos e outros animais (frugívoros),

Passam pelo trato intestinal dos animais sem sofre

danos.

Algumas plantas necessitam da dispersão

endozoocórica para que suas sementes possam germinar.

O tempo de germinação depende do grau de

escarificação na casca (ou testa) da semente durante a

passagem pelo trato digestivo do dispersor.

Sementes possuem testa mais resistente e grossa.

Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.

B 1. Endozoocoria . . .

Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.

B 2. Sinzoocoria –

Quando os diásporos são intencionalmente enterrados

ou armazenados (acumulados), ou levados (difundidos).

Ex. cutias e morcegos.

(Galetti, M. & Guimarães, P.R.J. 2004)

Adaptações evolutivas da dispersão - B – Biótica.

B 3. Epizoocoria – frutos ou sementes com espinhos,

carrapichos, ganchos ou substâncias são transportados,

eventualmente no corpo dos animais.

Harpagophytum (Pedaliaceae)

XanthiumGalium aparine

Adaptações evolutivas da dispersão

Estudos com dispersão de sementes indicam que, em

florestas tropicais:

74 a 77% das espécies apresentam dispersão

zoocórica

8 a 22% dispersão abiótica.

As formas mais comuns consistem

em endozoocoria (mamíferos e

pássaros) e sinzoocoria (roedores)

Principais animais dispersores

Aspectos morfológicos dos frutos são correlatos com

seus agentes de dispersão

Um fator que deve ser considerado é o tamanho do

fruto proporcional ao tamanho do corpo do frugívoro.

Algumas plantas desenvolveram ao longo de sua

história evolutiva características específicas para atrair

seus dispersaores, tais como:

Tamanho do fruto e semente,

Cor do fruto ou arilo,

Conteúdo nutritivo do arilo,

Espessura da casca, etc.

Principais dispersores - a – Pássaros (ornitocoria)

Frutos geralmente de cor brilhante;

Menor porte do que dispersos por mamíferos e;

Geralmente sem uma casca muito dura.

Consumidoras de semente e outras de frutos (polpa)

Ingerem as sementes e aquelas que as regurgitam.

Principais dispersores - a – Pássaros (ornitocoria)

Copaifera duckei Dwyer. (“copaíba”)

Legume

Ormosia paraensis Ducke (“tento”)

Legume

arilo mimético

Gustavia augusta L. (“jeniparana”)

Pixídio indeiscente

Principais dispersores - b – Mamíferos (mamaliocoria)

Casca resistente,

Odor e proteção da semente (subs. tóxica ou amarga).

Animais mais comuns: macacos e morcegos

Macacos

Enxergam cores e são pouco olfativos.

Inga sp. (“ingá”)

Legume indeiscente

Principais dispersores - b – Mamíferos (mamaliocoria)

Morcegos

(quiropterocoria)

Frutos verdes ou verde-amarelados,

Olfato é aguçado,

Hábito noturno

Apreciam odores como o de mofo.

Comem apenas a parte macia do

fruto, jogando fora as sementes.

Exemplo: jaca, sapoti, manga, goiaba.

Dipteryx odorata (“cumaru”)

drupa

spirênio

Principais dispersores - c – Répteis (saurozoocoria)

Sensíveis às cores laranja e vermelho

Olfato desenvolvido.

Exemplo: jacarés e iguanas

comem frutos de Annona

glabra e realizam a

dispersão.

Principais dispersores - d – Peixes (ictiocoria)

Comum em áreas alagadas da Amazônia (várzea e

igapó)

Frutos e sementes: principais alimentos de vários peixes

da Amazônia.

Igapó: plantas frutificam durante a inundação, época em

que os peixes tem acesso aos frutos.

Muitos peixes, além de atuarem como dispersores

também são exímios preadores de sementes.

Exemplo: pacu e pirajuba - Inga (leguminosae),

Tambaqui frutos de seringueira (Euphobiaceae).

Principais dispersores – Dispersão secundária

Dispersores secundários:

Formigas, paca, cutia, caititu, queixada,

anta Desempenham papel

importante na pós-dispersão,

Deslocam sementes

dispersadas para locais

favoráveis a germinação.

Museu Paraense Emílio GoeldiCoordenação de Botânica

OBRIGADA!

Ely Simone Cajueiro Gurgelesgurgel@museu-goeldi.br

3217-6077

Bianchini, M. & Pacini, E. 1996. The caruncle of Ricinus comunis L. (Castor bean): its

development and role in seed dehydration, rehydration, and germination. Int. J. Plant Sci.

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Cazetta, E.& Galetti, M. 2003. Ecologia das ervas-de-passarinho - Ciência Hoje. Vol. 33, No.

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Galetti, M. & Guimarães, P.R.J, 2004. Seed dispersal of Attalea phalerata (Palmae) by

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Referências Bibliográficas

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