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Diretoria de Patrimônio Cultural Fundação Municipal de Cultura

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

Planta Topográfica da Cidade de Minas - 1895

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Mapa atual de Belo Horizonte

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Belo Horizonte, cidade projetada para 200.000 habitantes,teve, desde as primeiras décadas do século XX, crescimentourbano para além da Avenida do Contorno. Atualmente possui2.412.937 habitantes em uma área de 330,95 km².

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A partir dos anos 80, com o fim da ditadura militar no Brasil, a questão da preservação do patrimônio

cultural nos centros urbanos acompanhou as tendências de afirmação e autonomia das políticas

municipais - sociais, urbanas e administrativas –fundamentadas nas leis Orgânicas e nos Planos

Diretores enquanto instrumentos balizadores do processo de planejamento local.

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Com a demolição do Cine Metrópole em 1983, iniciam-se em Belo Horizonte as discussões em torno da necessidade de criação de instrumentos que viabilizassem a preservação das referências e valores municipais.

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Lei Municipal 3.802/84

Em 1984 é criada pela Câmara Municipal a Lei 3.802 que "Organiza a proteção do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte".

CAPÍTULO I - DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO MUNICÍPIO

Art. 1° - Constitui o patrimônio cultural do Município os conjuntos de bens móveis e imóveis existentes no seu território, cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história, quer por seu valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico, artístico ou documental.

§ 2°- Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham si do dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.

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Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

"Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;II - os modos de criar, fazer e viver;III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;IV - as obras, objetos, documentos e edificações e demais espaços destinados às

manifestações artístico-culturais;V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,

arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. (...)§1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o

patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. (...) “

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Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte - 1990

Art. 167 - Constituem patrimônio cultural do Município os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, que contenham referência à identidade, à ação e à memória do povo belo-horizontino, entre os quais se incluem:

as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações tecnológicas, científicas e artísticas; as obras, os objetos, os documentos, as edificações e outros espaços destinados a

manifestações artísticas e culturais, nesta incluídas todas as formas de expressão popular;

os conjuntos urbanos e os sítios de valor histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º - As áreas públicas, especialmente os parques, os jardins e as praças, são abertas às manifestações culturais, desde que estas não tenham fins lucrativos e sejam compatíveis com a preservação do patrimônio ambiental, paisagístico, arquitetônico e histórico.

§ 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de fatos relevantes para a cultura municipal.

Art. 168 - O Município, com a colaboração da sociedade civil, protegerá o seu patrimônio histórico e cultural, por meio de inventários, pesquisas, registros, vigilância, tombamento, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação.

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Plano Diretor de Belo Horizonte – (Lei 7165/96)

Art. 3º - São objetivos do Plano Diretor:VI - preservar, proteger e recuperar o meio ambiente e o patrimônio

cultural, histórico, paisagístico, artístico e arqueológico municipal;Art. 4º - O ordenamento da ocupação e do uso do solo urbano deve ser

feito de forma a assegurar:VI - a preservação, a proteção e a recuperação do meio ambiente e do

patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assegurado, quando de propriedade pública, o acesso a eles.

Art. 6º - Os objetivos estratégicos e as diretrizes de desenvolvimento urbano estabelecidos nesta Lei visam a melhorar as condições de vida no Município, considerados os seguintes fatores:

IX - o valor cultural do centro histórico constituído pela área interna à Avenida do Contorno;XI - a crescente obstrução visual dos elementos naturais da paisagem urbana e dos conjuntos de interesse cultural

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Plano Diretor de Belo Horizonte (Lei 7165/96)

Subseção IV - Da Proteção da Memória e do Patrimônio CulturalArt. 15 - São diretrizes de proteção da memória e do patrimônio cultural:I - priorizar a preservação de conjuntos e ambiências em relação a edificações isoladas;

II - proteger os elementos paisagísticos, permitindo a visualização do panorama e a manutenção dapaisagem em que estão inseridos;

III - promover a desobstrução visual da paisagem e dos conjuntos de elementos de interesse histórico earquitetônico;

IV - adotar medidas visando à manutenção dos terrenos vagos lindeiros a mirantes, mediante incentivosfiscais, desapropriação ou transferência do direito de construir;

V - estimular ações - com a menor intervenção possível - que visem à recuperação de edifícios e conjuntos,conservando as características que os particularizam;VI - proteger o patrimônio cultural, por meio de pesquisas, inventários, registros, vigilância,tombamento, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação definidas em lei;

IX - disciplinar o uso da comunicação visual para melhoria da qualidade da paisagem urbana;XI - definir o mapeamento cultural para áreas históricas e de interesse de preservação da paisagem urbana,

adotando critérios específicos de parcelamento, ocupação e uso do solo, considerando a harmonizaçãodas novas edificações com as do conjunto da área em torno.

Parágrafo Segundo – As intervenções dentro do perímetro de tombamento da Serra do Curral e nos conjuntosurbanos tombados pelo município de vem ser objeto de prévia análise pela Secretaria Municipal deCultura de Belo Horizonte.

Parágrafo Terceiro – As intervenções em áreas em estudo, com perímetros previamente definidos por ato doExecutivo, devem ser encaminhadas ao CDPCM-BH.

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Instrumentos Urbanísticos previstos em legislação municipal vinculados à proteção do Patrimônio Cultural

• Área de Diretrizes Especiais (ADE)

• Transferência do Direito de Construir

• Operação Urbana Integrada

Já foram protegidos pelo CDPCM-BH 16 conjuntos Urbanos (Av. Afonso Pena, Rua dos Caetés, Praça da Estação, Rua da Bahia, Praça da Liberdade, Praça da Boa Viagem, Av. Álvares Cabral, Praça Hugo Werneck, Praça Floriano Peixoto, Avs. Carandaí-Alfredo Balena, Bairro Floresta, Bairro Floresta, Pampulha, Serra do Curral, Arquitetônico das Casas-Tipo CCNC, Arquitetônico Sylvio de Vasconcellos), 5 ADEs, sendo 3 regulamentadas (Santa Tereza, Pampulha e Cidade Jardim)

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TÍTULO V-DAS ÁREAS DE DIRETRIZES ESPECIAIS

Art.75 - Devem-se fixar diretrizes especiais para as áreas que, por suas características específicas, demandem políticas de intervenção e parâmetros urbanísticos e fiscais diferenciados - a serem estabelecidos em lei -, os quais devem ser sobrepostos aos do zoneamento e sobre eles preponderantes, tais como:I - proteção do patrimônio cultural e da paisagem urbana;II - proteção de bacias hidrográficas; III -incentivo ou restrição a usos;IV - revitalização de áreas degradadas ou estagnadas;V - incremento ao desenvolvimento econômico;VI - implantação de projetos viários. § 1º - Os parâmetros urbanísticos relativos a coeficientes de aproveitamento do solo e taxa de permeabilização propostos para as áreas de diretrizes especiais devem ser iguais ou mais restritivos que os do zoneamento no qual elas venham a se situar.§ 2º - No caso do inciso I, a lei que detalhar a política de intervenção e os parâmetros urbanísticos e fiscais diferenciados deve ser instruída com parecer do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município

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ADE Lagoinha

ADE Santa Tereza

ADE

Cidade

Jardim

Conjuntos protegidos

Conjunto

Pça Raul Soares

Av. Olegário

Maciel

Áreas em

estudo

Inserção do conjunto nas demais áreas protegidas

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Mapa do Conjunto Paisagístico Serra do Curral

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Patrimônio ImaterialLei 9000 de 29/12/2004 que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial

e dá outras providências. Segundo esta:

São considerados bens culturais de natureza imaterial:

1) os processo de criação, manutenção e transmissão de conhecimentos;

2) as práticas e as manifestações dos diversos grupos socioculturais que compõema identidade e a memória do município;

3) as condições materiais necessárias ao desenvolvimento dos procedimentos deque tratam os incisos 1 e 2;

4) e os produtos de natureza material derivados.

O registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial far-se-á em um dos seguinteslivros:

1) Livro de registro dos Saberes

2) Livro de registro das Celebrações

3) Livro de registro das Formas de expressão

4) Livro de registro dos lugares26

Estudos em andamento:

1- Giramundo Teatro de Bonecos:inventário do ofício do teatro debonecos em Belo Horizonte, paradefinição do instrumento de registrocomo formas de expressão e/ouofício e/ou tombamento do acervodos grupos de teatro.

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2 - Ofício de fotógrafos ambulantes:Lambe-lambes: inventário do ofício feito a partir do convênio com o IPHAN para a cessão da metodologia (INRC), acompanhamento

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3- Mercado Central:

Termo de cooperação com o

IPHAN para o estudo preliminar

ao INRC.

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4 - Comunidade Quilombola dos Luizes:

Inventário das comunidades quilombolas em Belo Horizonte.

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6 - Pedreira Prado Lopes:

Realizar o inventário da Pedreiradentro do Inventário de Bairrosreferente a Lagoinha, Bonfim e SãoCristóvão.

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• Desde 1999 - arquitetos especialistas em restauração de bens imóveis -elaboração de projetos de restauração gratuitos para imóveis com tombamento específico e laudos de estado de conservação;

• este trabalho foi implementado pela equipe e ao longo dos anos teve reconhecimento da PBH, do CDPCM-BH e da comunidade;

• trabalho de caráter educativo - contribui para a conscientização dos proprietários em relação à preservação e através dele foi possível aumentar a procura pelos incentivos legais à preservação;

• os projetos contam com a participação direta dos proprietários;

• efeito multiplicador da recuperação;

• reabilitação das áreas de entorno aos imóveis recuperados.

• Isenção de IPTU;

• Transferência do Direito de Construir;

• Fundo de Projetos Culturais;

Atelier de Acompanhamento de Projetos da DIPC como mecanismo de incentivo à proteção

cultural

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projetos solicitados por proprietários de imóveis tombados que não possuem recursos próprios para arcar com gastos de um projeto de restauração;

projetos solicitados por locatários ou interessados em alugar imóveis tombados que não possuem recursos próprios para arcar com gastos de um projeto de restauração;

projetos solicitados pela própria Prefeitura em imóveis tombados de sua propriedade ou alugados pela mesma;

encaminhamento dos projetos realizados pelo atelier para a lei de incentivo cultural para obtenção recursos para realização das obras.

como funciona o atelier

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alguns exemplos de projetos executados pelo Atelier

Avenida Pasteur nº04 - parceria entre a DIPC e o Ministério Público

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obra concluída

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Rua São Paulo, 380 - restauração para obtenção da isenção de IPTU

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obra concluída

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Avenida Brasil nº1433 - Palacete Jeha - restauração para transferência do direito de construir

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obra concluída

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Rua Espírito Santo nº284 Hotel Magestic - restauração com recursos da lei municipal de incentivo à cultura

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Obra concluída

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outros exemplos

rua espírito santo nº341- ed. maia

antes

depois

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Rua Prof. Estevão Pinto nº601 - DIPC

antes depois 43

Rua dos Timbiras nº 1605 - NET

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obra concluída

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Avenida Assis Chateaubriand nº534

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Rua Aimorés nº675

Avenida do Contorno nº3301/3319

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Avenida do contorno nº3293

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Avenida Álvares Cabral nº560

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Rua Itajubá nº532

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O Projeto ‘Paisagem de BH: umadescoberta’ vem sendo implementadoanualmente, desde 2003, em parceriada DIPC com o Núcleo de Cidade e MeioAmbiente da SMED e afirmou nessatrajetória a importante e necessáriaparceria entre a educação e opatrimônio cultural, entre a escola e acidade.

Projetos de Educação para o Patrimônio Cultural

Paisagem de BH: uma descoberta

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Trata-se de um espaço deconstrução e troca de experiências dosprofessores e técnicos da área dopatrimônio cultural na reflexão eapreensão das diferentes práticas eformas de apropriação dos lugares dacidade pelos grupos de crianças,jovens e adultos da Rede Municipal deEnsino. Trata-se de uma metodologiadesenvolvida e experimentada depercepção da cidade que pretendepossibilitar o avanço nasconsiderações sobre o patrimôniorestritas aos técnicos e estudiosos dacidade, considerando a perspectivados diversos grupos sociais naconstrução do patrimônio cultural.

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A consideração e análise dos diferentespontos de vista em relação aos lugares epráticas sociais na cidade trazidos pelos alunose professores abrem novas possibilidades paraa compreensão da diversidade de signos,formas, afetividades que constituem essepatrimônio. Neste processo de trabalho comeducadores e educandos são identificados osdesafios, dificuldades, potencialidadesindividuais e coletivas na reflexão e vivência docotidiano dos lugares de referência escolhidose trabalhados por cada professor e grupo dealunos. Este Projeto vem, a cada ano,explorando o aspecto educativo da cidade e deseu patrimônio cultural através doreconhecimento das práticas reais daparticipação social dos educandos.

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Arte, Cidade e Patrimônio Cultural

Observar a cidade como um produto da nossa cultura propõe um exercício constante de compreensão das diferentes identidades e formas de expressão que se materializam no tempo/espaço urbano.O reconhecimento dessa pluralidade cultural presente na cidade foi o ponto de convergência para esta parceria entre o Projeto Guernica e a Gerência de Patrimônio Histórico Urbano na Oficina Arte, Cidade e Patrimônio Cultural.Acompanhando a prática do Projeto Guernica com um trabalho voltado para a formação de grupos de alunos das escolas da Rede Municipal de Ensino, esta oficina foi elaborada juntamente com a Diretoria de Patrimônio Cultural, incorporando uma metodologia que teve como foco o pensar a cidade e sua dinâmica, se reconhecer nela, afirmar os vínculos cotidianos e culturais, compreendê-la como patrimônio cultural de todos nós.

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Oferecida em 2006, 2007 e 2008 para grupos de alunos, entre 7 e 14 anos, das Escolas Municipais, esta oficina buscou identificar a relação das crianças com a cidade através de suas formas de expressão, desejos, sentimentos, com o objetivo de fortalecer seus laços de pertencimento enquanto sujeitos históricos.Através de referenciais artísticos - artes plásticas, música, literatura - sobre a cidade e a própria arquitetura buscamos relacionar as referências de cada um, inicialmente com o grupo, e depois com outros grupos que construíram e constroem a história de Belo Horizonte e a politizam seus lugares e manifestações como patrimônio cultural.

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Prefeito de Belo HorizonteFernando Damata Pimentel

Presidente da Fundação Municipal de CulturaMaria Antonieta Antunes Cunha

Diretora de Patrimônio CulturalMichele Abreu Arroyo

Chefe do Departamento de Gestão e MonitoramentoMariana Guimaraes Brandao

Chefe do Departamento de Identificação e RegistroCarlos Henrique Bicalho

Chefe do Departamento de Promoção Vanessa de Cássia Viegas Conrado

Chefe da Divisão de Documentação e InformaçãoFrançoise Jean de Oliveira Souza

Chefe da Divisão de Pesquisa e InventárioSandra Pereira da Silva

Chefe da Divisão de Apoio ao CDPCM-BHLuiz Evânio da Fonseca

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