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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

ESTÁCIO-CERS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Prof. Francisco Glauber Pessoa Alves

franciscoglauber@uol.com.br

Direito intertemporal e disposições finais e transitórias (NCPC)

1. Direito intertemporal.

1.1. Norma jurídica. Vigência. Eficácia.

a) “A norma jurídica é imperativa porqueprescreve as condutas devidas e oscomportamentos proibidos e, por outro lado,é autorizante, uma vez que permite aolesado pela sua violação exigir o seucumprimento, a reparação do dano causadoou ainda a reposição das coisas ao estadoanterior” (DINIZ, 1999, p. 373).

b) Vigência (ou validade formal) diz respeito ànorma emanada do poder competente comobediência aos trâmites legais (DINIZ, 1999,p. 385; FERRAZ JR., 1997, p. 105-108).

c) Eficácia (ou validade material) é a relaçãoentre a ocorrência (concreta) dos fatosestabelecidos pela norma que condicionam aprodução do efeito e a possibilidade deproduzi-lo (DINIZ, 1999, p. 394).

d) Direito positivo e a regulação da vigência.Dec.-Lei n. 4.657/42 (Lei de Introdução àsNormas de Direito Brasileiro – LINDB, antigaLICC).

* “Art. 1º. Salvo disposição contrária, a leicomeça a vigorar em todo o país quarenta ecinco dias depois de oficialmente publicada”.

* “Art. 2º. Não se destinando à vigênciatemporária, a lei terá vigor até que outra amodifique ou revogue”.

* A Lei n. 13.105, publicada em 17.03.2015,que instituiu o NCPC, somente estará vigendo1 (um) ano após sua publicação (art. 1.045).

e) Quanto à revogação (gênero) das leis, elapode ser total (ab-rogação) ou parcial(derrogação).

1.2. Norma jurídica processual.

a) Natureza jurídica instrumental, emcontraponto à norma jurídica material (ousubstancial).

b) Objetivam, dentro do processo e emfunção do resultado, “tornar eficaz umanorma de direito substancial ou material forado processo” (ALVIM, 2010, 127).

c) Divide-se em:

c.1) Normas processuais civis stricto sensu.São as normas de processo ou normasprocessuais. Englobam o processocontencioso, as atividades das partes, oreflexo dessas atividades nas próprias partes,o reflexo dessas atividades sobre terceiros, oórgão jurisdicional e sua atividade e, por fim,

a atividade dos auxiliares da justiça. Tem porsede a Constituição Federal (ex.: art. 96, I quetrata da competência dos tribunais paraelaborar seus regimentos internos, elegerseus órgãos diretivos, organizar os seusserviços auxiliares, provendo-lhes os cargosna forma da lei), o Código de Processo Civil eas leis extravagantes.

c.2) Normas processuais civis estritamenteprocedimentais. Regulam a forma doprocedimento. Não são exclusivamente dedireito processual civil, no sentidocontencioso, abrangendo, também osprocedimentos de jurisdição voluntária.

c.3) Dificuldades. O que são normas deprocesso e o que são normas deprocedimento? Tema árido.* Proposta doutrinária: “(...) temasrelacionados com o direito de ação, aspartes, as provas, a sentença (= os requisitosde existência e de validade da sentença), nos

seus elementos essenciais, não poderão serentendidos como encartáveis na idéia deprocedimento, pois que, onticamente, têmde ser objeto de normas não gerais” (ALVIM,2010, p. 130). Destaca o jurista que taistemas encontram-se apreciavelmentedelineados na própria CF, a ressaltar a idéiade uniformidade do tratamento do direito

processual civil hoje vigente.

* Jurisprudência. Restritividade do STF.Impossibilidade da legislação estadual (ouseja, entendida a natureza processualpropriamente dita): a) restringir direito derecurso, estabelecendo depósito prévio; b)estabelecer preferências de julgamento de

de processo; c) dispor sobre competência,prazo, provas e recursos.

* “EMENTA: AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONALIDADE. LEI N. 6.816/2007DE ALAGOAS, INSTITUINDO DEPÓSITOPRÉVIO DE 100% DO VALOR DACONDENAÇÃO PARA A INTERPOSIÇÃO DE

RECURSO NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEISDO ESTADO. INCONSTITUCIONALIDADEFORMAL: COMPETÊNCIA PRIVATIVA DAUNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE MATÉRIAPROCESSUAL. ART. 22, INC. I, DACONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AÇÃO DIRETADE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADAPROCEDENTE” (STF, Pleno, ADI 4161/AL, rel.

Min. Carmen Lúcia, DJe-027 de 10-02-2015).* “EMENTA Ação direta deinconstitucionalidade. Artigos 9º e 60, comos respectivos incisos, da Lei nº 6.176/1993do Estado do Mato Grosso, com as alteraçõesoperadas pela Lei nº 6.490/1994. Fixação, noâmbito estadual, da competência dosjuizados especiais cíveis e criminais. Vício

Formal. Procedência da ação. 1. A definiçãode regras de competência, na medida em queestabelece limites e organiza a prestação daatividade jurisdicional pelo Estado, é um doscomponentes básicos do ramo processual daciência jurídica, cuja competência legislativafoi atribuída, pela Constituição Federal de1988, privativamente à União (Art. 22, I,

CF/88). 2. A lei estadual, indubitavelmente,ao pretender delimitar as matérias decompetência dos juizados especiais, invadiuesfera reservada da União para legislar sobredireito processual civil e criminal. A fixaçãoda competência dos juizados especiais cíveise criminais é matéria eminentementeprocessual, de competência privativa da

União, não se confundindo com matériaprocedimental em matéria processual, essa,sim, de competência concorrente dosestados-membros. 3. O Supremo TribunalFederal, por diversas vezes, reafirmou aocorrência de vício formal deinconstitucionalidade de normas estaduaisque exorbitem da competência concorrente

para legislar sobre procedimento em matériaprocessual, adentrando aspectos típicos doprocesso, como competência, prazos,recursos, provas, entre outros. Precedentes.4. Ação julgada procedente” (STF, Pleno, ADI1807/MT, rel. Min. Dias Toffoli, DJe-026 de09.02.2015).

* “EMENTA Ação direta deinconstitucionalidade. Lei nº 7.716/2001 doEstado do Maranhão. Fixação de novahipótese de prioridade, em qualquerinstância, de tramitação processual para ascausas em que for parte mulher vítima deviolência doméstica. Vício formal.Procedência da ação. 1. A definição de regras

sobre a tramitação das demandas judiciais esua priorização, na medida em que refleteparte importante da prestação da atividadejurisdicional pelo Estado, é aspectoabrangido pelo ramo processual do Direito,cuja positivação foi atribuída pelaConstituição Federal privativamente à União(Art. 22, I, CF/88). 2. A lei em comento,

conquanto tenha alta carga de relevânciasocial, indubitavelmente, ao pretender tratarda matéria, invadiu esfera reservada daUnião para legislar sobre direito processual.3. A fixação do regime de tramitação defeitos e das correspondentes prioridades ématéria eminentemente processual, de

competência privativa da União, que não seconfunde com matéria procedimental emmatéria processual, essa, sim, decompetência concorrente dos estados-membros. 4. O Supremo Tribunal Federal,por diversas vezes, reafirmou a ocorrência devício formal de inconstitucionalidade denormas estaduais que exorbitem de sua

competência concorrente para legislar sobreprocedimento em matéria processual,adentrando aspectos típicos do processo,como competência, prazos, recursos, provas,entre outros. Precedentes. 5. Ação julgadaprocedente” (STF, Pleno, ADI 3483/MA, rel.Min. Dias Toffoli, DJe-091 de 14.05.2014).

* “EMENTA: Ação Direta deInconstitucionalidade. 2. Lei Estadual quedisciplina a homologação judicial de acordoalimentar firmado com a intervenção daDefensoria Pública (Lei 1.504/1989, doEstado do Rio de Janeiro). 3. O Estado do Riode Janeiro disciplinou a homologação judicialde acordo alimentar nos casos específicos em

que há participação da Defensoria Pública,não estabelecendo novo processo, mas aforma como este será executado. Lei sobreprocedimento em matéria processual. 4. Aprerrogativa de legislar sobre procedimentospossui o condão de transformar os Estadosem verdadeiros “laboratórios legislativos”.Ao conceder-se aos

entes federados o poder de regular oprocedimento de uma matéria, baseando-seem peculiaridades próprias, está apossibilitar-se que novas e exitosasexperiências sejam formuladas. Os Estadospassam a ser partícipes importantes nodesenvolvimento do direito nacional e aatuar ativamente na construção de possíveis

experiências que poderão ser adotadas poroutros entes ou em todo território federal. 5.Desjudicialização. A vertente extrajudicial daassistência jurídica prestada pela DefensoriaPública permite a orientação (informação emdireito), a realização de mediações,conciliações e arbitragem (resoluçãoalternativa de litígios), entre outros serviços,

evitando, muitas vezes, a propositura deações judiciais. 6. Ação direta julgada julgadaimprocedente” (STF, Pleno, ADI 2922/RJ, rel.Min. Gilmar Mendes, DJe-213 30.10.2014).

* “EMENTA: AÇÃO DIRETA DEINCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 108,INCISO VII, ALÍNEA I DA CONSTITUIÇÃO DO

ESTADO DO CEARÁ E ART. 21, INCISO VI,LETRA J DO REGIMENTO DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA LOCAL. PREVISÃO, NO ÂMBITOESTADUAL, DO INSTITUTO DA RECLAMAÇÃO.INSTITUTO DE NATUREZA PROCESSUALCONSTITUCIONAL, SITUADO NO ÂMBITO DODIREITO DE PETIÇÃO PREVISTO

NO ARTIGO 5º, INCISO XXXIV, ALÍNEA A DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA DEOFENSA AO ART. 22, INCISO I DA CARTA. 1. Anatureza jurídica da reclamação não é a deum recurso, de uma ação e nem de umincidente processual. Situa-se ela no âmbitodo direito constitucional de petição previstono artigo 5º, inciso XXXIV da Constituição

Federal. Em consequência, a sua adoção peloEstado-membro, pela via legislativa local,não implica em invasão da competênciaprivativa da União para legislar sobre direitoprocessual (art. 22, I da CF). 2. A reclamaçãoconstitui instrumento que, aplicado noâmbito dos Estados-membros, tem comoobjetivo evitar, no caso de ofensa à

à autoridade de um julgado, o caminhotortuoso e demorado dos recursos previstosna legislação processual, inegavelmenteinconvenientes quando já tem a parte umadecisão definitiva. Visa, também, àpreservação da competência dos Tribunais deJustiça estaduais, diante de eventualusurpação por parte de Juízo ou outro

Tribunal local. 3. A adoção desse instrumentopelos Estados-membros, além de estar emsintonia com o princípio da simetria, está emconsonância com o princípio da efetividadedas decisões judiciais. 4. Ação direta deinconstitucionalidade improcedente” (STF,Pleno, ADI 2212/CE, rel. Min. Ellen Gracie, DJ14.11.2003, p. 11).

d) Competências legislativas.

d.1) União privativamente para legislar sobredireito processual (22, I da CF), sendo que leicomplementar poderá autorizar os Estados alegislar sobre questões específicas.

d.2) União, Estados e DF para legislarconcorrentemente sobre procedimentos emmatéria processual (24, XI da CF). Acompetência da União limitar-se-á aoestabelecimento de normas gerais (§ 1º doart. 24 da CF), não excluindo a competênciasuplementar dos Estados para estas mesmasnormas gerais (§ 2º do art. 24 da CF). Não

havendo lei federal sobre normas gerais, osEstados exercerão competência legislativaplena (§ 3º do art. 24 da CF), sendo que asuperveniência de lei federal sobre normasgerais suspende a eficácia da lei estadual, noque lhe for contrário (§ 4º do art. 24 da CF).

1.3. Breve histórico da irretroatividade dasnormas jurídicas.

a) Obras de referência (BATALHA, 1980, p. 58-66; FRANÇA, 2000, p. 8-30; MAXIMILIANO, p.7-19; RÁO, 1999, 361-393).

b) Em maior ou menor intensidade, aponta-se normas a repelirem a retroatividade nodireito mesopotâmico (art. 40 do Código deHamurabi, editado entre 2.123 e 2081 a.C.),egípcio (Código de Bocchoris, por volta de716 a.C.),

hindu (n. 16, L. VII do Código de Manu,redação do século XIII a.C.), chinês (SeçãoXLIII, p. 43, compilação dos Tsings, do séculoXVII), grego (arcontado de Euclides, no séculoV a.C), romano (Lei das XII Tábuas, do séculoV a.C.), medieval (L. II, Título I, Cap. XII doCódigo Visigótico, que vigorou em Portugal

até as Ordenações Afonsinas, em 1446, e naEspanha até o século XIX).

1.4. A doutrina de Paul Roubier

a) Tese que assumiu grande importância nodireito brasileiro. Le conflit des Lois dans LeTemps, Paris, 1929, v. I, p. 371.

b) Base fundamental na distinção entre oefeito retroativo da lei e o efeito imediato dalei.

c) A aplicação a fatos realizados (factapraeterita) é retroativa.

d) A aplicação a situações em curso (factapendentia) deve divisar as partes anterioresà data da mudança da legislação, que nãopodem ser atingidas sem retroaplicação, daspartes posteriores, para as quais a lei nova,se for aplicável, terá efeito imediato.

e) A aplicação a fatos futuros (facta futura)não poderá, jamais, ser retroativa.

f) A retroatividade é estritamente proibida,com algumas exceções, como o caso doscontratos em curso.

g) Não há retroatividade possível senão emvirtude de uma cláusula legislativa expressa.

h) Quanto ao critério para a distinção entreefeito retroativo e efeito imediato, é de serecorrer à noção de situação jurídica, da qualdivisam-se três momentos: a constituição, osefeitos e a extinção.

i) Quando a constituição ou extinção dasituação jurídica se operaram pela lei antiga,a lei nova sobre ela não incidirá, salvodisposição expressa, quando admitida peloordenamento jurídico.

j) Quando a constituição estiver pendente,aplica-se a lei nova imediatamente,

respeitado o período de vigência da leianterior.

k) Quanto aos efeitos da situação jurídicaconstituída, a regra é que a lei nova nãoatinge os efeitos reconhecidos pela lei velha,sob pena de retroatividade.

l) Especificamente em processo civil, foiadotada no Brasil por Galeno de Lacerda, emobra clássica em matéria processual (Direitoprocessual civil e os feitos pendentes, 1974,p. 1-2).

1.5. Valores a serem protegidos.

a) Direito adquirido.

a.1) “Na doutrina do século XIX e começosdo século XX, bem como, até hoje, nageneralidade das legislações, predominou epredomina o seguinte preceito geral: as

novas normas jurídicas devem respeitar osdireitos adquiridos sob a vigência das normasanteriores, pois àquelas só compete disporpara o futuro e não para o passado” (RÁO,1999, p. 370).

a.2) O direito adquirido, em sentido amplo,abriga as noções de ato jurídico perfeito e

coisa julgada (FRANÇA, 2000, p. 210).

b) Segurança jurídica.

b.1) A vida em sociedade pressupõe aobservância de preceitos estáveis que, a parde regularem conflitos e situações atuais,não retroajam de forma a atingir conflitos e

situações pretéritas, a dar azo à ocorrênciade fatores de crise entre pessoas e/oudireitos.

b.2) “A necessidade humana de segurançapara conduzir, planificar e conformarautônoma e responsavelmente sua vida”(CANOTILHO, 1999, p. 252).

b.3) “O princípio geral da segurança jurídicaem sentido amplo (abrangendo, pois, a ideiade protecção da confiança) pode formular-sedo seguinte modo: o indivíduo tem do direitopoder confiar em que aos seus actos ou àsdecisões públicas incidentes sobre os seusdireitos, posições ou relações jurídicasalicençados em normas jurídicas vigentes e

válidas por esses actos jurídicos deixadopelas autoridades com base nessas normasse ligam os efeitos jurídicos previstos eprescritos no ordenamento jurídico”(CANOTILHO, 1999, p. 252).

b.4) Valor que vem influenciando aconcepção da teoria da irretroatividade ou

do respeito ao direito adquirido, que vemcedendo passo em determinadas situações,sob abrigo de valores constitucionalmentedefinidos, conforme se verá adiante.

1.6. Conceito de direito intertemporal.

a) “(...) tem por objeto determinar os limitesdo domínio de cada uma dentre duasdisposições jurídicas consecutivas sobre omesmo assunto” (MAXIMILIANO, 1955, p. 7).

b) “Daí o conceito de intertemporalidade,como o conjunto de soluções adequadas aatenuar os rigores da incidência do tempojurídico com o seu poder cortante edesmembrador de uma realidade que insta eperdura” (BATALHA, 1980, p. 17).

* Este mesmo autor desenvolve, ainda,interessante desdobramento, aplicável aoprocesso civil: “A intertemporalidade jurídicaoferece dois aspectos: a) aintertemporalidade não-conflitual, oulegislativa; b) a intertemporalidadeconflitual, ou doutrinária e judiciária”(BATALHA, 1980, p. 18).

c) “Ciência que estuda o conflito das leis notempo” (FRANÇA, 2000, p. 211).

d) Outras expressões (MAXIMILIANO, 1955,p. 8): teoria da retroatividade das leis(criticada pela insuficiência em abranger ostempos de aplicação da lei para o presente efuturo), teoria do direito adquirido (criticada

pela insuficiência, eis que não abrangerelações jurídicas) e direito transitório(criticada pela idéia de efemeridade).

1.7. Concepção atual

a) Se é fato que, em determinadas situaçõesexcepcionais, admite-se, em tese, aretroatividade da norma, “o princípio dairretroatividade das leis, através dos séculos,evoluiu no sentido de se tornar mais precisoe definido transmudando-se em princípio do

respeito ao direito adquirido” (FRANÇA,2000, p. 189).

b) Assim, hoje, sem embargo da valoraçãoconstitucional própria sobre possibilidade deretroatividade das normas até mesmo paradireitos supostamente adquiridos (como severá mais à frente), devem ser considerados,

em matéria de direito intertemporal, sempreos princípios da irretroatividade de normajurídica e do direito adquirido. No direitobrasileiro, a retroatividade é vinculada àpreservação do direito adquirido.

2. Lei de Introdução às Normas de DireitoBrasileiro (LINDB, antiga LICC), ConstituiçãoFederal (CF) e a (ir)retroatividade das leis.

2.1. LINDB.

a) “Art. 6º. A Lei em vigor terá efeito imediatoe geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o

direito adquirido e a coisa julgada. (Redaçãodada pela Lei nº 3.238, de 1957).

§ 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o jáconsumado segundo a lei vigente ao tempoem que se efetuou. (Incluído pela Lei nº3.238, de 1957)

§ 2º. Consideram-se adquiridos assim osdireitos que o seu titular, ou alguém por êle,possa exercer, como aquêles cujo comêço doexercício tenha têrmo pré-fixo, ou condiçãopré-estabelecida inalterável, a arbítrio deoutrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)

§ 3º. Chama-se coisa julgada ou casojulgado a decisão judicial de que já não caibarecurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de1957)”.

b) Adoção da teoria de Roubier (RÁO, 1999,p. 380).

c) Atentar que se a construção dairretroatividade e da preservação do direitoadquirido se desse exclusivamente sob aíndole infraconstitucional, em tese, poderiahaver modificação pela mesma legislaçãoinfraconstitucional (DINAMARCO, 2004, p.47).

2.2. Constituição Federal.

* “Art. 5º. (...):

XXXVI - a lei não prejudicará o direitoadquirido, o ato jurídico perfeito e a coisajulgada;

(...)

XXXIX - não há crime sem lei anterior que odefina, nem pena sem prévia cominaçãolegal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo parabeneficiar o réu”.

b) Posição do STF, a partir do RE 226.855(Pleno, RE 226855/RS, rel. Min. MoreiraAlves, DJ 13.10.2000, p. 20), onde enfrentoua matéria diante de planos econômicos(Bresser, Verão, Collor I e II) e as perdas doFGTS, no sentido da natureza constitucionalda matéria direito adquirido (CANOTILHO etal, 2013, p. 367).

2.3. A irretroatividade absoluta(retroatividade mínima, mitigada outemperada).

a) “(...) aquela em que a lei nova respeita osefeitos jurídicos já produzidos antes de seuadvento e, dessa forma, atinge apenas osefeitos de atos anteriores verificados após a

data de sua vigência” (CANOTILHO et al,2013, p. 370).

b) Não cabe aplicar lei nova que atinge odireito adquirido em geral (onde inclusos atojurídico perfeito e coisa julgada) e,principalmente, em matéria penal, paraprejudicar o réu.

2.4. A retroatividade absoluta (ou máxima).

a) O princípio da irretroatividade das leis nãoé absoluto (FRANÇA, 2000, p. 206).

b) “(...) aquela em que a lei nova atinge acoisa julgada e os fatos já consumados”(CANOTILHO et al, 2013, p. 370).

c) A lei penal retroagirá sempre que for parabeneficiar o réu.

d) “Vislumbra-se uma outra exceção a esseentendimento na sentença penalcondenatória penal, uma vez que aquiinexiste prazo, fixado pela legislaçãoordinária, para a propositura da revisão. Nos

termos do art. 621 do Código de ProcessoPenal, a revisão pode ser proposta aqualquer tempo se a sentença condenatóriafor contrária a texto expresso da lei penal”(CANOTILHO et al, 2013, p. 369).

e) Código Tributário Nacional.

“Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fatopretérito:

I - em qualquer caso, quando sejaexpressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dosdispositivos interpretados;

II - tratando-se de ato não definitivamentejulgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;

b) quando deixe de tratá-lo como contrário aqualquer exigência de ação ou omissão,desde que não tenha sido fraudulento e não

tenha implicado em falta de pagamento detributo;

c) quando lhe comine penalidade menossevera que a prevista na lei vigente ao tempoda sua prática”.

f) A ordem pública e o direito adquirido.

f.1) Em princípio, a edição de normas deordem pública (conceito vago eindeterminado) segue a linha geral deirretroatividade quanto aos direitosadquiridos lato sensu. Tema polêmico,porém.

f.2) “(...) o fundamento da ordem pública,para desconhecer o Direito Adquirido, nãopode ir a ponto de atingir os casos em queesse desconhecimento geraria odesequilíbrio social e jurídico” (FRANÇA,2000, p. 259).

f.3) Casos de planos econômicos.

f.4) Casos de planos econômicos.Especificamente no processo civil, LACERDAentende que “(...) os direitos subjetivosprocessuais se configuram no âmbito dodireito público e, por isso, sofrem ocondicionamento resultante de grau deindisponibilidade dos valores sobre os quaisincidem (1974, p. 3). No mesmo sentido

DINAMARCO (2004, p. 52). No sentido dairrelevância de se tratar de norma de ordempública, vedada sempre a retroatividade(NERY JR., 2015, p. 227).

2.5. A retroatividade limitada (ou média).

a) “(...) quando a lei ataca os efeitospendentes de atos jurídicos consolidadosantes dela” (CANOTILHO et al, 2013, p. 370).

b) Posição do STF de inexistir direitoadquirido a instituto jurídico (RE 94.020), a

regime jurídico (Pleno, RE 226855/RS, rel.Min. Moreira Alves, DJ 13.10.2000, p. 20;Pleno, ADI 3105/DF, rel. p/ Acórdão Min.Cezar Peluso, DJ 18.02.2005, p. 4) e à não-incidência da lei que institui novo padrãomonetário (1ª. T., RE 114982/RS, rel. Min.Moreira Alves, DJ 01.03.1991, p. 1808).

c) “Assentou-se na jurisprudência doSupremo Tribunal Federal, pois, que aproteção ao direito adquirido e ao atojurídico perfeito não obstava à modificaçãoou à supressão de determinado institutojurídico” (CANOTILHO et al, 2013, p. 369).

2.6. Evolução da teoria

a) Considerando a possibilidade, ainda queepisódica, de retroatividade de determinadasnormas, evoluiu a doutrina no sentido deque outros valores constitucionais, como asegurança jurídica, podem informar o direitointertemporal.

b) “Como se deduz das consideraçõesdesenvolvidas acima, a doutrina do direitoadquirido não preserva as posições pessoaiscontra as alterações estatutárias, as revisõesou até mesmo a supressão de institutosjurídicos. (...) É bem verdade que, em face dainsuficiência do princípio do direito adquiridopara proteger tais situações, a própria ordem

constitucional tem se valido de uma idéiamenos precisa e, por isso mesmo, maisabrangente, que é o princípio da segurançajurídica na qualidade de postulado do Estadode Direito” (CANOTILHO et al, 2013, p. 372).

3. Direito intertemporal geral.

3.1) Técnica de solução de Maximiliano(1955, p. 24 e ss.). Influência de Savigny.

* Distingue aquisição e existência dosdireitos. Uma vez consumada a aquisição,não se aplica a lei nova. Ela se aplica, porém,

no que concerne à existência, aoreconhecimento de um instituto jurídico emgeral, bem como ao seu modo de existência.Ex: limitação temporal de indivisão deimóvel.

3.2) Técnica de solução de Ráo. Influência deRoubier.

a) “As novas normas objetivas, em relação àsanteriores, podem revelar, segundo suanatureza, maior ou menor intensidade deforça obrigatória. Revelam maior intensidadequando alcançam os efeitos, que sob suavigência se produzirem, dos fatos, atos edireitos verificados sob o império da normaanterior; revelam menor intensidade e

cedem ante a persistência da norma anterior,quando esta continua, apesar de revogada, adisciplinar os efeitos de certos atos, fatos oudireitos, verificados ou constituídos sob a suavigência.

Incluem-se na primeira categoria as normasde direito público e as de direito privado

imperativas, ou de ordem pública, as quaistraduzem, ou necessariamente se pressupõeque traduzam, um interesse comum oucontêm alterações produzidas pela própriaevolução da vida social.

Figuram na segunda categoria as normas quedisciplinam as relações que o direito

subordina à vontade individual do agente, oudas partes, como são, em princípio, as denatureza contratual” (1999, p. 382).

b) Restrição da irretroatividade às normasque regulam relações jurídicas quedemandam a vontade do agente, como oscontratos.

3.3) Técnica de solução de França (2000, p.269-278).

a) O autor propõe várias máximas de direitointertemporal, das quais destaca-se: airretroatividade e o direito adquirido sãoprincípios constitucionais; a irretroatividadeé a regra, mesmo no silêncio de norma que o

diga; a lei pode ter efeito retroativo, desdeque não ofenda o direito adquirido; as leisinterpretativas não retroagem, dando-se naverdade a aplicação da lei interpretada apartir da sua vigência.

b) A partir daí estabelece duas técnicas, umafundamental, e outra complementar.

c)A primeira calca-se num silogismo, tendocomo premissa maior um ou dois princípiosde direito intertemporal e como premissamenor pelas máximas referentes aoscaracteres básicos da instituição jurídicaobjetivada pelas leis em conflito. Exemplo:contrato, não havendo retroação, por setratar de direito adquirido.

d) A técnica complementar é calcada nassituações excepcionais onde a técnicafundamental não foi eficaz à solução dedireito intertemporal. Nesse caso, propõe oautor uma hermenêutica mais elaborada,que leva em conta a lei, os meios deintegração da norma (costume, princípiosgerais de direito), doutrina e jurisprudência

estrangeiras (desde que compatíveis comnosso sistema jurídico). Exemplos: saber se alei nova é de fato interpretativa ourevogadora ou derrogadora da lei anterior; sese cuida de ato de aquisição sucessiva, porpartes, ou plural (contratos de longa duração,como de SFH).

4. Direito intertemporal processual.

4.1. Contextualização. Natureza do processoe do procedimento.

a) Natureza do processo: “(...) entidadecomplexa, que deve ser encarada pelodúplice aspecto da relação entre os seus atos

(procedimento) e também da relação entreseus sujeitos (relação jurídica processual)”(DINAMARCO, 2000, p. 204).

b) Natureza do procedimento. “(...) adisciplina dos atos do processo,intrinsecamente ou em sua seqüência oucorrelação” (DINAMARCO, 2000, p. 205).

c) Contribuição de Galeno de Lacerda.

c.1) Inspiração na doutrina de Roubier.

c.2) “Como o processo compreende umaseqüência complexa de atos que se projetamno tempo, preordenados para uma fim, que éa sentença, deve ele ser considerado, em

termos de direito transitório, como um fatorjurídico complexo e pendente, sobre o qual anormatividade inovadora há de incidir.

A aplicação imediata será sempre a regra dedireito comum (Roubier, I/558). Aretroatividade, ao contrário, não se presume;decorre de disposição legislativa expressa,

exceto no direito penal, onde constituiprincípio a retroação da lei mais benéfica”(LACERDA 1974, p. 2).

c.3) Direito adquirido processual.

* “Isto significa que podemos e devemosconsiderar a existência de direitos adquiridos

processuais, oriundos dos próprios atos oufatos jurídicos processuais, que emergem, emcada processo, do dinamismo desserelacionamento jurídico complexo. Aliás, onovo Código é expresso, no art. 158, noreconhecimento desses direitos”(LACERDA1974, p. 3). Também assim: “O art. 1.046,CPC, densifica na legislação

infraconstitucional o direito fundamental àobservância do direito processual adquirido,do ato processual perfeito e da coisa julgada”(MARINONI, 2015, p. 991).

* Direitos adquiridos processuais no NCPC(Art. 200. Os atos das partes consistentes emdeclarações unilaterais ou bilaterais de

vontade produzem imediatamente aconstituição, modificação ou extinção dedireitos processuais).

d) Fenômeno da intertemporalidade seintensificou com as reformas processuais doatual CPC ainda no início da década de 1990.

4.2. Efeito retroativo.

a) “O efeito retroativo da lei nova é suaaplicação dentro do passado” (NERY JR.,2015, p. 2.234).

b) “Há efeito retroativo quando a lei nova éaplicada a situações jurídicas já

consolidadas” (MARINONI, 2015, p. 991).

4.3. Efeito imediato.

a) “(...) o efeito imediato é a aplicação da leinova dentro do presente” (NERY JR., 2015, p.2.234).

b) “Há efeito imediato quando a legislação éaplicada a partir do momento em que entraem vigor, regendo as situações jurídicas quelhe são posteriores” (MARINONI, 2015, p.991).

4.4. O direito intertemporal processualpropriamente dito.

* “O art. 1.046, CPC, regula a sucessão deleis processuais no tempo e a sua aplicaçãoaos processos pendentes – disciplina odireito intertemporal processual”(MARINONI, 2015, p. 991).

4.5. Regras específicas de direitointertemporal processual.

a) Utilização das regras de interpretação dodireito como um todo, notadamente aspropostas por FRANÇA (2000, p. 269-278).

b) Proposta específica no âmbito processual(AMARAL, 2007, p. 24).

b.1) A lei processual nova não retroagirá paraatingir direito processual adquirida nostermos da legislação revogada.

b.2) A lei processual nova não retroagirá

para invalidar ou convalidar ato processualconsumado no império da lei revogada.

b.3) A lei processual nova deve respeitar osatos processuais já realizados, bem como osseus efeitos, aplicando-se aos que houveremde realizar-se, salvo se estes, ainda que nãotenham sido praticados, possuam nexo

imediato e inafastável com ato praticado soba égide da lei antiga ou com os efeitos deste,determinando que devam ser praticados,também, na forma da lei antiga.

b.4) A lei processual nova não retroagirá paraatingir a coisa julgada material adquirida porlei anterior.

c) Posições majoritárias em determinadasmatérias.

c.1) A lei nova não se aplica a processosfindos (WAMBIER et al, 2007, p. 320)

c.2) Alterações de competência.

* Não existe direito adquirido em matéria decompetência absoluta (material e funcional)e organização judiciária, dadapreponderância do interesse público(LACERDA, 1974, p. 5; NERY JR., 2015, p. 228).

* Dada a perpetuatio jurisdictionis (art. 43do NCPC; art. 87 do CPC), pelo qual a

competência se determina no momento emque a ação é proposta, sendo irrelevantes asmodificações do estado de fato ou de direito,há direito adquirido à competência relativa(LACERDA, 1974, p. 6; NERY JR., 2015, p. 228).

c.3) Ampliação de prazos

* Prazos já terminados sob a lei velha nãosão reabertos em hipótese alguma(LACERDA, 1974, p. 67).

* Os prazos alongados contam-se desdelogo, aproveitando-se o lapso decorrido soba lei antiga (LACERDA, 1974, p. 67).

c.4) Diminuição de prazos

* Diferentemente da ampliação de prazos,na diminuição não é permitida a aplicação deperíodos regidos por leis diferentes.

* Ou se conta todo o prazo pela lei antiga oupela lei nova, a partir da vigência desta.

* Se o saldo a fluir pela lei antiga for inferiorà totalidade da nova lei, conta-seintegralmente pela lei antiga. Se o saldo forsuperior, despreza-se o período já decorrido,para computar-se, exclusivamente, o prazoda lei nova, na sua totalidade, a partir daentrada em vigor desta (LACERDA, 1974, p.67).

c.5) Não retroagem as normas de caráterpenitencial, vigorando o princípio dairretroatividade das sanções agravadas ouinovadas (LACERDA, 11974, p. 40).

c.6) Recursos.

* A lei do recurso é a lei do dia da sentença,

que regula cabimento, admissibilidade eprocedimento (LACERDA, 1974, p. 48;MARINONI, 2015, p. 113; MAXIMILIANO,1955, p. 273; ROSAS, 2011, p. 3; WAMBIER,2007, p. 328).

* Posição específica de NERY JR. Rege ocabimento e a admissibilidade do recurso a

lei vigente à época da prolação da decisão daqual se pretende recorrer (NERY JR., 2015, p.228). Rege o procedimento do recurso a leivigente à época da efetiva interposição dorecurso (NERY JR., 2015, p. 228).

* Considera-se, para fins de recorribilidade,a publicação da decisão junto à secretaria (a

devolução dos autos pelo magistrado,inconfundível com a intimação das partes)ou, nos tribunais, o anúncio do resultado dojulgamento (WAMBIER, 2007, p. 328).

d) Ocorrência do fenômeno da ultratividadeou sobrevigência, quando, nada obstante avigência da lei nova, continua o regramento

do assunto pela lei velha (NERY JR., 2015, p.2.236).

e) A devida atenção a interpenetração dasnormas que regulam direito processual ematerial.

f) Dificuldade da temática, mas sempre

tendo presente o norte geral deirretroatividade como regra e deretroatividade somente se respeitado odireito adquirido.

g) Interpretação acerca da impenhorabilidadedo bem de família. Lei n. 8.009/90 (art. 6º).Súmula n. 205 do STJ (A Lei 8.009/90 aplica-

se à penhora realizada antes de sua vigência),DJ 16.04.1998, p. 43.

5. Sistemas de aplicação de direitointertemporal processual.

5.1. Da unidade processual.

* O processo é um complexo de atosinseparáveis uns dos outros, porque todos sesubordinam a um fim, a decisão. É um corpouno, uma unidade e, como tal, deve serregulado por uma única lei.

* Daí que estando em curso um processo,“sobrevindo uma lei nova, disciplinar-se-ia

inteiramente por esta ou pela lei anterior”(SANTOS, 1998, p. 31). Se for o caso deregência pela lei nova, invalidando os atos jápraticados sob a lei antiga, dar-se-á o efeitoretroativo da lei processual. Daí porque a leivelha há de se impor (CINTRA, DINAMARCO,GRINOVER, 2007, p. 105).

5.2. Das fases processuais.

* Considera a existência de várias fasesprocessuais autônomas em cada processo: apostulatória, a ordinatória, a probatória, adecisória e a dos recursos (CINTRA,DINAMARCO, GRINOVER, 2007, p. 105). Cadauma delas compreendendo um conjunto de

atos inseparáveis e, pois, uma unidadeprocessual.

* Em curso um processo, a lei processualnova não se aplica à fase ainda nãoencerrada, que continuaria regida pela leiantiga (SANTOS, 1998, p. 32). A lei nova sóseria aplicada às fases por iniciar.

* Afastada a idéia de retroatividade da leiprocessual.

5.3. Do isolamento dos atos processuais.

* Sem desconsiderar que o processo é umaunidade com um fim a que se propõe, atentaque ele é um conjunto de atos, cada um dos

quais podendo ser consideradoisoladamente, para os efeitos de aplicação dalei nova.

* A lei nova respeita a eficácia dos atosprocessuais já realizados e seus efeitos, e seaplica aos que se houverem de realizar. Nãohá limitações às chamadas fases recursais

(CINTRA, DINAMARCO, GRINOVER, 2007, p.105). Princípio tempus regit actum, que,porém, não significa aplicação ao começo doprocesso.

* É a utilizada pelo NCPC (art. 1.046) e peloCPC (art. 1.211). Preferida da doutrina,embora admita, em algumas situações, a

aplicação do sistema das fases processuais(SANTOS, 1998, p. 32).

6. Preceitos de direito intertemporal noNCPC.

6.1. Sistema de aplicação de direitointertemporal adotado.

a) Adoção expressa da irretroatividade e dosistema de isolamento dos atos processuais(art. 14. A norma processual não retroagirá eserá aplicável imediatamente aos processosem curso, respeitados os atos processuaispraticados e as situações jurídicasconsolidadas sob a vigência da normarevogada).

b) Direitos adquiridos processuais (Art. 200.Os atos das partes consistentes emdeclarações unilaterais ou bilaterais devontade produzem imediatamente aconstituição, modificação ou extinção dedireitos processuais).

6.2. Problemas de direito intertemporalresolvidos ex lege.

a) Aplicação desde logo aos processospendentes e revogação do CPC atual (caputdo art. 1046).

b) Aplicação do CPC atual: às causas relativasaos procedimento sumários e especiais queforem revogadas às ações propostas e aindanão sentenciadas até a vigência do NCPC (§1º do art. 1046); às execuções contra devedorinsolvente, até a edição de nova lei queregule o tema (art. 1.052).

c) Manutenção das disposições especiais dosprocedimentos regulados em outras leis, aosquais se aplicará supletivamente este Código(§ 2º do art. 1046).

d) Aplicação do procedimento comum aosprocessos mencionados no art. 1.218 do CPCatual (loteamento e venda de imóveis a

prestações, renovação de locação de imóveiscomerciais, registro torrens, averbações ouretificações de registro civil, ao bem defamília, habilitação para casamento, dentreoutras), desde que o procedimento aindanão tenha sido incorporado por lei (§ 3º doart. 1046).

e) Aplicação das novas disposições de direitoprobatório apenas às provas requeridas oudeterminadas de ofício a partir da data deinício de sua vigência (art. 1.047). Aquelascuja produção foi determinada de ofício pelojuiz antes da entrada em vigor do NCPCseguem regidas pelo CPC (art. 1.047).

b) Aplicação do CPC atual: às causas relativasaos procedimento sumários e especiais queforem revogadas às ações propostas e aindanão sentenciadas até a vigência do NCPC (§1º do art. 1046); às execuções contra devedorinsolvente, até a edição de nova lei queregule o tema (art. 1.052).

c) Manutenção das disposições especiais dosprocedimentos regulados em outras leis, aosquais se aplicará supletivamente este Código(§ 2º do art. 1046).

d) Aplicação do procedimento comum aosprocessos mencionados no art. 1.218 do CPCatual (loteamento e venda de imóveis a

prestações, renovação de locação de imóveiscomerciais, registro torrens, averbações ouretificações de registro civil, ao bem defamília, habilitação para casamento, dentreoutras), desde que o procedimento aindanão tenha sido incorporado por lei (§ 3º doart. 1046).

e) Aplicação das novas disposições de direitoprobatório apenas às provas requeridas oudeterminadas de ofício a partir da data deinício de sua vigência (art. 1.047). Aquelascuja produção foi determinada de ofício pelojuiz antes da entrada em vigor do NCPCseguem regidas pelo CPC (art. 1.047).

6.3. Alguns problemas de direitointertemporal a demandarem interpretaçãoespecífica.

a) A Lei n. 13.105, publicada em 17.03.2015,somente estará vigendo 1 (um) ano após suapublicação (art. 1.045).

a.1) Sistemática distinta do CPC atual, quefixou precisamente a data de início davigência (art. 1.220. Este Código entrará emvigor no dia 1º de janeiro de 1974, revogadasas disposições em contrário). Quandoexatamente se dará isso? Considera-se operíodo de 1 (um) ano ou o período de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias??

a.2.) Posição de NERY JR. (2015, p. 2.233) nosentido de que deve ser aplicada a LC n.95/98, que dispõe sobre a elaboração, aredação, a alteração e a consolidação dasleis, conforme determina o parágrafo únicodo art. 59 da Constituição Federal, eestabelece normas para a consolidação dosatos normativos que menciona. Dessa

forma, incluindo-se o dia da publicação(17.3.2015) e excluindo-se o dia daconsumação (17.3.2016), o NCPC entra emvigor no dia 18.3.2016.leis de pequena repercussão.

a.3) Posição de MARINONI (2015, p. 991) nosentido de que a vigência dar-se-á em

16.3.2016, a partir da contagem simples doano.

a.4.) Uma outra posição possível é a partir daobservância da inaplicabilidade do art. 8º, daLC n. 95/98 pelo fato de que o legislador nãose utilizou da fração de tempo dias ou meses,mas, sim, anual, o que permite supor a

vigência em 17.3.2016, considerando adefinição de ano civil da Lei n. 810/49, quedefine o ano civil, determinando (art. 1º) queconsidera-se ano o período de doze mesescontado do dia do início ao dia e mêscorrespondentes do ano seguinte.

b) Requisitos da inicial.

* O inciso II do art. 319 do NCPC passou aexigir mais informações na qualificação dainicial (existência de união estável, profissão,CPF ou CNPJ e endereço eletrônico).

* As ações propostas anteriormente, aindaque não despachadas, não podem serobstadas no seu processamento pelaausência de tais informações. Há de seconsiderar, inclusive, a própria noção depropositura da ação do NCPC, a dar-se tão-sócom a distribuição (art. 312).

c) Cômputo de prazos somente em dias úteis.

* Inovação profunda, o NCPC institui otranscurso dos prazos processuaisestabelecidos por lei ou pelo juiz somentenos dias úteis (art. 219). Tal contexto ampliao lapso total dos prazos no NCPC, eis que osdias não-úteis (Art. 216. Além dos declarados

em lei, são feriados, para efeito forense, ossábados, os domingos e os dias em que nãohaja expediente forense) sãodesconsiderados.

* Não parece haver fundamento para afastara aplicação da regra geral relativa àampliação dos prazos, de forma que, sendo

uma espécie.

* Posição distinta do FPPC. Enunciado 268.(art. 219; art. 1.046). A regra de contagem deprazos em dias úteis só se aplica aos prazosiniciados após a vigência do Novo Código.(Grupo: Direito intertemporal e disposiçõesfinais e transitórias).

d) Audiência de conciliação.

* O NCPC torna obrigatória a audiência deconciliação ou de mediação (art. 334). Ela sónão ocorrerá se as partes (litisconsortes,inclusive) manifestarem expressamentedesinteresse ou se a causa não admitirautocomposição (§ 3º do art. 334). A

ausência imotivada é consideradoatentatório à dignidade da justiça e punidacom multa de até dois por cento davantagem econômica ou do valor da causa(§ 8º do art. 334).

* Parece razoável supor que ditaobrigatoriedade (assim como o

sancionamento pecuniário) estabelecem umnovo dever, com correspondente sanção, e sódeve ser aplicada às novas demandas aserem propostas.

e) Novos requisitos da sentença.

* O NCPC tornou a sentença umpronunciamento com mais requisitos, apartir da perspectiva de que demanda umafundamentação mais profunda e exaustiva(art. 489), inclusive, o que concerne àdisciplina de honorários advocatícios (art.

85).

* Dita alteração tem efeito imediato aosfeitos pendentes, desde que a sentençaainda não tenha sido publicada(disponibilizada em secretaria, apósdevolução pelo magistrado, independentedas partes ainda não terem sido intimadas).

f) Remessa necessária.

* Os pisos de remessa necessária foramelevados (art. 496 do NCPC) para 1.000 (mil)salários-mínimos para a União e asrespectivas autarquias e fundações de direitopúblico; 500 (quinhentos) salários-mínimospara os Estados, o Distrito Federal, as

respectivas autarquias e fundações de direitopúblico e os Municípios que constituamcapitais dos Estados; e (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios erespectivas autarquias e fundações de direitopúblico.

* A eliminação de um grau de jurisdição, dacompetência funcional, enseja a aplicaçãoimediata, mediante a cessação dessaatribuição (LACERDA, 1974, p. 52).

* A remessa necessária é condição deeficácia da sentença. Aplicação do regimegeral de irretroatividade das normas

processuais em geral (NERY JR., 2015, p.2.236).

* Desnecessidade de submissão à remessa,observada a lei nova, ainda que a sentençatenha sido proferida na vigência da leianterior.

g) Extinção de recurso.

* O NCPC extinguiu os embargosinfringentes (art. 994), hoje cabíveis contraacórdãos não unânimes que reformarem, emapelação, sentenças de mérito, ou houverjulgado procedente ação rescisória. Contudo,as decisões publicadas durante a vigência do

CPC atual ensejarão o recurso, na forma dalegislação atual (arts. 530 e 534).

h) Novos títulos executivos

* Atribuiu-se eficácia executiva ainstrumento de transação referendado pelaAdvocacia Pública ou por conciliador ou

mediador credenciado por tribunal (art. 784,IV) bem como a contrato garantido porqualquer direito real de garantia (e não sóhipoteca, penhor e anticrese – art. 784, V).Ainda que anteriores à vigência da nova lei,ensejam exeqüibilidade, desde que as açõessejam ajuizadas na vigência do NCPC(LACERDA, 1974, p. 42).

7. Jurisprudência em destaque.

a) “Ementa: EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA.PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.EMBARGOS INFRINGENTES. ART. 530 DO CPC.DIREITO INTERTEMPORAL. PRECEDENTES.

1. Para a aferição da possibilidade de

utilização de recurso suprimido ou cujashipóteses de admissibilidade foramrestringidas, a lei a ser aplicada é aquelavigente quando surge para a parte o direitosubjetivo ao recurso, ou seja, a partir daemissão do provimento judicial a serimpugnado.

2. No caso dos embargos infringentes, o quese visa impugnar é precipuamente o acórdãoproferido em sede de apelação, nascendo,nesse momento, para a parte, o direito deinterpor o recurso, razão pela qual este deveser o marco temporal considerado para finsde definir qual será a legislação aplicada àespécie.

3. O fato de terem sido opostos embargos dedeclaração, julgados após a alteração da leiprocessual, a qual restringiu as hipóteses decabimento dos embargos infringentes, nãotem o condão de extirpar da parte o direitoconstituído a interpor o aludido recurso, quese perfectibilizou no momento dojulgamento da apelação.

4. Proferido o julgamento da apelação sob aégide da redação primitiva do art. 530 doCódigo de Processo Civil, aos embargosinfringentes aplicam-se as normas entãovigentes.

5. Agravo regimental a que se negaprovimento” (STJ, Corte Especial, AgRg noAgRg no AgRg nos EREsp 1114110/SC, rel.Min. Og Fernandes, DJe 08/04/2014).

b) “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSOESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DEPRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃOOCORRÊNCIA. LEI 11.232/05. DIREITOINTERTEMPORAL. CITAÇÃO NA VIGÊNCIA DALEI ANTIGA. INTIMAÇÃO DA PENHORA NAVIGÊNCIA DA LEI NOVA. CABIMENTO DEIMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE

SENTENÇA. PRECEDENTES.1. Inocorrência de maltrato ao art. 535 doCPC quando o acórdão recorrido, ainda quede forma sucinta, aprecia com clareza asquestões essenciais ao julgamento da lide.Ademais, o magistrado não está obrigado arebater, um a um, os argumentos deduzidospelas partes.

2. Cabimento de impugnação aocumprimento de sentença na hipótese decitação na vigência da lei antiga e intimaçãoda penhora na vigência da lei nova (Lei11.232/05).

3. Possibilidade de conversão da execução detítulo executivo judicial em cumprimento desentença.

4. Agravo regimental desprovido” (STJ, 3ª. T.,AgRg no REsp 1165089/RJ, rel. Min. Paulo deTarso Sanseverino, DJe 13/11/2013).

c) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSOESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.APELAÇÃO. PEÇAS NECESSÁRIAS ÀCOMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA. ÔNUSDO RECORRENTE. DIREITO INTERTEMPORAL.APLICAÇÃO IMEDIATA LEI PROCESSUAL.VIGÊNCIA DA LEI 11.382/2006.DESAPENSAMENTO. INSEGURANÇA

JURÍDICA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DASPARTES. EFETIVIDADE DO PROCESSO. ART.736, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC.

1. Recurso especial, concluso ao Gabinete em08/02/2010, no qual discute o ônus da partede instruir a apelação, interposta contrasentença proferida em embargos à execução,

com as peças necessárias ao deslinde dacontrovérsia. Embargos à execução opostosem 19/04/2004.

2. Esta Corte tem entendimento no sentidode que estando os autos dos embargosdesapensados dos autos principais, é ônus daparte a instrução do processo com as cópias

indispensáveis à solução da lide.3. Na hipótese, os embargos à execuçãoforam opostos anteriormente à vigência daLei 11.382/06, quando não havia aobrigatoriedade de sua instrução com aspeças processuais relevantes ao deslinde dacontrovérsia (art. 736 do CPC, parágrafoúnico, do CPC).

4. Mesmo tendo aplicação imediata, a novaredação do art. 736, parágrafo único, do CPC,não faz referência aos recursos interpostosem sede dos embargos que já tramitavamconforme o rito anterior, mas apenas àpetição inicial dos novos embargos opostos.

5. "A razoabilidade deve ser aliada do PoderJudiciário nessa tarefa, de forma que sealcance efetiva distribuição de Justiça. Não sedeve, portanto, impor surpresas processuais,pois estas só prejudicam a parte que temrazão no mérito da disputa" (Resp963.977/RS).

6. Considerando as peculiaridades dahipótese, deveria ter sido, ao menos, dadaoportunidade às partes para juntarem osdocumentos pertinentes, antes de se concluirpelo não conhecimento da apelação.7. Recurso especial provido” (STJ, 3ª. T., REsp1178562/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, DJe23/09/2013).

8. Enunciados do Fórum Permanente deProcessualistas Civis (FPPC).267. (art. 218; art. 1.046). Os prazosprocessuais iniciados antes da vigência doCPC serão integralmente regulados peloregime revogado. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias).

268. (art. 219; art. 1.046). A regra decontagem de prazos em dias úteis só seaplica aos prazos iniciados após a vigência doNovo Código. (Grupo: Direito intertemporal edisposições finais e transitórias)

295. (art. 334, § 12; art. 357, § 9º; art.1.046). As regras sobre intervalo mínimoentre as audiências do CPC só se aplicam aosprocessos em que o ato for designado apóssua vigência. (Grupo: Direito intertemporal edisposições finais e transitórias)

308. (art. 489, § 1o; art. 1.046). Aplica-se oart. 489, § 1º, a todos os processospendentes de decisão ao tempo da entradaem vigor do CPC. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias).

311. (art. 496; art. 1.046). A regra sobreremessa necessária é aquela vigente aotempo da prolação da sentença, de modoque a limitação de seu cabimento no CPC nãoprejudica os reexames estabelecidos noregime do art. 475 CPC/1973. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias)

341. (art. 975, §§ 2 º e 3º; art. 1.046). Oprazo para ajuizamento de ação rescisória éestabelecido pela data do trânsito emjulgado da decisão rescindenda, de modoque não se aplicam as regras dos §§ 2 º e3º do art. 975 do CPC à coisa julgadaconstituída antes de sua vigência. (Grupo:Direito intertemporal e disposições finais e

transitórias)

354.(art. 1.009, § 1º; art. 1.046). O art.1009, § 1º, não se aplica às decisõesproferidas antes da entrada em vigor do CPC.(Grupo: Direito intertemporal e disposiçõesfinais e transitórias)

355. (art. 1.009, §1º; art. 1.046). Se, nomesmo processo, houver questões resolvidasna fase de conhecimento em relação às quaisfoi interposto agravo retido na vigência doCPC/1973, e questões resolvidas na fase deconhecimento em relação às quais não seoperou a preclusão por força do art. 1.009,§1º, do CPC, aplicar-se-á ao recurso de

Apelação o art. 523, §1º, do CPC/1973 emrelação àquelas, e o art. 1.009, §1º, do CPCem relação a estas. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias)

356. (art. 1.010,§ 3º; Art. 1.046). Aplica-se aregra do art. 1.010, § 3º, às apelaçõespendentes de admissibilidade ao tempo daentrada em vigor do CPC, de modo que oexame da admissibilidade destes recursoscompetirá ao Tribunal de 2º grau. (Grupo:Direito intertemporal e disposições finais etransitórias)

365. (art. 1.046; art. 1.030, parágrafo único).Aplica-se a regra do art. 1.030, parágrafoúnico, aos recursos extraordinário e especialpendentes de admissibilidade ao tempo daentrada em vigor do CPC, de modo que oexame da admissibilidade destes recursoscompetirá ao STF e STJ. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais e

transitórias)366. (art. 1.047). O protesto genérico porprovas, realizado na petição inicial ou nacontestação ofertada antes da vigência doCPC, não implica requerimento de prova parafins do art. 1047 (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias)

367. (art. 1.054; art. 312; art. 503). Para finsde interpretação do art. 1.054, entende-secomo início do processo a data do protocoloda petição inicial. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais etransitórias)

365. (art. 1.046; art. 1.030, parágrafo único).Aplica-se a regra do art. 1.030, parágrafoúnico, aos recursos extraordinário e especialpendentes de admissibilidade ao tempo daentrada em vigor do CPC, de modo que oexame da admissibilidade destes recursoscompetirá ao STF e STJ. (Grupo: Direitointertemporal e disposições finais e

Muito obrigado!!franciscoglauber@uol.com.br

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