desafios para o crescimento da do brasil - mansueto almeida pdf

Post on 02-Jul-2015

159 Views

Category:

Economy & Finance

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Material apresentado pelo economista Mansueto Almeida durante o Seminário Assecor 2014. Leia mais sobre o evento: http://www.anesp.org/todas-as-noticias/2014/8/11/anesp-participa-do-seminrio-assecor-2014

TRANSCRIPT

Desafios para o Crescimento da do Brasil

Mansueto Almeida

07 de agosto de 2014

Parte I - Diagnóstico

• A indústria de transformação vem perdendo participação no PIB. Hoje = 13% do PIB;

• Exportação da indústria de transformação não cresce desde 2008;

• Perda da participação dos manufaturados na pauta de exportação. Voltamos ao final da década de 1970;

• Temos problemas conjunturais e estruturais. Difícil prever o que acontecerá com a indústria nos próximos dez anos e com o crescimento do PIB.

Participação da Indústria de Transformação no PIB - %

17.22

19.22

16.63

13.13

11.00

12.00

13.00

14.00

15.00

16.00

17.00

18.00

19.00

20.00

Fonte: IBGE

Produção Física da Indústria de Transformação – 1991-FEV/2014 (2002 = 100)

76.12

102.39

95.69

129.66126.47

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

110.00

120.00

130.00

140.00

Fonte: IBGE

Crescimento Produção Industrial vs. Vendas Reais no Varejo

Produção Física da Ind. de Transformação 2004-2014 (média 2011= 100)

Vendas reais no Varejo (dessazonalizado) –

2004-2014 (média 2011 = 100)

80.0

85.0

90.0

95.0

100.0

105.0

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

110.00

120.00

Fonte: IBGE

Índice de Quantum de Importações- 2004-2013

Índice de quantum de importação bens de consumo duráveis – média 2006 = 100

Índice de quantum de importação bens de consumo não duráveis – média 2006 = 100

Fonte: FUNCEX

0.0

50.0

100.0

150.0

200.0

250.0

300.0

350.0

400.0

450.0

311.6

50.0

70.0

90.0

110.0

130.0

150.0

170.0

190.0

210.0

230.0213.4

Índice de Quantum de Exportações – 2004-2013

Índice de quantum de exportação bens de consumo duráveis – média 2006 = 100

Índice de quantum de exportação bens de consumo não duráveis – média 2006 = 100

Fonte: FUNCEX

40.0

50.0

60.0

70.0

80.0

90.0

100.0

110.0

77.9

80.0

85.0

90.0

95.0

100.0

105.0

110.0

97.0

Balança Comercial Manufatura – US$ milhões 2006-2013

(120,000.00)

(100,000.00)

(80,000.00)

(60,000.00)

(40,000.00)

(20,000.00)

-

20,000.00

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

5,136.20

(36,467.90)

(105,020.70)

Brasil - Exportação % por Fator Agregado: Manufatura – 1978-2013

40.2

46.8

38.7

35.0

40.0

45.0

50.0

55.0

60.0

65.0

Relação Câmbio-Salário corrigido pela Produtividade – JAN/2000-MAR/2014

80.88

50

70

90

110

130

150

170

190

210

230

250

Jan

-00

Jun

-00

No

v-00

Ap

r-0

1

Sep

-01

Feb

-02

Jul-

02

Dec

-02

May

-03

Oct

-03

Mar

-04

Au

g-0

4

Jan

-05

Jun

-05

No

v-05

Ap

r-0

6

Sep

-06

Feb

-07

Jul-

07

Dec

-07

May

-08

Oct

-08

Mar

-09

Au

g-0

9

Jan

-10

Jun

-10

No

v-10

Ap

r-1

1

Sep

-11

Feb

-12

Jul-

12

Dec

-12

May

-13

Oct

-13

Mar

-14

Fonte: Banco Central

Salário Mínimo – Brasil vs. China – US$ 2002-2011

166.92

68.47

325.38

-

50.00

100.00

150.00

200.00

250.00

300.00

350.00

USD China

USD Brasil

Fonte: Shenzhen Statistical Yearbook e IPEADATA

Alguns pontos importantes para discussão

• O problema da indústria hoje é muito mais do lado do custo do que do lado da demanda;

• A demanda vaza para fora porque, no Brasil, a custo da produção é elevado.

• Mercado de trabalho aquecido prejudica a indústria indústria não consegue repassar aumento de custo para preços e, assim, não consegue competir com o setor de serviços.

Mercado de Trabalho no Brasil : Taxa de desemprego (2002-Abril/2014)

Fonte: PME - IBGE

12.9 13.1

9.0

5.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0

9.0

10.0

11.0

12.0

13.0

14.0

Inflação de serviços versus inflação na indústria – IPCA aberto – 2000-2014 - % ao ano

3.0

4.95.5

7.7

6.4 6.4

5.4 5.2

6.4 6.3

7.6

9.0 8.7 8.7 9.0

4.5

5.5

9.8

8.5 8.7

4.4

1.82.1

4.0

2.93.4 3.5

1.8

5.2 5.1

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

Serviços

Industria

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE-FGV

Parte II – Fatores Estruturais que afetam a

Indústria e o crescimento do PIB.• Transição demográfica: crescimento da população

economicamente ativa será cada vez menor. População Total no Brasil passa a cair a partir de 2039.

• Baixo crescimento da produtividade total e do trabalho versus aumentos salariais (e inflação).

• Poupança no Brasil é baixa e o fim do bônus demográfico contribui para redução da poupança doméstica.

Transição demográfica

• Número médio de filhos por mulher no Brasil é hoje abaixo de 2;

• Na próxima década população crescerá à uma taxa inferior a 1% ao ano, ante 3% na década de 1970.

• De 1991 a 2010, a população brasileira cresceu em 44 milhões de habitantes. Nos próximos 20 anos (2011-2030) serão 21 milhões.

Número Médio de Filhos por Mulheres (15-49 anos) – 1940-2011

0

1

2

3

4

5

6

7

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2011

6.16 6.21 6.28

5.76

4.35

2.85

2.38

1.71

Fonte: IBGE

Forte queda no crescimento da População – taxa crescimento % ao ano

-

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

2.39

2.99 2.89

2.48

1.93

1.64

1.17

Fonte: IBGE

Razão de dependência de idosos – 60 anos ou mais

-

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

7.6 7.9 9.0 9.6 10.9 11.8 13.1 15.5

20.6

29.1

38.7

52.1

Fonte: IBGE

Segunda metade do Sec. XX

Primeira metade do Sec. XXI

Crescimento da Produtividade

• Crescimento da produtividade no Brasil é baixa: 1% ao ano de 2000 a 2011. Na época do milagre foi de 3,5% ao ano;

• Crescimento da produtividade do trabalho na indústria foi próximo de “zero”;

• Produtividade dos serviços cresceu pouco, mas puxou o crescimento da produtividade da economia devido à elevada participação do setor no emprego.

Produtividade Total dos Fatores no Brasil – 1948-2011

Edmar Bacha e Régis Bonelli, 2012

PTF = 1980=100

85.0

90.0

95.0

100.0

105.0

110.0

115.0

120.0

100.0 101.7

113.9

Cálculos de Samuel Pessoa (FGV)

Produtividade Total dos Fatores –2003-2013

0.0%

0.5%

1.0%

1.5%

2.0%

2.5%

2003-2006 2006-2010 2010-2013

2.0% 2.1%

0.4%

Fonte: Fernando Holanda Barbosa, IBRE-FGV

Produtividade do Trabalho 2004-2010 - % ao ano

-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

Industria serviços Brasil

-0.1

1.2 1.2

Fonte: Marcos Lisboa e Samuel Pessoa, 2012

Poupança no Brasil: o calcanhar de Aquiles

• Países aumentam sua poupança ao longo do seu processo de crescimento. Isso facilita o financiamento sustentável do crescimento;

• Países jovens poupam “muito” e países com aumento da população idosa despoupa o futuro do Brasil. O que fazer?

• Grande parte da queda da poupança no Brasil decorreu da forte queda poupança do setor público, apesar do forte aumento da carga tributária.

Poupança Doméstica – países asiáticos (média 2005-2010) - % do PIB

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

China India Korea Singapore Vietnam

50.8

31.8 31.0

51.1

28.7

Fonte: Banco Mundial.

Poupança Bruta Brasil - % do PIB

10.00

12.00

14.00

16.00

18.00

20.00

22.00

1960 1970 1980 1990 2000 2012

19.62 20.12

21.09 21.40

16.49 16.21

Fonte: Banco Mundial – World Development Indicators

Brasil: Poupança Pública – 1965-2006 - % do PIB

-6.00%

-4.00%

-2.00%

0.00%

2.00%

4.00%

6.00%4.00%

5.90%

3.70%

0.97%

-4.03%

-1.33%

0.22%

-4.26%

-2.24%

Fonte: IBGE e Krieckhaus, 2002, World Development Vol. 30.

Modelo Asiático

USA e Reino Unido• O Reino Unido duplicou o seu PIB per capita de 1960

a 1993 – 34 anos: taxa média de crescimento de 2% ao ano.

• Carga tributária elevada 35-40% do PIB, sistema universal de saúde e rede social ampla.

• EUA: Crescimento do Pós-guerra até 2007: PIB per capita cresce 2% ao ano. Menor carga tributária entre países desenvolvidos, mas welfare estatelimitado.

Modelo de Crescimento do Brasil: baixa poupança doméstica (% do PIB)

Brasil – 1960-2010 Coreia do Sul – 1960-2010

18.26

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

31.94

-

10.00

20.00

30.00

40.00

Sem poupança doméstica para crescer, precisamos de poupança externa para financiar o nosso crescimento: déficit da indústria de transformação e déficit em conta corrente.

China (1970-2010) Chile51.7

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

55.0 28.32

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

Saldo em Conta Corrente em 12 meses - % do PIB – Dez/1990-Abril/2014

Aug-99, -4.82

Apr-05, 1.93

Apr-14, -3.65

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

% d

o P

IB

Fonte: Banco Central

Parte III – O papel do Estado

• Brasil tem uma carga tributária excessivamente elevada para o nosso nível de desenvolvimento;

• Precisamos aprender a distribuir melhor sem aumentar carga tributária. Temos carga tributária de um país com PIB per capita três vezes superior ao nosso.

• Ajuste fiscal precisa ser gradual e o foco deve ser uma reforma tributária de simplificação.

Gasto Público Total no Brasil

• Pelos dados do FMI, Brasil tem uma despesa pública total (inclusive juros) de 40% do PIB.

• Na América Latina, os campeões de gasto (% do PIB) são: Argentina = 46% e Equador = 43% e Brasil = 40%.

• Desde meados da década de 1990 aumentamos a carga tributária em mais de 10 pontos do PIB, e o investimento público continua próximo a 2,5% do PIB.

Carga Tributária – 1947 – 2012 - % do PIB

Fonte: IBGE e IBPT:2009-2011

1970, 261993, 25.3

2012, 36.2

10

15

20

25

30

35

40

Investimento do Setor Público – exclui estatais -% do PIB – 1970-2011

1976, 6.54

1992, 1.82

2011, 2.30

-

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

Média 1974-1980: 5% do PIB

Média 2003-2011: 1,66% do PIB

Fonte: séries históricas IBGE 1970-2000 e SPE-MF: 2003-2011

• Em comparações internacionais, não estamos tão ruins em inovação como estamos em regulação, infraestrutura e carga

tributária.Instituições 80Infraestrutura 71Macroeconomia 75

Saúdeeeducaçãoprimária 89FatoresBásicos 79

EducaçãoSuperioretreinamento 72Eficiênciamercadodebens 123

Eficiênciamercadodetrabalho 92MercadoFinanceiro 50Fatorestecnológicos 55Tamanhodomercado 9

Fatoresqueafetameficiência 44

Capacidadeempresarial 39Inovação 55FatoresdeInovaçãoeSofisticação 46

Global Competitiveness Report 2013/2014: Brasil na posição 56 entre 148 países.

Rank

Qualidade da Infraestrutura 114

Qualidade das Rodovias 120

Qualidade Ferrovias 103

Qualidade Portos 131

Qualidade aeroportos 123

Qualidade Oferta de Energia 76

Global Competitiveness Report 2013/2014: 148 países.

Qualidade da Infraestrutra – 2013/2014 – Rankde 148 países do melhor para o pior

Setor Público (Governo Central, Estados e Municípios): Estimativa do Gasto Social no Brasil (2011-2012) = 23,5% do PIB

Previdência (incluiLOAS), 12,0%

Saúde (SUS), 4.5%

Educação Pública, 5.50%

Bolsa- Familia, 0.50%

Seguro desemprego e abono salarial,

0.90%

Gasto Público Total na China = 25% do PIB; Gasto Público na Índia = 27% do PIB; Gasto Público Total Brasil = 38%-40% do PIB

Fonte: FMI, SIAFI, Tesouro Nacional, e Banco Mundial

Anomalias da nossa carga tributária

• Elevado custo para cumprir com as obrigações fiscais + cumulatividade;

• Elevada proporção de impostos indiretos= no Brasil, 49% da arrecadação versus 33% na OCDE;

• Papel distributivo do governo antes e depois da tributação e transferências é pequeno.

Número de horas para cumprir com as obrigações fiscais no ano.

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,0002,600

177 318 243 291 203 218

Fonte: Banco Mundial

Estrutura da Arrecadação no Brasil: elevada proporção de impostos indiretos.

Fonte: Receita Federal.

2010 2011 2012

Tributos sobre a renda 18,18% 19,02% 17,84%

Tributos sobre a Foilha de salários 26,14% 25,76% 26,53%

Tributos sobre a propriedade 3,75% 3,70% 3,85%

Tributos sobre bens e Serviços 49,73% 49,22% 49,73%

Tributos sobre Transações Financeiras 2,10% 2,19% 1,95%

Outros Tributos 0,10% 0,10% 0,09%

Queda na desigualdade de renda antes e depois de impostos e transferências , CEPAL, Time for Equality2010.

Governos Latino Americanos são menos eficientes que países da OCDE.

Fatos Estilizados

• Entre 1991 e 2013, o gasto primário do governo federal (exclusive transferências a estados e municípios) passou de 11% para 19% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil.

• Apesar desse crescimento do gasto, o país passou, sistematicamente, a gerar superávits primários para pagar os juros da dívida interna e externa, a partir 1999.

• Equilíbrio fiscal baseado no crescimento da receita –arrecadação quebra barreira do 25% do PIB (1970-1994) e passa para 35%-36% do PIB, em 2011/13.

Gasto Não Financeiro do Governo Federal (% do PIB) - 1999-2013

Fonte: Tesouro Nacional e SIAFI. OBS: exclui capitalização da Petrobrás em 2010.Elaboração: Mansueto Almeida

*crescimento em ponto percentual do PIB

PESSOAL INSS SUBSÍDIOSCUSTEIO

ADMINISTRATIVO

CUSTEIO

SAUDE E

EDUC.

CUSTEIO

GASTOS

SOCIAIS

INVEST. sem

MCMV)TOTAL

1999 4,47% 5,50% 0,24% 1,43% 1,75% 0,59% 0,50% 14,49%

2000 4,57% 5,58% 0,31% 1,27% 1,76% 0,59% 0,66% 14,73%

2001 4,80% 5,78% 0,35% 0,73% 1,82% 0,90% 1,17% 15,57%

2002 4,81% 5,96% 0,16% 1,05% 1,83% 0,96% 0,95% 15,72%

2003 4,46% 6,30% 0,36% 0,91% 1,71% 1,00% 0,40% 15,14%

2004 4,31% 6,48% 0,29% 0,98% 1,71% 1,21% 0,62% 15,59%

2005 4,30% 6,80% 0,48% 1,10% 1,78% 1,29% 0,64% 16,38%

2006 4,45% 6,99% 0,40% 1,14% 1,70% 1,56% 0,72% 16,96%

2007 4,37% 6,96% 0,38% 1,18% 1,78% 1,63% 0,82% 17,12%

2008 4,31% 6,58% 0,20% 1,01% 1,75% 1,64% 0,93% 16,42%

2009 4,68% 6,94% 0,16% 1,05% 1,89% 1,89% 1,05% 17,66%

2010 4,42% 6,76% 0,25% 1,06% 1,96% 1,84% 1,15% 17,43%

2011 4,34% 6,81% 0,44% 0,88% 2,04% 1,93% 1,09% 17,52%

2012 4,24% 7,21% 0,51% 0,90% 2,22% 2,15% 1,10% 18,32%

2013 4,19% 7,38% 0,67% 1,17% 2,22% 2,25% 1,01% 18,89%

1999-2013 -0,28 1,88 0,42 -0,26 0,47 1,66 0,51 4,40

Salário Mínimo Real – 1995-2014 – R$ de abril de 2014

270.54

475.94

735.63

200.00

300.00

400.00

500.00

600.00

700.00

800.00

Fonte: IPEADATA

Setor Público (Governo Central, Estados e Municípios): Estimativa do Gasto Social no Brasil (2011-2012) = 23,5% do PIB

Previdência (incluiLOAS), 12,0%

Saúde (SUS), 4.5%

Educação Pública, 5.50%

Bolsa- Familia, 0.50%

Seguro desemprego e abono salarial,

0.90%

Gasto Público Total na China = 25% do PIB; Gasto Público na Índia = 27% do PIB; Gasto Público Total Brasil = 38%-40% do PIB

Fonte: FMI, SIAFI, Tesouro Nacional, e Banco Mundial

Despesa Primária 1999-2013

• De 1999 a 2013, a despesas primária cresce 4,4 pontos do PIB. Em três anos de governo Dilma (2012 e 2013) a expansão da despesa primária foi de 1,5 pontos de percentagem do PIB, apesar do não crescimento do investimento público.

• Para explicar o crescimento da despesa é suficiente olhar para programas de transferência de renda: INSS+ seg. desemprego + abono salarial, bolsa-família, e LOAS. Essas contas explicam 80% do crescimento da despesa de 1999 a 2013: 3,5 pontos do PIB.

• As contas que mais crescem são exatamente aquelas afetadas pela regra de reajuste do salário mínimo. Difícil controlar o crescimento da despesa primária com a regra atual do salário mínimo.

Crescimento da Despesa Primária em pontos de percentagem do PIB – 1998-2013

-

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1.60

FHC-2 LULA-1 LULA-2 DILMA - 3 anos

0.69

1.24

0.47

1.50

Fonte: Tesouro Nacional

Superávit Primário do Setor Público – sem dividendos e receita de concessões

0.00%

0.50%

1.00%

1.50%

2.00%

2.50%

3.00%

3.50%

média 2001-2008 média 2009-2013

3.10%

1.50%

Fonte: Banco Central

Saldo dos Empréstimos para Bancos Públicos –2007-2013

14.15 43.09

144.79

256.60

319.15

406.93

466.92

0.50 1.39

4.62

6.81

7.70

9.22

9.71

0.00

2.00

4.00

6.00

8.00

10.00

12.00

0.00

50.00

100.00

150.00

200.00

250.00

300.00

350.00

400.00

450.00

500.00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

% d

o P

IB

R$

bilh

õe

s

R$ bilhões % do PIB

Taxa de Juros Implícita da DLSP – 2002-2013 - % ao ano

15.52

17.53

14.38

17.18 16.33

15.09 14.64 14.41 14.91

16.91

15.00

16.90

-

2.00

4.00

6.00

8.00

10.00

12.00

14.00

16.00

18.00

20.00

Brasil – conta de juros setor público - % do PIB

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

8.00%

9.00% 8.53%

5.28% 5.14%

Fonte: Banco Central

Divida Bruta e Juros - % do PIB

Ano Div Bruta Juros nominais

EUA 2013 105,7% 3,20%

França 2012 90,2% 2,40%

Alemanha 2013 78,0% 1,65%

Japão 2012 243,1% 0,70%

Inglaterra 2013 90,1% 1,30%

Ano Div Bruta Juros nominais

Brasil 2013 66,30% 5,10%

Espanha 2013 93,90% 2,90%

Grécia 2013 173,80% 4,00%

Irlanda 2013 112,80% 4,00%

Itália 2013 132,50% 5,00%

Fonte: FMI, 2014

Conclusões

• Sem poupança doméstica, o resto do mundo terá que financiar o nosso crescimento pressão no Balanço de Pagamentos no futuro;

• Governo (sem poupança) não consegue colocar a taxa de câmbio onde quer: inflação;

• Não há mais como crescer 4% ou 5% sem forte crescimento da produtividade e do investimento: taxa de investimento em 24% e crescimento da produtividade de 1,5% ao ano.

• O problema hoje da indústria é muito mais do lado do custo do que do lado da demanda: demanda vaza para fora porque aqui produtos são caros;

• A forma de “salvar” a indústria e o próprio Brasil é com a retomada do ciclo de reformas e aumento imediato do investimento público (direto e via concessões). Mas o problema do financiamento continua.

• Como conciliar a demanda por maiores gastos com educação, saúde e infraestrutura e política industrial ativa sem aumentar carga tributária?

• Não há como ser ativo na área social, dar incentivos setoriais e investir muito em infraestrutura – não temos recursos. O Brasil hoje não tem um modelo de desenvolvimento.

• O desafio não é produzir milagres mas conseguir crescimento consistente do PIB de, no mínimo, 3,5% ao ano ao longo das próximas três décadas = EUA pós-guerra.

Obrigado

Mansueto_almeida@uol.com.br

top related