da escola pÚblica paranaense 2009 · 2013-06-14 · o poder da mídia na construção da imagem...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
MATERIAL DIDÁTICOOAC OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA
Autor: Edilene Teresinha da SilvaEstabelecimento: Colégio Estadual CataratasEnsino: Ensino MédioDisciplina: Língua PortuguesaConteúdo estruturante: A Influência iconográfica de Che Guevara para o público adolescenteConteúdo específico: Breve descrição da história de Che Guevara enquanto ícone potencializado pela mídia.
APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO.
A militancia social de Che Guevara tem o itinerário de luta prática e é preciso
revelar âmbitos da figura dele utilizando o processo de comunicação tendo em vista
o poder da mídia na construção da imagem iconográfica deste personagem. É
necessária a utilização de alguns componentes da comunicação para mostrar o
envolvimento de imagens, áudio e vídeo na construção iconográfica e influência na
juventude.
A análise de discurso francesa, enquanto corrente teórica indica caminhos
para a construção da iconografia através da relação língua, sujeito e história onde o
discurso mostra a relação entre língua e ideologia. Consideração sobre o contexto
histórico ajuda o jovem compreender a estrutura que forma o desejo ou não de
analisar a imagem de Che Guevara e superar a língua portuguesa genuinamente
gramatical para uma análise crítica e consciente da formação do ícone na conjuntura
estruturalista e perceber transparência do sentido.
Ao longo da história de vida de Guevara e sobretudo após sua morte o jovem
vitimouse a utilização indiscriminada de impressões que anuncia práticas
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
Professora PDE: Edilene Teresinha da SilvaÁrea: Língua PortuguesaProfessor orientador: Alexandre Sebastião Ferrrari SoaresIES: UnioesteEstabelecimento: Colégio Estadual Cataratas
discursivas publicitárias, sem reflexão do impacto comercial da imagem da
construção da iconografia.
É fundamentalmente importante compreender que o trabalho não faz resgates
da imagem heróica de Che Guevara, o trabalho se funda na construção da
iconografia de Che sob a influência da comunicação e a construção iconográfica de
Che para o público adolescente. A critério científico a descrição utiliza a
interpretação do imaginário iconográfico construído e a propagação midiática.
Do ponto de vista metodológico, neste trabalho a ideologia do sujeito não é
potencializada, é descrita como fator principal da análise que serve de apoio para
explicar a conjuntura teórica da análise do discurso francesa.
Aos professores ficará a proposta de reflexão sobre a mídia e o processo de
comunicação na construção do ícone e na construção dos efeitos de sentidos da
imagem de Che para os adolescentes.
Este OAC destinase a questão midiática no processo de comunicação,
linguagem, intelecção juvenil e o poder do discurso em relação ao jovem, seus
efeitos de sentido. Aos professores que atuam no Ensino Médio.
1. RECURSO DE EXPRESSÃO.
Chamada para recurso de expressão.
A mídia é veículo que propõe o processo de comunicação e construção de ícones e
o discurso como atividade comunicativa.
Título:
A mídia utilizando o processo de comunicação
PROBLEMATIZAÇÃO.
A duração do mito de Che Guevara, sua amplitude midiática, ideológica, imaginária
e de consumo que nutri o universo de Che Guevara. A mídia cria suporte e
potencializa o consumo de Che enquanto ícone.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
A mídia e o processo de comunicação:
Che Guevara aparece na mídia com bastante freqüência. As manchetes falam
de sua morte, comemorações, documentos e fotos. O que reforça o ícone Guevara
são jornais, revistas, livros e filmes.
Para Juan Domingues:
Reportagens de jornais e revistas, documentários para a TV, livros e filmes no cinema são os fios condutores midiáticos que reforçam o mito de Che junto ao imaginário social. Com a aura de uma estrela hollywoodiana, Che Guevara se mantém como um produto midiático sempre em voga. Na edição do último dia de 1995, por exemplo, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma reportagem sobre Che, sob o título Guevara, o símbolo da utopia dos anos 60. (DOMINGUES, 2008, p. 89)
A imagem de Che Guevara se sustenta feito produto midiático. Che Guevara
é ressuscitado no Brasil através do filme Diário de Motocicleta do cineasta Walter
Salles. Diário de Motocicleta foi desenvolvido em 2004. É baseado nos relatos de
Che, o filme descreve a viagem de Che pela América do Sul.
Dentre tantas imagens consumidas mundo a fora existe uma onde Che é
expressado como símbolo do capitalismo através das orelhas do Mickey de Walt
Disney.
FIGURA 1: Marcas e símbolos do capitalismoDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
Camisetas femininas e masculinas são vendias em alta escala, realizadas em
linhas de produção.
FIGURA 2: Roupas e acessórios com a famosa imagem de Che dividem espaço com astros da música pop nacional e internacional. Foto: Juan Domingues, Praça da
Alfândega, Porto Alegre, outubro de 2007. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
O advento da internet corroborou para o comercio virtual. Sites vendem
camisetas, bonés, botons, CDs, estatuetas, etc em alta escala. É comum a venda da
imagem de Che, vendedores ambulantes, camelôs, feira livre, industrial têxtil todos
estes segmentos de mercado abarcam este comércio guevariano.
Neste contexto ocorrem inúmeras críticas às pessoas que idolatram Che
como homem bom que nunca participou de derramamentos de sangue ou como
personagem caracterizado pelo poder justificando sua crueldade Leninista. Leituras
diferentes são apregoadas mundo afora a respeito da construção da imagem
iconográfica de Che.
Che foi alvo de edição da revista Veja em comemoração aos 40 anos de sua
morte. A manchete dizia o seguinte: Che, a farsa do herói: verdades inconvenientes
sobre o mito guerrilheiro altruísta, quarenta anos depois de sua morte. A revista
Caros Amigos atribuiu o seguinte significado: O Che: combatente e intelectual.
Opiniões diferentes são expressas.
FIGURA 3: Che violento e autoritárioDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
A Revista Veja mostra o mito violento e sanguinolento, já a Caros Amigos
coloca Che como homem de coragem, luzente, inteligente e dadivoso. A mídia ao
falar de Che reforça o mito, a ideologia e o consumo da sua imagem, e isso
independe do conceito editorial.
A respeito da matéria da Revista Veja Juan Domingues descreve que:
Em uma única página, Veja reforçou o mito ao falar da ideologia, do consumo e do imaginário social em relação ao líder revolucionário. Ao concluir a reportagem, a revista acredita ter compreendido como o mito de Che foi construído. (DOMINGUES, 2008, p. 97)
A Revista Caros Amigos exalta o homem revolucionário, de ideais sólidas,
combatente do imperialismo e intelectual, mostra a sua doutrina ideológica
esquerdista.
FIGURA4: foto 7 Revista trata Che como intelectualDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
O fato essencial no trabalho é perceber a construção no mito através da
mídia, afinal seu rosto está estampado mundo afora.
FIGURA 5: Camisetas em oposição ao revolucionário argentino também são vendidasDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
A famosa fotografia tirada por Alberto Korda, fotógrafo cubano em 1960 é
produzida no mundo.
FIGURA 6: A imagem original de Alberto Korda, obtida em 5 de março de 1960.Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
A mídia utiliza o processo de comunicação para a formação do mito através
da foto da morte de Che, no entanto é preciso lembrar que ele já não era mais
adolescente quando foi capturado aos 39 anos.
A construção iconográfica de Che se dá através de alguns fatores tais como:
primeiro em ser guerrilheiro, segundo ter posto de comandante, e terceiro pela foto
se aproximar à pinturas barrocas representando a morte de Cristo e contemplativo.
Em 1968 jovens de diferentes países rebelavam contra o panorama político
no mundo. Che Guevara como idealista deixou marcas de seu comportamento sócio
político, mas sua morte representava naquele momento seu poder autoritário de
homem revolucionário. O movimento da contracultura pregava a paz e liberdade de
expressão. Os esquerdistas contribuíram na construção midiática de Che porque
sua morte sucedeu um grande protesto em defesa dos direitos civis.
É fato que a imagem iconográfica atribuída a Che Guevara ao longo da
história marcou a idéia velada de imaginário guevarista. No entanto o mito se
construiu .
FIGURA 7: Mostra de Artes Beco com Saídas, realizada no arquivo Público e Municipal de Rio Claro – SP em abril de 2010. Artista Plástica Aparecida Maria Alves da Cunha
Disponível em: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12210859153876168420
O imaginário produzido pela mídia formaliza posições de representação de
realidades resultando em consumidores de produtos mercadológicos fortalecendo a
idéia de mítica.
PROPOSTA DE ATIVIDADE REFLEXÃO E DISCUSSÃO
I Após a leitura e análise da matéria realizada pela Revista Veja, edição 2008 de 03
de outubro de 2007, levantar questionamentos a respeito da construção iconográfica
de Che Guevara.
II Após a leitura e análise da matéria O Che: combatente e intelectual da Revista
Caros Amigos, número 35 de outubro de 2007 realizar um paralelo entre a matéria
da Veja sob o aspecto da análise do discurso francesa.
III – Analisar a construção iconográfica de Che Guevara através do filme Diário de
Motociclista do cineasta Walter Salles.
Referências
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
Revista Veja, edição 2.28, 3 de outubro de 2007.
Revista Caros Amigos, nº 35, outubro de 2007.
NOZOK Michael. TENENBAUM Edgard & e TENKHOFFDOS Karen Diários de Motocicleta. Direção de Walter Salles. Local, Southfork Pictures / FilmFour / Tu Vais Voir Productions / Senator Film Produktion GmbH, 2004. [FilmeDVD], 128 min. Português: Dolby Surround 2.0.
2. RECURSOS DE LEITURA DA IMAGEM ICONOGRÁFICA DE CHE GUEVARA
Título:
O advento tecnológico e a iconografia guevariana
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
O advento da internet e da tecnologia de ponta garante a aproximação e o
conhecimento dos vultos históricos, revolucionários e reacionários. A partir do
desenvolvimento e avanços, percepções e estudos são caracterizados numa
metodologia detalhada sobre as personalidades.
Ao longo do tempo e utilizando a rapidez do advento de comunicação como a
internet, Che Guevara mistificado em uma determinada região passa a ser
conhecido, admirado e tem suas práticas e posições políticas amplamente
divulgadas.
Idéias sobre Che Guevara foi desenvolvida, relatos são elucidativos na
formação da imagem de herói. Sem as fronteiras o ideologismo do homem
ultrapassa as barreiras com uma notável força de ação, imagens influenciam e
marcam para uma parcela das sociedades que se formam acreditando no herói
definido, com causas das mais simples e mais complexas.
Na era da informação a comunicação é mais rápida da mesma forma que
alcança inúmeros usuários. Novos formatos de interação são inseridos no contexto
escolar como lançar mão de vídeos documentários que serve como ferramenta de
pesquisa.
O contexto histórico de Ernesto Che Guevara é objeto de expressão presente
na rede mundial de computadores Internet – e serve como base de conhecimento
para a pesquisa trabalhando não somente contexto histórico se dotando de som,
mídia e áudio tornando importante na influencia iconográfica de Che ou como
componente esclarecedor e ilustrativo.
PROPOSTA DE ATIVIDADE REFLEXÃO E DISCUSSÃO
I Realizar uma pesquisa a respeito da trajetória política e revolucionária, do
comandante Che Guevara, acessando o sitio http://www.guevara.com.br .
II Buscar no You tube o vídeo “Che Guevara em la ONU.Discurso Marxista
Leninista.”
III – Trabalhar o álbum com fotos representando a trajetória de Che Guevara.
Referências
http://www.guevara.com.br
http://www.youtube.com/watch?v=0jy2sHwakLY&feature=related
3. CONTEXTUALIZAÇÃO E TEMA CENTRAL
Título
Influencia da comunicação no processo de intelecção juvenil
PROBLEMATIZAÇÃO
A influência iconográfica de Che Guevara no contexto juvenil e seu poder de
produções de sentido da língua, do discurso e da ideologia.
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
A iconografia de Che Guevara se configura entre as imagens produzidas sob
fatos explorados pela historiografia textos, artigos científicos, documentários,
filmes, música, etc. O processo midiático realizado pelas formas de comunicação
pode contemplar na visão da análise do discurso novas leituras e interpretação a
respeito da produção de sentido.
É possível observar que um ícone atravessa uma trajetória intelectiva e ao
longo da sua história ocorrem as construções de sentido por meio de fatos e
acontecimentos modelando personagens históricos. Neste sentido Orlandi
argumenta que:
o sentido não existe em si mais é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sociohistórico em que as palavras são produzidas. As palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam.Elas “tiram” seu sentido dessas posições, isto é, em relação às formações ideológicas nas quais essas posições se inscrevem.(ORLANDI,2007, p.4243)
Já a intercessão entre homem e meio inerente a linguagem é descrita por
Orlandi (2007, p.6) como um processo de produção de sentidos entre homem,
mundo e língua.
É possível observar que para os jovens a construção do imaginário, deixa um
vago o discurso. O interesse histórico pode postular relações de seus anseios de
releitura ou leitura revolucionária do terceiro milênio
A linguagem esclarecedora da iconografia de Che Guevara reflete nos
adolescentes posições quando interagem a um contexto cultural de leituras e
reconhecimento dos fatos históricos como a postura do Che.
No processo de intelecção juvenil, o adolescente não percebe a seriedade de
carregar na estampa de uma camisa um ícone.
Che Guevara é apontado como ícone que pode ser explorado na
comercialização sem nenhuma referência a uma ideologia revolucionária comunista
leninista. Por esclarecimento citamos Orlandi, (2007, pg. 1920):
a. a língua tem sua ordem própria mas só é relativamente autônoma ( distinguindose da Linguística, ela reintroduz a noção de sujeito e de situação na análise da linguagem);b. a história tem seu real afetado pelo simbólico ( os fatos reclamam sentidos);c. o sujeito de linguagem é descentrado pois é afetado pelo real da língua também pelo real da história, não tendo o controle sobre o modo como elas o afetam. Isso redunda em dizer.
O adolescente sem conhecimento do discurso utiliza a mensagem comum da
criação iconográfica de Ernesto Che Guevara. É mais tendencioso usar objetos com
estampas do homem mais conhecido desde metade do Século passado, sem no
entanto traduzir o conceito de modismos, consumo e ideologia.
A análise do discurso observa os dispositivos e procedimentos que anuncia e
confere a intelecção do conteúdo em seu contexto:
Os procedimentos da Análise de Discurso têm a noção de funcionamento como central, levando o analista a compreendêlos pela observação dos processos e mecanismos de constituição de sentidos e de sujeitos [...] (ORLANDI, 2007, p. 77).
A iconografia sobre Che exerce influência sobre os jovens por conta da
massificação das imagens. A proposta de releitura do discurso apresenta uma
referência histórica de atuação revolucionária de Guevara.
Os jovens em questionamentos aleatórios em seus locais de lazer muitas
vezes esclareceram um parco conhecimento e assumiram o modismo rebelde sem a
menor contextualização entre mito, ícone, herói, guerrilheiro e homem. A influência
iconográfica refletese mais pelo desfile das marcas do que uma perspectiva
pedagógica.
A imagem de Che é usada midiaticamente como manobra do capital
divulgando e banalizando no peito do jovem um rosto cheio de expressão por uma
situação de modismo. No entanto há jovens que incorporam a imagem de Che a um
discurso pragmático, o menino nascido em solo argentino, o homem determinado a
vitória do povo pela força. No século XXI quando o mundo suplica paz e o
desarmamento, jovens utiliza da foto do herói em guerrilha armado tentando levar a
salvação comunista.
A tendência do modismo juvenil serve de veículo informativo orientando e
apresentando seriamente o fato, momento e personagem histórico sobre o fato.
Para elucidar esta idéia Orlandi (2007, p. 18) argumenta: “a materialidade
específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a
língua, trabalha a relação de língua – discurso – ideologia”.
No entanto, o caminho do discurso mostra as contradições que necessitam de
superação, pois com naturalidade, jovens consomem utensílios como botons,
estamparia arrojada ou qualquer intenção de designer visual somando a iconografia,
sem perceber as leituras e releituras sobre quem foi Che Guevara.
A releitura iconoclasta da imagem midiática de Che Guevara influencia
adolescentes sem a consistência dos fatos, confirmando que a estampa do ícone
comunista pode fazer a incompreensão histórica e de idéias revolucionárias.
Contudo a concepção iconoclasta confere a prerrogativa do poder de exaltar Che
Guevara como um ícone da juventude comunista leninista dos anos sessenta e um
passado de lutas e ideais.
Referências
BRANDÃO, Maria Helena Nagamine. Introdução a análise do discurso. ed. 2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.ORLANDI, Eni.P. Análise do Discurso. ed. 7.ª. Campinas, SP: Pontes, 2007.
ORLANDI, Eni.P. As formas do silêncio: No movimento dos sentidos. ed. 4.ª. UNICAMP, SP: Editora da Unicamp, 1997.
ORLANDI, Eni.P. Discurso & Leitura. São Paulo, SP: Cortez, 1988.
PROPOSTA DE ATIVIDADE REFLEXÃO E DISCUSSÃO
I Trabalhar o roteiro do livro Che Guevara – Uma Bibliografia de Jon Lee Anderson,
esclarecendo fatos, diários e memórias.
II Trabalhar músicas que retomam o contexto social político que contribuiu para
história de Che Guevara.
4. O PODER MIDIÁTICO E SUA RELAÇÃO COM O JOVEM
Título Análise crítica do poder do discurso em relação ao jovem
Dentro da perspectiva do discurso segundo Foucault é possível notar a relação entre o discurso e o poder bem como as várias maneiras de observar, investigar e elaborar as palavras ditas, escritas ou faladas. É notável o discurso mantém a simbologia do sim e do não e o poder de influenciar e dirigir o pensamento humano para uma realidade madura ou superficial. É essa forma que a produção midiática acolhe o discurso sobre a questão mitológica do Che Guevara, levando o adolescente a perceber um ídolo que pode influenciar em seu comportamento de acordo com o discurso utilizado e pelo mesmo discurso em que o jovem acredita como verdadeiro.
“ ...gostaria de mostrar que o discurso não é uma estreita superfície de contato, ou de confronto, entre uma realidade e uma língua, o intrincamento entre um léxico e uma experiência; gostaria de mostrar, por meio de exemplos precisos, que, analisando os próprios discursos, vemos se desfazerem os laços aparentemente tão fortes entre as palavras e as coisas, e destacarse um conjunto de regras, próprias da prática discursiva. (...) não mais tratar os discursos como conjunto de signos (elementos significantes que remetem a conteúdos ou a representações), mas como práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam. Certamente os discursos são feitos de signos; mas o que fazem é mais que utilizar esses signos para designar coisas. É esse mais que os torna irredutíveis à língua e ao ato da fala. É esse .mais. que é preciso fazer aparecer e que é preciso descrever.” (Foucault, 1986, p.56 )
Para Foucault a elaboração do discurso deve estar apoiada na formação
discursiva ou seja para que serve e para que finalidade, assim sendo podese ter o
apoio das temáticas para a influência nas escolas, nas ruas ou mesmo em relação
ao jovem revolucionário sem uma causa expressa, mas que conserva no seu ídolo o
discurso de herói humanitário buscando a consciência de evitar o caos.
“Chamaremos de discurso um conjunto de enunciados que se apóie na mesma
formação discursiva” (Foucault, 1986, p.135).
O conceito do discurso segundo Foucault envolve o ser ao seu objetivo
sucinto de fala ou de ação, aonde toda a liberdade é individual mas a finalidade do
contexto é a formação e estruturação grupal . alguém escreve ou fala para outrem e
assim se faz a movimentação dessas releituras provando que a influência pode
ocasionar toda a prática de correlação entre o objeto de estudo e o sujeito autor da
elaboração do discurso.
”.um feixe complexo de relações que funcionam como regra: ele prescreve o que deve ser correlacionado em uma prática discursiva,
para que esta se refira a tal ou qual objeto, para que empregue tal ou qual enunciação, para que utilize tal conceito,para que organize tal ou qual estratégia. Definir em sua individualidade singular um sistema de formação é, assim, caracterizar um discurso ou um grupo de enunciadospela regularidade de uma prática”. (Idem, p.82)
É possível acompanhar as diretrizes do discurso de Foucault, e as suas
condições provando o enunciado dentro de 4 parâmetros básicos de informação.
1. a referência a algo que identificamos (o referente, no caso, a figura de
mestre associada a doação e amor);
2. o fato de ter um sujeito, alguém que pode efetivamente afirmar aquilo
(muitos professores e professoras ocupam o lugar de sujeito desse enunciado,
e o interessante neste caso seria, por exemplo, descrever quem
são os indivíduos que ainda estão nessa condição; mesmo pessoas que
não são professores, os “voluntários da educação”, também se reconhecem
nesse discurso, como tantas vezes vemos em reportagens de jornais
e na televisão);
3. o fato de o enunciado não existir isolado, mas sempre em associação e
correlação com outros enunciados, do mesmo discurso (no caso, o discurso
pedagógico) ou de outros discursos (por exemplo, o discurso religioso,
missionário, ou mesmo o discurso sobre a mulher, a maternidade,
e assim por diante);
4. finalmente, a materialidade do enunciado, as formas muito concretas
com que ele aparece, nas enunciações que aparecem em textos pedag
ógicos, em falas de professores, nas mais diferentes situações, em diferentes
épocas (vejase como a mídia se apropria desse discurso e o
multiplica em inúmeras reportagens sobre pessoas que voluntariamente
passam a dedicarse ao trabalho de “educadores”).
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO PROPOSTA DE ATIVIDADE REFLEXÃO E
DISCUSSÃO
I Simular uma entrevista hipotética com Che Guevara com fatos da atualidade,
verificando as respostas que os participantes do grupo de estudo atribuiriam como
se fossem Che Guevara.
II Propor um júri simulado entre os participantes do grupo de estudo onde a figura
histórica de Ernesto Che Guevara seja julgada.
Referências
http://www.scielo.br/pdf/cp/n114/a09n114.pdf
FOUCAULT, M. A Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1986
5 RECURSOS DIDÁTICOS
5.1 Sítios
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
http://veja.abril.com.br/031007/p_082.shtml
5.2 SONS E VÍDEOS
Sons
Disponíveis em http://letras.terra.com.br/
Hasta siempre comandante Che GuevaraComposição: Carlos Puebla
Aprendimos a quererteDesde la histórica alturaDonde el sol de tu bravuraLe puso un cerco a la muerte.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.Tu mano gloriosa y fuerteSobre la historia disparaCuando todo santa clara
Se despierta para verte.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Vienes quemando la brisaCon soles de primaveraPara plantar la banderaCon la luz de tu sonrisa.Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Tu amor revolucionarioTe conduce a nueva empresaDonde esperan la firmezaDe tu brazo libertario.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Seguiremos adelanteComo junto a ti seguimosY con Fidel te decimos:Hasta siempre comandante.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara
Zamba al CheComposição: Victor Jara
Vengo cantando esta zambacon redoble libertario,mataron al guerrilleroChe comandante Guevara.Selvas, pampas y montañaspatria o muerte su destino.
Que los derechos humanoslos violan en tantas partes,en América Latinadomingo, lunes y martes.Nos imponen militarespara sojuzgar los pueblos,dictadores, asesinos,gorilas y generales.Explotan al campesino
al minero y al obrero,cuanto dolor su destino,hambre miseria y dolor.Bolívar le dió el caminoy Guevara lo siguió:liberar a nuestro pueblo del dominio explotador.
A Cuba le dió la gloriade la nación liberada.Bolivia también le llorasu vida sacrificada.San Ernesto de La Higuerale llaman los campesinos,selvas, pampas y montañas,patria o muerte su destino.
Canción para mi soldadoComposição: Silvio Rodriguez
Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que siga el canto mi amigocumpliendo con su deber.
La muerte pone un silbido en los oídos del hombre,canto que no tiene nombre,canción que busca su trino,cumple en la selva destino simple de hombre militante,el turno de los instantes
de su verdadera suertecomo me manda la muerte,con su palabra quemante.
Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que siga el canto mi amigocumpliendo con su deber.
Canción para mi soldadoes la que quiero cantary con ella confesar
que es un canto enamoradoporque la canta el de al lado,el de ayer, el de después.Canción que nació una vezque se navegaba el mundocuando elegimos el rumbobajo la estrella del Che.
Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que sigo el canto mi amigocumpliendo con su deber.
Fusil contra fusilComposição: Silvio Rodriguez
El silencio del monte vapreparando su adiósla palabra que se diráin memoriam será la explosión. Se perdió el nombre de este siglo allísu nombre y su apellido son:fusil contra fusil.
Se quebró la cáscara del viento al sury sobre la primera cruzdespierta la verdad.
Todo el mundo tercero vaa enterrar su dolor
con granizo de plomo haránsu agujero de honor, su canción.
Dejarán el cuerpo de la vida allísu nombre y su apellido son:fusil contra fusilcantaran su luto de hombre y de animaly en vez de lágrimas echarcon plomo lloraranAlzará al hombre de la tumba al soly el nombre se repartiránfusil contra fusilfusil contra fusil
Hasta siempre comandante Che GuevaraComposição: Carlos Puebla
Composição: Carlos Puebla Aprendimos a quererteDesde la histórica alturaDonde el sol de tu bravura
Le puso un cerco a la muerte.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,
De tu querida presenciaComandante Che Guevara.Tu mano gloriosa y fuerteSobre la historia disparaCuando todo santa claraSe despierta para verte.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Vienes quemando la brisaCon soles de primaveraPara plantar la banderaCon la luz de tu sonrisa.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Tu amor revolucionarioTe conduce a nueva empresaDonde esperan la firmezaDe tu brazo libertario.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Seguiremos adelanteComo junto a ti seguimosY con Fidel te decimos:Hasta siempre comandante.
Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.
Video
www.guevara.com.br
5.3 PROPOSTA DE ATIVIDADE
PROPOSTA DE DISCUSSÃO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA
TEMA: A Influência iconográfica de Che Guevara para o público adolescente
1ª. UNIDADE: Envolvimento com o tema
2ª. UNIDADE: Explicação
3ª. UNIDADE: Aprofundamento
4ª. UNIDADE: Avaliação Temática
UNIDADE 1: Envolvimento com o tema
Objetivo: Promover o envolvimento, participação e discussão dos professores sobre o tema: A Influência iconográfica de Che Guevara para o público adolescente.Será apresentado o tema. A seguir serão fomentadas as discussões a partir de três elementos: análise do discurso da Revista Veja, da Revista Caros Amigos e através do filme Diário de Motocicleta..
UNIDADE 2: Exploração
Objetivo: Possibilitar à leitura de Che Guevara através de mostra de vídeos procurando correlacionar linguagem, discurso e ideologia sob o aspecto da construção midiática iconoclasta.
UNIDADE 3: Explicação
Objetivo: Ampliar os conhecimentos através da teoria de análise do discurso francesa a respeito da construção iconográfica de Che Guevara. Chamar atenção para a construção de influencias que podem gerar a intelecção juvenil sobre a temática abordada.
UNIDADE 4: Avaliação Temática
Objetivo: Construir critérios avaliativos correspondentes a análise crítica do poder do discurso em relação ao jovem.
6. RECURSO DE INFORMAÇÃO
6.1 SUGESTÕES DE LEITURA
Livros
BRANDÃO, Maria Helena Nagamine. Introdução a análise do discurso. ed. 2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. ed. 5°. São Paulo: Loyola, 1996. A arqueologia do Saber. ed.7°. Tradução Luiz Felipe Neves. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2005.
SASSURE, Ferdinand. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix, 1995.
ORLANDI, Eni.P. Análise do Discurso. ed. 7.ª. Campinas, SP: Pontes, 2007.
ORLANDI, Eni.P. As formas do silêncio: No movimento dos sentidos. ed. 4.ª. UNICAMP, SP: Editora da Unicamp, 1997.
ORLANDI, Eni.P. Discurso & Leitura. São Paulo, SP: Cortez, 1988.
MAFFESOLI, M. A comunicação sem fim (teoria pósmoderna da comunicação). In Revista Famecos, mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre: Edipucrs, nº 20, 2003.
MAFFESOLi, M. Mediações simbólicas: A imagem como vínculo social. In Revista Famecus, mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre: Edipucrs, n. 8,1998.SILVA, Juremir M. As tecnologias do imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2003.
SADER, Emir. Cartas a Che Guevara: O mundo, trinta anos depois. São Paulo: Paz e Terra, 2003
BALDISSERA, Rudimar. Imagemconceito: Anterior à comunicação, um lugar de significação.Porto Alegre: Tese de doutorado, PUCRS, 2004
CASTAÑEDA, Jorge G. Che Guevara: a vida em vermelho. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
LÖWY, Michael. O pensamento de Che Guevara. São Paulo: Expressão Popular, 2003.
PINTO, Milton J. Comunicação e discurso: Introdução à análise de discursos. São Paulo: Hacker,2002.
ROSA MARIA BUENO FISCHERFaculdade de Educação e Programa de Pós-Graduação em Educaçãoda Universidade Federal do Rio Grande do Sulrosamar@plug-in.com.
6.2 TEXTOS NA INTERNET
6.3. NOTÍCIAS
http://www.blythe.org/korda/
http://www.patriagrande.net/cuba/alberto.korda/fotos.htm
6.4. DESTAQUES
http://www.starstore.com./
http://www.thechestore.com./
http://www.patriagrande.net/cuba/alberto.korda/fotos.htm
http://disidente.franticblog.com
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf
http://meua4.blogspot.com/2010/03/revistan2.html
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