da escola pÚblica paranaense o professor ......alarmante o aumento da prevalência da obesidade...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7Cadernos PDE
2007
VOLU
ME I
¹Professora SEED/ PDE 2007
Crescimento físico e performance motora em alunos de 12 e 13 anos de uma
Escola Estadual do Município de Mallet-PR.
Daniele Andrea Janowski¹
Resumo O objetivo deste estudo é analisar o crescimento físico e a performance motora em alunos de uma escola estadual do município de Mallet, PR. Esta pesquisa caracterizou-se por ser descritiva, transversal e quantitativa. Foram sujeitos 68 alunos de 12 e 13 anos de idade. Para a coleta dos dados foi utilizado o protocolo proposto pelo Projeto Esporte Brasil. Os resultados antropométricos mostraram índices elevados de obesidade e excesso de peso nos escolares analisados, o que demonstra a necessidade de intervenção em relação a esta constatação. Nos testes de performance os melhores resultados encontrados foram no teste de velocidade, seguido pelo de flexibilidade e de resistência abdominal. Os testes de agilidade e força explosiva dos membros inferiores foram os que apresentaram os índices mais baixos em relação aos valores referenciais do PROESP, e merecem ser trabalhados de forma mais incisiva. Palavras-chaves: Escolares. Performance. Saúde.
Abstract Physical growth and motor performance in a state school pupils of the city of Mallet – PR
The purpose of this study is to analyze the physical growth and motor performance in a state school pupils of the city of Mallet – PR. This research has been characterized by being descriptive and quantitative. The subjects were 68 students of 12 and 13 years old. For the data collection was used the protocol proposed by the Sports Project Brazil. The anthropometric results showed high levels of obesity and overweigtht among schoolchildren tested, which demonstrates the need for intervention about this finding. In performace tests the best results were found in the speed tests, followed by the flexibility and abdominal strength. The agility and explosive power of lower limbs tests presented the lowest rates in relation to the reference values of Proesp and they deserve to be worked in a more incisive form. Key words: Scholar. Performace. Health.
Introdução
Nos dias atuais, a globalização das informações, nos coloca frente a frente
com os problemas de toda a humanidade. Notícias na televisão, nos jornais, em
revistas e na internet, diariamente, relatam casos e preocupações acerca da
epidemia mundial de obesidade e de como o sedentarismo contribui para o
aparecimento de doenças oriundas de hábitos de vida desregrados. No Brasil
encontramos dados do IBGE que levam em conta os padrões recomendados pela
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OMS, a POF 2002-2003 detectou um aumento considerável na proporção dos
adolescentes brasileiros com excesso de peso: em 1974-75, estavam acima do peso
3,9% dos garotos e 7,5% das garotas entre 10 e 19 anos; já em 2002-03, os
percentuais encontrados foram 18,0% e 15,4%, respectivamente. (IBGE, 2006). É
alarmante o aumento da prevalência da obesidade entre crianças e adolescentes. A
prevenção deveria estar entre as mais altas prioridades de saúde pública e
certamente incluir o estímulo a modos de vida mais saudáveis, em todos os grupos
etários, incluindo crianças e adolescentes (BOUCHARD, 2003).
Entendendo a saúde como um estado de completo bem estar, devemos
interpretá-la e encará-la como dependente de uma série de fatores que atuam
diretamente sobre o cotidiano de cada um de nossos alunos, sejam questões
afetivas, sociais, econômicas, sexuais, religiosas ou outras que de alguma forma
afetam os relacionamentos humanos e a vida. Mesmo que inúmeros fatores
presentes influenciem diretamente na singularidade de cada aluno, devemos
entender as características corporais e as aptidões do corpo como algo
imprescindível para a própria vida humana e a manutenção deste corpo como, a
priori, um dever da Educação Física Escolar, visto que todo ser humano deve passar
pela escola e dela levar informações e hábitos importantes para toda sua existência.
Nesta fase do desenvolvimento humano, além das implicações de cunho fisiológico
relacionados aos aspectos de maturação biológica, o organismo jovem encontra-se
especialmente sensível à influência de fatores ambientais e comportamentais tanto
de natureza positiva como negativa. (GUEDES, 2007).
Considerando a importância das características corporais e as aptidões do
corpo para a saúde humana, estudos envolvendo o crescimento físico e a
performance/desempenho de escolares vêm sendo realizados: Tagliari, 2006;
Barros, Cunha e Silva Júnior, 1999; Gonçalves e Pires, 1999; Guedes, 1999;
Salomonn, et al, 2007; Bergmann G., et al, 2005; Garlipp D., et al, 2005; Silva, K., et
al, 2008; Fernandes, R. A., et al 2007; Guedes D., et al, 2006;
Tagliari (2006), analisou o crescimento, atividade física, performance e
ingestão alimentar em crianças indígenas, urbanas e rurais, em sua tese de
doutorado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Estadual de Campinas; neste trabalho ele objetivou investigar o
3
crescimento, a atividade física, a performance e a ingestão alimentar em 277
crianças de oito e nove anos de idade, residentes em terras indígenas, urbanas e
rurais do município de Nova Laranjeiras no Paraná. Nas três áreas analisadas a
ingestão alimentar diária encontra-se aquém das necessidades energéticas
recomendadas. Percebeu também uma maior quantidade de atividade física diária
em crianças indígenas. Fatores genéticos associados ao estilo de vida poderiam
explicar as diferenças de crescimento na pesquisa. O contexto do local em que
vivem as crianças também parece influenciar os resultados dos testes de
performance. As características do contexto sócio-cultural estudadas parecem ser
menos favoráveis para as crianças com possível déficit de crescimento, contribuindo
para um desenvolvimento menos favorável, quando comparadas com as demais
crianças. Este estudo utilizou aferições e testes de performance para a leitura e
análise do crescimento e desenvolvimento motor de crianças com modos de vida
diferenciados. Destaco a importância da pesquisa para diagnosticar elementos
constituídos culturalmente nestas comunidades possibilitando aos profissionais
interferir positivamente nestas, fazendo a conscientização respeitando as barreiras
culturais existentes.
Barros, Cunha e Silva Júnior (1999), publicaram um artigo intitulado Educação
Física Escolar na perspectiva da promoção da saúde: Um estudo de revisão, onde
discutem a importância da atividade física dirigida, em aulas de educação física
escolar, como um elemento facilitador na aquisição de hábitos saudáveis pelos
escolares que traduziriam como um futuro fator de manutenção destes hábitos na
vida adulta e que trabalhariam em prol da promoção da saúde e prevenção de
doenças. Colocam que a relação aptidão física e saúde é complexa, com sérias
repercussões sobre a saúde pública e precisa ser amplamente discutida na
população, possivelmente através da educação formal, ou seja, por meio da
escolarização; a aderência a um estilo de vida ativo parece resultar, entre diversos
fatores, de decisões pessoais em função do conhecimento adquirido e da
possibilidade de perceber satisfação, prazer e autocompetência nas atividades
praticadas, não apenas "exercitamento corporal". Os programas de Educação Física
devem visar um estilo de vida ativo, por parte da população adulta, que teoricamente
tiveram aulas de Educação Física. O envolvimento do professor de EF em aspectos
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relacionados com a promoção da saúde, tem aumentado numa proporção bastante
acentuada, talvez, este maior envolvimento possa ser atribuído, fundamentalmente,
aos novos conhecimentos que vem sendo apresentados quanto ao binômio
"atividade física - saúde".
Gonçalves e Pires (1999), no artigo Educação Física e saúde, falam sobre o
caráter dinâmico atribuído ao conceito de saúde e colocam a atividade física como
um valor a ser conquistado colocando que não é ativo quem quer, mas quem
consegue. Partindo desta premissa analisam diversos fatores que constituem a
busca pela saúde através da atividade física e citam o “Mexa-se!” que recomendava
a corrida para todos, sem respeitar as diferenças individuais ou locais, ocasionaram
uma epidemia da doença articular do joelho. Isto posto, cito este trabalho como um
aliado na escolha e seleção de atividades a serem ministradas por nós, profissionais
de Educação Física que, acima de tudo devemos não só incitar a prática de
atividades desregradas. Cabe-nos promover a atividade física pautada nos
conhecimentos científicos que tangem a disciplina e de forma coerente auxiliar na
formação integral de nossos alunos para uma constante busca pela conscientização
sobre a importância do corpo e da saúde.
Guedes (1999), em seu artigo sobre a Educação para a saúde mediante
programas de Educação Física Escolar, coloca a disciplina de Educação Física
como componente no sistema curricular e que justifica sua permanência neste a
partir da abrangência e pseudo-efetividade da prática esportiva no desenvolvimento
biopsicossocial e cultural do jovem. Enfatiza a necessidade de rever o papel do
profissional em relação à simples e mera orientação de atividades esportivas ou
recreativas com o intuito de entreter as crianças e jovens. O autor coloca que o
movimento humano deve relacionar-se de maneira direta e efetiva com a educação
para a saúde. Os escolares em sua maioria raramente apresentam sintomas
associados a doenças degenerativas, fato este que leva ao pouco investimento
dentro da formação escolar quanto à adoção de hábitos de vida que possa inibir no
futuro o aparecimento destas doenças. Segundo o autor os programas de educação
física escolar deverão preparar os educandos para um estilo de vida
permanentemente ativo, em que as atividades físicas relacionadas à saúde possam
fazer parte integrante do seu cotidiano ao longo de toda a sua vida. As atividades
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devem possuir relevância e, de alguma forma, devem compensar os efeitos nocivos
do estilo de vida provocado pela sociedade moderna.
Salomonn, et al (2007), em Estado nutricional de escolares de seis a dez
anos de idade da Rede Municipal de ensino de Arapoti- PR onde teve como objetivo
investigar o estado nutricional destes. Foram avaliados 1647 escolares (842
meninos e 805 meninas), com idade entre seis e 10 anos. O estado nutricional foi
determinado a partir das medidas antropométricas de peso para a idade, peso para
a estatura e estatura para a idade, utilizando como referência as tabelas normativas
do NCHS (1977). A classificação do estado nutricional foi realizada por meio da
tabela proposta por Waterlow et al. (1977) e adaptada por Gomez (1983). Utilizou-se
a análise descritiva e o teste do qui-quadrado para analisar a significância das
possíveis associações entre as variáveis. A razão de prevalência dos casos de
desnutrição e excesso de peso em relação à idade dos escolares também foi
calculada. Foi observada eutrofia em 59,5% nos meninos e em 53,2% nas meninas.
Quanto à prevalência de desnutrição, nos meninos, observou-se que a desnutrição
crônica, pregressa e atual apresentaram valores respectivamente de 1,4%, 10,5% e
9,1%. Nas meninas, essas prevalências foram de 1,4%, 12,2% e 11,1%,
respectivamente. A prevalência de sobrepeso foi de 9,4% nos meninos e 10,6% nas
meninas. Em relação à obesidade, observou-se que 10,1% dos meninos e 11,7%
das meninas apresentavam essa característica. Não foram observadas associações
entre o estado nutricional com o sexo e a idade na amostra investigada. Os
resultados apontam uma prevalência relativamente alta de desnutrição e de excesso
de peso, indicando a co-existência de ambos os problemas, o que é de alguma
maneira coerente com o quadro de transição epidemiológica brasileira, onde
problemas antigos (como a desnutrição) e problemas mais recentes (caso da
obesidade) são observados na realidade do país.
Bergmann G., et al (2005), em dossiê intitulado Aptidão física relacionada à
saúde de crianças e adolescentes do estado do Rio Grande do Sul, no qual
justificam seus estudos a partir da relação dos componentes ligados a aptidão física
estarem relacionados com várias doenças. Colocam que o diagnóstico precoce da
debilidade de um ou mais componentes, possibilitam, mediante ações efetivas, de o
indivíduo voltar a ter níveis satisfatórios de aptidão física no que diz respeito à
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saúde. Com base nisso, os objetivos do estudo foram analisar a aptidão física
relacionada à saúde de crianças e adolescentes gaúchos, verificando as diferenças
entre sexos e idades; e determinar a ocorrência de crianças e adolescentes que se
situam abaixo, dentro ou acima das zonas saudáveis de aptidão física e de massa
corporal. Para isso contaram com 6.794 crianças de 10 cidades do estado do Rio
Grande do Sul. Os resultados apresentaram um índice de 50% nos testes motores
estão abaixo da zona saudável de aptidão física, enquanto que no IMC 8 % estão
abaixo e 21 % estão acima da zona saudável para massa corporal. Os resultados do
estudo são preocupantes e demonstram a necessidade de se criarem estratégias
que aumentem o nível de atividade física e as participações em esportes e
atividades organizadas que visem ao aprimoramento da aptidão física de crianças e
adolescentes gaúchos.
Garlipp D., et al (2005), em Avaliação do estado nutricional de crianças e
adolescentes do estado do Rio Grande do Sul através do índice de massa corporal,
destacam que uma nutrição adequada é fundamental no crescimento e
desenvolvimento normais de um indivíduo, além de promover um bom desempenho
físico. Assim, os objetivos deste estudo foram descrever o estado nutricional de
crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, calculado pelo índice de massa
corporal (IMC), além de comparar suas curvas percentílicas com curvas brasileiras.
Como resultados apresentados encontram-se 5,2 % dos meninos e 3,4 % das
meninas apresentando baixo peso e 18,9 % dos meninos e 18,3 % das meninas
com indícios de sobrepeso. Houve associação significativa entre o sexo masculino e
o baixo peso e entre o feminino e a normalidade. Ao compararmos a amostra com
as curvas advindas da população brasileira, identifica-se maiores médias das
população investigada, nos três percentis (10, 50 e 90) nos dois sexos.
Silva, K., et al (2008), no estudo sobre Associações entre atividade física,
índice de massa corporal e comportamentos sedentários em adolescentes,
buscaram em seus estudos determinar a associação do índice de massa corporal
(IMC) com os níveis de atividade física (AF) e comportamentos sedentários (assistir
TV, usar computador ou jogar videogames) em adolescentes de escolas públicas do
Estado de Santa Catarina (15-19 anos; n = 5.028). As informações foram coletadas
por meio de questionário desenvolvido e validado para adolescentes. Foram
7
considerados insuficientemente ativos, os jovens que não acumulavam pelo menos
300 minutos/semana de atividades físicas moderadas ou vigorosas. Considerou-se
para o uso excessivo de TV e computador/games um tempo > 2 horas/dia; para
excesso de peso corporal, utilizou-se a tabela internacional de IMC para
adolescentes. O excesso de peso corporal foi mais prevalente entre os rapazes
(12,7% vs 7,9%, p<0,001), e houve uma maior proporção de moças
insuficientemente ativas (37,0% vs 21,0%, p<0,001). A chance de ter excesso de
peso corporal foi 74% maior entre os rapazes pouco ativos em comparação com os
ativos, e entre as moças de menor renda familiar (OR=1,85) e as que residiam na
zona urbana (OR=2,22). A chance de serem menos ativos foi 43% maior entre os
rapazes que assistiam mais TV e 73% maior para aqueles com excesso de peso
corporal. Nas moças, a chance de pouca atividade física foi 54% maior entre as que
trabalhavam. A prevalência de excesso de peso corporal foi maior entre os rapazes,
mesmo sendo mais ativos do que as moças. Nos rapazes, o excesso de peso estava
significativamente associado à menor prática de atividade física e, nas moças, à
menor renda familiar e local de moradia.
Fernandes, R. A., et al (2007), no artigo Estado nutricional de adolescentes
segundo o índice de massa corporal que estudou o crescimento da prevalência da
obesidade de forma alarmante nas últimas décadas, crescimento este que precisa
ser acompanhado de perto. O objetivo do estudo foi analisar a eficiência de valores
críticos de índice de massa corporal específicos para a população brasileira na
indicação do estado nutricional. Foram avaliados 1384 indivíduos,com idade entre
10 e 17 anos. Aferiu-se o peso corporal, a estatura (índice de massa corporal) e a
dobra cutânea tricipital. Para o sexo masculino, foram observados valores de
sensibilidade iguais a 43.8% (sobrepeso/obesidade) e 5.6% (desnutrição). Para o
sexo feminino, os valores de sensibilidade foram iguais a 31.4%
(sobrepeso/obesidade) e 5.7% (desnutrição). Os valores de especificidade foram
iguais a 72.5% (sobrepeso/obesidade) e 99.1% (desnutrição) para o sexo masculino,
e iguais a 84.2% (sobrepeso/obesidade) e 96.1% (desnutrição) para o feminino. Os
valores críticos de Índice de Massa Corporal analisados são mais específicos do que
sensíveis na indicação do estado nutricional.
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Guedes D., et al,(2006) no artigo Prevalência de sobrepeso em crianças e
adolescentes: estimativas relacionadas ao sexo, à idade e à classe socioeconômica,
analisou as estimativas de prevalência de sobrepeso e obesidade em amostra
representativa de crianças e adolescentes da população escolar do município de
Apucarana, Paraná, separadamente por sexo, idade e classe socioeconômica. A
amostra foi constituída por 4319 sujeitos (2084 moças e 2235 rapazes), com idades
entre sete e 18 anos. Sobrepeso e obesidade foram definidos mediante o índice de
massa corporal, adotando-se pontos de corte para sexo e idade sugeridos pela
Força tarefa Internacional para Obesidade. Entre as moças, as prevalências de
sobrepeso e obesidade encontradas foram de 24,7% e 5,9%, respectivamente,
enquanto entre os rapazes, 21,9% e 4,1%. As magnitudes quanto às estimativas de
prevalências aumentaram com a idade, sobretudo entre os rapazes. Em ambos os
sexos foi observada relação direta entre classe socioeconômica e prevalências de
sobrepeso e obesidade observadas no presente estudo foram substancialmente
mais elevadas que em outros estudos com representatividade nacional da
população brasileira de mesma idade. Contudo, demonstraram prevalências
similares quando comparados com estudos provenientes de países mais
desenvolvidos e industrializados. Os dados sugerem uma necessidade de
implementar programas de intervenção educacional direcionados à promoção da
prática de atividade física e de hábitos dietéticos adequados.
A análise destes estudos revela uma preocupação dos profissionais da
atividade física em relação à necessidade de verificação dos dados referentes às
populações estudadas principalmente quanto aos índices de IMC (índice de massa
corporal) encontrados. A epidemia da obesidade e o aumento do sedentarismo entre
crianças e adolescentes, principalmente em cidades urbanizadas, vem fazendo
aumentar as perspectivas em relação ao aparecimento precoce de doenças e males
que anteriormente só afetavam a adultos e idosos.
A Educação Física escolar proporciona ao aluno o exercício e a atividade
física dirigida e, possibilita um ambiente atrativo para a aprendizagem dos conteúdos
pertinentes a disciplina. Pensando desta forma torna-se um local de promoção de
atividades interessantes aos alunos no qual o conhecimento pode ser assimilado de
forma teórica e prática visando à consolidação de hábitos que podem ser
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prorrogados pelo restante de suas existências. Guedes relaciona o
acompanhamento dos índices de desempenho motor de crianças e adolescentes
como uma contribuição decisiva na tentativa de promover a prática de atividades
físicas no presente e para toda a vida. (GUEDES, 2007).
As aulas de Educação Física e o desenvolvimento da aptidão física
relacionada à saúde são elementos que devem estar associados para que possam
auxiliar na formação físico-motora, cognitiva e social. O ser humano somente pode
mudar suas atitudes e hábitos se possuir conhecimentos e posicionamentos frente
aos desafios da vida. A autonomia em relação ao conhecimento corporal e a
manutenção da saúde pode e deve acontecer, a ação educativa pressupõe o
despertar do interesse dos alunos acerca do tema e a percepção da importância
destes conhecimentos para eles.
Pensando desta forma, a utilização de aferições de crescimento físico e testes
de performance nos escolares pode fornecer subsídios insubstituíveis para o
conhecimento da verdadeira condição física e motora de um determinado aluno ou
grupo de alunos. Surge então uma questão: como se apresenta o crescimento físico
e a performance motora de alunos com 12 e 13 anos de idade das séries matutinas
da Escola Estadual Nicolau Copérnico da cidade de Mallet–PR? Para que se possa
responder a tal indagação, este trabalho objetiva a investigação do crescimento
físico e da performance motora, para que se possa traçar um paralelo entre os
resultados encontrados e e os dados existentes no banco de dados do PROESP,
que apresenta valores de referência para a avaliação da aptidão física de crianças e
adolescentes brasileiros.
Este estudo justifica-se por voltar-se para a análise de uma amostra de alunos
que fazem parte do coletivo de uma escola estadual composta por uma diversidade
cultural e local distinta, que pode servir como uma imagem da constituição física e
motora desta realidade específica. Em muitos momentos da educação coloca-se o
conhecimento dos alunos como fundamental para o desenrolar do processo
educativo. Pensando desta forma, este trabalho visa estabelecer o perfil dos alunos,
desvendar suas dificuldades, perceber as potencialidades e trabalhar as
deficiências. O diagnóstico do estágio físico-motor de nossos alunos deve ser o
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ponto inicial para o planejamento de atividades a serem desenvolvidas no decorrer
de um período de trabalho na escola.
2- Metodologia
Tipo de estudo: Descritivo, pois têm por finalidade observar, registrar e analisar os
fenômenos estabelecendo as relações entre as variáveis; quantitativo, pois os dados
coletados são expressos em números e produzem resultados numéricos; e
transversal, pois a coleta de dados do experimento se dá num único instante no
tempo, obtendo um recorte momentâneo do fenômeno investigado.
Sujeitos: 68 alunos, com 12 e 13 anos, de sétimas séries do período matutino de
uma Escola Estadual – Ensino Fundamental, no Município de Mallet – Pr. Ficaram
excluídos da pesquisa os alunos que não apresentaram o termo de consentimento
livre e esclarecido assinado pelos pais ou que não compareceram no dia da coleta
dos dados. Os alunos que não participaram totalizaram de seis alunos.
Materiais e procedimentos de coleta: A coleta foi realizada durante três semanas em
aulas de Educação Física, no mês de abril de 2008, efetivadas pela própria
pesquisadora, com o auxílio de outra professora de Educação Física da escola
previamente treinada.
Antes da realização das aferições e testes, por tratar-se de adolescentes, foi
enviado aos pais e responsáveis um termo de consentimento livre e esclarecido, os
quais foram assinados autorizando os alunos a participar da pesquisa.
Para a efetivação das aferições e testes o protocolo utilizado foi o do
PROESP/BR (2007) - (Projeto Esporte Brasil), sendo que os resultados obtidos
serão discutidos com base nas referências propostas pelo PROESP/BR. Foram
realizadas aferições de peso e estatura, teste de flexibilidade (teste de sentar-e-
alcançar com banco), teste de força-resistência abdominal (sit up’s), teste de força
explosiva de membros inferiores (salto horizontal), teste de agilidade (teste do
quadrado) e teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20m).
3- Resultados e discussão
Os resultados das medidas antropométricas são apresentados na tabela 1
para os meninos e na tabela 3 para as meninas. Os resultados dos testes de
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performance são apresentados na tabela 2 para os meninos e na tabela 4 para as
meninas:
Tabela 1- Valores das medidas antropométricas dos meninos:
Tabela 2 – Valores de performance dos meninos:
Tabela 3 – Valores das medidas antropométricas das meninas:
Idade 12 anos 13 anos
№ de sujeitos 17 15
X DP X DP
Peso 47,91 2,47 50,43 2,82
Estatura 1,55 0,07 1,59 0,02
IMC 19,76 0,63 19,87 0,28
Percentil IMC 57,94 25,19 47,33 32,28
Idade 12 Anos 13 Anos
№ de sujeitos 16 20
X DP X DP
Peso 47,13 14,14 47 5,65
Estatura 1,53 0,03 1,55 0,12
IMC 20,03 4,59 19,53 0,14
Percentil IMC 59,69 27,47 44 31,29
Idade 12 anos 13 anos
№ de sujeitos 16 20
X DP X DP
Flexibilidade 24,59 2,12 25,58 4,94
Abdominal 30,88 18,38 31,3 3,53
Salto horizontal 1,5 0,38 1,56 0,07
Agilidade 6,61 0,89 7,11 0,54
Velocidade 3,78 0,79 4,02 0,04
12
Tabela 4 – Valores dos testes de performance das meninas:
Idade 12 anos 13 anos
№ de sujeitos 17 15
X DP X DP
Flexibilidade 28,41 1,41 26,6 6,01
Abdominal 24,12 7,77 24,53 3,53
Salto horizontal 1,35 0,07 1,35 0,09
Agilidade 7,08 0,98 7,11 0,43
Velocidade 4,08 0,12 4,02 0,31
Os dados apresentados nas tabelas acima serão analisados e comparados
com os valores de referência propostos pelo PROESP para adolescentes brasileiros,
em relação à faixa etária estudada que é de 12 e 13 anos. Para tanto seguem aqui
os valores referencias utilizados, sendo estes obtidos no site na Proesp
(http://www.proesp.ufrgs.br/institucional/index.php):
As duas primeiras tabelas referem-se ao IMC (índice de massa corporal),
calculado a partir dos dados de peso e estatura.
Tabela 5 – Critérios de referência para definição de Baixo Peso, Excesso de Peso e
obesidade para o sexo masculino
Idade BP Normal EP OB
12 anos < 13,63 13,63 – 20,32 20,32 – 26,36 > 26,36
13 anos < 14,02 14,02 – 20,99 20,99 – 26,99 > 26,99
Tabela 6 – Critérios de referência para definição de Baixo Peso, Excesso de Peso e
Obesidade para o sexo feminino
Idade BP Normal EP OB
12 anos < 14,37 14,37 – 20,55 20,55 – 24,89 > 24,89
13 anos < 15,03 15,03 – 21,69 21,69 – 26,25 > 26,25
13
A seguir apresentaremos o quadro referente às normas e categorias para
avaliação da aptidão física e depois as tabelas com os valores de referência dos
testes de aptidão física propostos pelo PROESP/BR (2007).
Para avaliação da aptidão física de crianças e jovens brasileiros na faixa
etária entre 7 a 17 anos o PROESP-BR adota um sistema referenciado em normas.
Tendo como referência os padrões da população brasileira estratificada por idade e
sexo, definem-se seis categorias de aptidão física conforme sugere o Quadro 1. As
tabelas de números 7 a 17 apresentam os valores de referência para avaliação da
aptidão física.
Quadro 1 – Normas e Categorias para Avaliação da Aptidão Física
Valores em Percentil Categorias de Aptidão Física
Valores inferiores ao percentil 20 Muito Fraco (norma utilizada como critério
referenciado ao risco a saúde)
Valores entre o percentil 20 e 40 Fraco (norma utilizada como critério
referenciado para AFH - Aptidão Física
Humana de Baixa exigência)
Valores entre o percentil 40 e 60 Razoável (norma utilizada como critério
referenciado para AFH – Aptidão Física
Humana de Média Exigência)
Valores entre o percentil 60 e 80 Bom (norma utilizada como critério
referenciado para AFH – Aptidão Física
Humana)
Valores entre o percentil 80 e 98 Muito Bom (norma utilizada como critério
referenciado Condição Atlética)
Valores iguais ou superiores ao
percentil 98
Excelente (norma utilizada como critério
para definição de talento motor)
Flexibilidade (Teste de Sentar-e-alcançar com Banco)
Tabela 7 – Valores de referência para avaliação da flexibilidade para o sexo
masculino
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Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência
12 anos < 18 18 – 22 23 – 26 27 – 30 31 – 41 ≥ 42
13 anos < 18 18 – 22 23 – 26 27 – 30 31 – 41 ≥ 42
Tabela 8 – Valores de referência para avaliação da flexibilidade para o sexo feminino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência
12 anos < 19 19 – 23 24 – 28 29 – 32 33 – 42 ≥ 43
13 anos < 19 19 – 23 24 – 28 29 – 32 33 – 43 ≥ 44
Força-resistência Abdominal (Sit Up’s)
Tabela 10 – Valores de referência para avaliação da força-resistência abdominal
para o sexo masculino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência
12 anos < 25 25 – 29 30 – 33 34 – 38 39 – 50 ≥ 51
13 anos < 26 26 – 30 31 – 35 36 – 40 41 – 52 ≥ 53
Tabela 11 – Valores de referência para avaliação da força-resistência abdominal
para o sexo feminino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excelência
12 anos < 19 19 – 23 24 – 27 28 – 32 33 – 44 ≥ 45
13 anos < 19 19 – 23 24 – 28 29 – 33 34 – 45 ≥ 46
Força Explosiva de Membros Inferiores (Salto Horizontal)
Tabela 12 – Valores de referência para avaliação da força explosiva de membros
inferiores para o sexo masculino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos < 138 138 – 151 152 – 162 163 – 176 177 – 206 ≥ 207
13 anos < 145 145 – 159 160 – 171 172 – 185 186 – 216 ≥ 217
Tabela 13 – Valores de referência para avaliação da força explosiva de membros
inferiores para o sexo feminino
15
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos < 118 118 – 130 131 – 141 142 – 155 156 – 186 ≥ 187
13 anos < 120 120 – 133 134 – 145 146 – 159 160 – 191 ≥ 192
Agilidade (Teste do Quadrado)
Tabela 14 – Valores de referência para avaliação da agilidade para o sexo
masculino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos > 7,11 7,11 – 6,68 6,67 – 6,33 6,32 – 5,97 5,96 – 5,22 ≤ 5,21
13 anos > 6,94 6,94 – 6,52 6,51 – 6,17 6,16 – 5,82 5,81 – 5,10 ≤ 5,09
Tabela 15 – Valores de referência para avaliação da agilidade para o sexo feminino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos > 7,68 7,68 – 7,14 7,13 – 6,78 6,77 – 6,36 6,35 – 5,62 ≤ 5,61
13 anos > 7,58 7,58 – 7,03 7,02 – 6,68 6,67 – 6,25 6,24 – 5,52 ≤ 5,51
Velocidade de Deslocamento (Corrida de 20m)
Tabela 16 – Valores de referência para avaliação da velocidade para o sexo
masculino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos > 4,17 4,17 – 3,92 3,91 – 3,72 3,71 – 3,49 3,48 – 2,98 ≤ 2,97
13 anos > 4,06 4,06 – 3,81 3,80 – 3,61 3,60 – 3,38 3,37 – 2,91 ≤ 2,90
Tabela 17 – Valores de referência para avaliação da velocidade para o sexo
feminino
Idade M.Fraco Fraco Razoável Bom M.Bom Excel.
12 anos > 4,56 4,56 – 4,24 4,23 – 4,01 4,00 – 3,78 3,77 – 3,15 ≤ 3,14
13 anos > 4,51 4,51 – 4,20 4,19 – 3,97 3,96 – 3,73 3,72 – 3,08 ≤ 3,07
A partir dos dados coletados faremos a análise comparativa destes com os
dados referenciais acima citados, seguindo a normatização do PROESP, que
16
estabelece critérios de referência para definição de baixo peso, excesso de peso e
obesidade, bem como valores referenciais de Média Exigência para AFH (aptidão
física humana), bem como pontuarei possíveis extremos referenciados como Muito
Fraco (norma utilizada como critério referenciado ao risco a saúde) e como Muito
Bom (norma utilizada como critério referenciado de Condição Atlética), sendo que
nenhum aluno alcançou o nível de referência excelente.
O valor médio do IMC para os meninos com 12 anos de 20,03 Kg/m²
encontra-se dentro da normalidade quando comparado ao referencial do PROESP.
Para 13 anos o valor é de 19,53 Kg/m² na amostragem, este valor é considerado
dentro do nível de média exigência pelo PROESP. Analisando estes valores
podemos perceber que o valor médio de IMC está relativamente mais alto na
amostra analisada. Individualizando os dados do sexo masculino com 12 anos, um
sujeito tem valor de IMC compatível com a obesidade, dois sujeitos possuem
excesso de peso e doze estão com valores compatíveis com a normalidade. Com 13
anos, um apresenta índice de obesidade, três apresentam excesso de peso e
dezesseis estão dentro da normalidade.
Para as meninas os valores médios encontram-se dentro da normalidade,
sendo de 19,76 Kg/m² para 12 anos e 19,87 Kg/m² para 13 anos. Verifica-se por
meio da tabela 1 que a média de percentil encontra-se dentro dos valores normais
comparados ao referencial do PROESP. Individualizando os dados, com 12 anos,
uma aluna encontra-se com valor compatível com a obesidade e cinco com excesso
de peso, dez dentro dos índices normais e uma aluna com baixo peso. Com 13
anos, duas alunas estão com valores compatíveis com a obesidade e treze estão
com níveis dentro da normalidade.
Para a verificação da flexibilidade dos escolares foi utilizado o teste de sentar
e alcançar utilizando o banco de Wells. O valor médio obtido pelos meninos com 12
anos foi de 24,59 cm, valor este classificado como razoável, ou seja, como de média
exigência para aptidão física humana segundo o Proesp, e, para meninos com 13
anos a média obtida foi de 25,58 cm valor tido como de média exigência. O valor
médio das meninas foi de 28,41 cm para 12 anos e 26,6 cm para 13 anos, em
relação aos dados PROESP estes números são caracterizados como razoáveis.
Neste quesito, com 12 anos, entre os meninos quatro encontram-se como muito
17
bons e dois muito fracos, entre as meninas três estão com valores muito bons e uma
com valor muito fraco. Com 13 anos temos quatro alunos muito bons e dois muito
fracos e, entre as meninas com esta idade, duas estão com índices muito bons e
uma com índice muito fraco.
Os dados referentes à resistência- força abdominal foram obtidos a partir do
teste de repetições em 1 minuto. Para os meninos com 12 anos o valor médio
encontra-se em 30,88 repetições e com 13 anos 31,3 sendo estes valores
compatíveis com níveis razoáveis pelo PROESP. Os valores encontrados para as
meninas são de 24,12 para 12 anos, índice considerado razoável, e de 24,53 para
13 anos, considerado como razoável pelo PROESP. Individualmente pode-se
destacar com 12 anos três meninos com nível muito bom e quatro com nível muito
fraco. Com 13 anos três meninos com nível muito bom e quatro como muito fraco.
Entre as meninas com 12 anos temos quatro com valor muito fraco e com 13 anos
uma com valor muito bom e duas com valor muito fraco.
Para mensurar a força explosiva de membros inferiores foi utilizado o teste de
salto horizontal. Para os meninos o valor médio para 12 anos foi 150 cm e para 13
anos foi de 156 cm. Para as meninas o valor médio encontrado foi de 135 cm para
as duas faixas de idade. Os resultados dos meninos estão abaixo do razoável e são
considerados fracos pela qualificação da PROESP. Para as meninas os números
encontrados estão na mesma faixa média da PROESP, sendo o desempenho
destas qualificado como razoável. Na análise individualizada, entre os meninos com
12 anos temos três com valor muito bom e quatro com valor muito fraco, com 13
anos cinco estão com valor muito bom e sete com valor muito fraco em comparação
com os dados do PROESP. Entre as meninas com 12 anos temos duas com nível
muito fraco, duas com nível muito bom e, com 13 anos duas com nível muito bom e
três com nível muito fraco comparados os números com os dados do PROESP.
Na verificação da agilidade foi utilizado o teste do quadrado. Para o sexo
masculino os resultados aferidos são de 6,61s e 6,47s. No feminino 7,08s e 7,11s
são os valores médios obtidas nos testes, respectivamente para 12 e 13 anos. Os
resultados dos meninos são razoáveis tanto para 12 anos como para 13 anos. Entre
as meninas os resultados são considerados razoáveis para 12 anos e fracos para 13
anos. Analisando os valores individuais observa-se que entre os meninos com 12
18
anos três com índice muito bom e três com índice muito fraco, com 13 anos temos
três meninos com índice muito bom e cinco com índice muito fraco. Entre as
meninas com 12 anos uma apresenta índice muito bom e duas índice muito fraco.
Com 13 anos cinco apresentam índice muito fraco.
Foi utilizado o teste de velocidade em 20 m para a verificação da velocidade
dos alunos. Os valores no obtidos para o sexo masculino são de 3,78s e 4,02s. Para
as meninas os tempos médios encontrados são respectivamente para 12 e 13 anos
de 4,08s e 4,02s. Entre os meninos o índice obtido é considerado razoável para 12
anos e fraco para 13 anos. Entre as meninas os valores médios encontrados são
considerados razoáveis em comparação com os dados do PROESP. No teste de
velocidade dois meninos com 12 anos estão com nível muito fraco, enquanto que
com 13 anos, cinco estão com nível muito fraco e três muito bons. Entre as meninas
com 12 anos, duas estão com nível muito bom e com 13 anos uma está com nível
muito bom.
Quadro 2 – Percentual dos sujeitos do sexo masculino nas categorias de aptidão
física nos testes de flexibilidade com banco, velocidade, agilidade, força abdominal e
salto horizontal:
Masculino
Flexibilidade Velocidade Agilidade Abdominal Salto
N % N % N % N % N %
Muito Bom 8 22% 3 8% 3 8% 6 17% 8 22%
Bom 6 17% 13 36% 7 19% 7 19% 3 8%
Razoável 11 31% 10 28% 8 22% 9 25% 5 14%
Fraco 7 19% 3 8% 13 36% 6 17% 9 25%
Muito Fraco 4 11% 7 19% 5 14% 8 22% 11 31%
Total 36 100% 36 100% 36 100% 36 100% 36 100%
Quadro 3 - Percentual dos sujeitos do sexo feminino nas categorias de aptidão física
nos testes de flexibilidade com banco, velocidade, agilidade, força abdominal e salto
horizontal:
19
Feminino
Flexibilidade Velocidade Agilidade Abdominal Salto
N % N % N % N % N %
Muito Bom 5 16% 3 9% 1 3% 1 3% 4 13%
Bom 11 34% 8 25% 7 22% 8 25% 3 9%
Razoável 8 25% 14 44% 12 38% 10 31% 9 28%
Fraco 6 19% 7 22% 5 16% 7 22% 11 34%
Muito Fraco 2 6% 0 0% 7 22% 6 19% 5 16%
Total 32 100% 32 100% 32 100% 32 100% 32 100%
Com base nos resultados apresentados no quadro 2, podemos destacar no
teste de flexibilidade, que 22% dos meninos encontra-se em um nível muito bom, no
nível bom e razoável encontram-se 48%, no nível fraco 19% e no nível muito fraco,
aquele no qual utiliza-se como critério referenciado de risco a saúde encontram-se
11% dos sujeitos.
No teste de velocidade 8% estão em nível muito bom, 64% entre o nível bom
e razoável, 8% com nível fraco e 19% com nível muito fraco.
Em agilidade 8% estão em nível muito bom, 41% em nível bom e razoável,
36% com nível fraco e 14% com risco a saúde.
No teste de força abdominal 17% encontram-se em nível muito bom, 44%
estão nos níveis bom e razoável, 17% no nível fraco e 22% no nível muito fraco.
No teste de salto horizontal 22% estão em um nível muito bom, 22% com
níveis bom e razoável, 25% com nível fraco e 31% com nível muito fraco.
Para as meninas os valores percentuais contidos no quadro 3, apresentam-
se da seguinte forma conforme a análise de cada um dos testes: Para o teste de
flexibilidade 16% estão em nível muito bom, 59% estão entre o nível bom e razoável,
19% fraco e 6% muito fraco.
No teste de velocidade 9% estão em nível muito bom, 69% com níveis bom
e razoável, 22% nível fraco.
Em agilidade 3% encontram-se em nível muito bom, 60% em nível bom e
razoável, 16% em nível fraco e 22% em nível muito fraco.
20
No teste de resistência abdominal 3% estão com nível muito bom, 56% com
nível bom e razoável, 22% com nível fraco e 19% com nível muito fraco.
No teste de força de membros inferiores 13% estão em nível muito bom,
37% em nível bom e razoável, 34 com nível fraco e 16% com nível muito fraco.
4- Conclusão
Os valores antropométricos apontam para o sexo masculino um índice de
obesidade de 5,5%, para o excesso de peso 16,5% e dentro da normalidade 78%
dos alunos, ou seja, 22% estão acima do peso ideal para a faixa etária. Para o sexo
feminino a obesidade apresenta um índice de 9,5%, o excesso de peso de 15,5%,
dentro da normalidade 72% e com baixo peso 3%. No total 25% das meninas estão
acima do peso ideal para a faixa etária. Estes dados confirmam uma incidência
significativa de adolescentes acima do peso e, em contrapartida, uma incidência
pequena de baixo peso na amostra analisada.
Nos testes de performance para o sexo masculino uma média de 19,4%
apresentam resultados classificados como risco à saúde, enquanto que em média
14,4% possuem utilizada valores referenciados como Condição Atlética, 43,8%
estão com níveis referenciados como AFH (Aptidão Física Humana) e como de
Média Exigência e 19,4% com níveis fracos. Para o sexo feminino, 12,6%
apresentam resultados referenciados como risco à saúde, 9,6% possuem valores
referenciados para condição atlética, 56,2% com níveis referenciados como AFH
(Aptidão Física Humana) e como de média exigência e 22% estão com níveis fracos.
Os resultados encontrados sugerem atenção em relação aos alunos com
excesso de peso e obesidade e a necessidade de implementação de atividades para
o aprimoramento da agilidade e da força explosiva para membros inferiores para
ambos os sexos. Os valores para força/resistência abdominal são razoáveis mas
podem ser melhorados, bem como, o mesmo ocorre com a flexibilidade. Os
melhores resultados encontrados referem-se aos valores de velocidade para ambos
os sexos.
Agradecimentos
21
Aos meus pais, Paulo e Cecília, a minha irmã Paula, Ivanilso, Bruno, Ivete e
Lenita. Aos meus colegas PDE e ao meu orientador Itamar.
5-Bibliografia
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