custos envolvidos em bitrens

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    CUSTO OPERACIONAL DO CAMINHO BITREM. UM ESTUDO DE CASO EMUMA TRANSPORTADORA DO RIO GRANDE DO SUL.

    ALEXANDRE BRAGA( axvb@terra.com.br , axvb@hotmail.com )UFPEL

    MARCOS PAULO PASQUALI( pjpasquali@bol.com.br )FATEC SENAC PELOTAS

    DANIELE PENTEADO GONALVES ( daniele.braga@unianhanguera.edu.br , danieleredes@hotmail.com )ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.

    RESUMO

    A exigncia em conhecimento e capacidade para gerir os negcios cada vez maior e precisaexistir uma conscientizao que no basta apenas o bom senso, mas, sobretudo tomar adeciso baseada em fatos e mtodos. Sendo assim, o presente trabalho possui como objetivocalcular o custo de um caminho bitrem, segundo um mtodo de apurao de custos, no caso,o mtodo FAO/Amrica do Norte, atualizando os parmetros iniciais propostos pelo modelo.Este estudo foi aplicado em uma transportadora no Rio Grande do Sul, e na atualizao domtodo foram detectadas mudanas em alguns parmetros.

    Palavras-chave: Transportes; Custos; Logstica; Bitrem.

    1. INTRODUO

    O transporte de carga rodovirio no Brasil chama a ateno por faturar mais de R$ 40 bilhese movimentar 2/3 do total de carga do pas. Por outro lado, destaca-se por ser palco de vriasgreves e impasses, quase sempre com um motivo comum: o valor do frete.Isso acontece em virtude, conforme SCANIA (2008), do alto grau de pulverizao dessesetor, que opera com mais de 350 mil transportadores autnomos, 12 mil empresastransportadoras e 50 mil transportadores de carga prpria. Entre as razes dessa pulverizaodestaca-se a relativa facilidade de entrada de competidores no setor, em virtude da baixaregulamentao. Isso pode acabar repercutindo no aumento da oferta de servios de transporterodovirio e assim a concorrncia faz com que os preos sejam reduzidos ao mximo

    possvel, chegando muitas vezes a valores inferiores ao seu preo de custo.A carncia de informaes sobre custos logsticos no Brasil torna freqente a utilizao de

    dados defasados. O grande problema que estes dados no necessariamente representam anossa atual realidade, tornando difcil, entre outras coisas, a comparao com outros pases.Alm de tudo, a falta de um histrico acaba inviabilizando a anlise da evoluo do nossocusto logstico.Este cenrio, apresentado at o momento, mostra a grande necessidade por quantificar e tornarmais visvel o verdadeiro e atual custo operacional do transporte rodovirio. Sendo assim, o

    presente trabalho possui como objetivo calcular o custo de um caminho bitrem segundo omtodo mais rigoroso de apurao de custos, no caso, o mtodo FAO/Amrica do Norte,atualizando os parmetros iniciais propostos por Freitas et al (2004).O presente artigo est organizado da seguinte forma: no captulo dois sero apresentadasalgumas discusses sobre o tema; no captulo trs estar demonstrada a metodologia utilizadano trabalho, seguida da aplicao do mtodo. Por fim, no captulo cinco, prestamos asconcluses e finalmente evidenciamos as referncias utilizadas.

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    2. REFERENCIAL TERICOA logstica foi originria das operaes militares onde existia a necessidade de suprir ossoldados na guerra com munio, comida e medicamentos (NOVAES, 2007, p.31). Assimcomo nas empresas, existe a necessidade de suprir com matria prima e organizar o fluxo de

    materiais dentro da organizao, como tambm distribuir seus produtos e gerir da melhorforma a circulao de materiais e servios. O correto deslocamento dos produtos aos menorescustos possveis so alguns dos atributos delegados logstica.

    Um sistema logstico eficiente permite uma regio geogrfica explorar suasvantagens inerentes pela especializao de seus esforos produtivos naqueles

    produtos que ela tem vantagens e pela exportao desses produtos s outras regies.O sistema permite ento que o custo do pas (custos logsticos e de produo) e aqualidade desse produto sejam competitivos com aqueles de qualquer outraregio.[...] Custos logsticos so um fator-chave para estimular o comrcio.(BALLOU, 1993, p. 19).

    J Ching (1999, p.55), inclui em sua definio este componente, ao definir logstica como aintegrao das reas e processos da empresa a fim de obter melhor desempenho que seusconcorrentes. Conduzindo o termo logstico para as empresas, Cardoso et al (2003) aconceitua como aquela que tem base nos objetivos organizacionais e no conjunto de suasatividades macro. Assim, parte-se para o desdobramento das atividades macro em medidasadequadas de disponibilidade e funcionamento do fluxo de material, informaes e valores no

    processo de transformao de uma empresa.Alvarenga e Novaes (2000, p. 80) ressaltam que muito embora a logstica incorpore diversosfatores que transcendem o domnio estrito do transporte, cobrindo tambm aspectos ligados comercializao, estoques, marketing, tratamento da informao, etc., o subsistema transporte um dos mais importantes, em razo dos impactos que produz nos custos, no nvel de servio

    e nas demais variveis do problema logstico. De acordo com Bovet e Martin (2000), osgastos com transporte podem variar de 2% a 12% das vendas, dependendo do setor. As

    principais funes do subsistema de transporte, segundo os autores, so: a superviso detrfego e operaes que analisa os tipos de transportes a serem utilizados e a sua coordenao;a anlise de custos e estudos econmicos que estabelecem a viabilidade econmica dostransportes. O sistema de transporte se relaciona com a logstica, porque, atravs dela, seracionalizam os clculos de distribuio dos produtos e define-se a faixa apropriada de uso decada modalidade atravs das vantagens que possuem sobre as demais.A logstica atualmente vem sendo muito abordada e discutida como responsvel pela cadeiade suprimento e distribuio trabalhando com os diversos modais de transporte rodovirio,ferrovirio, aerovirio, dutovirio e aquavirio. Ela vem recebendo a cada ano uma maiorimportncia nas organizaes, acreditando-se que os gestores j estejam assimilando melhorseu verdadeiro significado. Segundo Faria e Costa (2005) o objetivo da logstica prover aocliente os nveis de servios por ele requeridos, com a entrega do produto certo, no lugarcerto, no momento certo, nas condies certas e pelo custo certo. Desta forma verificamos oenfoque sistmico que a logstica abrange e sua relevncia nas organizaes.

    No mundo empresarial a busca por maiores resultados um desfio e sendo a logstica umafuno meio de vrios processos, para muitas empresas ela passa a compor um custoimportante e, portanto deve ser constantemente revista.

    A formao da logstica envolve diversos processos que segundo Novaes (2007) so:

    Instalaes: devem possuir uma estrutura adequada para a estrutura da empresa e

    passar por uma anlise para a sua localizao, que so: leis de zoneamento locais;atitude da comunidade e do governo local com relao ao depsito; custo para

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    desenvolver e conformar o terreno; custos de construo; disponibilidade e acesso aservios de transportes; potencial para expanso; disponibilidade salrios, ambiente e

    produtividade da mo-de-obra local; taxas relativas ao local e operao do armazm;segurana do local, valor promocional do local; taxas de seguro e disponibilidade de

    financiamento; congestionamento de trfego nas redondezas do local; Estoques: deve ser analisada a necessidade de estoque da demanda da regio que a

    empresa ir abastecer;

    Frota: a frota dever ser feito um estudo pra v a que ser mais eficiente para alogstica, dever ser definido o tamanho, o tipo de veculos e cuidados com amanuteno e renovao. Outra possibilidade a terceirizao da frota que podefacilitar o controle e planejamento dos custos;

    Informao e conhecimento: a empresa para prestar um nvel aceitvel de servios,deve se preocupar em ter informaes de todas as atividades envolvidas na empresa e

    atravs dessas informaes, buscar conhecimentos para manter ou melhorar os nveldos mesmos;

    Hardware e software: empresas que so competitivas ou querem se tornar, indispensvel o investimento em hardware e software pois so ferramentas que dosuporte ao gerenciamento das funes desta;

    Custos: a empresa sempre deve manter seus custos adequados ao nvel de servio quepretende oferecer, seno ter dificuldades em manter-se no mercado;

    Recursos humanos: a qualidade dos recursos humanos essencial para o nvel deservio logstico. Apesar de todo o desenvolvimento da tecnologia e dos sistemas, oque faz as empresas mais ou menos competitivas so as pessoas.

    No que tange aos itens frota e custos, a utilizao de mtodos de clculos e simulaes so desuma importncia para o planejamento de uma transportadora. Assim, no Brasil verifica-seuma grande concentrao e opo pelo transporte no modal rodovirio. O modal rodovirio

    possui grande flexibilidade que facilita a demanda por seus servios. As operaes detransporte rodovirio caracterizam-se por um custo fixo baixo e custos variveis altos.(BOWERSOX, CLOSS e COOPER, 2006, p. 284).Apesar de o biocombustvel ser uma possvel alternativa para a reduo do custo energticodo transporte rodovirio, ainda o leo diesel a principal fonte energtica para abastecer estemodal. Frente a isso, a falta de uma poltica voltada especificamente para este setor, assimcomo o pouco profissionalismo da classe dos transportadores no pas, faz com que vrias

    empresas do ramo estejam enfrentando problemas de ordem financeira. As solues para otransporte movidas a combustveis alternativos dependem do envolvimento de todos osagentes. preciso assegurar a correta especificao do combustvel, sua disponibilidade e,dependendo do caso, a adotar polticas pblicas que motivem e viabilizem sua implantao(RODRIGUES, 2009, p. 31).A questo da evoluo no setor ressaltada tambm por Novaes(2007):

    [...] o transporte rodovirio de cargas no Brasil est infestado de operadoresarrivistas, sem a mnima experincia e tradio na rea, e que oferecem seusservios com fretes excessivamente baixos. Muito embora a busca pela reduo decustos seja uma constante na moderna prtica logstica, a qualidade e aconfiabilidade dos servios so de fundamental importncia. Um dos resultadosdessa competio ruinosa dos transportadores de carga no Brasil a pouca evoluoobservada nos ltimos anos nesse setor, salvo algumas honrosas excees.(NOVAES, 2007, p. 58)

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    No que diz respeito ao gerenciamento logstico ressalta-se que algumas das grandes empresasj possuem softwares adequados, com sistema integrado de informaes, no entanto, sabe-seque a base do transporte no pas ainda feita por pequenas transportadoras com

    gerenciamento primrio sem um controle ideal de custos e administrado na maior parte pelafamlia.De acordo com Fleury (2005), em 2009 o modal rodovirio foi responsvel por 58% damovimentao de carga no Brasil, seguido da ferrovia com 25% e o aquavirio, com 17%. Amatriz brasileira de transporte passou por uma pequena mudana quando comparada com osdados de 2005, em que a participao do rodovirio era de 60%, 21% para ferrovia e 14%

    para a hidrovia. Contudo, o cenrio do setor se mantm com predominncia do modalrodovirio na movimentao de produtos de baixo valor agregado percorrendo longasdistncias. Entretanto, seria necessrio favorecer arranjos logsticos que contemplassem otransporte hidrovirio e ferrovirio indicado para este tipo de perfil.

    No que tange ao transporte de gros no Brasil, a cadeia produtiva esbarra na estrutura

    apresentada pelas estradas do Pas, gerando perdas do produto, e tambm devido ao desgastesofrido pelo caminho, com conseqente aumento do preo do frete.Conforme Chistopher (2005), a evoluo do mercado rodovirio de transporte para caminhescom grandes configuraes, uma tendncia. As empresas, em todo mundo, esto buscandoveculos com maior produtividade isto , maior capacidade de transporte.As transportadoras afirmam que uma tendncia a busca por maior produtividade e istoimplicaria em maior capacidade de transportar cargas com o mesmo equipamento fazendo usode combinaes de veculos cada vez maiores para o transporte.

    No Brasil at os anos 90 a legislao permitia somente veculos com capacidade lquida decarga de at 27 toneladas, para semi-reboques de trs eixos. Com o objetivo de otimizar oscustos de fretes, os transportadores comearam a adotar composies mais pesadas, os

    chamados bitrens. Os bitrens de sete eixos possuem capacidade lquida de 37.000 kg e seproliferaram muito com o uso das AET Autorizaes Especiais de Transporte -, tornando-seuma tendncia apartir de 1.996 fazendo desta forma o governo regulamentar a permisso paraessas e outras composies veiculares de carga (CVC). A grande evoluo se deu com aresoluo 210 e 211, de outubro de 2.007, que passaram a considerar os bitrens como veculosconvencionais dispensando assim qualquer tido de autorizao para trafegar. (RODRIGUES2009, P. 20).O conhecimento do custo operacional de mquinas de suma importncia no processo detomada de deciso, auxiliando, de forma fundamental, o controle e planejamento da utilizaodesses equipamentos (MACHADO, LOPES, BIRRO, 2000). Geralmente, segundo estesautores, tais custos so expressos em termos de unidade de horas efetivas de trabalho damquina, existindo vrias metodologias para o clculo do referido custo.

    No Brasil, Freitas et al (2004) compararam trs metodologias utilizadas para o clculo docusto operacional de veculos de transporte florestal, a saber: FAO/Amrica do Norte,FAO/ECE/KWF e Battistella/Scnia. Para tanto, considerou-se um caminho bitrem, um dosmais utilizados no transporte de carga florestal no Brasil. Nos dois primeiros mtodos, o custofoi calculado por hora efetiva de trabalho (he), sendo no ltimo calculado por quilmetro(km), em que se utilizou um fator para converter o custo de km em custo por hora efetiva detrabalho (he). O custo operacional, no mtodo FAO/Amrica do Norte e FAO/ECE/KWF foidado pelo somatrio dos seguintes custos: de maquinrio (custos fixos e variveis),administrativo (custo de administrao) e de pessoal (custo de mo-de-obra). No mtodo

    Battistella/Scnia, esse custo foi resultante do somatrio dos custos de maquinrio eadministrativo. O mtodo FAO/Amrica do Norte foi o mais expressivo em termos de custooperacional (US$ 50,47/he), sendo o mais indicado no caso em estudo, em razo,

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    principalmente, da grande aproximao em relao ao custo real. O custo de maquinriorepresentou mais de 85% do custo total em todas as metodologias, destacando-se o custovarivel devido ao alto custo do combustvel. Observou-se que o custo operacional apresentouvalores distintos, uma vez que nesses mtodos se utilizam frmulas diferenciadas num mesmo

    custo.

    3. METODOLOGIAEsta pesquisa se deu, quanto aos objetivos, de forma exploratria e quanto a abordagem do

    problema a pesquisa foi qualitativa e quantitativa. Quanto aos procedimentos tcnicos, foi umestudo de caso, fundamentada na percepo de resultados obtidos com a aplicao e revisode parmetros do mtodo proposto, no caso o FAO/Amrica do Norte, em uma transportadorado RS.Como ponto de partida foram coletados dados a respeito de valores de seguro, valor atual do

    bitrem, custo de combustveis, pneus, licenciamento, custo de funcionrios entre outros queenvolvem e fazem parte principalmente dos custos variveis do caminho bitrem.

    O mtodo escolhido foi calculado com base em dados atuais em moeda nacional utilizandoainda o modelo proposto que calcula custo por hora trabalhada, realizando os possveis ajustesde coeficientes e ratifica-lo como um possvel instrumento para servir de apoio no momentoda contratao de fretes e prestaes de servios realizados por caminho bitrem. importante ressaltar que os dados foram coletados a partir da realidade apresentada por umatransportadora de mdio porte, no ano de 2009, que disponibilizou uma srie de dados paraque este estudo fosse possvel. Portanto podem existir variaes em alguns elementos decustos de uma empresa para outra. O caminho em estudo um Cavalo Mecnico da Scnia420 cv, 4x2 com 3 eixo, mais um bitrem da marca Guerra equipado pronto para operar,ambos zero quilmetro.

    4. APLICAO DO MTODO4.1 Modelo OriginalCusto de Maquinrioa) Custos fixosJuros (J):

    hf

    fiVaJ

    **=

    Em que:Va = valor de aquisio da composio veicular de carga CVC (R$ 450.000,00);i = taxa anual de juros (12% a.a);

    f = fator que corrige o valor do equipamento em virtude da depreciao (0,6);hf = hora efetiva de trabalho por ano (2.000).

    Clculo do hf: 000.210

    000.20

    )(

    )(=== hfhf

    anosusodemximotempo

    horastilvidahf

    Ento: == Jj000.2

    6,0*12,0*000.450R$ 16,20juro/hora trabalhada

    Seguros (S):

    hf

    Sa

    S= Em que:

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    =aS Seguro anual (Va * 0,05).Clculo do :Sa

    500.2205,0*000.450 = SaSa

    Ento: == SS 000.2500.22

    R$ 11,25seguro/hora trabalhada

    Impostos (I):

    hf

    laI=

    Em que:=Ia Imposto anual (Va*0,05)

    Clculo do la :

    500.2205,0*000.450 lala

    Ento: == Il000.2500.22 R$ 11,25 impostos/hora trabalhada

    Depreciao (D):

    H

    VrVaD

    )( =

    Em que:Va = valor de aquisio da composio veicular de carga CVC (R$ 450.000,00)Vr = valor residual da CVC (Va * 0,20);H = vida econmica da CVC, expressa em horas efetivas de trabalho (20.000 horas).

    Clculo do Vr:000.9020,0*000.450 VrVr =

    Ento: =

    = DD000.20

    )000.90000.450(R$ 18,00 depreciao/hora trabalhada

    b) Custos variveisCombustvel (Ccb):Ccb = 0,121 * PB * pEm que:0,121 = constante para estimar o consumo para motores a disel;

    PB = potencia bruta (420 CV);P = preo do litro do diesel (R$ 1,99)Ento: Ccb = 0,121 * 420 * 1,99 Ccb = R$ 101,13 combustvel/hora trabalhada

    Graxas e lubrificantes (G.L):G.L = 0,20 * CcbEm que:0,20 = representam a porcentagem do custo do combustvel;Ccb = custo do combustvel.Ento: G.L = 0,20 * 101,13 G.L = R$ 20,23 graxas e lubrif./hora trabalhada

    Manuteno e consertos (CmanCo): dados pelo somatrio dos seguintes custos: Custo deconsertos (Co) mais Custo de Pneus.

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    Custo de consertos (Co):

    hvt

    VaCo

    *=

    Em que:T = vida til do veiculo, em anos (10);Hv = hora efetiva de viagem (transito e espera) por ano (1.500)

    Clculo do hv: 500.131

    11000.21 =

    +=

    +

    = hvhvTETV

    TEhfhv

    Sendo:TE = tempo de espera (1h) (carregamento mais descarga);TV = tempo de viagem (3h).

    Ento: == CoCo500.1*10

    000.450R$ 30,00 custo de consertos/hora trabalhada

    Custo de pneus (Cp):

    Cp =hvT

    NhvTBT

    hvt

    B

    **

    )*)((

    *

    ++

    Em que:B = corresponde a 50% do custo de substituio do jogo de pneus (B=0,05*T);T = custo de substituio de um jogo de pneus (R$25.540,00);

    N = vida til dos pneus, em horas de viagem (10.000)Ento:

    500.1*540.25*000.10

    )000.10500.1*540.25)(770.12540.25(

    500.1*10

    770.12 +=Cp

    = Cp R$ 2,13 custo de pneus/hora trabalhadaSendo assim:CmanCo = Co + Cp CmanCo = 30 + 2,13 CmanCo = R$ 32,13 custo demanuteno e consertos/hora trabalhada

    Custo com pessoal (CMD):

    CMD =hf

    SSm )1(*12 +

    Em que:

    12 = representam uma constante equivalente aos 12 meses do ano;SM = representa a soma do salrio mensal do motorista e ajudante (R$ 1.430,00)S = Fator de encargos sociais (35%)Ento: CMD = R$ 11,58 custo de mo de obra/hora trabalhada

    Custo de Administrao (CAD):CAD = CD * KEm que:CD = custo direto representa a soma dos custos de maquinrio e de pessoal;K = coeficiente de administrao (10%).

    CD = 210,19 + 11,58 CD = 222Ento: CAD = 221,77 * 0,1 CAD = R$ 22,18custo de administrao/hora trabalhada

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    Aps o clculo pelos trs mtodos, verificou-se atravs de uma tabela comparativa, que omtodo FAO/Amrica do Norte, por apresentar o maior valor em custos assim como porcontemplar contas de custos mais utilizadas para formao do frete, foi o mtodo eleito para

    um estudo mais aprofundado e real a seguir.O mtodo a ser analisado ser o Mtodo da FAO/Amrica do Norte e para que possarepresentar melhor a realidade, alguns coeficientes e indicadores foram recalculados paraformar o Custo Operacional do caminho bitrem.

    4.2 Mtodo AtualizadoCusto de maquinrioa) Custos fixosJuros (J):

    hf

    fiVaJ

    **=

    Em que:Va = valor de aquisio da composio veincular de carga CVC (R$ 450.000,00);i = taxa anual de juros (5,5% a.a);f = fator que corrige o valor do equipamento em virtude da depreciao (0,6);hf = hora efetiva de trabalho por ano (2.000).

    Clculo do hf: 000.210

    000.20

    )(

    )(=== hfhf

    anosusodemximotempo

    horasutilvidahf

    Ento:

    hf

    fiVaJ

    **=

    Em que:Va = valor de aquisio da composio veicular de carga CVC (R$ 450.000,00);i = taxa anual de juros (4,5% a.a)f = fator que corrige o valor do equipamento em virtude de depreciao (0,6);hf = hora efetiva de trabalho por ano (2.000).

    Ento: == JJ000.2

    60,0*045,0*00,000.450R$ 6,08 juro/hora trabalhada

    O valor de aquisio diz respeito a um Caminho da marca Scania G 420 4x2 com 3 eixoque custa R$ 327.048,00 (novo), mais emplacamento R$ 2.679,69, mais um Bitrem da marca

    Guerra R$ 87.000,00 (nova), 17 pneus sendo um de reserva (outro reserva vem junto com oCavalo Mecnico) produzidos pela Continental do Brasil, com custo total de R$ 16.490,00,mais seguro total do Cavalo Mecnico com premio de R$ 15.344,44. A soma destes valoresformam o Va do nosso problema, aproximadamente R$ 450.000,00.

    Seguros (S):

    hf

    SaS=

    Em que:=aS Seguro anual = (Va * 0,027) = S= R$ 6,08juro/hora trabalhada

    O clculo do seguro anual sugerido pelo autor da FAO/America do Norte foi substitudo pelovalor real brasileiro, fornecido pela companhia de seguros Sul Amrica Auto. importante

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    lembrar que o valor do seguro dado pela seguradora refere-se apenas ao cavalo mecnico, porse tratar do equipamento de maior valor e ainda, o seguro contra terceiros se estende ao bitrem

    j que o mesmo encontra-se articulado, e no possui motorizao prpria.

    Impostos (I):

    hf

    IaI=

    Em que:Ia = imposto anual (Va *0,05)Clculo do Ia:Ia = R$ 2.714,56

    Ento: trabalhadahoraimpostoRII /36,1$000.2

    56,714.2==

    O clculo do imposto anual sugerido pelo autor da FAO (Amrica do Norte) ser substitudo

    pelo valor j conhecido e real, pago para atualizao da documentao do Cavalo Mecnicono valor de R$ 2.679,69, mais a taxa de expedio para documentao do Bitrem R$34,87.

    Depreciao (D):

    H

    VrVaD

    )( =

    Em que:Va = valor de aquisio da composio veicular de carga CVC (R$ 450.000,00);Vr = valor residual da CVC (Va *0,20);H = vida econmica da CVC, expressa em horas efetivas de trabalho (20.000 horas).Clculo do Vr:

    000.9020,0*000.450 == VrVr

    Ento: trabalhadahoraodepreciaRDD /00,18$000.20

    )000.90000.450(=

    =

    b) Custos variveisCombustvel (Ccb):Ccb = 0,121*PB *pem que:0,121 = constante dada pelo autor para estimar o consumo para motores a diesel:0,601 = constante que foi calculada para aproximar mais a realidade atual;

    PB = potncia bruta (420 CV);P = preo do litro (R$ 1,99);Ento:

    trabalhadahoralcombustiveRCcbCcb /23,50$99,1*420*0601,0 ==

    Segundo dados sugeridos pela transportadora e da prpria fbrica, um conjunto Scania 420equipado com Bitrem normalmente faz uma mdia de 2,2 km/litro trabalhando no Estado doRio Grande do Sul. Considerando uma velocidade mdia de 55,55km/h, uma mdia de2,2km/l, com o custo de combustvel de R$ 1,99/litro tem-se uma nova constante de 0,0601.Em 55,55km/h se gasta 25,25 litros a um custo de R$ 1,99/litro ento R$ 50,23/horatrabalhada. Com estes dados aplica-se a frmula para obter a nova constante que se aproxima

    mais da realidade do caso em estudo.

    Graxas e lubrificantes (G.L):

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    CcbLG *20,0. = em que: 0,20 *Ccb0,20= constante dada pelo autor que representa a porcentagem do Ccb;0,0215 = constante que foi calculada para aproximar mais da nossa realidade;

    Ccb = custo do combustvel.Ento: trabalhadahoraeslurificanteraxasRLGLG /.08,1$.23,50*0215,0.. ==

    Foi adotada uma nova constante para tornar o clculo que reflita melhor a realidade atual, quepara tanto segue:Se a hora efetiva de trabalho estimada pelo autor de 2.000/ano, ento: 166,66/ms.O custoda troca de leo mais filtros um valor conhecido: O litro do leo R$ 6,50 (a cada troca 33litros), Kit de filtros R$ 145,00, totalizando R$ 359,00.O leo trocado a cada 20.000km, quecorresponde a dois meses de servio, sendo assim a troca de leo pelos dois meses de horastrabalhadas para obter-se o gasto com G.L por hora trabalhada que ser de R$1,078/graxas elubrif./hora trabalhada. A nova constante ser obtida aplicando este valor na frmula do G.L.

    Manuteno e consertos (CmanCo):Custo de consertos (Co):

    hvt

    VaD

    *=

    Em que:t = vida til do veculo, em anexos (10);hv = hora efetiva de viagem (transito e espera) por ano (1.500).Obs: Como no temos uma estimativa precisa referente ao tempo de espera (TE), serconsiderado o hv como sendo a hora efetiva de trabalho (hf).

    Clculo do hv:

    000.21 ==

    += hvtemoshfhv

    TETV

    TEhfhv

    Sendo:TE = tempo de espera (1h) (carregamento mais descarga);TV = tempo de viagem (3h).Ento:

    trabalhadahoraconsertosdecustoCoCo /50,22000.2*10

    000.450==

    Custo de pneus (Cp):

    hvTN

    NhvTBT

    hvt

    BCp

    **

    )*)((

    *

    ++=

    Em que:B = corresponde a 50% do custo de substituio do jogo de pneus (B=0,50*T)T= custo de substituio de um jogo de pneus (R$ 25.540,00, sendo: 4 pneus Borrachudos aum; custo de R$ 1.050,00/unid. E 22 pneus Lisos custando R$ 970,00/unid);

    N = vida til dos pneus, em horas de viagem (10.000).

    considerando

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    Ento: +=00.2*10

    770.12Cp

    000.2*540.25*000.10

    )000.10000.2*540.25()770.12540.25( + Cp = 4,47 custo de

    pneus/hora trabalhadaSendo assim:CmanCo = Co + Cp CmanCo = 22,50 + 4,47 CmanCo = R$ 26,97 custo demanuteno e consertos/hora trabalhada.

    Custo da Mo de Obra (CMD):

    CMD =hf

    SSm )1(*12 +

    Em que:12 = representam uma constante equivalente aos 12 meses do ano;SM = representa a som a do slario mensal do motorista e ajudante (R$ 1.430,00), neste casoser utilizado somente o salrio do motorista;

    S= Fator de encargos sociais (35 %).Ento: CMD =

    000.2

    )35,01(430.1*12 + CMD = R$ 11,58 custo de mo de obra/hora

    trabalhada.

    Custo da Administrao (CAD)CAD = CD * KEm que:CD = custo direto representa a soma dos custos de maquinrio e de pessoal;K = coeficiente de administrao (10%)

    Custos de Maquinrio

    97,2608,1

    .

    23,5000,1836,167,708,6

    CmaCoLGCcbDISJ++++++

    Custo de Maquinrio = 111,38 Custo de Pessoal = 11,58

    Ento:CAD = 122,97 * 0,1 CAD= R$ 12,30juro/hora trabalhada

    4.3 Quadro Comparativo

    TENS CAD CMD CMCO CP CO GL CCB D I J S SOMAFAO

    Original (R$) 22,18 11,58 32,13 2,13 30 20,23 101,13 18 11,25 16,2 11,25 276,08FAO

    Ajustado (R$) 12,3 11,58 26,97 4,47 22,5 1,08 50,23 18 1,36 6,08 6,08 160,65Quadro 1: resumo dos clculos apurados

    De acordo com o quadro acima, torna-se evidente a discrepncia de valores em alguns itenscalculados, de forma que a reduo no custo total alcanou cerca de 41,5%.

    5. CONCLUSO

    O trabalho objetivou tornar concreto, atravs da metodologia aplicada, o custo operacional deum bitrem no estado do RS. So indispensveis anlises como estas para que seja possvelverificar a viabilidade dos fretes que so ofertados pelas indstrias e pelo setor varejista.

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    A necessidade de organizao das empresas de transportes deve ser uma constante, o objetivode firmarem-se como organizaes competentes, slidas e produtivas, deve ser um norte a serseguido. Por vezes o frete que o mercado oferta, pode no cobrir nem os custos doequipamento, obrigando muitas delas a operarem e carregarem a qualquer preo.

    Este estudo deixa evidente a contribuio significativa que o mtodo escolhido propicia a umaempresa transportadora. Objetivou-se, desde o incio do estudo, analisar os impactos damensurao dos custos em um segmento competitivo, onde a capacidade de gerirestratgiasde forma eficiente, e ao encontro da misso e a viso da empresa, torna-se fundamental paraatingirem objetivos e criar valor aos processos.

    Quanto ao processo logstico proposto por Novaes (2007), trabalhou-se mais profundamentecom as premissas de frete e custos, descritos pelo autor como elementos chave para a logsticaempresarial, podendo ainda motivar pesquisas futuras neste segmento utilizando-se de outras

    premissas elencadas pelo mesmo.

    Utilizando-se de premissas operacionais, procurou-se associar o clculo dos custos ao quevinha sendo aplicado na empresa, tendo como conseqncia a correo de estratgias que

    poderiam no estar de acordo com as projees da firma. Sendo assim, constatou-se que oclculo de custos de um caminho bitrem pelo mtodo FAO/Amrica do Norte, aps serajustado a valor presente, traduz com eficincia os custos da empresa estudada, onde aaplicao desta ferramenta na ntegra proposta poder propiciar aos scios uma visualizao eum gerenciamento dinmico e direcionado viso de sua empresa.

    Este trabalhou evidenciou que o custo rodovirio formado, em grande parte, por variveisrepresentadas pelas despesas com combustvel, lubrificantes, filtros, manuteno e pedgios.Os principais fatores que impulsionam ou retraem esse custo so as despesas comcombustvel, as despesas com pedgios e as despesas com o conjunto de rodagem.

    Quanto ao mtodo proposto no trabalho, tambm se pode afirmar que foi vlido, j que esteprocesso de aplicao do mtodo de custo possui flexibilidade de aplicao a diversos setoresde transporte rodovirio, como, por exemplo, o escolhido neste trabalho.

    Como delimitaes deste estudo, ficam evidenciadas que os resultados alcanados em termosde custos foram especificamente gerados para esta empresa, e fundamentados em suasinformaes, assim como os demais elementos de custo deste trabalho, vinculadosexclusivamente a este estudo de caso.

    De motivao a futuras pesquisas, fica a inteno de aplicar este instrumento a outrasempresas de transporte e outros tipos de caminhes, para procurar evidenciar a eficcia do

    mtodo na traduo dos custos de transporte.Por fim, espera-se que o contedo exposto possa contribuir para outros trabalhos a seremrealizados na rea de logstica, assim como tambm, servir de base para que algumasempresas de transporte possam se organizar dentro dos padres apresentados, para tornarem-se mais competitivas no mercado.

    REFERNCIAS

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    ECONOMIA E TRANSPORTE.Economia e Formao de Preo de Transporte. Disponvelem: Acesso em: 06 dez. 2009.

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    ANAIS

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