currículo - ore · a oferta de inglês nas aec, ... a partir do 2º ou do 3º, ou apenas no 4º...
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CURRÍCULO
Crato quer Inglês no currículo da Primária
Órgão consultivo (CNE) vai propor a melhor forma de aplicar a medida o mais rápido
possível.
Correio da Manhã | 24.09.13
A disciplina de Inglês vai ser incluída no 1º ciclo do Ensino Básico e como disciplina
curricular obrigatória. A intenção foi ontem revelada pelo próprio ministro Nuno Crato,
durante a sessão solene de abertura do ano letivo 2013-2014 do Conselho Nacional de
Educação, órgão a quem já pediu ajuda para estudar a melhor forma de o fazer.
"Se queremos promover melhor a disciplina, há que introduzir o Inglês no currículo do Ensino
Básico", afirmou Nuno Crato, lançando o repto ao Conselho Nacional de Educação: "Não
introduzimos já o Inglês no currículo do 1º ciclo pois teria fortes implicações no currículo dos
2º e 3º ciclos. Lanço o repto ao Conselho Nacional de Educação para procurar a melhor
forma de incluir o Inglês no 1º ciclo do Ensino Básico".
O ano (1º ou 3º) a partir do qual o Inglês será introduzido no currículo do 1º ciclo, as
implicações nos 2º e 3º ciclos e as qualificações e aptidões dos professores para darem
aulas a crianças foram dúvidas levantadas pelo ministro Nuno Crato, para as quais pediu o
contributo do CNE para esclarecer.
O anúncio surge pouco tempo depois de Nuno Crato ter retirado a obrigatoriedade do Inglês
das atividades extracurriculares (AEC), de frequência facultativa por parte dos alunos.
O ministro justificou a decisão, com a maior autonomia que as escolas passam a ter para
incluir a disciplina nas AEC. A oferta de Inglês nas AEC, porém, está dependente da
existência de professores na escola para ensinar a disciplina. A autonomia das escolas é
travada, pelo impedimento de contratar novos professores.
CURRÍCULO
Proposto Inglês no terceiro ano
Professores alertam para situação "absurda e confusa" criada pelo Ministério da
Educação
Correio da Manhã | 22.09.13
A direção da Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI) escreveu uma carta ao
ministro da Educação, Nuno Crato, a alertar para a "situação totalmente absurda e confusa"
no ensino da língua, provocada pelas recentes alterações legislativas. A APPI propõe a
introdução da disciplina no currículo a partir do 3º ano.
Para a associação, o despacho assinado em julho por Crato - que acabou com o ensino
obrigatório de Inglês nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) do 1º ciclo - "veio
aumentar a situação de desigualdade entre escolas e alunos". Hoje, alerta a APPI, há
escolas com Inglês nos quatro anos do 1º ciclo, outras sem oferta da língua e noutras só há
a partir do 2º ou do 3º, ou apenas no 4º ano. "Onde fica a tão propalada igualdade de
oportunidades?", questiona a APPI.
A associação admite "dificuldades de vária ordem no processamento deste serviço público
gratuito às crianças do 1º ciclo" e, por isso, propõe que o inglês seja ensinado só "a partir do
3º ano", integrado no currículo. As mudanças feitas por Crato já permitem às escolas integrar
o Inglês no currículo do 1º ciclo, desde que disponham de professores. Só que a grande
maioria não dispõe e a tutela não dá aval para recrutar mais.
Quanto à introdução neste ano letivo de testes-diagnóstico de Inglês no 9º ano, elaborados
pela Universidade de Cambridge, a APPI avisa que o nível de exigência dos testes é
demasiado elevado para "a carga horária semanal extremamente reduzida" da disciplina e
para "o número excessivo de alunos por turma". A associação "recomenda" que as provas
não sejam aplicadas este ano letivo e que "comecem a ser preparadas a partir do 7º ano".
Entretanto, os pais do Agrupamento do Restelo já foram informados de que, afinal, vai haver
Inglês nas AEC.
CURRÍCULO
Testes grátis mas o diploma é pago
Alunos do 9.º ano vão pagar 20 euros por certificado de inglês. Exame é obrigatório.
Correio da Manhã | 14.09.13
O teste diagnóstico de inglês, que todos os alunos do 9º ano vão realizar já este ano, pode
ser "um passo" para a introdução de exame nesta disciplina. A prova, elaborada pela
Universidade de Cambridge, é gratuita, mas para obter diploma é preciso pagar. Os alunos
sem apoio social irão pagar cerca de 20 euros pelo certificado. O valor varia consoante o
escalão do aluno.
Serão os professores a decidir se o teste contará para a nota, disse ontem o ministro da
Educação, Nuno Crato, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo entre o Instituto
de Avaliação Educativa (antigo GAVE) e várias entidades que patrocinam o projeto. "Pode
contar para a nota se os professores assim o entenderem, acho natural que o entendam",
referiu Nuno Crato.
Os docentes terão formação sobre os critérios da Universidade de Cambridge para que
possam corrigir o exame, elaborado segundo o Quadro Europeu Comum de Referência para
as Línguas (QECR). Já os alunos com idades compreendidas entre os 11 e 17 anos também
podem solicitar a realização do exame, mediante pagamento. Nuno Crato não descartou
ainda a hipótese de uma futura avaliação na área das ciências.
Os pais consideram "positivo" o teste diagnóstico de inglês e preferem não comentar sobre a
eventual introdução de um novo exame. "É um bom instrumento e tem tudo para resultar",
afirmou ao CM Jorge Ascensão, da Confederação de Pais. O programa da Universidade de
Cambridge será adotado em Portugal e sem custos para o Estado, de acordo com o MEC.
CURRÍCULO
Alunos do 9º ano vão realizar testes de diagnóstico de Inglês
Medida será aplicada já este ano.
Correio da Manhã | 12.09.13
Os alunos do 9.º ano vão realizar este ano, pela primeira vez, testes de diagnóstico de Inglês
a nível nacional, obrigatórios, além dos já habituais exames de Português e Matemática,
segundo um despacho do Ministério da Educação.
De acordo com o diploma, publicado na quarta-feira em Diário da República, os alunos que
terminem o 3.º ciclo vão passar a realizar anualmente "testes diagnóstico de Inglês,
doravante designados por provas (...), que integram obrigatoriamente as componentes de
compreensão e produção escritas e compreensão e produção orais".
As provas começam já este ano letivo e serão "de aplicação obrigatória nos
estabelecimentos do ensino público, particular e cooperativo", refere o despacho assinado
pelo ministro da Educação, Nuno Crato.
O diploma refere a importância da aprendizagem de línguas estrangeiras para um "percurso
formativo de qualidade", sublinhando, no entanto, que existe "uma percentagem expressiva
de alunos" que "não reúne ainda os requisitos mínimos de aprendizagem das línguas, nas
suas diversas vertentes, nomeadamente, da compreensão e produção escritas e da
compreensão e produção orais, pelo que se torna necessário um maior acompanhamento e
avaliação do efetivo domínio de línguas estrangeiras, em especial da língua inglesa".
Recordando a decisão de tornar obrigatório por um período de cinco anos a promoção do
ensino do Inglês, o ministério define que é preciso impor a criação de mecanismos que
permitam aferir os resultados da aprendizagem, "de modo sustentável e comparável".
"A valorização da aprendizagem do Inglês fundamenta, assim, o seu alargamento
acompanhado através da realização de provas de avaliação diagnóstica, a nível nacional,
dos conhecimentos e capacidades de proficiência linguística, de acordo com os níveis
definidos pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas", a todos os alunos,
bem como a possibilidade da sua certificação.
CURRÍCULO
Ativismo na escola
Educare | 09.08.13
Amnistia Internacional traz para Portugal projeto Escolas Amigas dos Direitos
Humanos e espera a adesão da comunidade educativa.
A Amnistia Internacional está a desafiar os jovens portugueses a tornarem-se catalisadores
de mudança. O projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos está em curso em 20 países
espalhados pela Europa, América Latina e África, e chega agora a Portugal, com o objetivo
de "transmitir valores de defesa dos direitos humanos às várias comunidades escolares,
através da inclusão destas temáticas não só nos currículos e nas atividades
extracurriculares, como também no ambiente escolar", explica Teresa Pina, diretora
executiva da secção portuguesa daquela organização.
Lá fora, o projeto já tem dado frutos. Nas escolas de Benim, Gana e Polónia foi possível
diminuir o bullying; na Irlanda, pais e filhos abraçaram a causa da luta contra a
marginalização dos alunos imigrantes, e foi criado um Centro de Aprendizagem de Línguas
para dar aulas gratuitas de Albanês, Árabe, Romeno e Urdu; uma escola, na Dinamarca,
conseguiu a adesão dos habitantes locais aos debates que organiza sobre direitos humanos
e também que alunos, pais e professores contribuíssem para o arranjo e a limpeza dos
recintos escolares.
Estabelecer parcerias entre as escolas e outras entidades cívicas ou estatais é outra das
vertentes que a Amnistia Internacional pretende desenvolver. O trabalho realizado em
Marrocos constitui um bom exemplo dessas ligações. Uma escola está neste momento a
trabalhar em parceria com o Governo e conseguiu pôr na agenda política a discussão sobre
como incorporar a educação para os direitos humanos no currículo nacional. O mesmo
debate sobre a inclusão dos direitos humanos no currículo acontece ainda na Polónia. Já na
Mongólia, o projeto levou o vice-ministro da Justiça a pedir ao Ministério da Educação que
estabelecesse uma ligação com as ONG (Organizações Não Governamentais).
No projeto há ainda espaço para a formação de professores. Em 2010, docentes de Israel e
da Mongólia passaram uma semana com os seus congéneres na Dinamarca, para dar a
conhecer às comunidades educativas os problemas que os afetam. Os três países
participaram também numa conferência organizada por parceiros de uma escola secundária
de Villiers, no Reino Unido.
Teresa Pina espera ver repetido em Portugal o sucesso alcançado por todo o mundo.
"Queremos transformar as escolas em espaços que educam para os direitos humanos."
Alguns estabelecimentos de ensino já apresentaram as suas candidaturas, sendo a iniciativa
preferencialmente dirigida às secundárias. Na página da Internet da Amnistia Internacional
está um formulário que os participantes devem preencher para participar. Em alternativa,
podem contatar a secção portuguesa através do correio eletrónico
escolasamigasdh@amnistia-internacional.pt ou do telefone 21 386 16 52.
Durante o mês de agosto, as escolas poderão esclarecer dúvidas e colocar questões sobre o
projeto à organização. Há muita informação no site da organização que pode ser consultada
no compasso de espera até ao início do ano letivo. O Relatório Anual da Amnistia
Internacional e um conjunto de recursos pedagógicos estão disponíveis para
descarregamento. A iniciativa arranca em setembro.
CURRÍCULO
Startiupi, o empreendedorismo explicado aos miúdos
Notícias Magazine | 27.07.13
Fernando Mendes e Ruben Melo gerem um espaço de cowork. Viam todos os dias as
dificuldades dos novos empreendedores, que mal sobrevivem à crise. Decidiram que era
preciso intervir, dar-lhes ferramentas para o sucesso. E, porque não, começar a estimulá-los
ainda na infância? Foi assim que nasceu a Startiupi, uma associação que quer ensinar o
empreendedorismo às crianças, para que se tornem melhores adultos. E ajudar os adultos,
explicando-lhes tudo sobre negócios, como se fossem crianças.
«Também vamos falar de faturas?», pergunta Mariza Monteiro, segura do alto dos seus 10
anos, atarefada a dispor crachás no assento da cadeira que servirá de banca para os
vender. O grupo inteiro solta gargalhadas, os maiores pela ironia do comentário, os mais
novos porque, certamente, já ouviram os pais reclamá-la em restaurantes ou
supermercados. Naquela manhã de sábado, os dez participantes do workshop Iupi Biz, da
Startiupi, estão reunidos para as três horas finais de lições. Têm entre 7 e 13 anos, a maioria
nunca se tinha visto antes de entrar no Cowork Lab Oeiras, no centro histórico da vila. No
sábado anterior, já tinham começado a trabalhar os conceitos de preço, produto, promoção e
praça (os quatro «P» do marketing, também conhecidos como marketing mix para
entendidos da matéria).
Nesta manhã, finalizada a explicação sobre o preço e as suas variáveis, fizeram cartazes
com o intuito de promover os produtos que tinham criado com as próprias mãos e, por fim,
prepararam-se para a venda: trata-se do momento em que os pais, familiares e amigos
aceitam juntar-se ao processo de aprendizagem, aparecendo na feira que encerra o
workshop para negociar com os petizes os melhores preços e adquirir bijutaria artesanal ou
origamis de «design exclusivo», como alguns anunciam. Em matéria de publicidade, pelo
menos, e apesar da tenra idade, já ninguém os bate.
Rita Condessa está a terminar o quinto ano e veio de Albufeira com a mãe, de propósito até
Oeiras, para frequentar o workshop. Decidiu juntar-se com a colega Mariza, do lado oposto
da mesa, para formar uma parceria de sucesso, que é altamente incentivada pelos
formadores. Constroem um preçário para as suas peças, porque, comenta Mariza, «o
cabeleireiro lá ao pé de casa também tem tabela de preços». Óbvio. Antes, já tinham
concordado no nome para escrever no cartaz colorido que identificava a banca das duas. E
porque rimar nem era difícil, fizeram um slogan para ser mais apelativo: «Oeiras Criações, a
criar emoções».
Duarte Abreu e Afonso Ricardo têm ambos 13 anos e já se conheciam. Optaram por não
juntar na mesma banca as peças que tinham criado, entre elas o móbil do Duarte que
prometia ser um sucesso e garantir pelo menos três euros na hora das vendas, já que não
havia concorrência: mais ninguém tinha feito coisa igual. Foram os pais que descobriram o
workshop, mas na verdade os filhos já levavam uma agenda, como Duarte explica: «Nós
queremos formar uma empresa de videojogos quando formos mais velhos.» O programa Iupi
Biz, que ensina aos mais novos o processo de criar valor, foi afinal o primeiro passo para o
que se espera vir a ser um projeto de sucesso. Pelo menos, uma ideia ficou definida:
«Viemos aprender como é o mundo lá fora e assim não vamos ter problemas de estoirar o
dinheiro todo quando crescermos», garantia Duarte, com ar sério e grave.
Terminada a fase de preparação das vendas, Ruben Melo, um dos fundadores da Startiupi,
associação responsável pelo workshop, lembrou os jovens formandos que não podiam,
efetivamente, esquecer-se de passar as faturas, disponíveis para preenchimento nas últimas
CURRÍCULO
páginas do caderninho que é entregue a cada um dos participantes. Já vem incluído nos 25
euros que custa cada workshop, assim como os quinhentos iupis (equivalem a cinco euros
porque, explica Ruben, «o iupi está ao cêntimo») que são entregues às crianças para gastar
em matérias-primas disponíveis no local. Na prática, são os materiais com os quais vão fazer
pulseiras, crachás ou decorar caixinhas de madeira que depois vendem aos mais próximos.
O investimento é todo gerido por elas, sob a orientação atenta dos formadores que, já em
abril deste ano, formalizaram a Startiupi como associação e têm vindo a desenvolvê-la a alta
velocidade.
Ruben Melo, de 27 anos, e Fernando Mendes, de 36, são os responsáveis por este projeto
inédito: formaram-se ambos em Gestão e conheceram-se quando faziam parte da AIESEC, a
maior organização mundial gerida por estudantes. A primeira experiência profissional
conjunta aconteceu em 2011, quando Ruben se juntou à gestão do espaço de cowork -
escritório partilhado por trabalhadores independentes ou freelancers - que Fernando já tinha
aberto em Oeiras e que, entretanto, se expandiu para Faro e Maputo, em Moçambique. Este
ponto é importante, porque foi precisamente da experiência que tiveram - e ainda têm - com
os profissionais que frequentam o espaço de cowork que lhes surgiu a ideia em que assenta
o projeto que se seguiria. «Começámos a identificar os diversos tipos de empreendedores
que lá se encontravam», conta Ruben. A verdade, acrescenta Fernando, é que viviam
«rodeados de ideias e talento, mas nem todos tinham sucesso. Por qualquer razão, não
conseguem viver do que gostam».
Refletiram sobre a questão e perceberam que talvez faltassem competências, mas eram
caraterísticas que facilmente podiam ser trabalhadas e estimuladas, sobretudo por quem
estudou Gestão, tem espírito de iniciativa e uma vocação natural para o ensino. A partir
daqui, começaram a trabalhar. Identificaram a necessidade e puseram em prática a fórmula
que haveriam de criar para simplificar o significado da palavra empreender: problema +
solução + ação. Para eles, é destas três componentes que nasce um empreendedor.
Outro ponto importante nesta história: «Pensámos que seria mais fácil e mais vantajoso se
essas competências fossem trabalhadas desde pequenino», explica Ruben. Por isso,
decidiram focar-se primeiro nos mais novos, ainda que a oferta que hoje têm seja transversal
e útil a todas as idades. Mas já lá iremos.
Primeiro, foram também eles aprender como funcionava o mercado escolar, as técnicas e as
dinâmicas de formação de crianças, mesmo que a área não fosse completa novidade para
nenhum dos dois. As competências que queriam desenvolver já estavam delineadas:
identificar oportunidades, organização e planeamento, parcerias ganha-ganha, saber ouvir,
autoconfiança, apresentação e, por fim, responsabilidade e trabalho de equipa. Começaram
por montar um programa de nove semanas, vocacionado para a infância, e foram bater à
porta de escolas para apresentar as suas atividades, assim como as três personagens que
criaram e que explicam a sua própria visão do empreendedorismo para crianças e, porque
não, também para adultos: empreender é resolver problemas.
Assim, imaginaram o Queixinhas, menino educado mas refilão, que aponta o problema sem
o resolver. A Bueblablá é uma menina dinâmica e cheia de ideias para resolver o problema,
mas nunca chega ao ponto de as concretizar. Já o super-herói Startiupi é quem vai resolver
o problema, com a sua ação. Este trio e as suas aventuras é pontapé de saída para as
atividades que criaram e que preveem, precisamente, ajudar as crianças a empreender, sem
que isso signifique necessariamente ajudar um pré-adolescente a montar um negócio, mas
sim a sensibilizá-lo para a sua capacidade de ação e intervenção no mundo que o rodeia.
«Para nós, sempre foi muito claro que ser empreendedor está mais ligado a uma ferramenta
CURRÍCULO
para sermos aquilo que queremos ser, ou seja, alcançarmos os nossos sonhos», explica
Ruben. E Fernando completa: o objetivo é termos adultos e crianças mais satisfeitos, não
necessariamente empresários milionários. «Queremos formar pessoas realizadas, seja na
música ou na pintura», esclarece.
Fizeram um projeto-piloto na escola EB 1 Joaquim Matias, em Oeiras, e incentivaram os
alunos a ser empreendedores, ou seja, a tomar as rédeas da situação e mudar algo que os
incomodava. No final, tinham muros pintados de fresco, campanhas a promover reciclagem
na escola e até um desfile de animais, porque uma das alunas lamentava não poder levar o
cãozinho para a sala de aulas. «A nossa única tarefa era coordenar, tentar agilizar o
processo, mas todas as ideias e soluções eram das próprias crianças.» Tudo isto em
setembro do ano passado, ao mesmo tempo que começavam a definir programas one shot,
ou seja, sessões de seis horas destinadas a faixas etárias específicas, desde a infância à
idade adulta. As atividades que entretanto tinham concebido, para realizar com os alunos
nas experiências-piloto, decidiram compilá-las em livro. Um manual para pais e professores
trabalharem estas competências e aplicarem a filosofia do empreendedorismo explicado às
crianças. O Startiupi - Fazer Coisas saiu em dezembro do ano passado e desvenda toda a
metodologia da dupla, que prefere dar a conhecer os meios para que outros possam
beneficiar dos fins.
Desenvolveram então quatro programas Iupi: o Iupi Pro é dedicado a adultos que, simulando
a gestão de uma empresa, aprendem conceitos de literacia financeira que podem não ser
claros e que agora entraram no vocabulário corrente, desde a dívida às taxas de juro. O Iupi
Life destina-se a alunos do ensino secundário e trata-se de uma simulação sobre escolhas,
que procura incutir nos jovens a noção de que as opções que fazemos no presente
condicionam o futuro. Já o Iupi Play reserva-se aos adolescentes, dos 12 aos 16 anos, e é
essencialmente uma simulação de gestão que permite compreender melhor a economia, já
que os próprios alunos assumem o papel dos agentes económicos. Para os mais pequenos,
finalmente, o Iupi Biz, que tem ocupado as manhãs de sábado do Coworklab de Oeiras e
onde crianças dos 6 aos 12 anos, sensivelmente, passam pelas fases de criação e
lançamento de um produto.
Fernando e Ruben têm-se desdobrado para acudir as múltiplas solicitações, uma vez que,
além do Iupi Biz que mantêm regularmente no seu próprio espaço, têm levado os Iupis a
escolas, ATL e até empresas, no caso do programa para adultos. Laura Soares, mãe da
Rita, trouxe a filha a Oeiras de propósito ao Iupi Biz porque a Startiupi ainda não vai ao
Algarve, mesmo que já estejam a trabalhar na formação de mais pessoas que consigam
assegurar também estes programas noutras geografias nacionais e internacionais.
Laura dá formação de empreendedorismo para adultos e viu na Startiupi um poderoso
instrumento para «estimular o espírito de grupo e a iniciativa» da filha. Garante que a Rita,
dias depois da primeira sessão (o Iupi Biz divide-se em duas sessões de três horas cada
uma), já aplicava naturalmente conceitos que muitas vezes escapam aos mais crescidos,
desde a concorrência às estratégias de diferenciação. «O empreendedorismo é uma questão
de atitude. Há pessoas que nascem com esse espírito de empreendedoras, é nato, mas
outras, quando chegam à idade adulta, são o que nós chamamos empreendedores à força,
por necessidade. E sem dúvida que a diferença no sucesso dos negócios que depois têm
está nesse espírito e ele acontece se trabalharmos com as crianças, desde pequeninas,
nesse sentido», resume.
Marta Monteiro, tia da Mariza, valoriza o mesmo espírito e acrescenta mesmo que este tipo
de atividade devia ter lugar obrigatório na escola: «Hoje em dia, as crianças querem um
CURRÍCULO
computador, o pai dá. Esta é uma oportunidade para que saibam também o que a vida custa,
é o futuro delas que está em causa», sublinha.
Democratizar o acesso a este tipo de programa é, precisamente, um objetivo para o futuro e
uma das três frentes em que a associação quer alargar a sua atividade. Fernando e Ruben
até já foram ao Ministério da Educação pedir a homologação dos seus programas. «O
desafio em Portugal», sublinha Fernando, «é que a atividade consiga penetrar nas escolas
públicas, porque já temos aceitação nos programas abertos de escolas privadas, que já o
fazem.» O outro caminho para a Startiupi passará, certamente, por conseguir gerar e manter
uma «rede grande de implementação» no país, chegando a mais crianças e maior número
de participantes. O terceiro grande objetivo passa pela internacionalização, que até já está
em curso: o Instituto de Capacitação do Empreendedorismo de Moçambique está a
implementar o Iupi Pro em Maputo e a Startiupi tem mantido contactos com o Brasil com
vista a exportar conteúdos para o outro lado do Atlântico.
«Cada um destes programas tenta tirar os obstáculos do caminho entre cada pessoa e
aquilo que ela quer ser», reforça Fernando. Numa visão do empreendedorismo algo inédita,
mas relevante, Fernando e Ruben querem continuar a conquistar crianças e adultos,
desenvolvendo competências mas, sobretudo, estimulando sonhos e ambições. O que os
move nesta empreitada? A resposta, diz Ruben, é fácil: «Termos pessoas mais felizes.»
CURRÍCULO
Crato corta no currículo do 1.º ciclo
Correio da Manhã | 06.07.13
Conselho Nacional de Educação critica possibilidade de redução de cinco horas por
semana
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) vai mexer nos currículos para o próximo ano
letivo. O Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão consultivo do Governo, emitiu um
parecer muito crítico sobre a proposta do MEC, que prevê a possibilidade de redução de
duas horas e meia por semana na componente curricular do 1º ciclo, bem como a eliminação
de duas horas e meia nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC).
O CNE afirma no parecer que os alunos podem ficar menos uma hora por dia nas escolas. O
MEC nega e garante que "na regulamentação para a preparação do ano letivo está previsto
que os alunos possam permanecer nas escolas até às 17h30, tal como neste ano".
Mário Nogueira (Fenprof), acredita que "não haverá redução no horário dos alunos". "Parece-
me é que estão a prejudicar a componente curricular dos alunos para poder pôr professores
nas AEC e despedir os que ensinam nas AEC. Com isto vão criar desigualdade: haverá
escolas onde os alunos terão inglês e noutras não", disse ao CM.
Segundo apurou o CM, os diretores vão pedir explicações a Nuno Crato na 2ª feira, numa
reunião do Conselho de Escolas com a presença do ministro. O MEC quer também duplicar
a formação em contexto de trabalho nos cursos profissionais.
CURRÍCULO
Programas de Matemática: a luta entre a memorização e a compreensão
Público | 26.06.13
Evolução dos programas desde 1950 até aos nossos dias.
Aritmética, geometria e álgebra. Estas eram as matérias ensinadas na década de 1950.
Depois disso, a Matemática evoluiu e mais do que a memorização, os programas
caminharam para uma compreensão do processo matemático. Agora, lamentam muitos, há
um regresso ao passado.
Em 1948 foram aprovados os programas de Matemática do 3.º ciclo do ensino liceal, os
actuais 10.º e 11.º anos do secundário. A álgebra era "o mais importante", recorda João
Pedro da Ponte, investigador do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e um dos
autores do programa de Matemática do ensino básico de 2007, entretanto substituído pelo
novo, na passada semana.
Naquele tempo, a aritmética era estudada nos níveis de ensino mais elementares e, a partir
do actual 3.º ciclo fazia-se a iniciação ao estudo da álgebra e geometria. Chegados ao
secundário, os alunos trabalhavam a aritmética racional, "cujos métodos de estudo eram
considerados os que mais se prestavam a criar no aluno hábitos de rigor científico", escreve
João Pedro da Ponte num texto sobre o currículo de Matemática no ensino secundário.
No final da década de 1950, o movimento da Matemática Moderna ganha força e consegue
entrar nos currículos escolares de muitos países. Em Portugal, pela mão de José Sebastião
e Silva, esta corrente é integrada de forma equilibrada, recorda Leonor Santos da Sociedade
Portuguesa de Investigação em Educação Matemática (SPIEM). O matemático "tinha uma
visão moderada" e a introdução foi feita com "muito cuidado", corrobora João Pedro da
Ponte. Esta é uma "matemática muito abstracta, carregada de símbolos", continua o
investigador.
Por essa razão, a Matemática Moderna não corre bem em muitos países, abrindo guerras
entre os que a preconizam e os que defendem o que se ensinava antes. Os últimos acusam
a Matemática Moderna de ter uma "terminologia pretensiosa" e reclamam o regresso ao
ensino das competências básicas (em inglês back to basics). Ou seja, "o regresso ao cálculo,
às contas e ao fazer de cor", define João Pedro da Ponte.
Este movimento back to basics "encontrou forte oposição, logo desde o seu início, da parte
da comunidade educativa", recorda o investigador. "Há uma diferença de percepções sobre o
que é aprender matemática", confirma Leonor Santos. Os matemáticos seguem um caminho
e os investigadores ligados à educação outro. Os primeiros defendem o rigor matemático e
os segundos não o descartam mas querem que todos a compreendam e tenham acesso a
ela, explica.
Os programas que se seguem, no currículo português, visam sobretudo a compreensão. Em
1991, com a reforma Roberto Carneiro é aprovado um programa com o objectivo de ligar a
matemática ao mundo real. Em 2007 os programas são reformulados com o mesmo fim, o de
reforçar o espírito crítico dos alunos. Paralelamente foi feito um forte investimento na
formação contínua dos professores. Sem ser avaliado, na semana passada, foi homologado
um novo programa para o ensino básico, o que deixou os autores dos anteriores programas,
a Associação de Professores de Matemática e a SPIEM indignados. Por outro lado, a
Sociedade Portuguesa de Matemática, de que Nuno Crato foi presidente antes de ser
ministro, congratulou-se com a mudança, considerando o novo programa "benéfico".
CURRÍCULO
Luta política na Matemática?"Antes de ser ministro, Nuno Crato dizia que primeiro [os alunos]
aprendem e depois compreendem. Essa é uma filosofia contrária à dos programas [de 2007],
em que o objectivo é que vão aprendendo, vão-se aproximando dos conceitos matemáticos,
vão trabalhando para que os compreendam e lhes dêem significado. Portanto, vão-se
trabalhando os conceitos, à medida que os alunos crescem. A forma como uma criança
aprende não é igual à de um adulto", justifica Leonor Santos. O novo programa procura que
os estudantes "dominem um conjunto de técnicas, memorizem definições, apostando-se em
que primeiro aprendam e depois compreendam", continua.
O programa de 2007 pretendia dotar os estudantes de competências que lhes permitissem,
por exemplo abrir um jornal e ler, com espírito crítico, as estatísticas ou as infografias; ou
para quando ia ao supermercado conseguir fazer uma estimativa, exemplifica a professora.
O novo programa acentua o trabalho matemático. "O que os matemáticos fazem no dia-a-dia
é muito diferente da matemática que é precisa para a maioria da sociedade", acrescenta a
responsável da SPIEM.
A Associação de Professores de Matemática diz que o programa aprovado representa "um
retrocesso de 40 anos no ensino da disciplina" que terá efeitos negativos na aprendizagem,
aponta à Lusa. Agora, é o "back to basics: muita memorização", resume João Pedro da
Ponte.
O Ministério da Educação já veio dizer que não e que a compreensão também é uma
preocupação do novo programa. Mais: este é muito semelhante ao anterior, defendeu Carlos
Grosso, um dos autores, em declarações à Lusa. Segundo o professor, as mudanças foram
sobretudo a nível de organização: algumas matérias desapareceram (como as estimativas) e
outras foram mudadas de anos de escolaridade (as translações e probabilidades passaram
do 1.º para o 3.º ciclo).
Há uma luta política na Matemática? João Pedro da Ponte admite que sim. "Há uma luta
política pelo controlo do que se passa no ensino da Matemática e essa torna-se numa luta
fratricida. São dois grupos que procuram aliados políticos." E encontraram-nos, os do ensino
da Matemática mais ligados à esquerda e os matemáticos à direita, distingue. "As teses de
Crato são caras a certos sectores do CDS", acrescenta.
O novo programa pode ser elitista, com uma Matemática só para alguns, "os que vão para as
as engenharias e as ciências" e não para todos, para a escola inclusiva, para esses ficam as
noções de "como fazer uns trocos", lamenta João Pedro da Ponte. "Há uma diferença
grande: o anterior currículo apostava na compreensão que passa pelo pressuposto de que
todos os alunos vão ser capazes de aprender e vão saber usar a Matemática no dia-a-dia",
acrescenta Leonor Santos.
A memorização e a compreensão são incompatíveis? Não, dizem os dois investigadores. "A
memorização não tem mal, o problema é a aprendizagem ser baseada na memorização,
esta é essencial, mas é importante o desenvolvimento do pensamento. [Com o novo
programa] o espírito crítico é altamente desvalorizado e há uma preocupação excessiva com
o rigor matemático", conclui o investigador.
O PÚBLICO procurou ouvir algum professor ou investigador associado da Sociedade
Portuguesa de Matemática sobre este tema mas sem sucesso.
CURRÍCULO
Novo programa de Matemática vai ser "benéfico" para todos, defende SPM
Público | 23.05.13
Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática tinha considerado em Abril que o
novo programa iria provocar "agitação desnecessária" nas escolas.
A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defende que a implementação do novo
programa da disciplina, que entrará em vigor no próximo ano lectivo no ensino básico, "será
decisiva para que se atinja um patamar de exigência mais elevado, cujas consequências
benéficas serão, a prazo, sentidas pelos níveis de ensino secundário e superior, e pela
sociedade portuguesa em geral".
O novo programa está em consulta pública até ao próximo dia 31 e será homologado pelo
Ministério da Educação e Ciência (MEC) a 17 de Junho. Quando foi conhecido, em Abril, que
o MEC ia substituir o programa de Matemática ainda em vigor, que foi aprovado em 2007, o
presidente da SPM, Miguel Abreu, defendeu, em declarações ao PÚBLICO, que tal iria
provocar "uma agitação desnecessária" nas escolas."A cinco meses do início do ano lectivo,
isso só se justifica se tiver sido detectada alguma impossibilidade legal de aplicar as metas
curriculares", acrescentou.As novas metas curriculares, cuja utilização foi este ano
"fortemente recomendada" pelo MEC, terão carácter obrigatório a partir de Setembro.
Na apresentação do novo programa, em Abril, o ministro da Educação, Nuno Crato, admitiu
que após este primeiro ano de aplicação das metas "subsistirem algumas dúvidas e
incongruências pontuais" entre o que se encontra recomendado nestas e o que está
recomendado no programa de 2007, o que levou à elaboração de um novo documento de
referência para a disciplina. Num parecer divulgado nesta quinta-feira no âmbito da consulta
pública, aberta a 23 de Abril, a SPM defende que o novo programa constitui "um enorme
passo na direcção certa" por ser um documento "com uma estrutura muito clara, bem
organizado, construído em torno de objectivos e de conteúdos precisamente enunciados e
que, de modo muito explícito, deixa aos docentes a liberdade pedagógica na escolha e
implementação de estratégias de ensino".
Ao nível dos conteúdos, a SPM congratula-se com a adopção de propostas que visam "o
controlo no uso da calculadora, o reforço na prática de algoritmos e da memorização
incluindo, por exemplo, estudo da tabuada".
No seu parecer, a organização de que Nuno Crato foi presidente lembra ainda que sempre
criticou o programa aprovado em 2007 por considerar que "todas as características"
fundamentais num documento desta natureza "estavam flagrantemente ausentes".
O programa de 2007 é defendido pela Associação de Professores de Matemática, cuja
presidente, Lurdes Figueiral, já acusou Crato de estar, com as novas orientações, a
promover um retrocesso "de 40 anos no ensino da disciplina".
CURRÍCULO
Proposta de ensino da Constituição nas escolas deve ser rejeitada, diz Fernando
Negrão
Público | 16.05.13
Os Verdes querem que os alunos do 3.º ciclo estudem a Constituição, mas o deputado
do PSD rejeita a proposta devido à "carga ideológica muito forte" do documento.
A inclusão da Constituição da República Portuguesa no programa de ensino obrigatório do
3.º ciclo é debatida nesta quinta-feira no Parlamento, no seguimento de uma proposta do
Partido Ecologista Os Verdes (PEV). O presidente da Comissão de Assuntos
Constitucionais, Fernando Negrão, já veio defender que "os alunos não devem ter nenhum
contacto com esta Constituição" e que, por isso, o projecto de resolução deverá ser rejeitado.
O deputado social-democrata sublinhou, em declarações ao jornal i, que faz mais sentido
que os alunos estudem "conteúdos de direito constitucional" que não estejam vinculados a
ideais "de direita ou de esquerda". Até porque, conforme esclareceu à TSF, a Constituição
da República Portuguesa é "datada" e, por isso, "tem uma carga ideológica muito forte". Para
Negrão, o Parlamento deverá rejeitar a proposta feita pelo PEV.
Fernando Negrão apelou a que Os Verdes proponham antes "um ensino em etapas
relativamente ao direito constitucional", já que considera ser "excessivo começar com a
leitura e o estudo" do documento.
Heloísa Apolónia, líder parlamentar do PEV, afirmou não compreender o sentido destas
afirmações e disse à mesma rádio que o que se pretende é "uma abordagem da Constituição
em função da idade [dos alunos]". A deputada já tinha explicado ao PÚBLICO que o projecto
de resolução foi criado porque há um "desconhecimento", por parte dos cidadãos
portugueses, em relação à Constituição, "principalmente na camada mais jovem".
Para além do estudo da Constituição, o PEV quer também que exista uma cópia deste
documento em todas as escolas, para que seja facilmente consultável por professores e
alunos.
CURRÍCULO
Professores de Matemática dizem que novo programa implica mais gastos para as
famílias
Público e Lusa | 11.05.13
Associação de Professores de Matemática voltou a criticar duramente o novo
programa da disciplina para o ensino básico.
O novo programa de Matemática para o ensino básico é um "retrocesso", integra conteúdos
"inadequados" à idade dos alunos, vai obrigar as famílias a gastar mais dinheiro, porque os
manuais em vigor deixarão de servir - sendo que os novos, "que não são ainda conhecidos",
dificilmente estarão prontos a tempo de serem utilizados no próximo ano lectivo. As críticas
são da Associação de Professores de Matemática (APM).
Em conferência de imprensa, em Lisboa, a direcção da associação acusou o Ministério da
Educação de estar afastado da realidade do ensino nas escolas e explicou por que razão
está contra o novo programa para o ensino básico, que está em discussão pública até ao
final do mês, devendo ser homologado a 17 de Junho para entrar em vigor já no próximo ano
lectivo.
"Não há nenhum país do mundo minimamente avançado que tenha este tipo de programa
tão formalista, tão abstracto, com tantos conteúdos, tão extenso. Não há. E há países que
estão com um desempenho muito melhor do que nós", disse o vice-presidente da APM,
Jaime Carvalho e Silva.
A presidente da APM, Lurdes Figueiral, reprova sobretudo "a perspectiva pedagógica e
metodológica da proposta" e "a forma como são introduzidos alguns conteúdos": "É um
retrocesso pelo formalismo, que era algo que na matemática moderna dos anos 1960 se fez
e que resultou mal no ensino".
Em comunicado, a APM diz que o novo programa privilegia "a mecanização de
procedimentos e rotinas e os aspectos mais formais da Matemática, menorizando
aprendizagens de maior exigência cognitiva, prescrevendo desempenhos fragmentados
numa lógica de ‘pedagogia por objectivos' há muito abandonada".
A APM apresentou no domingo uma queixa electrónica ao Provedor de Justiça contra o
despacho do Governo que revoga o programa de Matemática em vigor. A APM diz que esse
despacho é ilegal "por falta de fundamentação".
¿A associação alega que a revogação decretada pelo ministro Nuno Crato "ignora a
qualidade de trabalho e investimento feito na elaboração, experimentação e implementação
do programa de 2007, com resultados que foram avaliados e nunca divulgados". Mais: "O
programa de 2007 - que só no final deste ano será totalmente implementado - é objecto,
neste despacho, de um conjunto de afirmações infundamentadas e em tom difamatório."
A APM salienta ainda que "a lei exige que, havendo um novo programa, tenham de ser
criados novos manuais". O que comporta gastos para as famílias "ao substituir os manuais
actualmente em vigor por outros". Mas esse não é o único problema relacionado com os
novos livros.
"Esses manuais têm prazos de elaboração que têm como referência os 20 meses. Ora, se
um programa vai entrar em vigor em Setembro, das duas, uma: ou os manuais já estão feitos
CURRÍCULO
ou então não vai haver tempo para serem feitos com as condições que asseguram a sua
qualidade. Se já estão feitos, então é ainda mais grave, porque isso quer dizer que foram
feitos antes de o programa ter sido anunciado", diz Lurdes Figueiral.
CURRÍCULO
Império das calculadoras nas aulas tem os dias contados
Público | 23.04.13
Novo programa de Matemática para o ensino básico valoriza a memorização como
facilitadora de "tarefas mais complexas". Com o novo programa de Matemática para o
ensino básico, que entrou nesta terça-feira em discussão pública, o império das
máquinas calculadoras nas salas de aulas fica com os dias contados.
Filipe Oliveira, professor da Universidade Nova de Lisboa e um dos autores do novo
programa e das metas curriculares de Matemática, admitiu hoje, numa conferência de
imprensa destinada a apresentar o novo documento, que a utilização de calculadoras no 1.º
e 2.º ciclo para resolver operações simples tem tido efeitos "muito nefastos", já que o aluno
"recorre a uma espécie de caixa mágica onde lhe aparecem os resultados sem que chegue a
compreender" a operação realizada.
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que sempre foi um crítico do uso da
calculadora nos primeiros anos de escolaridade, considerou hoje que o programa ainda em
vigor, aprovado em 2007, "continua a promover o uso da calculadora", embora não seja tão
benévolo como era o anterior, que está na sua base.
"Deve haver alguns limites", defendeu Crato. "Isso não quer dizer que as calculadoras não
devem usadas, mas com bom senso", esclareceu Filipe Oliveira, frisando que "os
professores, melhor que ninguém, saberão quando o uso é nefasto ou vantajoso".
Um dos princípios que subjaz ao novo programa, que estará em consulta pública até ao dia
23 de Maio, é o da importância da memorização que, "nas últimas décadas, foi descuidada",
frisou outro dos autores do novo programa, Carlos Grosso, que é professor do ensino básico
e secundário. As metas curriculares para esta disciplina, homologadas no ano passado e que
definem o que um aluno deve saber nas diferentes etapas do seu percurso escolar, já o
estabelecem, ao definir, por exemplo, que um dos objectivos de aprendizagem no 2.º ano é o
"saber de memória as tabuadas do 2, do 3, do 4, do 5, do 6 e do 10". No 3.º ano é a vez das
tabuadas do 7, 8 e 9.
Saber a tabuada de cor
A memorização das tabuadas de multiplicação também se encontra prevista, para estes
mesmos anos, no programa ainda em vigor, mas a sua concretização não parece satisfazer
os autores do documento que o irá substituir. "A memorização não é antagónica da
compreensão, antes pelo contrário", defendeu Carlos Grosso, indicando que um dos
objectivos gerais do novo programa é precisamente relacionar aquele procedimento "com o
aumento da disponibilidade de recursos cognitivos".
Por exemplo, a possibilidade de compreender e resolver bem um problema matemático é
muito maior quando um aluno sabe a tabuada de cor. Como a nossa "memória de trabalho
tem capacidade limitada, a memorização de factos e a automatização de procedimentos
permite a compreensão e concentração em tarefas mais complexas", frisou Isabel Festas,
professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
e uma das coordenadoras da equipa das metas, acrescentando que "hoje em dia não basta
fazer bem, é preciso fazê-lo rapidamente".
Outra das mudanças previstas é a da inversão da tendência para a "excessiva
contextualização" dos problemas. "É preciso partir do concreto, mas com a preocupação de
CURRÍCULO
alcançar o conhecimento abstracto das relações matemáticas. Não podemos estar sempre a
desenvolver problemas demasiado contextualizados [envoltos numa história ou na descrição
de situações do quotidiano], até porque as crianças acabam por se aborrecer com
enunciados muito palavrosos", defendeu Carlos Grosso.
António Bívar, professor na Universidade Lusíada e outro dos autores do novo programa,
insistiu, pelo seu lado, que os conteúdos listados neste já estavam estabelecidos nas metas
curriculares e que por isso são conhecidos dos professores desde há quase um ano. "Não há
novidades", garantiu.
Evitar "problemas falsos"
Quando o Ministério da Educação e Ciência anunciou, na semana passada, que o programa
em vigor estava revogado, a presidente da Associação de Professores de Matemática
(APM), Lurdes Figueiral, acusou Crato de estar a fazer "retroceder 40 anos o ensino em
geral e, em particular, o da Matemática". Segundo um dos autores do programa de 2007,
João da Ponte, o MEC está a recuperar "uma matemática muito abstracta e muito
formalizada que não serve a escola e os alunos de hoje".
Hoje, Nuno Crato desvalorizou estas críticas, frisando que o novo programa visa, pelo
contrário, "modernizar o currículo", tornando-o "mais exigente, mais claro e mais adaptado às
necessidades dos dias de hoje". O ministro acrescentou que o novo programa dá "uma
grande liberdade metodológica aos professores, sendo ao mesmo tempo muito claro nos
seus objectivos, que é o contrário do que acontecia". Crato justificou a sua adopção com o
facto de, após este primeiro ano de aplicação ainda não obrigatória das metas curriculares,
"subsistirem algumas dúvidas e incongruências pontuais" entre o que se encontra
recomendado nestas e o que está recomendado no programa de 2007.
A adopção do novo programa permite superar "problemas falsos como as alegadas
incompatibilidades entre as metas e o programa de 2007. Assim, esta questão deixa de criar
problemas", acrescentou António Bívar.
A APM anunciou em Março que iria interpor uma providência cautelar para travar a aplicação
das metas curriculares da disciplina que, no próximo ano lectivo, serão obrigatórias para os
alunos do 1.º, 3.º, 5.º e 7.º anos, alegando que estas contrariam o programa que está em
vigor nas escolas. No fim-de-semana, já depois do anúncio de que este seria revogado,
indicou que está ponderar apresentar uma providência cautelar com vista a impedir que tal
aconteça.
O MEC conta ter a versão final do novo programa, incluindo eventuais alterações na
sequência da consulta pública, concluída a 11 de Junho, para que entre em vigor já no
próximo ano lectivo.
CURRÍCULO
Nova Matemática no Ensino Básico
Correio da Manhã | 17.04.13
Os alunos do 1º, 3º, 5º e 7º anos do Ensino Básico vão ter um novo programa de
Matemática já a partir do próximo ano letivo. Ao longo de 2013/2014, os restantes anos
mantêm o programa em vigor.
Segundo o Ministério da Educação e Ciência, a proposta do novo programa de Matemática
estará concluída e disponível para discussão pública a partir da próxima semana.
O objetivo do Ministério passa por ter o novo programa de Matemática homologado até ao
início do ano letivo 2013/2014. Até lá serão ouvidos professores e outros contributos.
O novo programa deverá complementar as metas curriculares, criando desta forma um
documento orientador único para a disciplina. Os professores, refere o comunicado do MEC,
terão maior liberdade pedagógica e maior autonomia para definir os métodos conforme
turmas e alunos.
No entender do MEC, o atual programa de Matemática é demasiado rígido nas indicações
que prescreve aos professores.
O grupo de trabalho constituído para definir as metas curriculares está a avaliar a elaboração
de novos programas para outras disciplinas. O Ministério, até ao fecho desta edição, não
esclareceu o CM sobre se os manuais serão alterados.
CURRÍCULO
Parlamento quer tornar obrigatória formação em reanimação dada em escola de Sines
LUSA | 17.03.2013
Escola Secundária de Sines dá formação em suporte básico de vida desde 2007 e
CDS-PP quer alargar iniciativa a todo o país.
Os alunos da escola secundária de Sines aprendem suporte básico de vida há seis anos,
uma formação que o Parlamento recomendou recentemente ao Governo que seja obrigatória
para as turmas do terceiro ciclo do ensino básico.
A aprendizagem dos preceitos para apoiar vítimas até à chegada das equipas de socorro foi
introduzida na Escola Secundária Poeta Al Berto, no ano lectivo de 2007/2008, pelas mãos
da professora de Educação Física Sílvia Pombo, responsável por esta disciplina e pela
segurança do estabelecimento escolar.
Agora o CDS-PP apresentou um projecto de resolução do CDS-PP, aprovado com os votos
favoráveis do PSD, BE e Partido Ecologista "Os Verdes" e a abstenção do PCP e do PS, que
recomenda que a formação tenha uma duração total de seis a oito horas e que seja
ministrada através de parcerias com as instituições ligadas ao Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM).
A docente Sílvia Pombo acredita que é um dever estar-se preparado para, "a qualquer
momento, auxiliar o próximo", pelo que tratou de integrar a formação em suporte básico de
vida no plano de emergência escolar obrigatório, dirigido a professores, funcionários e
alunos. Passados dois anos, a actividade passou a ser dinamizada pelo Gabinete de
Educação para a Saúde da escola alentejana, a par de outros temas como a alimentação, as
dependências, a educação sexual ou a saúde oral, entre outras.
O coordenador desta estrutura escolar, Fernando Arriaga, assegurou à agência Lusa que "a
receptividade dos alunos tem sido boa". A formação na Escola Secundária Poeta Al Berto,
que abrange estudantes do 7.º ao 12.º anos de escolaridade, é realizada uma vez por ano,
nas aulas de Educação Física. Para quem está a ter contacto com o tema pela primeira vez,
a apresentação dura 90 minutos, ficando reservada para os alunos "repetentes" uma
"reciclagem" com metade do tempo.
Fernando Arriaga entende que esta formação deve ser sempre realizada por todos os
alunos, no entanto, nem sempre tal é possível, devido ao calendário de actividades da
escola, pelo que a acção é "concentrada" nas turmas de 7.º e 10.º anos. É o que acontecerá
este ano lectivo, no terceiro período, que arranca a 2 de Abril, após as férias da Páscoa.
O investimento da escola nesta actividade, segundo Fernando Arriaga, "é mínimo", uma vez
que a formação é garantida a título gratuito e voluntário por profissionais da Associação de
Nadadores-Salvadores do Litoral Alentejano (Resgate). O coordenador desta associação,
António Mestre, defende que estas técnicas devem ser ensinadas desde cedo, pois, muitas
vezes, as crianças são as únicas pessoas disponíveis para, por exemplo, socorrer
imediatamente um familiar em paragem cardíaca.
O responsável da Resgate espera que o Governo siga a recomendação aprovada na
Assembleia da República, a 22 de Fevereiro, de introduzir no 3.º ciclo do ensino básico das
escolas nacionais, já no ano lectivo de 2013/2014, uma formação, de frequência obrigatória,
em suporte básico de vida, "que só peca por tardia".
CURRÍCULO
Igreja Católica contra educação sexual nas escolas da Croácia
Público e AFP |10.03.13
Pais e Igreja descontentes com programa do Governo de centro esquerda.
Da contracepção à masturbação, passando pelas doenças sexualmente transmíssiveis,
homossexualidade e igualdade de sexos. Estes são alguns dos temas do programa
experimental, para dois anos, de educação sexual nas escolas da Croácia, com o objectivo
de sensibilizar os mais novos para os potenciais problemas ligados à sexualidade. Uma
iniciativa do Governo de centro esquerda que deixou descontentes a Igreja Católica e as
associações de pais mais conservadoras.
Mais de duas mil gravidezes e 400 abortos foram registados entre as adolescentes croatas,
aponta Vinko Filipovic, responsável governamental pelo programa de Educação Sexual, em
declarações à AFP. "Face a estes números alarmantes é necessário educar as crianças que
começam a chegar à idade de maturidade sexual", justifica.
Por isso, o programa está pensado para os alunos dos nove aos dez anos, que recebem três
a quatro formações, em cada ano lectivo, na área da educação sexual. Basicamente, o
objectivo é que discutam temas com especialistas ou com professores, não havendo
qualquer manual associado.
Mas este programa suscitou preocupações junto da Igreja Católica do país, bem como das
associações de pais conservadoras que defendem que a educação sexual deve ser
responsabilidade dos pais e não da escola, e temem a doutrinação por parte do Estado.
"Está em jogo a paz na nossa pátria!", exclamou recentemente o arcebispo de Zagreb, Josip
Bozanic, apelidando o programa de "destruidor e perigoso".
A Igreja destribuiu, por todo o país, folhetos onde apela aos pais para assinarem petições
contra o programa. "Não vos preocupa que ensinem aos vossos filhos que uma relação
homossexual é tão natural como uma relação entre um homem e uma mulher?", pode ler-se
num desses folhetos.
A Grozd, uma associação de pais de cariz conservador, acusa o programa governamental de
ter uma "visão da vida que é contra os valores da maior parte dos pais", num país onde 86%
dos 4,2 milhões de habitantes é católico.
A associação diz que não é contra a educação sexual nas escolas mas que deve ser dado
aos encarregados de educação a possibilidade de escolha entre dois programas, o do
Governo e outro que defenda os valores dos pais. "Este programa viola o direito dos pais de
decidir a educação que querem dar aos seus filhos. Viola um direito fundamental que é o de
pensarmos de maneira diferente", constata Ladislav Ilcic, presidente da associação Grozd.
Nas últimas semanas o debate tem vindo a subir de tom. Valentin Pozaic, bispo de Zagreb
apelou ao derrube do Governo, comparando-o com os regimes totalitaristas comunista ou
nazi.
O ministro da Educação, Zeljko Jovanovic, veio denunciar o comportamento "inaceitável" e
"difamatório" da Igreja, que "pode dizer e fazer o que quiser fora das escolas, mas não pode
decidir o que vai ser ensinado".
CURRÍCULO
De recordar que a Igreja Católica assumiu um maior peso, tendo-se tornado um parceiro das
autoridades desde que a Croácia se tornou independente, em 1991, até então parte da
Jugoslávia. Para Ivica Mastruko, sociólogo da religião e ex-embaixador da Croácia para o
Vaticano, "esta é mais uma tentativa da Igreja Católica se afirmar como força política na
sociedade croata".
Segundo uma sondagem recente, 56% dos croatas defende que a educação sexual é
necessária e a Igreja Católica não se deve intrometer, mas 33% considera que o programa
não é aceitável pelos católicos.
Mesmo entre os alunos, a polémica subsiste, dos cerca de 516 mil alunos que vão ser
sujeitos ao programa há quem o conteste e quem critique a intervenção da Igreja Católica.
"É muito barulho por nada. Mas a Igreja não deve interferir nas escolas", defende Laura, 15
anos. Goran, outro adolescente ouvido pela AFP, prefere "colocar as dúvidas aos amigos
mais velhos, em vez de o fazer com os professores, que se podem sentir menos à vontade
para discutir determinados assuntos com os alunos."
CURRÍCULO
Professores de Educação Física queixam-se de desvalorização da disciplina
LUSA | 01.03.2013
Docentes reúnem-se em congresso desta sexta-feira a domingo para discutir
problemas do sector.
Centenas de professores de Educação Física reúnem-se desta sexta-feira a domingo, em
Lisboa, para discutir os problemas do sector, nomeadamente o que consideram ser uma
desvalorização da disciplina por parte do Ministério da Educação.
"Vamos centrar-nos nas medidas que foram tomadas pelo Ministério da Educação no final do
ano passado e que prejudicam bastante a Educação Física", adiantouJoão Lourenço, do
Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física
(CNAPEF).
Durante o 9.º Congresso da Educação Física, vai ser também apresentado um estudo
realizado junto de 600 escolas, bem como exemplos de boas práticas seguidas nos
estabelecimentos de ensino.
De acordo com o estudo, a maioria das escolas optou por manter a carga horária da
disciplina, mas os professores receiam que a medida se deva apenas à publicação da
legislação numa altura em que o ano lectivo já está praticamente preparado, em Julho. "O
que pode ficar comprometido é a qualidade da educação das nossas crianças", lamentou o
professor, temendo que as escolas decidam, no âmbito da sua autonomia, reduzir o tempo
que dedicam à disciplina.
Os profissionais criticam também o facto de a nota atribuída a Educação Física deixar,
progressivamente, nos próximos anos, de contar para a média final do ensino secundário no
acesso à faculdade. "A imagem que passa, por parte do Ministério da Educação, é que a
Educação Física não é importante, é de total desvalorização", declarou.
CURRÍCULO
Exames do 4.º ano realizam-se no início de Maio
Público | 05.02.13
Temporada dos exames nacionais começa este ano mais cedo e há novidades em
relação às normas em vigor no ano passado.
É já em Maio que os alunos do 4.º ano se vão estrear nos exames nacionais. Segundo o
calendário das provas, que foi publicado ao fim da tarde desta terça-feira em Diário da
República, os exames de Português e de Matemática do final do 1.º ciclo do ensino básico
realizar-se-ão a 7 e 10 de Maio, respectivamente.
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) tinha indicado anteriormente que a primeira
destas provas se realizaria ainda em Abril, o que não acontecerá. Segundo o ministério, com
a antecipação dos exames do 4.º ano face aos dos outros anos que têm provas nacionais,
pretende-se garantir a possibilidade de recuperação dos alunos que revelem dificuldades.
Conforme estipulado no despacho que, em Dezembro, fixou novas regras de avaliação para
os estudantes do ensino básico e secundário, os alunos do 4.º ano que chumbarem nos
primeiros exames terão a possibilidade de repetir estas provas a 9 e 12 de Julho. Quem
estiver nesta situação terá um período de acompanhamento extraordinário já depois do final
do ano lectivo. Este apoio não tem carácter obrigatório.
Em 2014, os alunos do 6.º ano também beneficiarão desta prerrogativa mas, para já, a
segunda fase dos exames nacionais continuará reservada apenas para "situações
excepcionais". O que também acontece no 9.º ano. No 6.º e 9.º ano, os alunos realizam
apenas exames de Português e Matemática. Em ambos os anos as provas estão marcadas,
respectivamente, para 20 e 27 de Junho.
Quem chumba por faltas pode ir a exame
Os exames nacionais do ensino secundário decorrerão entre 17 e 26 de Junho. À
semelhança do que já aconteceu no ano passado, a 1.ª fase é obrigatória. Quem não
comparecer não será admitido na 2.ª fase, que é destinada a alunos que chumbaram nos
primeiros exames ou que pretendam subir as notas que obtiveram nestas provas.
Os alunos com necessidades educativas especiais voltam também a ser obrigados a realizar
as provas propostas aos outros alunos, como já sucedeu no ano passado no 6.º ano. Como
já tinha sido anunciado pelo MEC, a norma aplicar-se-á este ano também aos alunos do 9.º
ano.
Confirma-se ainda o recuo do ministério no que respeita a uma das suas medidas
emblemáticas aplicadas nos exames do ano passado. Depois de ter determinado que os
alunos chumbados por faltas ficavam impedidos também de tentar a sorte nos exames,
ficando assim automaticamente retidos, o ministério volta ao regime anterior.
Estes estudantes poderão realizar os exames finais do 2.º e 3.º ciclo desde que se
apresentem como autopropostos. Para as disciplinas não sujeitas a exame, que são a
maioria, poderão concluí-las através da realização das chamadas provas de equivalência à
frequência, que se realizarão entre 17 e 28 de Junho.
Estas provas, que passarão também a ser realizadas no final do 2.º ciclo, podem ser ainda
feitas por alunos do 6.º e do 9.º ano que não tenham tido aprovação na avaliação final do 3.º
período. Esta possibilidade já existia no 9.º ano, mas apenas para alunos que nessa altura já
CURRÍCULO
estivessem no limite da idade da escolaridade obrigatória, que agora é de 18 anos. Esta
condição já não é imposta.
CURRÍCULO
Nova rede de 120 centros vai substituir Novas Oportunidades a partir de Abril
Público/Lusa | 29.01.13
Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional serão mais baratos e em menor número
do que o programa lançado pelo anterior Governo socialista.
Os Centros Novas Oportunidades (CNO) serão substituídos por uma nova rede de 120
Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) que terão um custo estimado
anual de oito milhões de euros, anunciou nesta terça-feira, no Parlamento, o secretário de
Estado do Ensino Básico e Secundário.
De acordo com João Grancho, esta estimativa contrapõe-se a gastos de 110 milhões de
euros só em 2011 com o financiamento da rede de CNO, quando ainda estavam instaladas
422 destas unidades. Actualmente, acrescentou, há 55 mil formandos com processos de
formação ou certificação de competências em aberto nos 129 CNO ainda em funcionamento,
que poderão ser encaminhados para os novos centros para terminar aí a sua formação.
Os CQEP deverão entrar em funcionamento em Abril de 2013, substituindo os CNO,
autorizados a manter-se em actividade até 31 de Março desde que financeiramente auto-
suficientes. Cerca de 1,3 milhões de adultos inscreveram-se nas Novas Oportunidades
desde a sua criação, em 2005, no primeiro Governo de José Sócrates. Até 2010, perto de
409 mil obtiveram, através deste programa, algum tipo de certificação escolar.
Durante a audição na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, João Grancho disse ainda
que o Governo admite o recurso a professores dos quadros do Ministério da Educação para
a formação de jovens e adultos que procurem os novos centros, à imagem do que já
acontecia nas Novas Oportunidades. E deixou a garantia de que serão respeitados os
direitos dos técnicos e formadores que têm contrato no âmbito dos CNO ainda em
funcionamento.
"A colocação de professores neste tipo de oferta significa que estamos a promover o
emprego desses professores. A resposta, quer seja no ensino profissional quer nos EFA
[Cursos de Educação e Formação de Adultos], ou noutro tipo de formação, [faz com que]
garantamos também por essa via o emprego dos professores, não vindo nenhum mal ao
mundo", disse.
CURRÍCULO
Secundário só com provas do 9.º
Correio da Manhã | 18.01.13
Os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) só poderão frequentar o
Ensino Secundário na sua vertente mais comum - os cursos científico-humanísticos -
se realizarem provas finais nacionais no 9º ano.
A medida, que será aplicada a partir de 2014, consta na norma 01/2013 do Júri Nacional de
Exames. "A partir do ano letivo 2013/14, os alunos que pretendam frequentar os cursos
científico-humanísticos do Ensino Secundário têm de realizar, obrigatoriamente, as provas
finais do 3º Ciclo a nível nacional" refere a norma.
Esta é a novidade mais polémica introduzida nas regras, que no restante articulado vai ao
encontro de reivindicações de encarregados de educação, ao voltar a aceitar a leitura de
enunciados de exames para alunos disléxicos e a realização de provas a nível de escola
para alunos com NEE. Para Albino Almeida, da Confederação Nacional de Associações de
Pais, estas duas alterações "são justas". Já em relação ao ponto mais controverso, o
dirigente afirma: "Acredito que no próximo ano será encontrada uma solução. Sugiro a
introdução de uma alínea que permita sempre ao aluno apresentar-se a exame". A tutela
esclarece que os alunos que façam provas a nível de escola podem seguir "cursos
profissionais ou outros que não os científico-humanísticos".
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